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Ana Luiza Barbosa da Costa Veiga Márcio Aleixo da Cruz Volume 1 Fundamentos de Finanças Fundação CECIERJ Consórcio cederj Ana Luiza Barbosa da Costa Veiga Márcio Aleixo da Cruz Volume 1 Fundamentos de Finanças Apoio Referências Bibliográfi cas e catalogação na fonte de acordo com as normas da ABNT Copyright 2007 Fundação Cecierj Consórcio Cederj Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico mecânico por fotocópia e outros sem a prévia autorização por escrito da Fundação 20091 Material Didático ELABORAÇÃO DE CONTEÚDO Ana Luiza Barbosa da Costa Veiga Márcio Aleixo da Cruz COORDENAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL Cristine Costa Barreto DESENVOLVIMENTO INSTRUCIONAL E REVISÃO José Meyohas Marcelo Bastos Matos Priscilla Guzzi Pinto Teixeira COORDENAÇÃO DE AVALIAÇÃO DO MATERIAL DIDÁTICO Débora Barreiros V426f Veiga Ana Luiza Barbosa da Costa Fundamentos de fi nanças v 1 Ana Luiza Barbosa da Costa Veiga Márcio Aleixo da Cruz Rio de Janeiro Fundação CECIERJ 2009 180p 19 x 265 cm ISBN 9788576484097 1 Finanças 2 Tributação 3 Mercado fi nanceiro 4 Tabelas fi nanceiras I Cruz Márcio Aleixo da II Título CDD 65815 Fundação Cecierj Consórcio Cederj Rua Visconde de Niterói 1364 Mangueira Rio de Janeiro RJ CEP 20943001 Tel 21 22994565 Fax 21 25680725 Presidente Masako Oya Masuda VicePresidente Mirian Crapez Coordenação do Curso de Administração UFRRJ Ana Alice Vilas Boas UERJ Aluízio Belisário EDITORA Tereza Queiroz REVISÃO TIPOGRÁFICA Cristina Freixinho Diana Castellani Elaine Bayma Patrícia Paula COORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO Jorge Moura PROGRAMAÇÃO VISUAL Márcia Valéria de Almeida ILUSTRAÇÃO Sami Souza CAPA Sami Souza PRODUÇÃO GRÁFICA Andréa Dias Fiães Fábio Rapello Alencar Departamento de Produção Universidades Consorciadas Governo do Estado do Rio de Janeiro Secretário de Estado de Ciência e Tecnologia Governador Alexandre Cardoso Sérgio Cabral Filho UENF UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO Reitor Almy Junior Cordeiro de Carvalho UERJ UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Reitor Ricardo Vieiralves UNIRIO UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO Reitora Malvina Tania Tuttman UFRRJ UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO Reitor Ricardo Motta Miranda UFRJ UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO Reitor Aloísio Teixeira UFF UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Reitor Roberto de Souza Salles Aula 1 O que são fi nanças 7 Márcio Aleixo da Cruz Aula 2 O ambiente legal e tributário25 Ana Luiza Barbosa da Costa Veiga Aula 3 Mercado fi nanceiro segmentação e instituições uma abordagem geral 63 Ana Luiza Barbosa da Costa Veiga Aula 4 O uso das tabelas fi nanceiras 87 Márcio Aleixo da Cruz Aula 5 Fundamentos de retorno e risco de um ativo115 Ana Luiza Barbosa da Costa Veiga Aula 6 Risco de um ativo 151 Márcio Aleixo da Cruz Referências 175 Fundamentos de Finanças Volume 1 SUMÁRIO Subtítulo PILAS EN SERIE PARA SUMAR VOLTAJES Imagen de una batería de auto y dos pilas conectadas en serie TEXTO Una forma sencilla de conseguir un voltaje mayor es conectar varias pilas en serie de manera de que la electricidad que circula por un cable a la derecha de la pila 1 debe cruzar la pile 2 luego la pila 3 La corriente que circula por el circuito es la misma en toda la serie pero a medida que circula debe cruzar cada una de las baterías o pilas que suman sus voltajes 45 V 45 V 45 V 135 V O que são finanças Ao final do estudo desta aula você deverá ser capaz de definir o objetivo máximo da administração financeira conceituar agentes financeiros superavitários e deficitários e relatar sua importância no mercado financeiro elencar as atividades e funções do administrador financeiro citar exemplos de decisões a serem tomadas pelo administrador financeiro analisar possível problema de agency nas empresas 1 objetivos A U L A Meta da aula Apresentar ao aluno a importância da administração financeira para as empresas e os desafios a serem enfrentados pelo administrador financeiro 1 2 3 4 5 8 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 9 AULA 1 INTRODUÇÃO Esta aula iniciase com a definição de finanças abordando logo a seguir decisões de financiamento e investimento cruciais para o bom desempenho e o atingimento dos objetivos da equipe de finanças Veremos como estão divididas as funções a serem exercidas na administração financeira depois apresentaremos os motivos essenciais para que você aprenda finanças e a importância delas dentro da empresa Em seguida apresentaremos as responsabilidades da equipe de finanças dentro de uma empresa e as atividades específicas que contribuirão para a consecução dos seus objetivos Os objetivos da empresa no que tange à área financeira são os assuntos a serem discutidos antes do problema de agency e de definirmos quem são os stakeholders Boa aula POR QUE É IMPORTANTE PARA VOCÊ ESTUDAR FINANÇAS Estudar finanças não é importante apenas para a sua carreira profissional mas também o ajudará a entender e gerenciar sua vida financeira pessoal mais adequadamente Suponhamos o seguinte você tem duas dívidas e tem dinheiro para liquidar apenas uma delas O que você precisa saber para escolher corretamente aquela que deve ser paga Basicamente a taxa de juros cobrada pelos seus credores Você liquidará prioritariamente a dívida que exige pagamento de juros mais altos Outro exemplo você tem um dinheirinho sobrando e quer fazer uma aplicação financeira É conveniente para você aplicar todo o dinheiro em uma única aplicação ou procurar diversificar Aplicações financeiras que proporcionam maiores retornos quase sempre também possuem maiores riscos Aqui entenda que risco é a possibilidade de perda Não se preocupe pois a partir da Aula 5 você começará a estudar risco e suas conseqüências em finanças Mesmo que a área financeira não seja aquela de seu interesse veja por que o conhecimento dela se faz necessário As áreas da empresa que mais se interagem com finanças são Administração estratégia é uma área importante da administração Pensar em estratégia empresarial significa pensar estratégias para empresa como um todo 8 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 9 AULA 1 inclusive a financeira É necessário que os administradores das diversas áreas da empresa tenham noção de como seus negócios afetam os lucros bem como saibam o que fazer para aumentar sua lucratividade Contabilidade analistas financeiros fazem uso intenso de informações prestadas pela Contabilidade Conhecer finanças irá ajudálos a reconhecer as informações mais úteis Marketing quem trabalha na área de marketing precisa lidar constantemente com orçamentos que são especialidade da área financeira Os analistas financeiros precisam de informações dos analistas de mercado área de marketing para tomar decisões corretas Já a indústria financeira costuma empregar profissionais de marketing para auxiliar na venda de produtos financeiros novas contas bancárias seguros previdência privada etc Você deve estudar com igual interesse todas as áreas da empresa pois só assim irá se tornar um profissional completo e imprescindível para as empresas E estudando finanças você poderá gerenciar sua vida financeira pessoal de forma a ter menos infortúnios O QUE SÃO FINANÇAS DE EMPRESAS Quando você pensa em finanças o que vem à sua mente Certamente você responderá dinheiro De acordo com Gitman 2004 p 4 finanças são a arte e a ciência da gestão do dinheiro Então finanças de empresas são as formas de gerir o dinheiro delas Para Lemes Júnior et al 2005 p 4 administração financeira é a arte e a ciência de administrar recursos financeiros para maximizar a riqueza dos acionistas Podemos notar semelhanças nas duas definições de administração financeira ou de finanças citadas anteriormente Você pode procurar definições em outros livros da área financeira mas é certo que não encontrará algo diferente disso 10 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 11 AULA 1 AGENTES FINANCEIROS SUPERAVITÁRIOS E DEFICITÁRIOS Agentes financeiros superavitários são as pessoas que recebem mais do que gastam empresas que têm mais receitas do que despesas e governos que arrecadam mais do que investem Esses são emprestadores de dinheiro Os agentes deficitários são os que gastam mais do que recebem pessoas têm despesas superiores às receitas empresas e investem mais do que arrecadam governos Esses são tomadores de empréstimos Responda com suas palavras o que são finanças de empresas Comentário Podem ser várias as respostas mas todas deverão citar pelo menos que finanças de empresas são a administração de recursos financeiros com o objetivo de maximizar a riqueza dos acionistas Atividade 1 DECISÕES DE FINANCIAMENTO E INVESTIMENTO No mercado financeiro pessoas empresas e governos buscam satisfazer as suas necessidades financeiras Os SUPERAVITÁRIOS aplicam o dinheiro excedente na poupança em títulos em ações etc ao passo que os DEFICITÁRIOS buscam recursos para suprir a sua falta Os agentes financeiros podem ser deficitários ou superavitários Quem são os agentes e quando eles estarão incluídos em uma ou em outra classificação Resposta Comentada Os agentes financeiros são pessoas empresas e as várias esferas de governo Serão consideradas superavitárias as pessoas que gastam menos do que recebem as empresas que obtêm receitas maiores do que as despesas e os governos que arrecadam mais do que investem São os conhecidos emprestadores de dinheiro Quando esses mesmos agentes têm gastos superiores aos ganhos despesas superiores às receitas e arrecadação menor do que os investimentos são considerados deficitários ou tomadores de empréstimos Atividade 2 10 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 11 AULA 1 Quando as empresas não têm recursos próprios suficientes e necessitam de dinheiro para investir normalmente buscam esses recursos no mercado financeiro Tais recursos podem ser provenientes de empréstimos emissão de títulos de longo prazo debêntures títulos de curto prazo commercial paper notas promissórias etc Perguntas a serem feitas pelo administrador financeiro sobre decisões a respeito do financiamento de empresas podem ser do tipo Que quantidade de recursos financeiros necessito tomar emprestado Que fonte de recursos é a mais barata para a empresa As empresas têm projetos de abertura de novos negócios de expansão de diversificação e de substituição de equipamentos entre outros Para que isso seja possível elas tomarão recursos emprestados como vimos anteriormente e investirão naqueles negócios que lhes forem lucrativos Um negócio lucrativo pode ser por exemplo a aquisição de uma máquina mais moderna a qual proporcionará à empresa uma taxa de retorno de 20 ao ano sendo que a empresa terá custos de 15 ao ano para implementar o negócio Por meio de técnicas de avaliação de investimentos assunto a ser discutido na disciplina Orçamento Estrutura e Custo de Capital definemse quais projetos devem ser implementados Grosso modo os projetos aceitáveis devem ser aqueles cujos recursos tomados emprestados para implementálos tenham custo inferior ao retorno proporcionado por eles Fazendo isso o administrador financeiro estará maximizando a riqueza o valor da ação dos acionistas Mas se nenhum projeto de investimento for considerado aceitável O administrador financeiro deve buscar no mercado financeiro alternativas de investimento para o dinheiro excedente poupança títulos ações de outras empresas recompra de ações da própria companhia etc 12 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 13 AULA 1 Décadas perdidas Você já deve ter ouvido falar das décadas perdidas nas quais o crescimento econômico brasileiro foi nulo ou negativo Grande parte desse acontecimento se deve à alta da inflação ocorrida no período Com inflação na estratosfera o planejamento de longo prazo foi esquecido pelas empresas já que de nada adiantavam planejamentos por um longo período de tempo Como as empresas não podiam ter certeza dos fluxos de caixa gerados por um novo investimento preferiam aplicar no mercado financeiro para garantir a manutenção do valor da moeda Com isso poucos investimentos foram feitos principalmente na modernização das empresas Paulatinamente elas deixaram de crescer Com a posse do presidente Fernando Collor de Mello e a abertura do mercado brasileiro proporcionada pelo seu governo as empresa brasileiras tiveram de reagir rapidamente à invasão de empresas e produtos estrangeiros Com o Plano Real colocado em prática durante a gestão do presidente Itamar Franco pelo então futuro presidente Fernando Henrique Cardoso a inflação foi domada Com a inflação sob controle as empresas puderam passar a fazer planejamentos por longo prazo e a investir mais na modernização de suas fábricas Quando um projeto de investimento deve ser aceito por uma empresa E se a empresa não possuir nenhum projeto de investimento aceitável quais são as alternativas para investimento dos recursos excedentes Resposta Comentada Um projeto de investimento deve ser aceito por uma empresa quando o custo para sua implementação for menor do que o retorno proporcionado por ele Se a empresa possuir recursos excedentes e não tiver projetos de investimentos aceitáveis ela deve recorrer ao mercado financeiro no qual encontrará uma série de aplicações financeiras que lhe irão proporcionar algum rendimento Atividade 3 Retornando à idéia anterior a tarefa do administrador financeiro parece bastante simples selecionar fontes de financiamento menos onerosas e aplicar os recursos em projetos que tenham maiores taxas de retorno Mas não é tão simples assim Você vai ver que no fascinante mundo das finanças de empresas as coisas são um pouco mais complexas Para começar geralmente existem cálculos a serem feitos antes de tomar uma decisão importante Não adianta nada os cálculos terem sido feitos corretamente se você tomou a decisão errada bem como de nada adianta uma decisão baseada em números errados 12 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 13 AULA 1 Os caminhos a serem seguidos por quem opta pela área financeira são muitos e você os verá a seguir OPORTUNIDADES DE CARREIRA NA ÁREA FINANCEIRA São muitas as oportunidades de carreira na área financeira e elas podem ser desenvolvidas em empresas no governo em organizações nãogovernamentais etc Lemes Júnior 2005 p 5 resume as funções da administração financeira agrupandoas em duas grandes áreas tesouraria e controladoria No Brasil as funções de tesouraria são exercidas pelo administrador financeiro e as funções de controladoria pelo CONTROLLER Tabela 11 Funções da administração financeira CONTROLLER É o responsável pelo acompanhamento e fiscalização das atividades financeiras de curto e de longo prazo pela contabilidade fiscal e gerencial e pelo gerenciamento da estrutura de capital da empresa Tesouraria Controladoria Administração do caixa Administração de custos e preços Administração de crédito e cobrança Auditoria interna Administração do risco Contabilidade Administração de câmbio Orçamento Decisão de financiamento Patrimônio Decisão de investimento Planejamento tributário Planejamento e controle financeiro Relatórios gerenciais Proteção de ativos Desenvolvimento e acompanhamento de sistemas de informação financeira Relações com acionistas e investidores Relações com bancos 14 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 15 AULA 1 O autor destaca ainda que algumas funções podem existir ou não em algumas empresas dependendo de suas necessidades sua natureza seu porte e estágio de desenvolvimento A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E RESPONSABILIDADES A equipe que compõe a área financeira de uma empresa deve buscar e obter fundos de modo a maximizar a riqueza dos acionistas Brigham et al 1999 p 7 cita algumas atividades específicas que isso envolve Previsão e planejamento a interação da equipe financeira com outras áreas da empresa é de absoluta importância para analisar e executar os planos que irão estabelecer a posição futura da empresa Decisões importantes de financiamento e investimento as decisões inerentes à aquisição de equipamentos investimento em estoques e expansão das instalações por exemplo devem ser a base para o crescimento de uma empresa Os recursos a serem utilizados virão de terceiros empréstimos emissão de debêntures etc ou serão próprios da empresa lucros retidos injeção de capital dos sócios etc Os capitais de terceiros devem ser de curto ou de longo prazo Essas são perguntas a serem respondidas pelos que compõem a equipe financeira da empresa Analise os itens a seguir e diga à qual das duas grandes áreas da administração financeira pertencem a Determinar os custos das mercadorias e seus preços de venda b Verificar se a empresa terá dinheiro excedente e aplicálo ou se ela precisará tomar dinheiro emprestado c Decidir onde e como tomar recursos emprestados e em quais projetos de investimento aplicálos d Acompanhar a elaboração dos demonstrativos contábeis da empresa Resposta Comentada Pelas características de cada um podese chegar à conclusão de que os itens a e d pertencem à área de controladoria os itens b e c pertencem à área de tesouraria Atividade 4 14 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 15 AULA 1 Coordenação e controle as decisões tomadas pela equipe de marketing afetam o crescimento das vendas e por conseguinte as necessidades de investimento da empresa Portanto deve haver comunicação constante e acompanhamento preciso das decisões que afetam outras áreas da empresa ou a mesma como um todo Trabalho com os mercados financeiros é no mercado monetário e de capitais subdivisões do mercado financeiro que a empresa irá atuar buscando recursos necessários para tocar seus projetos de investimento nos quais negociará títulos e ações da empresa Portanto decisões corretas quanto a financiamento e investimento atitudes positivas quanto ao mercado financeiro e comunicação eficaz só irão contribuir para que a empresa atinja o objetivo de maximizar a riqueza dos acionistas OS OBJETIVOS DA EMPRESA Uma empresa tem vários objetivos na área financeira Assumimos que o maior deles deve ser a maximização da riqueza dos acionistas Um acionista investe seu dinheiro em uma empresa buscando a maior rentabilidade possível Portanto você administrador financeiro contratado por uma empresa para gerir seus recursos deve encontrar meios para a obtenção da rentabilidade máxima Este assunto será abordado em detalhes na disciplina Orçamento Estrutura e Custo de Capital Mas se você obtiver lucros crescentes não estará maximizando a riqueza dos acionistas Isso até pode ser verdade para curtos períodos de tempo quando o objetivo maior da empresa passa a ser a maximização do lucro Você verá na disciplina mencionada anteriormente que a busca da maximização dos lucros nem sempre resulta na maximização da riqueza do acionista Claro que você administrador financeiro contratado por uma empresa que tem sua remuneração atrelada aos lucros que ela obtiver sempre fará com que a empresa obtenha lucros maiores Isso gera um conflito potencial de interesses entre os administradores financeiros e os acionistas O tópico a seguir aborda esse assunto em detalhes 16 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 17 AULA 1 Qual deve ser o objetivo maior da administração financeira nas empresas Comente Resposta Comentada O objetivo máximo da administração financeira é a maximização da riqueza dos acionistas representada pelo valor das ações A priorização dos lucros deve ser um objetivo de curto prazo não definitivo A maximização dos lucros nem sempre resultará na maximização do valor da ação Atividade 5 O QUE É PROBLEMA DE AGENCY Em uma empresa individual onde há apenas um sócio não há problemas de conflito de interesses Porém toda vez que um acionista não for proprietário de 100 do capital de uma empresa há a possibilidade de surgir um problema grave que poderá inclusive levar a empresa à falência isso é o problema de agency ou de agência administração da empresa Brigham 1999 p 17 define o problema de agency ou de agência como conflito potencial de interesses entre o agente o administrador e os acionistas externos à administração ou os credores portadores de títulos de dívida Já Gitman 2004 p 17 define o problema de agency como a possibilidade de os administradores colocarem seus objetivos pessoais à frente dos objetivos da empresa Um problema de agência entre o administrador e os acionistas da empresa pode ocorrer quando o proprietárioadministrador decide fundar uma SOCIEDADE ANÔNIMA empresa e vende parte de suas ações a outras pessoas dividindo com elas responsabilidades e a riqueza da empresa Se levarmos em conta que se a empresa fosse individual apenas um sócio o proprietárioadministrador seria dono de toda riqueza gerada pela empresa agora sociedade anônima ele decide trabalhar menos porque a riqueza deve ser distribuída entre ele e os demais acionistas Ou também pode optar por receber um salário maior porque uma parcela desse custo irá recair sobre os demais acionistas SOCIEDADE ANÔNIMA Segundo Brigham 1999 p 9 sociedade anônima é uma entidade legal pessoa jurídica autorizada por uma das de governo separada e distinta dos seus proprietários e gerentes com duração ilimitada propriedade de fácil transferência e responsabilidade limitada 16 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 17 AULA 1 Outro conflito potencial entre a administração e os acionistas da empresa ocorre quando se tenta uma AQUISIÇÃO ALAVANCADA Uma aquisição alavancada ocorre quando um grupo que administra a empresa consegue uma linha de crédito para tentar comprar ações que ainda não pertencem ao grupo para obter o controle acionário da empresa A seguir transformamna de sociedade anônima aberta em sociedade fechada O grupo que administra a empresa quer que o preço das ações seja mantido baixo até a concretização do negócio compra das demais ações enquanto os demais acionistas querem a valorização de suas ações ordinárias Alguns mecanismos podem ser utilizados para tentar impedir que os administradores ajam visando aos próprios interesses a forma de remuneração dos administradores a ameaça de demissão e a ameaça de aquisição do controle acionário A remuneração dos administradores financeiros não deve estar vinculada à obtenção de lucros maiores pois assim evitase que a maximização dos lucros seja o único ou o maior objetivo a ser alcançado Hoje em dia é muito mais comum oferecer bônus por desempenho em ações e opção de compra de ações pelos administradores Na oferta de bônus de desempenho em ações o administrador recebe um número de ações de acordo com o desempenho real da empresa Sendo assim não vai agir de maneira contrária à valorização das ações da empresa A opção de compra de ações permite aos administradores comprarem ações da empresa em data futura a um preço préestipulado Se o administrador tiver a opção de comprar uma ação ao preço de R 2000 num determinado prazo logicamente ele vai trabalhar de forma que a ação valha mais que R 2000 neste mesmo prazo Atualmente as grandes empresas não possuem mais um número quase infinito de acionistas O controle acionário está nas mãos de poucos grupos sejam estes constituídos por pessoas ou empresas Esses grupos de acionistas podem fazer pressão para que o administrador financeiro seja demitido de suas funções caso este não esteja agindo conforme os interesses daqueles A ameaça da perda de controle acionário se dá quando uma empresa é adquirida por outra sem o consentimento da empresa vendida também chamada de aquisição hostil Uma aquisição hostil é mais provável quando o valor da ação ordinária estiver baixo AQUISIÇÃO ALAVANCADA LEVERAGED BUYOUT LBO De acordo com Gitman 2002 p 740 aquisição alavancada é uma técnica de aquisição que envolve o uso de grandes montantes de dívida para a aquisição de uma empresa 18 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 19 AULA 1 Se o valor da ação ordinária estiver alto é bem menos provável que a empresa sofra uma aquisição hostil Existem táticas do ponto de vista ético corretas de serem aplicadas para o aumento do valor das ações de uma empresa Mas duas táticas não muito corretas que os administradores podem utilizar se destacam poison pill pílula de veneno e greenmail pagamento antiaquisição A pílula de veneno diz respeito às medidas tomadas pela administração com a finalidade de tornar a empresa desinteressante para os compradores potenciais evitando que os mesmos adquiram o controle acionário da empresa por meios hostis O pagamento antiaquisição referese a uma situação na qual uma empresa ao tentar evitar uma aquisição do controle acionário recompra ações da pessoa ou empresa que está tentando conseguir o controle acionário por um valor acima do de mercado Então ela RECOMPRA AS AÇÕES dessa pessoa ou empresa e as retira do mercado fazendo com que a ameaça de perda do controle acionário desapareça Quando uma empresa recompra as ações dela em poder de uma pessoa ou de outra empresa estas deixam de ser acionistas daquela Por sua vez o problema de agência entre os acionistas por meio dos administradores e os credores existe quando uma empresa decide investir em projetos de alto risco e risco maior do aquele previsto pelos credores Se os projetos forem bemsucedidos os benefícios serão dos acionistas se forem malsucedidos os prejuízos serão repartidos entre os credores possuidores de título de dívida da empresa Outro problema que pode ser causado pela relação entre acionistas por meio dos administradores e credores acontece quando a empresa aumenta a participação do capital de terceiros empréstimos títulos de dívida etc objetivando um maior retorno para os acionistas e faz com que o valor das dívidas antigas tenha uma desvalorização Claro que os detentores de títulos de dívida não ficam nem um pouco satisfeitos com tal situação Os assuntos relativos ao problema de agency serão um dos objetos de estudo da disciplina Gestão Financeira É sempre bom lembrar esta aula é uma introdução à área financeira RECOMPRA DE AÇÕES Ato da empresa de retirar de circulação ações que estão em poder do público em geral Os objetivos podem ser aumentar o valor das ações restantes para os acionistas eou desincentivar a aquisição da empresa por meios hostis 18 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 19 AULA 1 Duas empresas apresentam os problemas de agency destacados a seguir Para cada caso identifique o tipo de problema de agency existente e quem são seus protagonistas a Acabei de abrir o capital da minha empresa transformandoa de sociedade individual em sociedade anônima Como terei novos sócios decido trabalhar um pouco menos do que eu vinha trabalhando e resolvo atribuir salários maiores para mim mesmo pois as despesas serão divididas entre todos os acionistas da empresa b Sou administrador financeiro de uma empresa e decido a pedido dos acionistas majoritários investir em projetos de alto risco em busca de rentabilidade maior O risco desses projetos é na realidade maior do que o previsto pelos detentores de títulos de dívida da minha empresa Respostas Comentadas a Esse é um problema de agency típico entre o administrador financeiro e os acionistas Sua causa está no comportamento do proprietárioadministrador que reduz deliberadamente sua capacidade de trabalho e aumenta seus salários indo contra os interesses dos demais sócios da empresa b O problema de agency existente é entre os acionistas da empresa por intermédio do administrador financeiro e seus credores detentores de títulos de dívida da empresa A causa desse conflito é a nãopercepção por parte dos credores do verdadeiro risco no qual a empresa está incorrendo ao investir em projetos de alto risco Os acionistas se beneficiarão dos possíveis ganhos se os projetos tiverem êxito Se estes não forem bemsucedidos os credores é que repartirão o prejuízo Atividade 6 QUEM SÃO OS STAKEHOLDERS São pessoas interessadas nos resultados da empresa que têm direito potencial sobre os FLUXOS DE CAIXA gerados por ela São por exemplo fornecedores bancos empregados clientes e governo Cada qual tem interesses específicos na empresa Os fornecedores querem saber se a empresa está conseguindo gerar fluxos de caixa positivos de modo a não comprometer seus créditos junto a ela Os bancos necessitam saber se a empresa terá condições de saldar seus empréstimos FLUXO DE CAIXA Segundo Brigham 1999 p 35 fluxo de caixa é o caixa dinheiro líquido efetivo em contraposição ao lucro líquido contábil que uma empresa gera durante algum período de tempo especificado 20 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 21 AULA 1 Os empregados querem saber como vai a situação financeira da empresa e como ficaram suas participações nos lucros Os clientes compram produtosserviços da empresa e sabem que têm custo de transferência caso necessitem mudar de fornecedor Por sua vez o governo tem interesse em atividades da empresa que farão com que a arrecadação de impostos aumente Os stakeholders tentarão exercer o controle sobre a empresa o que pode gerar ainda mais conflitos potenciais de interesse Relacione os stakeholders às informações de seu interesse geradas pela empresa 1 Fornecedores 2 Empregados 3 Bancos e instituições financeiras 4 Governo 5 Clientes Capacidade de a empresa quitar seus empréstimos Impostos gerados pela venda de produtos e serviços Participação nos lucros e manutenção da atividade laborativa Capital de giro suficiente para pagar suas dívidas de curto prazo Empresa saudável evitando custos de possível transferência de fornecedor Capacidade de ampliação de arrecadação de impostos Resposta Comentada Bancos e instituições financeiras estão interessados em descobrir se a empresa pagará seus empréstimos sem dificuldades O governo está interessado no volume de impostos gerados pela venda de produtos e serviços e na ampliação de impostos em geral Os empregados estão interessados na parcela dos lucros que irão dividir e se a empresa está entrando em uma fase difícil o que poderia resultar na sua demissão Os fornecedores querem saber se a empresa terá capital de giro suficiente para pagar as compras feitas Os clientes estão interessados em saber se a empresa continuará fornecendo mercadoriasserviços para eles evitando assim o custo com a transferência para um novo fornecedor As respostas ficam assim nesta ordem 3 4 2 1 5 e 4 Atividade 7 20 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 21 AULA 1 CONCLUSÃO Em princípio as atribuições do administrador financeiro pareciam simples Mas você viu que podem ser difíceis e complexas as tarefas de um administrador financeiro que atua em empresas O administrador financeiro deve deixar seus objetivos de lado e dar prioridade ao objetivo dos acionistas da empresa Até porque se assim não for ele poderá ser afastado pelos acionistas da direção da empresa É sempre bom lembrar o administrador financeiro é um membro externo à empresa contratado pelos seus acionistas com o objetivo de maximizar a riqueza destes a Você certamente já compreendeu que em finanças quase sempre se deve fazer alguns cálculos e decidir sobre o que fazer baseandose neles Determine se as decisões a seguir tomadas por um administrador financeiro amigo seu estão corretas Explique por quê 1 Tomou recursos emprestados a 18 ao ano para investir em um projeto que lhe proporcionará retorno de 15 ao ano 2 Comprou ação de uma empresa por R 3000 cada O valor dessa ação negociada no mercado é R 3400 3 Elevou o risco da empresa a níveis altíssimos quando tomou emprestado grande quantia de recursos visando à obtenção de lucros maiores Os sócios da empresa preferem atuar com capital próprio devido à possibilidade da inadimplência ser menor Atividades Finais 22 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 23 AULA 1 Respostas Comentadas 1 Está errado pois nunca se deve investir em projetos que proporcionem taxas de retorno inferiores ao custo para implementálos 2 Está certo pois a ação adquirida por R 3000 pode ser vendida no mercado a R 3400 obtendo assim um ganho de R 400 por ação 3 Está errado Atuar com níveis de endividamento maiores pode causar a falência da empresa pois a mesma poderá ter dificuldades em pagar os juros da dívida Além disso ele foi contra as diretrizes dos acionistas da empresa que dão preferência ao capital próprio b No corpo do texto desta aula em um determinado momento foi citado que as atividades do administrador financeiro podem ser resumidas em duas Que atividades são essas Definaas Resposta Comentada Foi citado que eram simplificando duas as atividades do administrador financeiro decidir sobre financiamento e sobre investimento A decisão quanto ao financiamento diz respeito a quando quanto