Texto I
Diário de Um Detento
Mano Brown
São Paulo, dia primeiro de outubro de 1992, oito horas da manhã
Aqui estou, mais um dia
[...]
Na muralha, em pé, mais um cidadão José
Servindo o Estado, um PM bom
Passa fome, metido a Charles Bronson
Ele sabe o que eu desejo
Sabe o que eu penso
O dia 'tá chuvoso o clima 'tá tenso
Vários tentaram fugir, eu também quero
Mas de um a cem, a minha chance é zero
Será que Deus ouviu minha oração?
Será que o juiz aceitou a apelação?
[...]
Disponível em: https://www.letras.mus.br/racionais-mcs/63369/. Acesso em: 24 abr. 2024.
Texto II
1920, 4 de janeiro
O Pavilhão e a Pinel
Estou no hospício ou, melhor, em várias dependências dele, desde o dia 25 do mês passado. Estive no pavilhão de observações, que é a pior etapa de quem, como eu, entra para aqui pelas mãos da polícia.
Tiram-nos a roupa que trazemos e dão-nos uma outra, só capaz de cobrir a nudez, e nem chinelos ou tamancos nos dão. [...]
BARRETO, Lima. Diário do hospício. Secretaria Municipal de Cultura. Biblioteca Carioca: Rio de Janeiro, 1993.
Ao comparar as características dos Textos I e II, podemos afirmar estarem corretas as DUAS alternativas a seguir.
Os textos narram uma sequência de acontecimentos e sentimentos de quem escreve.
Os textos apresentam o ponto de vista em 3ª pessoa que observa de fora da narração.
O uso de poesia no Texto I e da prosa do Texto II impedem que o gênero seja o Diário.
O registro da data está no início de cada texto, a fim de situar os acontecimentos no tempo.