O que é pseudociência?

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Provavelmente você deve conhecer o que é ciência, mas e o que é pseudociência?. De fato, com o passar dos anos a humanidade evoluiu e muito seu conhecimento científico e suas percepções sobre o mundo e as relações que envolvem todos os seres. Entretanto, esse desenvolvimento carrega consigo um grande vilão, a pseudociência que busca usar pequenas verdades científicas para estabelecer visões e paradigmas tendenciosos e errados.

Nesse sentido, hoje trazemos nesse artigo um guia completo sobre as pseudociências. De início, vamos te explicar o que elas são, a propósito, as vezes você mesmo é vítima de uma pseudociência e se quer se dá conta disso. Posteriormente, vamos te explicar os perigos que elas podem trazer a nós como indivíduos, sociedade e até mesmo como espécie humana. Por fim, vamos te mostrar como você pode identificar essas pseudociências e não cair em falácias pseudocientíficas.

Então, vem comigo gurunauta, que hoje nós vamos ter um papo bem científico.

Entendendo o que é pseudociência

Para entendermos o que é uma pseudociência é necessário entendermos o que de fato é ciência e o conhecimento científico. Com efeito, é importante que saibamos que toda a forte credibilidade que a ciência possui é justamente atrelado ao método científico que é estabelecido em fortes bases filosóficas.

Como o conhecimento científico é produzido ?

Decerto, o método científico é uma abordagem sistemática e rigorosa para a investigação, que é usada para obter conhecimento científico confiável e verificável. Em suma, ele consiste num processo contínuo e iterativo, no qual os cientistas formulam hipóteses, coletam dados empíricos através de observação e experimentação, analisam os resultados e tiram conclusões a partir deles.

Ademais, saiba que não vamos nos euxaurir sobre o método científico pois esse não é nosso foco. Entretanto, se você tiver mais interesse nesse assunto pode conferir alguns detalhes no artigo: Metodologia científica: Entenda o método da ciência. O ponto que você precisa saber é que, toda pesquisa científica é fortemente embasada num método rigoroso. Além disso, toda produção científica ainda passa por importantes crivos antes de suas publicações que são feitas por revistas e parecistas especializados sobre o tema.

O que são e como é feita a produção de pseudociências

Diferentemente da ciência e do conhecimento científico, aqui não vemos qualquer método rigoroso e sistemático de produção de conteúdo. Certamente, as pseudociências carregam uma origem na ciência, todavia, em um fato desconexo de contexto o qual é usado para criar um certo “embasamento” que a sustente. Logo, elas são produzidas a partir de verdades distorcidas que são direcionadas para a constatação e comprovação de fenômenos naturais ou sociais que, normalmente, é de interesse do produtor da pseudociência.

Alguns exemplos de pseudociências são a astrologia, a homeopatia, a quiropraxia, a ufologia, entre outras. Embora essas áreas possam ter suas próprias teorias e práticas, elas não seguem o método científico e não possuem evidências empíricas para sustentar suas alegações. Por isso, são consideradas pseudociências.

Motivações para a pseudociência existir

De fato, como mencionamos na seção anterior, as pseudociências não seguem o método científico e constituem-se de meias verdades. Entretanto, é interessante nos questionarmos uma coisa: por que as pseudociências existem?. Decerto, anteriormente também fornecemos alguns exemplos de pseudociências, algumas antigas e outras mais recentes e saiba que elas possuem também algo em comum além da não cientificidade.

Motivo 1. Pseudociências antigas e o universo

Em verdade, as pseudociências permeiam a humanidade a muitos anos, entretanto, quando vemos o panorama histórico percebemos por que elas existiam. Decerto, no início das civilizações práticas como a astrologia, o geocentrismo e ritos religiosos de sacrifício refletiam a tentativa de povos em entender sua realiadade e seus relacionamentos com divindades.