onde e como a empresa deve tomar recursos emprestados A decisão quanto ao investimento resumese em descobrir as alternativas mais lucrativas para os projetos de investimento como melhor investir os recursos próprios ou tomados emprestados 22 C E D E R J Fundamentos de Finanças O que são finanças C E D E R J 23 AULA 1 Finanças de empresas podem ser resumidas em duas atividades principais decisões quanto ao financiamento e quanto ao investimento Mas não se pode deixar enganar pelas aparências Administrar financeiramente uma empresa requer uma série de atribuições para exercer uma gama de funções Cabe ao administrador financeiro obter recursos ao menor custo possível e ao aplicálos obter o maior retorno O administrador financeiro deve atuar em conjunto com seus pares de outras áreas da empresa buscando sempre atingir o objetivo maior da empresa a maximização da riqueza dos acionistas que é representada pelo valor da ação Problemas causados por conflitos de interesses entre os administradores e acionistas ou credores são desafios enfrentados por qualquer empresa principalmente pelas sociedades anônimas de capital aberto e de grande porte Em seu ambiente natural uma empresa cria vários relacionamentos inclusive com pessoas outras empresas e governos que tenham interesse nos seus resultados a quem chamamos stakeholders R E S U M O INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA Na próxima aula você verá entre outras coisas como estão divididas as empresas de acordo com a sua constituição jurídica e aspectos ligados à tributação de empresa Até lá TEXTO Modelo más simple de análisis plano para flujo de calor por conducción a través de una pared delgada de un solo material para verificar funcionamiento optimizar cálculos o definir parámetros iniciales para un modelo avanzado ecuación Q kA T1T2d donde Q tasa de transferencia de calor W k conductividad térmica del material WmK A área de la superficie expuesta al flujo de calor m2 T temperatura en la pared C d espesor de la pared m También incluye símbolo que denota dirección del flujo de calor O ambiente legal e tributário Ao final do estudo desta aula você deverá ser capaz de identificar as formas de constituição da empresa sob o ponto de vista legal diferenciar uma empresa individual de uma empresa societária identificar as formas de tributação das pessoas jurídicas com base no lucro líquido calcular o imposto de renda pelo regime tributário real e presumido calcular a tributação das micros e pequenas empresas comerciais e industriais calcular a contribuição social sobre o lucro líquido com base no lucro real presumido 2 objetivos A U L A Metas da aula Apresentar a empresa sob a ótica de sua formação jurídica Mostrar as formas de tributação das pessoas jurídicas que incidem sobre o lucro líquido 1 2 3 4 5 6 26 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 27 AULA 2 INTRODUÇÃO É importante para o administrador financeiro estar familiarizado com o ambiente onde trabalha Um dos aspectos básicos deste meio é a forma de organização empresarial Outro aspecto importante é o ambiente tributário por isso é necessário ter um entendimento consistente sem necessitar ter a intenção de ser um especialista das implicações tributárias sobre as decisões financeiras Os impostos têm profunda influência sobre as decisões financeiras Certas características da lei tributária aplicamse às várias formas de sociedade E é isso que iremos examinar Esta aula é uma introdução ao ambiente legal e tributário Os impostos pertinentes e suas implicações serão discutidos mais adiante quando forem analisadas decisões financeiras específicas FORMAS DA ORGANIZAÇÃO DE EMPRESA Os tipos societários existentes no Brasil encontram regulamentação basicamente em duas leis quais sejam a Lei 10406 de 11 de janeiro de 2002 Código Civil e a Lei 6404 de 15 de dezembro de 1976 Lei das Sociedades Anônimas Do ponto de vista legal as empresas podem organizarse em dois grandes grupos empresa individual e empresa societária EMPRESA INDIVIDUAL Como o nome sugere uma única pessoa é a dona da empresa que explora habitualmente qualquer atividade econômica de venda de bens ou serviços com o objetivo de obter lucro Ela é responsável por todos os resultados da empresa Os recursos financeiros necessários para o desenvolvimento da atividade operacional da empresa provêm do proprietário tem a propriedade de todo o seu ativo e é pessoalmente responsável por todo o seu passivo eou de empréstimos Na empresa individual o patrimônio pessoal do proprietário confundese com o da empresa Se a empresa for processada o proprietário é processado como pessoa física e tem responsabilidade ilimitada significando que além do ativo da empresa os seus bens pessoais podem ser confiscados para pagamentos de obrigações A simplicidade da firma individual tem como vantagens a facilidade na tomada de decisões já que não há outros proprietários a consultar e a facilidade de controle pelo envolvimento pessoal do 26 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 27 AULA 2 proprietário com o seu negócio que supervisiona permanentemente Como principal desvantagem está a responsabilidade legal do dono sobre todas as obrigações assumidas pela empresa Por ser considerado uma pessoa jurídica o proprietário é obrigado a inscreverse na Receita Federal através do CNPJ Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas O tratamento tributário para esse tipo de sociedade é praticamente igual aos existentes para qualquer outro tipo de sociedade que varia dentro das formas de tributação de acordo com o ramo de atividade e com o faturamento da empresa nas esferas federal estadual e municipal Antes do início da atividade econômica é necessária também a sua inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis Manoel é dono de um bar e para o desenvolvimento de suas atividades comerciais assumiu vários compromissos financeiros Por não cumprir com essas obrigações foi declarado inadimplente O que pode com Manuel Que tipo de empresa ele possui Resposta Comentada Sendo o único dono e portanto gerente sua responsabilidade é ilimitada Assim os seus bens pessoais serão utilizados para honrar os compromissos assumidos O bar do Manoel é uma empresa individual podendo ser considerada uma microempresa Atividade 1 EMPRESA SOCIETÁRIA SOCIEDADE Pelo Código Civil Brasileiro contrato de sociedade é aquele mediante o qual as pessoas se obrigam reciprocamente a contribuir com bens ou serviços para o exercício da atividade econômica além de partilhar os resultados entre si Esse contrato pode ser escrito ou verbal Dentro dessa visão quando duas ou mais pessoas se unem para formar uma sociedade ela poderá ser ou não personificada As empresas individuais quase sempre surgem na informalidade Quando os negócios começam a crescer é que seus donos a legalizam normalmente registrandoa como microempresa 28 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 29 AULA 2 SOCIEDADES NÃOPERSONIFICADAS A sociedade nãopersonificada é aquela constituída sem as formalidades legais ou seja aquela que não envia o ato constitutivo para registro no órgão competente Assim o contrato ou acordo que pode ser verbal ou escrito tem validade somente entre os sócios não tendo força contra terceiros As sociedades não personificadas não são consideradas pessoas jurídicas O Código Civil prevê dois tipos de sociedades não personificadas Sociedade em Comum Sociedade em Conta de Participação Como são de pouca utilidade prática as sociedades antes citadas não serão abordadas mais detalhadamente SOCIEDADES PERSONIFICADAS A sociedade é dita personificada quando está legalmente constituída e registrada no órgão competente Após esse ato de constituição ela adquire a personalidade formal passando a ser identificada como pessoa jurídica Os tipos de sociedades personificadas pelo Código Civil são Sociedade simples Sociedade empresária SOCIEDADE SIMPLES As sociedades são consideradas simples quando não tiverem por objeto o exercício de uma atividade própria de empresário São sociedades constituídas por pessoas que se dedicam a atividades intelectuais de natureza científica literária ou artística que pretendem explorar uma atividade econômica conjunta mesmo se contarem com auxiliares ou colaboradores Elas reciprocamente se comprometem a contribuir com bens e serviços para o exercício dessa atividade Essa sociedade deve se limitar à atividade específica para a qual foi criada ou seja a prestação de serviços vinculados à habilidade técnica e intelectual dos sócios não devendo desenvolver outros serviços 28 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 29 AULA 2 A sociedade simples é um tipo de sociedade personificada e não empresária não podendo assim explorar suas atividades empresarialmente A responsabilidade de cada sócio é ilimitada e todos os sócios respondem ou não subsidiariamente pelas obrigações sociais conforme previsão no Contrato Social A sociedade simples é considerada pessoa jurídica e os tributos que incidem sobre ela são os mesmos existentes para qualquer outro tipo de sociedade variando dentro de regimes tributários estipulados de acordo com o ramo de atividade e com o faturamento da empresa nas esferas federal estadual e municipal Ao contrário dos demais tipos societários as sociedades simples são registradas no Registro Civil das Pessoas Jurídicas cartório Como exemplo de sociedade simples podemos ter dois ou mais médicos que juntos montam um consultório médico constituindo uma sociedade formal pra exercer a profissão na forma de prestação de serviço de natureza médica SOCIEDADE EMPRESÁRIA Sociedades empresárias são aquelas que têm por objeto o exercício de atividade econômica de maneira organizada e sistemática para a produção ou comercialização de bens ou de serviços Nas sociedades empresárias as pessoas celebram um contrato em que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de atividade econômica e a partilham entre si dos resultados Arts 967 982 do Novo Código Civil Nesse caso o representante legal da empresa passa a ser o Administrador e o tratamento tributário para esse tipo de sociedade é igual aos existentes para qualquer outro tipo de sociedade variando de acordo com o ramo de atividade e com o faturamento da empresa nas esferas federal estadual e municipal As inscrições das sociedades empresárias são obrigatórias e devem ser feitas no Registro Público de Empresas Mercantis Junta Comercial antes do início da atividade Arts 967984 e 1150 do Novo Código Civil De acordo com o Código Civil a sociedade empresária deve ser constituída em um dos seguintes tipos Art 983 30 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 31 AULA 2 Sociedade em nome coletivo Sociedade em comandita simples Sociedade limitada Sociedade anônima Sociedade em comandita por ações A sociedade limitada também conhecida como sociedade por cota de responsabilidade limitada e a sociedade anônima são as duas principais formas de organização societária sendo as mais adotadas Os outros tipos de empresa societária são menos utilizados O tratamento tributário desses tipos de sociedade é praticamente igual SOCIEDADE EM NOME COLETIVO Sociedade que somente pode ser constituída por pessoas físicas respondendo todos os sócios solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais SOCIEDADE EM COMANDITA SIMPLES Sociedade em que há duas categorias de sócios os comanditados pessoas físicas que têm responsabilidade ilimitada e solidária pelas obrigações sociais e os comanditários cuja responsabilidade não excede o capital subscrito até o valor de suas quotas O contrato deve discriminar os comanditados e os comanditários SOCIEDADE LIMITADA Sociedade cujo capital é representado por cotas As cotas são distribuídas aos sócios de acordo com a participação financeira de cada um Nessas sociedades a responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas quotas considerando que o capital da sociedade esteja totalmente integralizado Caso o capital social não esteja totalmente integralizado todos respondem solidariamente pela integralização do mesmo Uma vez realizado o capital a responsabilidade de cada sócio fica limitada ao montante das respectivas quotas Por isso no caso de 30 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 31 AULA 2 SOCIEDADES ANÔNIMAS DE CAPITAL FECHADO Não podem lançar títulos ou valores mobiliários no mercado de capitais portanto suas ações não são negociadas em mercado secundário de ações bolsas de valores ou balcão Tende por isso a ter um número limitado de acionistas No Brasil na sua maioria as sociedades anônimas de capital fechado são as grandes empresas de origem familiar inadimplência as dívidas da empresa deverão ser pagas com os bens dos sócios até o limite de sua participação no capital da empresa A sociedade é administrada por uma ou mais pessoas sócios ou não designadas no contrato social ou em ato separado SOCIEDADE ANÔNIMA Também conhecida como sociedade por ações É uma pessoa jurídica de direito privado em que o capital social é representado por ações Os acionistas participam do capital da empresa através da aquisição de ações As ações podem ser ordinárias preferenciais ou de fruição Esses tipos de ações serão discutidos na Aula 11 Porém é importante ressaltar que o detentor das ações ordinárias é quem tem o poder de decidir os rumos da empresa A remuneração do capital investido pelo acionista ocorre pela distribuição dos lucros através de dividendos e pelos ganhos obtidos com a valorização da ação pois as ações podem ser vendidas com facilidade para outro acionista A sociedade anônima é separada e independente de seus proprietários e administradores Por isso o direito de propriedade pode ser transferido de um acionista para outro pela venda das ações pode ter vida infinita não sendo dissolvida pela morte de seus proprietários originais é uma empresa de responsabilidade limitada em que a responsabilidade dos sócios ou acionistas está limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas As sociedades anônimas podem ser de CAPITAL FECHADO e de CAPITAL ABERTO conforme especificado em seu Estatuto Uma grande vantagem da sociedade de capital aberto é a facilidade de levantar elevada quantia de recursos financeiros para financiar as suas atividades operacionais seja pela emissão de novas ações seja pela emissão de títulos de dívida No Brasil a negociação das ações foi regulamentada pela Lei 6404 conhecida como a Lei das Sociedades por Ações promulgada em 15 de dezembro de 1976 e com a criação da Comissão de Valores SOCIEDADES ANÔNIMAS DE CAPITAL ABERTO São aquelas cujos títulos e valores mobiliários são negociados em mercado secundário como bolsas de valores e balcão estando disponíveis para negociação a qualquer interessado e tendendo a ter um número expressivo de sócios 32 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 33 AULA 2 Antônio dono de uma lan house da região resolve diversificar suas atividades empresariais Ele vislumbrou uma possibilidade de unificar os negócios dele e do Manoel sim aquele lá do bar lembra a fim de fazer um cyber cafe O investimento realizado por Antônio nesse novo empreendimento foi saldar as dívidas do Manoel ou do bar com a condição de dividirem futuros resultados Do ponto de vista legal qual era a condição do bar e da lan house e qual será a condição do cyber cafe Atividade 2 Mobiliários em 7 de dezembro de 1976 pela Lei nº 6385 Em 31 de outubro de 2001 foi decretada e sancionada a Lei nº 10303 que alterou e acrescentou dispositivos na Lei nº 6385 e na Lei 6404 SOCIEDADE EM COMANDITA POR AÇÕES A sociedade em comandita por ações são aquelas que têm capital social dividido em ações regendose pelas normas relativas à sociedade anônima acrescidas das seguintes condições somente o acionista poderá ocupar cargos de direção administrar na sociedade o diretor responde subsidiária e ilimitadamente pelas obrigações da sociedade se houver mais de um diretor estes respondem solidariamente depois de esgotados os bens sociais os diretores serão nomeados no ato constitutivo da sociedade por prazo indeterminado podendo ser destituídos apenas por deliberação de acionistas que representem no mínimo 23 do capital social apenas com o consentimento dos diretores a Assembléia Geral dos Acionistas poderá alterar o objeto essencial da sociedade o prazo de duração o capital social e ainda criar debêntures ou partes beneficiárias 32 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 33 AULA 2 Resposta Comentada Assim o bar e a lan house eram empresas individuais ao passo que o cyber cafe será uma empresa societária As empresas individuais como sua denominação já sugere são constituídas por apenas um indivíduo que é o seu proprietário Por outro lado para constituir uma empresa na forma societária é necessário no mínimo dois indivíduos Portanto a empresa societária pertence a dois ou mais indivíduos TRIBUTAÇÃO DAS PESSOAS JURÍDICAS No Brasil há um grande número de tributos federais estaduais e municipais que incidem sobre as pessoas jurídicas seja no seu faturamento no seu ganho de capital ou no seu lucro No momento nos interessa os tributos cuja base de cálculo é o resultado final da empresa ou seja o lucro líquido Por isso no momento vamos nos ater ao Imposto de Renda Pessoa Jurídica IRPJ e à Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido CSLL As decisões empresariais normalmente são afetadas direta ou indiretamente pelos tributos Estes podem ser federais estaduais e municipais e influenciam o comportamento das organizações empresariais e de seus proprietários Ao fazer uma análise para tomada de decisão financeira devese levar em consideração os tributos incidentes pois o que pode ser ótimo sem os tributos pode se tornar inviável ao considerálos As pessoas jurídicas devem apresentar declaração de renda independentemente da declaração de pessoas físicas a que estão sujeitos os seus titulares Pessoa jurídica para fins de IR abrange as sociedades de qualquer tipo inclusive as sociedades que não estão registradas ou seja regularizadas formalmente Abrange também as pessoas físicas que em nome individual as sociedades individuais exploram habitualmente qualquer atividade econômica de venda de bens e serviços com fins lucrativos A forma legal de constituição de uma empresa é irrelevante para determinar a alíquota do imposto e da contribuição social Pela legislação fiscal os contribuintes desses dois tributos são as pessoas jurídicas e as empresas individuais 34 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 35 AULA 2 FORMAS DE TRIBUTAÇÃO As pessoas jurídicas e as empresas individuais por opção ou por determinação legal podem ser tributadas por uma das seguintes formas ou regime tributário a Lucro Real b Lucro Presumido c Lucro Arbitrado d Simples Nacional A obrigatoriedade ou a opção por um desses regimes é estipulada de acordo com o ramo de atividade e o faturamento da empresa Independente de qual seja o regime as regras gerais para a apuração do imposto de renda e da contribuição social sobre o lucro líquido das sociedades para qualquer forma de organização tem como Fator gerador O fator gerador aumento do patrimônio pela obtenção de lucros realizados pelas operações industriais mercantis e de prestação de serviços Base de cálculo Pela legislação brasileira a base de cálculo do imposto é o lucro real o presumido correspondente ao período de apuração Integram a base de cálculo todas as rendas ou proventos tributáveis No caso do Simples Nacional a base de cálculo é a receita bruta auferida no mês para efeito da apuração dos seguintes impostos e contribuições unificados em um único documento de arrecadação imposto de renda de pessoa jurídica IRPJ contribuição social sobre o lucro líquido CSLL imposto sobre produtos industrializados IPI contribuição para financiamento da seguridade social COFINS programa de integração social ou programa de formação do patrimônio do servidor público PIS PASEP Contribuição para a Seguridade Social imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação ICMS e imposto sobre serviços de qualquer natureza ISS 34 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 35 AULA 2 Período de apuração Os períodos de apuração são os seguintes Para imposto de renda Trimestral para imposto com base no lucro real no presumido ou no arbitrado Os períodos são encerrados nos dias 31 de março 30 de junho 30 de setembro e 31 de dezembro de cada anocalendário Anual para imposto com base no lucro real por opção do contribuinte Nos casos de incorporação fusão ou cisão a apuração da base de cálculo e do imposto devido efetuada na data do evento Para a contribuição social sobre o lucro líquido Trimestral para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real trimestral e para as pessoas jurídicas que optaram pela apuração e pagamento do IRPJ com base no lucro presumido Mensal para as pessoas jurídicas tributadas pelo lucro real anual A contribuição deverá ser determinada sobre a base de cálculo estimada O valor pago mensalmente poderá ser deduzido do valor da contribuição social sobre o lucro líquido apurado anualmente Alíquotas Qualquer que seja a base de cálculo a alíquota para IR e CSLL estão apresentadas a seguir Imposto de renda IR 15 sobre o lucro real para pessoas jurídicas optantes pelo lucro real 15 sobre o lucro presumido para pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido 15 sobre o lucro arbitrado para pessoas jurídicas sujeitas ao lucro arbitrado 36 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 37 AULA 2 Para pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional as alíquotas são diferenciadas de acordo com o ramo de atividades da empresa Pela legislação atual a parcela do lucro que exceder a 24000000 sujeitase à incidência de adicional de imposto à alíquota de 10 dez por cento Quando o período de apuração for inferior a um ano o limite será proporcional ou seja será o valor resultante da multiplicação de 2000000 limite mensal pelo número de meses do respectivo período de apuração O adicional de que trata esse item será pago juntamente com o imposto de renda apurado pela aplicação da alíquota geral de 15 Exemplo Suponha que uma empresa tenha apurado como base de cálculo um lucro de 50000000 O imposto devido será Contribuição social sobre o lucro líquido CSLL Aplicamse à CSLL as mesmas normas de apuração e de pagamento estabelecidas para o imposto de renda das pessoas jurídicas IRPJ mantidas a base de cálculo e mediante as alíquotas previstas na legislação em vigor Lei nº 8981 de 1995 Art 57 Não é possível por exemplo a empresa optar por recolher o IRPJ pelo lucro real e a CSLL pelo lucro presumido Escolhida a opção deverá proceder à tributação tanto do IRPJ quanto da CSLL pela forma escolhida A base de cálculo da CSLL para as pessoas jurídicas sujeitas à apuração do IRPJ é encontrada de acordo com a forma de tributação O cálculo da CSLL pelas Pessoas Jurídicas pode ser por uma das seguintes formas 9 sobre o lucro real para pessoas jurídicas optantes pelo lucro real 9 sobre o lucro presumido para pessoas jurídicas optantes pelo lucro presumido IR sobre lucro tributável 50000000 015 7500000 IR adicional sobre a parcela excedente do lucro 50000000 24000000 010 Imposto de Renda total 10100000 2600000 36 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 37 AULA 2 9 sobre o e lucro arbitrado para pessoas jurídicas optantes pelo lucro arbitrado Pessoas jurídicas optantes pelo Simples Nacional recolhem a CSLL em conjunto com IRPJ COFINS PIS e outros tributos unificados em um único documento de arrecadação IMPOSTO DE RENDA PESSOA JURÍDICA IRPJ É um imposto de competência da União que incide sobre a renda e os proventos de qualquer natureza que tem como fato gerador a aquisição da disponibilidade econômica ou jurídica I de renda assim entendido o produto do capital do trabalho ou da combinação de ambos II de proventos de qualquer natureza assim entendidos os acréscimos patrimoniais não compreendidos no inciso anterior Art 43 do Código Tributário Nacional REGIME TRIBUTÁRIO LUCRO REAL Neste regime o lucro real é a base de cálculo do imposto de renda das pessoas jurídicas É o lucro líquido apurado na escrituração comercial com a observância das leis fiscais ajustado pelas adições exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária O lucro real deve ser apurado através da escrituração de livro próprio Livro de Apuração do Lucro Real onde serão registrados todos os ajustes que afetem o lucro líquido da escrituração comercial de acordo com o que estabelece a legislação tributária em vigor Com isto as pessoas jurídicas contribuintes do imposto de renda com base no lucro real poderão manter a escrituração comercial segundo o que estabelece a Lei nº 640476 e em separado a escrituração fiscal com base na determinação do IR Pessoas jurídicas obrigadas a adotar o regime tributário pelo lucro real Estão obrigadas à apuração do lucro real as pessoas jurídicas Art 14 da Lei nº 9718 de 27 de novembro de 1998 38 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 39 AULA 2 1 cuja receita total no anocalendário anterior seja superior a R 48000000 ou proporcional ao número de meses do período quando inferior a 12 doze meses 2 que sejam constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital aberto 3 cujas atividades sejam de instituições financeiras ou equiparadas 4 que se dediquem a compra e venda loteamento de terrenos incorporação ou construção de imóveis e à execução de obras de construção civil 5 que tiverem lucros rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior 6 que sejam constituídas sob qualquer forma societária de cujo capital participem entidades de administração pública direta ou indireta federal estadual ou municipal 7 que sejam filiais sucursais agências ou representações de pessoas jurídicas no país com sede no exterior 8 que autorizadas pela legislação tributária usufruam de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do imposto 9 que no decorrer do anocalendário tenham efetuado pagamento mensal pelo regime de estimativa na forma do Art 2º da Lei nº 9430 de 1996 10 que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria creditícia mercadológica gestão de crédito seleção e riscos administração de contas a pagar e a receber compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços FACTORING APURAÇÃO DA BASE DE CÁLCULO De acordo com decretolei nº 1598 de 26 de dezembro de 1977 Art 8º inciso I a escrituração no Livro de Apuração do Lucro Real é obrigatória para todas as pessoas jurídicas contribuintes do imposto de renda com base no lucro real onde FACTORING É a prestação contínua e cumulativa de assessoria mercadológica e creditícia de seleção de riscos de gestão de crédito de acompanhamento de contas a receber e de outros serviços conjugada com a aquisição de créditos de empresas resultantes de suas vendas mercantis ou de prestação de serviços realizadas a prazo Art 28 da Lei 898195 ratificado pela Resolução 2144 95 do Conselho Monetário Nacional 38 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 39 AULA 2 a serão lançados os ajustes do lucro líquido do exercício relativos a adições exclusões ou compensações prescritas ou autorizadas pela legislação tributária b será transcrita a demonstração do lucro real c serão mantidos os registros de controle de prejuízos a compensar em exercícios subseqüentes de depreciação acelerada de exaustão mineral com base na receita bruta de exclusão por investimento das pessoas jurídicas que explorem atividades agrícolas ou pastoris e de outros valores que devam influenciar a determinação do lucro real do exercício futuro e não constem de escrituração comercial Os ajustes de que trata o item a anterior serão resultante da adição do lucro real e da exclusão do lucro líquido Adições ao lucro líquido De acordo com a legislação fiscal para determinação do lucro real deverão ser adicionados ao lucro líquido RIR99 Art 249 a Os custos despesas encargos perdas provisões participações e quaisquer outros valores deduzidos na apuração do lucro líquido que de acordo com a legislação tributária não sejam dedutíveis na determinação do lucro real Exemplos de despesas não dedutíveis são que devem ser acrescidos ao lucro líquido do exercício para determinação do lucro real o excesso de retirada dos sócios e administradores sobre os limites admitidos como dedutíveis os resultados negativos de participações societárias avaliadas pelo método de equivalência patrimonial as multas fiscais e contratuais pagas pela empresa cuja dedução não seja permitida pela legislação do IR as perdas com aplicações financeiras prejuízo havido em operações a termo ou futuro em bolsas de mercadorias no exterior quando não se caracterizarem como HELDING A participação nos lucros de partes beneficiárias e administradores etc HELDING Vem do inglês e significa cerca muro barreira proteção ou cobertura de riscos É uma transação comercial que visa a uma proteção contra os riscos de variações dos preços As operações de cobertura de riscos hedge consistem essencialmente em assumir para um tempo futuro a posição oposta à que se tem no mercado a vista Como por exemplo um exportador que acaba de realizar uma venda ao exterior que será paga em 90 dias Essa venda está garantida por uma carta de crédito de um banco de primeira linha de forma que o exportador vai receber os recursos no vencimento Os custos e despesas para produzir os bens foram financiados por um banco em moeda local Com isto este exportador tem um descasamento entre seu ativo e passivo ele tem direitos a receber em dólares e obrigações em real moeda local Se a variação cambial nesse período for inferior ao custo de financiamento do produto exportado ele terá um prejuízo Para não correr esse risco de prejuízo o exportador deve fazer um hedge e vender hoje para entregar no futuro os dólares que irá receber garantido assim por uma taxa de câmbio 40 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 41 AULA 2 Vamos assumir por exemplo uma empresa cujo lucro líquido foi de 1000000 e que teve despesas de 250000 com o pagamento de seguro de vida de sócios Nesse caso assumindo que a empresa não tenha incorrido em outras despesas não dedutíveis o lucro líquido ajustado seria de 1250000 É sobre esse montante que seria recolhido o imposto de renda e não sobre o lucro contábil b Os resultados rendimentos receitas e quaisquer outros valores não incluídos na apuração do lucro líquido que de acordo com a legislação tributária devam ser computados na determinação do lucro real Exemplo de operações que devem ser somadas ao lucro líquido para a determinação do lucro real o lucro obtido por empresas controladas no exterior o valor das reavaliações de ativos permanentes cujo resultado tenha sido utilizado no aumento de capital o lucro inflacionário realizado etc EXCLUSÕES DO LUCRO LÍQUIDO De acordo com a legislação tributária poderão ser excluídos do lucro líquido para determinação do lucro real RIR99 Art 250 a Os valores cuja dedução seja autorizada pela legislação tributária e que não tenham sido computados na apuração do lucro líquido do exercício Para apuração do lucro real elas devem ser deduzidas do lucro líquido Exemplos amortização de deságios relativos a investimentos avaliados pelo patrimônio líquido depreciação acelerada a título de benefício fiscal computadas na apuração do lucro real e não registradas na escrituração comercial débitos diretos na conta lucros acumulados relativos a ajustes de exercícios anteriores e que sejam dedutíveis 40 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 41 AULA 2 Por exemplo vamos imaginar uma empresa cujo lucro líquido foi de 1000000 e que incorreu em despesas dedutíveis mas não incluídas no lucro líquido de 300000 Nesse caso o lucro real seria de 700000 b Os resultados rendimentos receitas e quaisquer outros valores incluídos na apuração do lucro líquido que de acordo com a legislação tributária não sejam computados no lucro real Essas receitas por serem isentas de tributação devem ser excluídas do cálculo de lucro real Exemplos desse tipo de receita ganhos decorrentes do aumento do valor de investimento relevantes em empresas coligadas e controladas dividendos recebidos de outras pessoas jurídicas decorrentes de investimentos avaliados pelo método do custo de aquisição rendimento com aplicações financeiras já tributadas na fonte lucro na venda de ativo permanente a receber a longo prazo que deve ser registrado integralmente na contabilidade no mês da venda mas que poderá ser tributado somente quando do recebimento c Os prejuízos fiscais de períodos de apuração anteriores poderão ser compensados total ou parcialmente à opção do contribuinte desde que observado o limite máximo de 30 do lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação tributária O prejuízo compensável é o apurado na demonstração do lucro real e registrado no lucro líquido Lei nº 89811995 Art 42 Demonstração do lucro real Resultado líquido do exercício antes do imposto de renda Adições Exclusões Subtotal Compensação de prejuízos fiscais Lucro real ou prejuízo a compensar 42 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 43 AULA 2 Vamos assumir por exemplo uma empresa em que o lucro real seja de 5000000 a compensação de prejuízo fiscal não poderá exceder a 1500000 isto é 30 do lucro real Para melhor compreensão veremos a seguir um exemplo numérico envolvendo adição exclusão ao lucro líquido para apuração do lucro real Considerem que uma empresa que tenha contabilizado um lucro líquido no período de 4400000 precise efetuar adições exigidas por lei de 1000000 e que seja permitida a dedução de 400000 tendo ainda que compensar um prejuízo fiscal de 2500000 Isto posto ilustraremos a seguir a apuração do lucro real Apuração do lucro real Teto para compensação 5000000 030 1500000 A parcela de prejuízo de 1000000 2500000 1500000 que não foi compensada poderá ser usada em exercícios futuros REGIME TRIBUTÁRIO LUCRO PRESUMIDO O lucro presumido é uma forma alternativa e simples de cálculo da base tributária para a apuração do IRPJ e da CSLL Nele os impostos são calculados com base em um percentual estabelecido sobre a receita bruta auferida no mês independentemente da apuração do lucro Esse percentual aplicado na base de cálculo do imposto está previsto no Art 15 da Lei nº 9249 de 26 de dezembro de 1995 de acordo com as atividades da empresa Lucro líquido 44000 Adições 10000 Exclusões 4000 Lucro antes da compensação 50000 Compensação de prejuízos fiscais 15000 Lucro real 35000 Alíquota do imposto de renda 015 Imposto de renda devido 525000 42 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 43 AULA 2 Podem optar pelo lucro presumido a empresas cuja receita bruta anual não supere o limite de 48000000 b as microempresas ME e as empresas de pequeno porte EPP que não optaram pelo Simples Nacional c as empresas que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em função da atividade exercida ou da sua constituição societária ou natureza jurídica Não pode adotar o regime de lucro presumido a empresa que a atue no setor financeiro exemplo bancos comerciais sociedades de crédito corretoras de valores empresas de seguros e previdência privada etc b explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços na área de gestão de crédito seleção e riscos administração de contas factoring etc c tenha obtido lucros rendimentos ou ganhos de capital oriundos do exterior O regime de lucro presumido aplicase exclusivamente a pessoas jurídicas constituídas por pessoas físicas domiciliadas no país Base de cálculo A base de cálculo é o lucro presumido Ele é determinado mediante a aplicação do percentual que varia de acordo com atividade da empresa sobre a receita bruta auferida no período de apuração A receita bruta auferida dependendo da atividade operacional exercida da empresa compreende o recebimento pela venda dos produtos ou recebimento pelos serviços prestados no período de apuração do lucro presumido Adições à receita bruta A essa receita bruta serão acrescidos a os ganhos de capital os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras renda fixa e variável 44 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 45 AULA 2 b as variações monetárias ativas c outras receitas obtidas inclusive os juros recebidos como remuneração do capital próprio descontos financeiros obtidos e os juros ativos não decorrentes de aplicações os rendimentos auferidos nas operações de mútuo realizadas entre pessoas jurídicas controladoras controladas coligadas ou interligadas os ganhos auferidos em operações de cobertura hedge realizadas em bolsas de valores de mercadorias e de futuros ou no mercado de balcão a receita de locação de imóvel quando não for este o objeto social da pessoa jurídica os juros equivalentes à taxa Selic para títulos federais acumulada mensalmente relativos a impostos e contribuições a serem restituídos ou compensados d o valor correspondente ao lucro inflacionário realizado no período em conformidade com o disposto no art 36 da IN SRF nº 93 de 1997 e multas e outras vantagens por rescisão contratual f os valores recuperados correspondentes a custos e despesas inclusive com perdas no recebimento de créditos salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido em período anterior no qual tenha se submetido à tributação com base no lucro real ou que tais valores se refiram a período a que tenha se submetido ao lucro presumido ou arbitrado RIR1999 Art 521 3o g a diferença entre o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos recebidos de instituição isenta a título de devolução de patrimônio e o valor em dinheiro ou o valor dos bens e direitos que tenha sido entregue para a formação do referido patrimônio h o valor resultante da aplicação dos percentuais de presunção de lucro sobre a parcela das receitas auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países com tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na escrituração da empresa 44 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 45 AULA 2 i o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder o limite calculado com base na taxa Libor para depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de seis meses acrescido de três por cento anuais a título de spread proporcionalizados em função do período a que se referirem os juros quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no exterior e o contrato não for registrado no Banco Central do Brasil j a diferença de receita auferida pela mutuante correspondente ao valor calculado com base na taxa a que se refere o inciso anterior e o valor contratado quando este for inferior caso o contrato não registrado no Banco Central do Brasil seja realizado com mutuária definida como pessoa vinculada domiciliada no exterior EXCLUSÕES DA RECEITA BRUTA Deverão ser excluídas da base de cálculo as vendas canceladas os descontos incondicionais concedidos e o IPI por ser imposto não cumulativo cobrado destacadamente do comprador ou contratante em que o vendedor ou prestador de serviço é mero depositário Pela legislação atual os percentuais a serem aplicados sobre a receita bruta são Atividades Percentuais Atividades em geral 80 Revenda de combustíveis 160 Serviços de transporte exceto o de carga 160 Serviços de transporte de cargas 80 Serviços em geral exceto serviços hospitalares 320 Serviços hospitalares 80 Intermediação de negócios 320 Administração locação ou cessão de bens 320 e direitos de qualquer natureza inclusive imóveis 46 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 47 AULA 2 No caso de atividades diversificadas deverá ser aplicado o percentual de cada atividade correspondente sobre a receita proveniente de cada atividade Venda de produto de fabricação própria 30000000 Prestação de serviços com intermediação 5000 Receita bruta operacional 30500000 O lucro presumido da empresa será Venda de produto de fabricação própria 300000 8 24000 Prestação de serviços com intermediação 5000 32 1600 Lucro presumido 25600 DETERMINAÇÃO DO IMPOSTO DE RENDA DEVIDO Incide sobre o lucro presumido a alíquota de 15 A parcela do lucro presumido que exceder ao resultado da multiplicação de 2000000 vinte mil reais pelo número dos meses do respectivo período de apuração sujeitase à incidência do adicional à alíquota de 10 dez por cento Por exemplo uma empresa teve receita bruta anual de 360000000 na venda de mercadoria A receita de aluguel de imóveis foi de 5000000 e os rendimentos de aplicação financeira de 500000 São consideradas atividades de intermediação de negócios as atividades de corretagem seguros imóveis etc e as atividades de representação comercial Vamos a um exemplo considere que uma empresa tenha optado pela tributação com base no lucro presumido No ano ela apresentou a seguinte composição de receita bruta operacional 46 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 47 AULA 2 Receita bruta tributável 360000000 008 28800000 Mais receita de aluguel 50000 Mais rendimentos de aplicações financeiras 5000 Lucro presumido 34300000 Cálculo do imposto de renda Parcela do lucro presumido apurado anualmente que excedeu R 24000000 havendo incidência adicional de imposto de renda à alíquota de 10 Lucro excedente 34300000 24000000 R 10300000 DEDUÇÕES DO IMPOSTO DE RENDA DEVIDO A pessoa jurídica optante pelo lucro presumido pode deduzir do imposto de renda apurado a o imposto de renda pago ou retido na fonte sobre receitas que integram a base de cálculo do imposto devido b o imposto de renda retido na fonte por órgãos públicos Lei nº 94301996 Art 64 c o imposto de renda retido na fonte por Entidades da Administração Pública Federal Lei nº 108332003 Art 34 d o imposto de renda pago incidente sobre ganhos no mercado de renda variável Imposto de renda sobre o lucro presumido 34300000 015 5145000 Imposto adicional sobre a parcela excedente 10300000 010 10300 Imposto total a pagar 6175000 Como a empresa está enquadrada na categoria de atividades gerais a alíquota que incide sobre a receita bruta tributável é de oito por cento 8 Para encontrar o lucro presumido base de cálculo para apuração do imposto de renda devemos somar à receita bruta a receita de aluguel e o rendimentos de aplicação financeira Apuração do lucro presumido 48 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 49 AULA 2 A Luna Administradora de Consórcio Ltda é tributada pelo lucro presumido e teve um faturamento bruto no primeiro trimestre de 300 mil Calcule a base de cálculo do IRPJ e o valor ser recolhido pelo referido tributo Resposta Comentada A empresa é uma administradora de consórcio a alíquota a ser usada sobre o faturamento bruto será de 32 Então a base de cálculo para apuração do imposto de renda será de Lucro presumido 300000 032 96000 A alíquota básica de imposto de renda é igual a 15 Como o período de apuração é trimestral parcela do lucro presumido que exceder a 60000 ao resultado da multiplicação de R 20000 por 03 meses sujeitase à incidência do adicional à alíquota de 10 dez por cento Cálculo do imposto de renda O recolhimento de imposto de renda pela Luna será de 18000 Atividade 3 Imposto de renda sobre o lucro presumido 9600000 015 1440000 Imposto adicional sobre a parcela excedente 9600000 6000000 010 360000 Imposto total a pagar 1800000 REGIME TRIBUTÁRIO LUCRO ARBITRADO Forma de apuração da base de cálculo do imposto de renda utilizada pela autoridade fiscal quando a pessoa jurídica deixa de cumprir com os requisitos necessários à determinação do lucro real ou presumido conforme o caso Pode ser utilizado também pelo contribuinte quando conhecida a receita bruta e desde que ocorrida qualquer das hipóteses de arbitramento previstas na legislação fiscal Por ser o lucro arbitrado um regime tributário de exceção utilizado para o cálculo do IRPJ e da CSLL quando não se consegue atender às condições exigidas para adotar a tributação pelo Lucro Real Lucro Presumido ou pelo Simples Nacional não será abordado em detalhe 48 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 49 AULA 2 REGIME TRIBUTÁRIO SIMPLES NACIONAL Tributação das microempresas e empresas de pequeno porte Com o objetivo de simplificar as obrigações tributárias das pequenas e médias empresas a legislação tributária brasileira dá tratamento diferenciado e favorecido às microempresas ME e empresas de pequeno porte Esse tratamento diferenciado teve início em 1997 com a Lei nº 9317 de 5 de dezembro de 1996 que instituiu o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples O Simples ficou em vigor de 1º de janeiro de 1997 até 31 de dezembro de 2006 O Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional é uma forma de tributação instituída pela Lei Complementar nº123 2006 que unifica a apuração e recolhimento de impostos e contribuições Esse regime entrará em vigor em 01 de julho de 2007 Poderão optar por este regime as micros e pequenas empresas Pela Lei Complementar nº 1232006 microempresa é a pessoa jurídica que tenha auferido no anocalendário receita bruta igual ou inferior a R 24000000 Empresa de pequeno porte é a que tiver auferido em cada anocalendário RECEITA BRUTA igual ou superior a 24000000 e igual ou inferior a 240000000 O Simples Nacional valerá para todo o país e a empresa que optar pela sua implementação deverá pagar em um único documento de arrecadação os seguintes tributos a Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica IRPJ b Imposto sobre Produtos Industrializados IPI c Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL d Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS e Contribuição para o PISPasep f Contribuição para a Seguridade Social RECEITA BRUTA É o produto da venda de bens e serviços nas operações de conta própria o preço dos serviços prestados e o resultado nas operações em conta alheia excluídas as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos Os resultados auferidos nas operações de conta alheia são aqueles obtidos pela venda de produtos ou mercadorias pertencentes a terceiros mediante o pagamento de uma comissão 50 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 51 AULA 2 g Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação ICMS h Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza ISS O Simples Nacional é também identificado como supersimples Não estão incluídos no Simples Nacional a Imposto sobre Operações de Crédito Câmbio e Seguro ou Relativas a Títulos ou Valores Mobiliários IOF b Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros II c Imposto sobre a Exportação para o Exterior de Produtos Nacionais ou Nacionalizados IE d Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural IPTR e Imposto de Renda sobre ganhos de aplicações financeiras de renda fixa ou variável e sobre ganhos de capital obtidos na alienação de ativos g Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira CPMF h Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço FGTS e Contribuição Previdenciária a cargo dos empregados j Contribuição para a Seguridade Social relativa à pessoa do empresário na qualidade de contribuinte individual k Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídica a pessoas físicas l Contribuição para o PISPasep COFINS e IPI incidentes na importação de bens e serviços 50 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 51 AULA 2 ALÍQUOTAS DE RECOLHIMENTO O imposto devido é calculado pela aplicação da alíquota sobre a receita bruta auferida no mês As alíquotas constam de cinco tabelas distintas para diferentes ramos de atividades comércio indústria serviço e constam em anexos na Lei Complementar nº123 2006 A seguir temos as tabelas somente das atividades de comércio e de indústria que mais diretamente afetam a nosso interesse Tabelas para cálculo de imposto ANEXO I Partilha do Simples Nacional Comércio Receita Bruta em 12 meses em R ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS PASEP INSS ICMS Até 12000000 400 000 021 074 000 180 125 De 12000001 a 24000000 547 000 036 108 000 217 186 De 24000001 a 36000000 684 031 031 095 023 271 233 De 36000001 a 48000000 754 035 035 104 025 299 256 De 48000001 a 60000000 760 035 035 105 025 302 258 De 60000001 a 72000000 828 038 038 115 027 328 282 De 72000001 a 84000000 836 039 039 116 028 330 284 De 84000001 a 96000000 845 039 039 117 028 335 287 De 96000001 a 108000000 903 042 042 125 030 357 307 De 108000001 a 120000000 912 043 043 126 030 360 310 De 120000001 a 132000000 995 046 046 138 033 394 338 De 132000001 a 144000000 1004 046 046 139 033 399 341 De 144000001 a 156000000 1013 047 047 140 033 401 345 De 156000001 a 168000000 1023 047 047 142 034 405 348 De 168000001 a 180000000 1032 048 048 143 034 408 351 De 180000001 a 192000000 1123 052 052 156 037 444 382 De 192000001 a 204000000 1132 052 052 157 037 449 385 De 204000001 a 216000000 1142 053 053 158 038 452 388 De 216000001 a 228000000 1151 053 053 160 038 456 391 De 228000001 a 240000000 1161 054 054 160 038 460 395 Tabela 21 Alíquota do Supersimples para o comércio 52 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 53 AULA 2 Exemplo Uma empresa comercial teve uma receita bruta total de 11000000 nos últimos 12 meses e a sua receita total no mês de março foi de 1000000 Com estes resultados qual será o imposto a pagar no mês março Com a receita de 11000000 bruta em 12 meses a empresa está na faixa de receita até 12000000 então as alíquotas bem como o valor dos impostos e contribuições a pagar no mês de março serão Receita Alíquotas Imposto e contribuições Em cima da receita de 1000000 irão incidir as alíquotas dos impostos e tributos para obtermos o valor a pagar Tributos e contribuições Alíquotas Valor a pagar IRPJ 000000 000 CSLL 000210 2100 COFINS 000740 7400 PISPASEP 000000 000 INSS 001800 18000 ICMS 001250 12500 Total 40000 A empresa comercial optante do simples nacional irá pagar 40000 de tributos no mês de março A carga tributária mensal dessa empresa será de 40000 1000000 004 400 Os valores dos tributos estão destacados para fins meramente didáticos de informação e comparação O recolhimento do imposto a pagar informado no campo Somatório de todos os tributos calculados deverá ser feito mediante Guia única de Arrecadação 52 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 53 AULA 2 Receita bruta em 12 meses em R ALÍQUOTA IRPJ CSLL COFINS PIS PASEP INSS ICMS IPI Até 12000000 450 000 021 074 000 180 125 050 De 12000001 a 24000000 597 000 036 108 000 217 186 050 De 24000001 a 36000000 734 031 031 095 023 271 233 050 De 36000001 a 48000000 804 035 035 104 025 299 256 050 De 48000001 a 60000000 810 035 035 105 025 302 258 050 De 60000001 a 72000000 878 038 038 115 027 328 282 050 De 72000001 a 84000000 886 039 039 116 028 330 284 050 De 84000001 a 96000000 895 039 039 117 028 335 287 050 De 96000001 a 108000000 953 042 042 125 030 357 307 050 De 108000001 a 120000000 962 043 043 126 030 360 310 050 De 120000001 a 132000000 1045 046 046 138 033 394 338 050 De 132000001 a 144000000 1054 046 046 139 033 399 341 050 De 144000001 a 156000000 1063 047 047 140 033 401 345 050 De 156000001 a 168000000 1073 047 047 142 034 405 348 050 De 168000001 a 180000000 1082 048 048 143 034 408 351 050 De 180000001 a 192000000 1173 052 052 156 037 444 382 050 De 192000001 a 204000000 1182 052 052 157 037 449 385 050 De 204000001 a 216000000 1192 053 053 158 038 452 388 050 De 216000001 a 228000000 1201 053 053 160 038 456 391 050 De 228000001 a 240000000 1211 054 054 160 038 460 395 050 ANEXO II Partilha do Simples Nacional Indústria Exemplo Uma empresa industrial teve uma receita bruta total de 1000000000 nos últimos 12 meses e a sua receita total no mês de março foi de 9000000 Com estes resultados qual será o imposto a pagar no mês março Com a receita bruta de 100000000 em 12 meses a empresa está na faixa de receita de 96000000 até 100000000 então as alíquotas bem como o valor dos impostos e contribuições a pagar no mês de março serão Receita Alíquotas Imposto e contribuições Em cima da receita de 9000000 irão incidir as alíquotas dos impostos e tributos para obtermos o valor a pagar de 857700 Tabela 22 Alíquota do supersimples para a indústria 54 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 55 AULA 2 Tributos e contribuições Alíquotas Valor a pagar IRPJ 00042 37800 CSLL 00042 37800 COFINS 00125 112500 PISPASEP 0003 27000 INSS 00357 321300 ICMS 00307 276300 IPI 0005 45000 Total 857700 A empresa comercial optante do simples nacional irá pagar 857700 de tributos no mês de março A carga tributária mensal dessa empresa será de 857700 9000000 00953 953 Calcule o valor a pagar em tributos no mês de janeiro de uma empresa comercial que teve um faturamento bruto de 500000 nos últimos 12 meses que antecederam o mês de janeiro mês em que a sua receita bruta foi de 45000 Com a receita bruta de 500000 em 12 meses a empresa está na faixa de receita de 48000001 até 600000 então as alíquotas bem como o valor dos impostos e contribuições a pagar no mês de janeiro serão Receita Alíquotas Imposto e contribuições Em cima da receita de 45000 irão incidir as alíquotas dos impostos e tributos para obtermos o valor a pagar Atividade 4 Imposto e contribuições Alíquotas Valor a pagar IRPJ 00035 15750 CSLL 00035 15750 COFINS 00105 47250 PISPASEP 00025 11250 INSS 00302 135900 ICMS 00258 116100 Total 342000 54 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 55 AULA 2 A empresa comercial optante do simples nacional irá pagar 3420 de tributos no mês de março A carga tributária mensal dessa empresa será de 3420 45000 0076 760 Calcule o valor a pagar em tributos no mês de janeiro de uma empresa industrial que teve um faturamento bruto de 700000 nos últimos 12 meses que antecederam o mês de janeiro mês em que a sua receita bruta foi de 65000 Com a receita bruta de 700000 em 12 meses a empresa está na faixa de receita de 60000001 até 720000 então as alíquotas bem como o valor dos impostos e contribuições a pagar no mês de março será Receita Alíquotas Imposto e contribuições Em cima da receita de 65000 irão incidir as alíquotas dos impostos e tributos para obtermos o valor a pagar Atividade 5 Tributos e contribuições Alíquotas Valor a pagar IRPJ 00038 24700 CSLL 00038 24700 COFINS 00115 74750 PISPASEP 00027 17550 INSS 00328 213200 ICMS 00282 183300 IPI 00005 32500 Total 570700 A empresa industrial optante do simples nacional irá pagar 570700 de tributos no mês de março A carga tributária mensal dessa empresa será de 570700 6500000 00878 878 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO CSLL A CSLL foi instituída pela Lei nº 768988 para financiar o Programa de Seguridade Social 56 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 57 AULA 2 A quem se aplica A todas as pessoas jurídicas domiciliadas no país e as que lhes são equiparadas pela legislação do imposto sobre a renda Isenção Consideramse isentas do pagamento da CSLL as seguintes pessoas jurídicas instituições de caráter filantrópico recreativo cultural e científico associações civis que prestem os serviços para os quais houverem sido instituídas e os coloquem à disposição do grupo de pessoas a que se destinam sem fins lucrativos nos termos da Lei nº 953297 Art 15 entidades sem fins lucrativos tais como as fundações associações e sindicatos ADN COSIT nº 1790 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO LUCRO REAL Base de cálculo A base de cálculo da CSLL para as pessoas jurídicas sujeitas à apuração do IRPJ pelo lucro real é o lucro ou prejuízo líquido do exercício antes da própria provisão e após a participação nos lucros Os prejuízos de pessoas jurídicas que podem ser compensados para apuração do imposto de renda também podem sêlo para a apuração da base de cálculo para a CSLL Em ambas as situações a base de cálculo apurada poderá ser reduzida por compensação da base de cálculo negativa apurada em períodos anteriores até o limite de 30 A base de cálculo para as pessoas jurídicas optantes pelo lucro real é o lucro líquido ajustado pelas adições e exclusões previstas na legislação Da receita bruta poderão ser deduzidas as vendas canceladas os descontos incondicionalmente concedidos e os impostos não cumulativos cobrados destacadamente do comprador ou contratante e do qual o 56 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 57 AULA 2 vendedor dos bens ou prestador dos serviços seja mero depositário IPI e ICMS Apuração da base de cálculo Resultado líquido do períodobase antes do IR Adições Exclusões Base de cálculo Compensação de prejuízos Base de cálculo da contribuição 1 Adições tais como Lei 898195 Art 57 e RIR99 Art 249 a o valor de qualquer provisão exceto aquelas para o pagamento de férias e décimoterceiro salário de empregados e as provisões técnicas das companhias de seguro e de capitalização das entidades de previdência complementar e das operadoras de planos de assistência à saúde quando constituídas por exigência da legislação especial a elas aplicável b o valor da contrapartida da reavaliação de quaisquer bens no montante do aumento do valor dos bens reavaliados que tenha sido efetivamente realizado no período de apuração se não computado em conta de resultado c o ajuste por diminuição do valor dos investimentos no Brasil avaliados pelo patrimônio líquido d a parcela dos lucros anteriormente excluídos de contratos de construção por empreitada ou de fornecimento a preço predeterminado de bens ou serviços celebrados com pessoa jurídica de direito público ou empresa sob o seu controle empresa pública sociedade de economia mista ou sua subsidiária recebida no período de apuração inclusive mediante resgate ou alienação sob qualquer forma de títulos públicos ou Certificados de Securitização emitidos especificamente para quitação desses créditos observado o disposto em normas específicas 58 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 59 AULA 2 e a parcela da reserva especial mesmo que incorporada ao capital proporcionalmente à realização dos bens ou direitos mediante alienação depreciação amortização exaustão ou baixa de qualquer título f os juros sobre o capital próprio em relação aos valores excedentes aos limites de dedução estabelecidos na legislação g os lucros auferidos no exterior por intermédio de filiais sucursais controladas ou coligadas que tiverem sido disponibilizados para a pessoa jurídica domiciliada no Brasil no curso do anocalendário h os rendimentos e ganhos de capital auferidos no exterior os quais devem ser considerados pelos seus valores antes de descontado tributo pago no país de origem 2 Exclusões tais como Lei 898195 Art 57 e RIR99 Art 250 a os lucros e dividendos de investimentos no Brasil avaliados pelo custo de aquisição e que tenham sido computados como receita b o ajuste por aumento no valor de investimentos avaliados pelo patrimônio líquido c o valor ainda não liquidado correspondente às variações monetárias ativas das obrigações e direitos de crédito registradas no período em função das taxas de câmbio tendo havido a opção pelo seu reconhecimento quando da correspondente liquidação d o valor liquidado no período correspondente às variações monetárias passivas das obrigações e direitos de crédito em função das taxas de câmbio tendo havido a opção pelo seu reconhecimento nesse momento Alíquota A alíquota de CSLL das pessoas jurídicas é de 9 sobre o lucro real em geral 58 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 59 AULA 2 CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO LUCRO PRESUMIDO Base de cálculo O Lucro Presumido que servirá de base de cálculo tanto para a apuração do IRPJ como da CSLL devidos no trimestre será calculado pela aplicação de uma porcentagem na receita bruta auferida no período acrescida dos ganhos de capital dos rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações financeiras das demais receitas e dos resultados positivos não incluídos na receita bruta total Os percentuais que incidem sobre a receita bruta para encontrar o lucro presumido já foram informados anteriormente quando mostramos a apuração do lucro presumido para fins de imposto de renda Os percentuais que incidem na receita bruta para encontrar a base de cálculo para a apuração da CSLL são 32 no caso de receitas de prestação de serviços em geral exceto serviços hospitalares e transporte intermediação de negócios administração locação ou cessão de bens imóveis móveis e direitos de qualquer natureza 12 da receita bruta nas atividades comerciais industriais serviços hospitalares e de transporte Alíquota A CSLL incide à alíquota de 9 aplicável a todas as pessoas jurídicas inclusive instituições financeiras Exemplo Considere uma pessoa jurídica optante pela tributação com base no lucro presumido que teve receita bruta com venda de mercadoria no valor de R 250000 ganho de capital de R 6000 na venda de bens do ativo imobilizado e rendimentos de aplicações financeiras de R 1000 Ela deverá recolher 3330 a título de CSLL Apuração do lucro presumido 12 da receita bruta 2500000 012 30000 Ganho de capital 6000 Rendimento de aplicações financeiras 1000 Lucro presumido R 37000 60 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 61 AULA 2 Cálculo da contribuição a pagar 3700000 009 333000 Contribuição social a pagar 333000 Impostos Federais da Pessoa Jurídica Quadro síntese do IRPJ e da CSLL LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO Imposto de renda IRPJ 15 sobre o lucro líquido total das receitas menos total das despesas dedutíveis 15 sobre o lucro presumido calculado da seguinte forma 8 para indústria eou comércio 16 para transportes e 32 para prestadores de serviços Contribuição Social CSLL 9 sobre o lucro líquido total das receitas menos total das despesas dedutíveis 9 sobre a receita bruta com as devidas adições Imposto de renda adicional 10 aplicado sobre a diferença quando o lucro real ultrapassar 20000 limite mensal pelo número de meses do respectivo período de apuração 10 aplicado sobre a diferença quando o lucro presumido ultrapassar 20000 limite mensal pelo número de meses do respectivo período de apuração 1 Se você está pensando em desenvolver atividade empresarial junto com mais dois amigos e não quer que seus bens pessoais sejam garantia do negócio que tipo de sociedade você abriria Resposta Comentada Tanto sociedades limitadas como sociedades por ações representam tipos societários em que a responsabilidade dos sócios é restrita ao valor que despenderam para pagamento do preço de integralização conforme o caso de suas quotas ou ações 2 No que diz respeito à tributação de empresa a legislação brasileira considera o tipo societário sob o qual a empresa se reveste como um fator considerado no estabelecimento de tributos e suas respectivas alíquotas Resposta Comentada Os tributos que incidem sobre essa pessoa jurídica são os mesmos existentes para qualquer outro tipo de sociedade sendo o tamanho o ramo de atividade e o faturamento da empresa os critérios usados como diferenciadores para a incidência do tributo Atividades Finais 60 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário C E D E R J 61 AULA 2 As empresas se organizam em empresa individual sociedade limitada ou sociedade anônima No Brasil as sociedades empresariais são regulamentadas pelo Código Civil e pela Lei das Sociedades Anônimas A empresa individual é a pessoa física que em seu próprio nome explora uma atividade econômica com fins lucrativos o dono tem responsabilidade ilimitada As sociedades podem ser personificadas e nãopersonificadas As nãopersonificadas não possuem personalidade jurídica As personificadas são sociedades legalmente constituídas As principais empresas personificadas são as sociedades limitadas nas quais os sócios têm responsabilidade limitada ao investimento realizado representado pelo número de cotas possuídas a alienação de cotas acarreta a alteração do contrato social As sociedades anônimas são empresas com capital distribuído entre um número expressivo de sócios podem ser de capital fechado ou capital aberto Nas de capital fechado o capital representado pelas ações é dividido entre poucos acionistas Essas ações não são negociadas nas bolsas de valores nem no mercado de balcão As de capital aberto têm seus títulos e valores mobiliários negociados em bolsas de valores ou no mercado de balcão No Brasil há dois tributos sobre o lucro da pessoa jurídica o imposto de renda e a contribuição sobre o lucro líquido Para fins fiscais todas as R E S U M O 3 Qual a vantagem de os participantes de uma LTDA ou SA terem responsabilidade limitada às suas quotas ou ações Resposta Comentada A vantagem é a garantia de que a responsabilidade dos sócios está limitada pelas quotas ou ações que eles possuem Essa característica é um importante fator para o desenvolvimento das atividades administrativas e operacionais de uma empresa Com essa garantia a administração da empresa se preocupa apenas com o exercício de sua atividade sem que seus sócios sejam responsáveis por qualquer quantia além daquela desembolsada para compor o capital social da empresa exceto no caso em que se comprovar que a administração praticou atos ilícitos 62 C E D E R J Fundamentos de Finanças O ambiente legal e tributário sociedades são consideradas pessoas jurídicas inclusive as não regularizadas formalmente As pessoas jurídicas por opção ou por determinação legal podem ser tributadas tendo como base de cálculo o lucro real o lucro presumido e o lucro arbitrado Em qualquer desses regimes o tratamento tributário é praticamente o mesmo Há uma alíquota de 15 incidente sobre a base de cálculo e um adicional de imposto de 10 sobre a