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Emily

Português03/05/2024

"A bela dos cabelos de ouro A brisa trouxe até Isolda uma me...

"A bela dos cabelos de ouro A brisa trouxe até Isolda uma melodia estranha e, ao mesmo tempo, muito triste. A jovem apurou os ouvidos. Estava com os cotovelos apoiados na amurada do navío que a levava de volta para casa, após passar parte da primavera com parentes, ao norte. Naquele momento, o navio atravessava a neblina mágica que escondía seu reino do restante do mundo, uma lembrança deixada por fadas, gnomos e outros seres que hoje preferiam habitar o invisível. Talvez um dia a neblina desaparecesse para sempre, quando o mundo dos humanos deixasse de acreditar na magia. A manhã acabara de nascer. O sol deveria espantar a atmosfera irreal, porém mantinha seu respeito por ela. Alguns de seus raios, um pouco mais ousados, deixavam pontos lumi- nosos pelo caminho de espuma que o navio abria pelo mar. As velas vermelhas do navio tremulavam suaves, sem vontade de acelerar o ritmo da viagem. Isolda passara a madrugada junto à amurada. Refletira sobre sua vida, sobre quem era, sobre o que desejava para seu futuro. Não concordava com tantas coisas; sabia de tantas maldades, tanta injustiça. No entanto, ela estava ali, sem o poder de mudar nenhum destino, principalmente o seu. "De onde vem essa melodia, afinal?", pensou, intrigada. Atravessou o convés até a outra ponta, de onde avistou um bote. E o navio, seguindo sua rota já traçada, afastava-se cada vez mais dele. Vamos voltar! ordenou a jovem ao comandante. Quero descobrir o que há naquele bote.


A princípio, os marinheiros acharam que havia um cadáver apodrecendo no bote, pois o cheiro era terrível. Mesmo assim, por insistência de Isolda, trouxeram-no a bordo, com sua harpa. Surpresa, ela descobriu que o infeliz respirava. Fora covardemente surrado. O cheiro vinha de um ferimento no ombro que, pelo jeito, não queria cicatrizar. "Veneno", deduziu a jovem. "E é um dos venenos que somente minha mãe sabe preparar." Disposta a desvendar aquele mistério, Isolda mandou que colocassem o infeliz em seu camarote, junto com a harpa.

  • Acho que ele é um menestrel, senhora - disse Brangien, a serva que crescera junto com Isolda. Tinham a mesma idade, dezesseis anos [...]. As semelhanças se deviam a único fato: Brangien era uma neta bastarda do avô materno de Isolda. A serva ajudou sua senhora a preparar uma poção que, se tivessem sorte, anularia o efeito do poderoso veneno. Deitado no leito, o menestrel não se movia. Não tinham muito tempo para salvá-lo.

Isolda misturou várias ervas e algumas gotas de óleos diferentes em um pequeno caldeirão de ferro. Sua mãe era mestra em criar venenos, mas odiava se dedicar aos antídotos.

  • Alecrim ou mandrágora? - perguntou a jovem para Brangien. A outra deu de ombros. Não entendia nada de poções.

Veja se ele ainda respira. Talvez algumas pétalas de jasmim... [...] Ela abriu seu baú, espa- lhou roupas para todos os lados até que, lá no fundo, encontrou a bolsinha que procurava. Ele está morrendo, senhora - avisou a serva, que acabava de checar a respiração muito fraca do menestrel. O mais rápido que pôde, Isolda acrescentou as pétalas à mistura e coou o líquido espesso, passando-o para uma caneca de cobre. Por fim, cobriu a boca da caneca com as mãos e evocou a magia de suas antepassadas. Era naquele instante, no contato com o invisível, que a garota com sangue de fada, herdado de sua avó materna, poderia ganhar a chance de salvar uma vida. E, finalmente, ter o poder de mudar um destino. A magia percorreu seu corpo, como esperava, escapando para a poção pela ponta de seus dedos. Correndo, a jovem foi até o menes- trel e, com a ajuda de Brangien, fez com que ele bebesse o líquido que da caneca. Quando a última gota desapareceu de vista, ela manteve seu rosto perto do rosto dele, esperando, ansiosa, algum sinal de o antídoto fizesse efeito. Demorou para que o menestrel entreabrisse os olhos e a fitasse por alguns segundos, como se visse a imagem de um sonho.

  • Olá, fada... -, murmurou ele, com ternura, antes de adorme- cer novamente. [...]"

uma melodia estranha e muito triste chama a atenção de Isolda, possibilitando que ela descubra o bote em que Tristão se encontra. Considerando que Tristão não poderia ter tocado a música porque estava inconsciente, o que esse fato sugere sobre esse encontro das personagens

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