Assim, podemos ver que essas pseudociências urgem da necessidade de conhecimento dos povos, porém, em seus respectivos momentos esses povos não tinham conhecimento filosófico e técnico do método científico. Em verdade, a medida que se estabelecia o conhecimento científico, muitas dessas visões sumiam, já que se mostraram tentativas falhas de compreender o cosmos.

Todavia, veja que até hoje nós falamos de astrologia e a voga de signos é um tema ainda presente. Então, por que essa pseudociência ainda se mantém? Para isso, vamos ver o motivo 2.

Motivo 2. O comércio das pseudociências

Certamente, o comércio e o dinheiro é algo que sustenta e muito as pseudociências. Em geral, vemos vários mercados lucrando alto com produtos originados da pseudociência. Por exemplo, podemos citar:

  1. Terapias alternativas sem comprovação científica, como acupuntura, homeopatia e quiropraxia. Por vezes, vemos esse tipo de terapia sendo vendida como uma cura para uma variedade de condições de saúde, mas não possuem evidências científicas para comprovar sua eficácia.
  2. Produtos de emagrecimento e tonificação muscular, como cintas vibratórias, cremes redutores de gordura e suplementos alimentares “milagrosos”. Os quais são vendidos como soluções fáceis e rápidas para perda de peso e ganho de massa muscular, mas muitas vezes não possuem evidências científicas para apoiar suas alegações.
  3. Cursos e treinamentos que prometem habilidades sobrenaturais, como leitura de aura, telepatia, clarividência e outras habilidades psíquicas.
  4. Cristais. Em suma, nós vemos cristais sendo vendidos com a premissa de possuirem propriedades curativas e energéticas e até mesmo sendo usados em terapias. No entanto, não há evidências científicas que comprovem que os cristais têm algum efeito sobre a saúde ou o bem-estar.
  5. Astrologia: a astrologia é uma prática antiga que se baseia na crença de que a posição dos planetas e das estrelas no momento do nascimento de uma pessoa pode influenciar sua personalidade, destino e vida. Muitas pessoas consultam astrólogos para orientação e conselhos baseados em seus horóscopos.
Representação de cristais que, por conta das pseudociências, são comumente associados a propriedades energéticas e curativas.
Figura 1. Representação de cristais que são comumente associados a propriedades energéticas e curativas.

Os perigos da pseudociência

Pseudociências apresentam muitos perigos potenciais, e é importante que as pessoas estejam cientes desses riscos. Em verdade, dada a extensão das pseudociências em várias áreas de atuação, seus efeitos podem atingir diversas pessoas e de diferentes modos. Em particular, as áreas da psicologia, médica, do meio ambiente e até mesmo no ensino básico e superior tornam-se grandes prejudicados pelas pseudociências.

A pseudociência na psicologia e medicina

No âmbito das ciências da saúde temos um forte alerta para as pseudociências. Em verdade, a inserção das mesmas aqui ocorrem, na maioria das vezes, como tratamentos alternativos e/ou terapias alternativas que seguem com a promessa de cura. Entretanto, há vários estudos que mostram que efeitos e riscos muito significativos dessas práticas

Por exemplo, no estudo de Souza et al. (2020), vemos uma revisão sistemática da literatura. Em verdade, no artigo é possível identificar várias psicoterapias não comprovadas que são praticadas na área clínica e consideradas pseudocientíficas. Os autores apresentaram uma análise crítica de cada uma das práticas identificadas, ressaltando a falta de evidência empírica que as sustenta e os potenciais riscos para a saúde mental dos pacientes que as recebem.

Além disso, no artigo de Fritze, D., & Taylor, T. (2017), que segue em referência, vemos que os autores mostram os riscos de tratamentos alternativos em pacientes com câncer. Ademais, os pesquisadores mostram, inclusive, que esses tratamentos interferem na eficácia de tratamentos médicos convencionais.