parcela do lucro que exceder a R 24000000 A base de cálculo para a contribuição social sobre o lucro líquido é a mesma base que a empresa escolheu para calcular o imposto de renda devido O Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte Simples Nacional é uma forma de tributação instituída que unifica a apuração e o recolhimento de impostos e contribuições Poderão optar por esse regime as micro e pequenas empresas Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral Ao final do estudo desta aula você deverá ser capaz de compreender a função do mercado financeiro como intermediador financeiro conhecer a segmentação do mercado financeiro e a delimitação de cada área de especialização distinguir as instituições financeiras que atuam em cada segmento do mercado financeiro 3 objetivos A U L A Meta da aula Apresentar a amplitude do mercado financeiro seus segmentos especializados e as principais instituições financeiras atuantes 1 2 3 64 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 65 AULA 3 INTRODUÇÃO As empresas operam em um ambiente econômico onde existem agentes econômicos poupadores que têm recursos financeiros em excesso e agentes econômicos deficitários com falta de recursos Os agentes econômicos são as famílias as empresas e o governo As famílias são superavitárias quando sua renda supera seus gastos as empresas quando os recursos gerados internamente superam as suas oportunidades de investimentos os governos quando o que arrecada com tributos e imposição de mecanismos compulsórios de poupança é maior do que as suas demandas de políticas econômicas Os agentes econômicos são deficitários quando a renda é menor que os desembolsos correntes no caso das famílias quando as oportunidades de investimentos são maiores do que as fontes internas de financiamento no caso das empresas no caso do governo quando a arrecadação fica aquém de suas necessidades de recursos Quando não há um movimento sincronizado entre recebimentos e pagamentos no que diz respeito a prazo de recebimentopagamento e volume de recursos os intermediários financeiros canalizam os recursos dos agentes superavitários para os agentes deficitários no mercado financeiro A intermediação em um ambiente econômico é a atividade de interligar ou atuar entre o vendedor e comprador o produtor e o consumidor ou o doador e o tomador A intermediação financeira é a aproximação entre a oferta e a procura de recursos no mercado financeiro O processo de intermediação financeira significa a captação de recursos excedentes dos agentes econômico poupadores e a cessão destes recursos aos agentes econômicos deficitários A Figura 31 ilustra como se dá a transferência dos agentes superavitários para os agentes deficitários através da intermediação financeira O mercado financeiro surgiu da necessidade de realização dessas transferências ele é usado pelas empresas para ajustar seus fluxos de investimentos INTERMEDIAÇÃO FINANCEIRA Figura 31 Caracterização da intermediação financeira Agentes econômicos superviários fornecedores de fundos Mercado Financeiro Agentes econômicos deficitários demandantes de fundos 64 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 65 AULA 3 A tomada de decisão de investimento e financiamento pela empresa requer o conhecimento dos princípios econômicos básicos dos mercados financeiros Mercado financeiro é o conjunto de mecanismos destinados a facilitar as transferências de recursos financeiros entre agentes econômicos ou seja ele é o conjunto de todas as atividades relacionadas com a intermediação financeira Constituído por mecanismos específicos e instituições especializadas o mercado financeiro aproxima demandantes e ofertantes de capital e torna viável a realização do interesse das partes envolvidas Esses mecanismos específicos ou títulos de dívidas e de propriedades são criados para atender os interesses dos agentes econômicos envolvidos De acordo com a lei da reforma bancária instituições financeiras são as pessoas jurídicas públicas e privadas que tenham como atividade principal ou acessória a coleta a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros em moeda nacional ou estrangeira e a custódia de valor de propriedade de terceiros Lei nº 459564 Art 17 O parágrafo único desse artigo equipara às instituições financeiras as pessoas físicas que exercem as atividades anteriormente descritas Instituições financeiras são portanto pessoas físicas ou jurídicas privadas ou públicas que captam intermediam ou aplicam recursos financeiros próprios ou de terceiros em moeda nacional ou estrangeira ou que custodiam valores ou títulos As instituições financeiras só podem operar após autorização do Banco Central O conjunto de instituições financeiras especializadas é denominado Sistema Financeiro Nacional O MERCADO FINANCEIRO E SUA SEGMENTAÇÃO A amplitude e a complexidade das relações de intermediação financeira determinaram a necessidade de segmentação operacional do mercado financeiro Com base em prazos e finalidade das operações organizamse em 66 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 67 AULA 3 Mercado monetário Mercado de crédito Mercado cambial Mercado de capitais Essa segmentação atende a uma melhor delimitação do amplo mercado financeiro com relação aos seus objetivos prazos mecanismos de intermediação e às principais características das instituições operadoras No diaadia das operações financeiras ocorre uma perfeita e fluida integração entre esses segmentos por meio de um amplo sistema de comunicação MERCADO MONETÁRIO O mercado monetário é o segmento do mercado financeiro voltado ao desenvolvimento de atividades de intermediação financeira relativas ao controle da liquidez monetária da economia do financiamento dos tesouros nacional estaduais e municipais e ao eventual suprimento de caixa das instituições financeiras Por sua natureza as operações nesse segmento de mercado são de curtíssimo ou de curto prazo Têm atuação predominante nesse segmento as instituições financeiras autorizadas a representar o Banco Central do Brasil nas operações de lançamento de títulos de emissão do próprio Banco Central e do Tesouro Nacional os chamados dealers as que representam os Tesouros estaduais ou municipais as que operam em nome dos agentes econômicos dispostos a aplicar recursos em títulos públicos e as instituições bancárias que negociam títulos de dívidas entre si com o objetivo de suprimento imediato de caixa uma vez que por força de lei elas têm de zerar o caixa diariamente São negociados nesse mercado títulos de emissão do Banco Central do Brasil do Tesouro Nacional dos Tesouros estaduais e municipais e os de emissão das instituições bancárias que lastreiam empréstimos para suprimento momentâneo de seus caixas os chamados Certificados de Depósitos Interfinanceiros CDI 66 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 67 AULA 3 MERCADO DE CRÉDITO O mercado de crédito é o segmento do mercado financeiro destinado às operações de crédito pessoal crédito direto ao consumidor e do financiamento do capital de giro das empresas São operações de curto ou de médio prazo As instituições financeiras mais atuantes neste segmento são os bancos múltiplos os bancos comerciais e as sociedades de crédito financiamento e investimento conhecidas como financeiras As Letras de Câmbio LC os Certificados de Depósitos Bancários CDB e os Recibos de Depósitos Bancários RDB são os títulos mais usuais na captação de recursos para este financiamento MERCADO CAMBIAL O mercado cambial é o segmento do mercado financeiro voltado para a conversão de moedas ou seja a troca da moeda nacional por moedas estrangeiras e viceversa mediante a fixação de paridade de valores Esse mercado reúne todos os agentes econômicos que tenham motivos para realizar transações com o exterior tais como exportadores importadores devedores e credores em moeda estrangeira investidores internacionais empresas multinacionais turistas etc São operações à vista ou de curtíssimo prazo No mercado cambial atuam o Banco Central do Brasil os bancos múltiplos os bancos de investimento as sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários e as corretoras de câmbio Estas têm por objeto social somente as intermediações em operações de câmbio entre os clientes e as instituições financeiras MERCADO DE CAPITAIS O mercado de capitais é o segmento do mercado financeiro em que ocorrem as operações visando ao financiamento do capital de giro e permanente das empresas da construção civil e da aquisição de moradia casa própria eou de prédios comerciais São operações de médio e longo prazo e de prazo indeterminado Predominantemente operam neste segmento de mercado os bancos de investimentos os bancos de desenvolvimento as sociedades corretoras 68 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 69 AULA 3 de títulos e valores mobiliários as sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários as caixas econômicas as sociedades de arrendamento mercantil as sociedades de crédito imobiliário e os bancos múltiplos com carteiras especializadas Como instituições auxiliares atuam as bolsas de valores e as bolsas de mercadorias e futuros Os principais títulos de captação de recursos são as ações as debêntures as cadernetas de poupança as letras imobiliárias e as letras hipotecárias As ações e as debêntures são de emissão de empresas constituídas na forma de Sociedade Anônima SA As ações são títulos que representam frações do capital social de uma empresa Elas são títulos de propriedade de uma SA e sua maior fonte de recursos próprios Existem basicamente dois tipos de ações as ordinárias e as preferenciais As ordinárias dão ao seu titular o direito de votar nas assembléias gerais de acionistas nas quais são tomadas decisões quanto à destinação do lucro e elegemse os membros da diretoria da empresa Quem detém as ações são os donos da empresa que são chamados de acionistas Os acionistas preferenciais não têm direito de votar mas têm prioridades no recebimento do dividendo e no reembolso do capital no caso de dissolução da empresa Os titulares das ações são remunerados com a distribuição de parcela do lucro que pode ser em dinheiro os dividendos ou em ações as bonificações As debêntures são títulos de crédito emitidos pelas SA que têm como garantia seus ativos As remunerações oferecidas pelas debêntures são os juros Elas também podem ser emitidas com direitos de participação nos lucros e de conversão em ações As cadernetas de poupança as letras imobiliárias e as letras hipotecárias são mecanismos financeiros que captam recursos para o Sistema Financeiro da Habitação 68 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 69 AULA 3 O processo de intermediação financeira significa canalizar os recursos excedentes dos agentes econômicos poupadores para os agentes econômicos deficitários Essa transferência se dá via instituições financeiras que compõem o Sistema Financeiro Nacional Marque certo ou errado para as sentenças a seguir I A intermediação financeira ocorre na comercialização de bens e serviços certo errado II O Mercado Financeiro é o conjunto de mecanismos destinados a facilitar as transferências de recursos financeiros entre os agentes econômicos certo errado III No mercado monetário são negociadas as moedas certo errado IV O Conselho Monetário Nacional é o principal órgão normativo do Sistema Financeiro Nacional certo errado V A Comissão de Valores Mobiliários opera negócios com ações e outros títulos certo errado VI Os bancos de investimentos viabilizam recursos de médio e longo prazo para as empresas certo errado Resposta Comentada I Errado A intermediação financeira é a atividade de captação de recursos financeiros excedentes dos agentes econômicos poupadores e a cessão desses recursos aos agentes econômicos deficitários que são os tomadores de recursos II Certo O mercado financeiro é o conjunto das atividades relacionadas com a intermediação financeira sendo constituído por mecanismos específicos de captação e cessão de recursos e por instituições financeiras especializadas III Errado O mercado monetário é o segmento do mercado financeiro que desenvolve operações financeiras visando ao controle da liquidez monetária da economia ao financiamento dos Tesouros Nacional estaduais e municipais e ao suprimento eventual de caixa das instituições financeiras IV Certo O Sistema Financeiro Nacional é o conjunto de instituições financeiras especializadas Esse conjunto é segmentado em órgãos normativos entidades supervisoras e instituições operadoras Os órgãos normativos são os responsáveis por definir diretrizes e regular as operações que ocorrem no sistema financeiro O Conselho Monetário Nacional é o principal órgão normativo do Sistema Financeiro Nacional pois é o responsável pela definição das diretrizes das políticas monetárias de crédito e cambial do país Atividade 1 70 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 71 AULA 3 V Errado O Sistema Financeiro Nacional é composto por órgãos normativos entidades supervisoras e instituições operadoras As entidades supervisoras são instituições financeiras responsáveis pela supervisão e fiscalização das instituições operadoras e das operações financeiras realizadas por elas Dentre as entidades supervisoras está a CVM que atua no desenvolvimento na disciplina e na fiscalização das operações com títulos e valores mobiliários especificamente no mercado de ações e debêntures VI Certo Os bancos de investimentos são instituições financeiras operativas cuja função primordial é viabilizar recursos de médio e longo prazo para financiar o capital de giro e o capital permanente das empresas O Quadro 31 apresenta as possíveis segmentações do mercado financeiro com base nos prazos e finalidades das operações que ocorrem nesses mercados Segmentos Prazos Finalidades Mercado Monetário À vista e curto prazo Controle da liquidez da moeda financiamento do Tesouro e suprimento de caixa das instituições financeiras Mercado de Crédito Curto e médio prazo Crédito pessoal crédito direto ao consumidor financiamento de capital de giro das empresas Mercado Cambial À vista Conversão de moedas Mercado de Capitais Médio longo e prazo indeterminado Financiamento do capital de giro e do permanente das empresas financiamento da construção civil e da aquisição de moradia Quadro 31 Segmentação do mercado financeiro 70 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 71 AULA 3 Mercados Produtos Mercado Monetário Títulos de emissão do Tesouro NacionalTítulos de emissão do Banco CentralCertificado de Depósito Interbancário CDITítulos de emissão dos Tesouros Estaduais e Municipais Mercado de Crédito Letras de câmbio LC Certificado de Depósito Bancário CDB Recibo de Depósito Bancário RDB Mercado Cambial Moeda nacional e estrangeira Mercado de Capitais Ações Debêntures Caderneta de Poupança CP Letras Imobiliárias LI Letras Hipotecárias LH Ainda no contexto do mercado financeiro as operações de lançamento de novos títulos no mercado com aporte de recursos para o emitente que pode ser uma empresa ou uma instituição financeira ocorrem no mercado primário Após lançamento inicial no mercado os títulos passam a ser negociados entre investidores sem a participação do lançador no mercado secundário MERCADO PRIMÁRIO No mercado primário são negociados pela primeira vez ações títulos e valores mobiliários provenientes de novas emissões As empresas recorrem ao mercado primário para completar os recursos de que necessitam visando ao financiamento de seus projetos de expansão ou seu emprego em outras atividades MERCADO SECUNDÁRIO O Mercado Secundário é o espaço para a negociação de títulos adquiridos no mercado primário Essa negociação ocorre nos mercados de balcão organizados ou não e nas bolsas de valores A diferença básica entre os mercados primário e secundário é que enquanto o primeiro caracterizase pelo encaixe de recursos na empresa o segundo se distingue pela mera transação entre compradores e vendedores de ações não trazendo recursos à empresa que emitiu as ações O Quadro 32 apresenta os principais produtos negociados nos segmentos do mercado financeiro Quadro 32 Principais produtos negociados nos mercados financeiros 72 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 73 AULA 3 Mercado primário é onde ocorrem os negócios referentes à emissão de novos títulos que podem ser de dívida ou de participação societária ações por lançamento de instituições financeiras ou de empresas Visa à colocação destes títulos à disposição dos investidores MERCADO PRIMÁRIO distribuição de títulos públicos ações e debêntures Mercado secundário é onde ocorrem as transações entre investidores detentores de títulos de dívida e ações Esses títulos passam de um investidor para outro sem a participação da instituição emissora Ele não canaliza recursos para as empresas sua função é garantir a liquidez para os investimentos feitos no mercado primário MERCADO SECUNDÁRIO distribuição de títulos públicos ações e debêntures Investidores Agentes econômicos superavitários Títulos R Instituição Financeira Títulos R Empresas Tesouro Nacional Bacen Tesouros estaduais e municipais Investidores Títulos R Instituição Financeira Títulos R Investidores 72 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 73 AULA 3 Com que finalidade o mercado financeiro é segmentado em mercado monetário mercado de crédito mercado cambial e mercado de capitais Resposta Comentada A finalidade da segmentação é atender com a maior adequação possível os interesses dos que disponibilizam e dos que necessitam de recursos financeiros As atividades de intermediação financeira numa sociedade economicamente desenvolvida são amplas e complexas Isso levou à necessidade de o mercado financeiro ser segmentado com base em prazos e finalidades das operações visando atender melhor aos interesses dos ofertantes e dos demandantes de recursos financeiros Atividade 2 O SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL O conjunto de instituições financeiras especializadas é denominado Sistema Financeiro Nacional que é composto por órgãos normativos entidades supervisoras e operadores A estrutura do Sistema Financeiro Nacional com as instituições que o compõem pode ser vista na Figura 32 Órgãos normativos Entidades supervisoras Operadores Conselho Monetário Nacional CMN Banco Central do Brasil Bacen Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista Demais instituições financeiras Outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros Comissão de Valores Mobiliários CVM Bolsas de mercadorias e futuro Bolsas de valores Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP Superintendência de Seguros Privados Susep Instituto de Resseguros do Brasil IRB Sociedades seguradoras Sociedades de capitalização Entidades abertas de previdência complementar Conselho de Gestão da Previdência Complementar CGPC Secretaria de Previdência Complementar SPC Entidades fechadas de previdência complementar Figura 32 Composição do Sistema Financeiro Nacional Fonte Bacen 2007 74 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 75 AULA 3 ÓRGÃOS NORMATIVOS São os órgãos responsáveis por definir diretrizes e regular as operações que ocorrem no sistema financeiro São eles Conselho Monetário Nacional CMN É a entidade máxima do Sistema Financeiro Responsável pela fixação das diretrizes das políticas monetárias de crédito e cambial do país É composto pelo ministro da fazenda seu presidente pelo ministro do planejamento Orçamento e Gestão e pelo presidente do Banco Central Conselho Nacional de Seguros Privados CNSP É a entidade máxima do mercado de seguros privados Responsável por fixar as diretrizes e normas da política de seguros privados É composto pelo ministro da Fazenda seu presidente pelo representante do ministério da Justiça pelo representante do Ministério da Previdência Social superintendente da Superintendência de Seguros Privados pelo representante do Banco Central do Brasil e pelo representante da Comissão de Valores Mobiliários Conselho de Gestão da Previdência Complementar CGPC É a entidade máxima do mercado de previdência com plementar É vinculado ao Ministério da Previdência Social Sua competência é regular normatizar e coordenar as atividades das entidades fechadas de previdência complementar fundos de pensão É a última instância para julgar os recursos interpostos contra as decisões da Secretaria de Previdência Complementar Mais informações poderão ser encontradas no endereço wwwprevidenciasocialgovbr 74 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 75 AULA 3 Importante também é registrar a existência do Conselho de Recursos do Sistema Financeiro CRSFN criado para julgar em segunda e última instância administrativa os recursos interpostos das decisões relativas à aplicação das penalidades administrativas determinadas pelo Banco Central do Brasil e pela Comissão de Valores Mobiliários ENTIDADES SUPERVISORAS São as instituições financeiras responsáveis pela supervisão e fiscalização das instituições operadoras e das operações financeiras realizadas São elas Banco Central do Brasil BC ou Bacen É o órgão responsável pela supervisão e fiscalização das instituições financeiras e de suas operações É o órgão executivo do Conselho Monetário É o gestor do Sistema Financeiro Nacional executor da política monetária banco emissor da moeda bancos dos bancos e gestor dos títulos da dívida pública federal Comissão de Valores Mobiliários CVM É a instituição encarregada do desenvolvimento da disciplina e da fiscalização do mercado de valores mobiliários no que diz respeito ao mercado de ações e debêntures Superintendência de Seguros Privados Susep É o órgão de controle e fiscalização do mercado de seguro previdência privada aberta e capitalização É uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda 76 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 77 AULA 3 IRBBrasil Resseguros antigo Instituto de Resseguros do Brasil É uma sociedade por ações de economia mista com controle acionário da União É o órgão regulador das atividades de COSSEGURO RESSEGURO e de RETROCESSÃO Promove também o desenvolvimento das atividades relacionadas ao mercado de seguro no país Secretaria de Previdência Complementar SPC É o órgão responsável pela fiscalização das Entidades fechadas de previdência complementar fundos de pensão No entanto ainda existem entidades que por força de lei atuam tanto como supervisoras quanto como operadoras São elas Banco do Brasil Caixa Econômica Federal e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social Banco do Brasil BB Na sua essência é um banco comercial no entanto é também o agente financeiro do Tesouro Nacional conta única da União o gestor da câmara de compensação de cheques e outros papéis e o principal supervisor e executor das políticas de crédito rural e de comércio exterior Caixa Econômica Federal CFE Na sua essência também é um banco comercial No entanto também executa atividade de agente financeiro do Governo Federal É o gestor do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço FGTS das políticas de habitação e saneamento das loterias federais e de programas especiais como PIS e Pasep RESSEGURO É um seguro para segurar outro já feito Ocorre quando uma empresa seguradora assume um contrato de seguro superior à sua capacidade financeira necessitando portanto repassar o risco deste seguro ou parte dele a outra seguradora que é a resseguradora É o seguro do seguro RETROCESSÃO É um resseguro do resseguro É feito porque os valores envolvidos nos contratos de seguros são tão altos que até mesmo o resseguro necessita de cobertura Nesse caso a diluição do risco é feita entre resseguradoras internacionais COSSEGURO É um seguro que se distribui entre duas ou mais seguradoras dividindose entre elas os riscos proporcionalmente às cotas de cosseguro distribuídas 76 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 77 AULA 3 Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social BNDES Na sua essência é um banco de desenvolvimento pois promove e fomenta o desenvolvimento econômico e social do país No entanto é a instituição financeira encarregada de coordenar inúmeros fundos e programas especiais criados pelo Governo Federal para apoiar o desenvolvimento econômico e social tais como Fundo de Amparo ao Trabalhador FAT Fundo Nacional de Desestatização FND Programa Especial de Desenvolvimento Agrícola PEFA Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar Pronafe dentre outros Foi noticiado no jornal Valor Econômico em 1972001 A Petrobras recebeu ontem a última parcela do pagamento do seguro de US 494 milhões da plataforma P36 que afundou no dia 20 de março As seguradoras e resseguradoras honraram o pagamento baseadas no laudo da empresa internacional Mathews Daniel VALOR Online 2007 E na Agência de Notícias BrasilÁrabe ANBA em 1622007 Petrobras optou por seguradora própria e exclusiva No processo de globalização a empresa criou uma seguradora a Bear para cobrir seus negócios internacionais Na área de resseguros a opção foi pulverizar os fornecedores para minimizar calotes Experiências como estas serão apresentadas pelo gerente de seguros da empresa Luiz Octávio de Mello na Conferência de Companhias Nacionais de Petróleo em Dubai Ao contrário dos seguros a solução encontrada para os resseguros foi pulverizar as operações No caso da P36 por exemplo plataforma que naufragou em 2001 segundo Mello havia mais de 40 resseguradores o que minimizou a possibilidade de calotes Se ocorre o sinistro cada ressegurador fica com uma parcela do pagamento você pulveriza o risco Não dá para jogar todos os ovos na mesma cesta afirmou O valor da P36 era de cerca de US 500 milhões Com base nessas duas informações podemos afirmar que a Petrobras é bem administrada no que diz respeito a gerenciamento de seguros Atividade 3 78 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 79 AULA 3 Resposta Comentada Com a criação de uma seguradora para operar no mercado internacional a Bear a Petrobras detém uma seguradora que é fornecedora de seguros para seus negócios no exterior Como opera em vários países com seguradora própria e exclusiva a Petrobras não precisa buscar seguros no mercado de cada país em que for operar Isso diminui a necessidade de intermediários e conseqüentemente os custos Se o bem a ser segurado tem um valor muito alto a Bear faz o resseguro reduzindo portanto a possibilidade de não honrar o seguro no caso de um sinistro A Petrobras portanto tem uma administração eficiente no que diz respeito a seguro Reduz custos sem perder de vista o retorno que deve obter no caso de um sinistro como ficou bem explícito quando do incêndio e perda total da P36 INSTITUIÇÕES OPERATIVAS São as instituições financeiras que de fato realizam as intermediações financeiras Este conjunto de instituições por vezes é também denominado de subsistema de intermediação Estas instituições financeiras são pessoas jurídicas públicas ou privadas que captam e cedem recursos próprios ou de terceiros administram recursos de terceiros e desenvolvem atividades de prestação de serviços complementares à intermediação financeira Elas só podem operar mediante autorização do Banco Central Bacen No segmento das instituições operadoras na Figura 32 observamse diversos conjuntos de instituições ou seja de instituições financeiras captadoras de depósitos à vista demais instituições financeiras outros intermediários financeiros e administradores de recursos de terceiros bolsas de mercadorias e futuro e bolsas de valores assim organizados pela afinidade de suas principais competências Instituições financeiras captadoras de depósitos à vista As instituições financeiras captadoras de depósitos à vista também denominadas instituições financeiras bancárias são compostas pelos bancos comerciais caixas econômicas bancos cooperativos cooperativas de crédito e bancos múltiplos 78 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 79 AULA 3 A principal característica dessas instituições financeiras é a sua exclusividade na captação de recursos através de depósitos à vista a popular conta corrente não remunerados e de liquidez imediata isto é os depositantes podem sacar os seus recursos a qualquer momento Com os recursos depositados em conta corrente essas instituições desenvolvem a capacidade de criação de moeda o que facilita operações de crédito de curto prazo especialmente de crédito pessoal e os financiamentos de capital de giro das empresas A principal instituição operadora neste conjunto é o banco comercial Conforme consta do Manual de Normas e Instruções MNI do Banco Central os bancos comerciais têm a função precípua de viabilizar os recursos financeiros necessários seja através de empréstimos ou de financiamentos no curto ou no médio prazo às empresas industriais comerciais e de serviços e às pessoas físicas A constituição e o funcionamento dos bancos comerciais são regulados pelo Banco Central que também fiscaliza diariamente as suas operações financeiras Os bancos comerciais ainda desenvolvem atividades de prestação de serviços bancários tais como transferências de fundos cobranças de títulos custódia e guarda de valores recebimento de tributos e de contas diversas e operações de câmbio dentre outras e de linhas de créditos especiais como o crédito rural e o crédito a operações de comércio exterior 80 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 81 AULA 3 Entendendo o banco múltiplo Os bancos múltiplos foram instituídos por decisão do Conselho Monetário Nacional através da resolução nº 152488 com o objetivo de racionalizar a gestão administrativa e contábil e proporcionar melhor sinergia entre as especialidades em que atua a organização financeira O banco múltiplo é a união de carteiras financeiras especializadas em uma única instituição financeira isto é em uma só personalidade jurídica com um só balanço e um único caixa Para ser caracterizado como banco múltiplo ele deve operar em pelo menos duas especialidades ou carteiras Essas carteiras são escolhidas entre as de um banco comercial banco de investimento banco de desenvolvimento sociedade de crédito imobiliário sociedade de crédito financiamento e investimento ou sociedade de arrendamento mercantil sendo que pelo menos uma das duas carteiras por força de norma tenha de ser a de um banco comercial ou a de um banco de investimento Nada impede que um banco múltiplo atue com todas as carteiras DEMAIS INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS O conjunto das demais instituições financeiras não bancárias é composto por associações de poupança e empréstimos bancos de desenvolvimento bancos de investimento companhias hipotecárias cooperativas centrais de crédito sociedades de crédito financiamento e investimento sociedades de crédito imobiliário e sociedades de arrendamento mercantil Estas instituições não podem captar depósitos à vista São pessoas jurídicas públicas ou privadas que captam e cedem recursos de terceiros Operam em segmentos especializados através de mecanismos específicos São autorizadas a emitir títulos financeiros para a captação de recursos de terceiros Neste conjunto o destaque fica para os bancos de investimento por terem atuação relevante no contexto das finanças das empresas 80 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 81 AULA 3 Os bancos de investimento são instituições financeiras nãobancárias portanto não podem captar recursos através de depósitos à vista Sua função primordial é viabilizar recursos para serem cedidos às empresas a médio e a longo prazo através de financiamentos e empréstimos Na empresa esses recursos serão alocados no capital de giro ou no capital fixo permitindo melhor gestão do fluxo de caixa ou a melhoria e expansão da produção Para exercer esta função os bancos de investimento utilizam recursos próprios e captam recursos de terceiros através de depósitos a prazo lastreados em Certificados de Depósitos Bancários CDB ou Recibos de Depósitos Bancários RDB Operam também com repasses de recursos oriundos de linhas especiais de financiamento do BNDES e de bancos de fomento estrangeiros bem como de captações livres no mercado financeiro internacional Coordenam ainda o lançamento primário de títulos e valores mobiliários principalmente de ações e debêntures o que permite a capitalização das sociedades anônimas atividade de fundamental importância para a dinâmica do mercado de capitais Prestam assessoria financeira e operacional às empresas e atuam nas negociações relativas a fusões incorporações e cisões As associações de poupança e empréstimos e as sociedades de crédito imobiliário acrescidas das caixas econômicas e dos bancos múltiplos com a carteira imobiliária operam no Sistema Financeiro da Habitação SFH O SFH organiza a intermediação financeira relativa ao