A nitretação gasosa é um tratamento termoquímico que busca adicionar nitrogênio na superfície de uma peça de aço por via gasosa. A adição de nitrogênio não só melhora a resistência ao desgaste da peça, como também melhora sua resistência à corrosão e à fadiga. É um tratamento aplicável em aços de baixa liga, em aços inoxidáveis e em aços ferramenta.
O tratamento ocorre em fornos, nos quais há a queima de gases que fornecem nitrogênio à peça, que penetra em camadas mais profundas por meio da difusão. As principais substâncias fornecedoras de nitrogênio são a amônia e o gás nitrogênio. A temperatura do processo está entre 500 °C e 570 °C, temperaturas abaixo da temperatura crítica e nas quais a solubilidade do nitrogênio no aço é máxima. O processo pode durar de 10 a 80 horas, podendo produzir uma camada endurecida por nitrogênio de 0,2 mm a 7,0 mm.
Vantagens e Limitações
Este tratamento termoquímico não necessita de têmpera e revenido posterior, como ocorre na cementação. As baixas temperaturas de realização do processo diminuem o risco de empenos, distorções e trincas no produto. É um processo limpo, eficiente e que permite um bom controle da composição e da espessura da camada nitretada, além de que não se faz necessário preaquecimento ou limpeza posterior. Há uma menor perda de dureza no aquecimento em comparação à nitretação líquida.
A nitretação gasosa não é aplicável nos aços carbono, o que é uma grande limitação por serem aços de baixo custo muito populares. É um processo consideravelmente lento, mesmo produzindo uma grande camada endurecida. Há uma expansão inerente do processo e cuja remoção só pode se dar pelo processo de retífica. A amônia é uma substância tóxica, cujo manejo demanda certos cuidados do operador. O custo dos equipamentos e da mão-de-obra são fatores limitantes.
