Fator antinuclear: O que é e como identificar?

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Você conhece ou já ouviu falar em alguma doença autoimune? Como acontece do próprio organismo nos deixar doentes? Isso é possível? Saiba que sim. Desse modo, os nossos próprios anticorpos nos atacam, principalmente o núcleo celular. Portanto, para descobrir o que está agredindo o núcleo da sua célula, existe um exame imunológico específico. Logo, vem aprender mais sobre o fator antinuclear e como é feito a sua realização em laboratório de análises clínicas.

Introdução a imunologia

A imunologia definida como a ciência que estuda os mecanismos de defesa do corpo humano. Desse modo, o principal foco deste estudo é de como as células e órgão atuam para nos defender de agentes invasores. Portanto, a atividade imunológica ao funcionar corretamente protege-nos de vários causadores de patologia tais como os vírus, parasitas, bactérias e outros elementos nocivos à saúde.

Importância da imunologia.

O estudo da imunologia é uma ramificação de outra ciência importante, a hematologia. Por apresentar estudo de alta dedicação foi dividida afim de facilitar o seu entendimento. Contudo, o sistema imune é complexo pois envolve uma gama de reações fisiológicas e bioquímicas capazes de eliminar os causadores de doença. Contudo, no campo da imunologia são chamados de antígenos, ou seja, toda molécula ou ser vivo capaz de deixar a gente doente.

Antígeno.

Os antígenos caracterizados como partes ou substâncias inteiras que ao serem reconhecidos pelo sistema imune possuem a capacidade de fazer algum malefício. Sendo assim, os mesmos em primeiro contato com o organismo que nunca foi exposto a tal antígeno, causam as doenças imunológicas. Portanto, em um segundo contato com o corpo humano, a imunologia entra em ação e reconhece o agente maléfico para a sua eliminação. Portanto o anticorpo é o responsável pelo reconhecimento do antígeno após o primeiro contato.

Papel dos anticorpos.

Os anticorpos são glicoproteínas que tem como função principal combater os agentes infecciosos e nos livras das doenças. Desse modo, são chamadas de imunoglobulinas as quais possuem ações específicas contra os diversos antígenos. Sendo assim, produzidas pelos plasmócitos que são células derivadas do linfócito B, um subtipo de leucócito. Os anticorpos, encontrados no plasma sanguíneo, em alguns tecidos, e até no leite materno. Portanto, após produzidos os mesmos agem como patrulheiros afim de buscar os patógenos para a sua posterior eliminação.

Na imunologia, os anticorpos, classificados em cinco isótopos diferentes mas que desempenham papel semelhante. São eles:

  • Imunoglobulina A
  • Imunoglobulina D
  • Imunoglobulina E
  • Imunoglobulina G
  • Imunoglobulina M

A imunoglobulina G, tem como função primordial informar que o corpo já sofreu infecção e é capaz de reconhecer o antígeno com maior facilidade. Sendo assim, a imunoglobulina M é capaz de transmitir a informação de que no atual momento está sendo acometido pela patologia. Desse modo, a IgG tem a capacidade de informar que organismo já teve uma doença enquanto a IgM informa que o corpo está doente.

Interação Antígeno-Anticorpo, principal processo na imunologia. Principio do fator antinuclear.
Interação Antígeno-Anticorpo, principal processo na imunologia. Fonte.

Padrões nucleares para o fator antinuclear

Os padrões nucleares foram divididos em três grandes categorias: membrana nuclear, homogêneo e pontilhado.

Padrão tipo membrana nuclear e sua relação com o Fator antinuclear

Esta denominação foi adotada para diferenciá-la do antigo padrão periférico utilizado quando do uso de imprint de fígado de rato. Sendo assim, onde o DNA de dupla hélice se encontrava ancorado às proteínas da membrana nuclear. Desse modo da seu aspecto característico e que não encontra o mesmo significado quando do uso de células HEp-2. Além disso, o período em que ocorre o ancoramento nestas células é muito curto. Além do mais praticamente não encontrado na rotina laboratorial. O padrão é composto por uma fluorescência em toda a membrana nuclear (podendo ser emitida com informação adicional, em aspecto contínuo ou pontilhado). Não observamos fluorescência em nucléolos; a célula em divisão, em todos os estágios, e o citoplasma apresentam-se não-fluorescentes.