financiamento de construção e aquisição de imóveis sob a coordenação operacional da Caixa Econômica Federal CEF sendo a caderneta de poupança o principal mecanismo de captação de recursos para este fim Outros intermediários e administradores de recursos de terceiros O conjunto dos outros intermediários e administradores de recursos de terceiros é constituído pelas agências de fomento administradores de consórcio sociedades corretoras de câmbio sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários sociedades de crédito ao microempreendedor fundos de investimentos e outros 82 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 83 AULA 3 Estas instituições não captam e não cedem recursos realizam exclusivamente operações financeiras em nome de investidores ou de tomadores de recursos e apenas prestam serviços em relação às atividades inerentes ao mercado financeiro Bolsas de mercadorias e futuros e bolsas de valores As bolsas de mercadorias e futuros e as bolsas de valores constituem um conjunto que auxilia as instituições financeiras a executarem inúmeras operações de intermediação financeira Elas essencialmente ampliam a liquidez e reduzem os riscos para investidores e tomadores de recursos através da garantia de transparência e simetria de informações e zelam pela segurança dos negócios realizados sob suas regras e em suas dependências Portanto elas não captam e não disponibilizam recursos Tais bolsas podem ser constituídas sob a forma de associação civil sem fins lucrativos ou sob a forma de sociedade anônima SA Estão subordinadas às determinações do Conselho Monetário Nacional CMN e são supervisionadas pela Comissão de Valores Mobiliários CVM Bolsas de mercadorias e futuros Têm como objeto efetuar o registro a compensação e a liquidação física e financeira das operações realizadas em pregão ou em sistema eletrônico Devem portanto prover o funcionamento e o desenvolvimento de um mercado de derivativos livre e transparente que proporcione realização de operações de hedging proteção ante a variabilidade de preço de commodities agropecuárias índices taxas de juros moedas e metais como ouro Na Bolsa de Mercadorias e Futuros BMF são negociados contratos futuros de juros câmbio índice de bolsa e de mercadorias como boi gordo ouro e café entre outros contratos como ouro à vista Bolsas de valores As bolsas de valores mantêm um sistema organizado de negociação de títulos e ações Estas negociações podem ser feitas à vista ou a termo com prazo definido de vencimento As operações de compra e venda devem ser feitas em pregões Atualmente estes pregões são eletrônicos 82 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 83 AULA 3 mas ainda existem pregões em viva voz ao vivo quando os operadores fazem suas ofertas aos gritos para seus colegas num determinado local físico também chamado pregão Desenvolvem ainda estratégias e atividades de fomento e expansão do mercado de ações e zelam pela segurança e transparência dos negócios Na verdade são organizações que facilitam a realização de operações financeiras As bolsas de valores só podem negociar títulos e valores mobiliários de emissão das sociedades anônimas de capital aberto registradas na CVM Que é factoring O fomento comercial ou factoring é uma atividade mercantil desenvolvida pelas sociedades de fomento mercantil conhecidas no mercado por factoring Essa intermediação é especialmente caracterizada pela cessão venda de um direito de crédito por parte do detentor desse crédito a uma factoring Esse direito de crédito está respaldado em um título usualmente uma duplicata ou um cheque que será entregue à factoring mediante o recebimento do valor do título de crédito com deságio que é denominado fator de compra As sociedades de fomento mercantil não são instituições financeiras e como tal não pertencem ao Sistema Financeiro Nacional Os demais conjuntos de instituições operadoras atuam em atividades de seguro e previdência não fazendo parte portanto do objetivo desta aula CONCLUSÃO Os conhecimentos básicos e introdutórios sobre a estrutura e função do mercado financeiro são da maior importância para melhor compreensão dos fundamentos de finanças É no mercado financeiro que o gestor financeiro deve aplicar os recursos momentaneamente disponíveis no caixa e eventualmente buscar os fundos para financiar as atividades empresariais Por isso nesta aula você conheceu o mercado financeiro e sua função precípua a intermediação financeira bem como os seus nichos especializados os mercados monetário de crédito cambial e de capitais Foram também apresentados os conselhos normativos e as instituições supervisoras com suas principais características e listadas as instituições operadoras com destaque para as mais atuantes 84 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 85 AULA 3 1 O mercado primário é o espaço onde ocorrem os negócios referentes à emissão de novos títulos de dívida e de participação societária ações Das instituições operativas qual atua essencialmente no mercado primário de títulos e valores mobiliários Resposta Comentada Os bancos de investimento São instituições financeiras que atuam em operações que visam à captação de recursos de médio e longo prazo para financiamento das empresas Esses recursos são captados através dos lançamentos venda de novos títulos e valores mobiliários ações e debêntures 2 Das instituições apresentadas qual atua essencialmente no mercado secundário de títulos e valores mobiliários Resposta Comentada As bolsas de valores pois são mercados organizados que facilitam os negócios com títulos e valores mobiliários já disponíveis no mercado isto é nas mãos de investidores 3 Em qual segmento do mercado financeiro e em qual instituição o responsável pelo setor financeiro de uma empresa deve buscar recursos para o capital de giro Resposta Comentada No mercado de crédito pois é o segmento do mercado financeiro voltado para operações financeiras de curto prazo Em um banco comercial pois é a instituição que disponibiliza recursos financeiros a curto prazo para o capital de giro das empresas 4 A empresa Mar Azul constituída na forma de sociedade anônima capital aberto decidiu ampliar a sua linha de produção Para tal fazse necessária a busca por financiamento Para não aumentar o seu grau de endividamento decidiu captar recursos através do lançamento de novas ações Este lançamento de novas ações caracteriza uma operação de mercado primário ou de mercado secundário Resposta Comentada O lançamento de novas ações caracteriza uma operação de mercado primário que é o espaço onde ocorre o primeiro negócio com um título negociável novo Na ponta vendedora está a empresa ou instituição financeira que emitiu e está lançando o título Na outra ponta estão os investidores que querem aplicar seus recursos financeiros ATIVIDADES FINAIS 84 C E D E R J Fundamentos de Finanças Mercado financeiro segmentação e instituições uma abordagem geral C E D E R J 85 AULA 3 5 A diretoria da empresa Cerro Azul SA pediu a seu administrador financeiro que estudasse a melhor forma de financiar uma proposta de investimento em ativo permanente cuja implementação acabara de ser aprovada Considerando que a maneira mais saudável de financiar investimentos em ativos permanentes é com recursos de longo prazo em que segmento do mercado financeiro o administrador financeiro deveria sugerir a captação desses recursos Resposta Comentada O mercado de capitais é o segmento do mercado que o administrador financeiro deve sugerir para financiar o investimento no ativo permanente Ele é o segmento voltado para as operações financeiras de longo prazo em que são negociados valores mobiliários ações e debêntures Um dos objetivos do mercado de capitais é proporcionar a liquidez de títulos emitidos por empresas e viabilizar o processo de capitalização É constituído por bancos de investimentos bancos de desenvolvimento sociedades corretoras e outras instituições financeiras autorizadas Mercado financeiro é definido como o conjunto de todas as atividades relacionadas com a intermediação financeira Intermediação financeira significa captação de recursos excedentes e cessão desses recursos O mercado financeiro é constituído por mecanismos específicos e instituições especializadas O conjunto de instituições financeiras especializadas é denominado Sistema Financeiro Nacional sendo essas classificadas em normativas supervisoras e operadoras A amplitude e a complexidade da intermediação financeira determinaram a segmentação operacional do mercado financeiro em mercado de crédito mercado monetário mercado cambial e mercado de capitais R E S U M O INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA Na Aula 4 enfocaremos o uso de tabelas financeiras visando a otimizar tempo na elaboração de cálculos financeiros No existe texto visible en la imagen 87 O uso das tabelas financeiras Ao final do estudo desta aula você deverá ser capaz de determinar os valores presentes ou atuais de valores futuros utilizando os fatores de juros constantes das tabelas financeiras calcular os valores futuros para valores presentes fornecidos com a utilização dos fatores de juros encontrados nas tabelas financeiras 4 objetivos A U L A Meta da aula Preparar o aluno para a utilização das tabelas financeiras visando a economizar tempo na elaboração de cálculos financeiros Prérequisitos Os conceitos apresentados na disciplina Matemática Financeira principalmente nas Aulas 5 a 8 serão imprescindíveis para o bom entendimento desta aula também é necessário o uso de uma calculadora simples ou financeira 1 2 88 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 89 AULA 4 INTRODUÇÃO Esta aula visa preparar o aluno para a utilização das tabelas financeiras presentes em quase todos os livros sobre finanças A utilização correta dessas tabelas lhe poupará tempo na execução dos cálculos A aula está dividida em quatro partes a primeira mostra como encontrar o valor presente de um valor futuro único fornecido a segunda demonstra como calcular o valor presente de uma série de valores uniformes anuidade futuros fornecidos a terceira explica como encontrar o valor futuro de um valor presente único dado por fim a quarta parte demonstra como calcular o valor futuro de uma série de valores uniformes Para cada parte da aula é utilizada uma tabela financeira diferente Os cálculos também são exemplificados com a utilização da calculadora financeira HP 12C de uso bastante difundido Boa aula OS CÁLCULOS FINANCEIROS Como você viu na disciplina Matemática Financeira temos de fazer uso de fórmulas às vezes difíceis de serem memorizadas para a atualização capitalização ou desatualização descapitalização de valores As tabelas financeiras reúnem grande parte do conhecimento obtido na disciplina Matemática Financeira mas apresentadas em forma de fator que você deve multiplicar por um valor futuro para encontrar o seu valor presente ou multiplicar por um valor presente para encontrar o seu valor futuro Outra coisa importante em Matemática Financeira você viu que a taxa de juros é simbolizada pela letra i Em Finanças a maioria dos autores prefere simbolizar a taxa de juros pela letra K ACHANDO O VALOR PRESENTE DE UM ÚNICO VALOR FUTURO Nesta parte da aula você verá como é bem mais fácil encontrar o valor presente de um único valor futuro utilizando a tabela financeira Suponhamos que você tenha uma dívida de valor único R 200000 que vence daqui a cinco meses A taxa de juros mensal da dívida é de 6 ao mês 88 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 89 AULA 4 Se você decidir fazer o cálculo da forma tradicional terá de usar a seguinte fórmula S P1 in onde S montante acumulado P valor do principal sem os juros é óbvio i taxa de juros por período n número de períodos Substituindo os valores na fórmula teremos 200000 P 1 0065 200000 P 13382 P 200000 13382 P 149454 Portanto R 149454 é o valor atual de uma dívida de R 200000 que vence daqui a cinco meses se a taxa de desconto for de 6 ao mês E utilizando a tabela financeira apropriada Você vai ver que o cálculo é bem mais simplificado Figura 41 Representação gráfica de um valor futuro Ontem você foi premiado pela Mega Sena por ter acertado cinco dezenas no concurso Não é muito dinheiro mas é o suficiente para pagar a dívida mencionada Se você quisesse liquidar sua dívida hoje quanto deveria pagar K 6 ao mês 0 5 R 200000 90 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 91 AULA 4 Tabela 41 Fator de juros do valor presente descapitalização de valores únicos Taxas de desconto Períodos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1 0990 0980 0971 0962 0952 0943 0935 0926 0917 0909 901 0893 0885 0877 0870 0862 0855 0847 0840 0833 2 0980 0961 0943 0925 0907 0890 0873 0857 0842 0826 0812 0797 0783 0769 0756 0743 0731 0718 0706 0694 3 0971 0942 0915 0889 0864 0840 0816 0794 0772 0751 0731 0712 0693 0675 0658 0641 0624 0609 0593 0579 4 0961 0924 0888 0855 0823 0792 0763 0735 0708 0683 0659 0636 0613 0592 0572 0552 0534 0516 0499 0482 5 0951 0906 0863 0822 0784 0747 0713 0681 0650 0621 0593 0567 0543 0519 0497 0476 0456 0437 0419 0402 6 0942 0888 0837 0790 0746 0705 0666 0630 0596 0564 0535 0507 0480 0456 0432 0410 0390 0370 0352 0335 7 0933 0871 0813 0760 0711 0665 0623 0583 0547 0513 0482 0452 0425 0400 0376 0354 0333 0314 0296 0279 8 0923 0853 0789 0731 0677 0627 0582 0540 0502 0467 0434 0404 0376 0351 0327 0305 0285 0266 0249 0233 9 0914 0837 0766 0703 0645 0592 0544 0500 0460 0424 0391 0361 0333 0308 0284 0263 0243 0225 0209 0194 10 0905 0820 0744 0676 0614 0558 0508 0463 0422 0386 0352 0322 0295 0270 0247 0227 0208 0191 0176 0162 11 0896 0804 0722 0650 0585 0527 0475 0429 0388 0350 0317 0287 0261 0237 0215 0195 0178 0162 0148 0135 12 0887 0788 0701 0625 0557 0497 0444 0397 0356 0319 0286 0257 0231 0208 0187 0168 0152 0137 0124 0112 13 0879 0773 0681 0601 0530 0469 0415 0368 0326 0290 0258 0229 0204 0182 0163 0145 0130 0116 0104 0093 14 0870 0758 0661 0577 0505 0442 0388 0340 0299 0263 0232 0205 0181 0160 0141 0125 0111 0099 0088 0078 15 0861 0743 0642 0555 0481 0417 0362 0315 0275 0239 0209 0183 0160 0140 0123 0108 0095 0084 0074 0065 16 0853 0728 0623 0534 0458 0394 0339 0292 0252 0218 0188 0163 0141 0123 0107 0093 0081 0071 0062 0054 17 0844 0714 0605 0513 0436 0371 0317 0270 0231 0198 0170 0146 0125 0108 0093 0080 0069 0060 0052 0045 18 0836 0700 0587 0494 0416 0350 0296 0250 0212 0180 0153 0130 0111 0095 0081 0069 0059 0051 0044 0038 19 0828 0686 0570 0475 0396 0331 0277 0232 0194 0164 0138 0116 0098 0083 0070 0060 0051 0043 0037 0031 20 0820 0673 0554 0456 0377 0312 0258 0215 0178 0149 0124 0104 0087 0073 0061 0051 0043 0037 0031 0026 90 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 91 AULA 4 Na Tabela 41 fatores de valor presente você localiza o cruzamento da taxa coluna de 6 com o número de cinco períodos linha você deve ter encontrado 0747 Multiplique o valor futuro da dívida R 200000 por esse fator e pronto o valor atual da dívida é de R 149400 Na reprodução parcial da Tabela 41 você pode ver em destaque o coeficiente utilizado Taxas de desconto Períodos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 0990 0980 0971 0962 0952 0943 0935 0926 0917 0909 2 0980 0961 0943 0925 0907 0890 0873 0857 0842 0826 3 0971 0942 0915 0889 0864 0840 0816 0794 0772 0751 4 0961 0924 0888 0855 0823 0792 0763 0735 0708 0683 5 0951 0906 0863 0822 0784 0747 0713 0681 0650 0621 6 0942 0888 0837 0790 0746 0705 0666 0630 0596 0564 7 0933 0871 0813 0760 0711 0665 0623 0583 0547 0513 8 0923 0853 0789 0731 0677 0627 0582 0540 0502 0467 A pequena diferença encontrada se deve à utilização do número de casas decimais na tabela são utilizadas três casas decimais no primeiro cálculo foram utilizadas quatro Figura 42 Representação gráfica de um valor futuro trazido ao valor presente Tabela 42 Localizando um fator de juros do valor presente descapitalização de valores únicos na tabela reprodução parcial K 6 ao mês 0 5 R 200000 149454 92 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 93 AULA 4 As fórmulas idênticas só que escritas de forma diferente utilizadas para encontrar os fatores de valor presente são as seguintes 1 kn 1 1 kn Caso você tenha uma calculadora financeira HP 12C usea para fazer o cálculo do fator de valor presente utilizando as fórmulas ou ainda utilizando as teclas financeiras As teclas com as quais você deve se habituar por ora são utilizada para solicitar o valor presente ou introduzir esse dado utilizada para solicitar o valor futuro ou introduzir esse dado introduz a taxa de juros por período introduz o número de períodos inverte o sinal do número que constar no visor da calculadora O mesmo exemplo utilizado anteriormente é solucionado com o auxílio da calculadora Faça assim PV FV i n CHS Se você preferisse descobrir o valor atual de maneira mais direta sem a utilização do fator os passos seriam estes Figura 43 Encontrando o fator de juros do valor presente com a HP 12C Figura 44 Encontrando o valor presente com o uso da calculadora HP 12C CHS FV i n PV 1 6 5 0747 CHS FV i n PV 2000 6 5 149452 92 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 93 AULA 4 Sua calculadora financeira HP 12C deve mostrar esse resultado caso esteja programada para mostrar os resultados com duas casas decimais Para que isso seja possível acione a tecla f laranja e 2 Assim você estará indicando para a calculadora que quer a apresentação dos resultados com duas casas decimais Convém esclarecer que os dados podem ser introduzidos em qualquer ordem primeiro a taxa depois o número de períodos etc A última tecla a ser apertada é a da informação que se quer Nas teclas da calculadora estão impressas em inglês as siglas das informações que elas fornecem PV Present Value valor presente FV Future Value valor futuro CHS Change Signal mudança de sinal O fator 0747 encontrado no primeiro exemplo pode ser multiplicado por qualquer valor futuro para determinação do seu valor presente Mas atenção isso somente poderá ser feito se a taxa de desconto e o número de períodos forem os mesmos A mudança em qualquer um deles resultará em um novo fator Por exemplo se o número de períodos cinco for mantido e a taxa mudar para 7 por período o novo fator a ser utilizado é 0713 ver Tabela 41 na coluna 7 e na linha cinco períodos Aviso A Tabela 41 será utilizada sempre que você precisar saber o valor atual de um único valor futuro ou de vários valores futuros diferentes Nesse caso use um coeficiente para cada valor Lembre se mudar o tempo mesmo que mantida a taxa mudará o coeficiente Vamos a algumas atividades 94 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 95 AULA 4 Valor presente de um único valor futuro Todos as atividades podem ser resolvidas por qualquer das formas ensinadas mas dê prioridade à tabela financeira a Daqui a três meses você deverá pagar R 100000 a João que lhe emprestou o dinheiro e já embutiu os juros pelo empréstimo Você recebeu um dinheiro inesperado e quer liquidar essa dívida Se João computou juros de 4 ao mês qual é o valor atual equivalente que liquidará sua dívida Faça o cálculo da forma tradicional e com a utilização da tabela financeira Resposta Comentada Pela forma tradicional substitua as informações conhecidas na fórmula S P1 in 100000 P 1 0043 100000 P 1125 P R 88889 Utilizando a tabela financeira Na Tabela 41 encontre o valor resultante do cruzamento da coluna referente a 4 com a linha referente a 3 períodos O coeficiente fator encontrado é 0889 Multiplicase esse fator por R 100000 e aí está o valor de liquidação antecipada da dívida R 88900 b Deverei pagar duas parcelas de um financiamento dentro de 30 e 60 dias cada uma sendo seus valores unitários de R 200000 A financiadora utiliza taxa de desconto de 4 ao mês para quitação antecipada Quanto me será cobrado hoje para que eu liquide as duas dívidas Resposta Comentada Você deve encontrar os fatores para 1 e 2 períodos meses que equivalem a 30 e 60 dias e 4 Na Tabela 41 vemos que esses fatores são 0962 e 0925 Então você multiplica cada valor pelo seu respectivo fator e soma os resultados R 200000 x 0962 R 192400 R 200000 x 0925 R 185000 R 377400 O valor de liquidação das duas dívidas de R 200000 cada uma é de R 377400 c Sabese que uma escultura valerá R 5000000 daqui a dois anos Estudos específicos determinaram que a taxa de retorno taxa de juros dessa escultura é de 15 ao ano Informe o valor dela hoje utilizando a tabela financeira Resposta Comentada Na Tabela 41 vejo o coeficiente resultante do cruzamento da coluna referente a 15 com o da linha referente a dois períodos 0756 é o valor encontrado Multiplico por este fator o valor futuro que é R 5000000 e encontro seu valor atual R 3780000 Atividade 1 94 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 95 AULA 4 d Os fluxos de caixa futuros de uma empresa são os seguintes Se a taxa utilizada for de 8 ao ano quanto representará cada fluxo de caixa hoje E o valor total deles Resposta Comentada Para cada valor você deve encontrar um fator de juros já que são valores futuros em anos diferentes Multiplique cada valor pelo seu fator correspondente e encontre os valores atuais Depois é só somálos Veja como fica e Marli me deve R 50000 já embutidos os juros Devido à minha necessidade estipulei uma taxa de juros de 25 ao mês Marli foi sorteada na loteria raspadinha e resolveu quitar sua dívida comigo dois meses antes do vencimento Quanto ela deverá pagar se a taxa de desconto for igual à taxa de juros cobrada pelo empréstimo Resposta Comentada A Tabela 41 contém os coeficientes para taxas de até 20 Sendo assim teremos que fazer o cálculo do coeficiente pois ele não está demonstrado na tabela Você se lembra da fórmula Se não procurea no corpo da aula O cálculo é este 1 10252 Multiplico os R 50000 pelo fator 0640 e obtenho o valor da quitação antecipada em dois meses R 32000 Final do ano Valor R 1 40000000 2 45000000 3 38000000 4 52000000 Final do ano Valor R Fator de valor presente Valor atual 1 40000000 0926 37040000 2 45000000 0857 38565000 3 38000000 0794 30172000 4 52000000 0735 38220000 Total 143997000 0640 96 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 97 AULA 4 Suponhamos que a taxa de desconto utilizada seja de 3 ao mês Portanto a pergunta é qual o valor atual de uma série de cinco pagamentos iguais de R 10000 cada um com pagamentos no fim de cada mês se a taxa de juros for de 3ao mês Para a primeira forma de cálculo você deve se lembrar da fórmula para cálculo do valor atual de uma anuidade onde A valor atual da anuidade R pagamentos periódicos ou termos da anuidade i taxa de juros n número de períodos da anuidade QUAL O VALOR PRESENTE DE UMA ANUIDADE Você certamente já viu em Matemática Financeira que anuidade é o outro nome dado a uma série de pagamentos ou recebimentos iguais Você acabou de aprender como descobrir um valor futuro para o valor presente utilizando a tabela financeira apropriada E quando temos uma série de valores iguais Você tem cinco alternativas 1 utilizar a fórmula do valor atual de uma anuidade 2 utilizar a fórmula para cálculo do coeficiente de valor presente de uma anuidade 3 trazer cada valor futuro ao valor presente e somálos 4 utilizar a tabela financeira 43 5 utilizar a calculadora financeira Figura 45 Representação gráfica de uma série de pagamentos uniformes 100 100 100 100 100 5 Meses 4 100 100 100 0 A R1 1in i 96 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 97 AULA 4 Substituindo os valores na fórmula temos A 45797 Optando pela segunda forma de cálculo você deve utilizar a seguinte fórmula cujas variáveis já são conhecidas Substituindo as variáveis na fórmula temos Ao multiplicarmos o valor do pagamento periódico R 10000 pelo coeficiente encontrado temos R 45800 Se você opta pela terceira fórmula de cálculo ou seja por trazer cada valor futuro ao valor presente e somálos o procedimento é este 10000 0971 10000 0943 10000 0915 10000 0888 10000 0863 9710 9430 9150 8880 8630 45800 Os coeficientes utilizados no cálculo anterior podem ser encontrados na Tabela 41 Cada pagamento foi multiplicado por um coeficiente diferente pois apesar de os valores dos pagamentos e a taxa serem iguais o tempo em que aqueles ocorrem não o é A pequena diferença é devida ao arredondamento Você pode utilizar apenas um fator para trazer todos os valores futuros ao valor presente o que representa menos cálculos e economia de tempo Para tanto você deve recorrer à Tabela 43 É importante dizer que essa tabela somente será utilizada quando se tratar de série de valores iguais ou seja de uma anuidade 1000010035 003 A 1 k 1 k1 k 1 0035 1 0031 0035 4580 98 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 99 AULA 4 Taxas de desconto Períodos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 15 17 18 19 20 1 0990 0980 0971 0962 0952 0943 0935 0926 0917 0909 0901 0893 0885 0877 0870 0870 0855 0847 0840 0833 2 1970 1942 1913 1886 1859 1833 1808 1783 1759 1736 1713 1690 1668 1647 1626 1626 1585 1566 1547 1528 3 2941 2884 2829 2775 2723 2673 2624 2577 2531 2487 2444 2402 2361 2322 2283 2283 2210 2174 2140 2106 4 3902 3808 3717 3630 3546 3465 3387 3312 3240 3170 3102 3037 2974 2914 2855 2855 2743 2690 2639 2589 5 4853 4713 4580 4452 4329 4212 4100 3993 3890 3791 3696 3605 3517 3433 3352 3352 3199 3127 3058 2991 6 5795 5601 5417 5242 5076 4917 4767 4623 4486 4355 4231 4111 3998 3889 3784 3784 3589 3498 3410 3326 7 6728 6472 6230 6002 5786 5582 5389 5206 5033 4868 4712 4564 4423 4288 4160 4160 3922 3812 3706 3605 8 7652 7325 7020 6733 6463 6210 5971 5747 5535 5335 5146 4968 4799 4639 4487 4487 4207 4078 3954 3837 9 8566 8162 7786 7435 7108 6802 6515 6247 5995 5759 5537 5328 5132 4946 4772 4772 4451 4303 4163 4031 10 9471 8983 8530 8111 7722 7360 7024 6710 6418 6145 5889 5650 5426 5216 5019 5019 4659 4494 4339 4192 11 10368 9787 9253 8760 8306 7887 7499 7139 6805 6495 6207 5938 5687 5453 5234 5234 4836 4656 4486 4327 12 11255 10575 9954 9385 8863 8384 7943 7536 7161 6814 6492 6194 5918 5660 5421 5421 4988 4793 4611 4439 13 12134 11348 10635 9986 9394 8853 8358 7904 7487 7103 6750 6424 6122 5842 5583 5583 5118 4910 4715 4533 14 13004 12106 11296 10563 9899 9295 8745 8244 7786 7367 6982 6628 6302 6002 5724 5724 5229 5008 4802 4611 15 13865 12849 11938 11118 10380 9712 9108 8559 8061 7606 7191 6811 6462 6142 5847 5847 5324 5092 4876 4675 16 14718 13578 12561 11652 10838 5390 4366 3567 2940 2444 2047 1725 1462 1245 1065 0922 0793 0683 0590 0510 17 15562 14292 13166 12166 11274 5504 4441 3619 2977 2470 2066 1740 1473 1254 1072 0927 0797 0687 0593 0512 18 16398 14992 13754 12659 11690 5608 4511 3666 3010 2494 2083 1752 1483 1261 1078 0932 0801 0690 0595 0514 19 17226 15678 14324 13134 12085 5704 4574 3709 3040 2515 2099 1764 1492 1268 1083 0936 0804 0692 0597 0516 20 18046 16351 14877 13590 12462 5793 4633 3749 3067 2535 2113 1775 1500 1274 1088 0940 0807 0695 0599 0517 Tabela 43 Fator de juros do valor presente de uma anuidade descapitalização de série de valores uniformes 98 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 99 AULA 4 Veja na tabela a coluna referente a 3 e a linha referente a cinco períodos No cruzamento delas você encontra o fator 4580 Esse fator deve ser multiplicado pelo valor das parcelas que são iguais e pronto você achou o valor atual da anuidade Vamos ver como fica a terceira forma de cálculo 10000 x 4580 45800 É importante que você veja de onde foi obtido o coeficiente Então dê uma olhadinha na reprodução parcial da Tabela 43 a seguir Taxas de desconto Períodos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 0990 0980 0971 0962 0952 0943 0935 0926 0917 0909 2 1970 1942 1913 1886 1859 1833 1808 1783 1759 1736 3 2941 2884 2829 2775 2723 2673 2624 2577 2531 2487 4 3902 3808 3717 3630 3546 3465 3387 3312 3240 3170 5 4853 4713 4580 4452 4329 4212 4100 3993 3890 3791 6 5795 5601 5417 5242 5076 4917 4767 4623 4486 4355 7 6728 6472 6230 6002 5786 5582 5389 5206 5033 4868 8 7652 7325 7020 6733 6463 6210 5971 5747 5535 5335 Tabela 44 Localizando o fator de juros do valor presente de uma anuidade descapitalização de série de valores uniformes na reprodução parcial da Tabela 43 Se forem somados todos os fatores individuais vistos no passo anterior você achará o mesmo valor do fator em destaque 4580 Na quarta forma de cálculo você pode ainda encontrar o fator de valor presente de uma anuidade utilizando a calculadora financeira Mais uma tecla que será utilizada PMT é a sigla em inglês utilizada para pagamentos PayMenT Com essa tecla você introduz ou solicita o valor dos pagamentos periódicos ou os termos de uma anuidade que no nosso caso é de R 10000 Faça assim PMT 1 CHS PMT 3 i 5 n 4580 PV Figura 46 Cálculo do fator de descapitalização de uma anuidade utilizando a calculadora financeira HP 12C 100 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 101 AULA 4 Caso prefira introduza o valor de um dos pagamentos e obtenha diretamente o valor atual da série de valores uniformes Faça assim A Tabela 43 deve ser utilizada apenas quando se tratar de uma série de valores futuros iguais Se forem valores diferentes deve ser utilizada a Tabela 41 Para cada valor será utilizado um coeficiente Figura 48 Valor atual de uma série de valores futuros iguais 100 CHS PMT 3 i 5 n 45797 PV 100 100 100 100 45800 0 1 2 3 4 100 5 Meses Valor presente de uma série de valores iguais a O Magazine Maria Luiza vende um televisor de plasma em seis prestações mensais iguais de R 79358 A primeira vence em trinta dias A taxa de juros cobrada é de 3 ao mês Se eu quiser comprar o televisor à vista quanto devo pagar Atividade 2 Figura 47 Cálculo do valor atual de uma anuidade utilizando a calculadora financeira HP 12C 100 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 101 AULA 4 Resposta Comentada O coeficiente a ser utilizado está na Tabela 43 e resulta do cruzamento da coluna referente a 3 com a linha referente a 6 períodos O valor encontrado é 5417 Multiplicandose esse coeficiente pelo valor de uma das prestações temse o valor atual da anuidade R 429882 Portanto esse é o valor à vista do televisor b Comprei um home teather em uma loja à vista por R 159900 Se a taxa de juros cobrada pelo crediário da loja fosse de 4 ao mês e eu decidisse pagálo em dez prestações mensais a primeira em trinta dias qual seria o valor de cada prestação Resposta Comentada O coeficiente a ser encontrado referese a dez períodos meses e taxa de 4 por período mês Na Tabela 43 vemos que esse é 8111 Seguindo a mesma lógica da atividade anterior dividimos o valor à vista pelo coeficiente encontrado R 1599008111 R 19714 Aí está o valor de cada uma das dez prestações c Nas grandes lojas comerciais você encontra vendedores com uma tabela financeira contendo coeficientes fatores que informarão o valor de cada prestação de acordo com o plano escolhido tempo e taxas de juros A Tabela 43 é semelhante àquela utilizada pelos vendedores Descubra com o auxílio dessa tabela quanto deverei pagar por cada prestação nos seguintes casos I máquina de lavar preço à vista R 99900 taxa de juros 5 ao mês 12 pagamentos mensais II computador preço à vista R 169900 taxa de juros mensal 4 6 pagamentos mensais Resposta Comentada I O coeficiente a ser utilizado é de 8863 5 e 12 períodos Portanto o valor de cada prestação será de R 11272 resultado da divisão do valor à vista da máquina de lavar pelo coeficiente de valor presente de uma anuidade II O coeficiente para uma taxa de 4 e 6 períodos é de 5242 Dividese o valor à vista R 169900 pelo coeficiente encontrado O valor encontrado de cada prestação é de R 32411 d Deposito em um fundo de investimentos que rende 20 ao ano parcelas anuais de R 400000 visando atender às necessidades do meu filho que está na faculdade Deverei fazer depósitos no fim de cada um dos quatro anos Se eu optasse por fazer um único depósito hoje de quanto ele deveria ser Resposta Comentada Certamente a essa altura você já sabe o que fazer O coeficiente de 20 e 4 períodos é de 2589 O produto do coeficiente pelo valor da parcela anual é de R 1035600 Esse é o valor que deverei depositar hoje em vez de depositar quatro parcelas anuais de R 400000 102 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 103 AULA 4 e Deposito hoje R 2000000 para poder cursar tranqüilo minha faculdade nos próximos quatro anos Se o rendimento for de 3 ao mês quanto poderei gastar mensalmente Resposta Comentada A Tabela 43 não mostra o coeficiente para 3 ao mês e 48 períodos anos convertidos em meses pois ela se limita a vinte períodos Portanto deveremos fazer uso da fórmula tradicional ou da calculadora HP 12C Fórmula tradicional Utilizando a calculadora financeira Achado o coeficiente dividese R 2000000 por ele e obtémse o valor que poderei gastar mensalmente R 79155 1 00348 1 003100348 25267 1 CHS PMT 3 i 48 n 25267 PV CAPITALIZANDO ACHANDO O VALOR FUTURO Quando você tem um