Criar células masculina e feminina da mesma pessoa é possível? Pra que motivo? Continue a leitura para entender tudo.
O cromossomo sexual humano é responsável por determinar o sexo biológico dos indivíduos, sendo X o feminino e Y masculino. Esta é uma característica fundamental que influencia não só a parte física, mas também o desenvolvimento, reprodução, patogênese e as reações de tratamentos farmacológicos.
No entanto, entender as diferenças provocadas pelo sexo continua sendo um grande desafio, pois fatores como variabilidade genética e hormonais mascaram essa interpretação.
Para isto, cientistas criaram células-tronco pluripotentes induzidas isogênicas (iPSC) com complementos cromossômicos sexuais masculinos e femininos, a partir de células somáticas. Waldhorn e colaboradores tiveram como objetivo estudar as diferenças sexuais em humanos, para futuramente promover uma medicina personalizada e específica de gênero.
Anteriormente, foram estudadas linhagens celulares vindas separadamente de homens e mulheres. No entanto, entender as diferenças provocadas pelo sexo era complicada, pois além de ser difícil isolar a influencia dos cromossomos X e Y, fatores como variabilidade genética e hormonais mascaravam essa interpretação.
Para alcançar resultados mais precisos, os pesquisadores reprogramaram as células somáticas de uma mesma pessoa para gerar células XX e XY. Isso foi possível, pois o paciente apresenta a síndrome de Klinefelter, uma condição rara na qual um indivíduo do sexo masculino tem um cromossomo X extra, ou seja, XXY.
Resultados
A pesquisa permitiu a validação de trabalhos anteriores mais limitados. Por exemplo, confirmou a ideia de que as diferenças sexuais se desenvolvem no início do desenvolvimento humano.
Nos camundongos, como eram avaliados, as técnicas envolveram a alteração do gene Y(Sry), que especifica a formação dos testículos. Ao criar animais com os mesmos órgãos sexuais, mas cromossomos diferentes, foi possível isolar os efeitos dos hormônios do efeitos genéticos.
Com o novo método, é extremamente provável que estudos adicionais em células humanas sejam possíveis. Os pesquisadores já têm planos de repetir os experimentos usando células de outras pessoas para ver até que ponto os resultados podem ser generalizados, levando em consideração as diferenças no comportamento cromossômico entre os indivíduos.
Atualmente, as células não podem criar modelos de todo o corpo humano ou das relações entre os órgãos, mas métodos para recriar essas relações em chips estão em desenvolvimento e devem ser a direção da pesquisa no futuro.
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