Padrão homogêneo

Apresenta o nucleoplasma fluorescente. Portanto, não é possível distinguir a área de nucléolo. A célula em divisão, em todos os estágios, é fluorescente, com decoração homogênea dos cromossomos. Citoplasma normalmente não-fluorescente.

Padrão pontilhado

A dificuldade de diferenciação dos tamanhos e formas com que os grânulos se apresentam fez com que o consenso considerasse obrigatório o laudo de padrão pontilhado. Sendo assim, o grupo dos pontilhados foi dividido em mitose fluorescente e não-fluorescente. Portanto, no subgrupo da mitose não-fluorescente foram considerados obrigatórios os laudos que se seguem.

Pontilhado pleomórfico

O nucleoplasma apresenta-se totalmente não-fluorescente na célula em fase G1 da interfase. Sendo assim passando a pontilhado com grânulos, variando de grosso, fino a fino denso na medida em que a célula evolui para as fases S e G2. Desse modo, o nucléolo, célula a partir da metáfase e citoplasma não-fluorescentes. Típico de PCNA.

Pontilhado do tipo pontos isolados

Nucleoplasma apresenta-se com pontos fluorescentes isolados. Sendo assim fornece-se como informação adicional, o número de pontos maior ou igual a dez ou menor do que dez pontos por núcleo.

Desse modo, a informação adicional a respeito do padrão pontilhado pode ser fornecida na dependência do equipamento ótico utilizado. Portanto, bem como da experiência do observador nos diagnósticos a seguir.

Pontilhado grosso

Nucleoplasma com grânulos de aspecto grosseiro. Portanto, nucléolo, célula em divisão e citoplasma não-fluorescentes.

Pontilhado grosso reticulado

Nucleoplasma com grânulos de aspecto grosseiro que se organizam em retículos associados a antígenos da matriz celular. Portanto, nucléolo, célula em divisão e citoplasma não-fluorescentes.

Pontilhado fino

Nucleoplasma com granulação fina. Portanto, nucléolo, célula em divisão e citoplasma não-fluorescentes.

Desse modo, no subgrupo dos pontilhados com mitose fluorescente temos os laudos a seguir.

Pontilhado centromérico (laudo obrigatório)

Nucleoplasma da célula apresenta-se em interfase, pontilhado com um número constante de 46 pontos. Desse modo, nucléolo normalmente não-fluorescente, célula em divisão pontilhada e citoplasma não-fluorescente.

No subgrupo da mitose fluorescente temos como laudo opcional o que se segue.

Pontilhado fino denso

Nucleoplasma da célula em interfase apresenta-se como um pontilhado fino denso. Sendo assim de aspecto quase homogêneo, e nucléolo não-fluorescente. Desse modo, a célula em divisão também apresenta decoração em pontilhado fino denso. Portanto quase homogêneo, dos cromossomos, na placa metafásica, com citoplasma não-fluorescente.

Padrões nucleolares para fator antinuclear

O consenso recomenda que os padrões nucleolares relatem-se como padrão nucleolar (laudo mínimo). Portanto, como informação adicional pode o observador relatar os laudos que se seguem.

Nucleolar homogêneo

Nucléolo homogêneo, a célula em divisão e o citoplasma não-fluorescentes.

Nucleolar aglomerado

Coloração de forma indefinida nos cromossomos. Sendo assim, o nucléolo se apresenta com grumos de intensa fluorescência. Desse modo, a célula em divisão mostra-se amorfa, com coloração indefinida dos cromossomos da placa metafásica. Portanto, citoplasma e núcleo não-fluorescentes.