valor atual ou presente e quer encontrar o montante ou seja o principal incluindo os juros deve usar a seguinte fórmula onde S valor acumulado dos juros ou montante P principal ou valor atual ou valor presente i taxa de juros n número de períodos de acumulação dos juros Então se possuo R 100000 aplicados em uma poupança que paga juros de 1 ao mês quanto terei acumulado ao final de 8 meses Substituindo os valores na fórmula temos S 100000 1 0018 S R 108286 S P1 in 102 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 103 AULA 4 Você também pode descobrir um fator que multiplicado pelo valor de R 100000 lhe dê o valor acumulado Esse fator é encontrado na Tabela 45 O fator de acumulação ou de capitalização pode ser calculado da seguinte forma 1 in Note que a fórmula para encontrar o fator nada mais é que a parte final da fórmula para encontrar o montante Só que ao possuir uma tabela onde você pode encontrar os vários fatores poupará tempo nos cálculos Na Tabela 45 você encontra rapidamente o fator que multiplicado pelo valor atual lhe dá o valor acumulado Como a tabela financeira foi elaborada com três casa decimais você encontrará no cruzamento da coluna referente a 1 e da linha referente a oito períodos 1083 Multiplicandose o valor atual de R 100000 pelo fator temse o valor futuro acumulado de R 108300 Mais uma vez a pequena diferença devese ao arredondamento K 1 ao mês 100000 R 108286 8 Meses 0 Figura 49 Representação gráfica de um valor acumulado Figura 410 Encontrando o fator de valor futuro utilizando a calculadora HP 12C Utilizando a calculadora financeira para obter o fator você deve proceder assim 1 CHS PV 1 i 8 n 1083 FV 104 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 105 AULA 4 Tabela 45 Fator de juros do valor futuro capitalização de um único valor presente Taxas de desconto Períodos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1 1010 1020 1030 1040 1050 1060 1070 1080 1090 1100 1110 1120 1130 1140 1150 1160 1170 1180 1190 1200 2 1020 1040 1061 1082 1103 1124 1145 1166 1188 1210 1232 1254 1277 1300 1323 1346 1369 1392 1416 1440 3 1030 1061 1093 1125 1158 1191 1225 1260 1295 1331 1368 1405 1443 1482 1521 1561 1602 1643 1685 1728 4 1041 1082 1126 1170 1216 1262 1311 1360 1412 1464 1518 1574 1630 1689 1749 1811 1874 1939 2005 2074 5 1051 1104 1159 1217 1276 1338 1403 1469 1539 1611 1685 1762 1842 1925 2011 2100 2192 2288 2386 2488 6 1062 1126 1194 1265 1340 1419 1501 1587 1677 1772 1870 1974 2082 2195 2313 2436 2565 2700 2840 2986 7 1072 1149 1230 1316 1407 1504 1606 1714 1828 1949 2076 2211 2353 2502 2660 2826 3001 3185 3379 3583 8 1083 1172 1267 1369 1477 1594 1718 1851 1993 2144 2305 2476 2658 2853 3059 3278 3511 3759 4021 4300 9 1094 1195 1305 1423 1551 1689 1838 1999 2172 2358 2558 2773 3004 3252 3518 3803 4108 4435 4785 5160 10 1105 1219 1344 1480 1629 1791 1967 2159 2367 2594 2839 3106 3395 3707 4046 4411 4807 5234 5695 6192 11 1116 1243 1384 1539 1710 1898 2105 2332 2580 2853 3152 3479 3836 4226 4652 5117 5624 6176 6777 7430 12 1127 1268 1426 1601 1796 2012 2252 2518 2813 3138 3498 3896 4335 4818 5350 5936 6580 7288 8064 8916 13 1138 1294 1469 1665 1886 2133 2410 2720 3066 3452 3883 4363 4898 5492 6153 6886 7699 8599 9596 10699 14 1149 1319 1513 1732 1980 2261 2579 2937 3342 3797 4310 4887 5535 6261 7076 7988 9007 10147 11420 12839 15 1161 1346 1558 1801 2079 2397 2759 3172 3642 4177 4785 5474 6254 7138 8137 9266 10539 11974 13590 15407 16 1173 1373 1605 1873 2183 2540 2952 3426 3970 4595 5311 6130 7067 8137 9358 10748 12330 14129 16172 18488 17 1184 1400 1653 1948 2292 2693 3159 3700 4328 5054 5895 6866 7986 9276 10761 12468 14426 16672 19244 22186 18 1196 1428 1702 2026 2407 2854 3380 3996 4717 5560 6544 7690 9024 10575 12375 14463 16879 19673 22901 26623 19 1208 1457 1754 2107 2527 3026 3617 4316 5142 6116 7263 8613 10197 12056 14232 16777 19748 23214 27252 31948 20 1220 1486 1806 2191 2653 3207 3870 4661 5604 6727 8062 9646 11523 13743 16367 19461 23106 27393 32429 38338 104 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 105 AULA 4 O fator encontrado lhe dará o valor acumulado de qualquer valor atual desde que a taxa de juros e o número de períodos sejam o mesmo Caso queira descobrir o valor futuro de R 100000 especificamente você deve proceder assim 1000 CHS PV 1 i 8 n 108286 FV A utilização da tabela não deve ser mecânica a ponto de você esquecer como são feitos os cálculos da maneira tradicional Se a disciplina Matemática Financeira foi aprendida e não decorada certamente você não terá dificuldade alguma para entender e utilizar as tabelas financeiras Figura 411 Capitalizando um valor utilizando a calculadora HP 12C Atividade 3 Valor futuro de um único valor atual ou presente a Emprestei R 50000 a uma pessoa por três meses A taxa de juros combinada foi de 4 ao mês Quanto receberei de volta Resposta Comentada O coeficiente para taxa de 4 e três períodos encontrado na Tabela 45 é de 1125 Portanto o valor que receberei de volta será de R 56250 b Vitor deixou R 100000 em uma aplicação financeira pelo prazo de doze meses Se a taxa de juros for de 12 ao mês quanto ele receberá Resposta Comentada O coeficiente de 12 e 12 períodos é 3896 O valor que Vitor receberá será de R 389600 c José pegou um empréstimo hoje e necessitará de outro dentro de 30 dias Os empréstimos são de R 200000 e R 300000 respectivamente Deverá quitá los juntos em 180 dias a contar de hoje Qual será o valor de quitação de ambos os empréstimos se a taxa cobrada for de 8 ao mês Resposta Comentada São dois os coeficientes a serem utilizados um para o primeiro empréstimo que foi feito pelo prazo de 180 dias seis meses outro para o segundo empréstimo que teve prazo de quitação de 150 dias 180 30 ou 5 meses Então devemos encontrar os seguintes coeficientes 106 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 107 AULA 4 1 8 e seis períodos que será multiplicado por R 200000 2 8 e cinco períodos que será multiplicado por R 300000 Na Tabela 45 encontramos os coeficientes 1587 e 1469 Multiplicando cada empréstimo pelo seu coeficiente de valor futuro encontraremos o valor de quitação de cada um deles R 317400 e R 440700 A quitação de ambos os empréstimos será dada pelo valor de R 758100 d Joana havia esquecido R 15000 depositados na poupança Quando ela se deu conta já haviam passado nove meses A taxa de juros foi de 15 por mês para o período Quanto ela acumulou ao final de nove meses Resposta Comentada Taxas não inteiras não são contempladas na Tabela 45 Substitua as variáveis na fórmula que você já conhece e encontre o valor do coeficiente Encontrado o coeficiente multipliqueo por R 15000 e descubra o valor que Joana acumulou ao final de nove meses R 17145 e Você me deve R 10000 que deverão ser pagos em três meses A taxa de juros combinada é de 9 ao trimestre Qual o valor do montante acumulado que receberei E se a taxa fosse de 2 ao mês qual a economia que você faria ao me pagar Resposta Comentada O coeficiente encontrado para a primeira situação 9 ao trimestre 1 período 3 meses é 1090 Portanto receberei R 10900 R 10000 x 1090 Na segunda hipótese o coeficiente é 1061 2 e três meses Neste caso receberei R 10610 Você estaria economizando R 290 ao me pagar 1 00159 1143 CAPITALIZANDO OS VALORES DE UMA ANUIDADE Quando você quer capitalizar uma anuidade não deve simplesmente somar os valores pagos para descobrir o valor total pago Se assim fosse na Figura 412 o valor acumulado da anuidade seria de R 50000 Se não houvesse taxa de juros o cálculo estaria correto Mas suponhamos que a taxa de juros seja de 5 ao mês Os R 10000 pagos no final do primeiro mês devem ser acumulados até o quinto mês o mesmo com o segundo o terceiro e o quarto pagamentos Apenas o quinto pagamento não seria capitalizado 106 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 107 AULA 4 Nada impede que você capitalize individualmente cada pagamento e depois os some Mas convenhamos o trabalho será maior Veja qual destas duas formas de descobrir o valor acumulado da anuidade é a menos trabalhosa 10000 x 1216 10000 x 1158 10000 x 1103 10000 x 105 10000 R 55270 100 100 100 100 100 5 Meses 4 3 2 1 0 S Figura 412 Achando o valor acumulado futuro de uma série de valores iguais 108 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 109 AULA 4 Tabela 46 Fator de juros do valor futuro de uma anuidade capitalização Taxas de desconto Períodos 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 2 2010 2020 2030 2040 2050 2060 2070 2080 2090 2100 2110 2120 2130 2140 2150 2160 2170 2180 2190 2200 3 3030 3060 3091 3122 3153 3184 3215 3246 3278 3310 3342 3374 3407 3440 3473 3506 3539 3572 3606 3640 4 4060 4122 4184 4246 4310 4375 4440 4506 4573 4641 4710 4779 4850 4921 4993 5066 5141 5215 5291 5368 5 5101 5204 5309 5416 5526 5637 5751 5867 5985 6105 6228 6353 6480 6610 6742 6877 7014 7154 7297 7442 6 6152 6308 6468 6633 6802 6975 7153 7336 7523 7716 7913 8115 8323 8536 8754 8977 9207 9442 9683 9930 7 7214 7434 7662 7898 8142 8394 8654 8923 9200 9487 9783 10089 10405 10730 11067 11414 1772 12142 12523 12916 8 8286 8583 8892 9214 9549 9897 10260 10637 11028 11436 11859 12300 12757 13233 13727 14240 14773 15327 15902 16499 9 9369 9755 10159 10583 11027 11491 11978 12488 13021 13579 14164 14776 15416 16085 16786 17519 18285 19086 19923 20799 10 10462 10950 11464 12006 12578 13181 13816 14487 15193 15937 16722 17549 18420 19337 20304 21321 22393 23521 24709 25959 11 11567 12169 12808 13486 14207 14972 15784 16645 17560 18531 19561 20655 21814 23045 24349 25733 27200 28755 30404 32150 12 12683 13412 14192 15026 15917 16870 17888 18977 20141 21384 22713 24133 25650 27271 29002 30850 32824 34931 37180 39581 13 13809 14680 15618 16627 17713 18882 20141 21495 22953 24523 26212 28029 29985 32089 34352 36786 39404 42219 45244 48497 14 14947 15974 17086 18292 19599 21015 22550 24215 26019 27975 30095 32393 34883 37581 40505 43672 47103 50818 54841 59196 15 16097 17293 18599 20024 21579 23276 25129 27152 29361 31772 34405 37280 40417 43842 47580 51660 56110 60965 66261 72035 16 17258 18639 20157 21825 23657 25673 27888 30324 33003 35950 39190 42753 46672 50980 55717 60925 66649 72939 79850 87442 17 18430 20012 21762 23698 25840 28213 30840 33750 36974 40545 44501 48884 53739 59118 65075 71673 78979 87068 96022 105931 18 19615 21412 23414 25645 28132 30906 33999 37450 41301 45599 50396 55750 61725 68394 75836 81141 93406 103740 115266 128117 19 20811 22841 25117 27671 30539 33760 37379 41446 46018 51159 56939 63440 70749 78969 88212 98603 110285 123414 138166 154740 20 22019 24297 26870 29778 33066 36786 40995 45762 51160 57275 64203 72052 80947 91025 102444 115380 130033 146628 165418 186688 108 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 109 AULA 4 Nesse primeiro cálculo foram utilizados os fatores de atualização individuais apresentados na Tabela 45 No segundo cálculo utilizaremos um único fator para encontrar o valor acumulado fator encontrado na Tabela 46 Vejamos 10000 x 5526 R 55260 Na Tabela 46 o fator 5526 é encontrado no cruzamento da coluna referente a 5 com a linha referente a 5 períodos A fórmula para encontrar cada fator da Tabela 46 é a seguinte Substituindo os dados na fórmula temos Então o segundo cálculo foi bem mais simples e rápido E você pode ainda utilizar a calculadora HP 12C para encontrar o valor do coeficiente 1 kn 1 k 1 0055 1 005 5526 1 CHS PMT 5 i 5 n 5526 FV Figura 413 Encontrando o fator de capitalização de uma anuidade com o uso da calculadora HP 12C Ou você pode introduzir o valor dos termos pagamentos da anuidade para encontrar o valor acumulado diretamente sem a utilização do fator 100 CHS PMT 5 i 5 n 55256 FV Como você já sabe a diferença é devida ao arredondamento O valor acumulado exato é aquele encontrado pela calculadora que utiliza todas as casas decimais possíveis mostrando apenas a quantidade de casas decimais que você solicitar Para alterar o número de casas decimais da calculadora HP 12C basta pressionar f tecla laranja antes do número de casas decimais que você quer Figura 414 Encontrando o valor capitalizado de uma anuidade com o uso da calculadora HP 12C 110 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 111 AULA 4 A representação gráfica do valor acumulado de uma série de cinco pagamentos iguais de R 10000 cada um com taxa de juros de 5 ao mês fica assim 100 100 100 100 100 5 Meses 4 3 2 1 0 55256 A informação transmitida por esse diagrama é pago R 10000 no fim de cada mês durante cinco meses ou pago R 55256 no final do quinto mês Figura 415 Valor acumulado futuro de uma série de valores iguais Atividade 4 Valor acumulado de uma série de valores iguais A Tabela 46 deve ser utilizada para resolver estas questões a A loja Ponto Quente está vendendo uma geladeira por R 9500 mensais em 12 meses Os pagamentos acontecem no final de cada mês A taxa cobrada no crediário é de 5 ao mês Qual é o valor total equivalente pago após a última prestação Resposta Comentada A taxa é 5 ao mês e são 12 meses períodos Portanto na Tabela 44 encontramos o coeficiente 15917 O produto do valor da prestação R 9500 pelo coeficiente é R 151212 Esse é o valor acumulado da série ou seja o valor único que deve ser pago caso opte por um pagamento único no fim do prazo de 12 meses b Depositei em uma poupança R 18000 no final de cada mês durante 12 meses Quanto terei acumulado no fim desse prazo se a taxa de juros for de 2 ao mês Resposta Comentada Para taxa de juros de 2 por período mês e 12 períodos meses o coeficiente é 13412 Multiplicando esse fator pelo valor de cada depósito descubro que terei acumulado R 241416 c O valor acumulado de uma série de pagamentos iguais é de R 966865 A série é composta de 10 pagamentos mensais e a taxa de juros é de 14 ao mês Qual será o valor de cada pagamento 110 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 111 AULA 4 Resposta Comentada O coeficiente para 14 e 10 períodos é de 19337 Dividindo o valor acumulado pelo coeficiente de valor futuro descobrese o valor de cada pagamento R 50000 d Tenho de descobrir o valor acumulado de uma série de pagamentos iguais Os pagamentos são de R 40000 por mês feitos durante sete meses A taxa de juros é de 85 ao mês A Tabela 46 não pode ser utilizada pois só fornece fatores para taxas inteiras O que devo fazer para encontrar o fator que multiplicado por R 40000 me dará o valor acumulado Resposta Comentada Você pode utilizar a fórmula tradicional Ou a calculadora financeira e Três pagamentos de R 30000 foram feitos ao final de cada trimestre Qual o valor equivalente acumulado ao final do terceiro trimestre se a taxa for de 12 ao trimestre Resposta Comentada O coeficiente para 12 e três períodos é 3374 O valor acumulado será de R 101220 R 30000 x 3374 1 00857 1 0085 9060 1 CHS PMT 85 i 7 n 9060 FV CONCLUSÃO As tabelas financeiras poupam tempo na execução dos cálculos financeiros Se bem utilizadas poderão ajudálo bastante principalmente nas provas de disciplinas financeiras Portanto treine bastante o seu uso É importante saber utilizar as tabelas financeiras corretamente pois normalmente elas serão seu único auxílio em provas de concursos 112 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 113 AULA 4 Utilize as tabelas financeiras para resolver as atividades 1 Como você notou nas tabelas foram utilizados percentuais até 20 Calcule os fatores de valor presente único valor para as seguintes taxas e períodos a 23 e 5 períodos b 29 e 12 períodos c 30 e 16 períodos Resposta Comentada Observando o cruzamento das colunas referentes aos percentuais taxas com as linhas referentes aos períodos na Tabela 41 encontramse os seguintes coeficientes a 1 0235 0355 b 1 02912 0047 c 1 03016 0015 2 Irei receber de um cliente 8 parcelas mensais de R 20000 com a primeira sendo paga dentro de um mês Se a taxa de antecipação for de 7 ao mês quanto devo exigir dele caso resolva quitar sua dívida hoje Resposta Comentada Na Tabela 43 tratase de uma anuidade o coeficiente para 7 e 8 períodos é de 5971 Portanto o valor de quitação da dívida é de R 119420 R 20000 x 5971 3 Utilize as mesmas informações da Atividade 1 e calcule os fatores de valor presente de uma anuidade série de pagamentos uniformes Resposta Comentada Observando o cruzamento das colunas referentes aos percentuais taxas com as linhas referentes aos períodos na Tabela 43 encontramse os seguintes coeficientes a b c 4 Tenho de pagar uma dívida hoje mas não tenho dinheiro Acertei com meu credor o adiamento do pagamento para 60 dias dois meses Serão cobrados juros pelo adiamento de 3 ao mês Hoje a dívida é de R 250000 Quanto será daqui a 2 meses Atividades Finais 1 03016 1 0301 03016 3283 1 02912 1 0291 02912 3286 1 0235 1 0231 0235 2803 112 C E D E R J Fundamentos de Finanças O uso das tabelas financeiras C E D E R J 113 AULA 4 Resposta Comentada Na Tabela 45 vemos que o coeficiente para 3 e 2 períodos 2 meses 60 dias é de 1061 Portanto minha dívida será de R 265250 daqui à 2 meses 5 Qual será o valor acumulado de uma série de 8 pagamentos iguais anuais de R 60000 se a taxa de juros for de 15 ao ano Resposta Comentada Devese utilizar a Tabela 46 para encontrar o valor acumulado de uma série de pagamentos uniformes Nessa tabela o coeficiente para 15 e 8 períodos é de 13727 O valor acumulado é de R 823620 R 60000 x 13727 Foi demonstrado ao longo desta aula como fazer alguns cálculos financeiros pela fórmula matemática tradicional com o uso das tabelas financeiras e com a utilização da calculadora financeira HP 12C São quatro as tabelas duas para descapitalização de valores e duas para capitalização de valores As duas primeiras mostram como encontrar um valor atual partindo de um valor futuro A Tabela 41 descapitaliza um valor único ou valores diferentes A Tabela 43 descapitaliza uma série de valores uniformes ou seja uma anuidade As duas últimas tabelas 45 e 46 capitalizam valores presentes A primeira capitaliza um valor único ou valores diferentes a segunda capitaliza uma série de valores iguais Os coeficientes calculados que fazem parte das tabelas financeiras agilizam seus cálculos e será de grande utilidade em cálculos extensos R E S U M O INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA Na próxima aula você verá entre outras coisas os fundamentos de risco e retorno Também verá por que o retorno exigido por um ativo se eleva quando se eleva o seu risco Até lá NT Academy Logo NEURAL TRAINING ACADEMY Fundamentos de retorno e risco de um ativo Ao final do estudo desta aula você deverá ser capaz de calcular retornos absolutos e retornos percentuais identificar os componentes do retorno calcular retorno médio descrever retornos reais retornos exigidos e retornos livres de risco calcular risco 5 objetivos A U L A Metas da aula Apresentar conceitos de investimento mostrando sua importância nas decisões financeiras mostrar como a decisão de investimento está relacionada com o retorno assim como o risco a ele associado Prérequisitos Para acompanhar esta aula com mais facilidade é necessário ter claras as medidas de posição média e de dispersão estudadas variância e desvio padrão e de outras medidas estatísticas coeficiente de variação já estudadas nas aulas de Métodos Estatísticos Aulas 3 4 e 5 Você deve se reportar às aulas de probabilidade Aula 10 e de distribuição normal Aula 14 Você precisa também reportarse à aula passada em que foram estudados os conceitos objetivos e procedimentos de preparação das demonstrações contábeis para aplicação das técnicas de análise Uma calculadora o ajudará bastante 1 3 2 4 5 116 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 117 AULA 5 INTRODUÇÃO ATIVOS FINANCEIROS Direitos provenientes de obrigações emitidas por agentes econômicos no âmbito do mercado financeiro Exemplos títulos públicos debêntures ações O administrador deve tomar decisões que aumentem o valor de mercado da empresa Com esse objetivo o administrador financeiro deve tomar decisões que sejam acertadas assegurando à empresa uma prolongada posição confortável no mercado Por outro lado se as decisões de investimento não propiciarem os benefícios esperados o volume de recursos envolvidos poderá comprometer irremediavelmente sua liquidez e rentabilidade Por isso é crucial saber onde quando e quanto investir As decisões financeiras podem ser vistas em termos de retorno esperado de risco esperado e do impacto combinado dessas duas variáveis sobre o preço da ação Vamos abordar nesta aula o investimento o retorno e introduzir conceito de risco sobre o investimento Nas Aulas 6 e 7 será estudado o risco de um ativo individual bem como o risco de uma carteira de ativos Será também abordado como o risco de um investimento junto com o retorno pode afetar os preços dos ATIVOS FINANCEIROS e as taxas de retorno exigidas INVESTIMENTO O investimento é o capital aplicado em atividades relativas à produção à distribuição e ao consumo de bens e serviços com objetivo de lucro Todo investimento pode ser entendido como um ativo possuído por alguém que tenha expectativa de retornos futuros Há dois tipos de investimentos o financeiro e o de propriedade O investimento financeiro pode ser visualizado como uma transação em que há explicitamente duas operações envolvidas De um lado o investimento pode ser entendido como um ativo possuído por alguém com expectativa de retornos De outro lado envolvem também obrigações de alguém que tenha de providenciar os retornos que podemos exemplificar por meio do empréstimo pessoal O empréstimo é um ativo do ponto de vista de quem empresta credor que irá receber os rendimentos denominados juros e a promessa de restituição do empréstimo em uma data previamente definida mas é uma obrigação para o tomador do empréstimo devedor que deve fazer os pagamentos O credor tem o seu dinheiro investido porém o investimento é estritamente financeiro Os investimentos financeiros são também denominados títulos que podem representar dívidas títulos de dívida propriedades ações ou direito legal de adquirir ou vender uma propriedade opções de compra de ações 116 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 117 AULA 5 O investimento de propriedade consiste em investimento em bens imóveis terrenos edifícios e bens pessoais tangíveis ouro obras de arte Como exemplo de investimento de propriedade podemos ter um investidor que compre um lote de terra algumas sementes fertilizante e se torne um fazendeiro A terra semeada é um ativo para ele mas não há nenhuma obrigação correspondente não há nenhum devedor Ninguém deve pagar a ele pelo que ele plantou Esse é o investimento de propriedade Na economia são realizados mais investimentos financeiros do que de propriedade Mas as instituições financeiras que foram desenvolvidas para operacionalizar o investimento financeiro facilitam extremamente o investimento de propriedade Por isso as duas formas de investimento são complementares não competitivas O processo de investimento reúne os agentes econômicos supera vitários fornecedores de fundos e os agentes econômicos deficitários os demandantes de fundos Esse encontro se dá normalmente por meio de uma instituição financeira no mercado financeiro Podese citar como exemplo o financiamento de um apartamento Apartamento é um bem tangível tijolos e argamassa portanto deve ser considerado um investimento de propriedade Os recursos para financiálo podem vir de investimentos diretos por exemplo de alguém que quer investir seus recursos em um novo apartamento Mas a grande parcela dos fundos requeridos é usualmente providenciada através de dívida hipotecária Essencialmente uma instituição agindo como uma intermediária financeira empresta o dinheiro para a construção em troca de rendimentos de juros e da promessa de restituição do empréstimo em uma data definida Essa instituição financeira pode ser um banco múltiplo com carteira imobiliária uma sociedade de crédito imobiliário uma associação de poupança e empréstimo ou uma companhia hipotecária que utiliza o dinheiro obtido de muitos de seus investidores que não estão dispostos ou habilitados para investir diretamente no apartamento Análise de um investimento Em um investimento uma pessoa o investidor desembolsa dinheiro hoje com a expectativa de no futuro receber esse valor acrescido de um rendimento É natural portanto que o investidor deseje avaliar o desempenho financeiro desse investimento Esse desempenho pode ser 118 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 119 AULA 5 Quantidade de ações Preço final da ação Preço inicial do ativo Total aplicado Total recebido 50 ações 4400 4000 4000 50 ações 200000 4400 50 ações 220000 medido pelo retorno É ele que permite mensurar o ganho ou a perda de uma aplicação realizada sendo portanto uma variávelchave na decisão de investimento Retorno Retorno de investimento é o possível resultado de uma aplicação financeira em um determinado período de tempo isto é o total de ganhos ou perdas advindos do investimento O retorno de um investimento realizado no ativo de uma empresa é avaliado pelo seu fluxo de caixa O fluxo de caixa de uma empresa é a diferença entre a entrada e a saída de dinheiro O retorno que exigimos de um investimento real proposto deve ser tão rentável quanto aquele que poderíamos conseguir adquirindo ativos financeiros de igual risco O retorno é uma variávelchave na decisão de investimento pois permite ao investidor comparar os resultados reais ou esperados de várias aplicações com os níveis de retorno que ele espera obter Para comparar o resultado de um investimento o investidor deve medir o retorno real ou esperado Esse resultado pode ser expresso em termos monetários ou em percentual Exemplo Suponha que Maria tenha comprado 50 ações da empresa Alpha por 4000 cada uma O investimento total de Maria foi portanto igual a 200000 No final do ano Maria vende as ações por 4400 cada uma num total de 220000 118 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 119 AULA 5 Quantidade de ações Preço final da ação Preço inicial do ativo Total aplicado Total recebido Retorno em unidade monetária 50 ações 4400 4000 4000 50 ações 200000 4400 50 ações 220000 20000 Podemos expressar o retorno sobre o investimento de 200000 de duas maneiras em unidades monetárias retornos monetários ou em termos percentuais retornos percentuais Retornos monetários É o total de recursos recebidos pelo investimento menos a quantia investida Retorno em unidade monetária Quantia recebida Quantia aplicada 220000 200000 20000 Assim Maria ao vender as ações da empresa Alpha teve um retorno monetário de 20000 Supondo que no final do ano Maria tivesse vendido suas 50 ações a 3600 Quantidade de ações Preço final da ação Preço inicial do ativo Total aplicado Total recebido Retorno em unidade monetária 50 ações 3600 4000 4000 50 ações 200000 3600 50 ações 180000 20000 120 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 121 AULA 5 Retorno em unidade monetária Quantia recebida Quantia aplicada 180000 200000 20000 Assim Maria ao vender as ações teria um retorno monetário de menos 20000 Maria teria perdido 20000 em seu investimento Retornos percentuais Retorno percentual é em termos percentuais o valor do rendimento em relação à quantia investida É uma medida relativa do crescimento da riqueza que resultou daquele investimento Essa medida de crescimento ao ser expressa em termos de percentagem tornase comparável para investimentos pequenos e grandes A vantagem de medir o retorno em termos percentuais é que o resultado obtido pode ser aplicado para qualquer volume de recurso aplicado não ficando preso ao valor aplicado O que se obtém é o resultado obtido por 100 aplicado Outra vantagem é ter o conhecimento da época de ocorrência do retorno Um investimento de 200000 que resulte em um retorno de 20000 após um ano pode ser considerado um bom retorno Porém se esses mesmos 20000 fossem recebidos só após dez anos não poderiam ser considerados um bom investimento A expressão matemática do cálculo do retorno em termos percentuais é Taxa de retorno Exemplo Com os dados do exemplo anterior em que o valor aplicado por Maria na compra de ações foi de 200000 e ela pôde vender as ações um ano depois por 220000 podemos calcular o retorno do investimento em termos percentuais Quantia recebida Quantia investida Quantia investida 120 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 121 AULA 5 Quantidade de ações Preço final da ação Preço inicial do ativo Total aplicado Total recebido Taxa de retorno 50 ações 4400 4000 4000 50 ações 200000 4400 50 ações 220000 10 Taxa de retorno O retorno de 10 significa que cada unidade monetária investida renderá 010 100 010 ao ano Se o volume investido fosse menor no final do período essa variação seria negativa haveria uma perda com investimento e a taxa de retorno seria negativa Exemplo Se Maria vender as 50 ações por 3600 cada uma num total de 180000 o resultado seria um retorno de 10 o que significa que em cada 100 investido ela perdeu 010 220000 200000 200000 010 10 Quantidade de ações Preço final da ação Preço inicial do ativo Total aplicado Total recebido Taxa de retorno 50 ações 3600 4000 4000 50 ações 200000 3600 50 ações 180000 10 Taxa de retorno Podemos verificar que o retorno percentual leva em consideração o tamanho do investimento Um retorno de 2000 num investimento de 20000 nos dá uma taxa de retorno de 10 enquanto um retorno de 2000 num investimento de 200000 resulta em uma taxa de retorno de 1 O problema do tempo de ocorrência do retorno do investimento também é resolvido pelo cálculo do retorno em termos percentuais 180000 200000 200000 010 10 122 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 123 AULA 5 Exemplo o investimento de 200000 que resultou em um retorno de 20000 após um ano tem uma taxa de retorno de 10 ao ano Mas se o retorno de 20000 fosse após dez anos a taxa de retorno anual seria de aproximadamente 096 2200 2000 1 i10 1 i10 110 1 i10 1 i 1009577 1 i i 1 1009577 i 0009577 09577 Usando uma calculadora financeira HP 12 C damos entrada em n 10 2000 CHS PV 2200 FV Então pressionamos a tecla i para obter a taxa de retorno Componentes do retorno O retorno sobre um investimento pode ter origem em mais de uma fonte As fontes mais comuns são as remunerações do capital investido que são realizadas por pagamentos periódicos Dividendos no caso de investimento em ações juros no caso de investimento em cadernetas de poupança ou em um título de dívida lucro realizado receita despesas no caso de investimento em ativo fixo o aumento do valor do investimento entre a data de aquisição e a data de venda Essas duas fontes de retorno são denominadas rendimento corrente e ganho de capital respectivamente Entradas Para limpar 2000 2200 10 Funções f CLEAR REG CHS PV FV n i Funções 09576 220000 220000 110 1 10 122 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 123 AULA 5 Rendimentos correntes são a remuneração do capital investido em dinheiro que é recebido periodicamente como resultado do investimento Exemplo os dividendos de ações os juros recebidos sobre títulos de dívida Ganhos ou perdas de capital são a diferença entre o preço do ativo no início e no fim de um período em que está sendo avaliado Se o ativo estiver sendo vendido é o valor pelo qual o preço de venda desse ativo excede ou foi menor seu preço de compra original Se essa diferença for positiva haverá ganho de capital se essa diferença for negativa haverá perda de capital Retorno total ou absoluto de um investimento é a soma dos rendimentos em dinheiro com o ganho ou a perda de capital no investimento Evidencia o desempenho do investimento Retorno total Rendimentos correntes Ganhos ou Perdas de capital Exemplo Suponha que você tivesse comprado no início do ano 100 ações de uma empresa de petróleo ao preço de 4650 a unidade e que ao final desse ano essa ação esteja valendo 5022 e rendeu um dividendo de R 186 Qual o retorno total do seu investimento Quantidade de ações Preço final da ação Preço inicial da ação Remuneração por ação Rendimento corrente Total aplicado Total recebido pela venda das ações 100 ações 5022 4650 186 186 100 ações 18600 4650 100 ações 465000 5022 100 ações 502200 Rendimentos correntes Ganho de capital Retorno total 186 100 ações 5022 4650 100 18600 37200 55800 124 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 125 AULA 5 O investimento total 4650 100 ações 465000 Com o dividendo recebido de 186 você teria recebido um rendimento de Dividendos 186 100 18600 Supondo que no final do ano o preço de mercado da ação seja de 5022 o ganho de capital que você terá auferido será de Ganho de capital 5022 4650 100 37200 O retorno total de seu investimento será Retorno total 186 37200 55800 Se você vendesse as ações no final do ano o total de dinheiro que você possuiria seria igual ao investimento inicial de 465000 mais o retorno total de 45800 Valor total em dinheiro recebido se