A Revolução Praieira
Enquanto isso, na província de Pernambuco, o poder e a riqueza estavam nas mãos de poucas famílias, o que causava grande insatisfação social; a família Cavalcanti sozinha, por exemplo, era dona de um terço dos engenhos pernambucanos. Dessas famílias tradicionais, outra fator de descontentamento em Pernambuco era o Partido Conservador. Nesse contexto, um grupo de liberais formou um partido político: o Partido da Praia, assim chamado porque a sede de seu principal jornal, o Diário Novo, ficava na Rua da Praia. Nesse ambiente tenso, os conservadores subiram ao poder e demitiram 40 funcionários públicos que tinham sido contratados pelos liberais e eram ligados aos pelas armas, dando início à Revolução Praieira. A luta começou em Olinda, estendeu-se à Paraíba e contou com a participação de diferentes grupos sociais: senhores de engenho, comerciantes, militares, trabalhadores temporários, pequenos lavradores, rendeiros e desempregados; a liderança coube aos senhores de engenho. Durante a luta, o jornalista Borges de Fonseca redigiu o Manifesto ao Mundo, de 1º de janeiro de 1849, no qual expôs as exigências a seguir.
1ª - o voto livre e universal do povo brasileiro.
2ª - A plena liberdade de imprensa.
3ª - O trabalho como garantia de vida para o cidadão brasileiro.
4ª - O comércio a retalho só para cidadãos brasileiros.
5ª - A extinção do Poder Moderador.
Comandados por um de seus líderes, o capitão Pedro Ivo da Silveira, os praieiros tentaram conquistar Recife. E, apesar de terem obtido algumas vitórias, foram derrotados pelo Império.