Nucleolar pontilhado

O nucléolo apresenta-se com pontos isolados que tendem a confluir. Desse modo, a célula em divisão exibe pontos isolados (máximo de dez) e brilhantes na placa de cromossomos em metáfase. Portanto, citoplasma normalmente não-fluorescente.

Padrões citoplasmáticos no fator antinuclear

Os padrões citoplasmáticos dividem-se em dois grandes grupos: fibrilar e pontilhado.

Citoplasmático fibrilar

O laudo que caracteriza o grupo é obrigatório; já as três subdivisões do grupo são opcionais.

Citoplasmático fibrilarlinear

Fibras de estresse que constituem o citoesqueleto decoradas de forma retilínea. Desse modo,cruzando toda a extensão da célula e não respeitando os limites nucleares. Portanto, núcleos e nucléolos não-fluorescentes.

Citoplasmático fibrilarfilamentar

Decoração de filamentos com acentuação uni ou bipolar em relação à membrana nuclear. Portanto, núcleos e nucléolos não-fluorescentes.

Citoplasmático fibrilarsegmentar

Apenas segmentos curtos das fibras de estresse se encontram fluorescentes. Sendo assim, núcleo e nucléolos negativos. Desse modo, nas células em divisão, podemos observar, eventualmente, grânulos intensamente fluorescentes. Portanto correspondem à forma globular das proteínas do citoplasma.

Citoplasmático pontilhado

O laudo que caracteriza o grupo e o subgrupo polar é obrigatório; já as quatro subdivisões restantes são opcionais.

Citoplasmático pontilhadopolar

Este também é um laudo obrigatório, pois evidencia cisternas do aparelho de Golgi. A decoração é apenas citoplasmática em pontos agrupados de situação perinuclear, normalmente em apenas um pólo nuclear. Núcleo, nucléolo e célula em divisão não-fluorescentes.

Citoplasmático pontilhado com pontos isolados

Pontos definidos de número variável por toda a extensão do citoplasma. Núcleo, nucléolo e célula em divisão não-fluorescentes.

Citoplasmático pontilhado fino denso

Fluorescência de finos, densos e confluentes pontos, chegando à quase homogeneidade. O núcleo pode ou não apresentar uma leve decoração homogênea na área do nucléolo. A célula em divisão é não-fluorescente.

Citoplasmático pontilhado fino

Pontos definidos em grande número e densidade; célula em divisão e nucléolo não-fluorescentes.

Citoplasmático pontilhado reticulado

Fluorescência em retículo por todo o citoplasma. Núcleo, nucléolo e célula em divisão não-fluorescentes.

Aparelho mitótico

O grupo de antígenos do aparelho mitótico foi subdividido em três subgrupos de laudo obrigatório.

Centríolo

Ponto fluorescente isolado na célula em repouso (interfase) que se divide em dois e migra ao pólo oposto do núcleo à medida que a célula entra em divisão.

Ponte intercelular e Fator antinuclear

Antígenos que formam a união entre célula-mãe e célula-filha ao final da telófase. Observam-se com fluorescência intensa na ponte citoplasmática, que sofrerá clivagem ao final da divisão celular.

Fuso mitótico

O fuso mitótico poderá ser observado de forma diferenciada em duas situações: 1) na presença de anticorpos contra a proteína NuMA 1 (antígeno associado à mitose do tipo 1), encontramos intensa fluorescência do tipo pontilhado fino denso no nucleoplasma das células em repouso e decoração em cone dos pólos do fuso mitótico nas células que estão em mitose. Citoplasma não-fluorescente; 2) na presença do antígeno NuMA 2, as células em repouso se encontram não-fluorescentes em todas as suas estruturas. Há decoração intensa e grosseira dos pólos mitóticos das células em divisão, e as pontes intercelulares são positivas em telófase. Citoplasma não-fluorescente.

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