as ações fossem vendidas Investimento inicial Retorno total 465000 55800 520800 Que é igual à soma do produto da venda das ações com o dividendo recebido Produto da venda das ações Dividendos 5022 100 18600 502200 18600 520800 Tanto o ganho de capital como o dividendo fazem parte do retorno que os acionistas exigem para continuar aplicando dinheiro na empresa de petróleo O preço da ação de uma empresa é estabelecido em função das ordens de compra e de venda enviadas pelos investidores Se o preço da ação da empresa de petróleo tivesse caído para digamos 4258 teria havido uma perda de capital de Quantidade de ações Preço final da ação Preço inicial do ativo Receita do período Receita total recebida Total aplicado Total recebido pela venda das ações 100 ações 4258 4650 186 186 100 ações 18600 4650 100 ações 465000 4258 100 ações 425800 124 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 125 AULA 5 Rendimentos correntes 186 100 ações 18600 Perda de capital 4258 4650 100 39200 Retorno total 20600 Perda 4258 4650 100 ações 39200 Há que ressaltar que mesmo que não tivesse vendido as ações no final do ano ainda assim se deve considerar o ganho ou perda de capital como parte de seu retorno total tanto quanto o dividendo O fato de permanecer com a ação em vez de vendêla e realizar o ganho ou a perda não muda o fato de que você poderia receber o valor da venda da ação se assim o desejasse bastaria vender a ação Senão vejamos Se vendesse as ações no final do ano o retorno total do investimento seria de 55800 mais o investimento inicial de 465000 ou seja 520800 em dinheiro Se tivesse vendido e recomprado as ações realizaria o mesmo retorno no entanto agora seria 18600 dos dividendos em dinheiro mais 502200 em ações a mesma situação observada se não tivesse vendido as ações Cabe lembrar que está desconsiderado aqui qualquer desembolso que poderia ocorrer com as transações de compra e venda tais como custo de corretagem MODELO BÁSICO PARA CALCULAR O RETORNO PERCENTUAL DE QUALQUER ATIVO O retorno percentual é uma comparação relativa É encontrado dividindose o retorno total obtido durante um determinado período pela quantia inicialmente investida É mais conveniente apurar o retorno em termos percentuais pois se consegue visualizar o investimento cujo retorno seja mais alto por unidade monetária investida refletindo portanto a sua eficiência A expressão algébrica geral para calcular a taxa de retorno obtida tanto para ativos físicos como para títulos durante o período t kt é definida como Pt1 Pt Ct1 Pt kt1 61 126 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 127 AULA 5 onde kt1 Retorno total entre o tempo t e t 1 estabelecido como uma fração decimal Pt Preço do ativo no início do período ou tempo Pt1 Preço do ativo ao final do período ou tempo t 1 Ct1 caixa fluxo recebido do investimento no ativo no período t a t 1 O retorno kt1 reflete o efeito combinado do ganho de capital mudanças nos valores Pt1 Pt e o fluxo de caixa Ct1 realizado durante o período t 1 No nosso exemplo temos Quantidade de ações Preço final da ação Preço inicial do ativo Receita do período Receita total recebida Total aplicado Ganho de capital 100 ações 5022 4650 186 186 100 ações 18600 4650 100 ações 465000 5022 100 ações 502200 Rendimentos correntes em percentual Ganho de capital em percentual Retorno total em percentual 18600 465000 5022 4650 4650 004 008 4 8 12 kt1 012 12 ou 502200 465000 18600 55800 465000 465000 kt1 012 12 5022 4650 186 558 4650 4650 Essa equação geral serve para calcular o retorno de qualquer ativo e também pode ser representado da seguinte maneira Ct1 Pt kt1 Pt1 Pt Pt 126 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 127 AULA 5 onde é o ganho corrente expresso em percentual recebido ao longo do ano é o ganho de capital expresso em percentual Aplicando essa equação em nosso exemplo temos 1 O ganho corrente é o dividendo Então Taxa de dividendo TD É o dividendo expresso em termos percentuais É a razão entre o dividendo pago por ação no final do período de aplicação e o preço pelo qual a ação foi adquirida no início do período Ct1 Pt Pt1 Pt Pt TDt1 Divt1 Pt onde Divt1 Dividendo pago pela ação ao longo do ano Pt Preço da ação no início do ano Em nosso exemplo o preço no início do ano era 4651 e o dividendo pago pela ação durante o ano era de 145 Preço final da ação Preço inicial do ativo Dividendos recebidos por ação Taxa de dividendo Ganho de capital Retorno total Pt1 Pt Divt1 TDt1 GC Kt1 5022 4650 186 186 4650 5022 4650 4650 4 8 12 Então a taxa de dividendo é TDt1 004 4 186 4650 Isso significa que para cada 100 que investimos recebemos 004 quatro centavos de dividendos 128 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 129 AULA 5 2 O ganho de capital é a valorização da ação ao longo do ano Então O ganho de capital GC É a variação do preço da ação no período dividida pelo preço da ação no início desse período onde Pt1 Preço do ativo no período t 1 ou no final do período t Sendo Pt1 o preço da ação no final do ano o ganho de capital poderá ser assim calculado Ganho de capital 0080 80 O resultado de 8 nos indica que para cada 100 que investimos recebemos 008 oito centavos de ganho de capital Se o preço da ação for menor ao final do período essa variação será negativa e haverá perda de capital Se combinarmos esse dois resultado teremos o retorno total Taxa de retorno total K É a soma da taxa de retorno corrente com a taxa de retorno de capital GC GC 1 Pt1 Pt Pt Pt1 Pt 5022 4650 4650 372 4650 kt1 Divt1 Pt Pt1 Pt Pt onde Kt1 Retorno total percentual ao final do período t ou no período t1 Retorno total percentual 40 80 120 Como você aplicou 465000 e o retorno sobre seu investimento em valores monetários ou absolutos será de 55800 465000 012 se tivesse aplicado 1000000 seu retorno em termos monetários teria sido de 120000 1000000 012 Podemos observar portanto que não precisamos saber quantas ações compramos mas sim o retorno sobre o investimento 128 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 129 AULA 5 Calculando os retornos em valor absoluto e em percentuais Há um ano você comprou 100 ações da Vale do Rio Bonito por 5192 cada uma Durante o ano recebeu dividendos no valor de 172 A ação da Vale está sendo cotada atualmente por 7181 a Qual foi o seu ganho corrente b Qual foi o seu ganho de capital c Qual foi o seu retorno absoluto d Qual foi o seu retorno percentual Resposta Comentada a Vimos na teoria que ganho corrente são os recebimentos periódicos em moeda relativos à remuneração do capital investido No problema o ganho corrente é o recebimento dos dividendos Portanto Ganho corrente 17200 b Ganho de capital é a diferença entre o preço da ação no início e o fim do período em que se está calculando o retorno Ganho de capital 7181 5192 100 ações 198900 c Retorno absoluto é a resultado do somatório entre o ganho corrente no nosso problema os dividendos e o ganho de capital no nosso problema a variação positiva do preço da ação Retorno absoluto 17200 198900 216100 Atividade 1 Quantidade de ações Preço final da ação Preço inicial do ativo Receita do período Receita total recebida Total aplicado Total recebido pela venda das ações 100 ações 7181 5192 17200 172 100 ações 17200 5192 100 ações 519200 7181 100 ações 718100 Rendimentos correntes Ganho de capital Retorno total 7181 5192 100 17200 198900 216100 130 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 131 AULA 5 d Retorno percentual é o retorno relativo a cada 100 investido Preço final da ação Preço inicial do ativo Dividendos recebidos por ações Pt1 Pt Divt1 7181 5192 17200 Taxa de dividendos Ganho de capital Retorno total TDt1 GC Kt1 172 5192 7181 5192 5192 331 3831 4162 kt1 Divt1 Pt1 Pt Pt Pt kt1 172 7181 5192 5192 5192 003313 03831 041622 4162 A ação da Continental SA tinha um preço inicial igual a 4250 Durante o ano deu um dividendo de 240 Ao final do ano estava cotada a 5750 Qual foi a taxa de retornos dessa ação Resposta Comentada Atividade 2 Preço final da ação Preço inicial do ativo Dividendos recebidos por ação Pt1 Pt Divt1 5750 4250 240 Taxa de dividendos TDt1 240 4250 565 Ganho de capital GC 5750 4250 4250 3529 Retorno total Kt1 4094 kt1 Divt1 Pt1 Pt Pt Pt kt1 240 5750 4250 4250 4250 005647 03529 04094 4094 130 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 131 AULA 5 MEDINDO O RETORNO O retorno pode ser medido historicamente ou usado para formular expectativas futuras Há que se destacar também que o retorno pode ser identificado de várias maneiras a saber Retorno histórico Medida que expressa o desempenho passado de um determinado ativo Esse desempenho pode ser medido em qualquer período determinado de tempo passado A medida que melhor expressa esse retorno passado é o retorno médio Essa avaliação histórica também serve de base para projetarmos os retornos futuros Exemplo Dados de investimento histórico de um investimento hipotético em caderneta de poupança e em ações Tabela 51 Retornos totais anuais em percentual Ano Caderneta de poupança Ações 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total Média 1656 1444 1225 839 859 914 1110 810 917 823 10597 1060 4483 3346 15192 1072 1102 17 9733 1781 2771 3293 30000 3003 As figuras a seguir apresentam gráficos que representam a distribuição de freqüência dos números contidos na Tabela 51 132 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 133 AULA 5 Distribuição de freqüência é o conjunto das freqüências relativas observadas para um dado fenômeno estudado A sua representação gráfica é o histograma diagrama no qual o eixo horizontal representa faixas de valores da variável aleatória e o eixo vertical representa a freqüência relativa Figura 51 Histograma dos retornos da caderneta de poupança Figura 52 Histograma dos retornos das ações Ações Rendimento 150 100 50 0 50 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Ano Rendimento 20 15 10 5 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Ano Poupança 132 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 133 AULA 5 Dada a distribuição de freqüência anterior podemos calcular duas importantes medidas a média da distribuição por nós doravante denominado retorno médio e a dispersão dessa distribuição que é uma medida de risco aqui representada pelo desviopadrão e pela variância RETORNOS MÉDIOS A média dos retornos K1 K2 Kn é representada por K e definida por K Κι 1 n n i ou Retorno médio K K1 K2 Kn n 51 Com os dados anteriores podemos calcular o retorno médio gerado por esses investimentos Somamos todos os valores e dividimos pelo número total de resultados n n 10 pois são 10 anos de observação Considerando a caderneta de poupança igual a A e as ações iguais a B a média aritmética dos retornos anuais nos últimos 10 anos foi de 1060 para o investimento em caderneta de poupança e 3003 para o investimento em ações Retorno médio Retorno médio do investimento em caderneta de poupança Retorno médio Retorno médio do investimento em ações Por poder ser expresso algebricamente o retorno pode definido como retorno esperado e retorno exigido Retorno esperado É o retorno que um investidor tem expectativa de receber no futuro Para efeito de cálculo utilizase a média de rentabilidade desse ativo em determinado período É comum observar o retorno passado de um ativo para inferir qual a sua tendência de retorno futuro KA 1656 1444 1225 839 859 914 1110 810 917 823 10 KA 10597 10 1060 KB 4483 3346 15192 1072 1102 17 9733 1781 2771 3293 10 KB 30000 10 3003 134 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 135 AULA 5 Retorno exigido Retorno exigido é o retorno que o investidor espera receber de um investimento para ser compensado pelo risco desse investimento Ao longo deste capítulo iremos considerar que as taxas de juros e as taxas exigidas de retorno serão nominais a menos que haja alguma observação em contrário Ao calcularmos o retorno médio de um investimento é natural que o comparemos com o retorno de outros investimentos Como pode ser observado no gráfico a seguir o retorno do investimento em ações tem muito mais variabilidade de retorno que o retorno do investimento em poupança A poupança tem retorno previamente definido e o risco de inadimplência é nulo pois é um investimento garantido pelo Governo Federal e normalmente ele honra seus compromissos Podemos dizer portanto que a poupança é investimento livre de risco As ações por outro lado têm grande variabilidade de retorno sendo difícil portanto determinar com certeza qual será o seu retorno no futuro É portanto um investimento de risco acentuado Figura 53 Retornos de investimento em poupanças e ações Poupança Retornos anuais 200 150 100 50 0 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Ano Ações 50 134 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 135 AULA 5 Por ser mais arriscado os investidores esperam receber maior retorno com investimentos em ações do que com caderneta de poupança Quanto maior o risco maior o retorno exigido pelos investidores A diferença entre os retornos de investimentos com risco e os retornos de investimentos sem risco que ocorre por causa do retorno adicional exigido pelo risco existente é chamada prêmio pelo risco O prêmio pelo risco é a quantia pela qual a taxa de juros ou retorno exigido de um investimento excede a taxa de juros livre de risco O prêmio pelo risco de um ativo varia em função das características da empresa emissora e das características do próprio título emitido Gitman 2004 p 233 destaca os componentes do risco relacionado com o emitente e o emissor em Risco de inadimplência A possibilidade de que o emitente do título não efetue os pagamentos contratados de juros ou do principal como foram programados Quanto maior a incerteza quanto à capacidade de realização desses pagamentos maior será o prêmio por risco Risco de vencimento É o fato de que quanto mais longo o prazo de vencimento mais sensível será o valor de um título a certa variação de taxas de juros Se as taxas de juros de outros títulos com riscos semelhantes repentinamente subirem em conseqüência de uma alteração da oferta da moeda os preços de títulos de prazos mais longos cairão mais que os preços de títulos de prazos mais curtos e viceversa Risco da taxa de juros também chamado risco até o vencimento É a possibilidade de que as variações das taxas de juros afetem negativamente o valor de um investimento A maioria dos investimentos perde o valor quando a taxa de juros sobe e ganha valor quando ela cai Risco de liquidez É a possibilidade de que um ativo não possa ser liquidado com facilidade a um preço razoável A liquidez é significativamente afetada pelo porte e pela profundidade do mercado no qual o ativo é costumeiramente negociado Cláusulas contratuais São as condições geralmente incluídas em um acordo de dívida ou emissão de ações Algumas condições reduzem o risco e outras podem aumentálo Por exemplo uma cláusula que permite ao emitente de obrigações resgatálas antes da data de vencimento sob condições favoráveis aumenta o risco do título Risco de tributação É a possibilidade de que mudanças adversas na legislação tributária venham a ocorrer Empresas e ativos cujos valores são sensíveis a essas mudanças implicam maior risco 136 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 137 AULA 5 O prêmio pelo risco é um dos três componentes básicos do retorno exigido Os outros dois são a taxa real de retorno k e o prêmio pela inflação PR Taxa real de retorno É a taxa que cria equilíbrio entre a oferta de poupança e demanda por fundos para investimento em um mundo perfeito sem inflação no qual os fornecedores e demandantes de fundos são indiferentes ao prazo dos empréstimos e das aplicações e não possuem preferência por liquidez e todos os resultados são conhecidos com certeza GITMAN 2004 p 226 Prêmio pela inflação é a taxa de inflação esperada Retorno exigido sobre o investimento é a taxa que um investidor requer para compensar totalmente o seu risco Retorno exigido sobre o investimento j kj Taxa real de retorno Prêmio esperado pela inflação Prêmio pelo risco do investimento j kj k PI PRj 52 Taxa de juros livre de risco é a taxa que se obtém em investimento livre de risco Como não há risco o prêmio pelo risco PRj é igual a zero Com isto temos que Taxa livre de risco Taxa real de retorno Prêmio esperado pela inflação RF k PI 53 Substituindo a taxa livre de risco RF da equação 53 na equação 52 obtemos a equação Retorno exigido sobre o investimento Taxa de juros livre de risco Prêmio pelo risco do investimento j kj RF PRj 54 Com essa equação podemos identificar dois componentes básicos do retorno exigido a taxa de juros livre de risco RF e um prêmio por risco PRj Taxa de juros livre de risco taxa livre de risco retorno livre de risco 136 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 137 AULA 5 Atividade 3 Prêmio pelo risco Partindo dos dados a seguir encontre a taxa real de retorno para os títulos A e B sabendo que eles foram emitidos por empresas diferentes no mesmo período de tempo a Sendo a atual taxa real de retorno igual a 40 determine a taxa de retorno livre de risco aplicável a cada título b Calcule o prêmio total de risco atribuível à empresa emitente e às características do título emitido c Calcule a taxa nominal de juros de cada título Resposta Comentada a Taxa de retorno de risco RF é igual à taxa real de retorno k mais o prêmio pela inflação esperada PI RF k PI Título A RF 4 6 10 Título B RF 4 4 8 b Prêmio pelo risco PR PR risco de inadimplência risco da taxa de juros também chamado de risco até o vencimento risco de liquidez risco de vencimento Título A PR 03 07 03 07 20 Título B PR 15 18 07 10 50 c Taxa de retorno nominal kj kj k IP PR ou kj RF PR Título A kA 100 20 120 Título B kB 80 50 130 Características Tempo para o vencimento Prêmio pela inflação esperada Prêmio pelo risco de Inadimplência Taxa de juros Liquidez Prazo de vencimento Título A 5 anos 60 03 07 03 07 Título B 15 anos 40 15 18 07 10 138 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 139 AULA 5 d A taxa de retorno livre de risco do título A é mais elevada do que a do título B isto deve ocorrer devido à taxa esperada de inflação ser mais alta no curto prazo 60 para títulos com vencimento em 5 anos do que no longo prazo 40 para títulos com vencimento em 15 anos As características de emissão do título A em comparação com as do título B indicam que o título B é menos arriscado Atividade 4 Taxa real de retorno Suponha que Paulo tenha 1000000 para comprar um terreno ou para investir em um CDB por um ano e só depois comprar o terreno a Considere que a taxa de juros nominal seja de 7 e que a inflação esperada seja de 7 Paulo deve comprar logo o terreno ou aplicar em um investimento cujo retorno seja de 7 b Se a taxa sobre o CDB é de 10 quando a inflação esperada é de 7 qual é o seu benefício esperado c De sua resposta nas parte b o que você poderia dizer sobre a taxa de retorno real Resposta Comentada a Depois de 1 ano Paulo receberá os juros de 1000000 007 70000 Terá portanto 1000000 70000 1070000 A taxa de inflação de 7 durante o período de 1 ano elevaria o preço do terreno para 1070000 1000000 1000000 007 Após a compra do terreno um ano depois Paulo não vai ter dinheiro algum Por isso Paulo não deve esperar nenhum benefício de seu investimento Investimento inicial 10000 00 Taxa de retorno 7 Inflação esperada 7 Valor do investimento em um ano 1070000 Custo do terreno em um ano 1070000 Retorno real esperado 0 138 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 139 AULA 5 Assim em termos de retorno real 0 Logo qualquer decisão de Paulo é válida b Depois de um ano Paulo terá o retorno de seu investimento em CDB de 100000 1000000 010 100000 mais os 1000000 que investiu Terá portanto 1100000 Como a inflação foi de 7 o terreno custará 1070000 Após a compra Paulo terá 30000 1100000 1070000 Sua taxa real de retorno será 30000 1000000 3 c Taxa de retorno real é o retorno que de fato foi obtido com o investimento depois de considerar a inflação na taxa nominal de juros O aumento do poder real de compra do Paulo são os 10 da taxa nominal de retorno menos a taxa de inflação de 7 ou seja os 3 k kj PI Investimento inicial 1000000 Taxa de retorno 7 Inflação esperada 7 Valor do investimento em um ano 1100000 Custo do terreno em um ano 1070000 Retorno real esperado 30000 Atividade 5 Taxa livre de risco e prêmios por risco A taxa real de juros é atualmente de 8 Seguemse as expectativas de inflação e os prêmios por riscos associados a uma série de títulos Título A B C D E Prêmio por inflação esperada 10 8 6 2 3 Prêmio por risco 5 4 4 8 2 140 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 141 AULA 5 a Encontre a taxa de juros livre de risco RF aplicável a cada título b Embora não seja comentado que fator deve ser responsável pelas diferenças entre as taxas livres de risco encontradas em a c Determine a taxa de juros nominal para cada título Resposta Comentada a Taxa livre de risco Taxa real de retorno Prêmio esperado pela inflação RF k PI b Uma vez que as taxas de inflação são diferentes é provável que o prazo de vencimento de cada título seja diferente c Taxa de juros nominal kj k PI PR k RF PR Título k PI RF A 8 10 18 B 8 8 16 C 8 6 14 D 8 2 10 E 8 3 11 Título RF PR k A 18 5 23 B 16 4 20 C 14 4 18 D 10 8 18 E 11 2 13 MEDIDA DE RISCO Risco é possibilidade de o retorno real ser diferente do retorno esperado É usado como sinônimo de incerteza e referese à variabilidade dos retornos associados a um ativo GITMAN 2004 p 184 Anteriormente apresentamos o conceito de retorno e como calcular o retorno médio de um investimento Há que destacar que o retorno calculado é o de um ativo individual Para conhecer o risco associado às propostas de investimentos devemos conhecer o grau de dispersão dos 140 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 141 AULA 5 resultados em relação ao retorno médio O grau de dispersão de uma distribuição é uma medida de quanto um retorno pode afastarse do retorno médio Essa medida que denota o risco do investimento em um único ativo pode ser efetuada por meio dos cálculos do desviopadrão e variância Variância e desvio padrão A variância e o desvio padrão medem a variabilidade ou dispersão dos retornos em relação ao retorno médio Se uma distribuição tem uma variabilidade muito grande terá um grande risco pois os retornos possíveis serão muito incertos Por outro lado uma distribuição com variabilidade pequena será menos arriscada pois os retornos serão menos incertos A variância e o desviopadrão são portanto medidas de risco Desvio padrão σ O desvio padrão de um conjunto de retornos K1 Kn é definido por Variância σ2 A variância é o quadrado do desvio padrão σ sigma letra grega representando o desvio padrão Somatório kj retornos observados ou retornos possíveis valor do retorno na ocorrência j n nº de observações k retorno médio kj k2 Quadrado da diferença entre o retorno observado ou possível e a média obtida Usando os retornos históricos das ações na Tabela 51 temse Retorno médio 51 Retorno médio Retorno médio do investimento em caderneta de poupança σK kj k2 n j1 n 1 kj k2 n j1 n 1 K σ2 k k1 k2 kn n kA 1656 1444 1225 839 859 914 1110 810 917 823 10 kA 10597 10 1060 kB 4483 3346 15192 1072 1102 17 9733 1781 2771 3293 10 142 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 143 AULA 5 Retorno médio Retorno médio do investimento em ações Cálculo do desvio padrão para o investimento em caderneta de poupança Tabela 52 Desvio padrão da caderneta de poupança kB 30000 10 3003 σK kj k2 n j1 n 1 σk 10 1 7820 869 295 Ano 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total k Ações da empresa A kj 1656 1444 1225 839 859 914 1110 810 917 823 10597 1060 kj k 596 384 165 221 201 146 050 250 143 237 Variância kj k 2 3552 1475 272 488 404 213 025 625 204 562 7820 142 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 143 AULA 5 Cálculo do desvio padrão para investimento em ações da empresa A Tabela 53 Desvio padão de ações de uma empresa Ano 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Total k Ações da empresa A kj 4483 3346 15192 1072 1102 17 9733 1781 2771 3293 30000 3003 kj k 1480 6349 12189 4075 4105 4703 6730 1222 232 290 Variância kj k 2 21904 403098 1485717 166056 168510 221182 452929 14933 538 841 2935708 σK kj k2 n j1 n 1 σk 10 1 2935708 326190 5711 Sendo o desvio padrão uma medida de risco e quanto maior o desvio padrão maior o risco do investimento então o investimento de maior risco é o investimento em ações que tem um desvio padrão de 5711 para um desviopadrão de apenas 295 da caderneta de poupança Observase que os resultados obtidos estão de acordo com os histogramas representação gráfica das distribuições de freqüência em que a distribuição de maior dispersão é a do investimento B indicando portanto maior risco 144 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 145 AULA 5 Atividade 6 Os retornos nos últimos sete anos de investimentos em ações e em Letras do Tesouro Nacional são Sabendo que o prêmio pelo risco observado é igual ao retorno histórico das ações menos o retorno das Letras do Tesouro Nacional a Calcule o prêmio pelo risco das ações em relação ao retorno de Letras do Tesouro Nacional por ano b Calcule o prêmio pelo risco das ações em relação ao retorno de Letras do Tesouro Nacional para todo o período Resposta Comentada a O prêmio pelo risco é a diferença entre os retornos do investimento com risco as ações e retornos do investimento sem risco Letras do Tesouro Nacional Ano 1 2 3 4 5 6 7 Ações 486 735 321 3375 945 483 2775 Letras do Tesouro Nacional LTN 168 2205 1575 132 1485 1155 93 Ano 1 2 3 4 5 6 7 Ações 486 735 3210 3375 945 4830 2775 Letras do Tesouro Nacional 168 2205 1575 1320 1485 1155 930 Prêmio pelo risco 318 294 1635 2055 54 3675 1845 144 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 145 AULA 5 b O prêmio pelo risco das ações em relação ao retorno de Letras do Tesouro Nacional para todo o período é o somatório dos prêmios anuais dividido pelo período analisado 7 anos 318 294 1635 2055 54 3675 1845 7 8910 7 1273 CONCLUSÃO Conforme você percebeu nesta aula um ativo produz fluxo de recursos para seu proprietário Esse fluxo é o retorno sobre o investimento O fluxo de recursos pode ser explícito rendimentos correntes ou implícito ganho ou perdas de capital Após a realização das atividades desta aula verificou que para calcular o retorno podemos usar os dados na forma de unidade monetária ou na forma percentual embora seja mais conveniente calcular o retorno em termos percentuais Esta forma de cálculo é mais fácil comparar o desempenho de um investimento uma vez que podemos identificar o retorno por unidade monetária investida Verificou também que pode haver variabilidade no retorno de um investimento E quanto maior a variabilidade maior o risco desse ativo Este conhecimento deve ser utilizado para a tomada de decisões de investimento pois oferece conclusões mais precisas sobre em que ativo investir e qual deve ser o retorno desse ativo dado o seu nível de risco 146 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 147 AULA 5 1 Calculando o retorno percentual A ação da Belovale SA tinha um preço inicial igual a 3250 Durante o ano pagou um dividendo de 150 por ação Ao final do ano cada ação da Belovale está cotada a 4750 Qual é a taxa de retorno desta ação Resposta Comentada O retorno total de um investimento é a soma do ganho corrente mais o ganho de capital Ganho de capital Ganho corrente Ganho total 004615 04615 05077 5077 O retorno percentual sobre o investimento de 4750 é igual a 5077 2 Calculando o retorno esperado Suponha que a taxa de retorno atual das Letras do Tesouro seja de 12 Você verificou que o retorno médio da Letras do Tesouro nos últimos dez anos foi igual a 106 O retorno médio das ações nesse mesmo período foi de 29 Com base nessas informações qual é o retorno atual esperado das ações Resposta Comentada Prêmio pelo risco é a quantia pela qual a taxa de juros ou retorno exigido de um investimento excede a taxa de juros livre de risco PRj kj RF Títulos do governo são títulos livres de risco Portanto o que difere o título do governo das ações é o prêmio pelo risco visto que ações são investimento de risco Isto posto Prêmio pelo risco 29 106 184 Retorno esperado das ações retorno livre de risco prêmio pelo risco das ações 12 184 304 Atividades Finais Ação Preço atual do ativo Preço inicial do ativo Ganho corrente Taxa de retorno Pt1 Pt TDt1 Kt1 4750 3250 150 5077 GC Pt 1 Pt Pt TDt1 Divt 1 Pt Kt1 Divt 1 Pt Pt 1 Pt Pt Kt1 150 3250 4750 3250 3250 146 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 147 AULA 5 3 Calculando retorno e risco As ações X e Y têm os seguintes retornos históricos a Calcule o retorno médio para cada ação durante o período de 2002 a 2006 b Calcule o desvio padrão dos retornos para cada ação c Se você fosse avesso ao risco iria preferir manter as ações X ou as ações Y Resposta Comentada O retorno médio para o período 20022006 é dado pela média aritmética simples Retorno médio Média aritmética dos retornos Média Desvio padrão Ano Retornos da ação X kx Retornos da ação Y ky 2002 2003 2004 2005 2006 12 22 10 050 18 950 1450 2030 510 1750 k k1 k2 kn n σK kj k2 n j1 n 1 kX 12 22 10 050 18 5 kx 375 5 75 kY 95 1450 2030 510 1750 5 ky 377 5 754 σkx 5 1 12 752 22 752 10 752 050 752 18 752 σkx 4 77100 19275 1388 148 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 149 AULA 5 c c As ações têm praticamente o mesmo retorno bem como o mesmo nível de risco Porém a ação Y tem o retorno maior e um nível de risco menor Portanto escolheria a ação y σKY 5 1 95 7542 145 7542 2030 7542 510 7542 1750 7542 σKY 4 76059 190148 1379 Investimento Retorno esperado Desvio padrão Ação X Ação Y 75 754 1388 1379 Um investimento é qualquer aplicação cujos recursos podem ser alocados com a expectativa de que tenham rendimentos correntes eou que o valor de mercado do investimento aumente O investimento pode ser financeiro como uma participação acionária ou produtivo ou real como o investimento em bens imóveis O retorno é a remuneração de qualquer investimento Podem ser expressos em unidades monetárias ou em percentual O retorno total obtido de um investimento tem dois componentes a renda corrente e ganho ou perda de capital O retorno é usualmente calculado em bases históricas através do retorno médio e o resultado obtido é usado para estimar os retornos futuros esperados O retorno esperado é o retorno que um investidor tem expectativa de receber no futuro O retorno exigido é o retorno que o investidor espera receber para ser compensado pelo risco do investimento Ele é constituído pela taxa real de retorno pelo prêmio esperado pela inflação mais o prêmio R E S U M O 148 C E D E R J Fundamentos de Finanças Fundamentos de retorno e risco de um ativo C E D E R J 149 AULA 5 INFORMAÇÃO SOBRE A PRÓXIMA AULA Na Aula 6 você verá como calcular o risco de um único ativo pelo de risco do investimento A taxa real de retorno junto com a prêmio esperado pela inflação representam a taxa livre de risco O prêmio pelo risco do investimento depende das características do investimento seja financeiro ou real e do agente emissor deste investimento O risco de um investimento é a possibilidade de o retorno real de um investimento ser diferente do retorno esperado No caso específico desta aula é a variabilidade dos retornos de um investimento Considerando o retorno médio de um investimento como a média aritmética dos retornos de um período considerado o risco é o grau de dispersão desses retornos em relação ao retorno médio Quanto maior essa dispersão maior o risco A variância e o desvio padrão são medidas apropriadas da dispersão dos retornos em relação ao retorno médio sendo portanto medidas apropriadas de risco para investimento com apenas um ativo TIME SERIES FORECASTING Remember What You Learned About Classification The model receives input features and outputs answer prediction The model learns The model sees new data and outputs prediction The model has knowledge POINT ESTIMATE A fixed number as the answer PROBABILITY DISTRIBUTIONS The answer is a range of possible values each assigned a probability Risco de um ativo Ao final do estudo desta aula você deverá ser capaz de identificar se os retornos de um ativo são resultado de probabilidade ou de determinismo calcular os retornos esperados de um ativo em cada período calcular o retorno médio esperado para um período de tempo mensurar o risco que se corre ao investir em um ativo decidir em qual ativo investir de acordo com o seu perfil de risco 6 objetivos A U L A Meta da aula Mostrar como a relação risco e retorno pode ser determinante na escolha de investimentos em ativos arriscados 1 2 3 4 5 Prérequisitos Relembrar o conteúdo de juros compostos e anuidades da disciplina Matemática Financeira