Sou um "livrólatra". Tenho vício em livros. Começo um, devoro e já parto para outros. Não posso evitar. Devo admitir que o momento de pós-leitura é melhor do que a leitura em si, pois passo a diagnosticar os motivos pelos quais o enredo chegou ao clímax. Refletir faz parte dessa arte léxica. Assim posto, meu gosto por livros é condicionado: jamais cederei à literatura digital. A experiência não tem a mesma tenacidade, em minha opinião.
Durante a semana observei, dentro de um ônibus, alguns jovens usando aparelhos de ebooks. Sem temer olhares paralelos, eles liam arquivos que outrora eram impressos e colocados com orgulho na estante. Parei para pensar. Será que os livros eletrônicos vão acabar com o bom e velho livro em sua forma ortodoxa? Será que todo papel, por uma questão de praticidade, será substituído por um link dentro de computadores?
Desde Gutenberg, fundador da prensa gráfica - que permitiu a propagação de um imenso universo literário - o homem deu asas à criação. A comunicação escrita, restrita então às classes dominantes, viu na impressão uma expansão dos cantos da Europa e do mundo. E tal processo permanece em constante movimento, pois os impressos, tidos como grande referência.