A pseudociência nas ciências ambientais

Nas áreas ambientais, vemos as pseudociências aparecendo com um caráter negacionista. Com efeito, a pseudociência desmente vários fatos constatados, como o aquecimento global e até mesmo os incêndios da Amazônia, e os apresenta na forma de um alarde científico. Ademais, no artigo “Critical thinking in environmental science education: Addressing the problem of pseudoscience” o autor destaca a importância do pensamento crítico no ensino das ciências ambientais, especialmente no combate às pseudociências que podem influenciar negativamente a tomada de decisões em questões ambientais.

A pseudociência na educação

De fato, ideias pseudocientíficas se alastrasm de modo a interfeir nas próprias relaões de ensino e aprendizagem. Em particular, no âmbito da educação vemos que isso ocorre através do embate entre alunos e professores. Entretanto, é bom frisarmos que estamos nos referindo tanto a professores quanto alunos que levam à sala questões como terraplanismos, questionamentos infundados da teoria da evolução entre outros para então por em cheque ou o ensino do professor (quando o aluno fala) ou doutrinar os estudantes (quando a fala parte do professor).

Identifique as pseudociências e não caia em falácias.

Agora que você chegou até aqui, vamos te mostrar como você pode identificar as pseudociências. Em geral, o texto como um todo já deve ter de dado um spoiler sobre essa parte. Certamente, o que você tem que ter mente para não cair em pseudociências é ter um pensamento crítico e reflexivo, busque questionar e pesquisar produtos, itens e correntes de ideais que pareçam ser muito diferente do que já conhecemos pela ciência.

Ademais, há outras dicas importantes que podem fazer com que você escape de cair nessas falácias, por exemplo

  • Considere o consenso científico: quando há um consenso científico em relação a um determinado assunto, é importante levar isso em consideração.
  • verifique as evidências, se há evidências científicas para sustentar as alegações. Desconfie de afirmações que parecem ser muito boas para ser verdade.
  • Fique atento a falácias: pseudocientistas muitas vezes utilizam falácias lógicas para convencer as pessoas de suas teorias. Fique atento a argumentos que parecem não fazer sentido ou que tentam desviar o foco do assunto principal.
  • Converse com especialistas: se tiver dúvidas ou quiser saber mais sobre um assunto específico, converse com especialistas na área. Eles podem fornecer informações valiosas e ajudá-lo a entender melhor o que é verdadeiro e o que não é.

E é isso gurunauta, espero que tenha gostado do texto e com isso que você não caia em pseudociências. Com isso, certamente você será capaz de ajudar até mesmo a ciência, uma vez que você deixa de ser uma parte integrante da cadeia que sustenta as pseudociências.

Referências

  • LALANDE, A. Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
  • SANTOS, E. A. Pseudociência: o que é e como combatê-la. Caderno Brasileiro de Ensino de Física, v. 27, n. 2, p. 279-300, 2010.
  • HOYOS, N. A. O que é pseudociência? Revista Brasileira de História da Ciência, v. 7, n. 2, p. 231-252, 2014.
  • SOUZA, R. A. et al. Pseudociência na prática clínica: uma revisão sistemática sobre psicoterapias não comprovadas. Revista de Psicologia da UNESP, v. 19, n. 2, p. 147-164, 2020.
  • Fritze, D., & Taylor, T. (2017). Alternative medicine and the dangers of pseudoscience in the fight against cancer. The American Journal of Medicine, 130(6), 763-766. doi: 10.1016/j.amjmed.2017.01.033.
  • BOWMAN, N. A.; HARTER, L. M.; EVANS, E. M. Critical thinking in environmental science education: Addressing the problem of pseudoscience. Journal of Environmental Education, v. 52, n. 1, p. 1-12, 2021.
  • NOVAK, J. The Science of Pseudoscience. Disponível em: https://www.psychologytoday.com/us/blog/the-nature-nurture-nietzsche-blog/201502/the-science-pseudoscience. Acesso em: 27 mar. 2023.

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