e o conteúdo de medidas de dispersão da disciplina Estatística será necessário ao bom entendimento desta aula 152 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 153 AULA 6 INTRODUÇÃO Algumas pressuposições necessárias ao entendimento das decisões a serem tomadas pelo administrador financeiro em situações de risco são apresentadas no início da aula A seguir você relembrará os cálculos que devem ser feitos para que descubra os retornos de um ativo em cada ano ou período Logo adiante você aprenderá a calcular o retorno médio para um determinado período a faixa ou amplitude dos retornos de um ativo o desvio padrão e o coeficiente de variação Os três últimos são medidas de risco de um ativo Terminaremos esta aula explicando em qual ativo se deve investir baseando a decisão nas medidas de retorno e risco estudadas Tenha uma boa aula PRESSUPOSTOS A partir desta aula pressupomos que o administrador financeiro você seja avesso ao risco pois estará investindo dinheiro dos sócios da empresa Sendo assim investir em alternativas que lhe tragam o maior retorno possível e com as quais você corra o menor risco possível é o objetivo a ser atingido Mas como você vai descobrir para pessoas com esse perfil retorno e risco sempre se movimentam na mesma direção Se o risco aumenta será exigido aumento no retorno se o risco diminui será exigida uma diminuição no retorno Aliás os perfis de risco podem ser três avesso tendente ou indiferente Uma pessoa avessa que tem medo ao risco sempre irá exigir por um ativo mais arriscado taxas maiores de retorno esperado Por exemplo hoje você possui um ativo que lhe proporciona 15 de retorno exigido e tem risco de 4 Se você descobrir que o risco aumentou para 6 você necessariamente vai exigir que o retorno aumente um pouco mais por exemplo para 20 visando à cobertura de possíveis prejuízos que irá ter com o ativo mais arriscado Por esse motivo a maioria das pessoas que atuam no mercado financeiro tem esse perfil Se você for tendente ao risco ou seja gosta do risco talvez aceite uma redução na taxa de retorno de 15 para 13 por exemplo para as mesmas situações de risco citadas quando o risco aumentar 152 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 153 AULA 6 RETOR NO ESPERADO É aquele que se espera receber pela posse de um ativo Pode ser calculado obtendo os percentuais de retornos passados ou fazendo uma estimativa de prováveis retornos futuros Isso equivale a dizer que se está escolhendo um ativo para investir e se esse ativo tem retorno médio esperado de 14 e retorno exigido de 16 devese rejeitálo pois o retorno que se exige não será atingido O indiferente ao risco não exigirá mudança no retorno exigido caso aumente o risco Ele exigirá sempre 15 de retorno para um risco de 4 ou de 6 Outra pressuposição retorno exigido é igual ao RETORNO ESPERADO O retorno exigido é o mínimo que você exige para um ativo O retorno esperado é aquele que você espera obter investindo em um ativo Então podemos dizer que um ativo que tenha retorno esperado inferior ao retorno exigido deve ser descartado Um ativo que tenha retorno esperado superior ao retorno exigido deve ser aceito Nesta aula falaremos basicamente do retorno esperado O retorno exigido será discutido na Aula 8 Ao longo das disciplinas da área financeira estaremos sempre nos referindo a ativo Mas o que é um ativo Você se lembra do Balanço Patrimonial estudado na disciplina Contabilidade Geral I Naquela ocasião você viu que essa demonstração contábil é composta de itens pertencentes ao ativo e ao passivo e ao patrimônio líquido Pertencem ao ativo todos os bens e direitos da empresa dinheiro em caixa dinheiro em bancos aplicações financeiras máquinas veículos equipamentos ações de outras companhias etc Então você deve ter em mente esses itens quando o termo ativo for mencionado em nossas aulas A seguir você poderá lembrar o que é Balanço Patrimonial e Ativo pela Figura 61 154 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 155 AULA 6 O QUE É RISCO Um exemplo simples e do cotidiano vai ajudar a esclarecer o que é risco de forma geral Quais os riscos que você corre ao sair da sua casa suponha que seja em Niterói e ir para o seu trabalho no centro do Rio de Janeiro Se você vai de ônibus há riscos como o ônibus quebrar a ponte RioNiterói ser interditada ser assaltado dentro do ônibus chegar atrasado ao trabalho O risco então é de você não atingir seu objetivo que é chegar ao trabalho são e salvo e na hora Como medir esse risco Você pode levantar dados históricos referentes a quebra de ônibus ponte interditada assaltos em ônibus e quantas vezes chegou atrasado ao trabalho Aí você passa a contar com dados numéricos que por meio de técnicas específicas e simples podem ser quantificados BALANÇO PATRIMONIAL Cia Papelão Em 31122003 R ATIVO PASSIVO Circulante Caixa 750000 Estoques 3200000 Total Circulante 3950000 Realizável a LP Emprest a diretores 1000000 Permanente Imobilizado Instalações 3600000 Veículos 2200000 Total Permanente 5800000 TOTAL 10750000 Circulante Fornecedores 2900000 ICMS a Recolher 200000 Total Circulante 3100000 Exigível a LP Financiamentos 1300000 Patrimônio Líquido Capital 6000000 Lucros Acumulados 350000 Total PL 6350000 TOTAL 10750000 Figura 61 Balanço Patrimonial 154 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 155 AULA 6 Se você entendeu o risco corrido quando você sai de sua casa e vai para o trabalho podemos detalhar um pouco o risco de investir em um ativo INFORMAÇÕES DETERMINÍSTICAS E PROBABILÍSTICAS O cálculo do risco de um ativo dependerá dos seus retornos As informações sobre os retornos podem ser determinísticas ou probabilísticas Determinísticas são informações passadas que já aconteceram As informações probabilísticas geralmente se referem ao futuro e portanto precisam ser estimadas A estimativa normalmente é feita quando não se tem certeza absoluta sobre como os retornos de um ativo irão se comportar no futuro As probabilidades acompanham sempre a taxa de retorno e elas indicam a possibilidade de ocorrência daquele retorno Se você quer calcular o risco de um ativo já existente para tentar prever o comportamento dos seus retornos e risco para o caso de uma aquisição futura os dados serão determinísticos Serão mencionados assim no enunciado das questões Tabela 61 Retornos de um ativo determinísticos Ano Retorno 2001 8 2002 10 2003 15 2004 20 2005 22 2006 17 Como você chegou aos retornos citados na Tabela 61 Você deve lembrarse da fórmula para cálculo do retorno de qualquer ativo estudada na Aula 5 Eis a fórmula Kt FCt Pt Pt1 Pt1 156 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 157 AULA 6 Ano Fluxo de caixa Valor do ativo no início do ano Valor do ativo no fim do ano 2001 360000 2000000 1800000 2002 480000 1800000 1500000 2003 525000 1500000 1200000 2004 540000 1200000 900000 2005 498000 900000 600000 2006 402000 600000 300000 onde Kt retorno esperado para o ativo no tempo t FCt fluxo de caixa gerado pelo ativo no tempo t Pt valor do ativo no fim do período t Pt1 valor do ativo no início do período t Podemos supor que os dados sobre os fluxos de caixa e valor do ativo tenham sido os apresentados na Tabela 62 A seguir com esses valores você calculou os retornos e encontrou os dados citados na Tabela 61 Tabela 62 Informações para o cálculo dos retornos de um ativo E se você fosse adquirir o ativo pela primeira vez Como faria os cálculos já que não existem retornos Alguém especializado na empresa ou mesmo alguém externo teria de fazer uma estimativa para os retornos do ativo num período relevante Pode ser uma estimativa baseada nas condições futuras de mercado Por exemplo para o ano de 2008 você pode verificar que há 30 situação pessimista de chance de o retorno ser de 6 50 de chance de o retorno ser de 8 situação mais provável e 20 de chance de o retorno ser de 11 situação otimista Com esses dados você calcula o retorno para 2008 fazendo assim Tabela 63 Retorno esperado para dados probabilísticos Ano Retorno provável 1 Probabilidade 2 1 x 2 2008 6 30 18 8 50 40 11 20 22 Retorno esperado para 2008 110 156 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 157 AULA 6 Multiplicase cada provável retorno pela probabilidade de ele vir a ocorrer Os resultados são somados e pronto você tem o retorno esperado A fórmula para cálculo é a seguinte onde K retorno esperado Ki retorno provável Pr probabilidade de ocorrência Os retornos e as probabilidades de eles virem a ocorrer são determinados por exemplo de acordo com a situação econômica do país a probabilidade de a situação ficar ruim de ficar estável ou de melhorar Note que analisamos todas as possibilidades de retorno possíveis Logo o somatório das probabilidades será 100 Então para saber se as informações fornecidas são determinísticas ou probabilísticas devese ler atentamente o enunciado das questões K Σ Kt x Pr n 11 Analise as informações sobre os retornos de cada ativo a seguir e diga se são probabilísticas ou determinísticas a Atividade 1 Ano Cenário Probabilidade Retorno 2008 Ruim Regular Bom 020 050 030 10 14 20 2009 Ruim Regular Bom 040 030 030 12 15 20 2010 Ruim Regular Bom 050 025 025 14 18 22 158 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 159 AULA 6 b c Resposta Comentada Você pode notar que as opções a e b apresentam dados probabilísticos pois cada retorno tem ao lado sua probabilidade de ocorrência Na opção a foi construído um cenário na opção b não Já na opção c os dados apresentados são determinísticos pois mesmo sendo dados futuros não apresentam as probabilidades de ocorrência São dados certos sobre os retornos Retorno Probabilidade 10 5 0 10 15 20 25 010 015 005 030 020 015 005 Ano Retorno 2008 2009 2010 2011 2012 2013 5 10 12 16 18 20 CALCULANDO O RETORNO MÉDIO Suponhamos que você seja proprietário de uma loja de fotocópias e tenha duas máquinas Shark e Fanton que vêm sendo utilizadas há um bom tempo e você quer substituílas Os fluxos de caixa gerados pelas copiadoras são determinados facilmente é só subtrair as despesas das receitas geradas pelas copiadoras em cada ano Os valores das copiadoras no início e no fim de ano irão depender da taxa de depreciação estipulada para elas 158 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 159 AULA 6 Tabela 64 Retornos esperados para as copiadoras Shark e Fanton Shark Fanton Ano Retorno Ano Retorno 2002 10 2002 12 2003 12 2003 14 2004 15 2004 15 2005 16 2005 16 2006 20 2006 16 n i 1 Σ Ki K n Para determinar o retorno médio esperado de cada uma das copiadoras utilize a fórmula da média aritmética onde K retorno médio para um determinado período de tempo Ki retorno em cada ano ou período n número de retornos observados Substituindo os dados na fórmula teremos a Shark b Fanton Se você não fosse levar em conta o risco envolvido na compra e operação de ambas as copiadoras poderia escolher qualquer uma das duas já que elas têm retorno médio para o período 20022006 igual a 146 Mas se os riscos das duas copiadoras forem diferentes qual delas você deve escolher K 146 10 12 15 16 20 5 K 146 12 14 15 16 16 5 Suponhamos mais uma vez que você tenha aplicado a fórmula estudada na Aula 5 e calculado os retornos para 2002 a 2006 Assim para cada copiadora temos 160 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 161 AULA 6 Você está pensando em adquirir uma nova empilhadeira para sua fábrica e tem duas possibilidades de aquisição a Clerck ou a Titan Estudos feitos com máquinas já existentes revelaram que seus possíveis retornos esperados poderiam ser aqueles apresentados na tabela a seguir Calcule o retorno médio esperado para cada empilhadeira e decida qual adquirir supondo que os riscos das duas sejam iguais Resposta Comentada O retorno médio esperado para o período 20012005 é dado pela média aritmética simples Você deve somar os retornos de cada empilhadeira e depois dividilos por cinco número de retornos observados Então para o período analisado o retorno médio esperado para a empilhadeira Clerck é de 284 20 22 30 32 385 e o da Titan é de 324 28 30 34 35 355 Considerando riscos iguais para as duas empilhadeiras você deve escolher a Titan pois ela possui um retorno médio maior Atividade 2 DESCOBRINDO O RISCO DE ATIVOS Com as informações a respeito do retorno em cada ano e do retorno médio esperado de um ativo você pode calcular uma medida preliminar de risco chamada faixa ou amplitude dos retornos Para descobrir a amplitude dos retornos de um ativo você deve descobrir a diferença entre o maior e o menor valor de retorno analisado Vejamos como ficam as amplitudes dos retornos das copiadoras Shark e Fanton Shark 20 10 10 Fanton 16 12 4 Ano Retorno Clerck Titan 2001 20 28 2002 22 30 2003 30 34 2004 32 35 2005 38 35 160 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 161 AULA 6 Você pode notar que a copiadora Shark tem retornos distribuídos em uma faixa maior enquanto a Fanton tem seus retornos mais concentrados De acordo com essa medida preliminar de risco a copiadora Fanton é menos arriscada justamente por ter seus retornos menos dispersos Aliás falando em dispersão outra medida de risco bastante utilizada é o desvio padrão que é uma medida estatística de dispersão O desvio padrão pode utilizar dados determinísticos ou probabilísticos Os dados determinísticos podem ser amostrais ou populacionais Os dados serão amostrais quando forem uma parte do todo isto é em vez de obter todos os retornos de um ativo durante a sua vida útil eu obtenho apenas os retornos de alguns anos Quando obtivermos a série completa de retornos de um ativo estaremos trabalhando com dados populacionais É conveniente que você consulte o assunto medidas de dispersão no caderno didático de Estatística pois nesta aula muitos conceitos da área serão abordados No exemplo que estamos acompanhando o das copiadoras Shark e Fanton temos dados determinísticos e amostrais Para encontrar o desvio padrão utilizamse conforme o caso as seguintes fórmulas Dados determinísticos populacionais Dados determinísticos amostrais Dados probabilísticos Utilizando a fórmula determinística amostral para cada uma das copiadoras encontraremos o desvio padrão Shark σK 10 1462 12 1462 15 1462 16 1462 20 1462 51 σK n i l Σ Ki K2 n σK n i l Σ Ki K2 n 1 σK n i l Σ Ki K2 x Pr σK 2116 676 016 196 2916 4 385 162 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 163 AULA 6 Fanton 51 σK 12 1462 14 1462 15 1462 16 1462 16 1462 σK 676 036 016 196 196 4 167 Encontrado o desvio padrão ou seja o risco das duas copiadoras fica fácil decidir em qual delas investir Sendo você avesso ao risco a sua escolha recairá sobre aquela opção que lhe proporcionar o menor risco No caso a escolhida deverá ser a copiadora Fanton Veja como ficam os gráficos de dispersão em torno da média das duas copiadoras Quanto à copiadora Shark notase um retorno médio esperado de 146 podendo variar para mais ou para menos em 385 Isso equivale a dizer que a maioria dos prováveis retornos estará entre 1075 146 385 e 1845 146 385 A copiadora Fanton também tem um retorno médio esperado de 146 mas pode variar para mais ou para menos em 167 Então a maioria dos retornos esperados estará entre 1293 146 167 e 1627 146 167 Figura 62 Dispersão normal das probabilidades Distribuição de probabilidades contínua Densidade e probabilidade 0 5 7 9 11 13 146 17 19 21 23 25 Retorno Ativo A Ativo B 162 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 163 AULA 6 Com as informações sobre os retornos esperados em cada ano para cada empilhadeira obtidas na Atividade 2 calcule a amplitude e o desvio padrão Você já pode decidir qual máquina comprar Explique Resposta Comentada As amplitudes dos retornos das duas empilhadeiras são as seguintes Clerck 38 20 18 Titan 35 28 7 O cálculo do desvio padrão para cada empilhadeira é demonstrado a seguir Clerck Atividade 3 Os retornos esperados da copiadora Shark variam mais em torno da média Se variam mais têm maior risco Você deve ter notado a semelhança disso com a divulgação de uma pesquisa eleitoral Nesta são sempre divulgados o percentual de votos que um candidato deve ter e uma margem de erro para mais ou para menos No final do ano de 2006 vimos a pesquisa apontando qual seria a votação do atual presidente naquela época candidato Luiz Inácio Lula da Silva 58 dos votos válidos e margem de erro de 2 Portanto se ele obtivesse entre 56 e 60 dos votos válidos a pesquisa teria confirmado a vontade do povo O exemplo das copiadoras apontou para retornos esperados iguais Mas se fossem diferentes Você poderia fazer o cálculo de uma outra medida estatística de risco e determinar com certeza a copiadora a ser escolhida Essa medida estatística de risco é o coeficiente de variação que será visto a seguir σ 20 2842 22 2842 30 2842 32 2842 38 2842 51 σ 7056 4096 256 1296 9216 4 σ 21920 4 74 5480 164 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 165 AULA 6 COEFICIENTE DE VARIAÇÃO O coeficiente de variação é uma medida relativa de risco Ele apresenta o risco que se irá correr em relação ao retorno médio esperado sendo assim uma medida mais completa Para o exemplo das copiadoras quando obtivermos retornos médios iguais basta calcular o desvio padrão e tomar a decisão A fórmula do coeficiente de variação CV é dada pela seguinte expressão onde CV coeficiente de variação do ativo σ desvio padrão do ativo K retorno médio esperado do ativo Supondo que tivéssemos encontrado os retornos médios de 15 e 13 respectivamente para as copiadoras Shark e Fanton os desvios padrões seriam os mesmos 385 e 167 também respectivamente Se você olhasse apenas para o retorno médio talvez ficasse tentado a escolher a copiadora Shark que proporciona maior retorno Todavia se você também observasse o risco sua escolha mudaria pois a Fanton tem risco menor Titan De acordo com os cálculos a máquina que oferece menor risco é a Titan pois seus retornos têm menor amplitude e ela também possui menor desvio padrão isto é menor risco Supondo que você seja avesso ao risco a empilhadeira a ser comprada é a Titan σ 28 3242 30 3242 34 3242 35 3242 35 3242 51 σ 1936 576 256 676 676 4 σ 4120 4 32 1030 CV σ K 164 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 165 AULA 6 Com os supostos dados a respeito das copiadoras Shark e Fanton podemos calcular os seus coeficientes de variação Veja os cálculos Nesse caso a copiadora Fanton deve ser a escolhida pois tem menor coeficiente de variação Isso significa que ela tem uma relação risco versus retorno menor Proporcionalmente o risco em face do retorno proporcionado é menor com a copiadora Fanton Convém ressaltar que o desvio padrão é a medida absoluta de risco o coeficiente de variação é a medida relativa de risco Na Atividade 3 você encontrou a amplitude e o desvio padrão dos retornos das empilhadeiras Clerck e Titan Calcule agora o coeficiente de variação e faça a escolha levando em conta que você é avesso ao risco Resposta Comentada Na Atividade 3 você encontrou o desvio padrão risco de cada empilhadeira Com o desvio padrão e o retorno médio esperado obtidos na Atividade 2 você calcula o coeficiente de variação dos retornos das duas empilhadeiras Atividade 4 CVShark 385 15 0257 CVFanton 167 13 0128 CVShark 385 15 0257 CVFanton 167 13 0128 166 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 167 AULA 6 CONCLUSÃO Sempre que você tiver de escolher entre dois ou mais ativos deve calcular o retorno esperado em cada ano ou período o retorno médio esperado o desvio padrão e o coeficiente de variação Não há necessidade de calcular o coeficiente de variação quando os retornos médios dos ativos forem iguais basta calcular o desvio padrão De acordo com os coeficientes de variação encontrados você deve optar por adquirir a empilhadeira Titan pois ela possui um risco menor em face do retorno proporcionado a Você é gerente de uma empresa e precisa decidir qual computador Genius ou Flash deve escolher Os dois modelos são novos e não há certeza sobre os retornos proporcionados por eles Você estimou as probabilidades de a empresa estar em situação ruim regular e ótima nos próximos anos Também estimou os possíveis retornos para cada situação em cada ano As informações levantadas por você são apresentadas no quadro seguinte Calcule o retorno médio em cada ano o retorno médio esperado para o período de cinco anos o desvio padrão e o coeficiente de variação se necessário A seguir indique qual computador deve ser escolhido supondo que haja aversão ao risco ATIVIDADES FINAIS 166 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 167 AULA 6 Resposta Comentada Devemos calcular os retornos esperados em cada ano para os dois computadores Genius K2008 030x20 050x25 020x30 245 K2009 020x20 040x28 040x32 280 K2010 030x18 040x23 030x26 224 K2011 040x15 050x18 010x22 172 Flash K2008 020x18 060x22 020x28 224 K2009 030x20 050x25 020x30 245 K2010 040x20 040x22 020x25 218 K2011 020x18 060x21 020x24 210 O próximo passo é encontrar o retorno médio esperado para o período de quatro anos 20082011 Apesar de as informações originais fornecidas serem probabilísticas você encontrou os retornos esperados A fórmula a ser utilizada portanto é a média aritmética simples GENIUS FLASH Ano Situação prevista Probabilidade Retorno provável Ano Situação prevista Probabilidade Retorno provável 2008 Ruim 030 20 2008 Ruim 020 18 Regular 050 25 Regular 060 22 Ótima 020 30 Ótima 020 28 2009 Ruim 020 20 2009 Ruim 030 20 Regular 040 28 Regular 050 25 Ótima 040 32 Ótima 020 30 2010 Ruim 030 18 2010 Ruim 040 20 Regular 040 23 Regular 040 22 Ótima 030 26 Ótima 020 25 2011 Ruim 040 15 2011 Ruim 020 18 Regular 050 18 Regular 060 21 Ótima 010 22 Ótima 020 24 168 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 169 AULA 6 Genius Flash Os retornos esperados em cada ano e os retornos médios esperados para o período de 20082011 servirão de base para o cálculo do desvio padrão Genius Flash A diferença existente entre os retornos médios esperados nos obriga a calcular o coeficiente de variação para tomarmos a decisão correta O gerente dessa empresa deve adquirir o computador Flash pois possui menor coeficiente de variação representando um risco menor em face do retorno proporcionado b Uma pessoa avessa ao risco deve decidir entre dois equipamentos aquele que ela deve adquirir A partir das informações resumidas no quadro a seguir indique qual dos dois equipamentos deve ser adquirido K 230 245 280 224 172 4 K 224 224 245 218 210 4 σGenius 245 232 28 232 224 232 172 232 41 σGennius 6125 3 45 2042 σFlash 224 2242 245 2242 218 2242 21 2242 41 σFlash 673 3 15 224 CVGenius 45 23 0196 CVFlash 15 224 0067 168 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 169 AULA 6 Resposta Comentada Como os retornos médios esperados são diferentes não basta observar o desvio padrão para chegar a uma conclusão Devese calcular o coeficiente de variação e aí sim fazer a escolha corretamente Os coeficientes de variação encontrados indicam que o equipamento A deve ser adquirido pois tem menor risco em relação ao retorno proporcionado c Estou pensando em adquirir uma nova máquina para fabricar pães Tenho duas opções a Mariner ou a Explorer Adquirirei a máquina que tiver o maior retorno e o menor risco Consultores das empresas fabricantes das duas máquinas revelaram seus prováveis retornos esperados para os próximos cinco anos que são apresentados no quadro a seguir Faça os cálculos necessários e diga qual máquina devo adquirir Resposta Comentada Calculamos o retorno médio esperado de cada máquina Equipamento Retorno médio esperado Amplitude dos retornos Desvio padrão dos retornos A 21 10 6 B 25 15 9 CVA 6 21 0286 CVB 9 25 0360 Ano Retorno Mariner Explorer 2008 21 22 2009 25 24 2010 30 27 2011 26 28 2012 20 29 KMariner 244 21 25 30 26 20 5 KExplorer 26 22 24 27 28 29 5 170 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 171 AULA 6 Com base nos números encontrados podemos efetuar os cálculos para descobrir o desvio padrão de cada máquina Com o desvio padrão calculamos o coeficiente de variação A máquina Explorer deve ser adquirida pois possui menor risco em face do retorno proporcionado d As medidas de risco mais completas são o desvio padrão e o coeficiente de variação Diga em qual situação tenho de utilizar o coeficiente de variação e em qual situação o desvio padrão é o suficiente Resposta Comentada O coeficiente de variação deve ser utilizado para a escolha entre dois ou mais ativos arriscados quando seus retornos médios esperados forem diferentes A escolha deve sempre recair sobre aquele que possuir o menor coeficiente de variação Já quando os retornos médios esperados forem iguais basta calcular o desvio padrão O ativo menos arriscado é aquele que possuir o menor desvio padrão σMariner 21 2442 25 2442 30 2442 26 2442 20 244 51 σMariner 652 4 40 163 σExplorer 34 4 29 85 σExplorer 22 262 24 262 27 262 28 262 29 262 51 CVMariner 4 244 0164 CVExplorer 29 26 0112 170 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 171 AULA 6 e Tenho de adquirir um automóvel para visitar clientes e para outros afazeres administrativos Estou analisando dois automóveis populares o Tralio e o Olé As minhas expectativas de retorno que os dois automóveis podem gerar em um período relevante são as seguintes Faça os cálculos que forem necessários para auxiliar na decisão sobre qual automóvel adquirir Resposta Comentada O primeiro passo é calcular o retorno esperado para cada automóvel A fórmula para cálculo do retorno esperado para informações probabilísticas é a seguinte Substituindo as informações referentes aos dois automóveis na fórmula teremos KTralio 15x020 20x030 30x030 35x020 28 KOlé 20x030 25x040 25x020 30x010 24 Encontrado o retorno médio esperado podemos calcular o desvio padrão Mas ainda não podemos tomar uma decisão já que os retornos médios esperados para os dois automóveis são diferentes É importante lembrar que se tratam de informações probabilísticas Então utilizaremos a fórmula apropriada Tralio Olé Retorno provável Probabilidade Retorno provável Probabilidade 15 20 30 35 020 030 030 020 20 25 25 30 030 040 020 010 K n i 1 Σ Ki x Pr σTralio 15 282x020 20 282 x030 30 282 x030 35 282 x020 σTralio 80 64 σOlé 20 242x030 25 242 x040 25 242 x020 30 242 x010 σO 9 30 172 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 173 AULA 6 O automóvel Olé é o que tem o menor risco absoluto mas tem retorno esperado maior do que o automóvel Tralio A decisão se baseará no coeficiente de variação O coeficiente de variação menor do automóvel Olé indica que ele possui menor risco em relação ao retorno proporcionado Ele deve ser adquirido f Na atividade anterior qual a amplitude ou faixa dos retornos dos dois automóveis Essa medida estatística de dispersão serve para indicar qual o automóvel tem menor risco Explique Resposta Comentada A amplitude dos retornos do automóvel Tralio é de 20 35 15 e a do automóvel Olé é de 10 30 20 Sim pois ela mostra que o automóvel Tralio tem seus prováveis retornos mais dispersos do que os do automóvel Olé CVTralio 8 28 0286 CVOlé 3 24 0125 172 C E D E R J Fundamentos de Finanças Risco de um ativo C E D E R J 173 AULA 6 Mensurar o risco envolvido no investimento em ativos é muito importante Para encontrar o risco de um ativo devese obter as informações sobre seus retornos podendo elas serem oriundas de determinismo ou probabilidade A partir dessas informações calculase a amplitude ou faixa dos retornos o retorno médio esperado o desvio padrão e o coeficiente de variação A amplitude ou faixa mostra como estão distribuídos os retornos do ativo O retorno médio esperado é a média aritmética simples dos valores dos retornos observados O desvio padrão é a medida de risco absoluto e mostra a dispersão dos retornos em torno da média O coeficiente de variação é a medida relativa de risco utilizada para definir qual ativo é mais ou menos arriscado quando seus retornos médios esperados são diferentes Ela mostra o risco do ativo em relação ao retorno proporcionado por ele Entre dois ativos que têm retornos médios esperados iguais basta calcular o desvio padrão para saber qual deles é o mais arriscado O mais arriscado será o ativo que possuir maior desvio padrão R E S U M O INFORMAÇÕES SOBRE A PRÓXIMA AULA Na próxima aula você descobrirá o que é uma carteira de ativos e como medir o risco dessa carteira Até lá PROPOSED ITS MODEL SCHEME Divide dataset into train and test sets Train a LSTM model on train dataset Load the saved LSTM model Analyze the test dataset for anomalies Generate BLEU features and predict test dataset using trained LSTM model Generate BLEU features and predict test dataset using trained LSTM model PERFORMANCE EVALUATION Apply ttest on the results to check the performance of the proposed model Calculate confusion matrix and plot graph Generate confusion matrix Is the test sequence anomalous END YES NO END C E D E R J 175 Fundamentos de Finanças Referências 176 C E D E R J C E D E R J 177 Aula 1 BRIGHAM Eugene F HOUSTON Joel F Fundamentos da moderna administração financeira Rio de Janeiro Campus 1999 GITMAN Lawrence J Princípios de administração financeira 10 ed São Paulo Addison Wesley 2004 LEMES JÚNIOR Antônio B RIGO Cláudio M CHEROBIM Ana Paula M S Administração financeira princípios fundamentos e práticas brasileiras 2 ed Rio de Janeiro Elsevier 2005 ROSS Stephen A WESTERFIELD Randolph W JAFFE Jeffrey F Administração financeira corporate Finance 2 ed São Paulo Atlas 2002 ROSS Stephen A WESTERFIELD Randolph W JORDAN Bradford D Princípios de administração financeira 2 ed São Paulo Atlas 2000 Aula 2 ASSAF NETO Alexandre Finanças corporativas e valor 2 ed São Paulo Atlas 2006 656 p BRASIL Lei 10637 de 30 de dezembro de 2002 Dispõe sobre a nãocumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integração Social PIS e de Formação do Patrimônio do Servidor Público Pasep nos casos que especifica sobre o pagamento e o parcelamento de débitos tributários federais a compensação de créditos fiscais a declaração de inaptidão de inscrição de pessoas jurídicas a legislação aduaneira e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília DF 30 dez 2002 Disponível em httpwwwplanaltogovbrCCIVILLEIS2002L10637htm Acesso em 28 ago 2007 BRASIL DecretoLei nº 1598 de 26 de dezembro de 1977 Altera a legislação do imposto de renda e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília DF 11 fev 1988 Disponível em httpwww010dataprevgovbrsislexpaginas241988 2413htm Acesso em 28 ago 2007 BRASIL Lei 9718 de 27 de novembro de 1998 Altera a Legislação Tributária Federal Altera Legislação Tributaria Federal Art 1º Esta Lei aplicase no âmbito da legislação tributária federal relativamente às contribuições para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público PISPASEP e à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social COFINS de que tratam o Art 239 da Constituição e a Lei Complementar nº 70 de 30 de dezembro de 1991 ao 176 C E D E R J C E D E R J 177 Imposto sobre a Renda e ao Imposto sobre Operações de Crédito Câmbio e Seguro ou relativos a Títulos ou Valores Mobiliários IOF Diário Oficial da União Brasília DF 28 nov 1998 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivilleisL9718htm Acesso em 29 ago 2007 BRASIL Lei 9249 de 26 de dezembro de 1995 Altera a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas bem como da contribuição social sobre o lucro líquido e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília DF 27 dez 19995 Disponível em httpwwwplanaltogovbrCCIVIL03LEISL9249htm Acesso em 29 ago 2007 BRASIL Lei nº 10637 de 30 de dezembro de 2002 Dispõe sobre a nãocumulatividade na cobrança da contribuição para os Programas de Integração Social PIS e de Formação do Patrimônio do Servidor Público Pasep nos casos que especifica sobre o pagamento e o parcelamento de débitos tributários federais a compensação de créditos fiscais a declaração de inaptidão de inscrição de pessoas jurídicas a legislação aduaneira e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília DF 30 dez 2002 Disponível em httpwwwreceitafazendagovbrLegislacaoLeis2002lei10637htm Acesso em 29 ago 2007 BRASIL LEI nº 9317 de 5 de dezembro de 1996 Dispõe sobre o regime tributário das microempresas e das empresas de pequeno porte institui o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de pequeno Porte SIMPLES e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília DF 30 dez 1996 Disponível em httpwwwreceitafazendagovbrLegislacaoLeis Ant2001lei931796htm Acesso em 29 ago 2007 BRASIL Lei 931796 art 3º 1º Dispõe sobre o regime tributário das microempresas e das empresas de pequeno porte institui o Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e das Empresas de pequeno Porte SIMPLES e dá outras providências Diário Oficial da União 6 dez 1996 Disponível em http wwwreceitafazendagovbrLegislacaoLeisAnt2001lei931796htm Acesso em 29 ago 2007 BRASIL Lei nº 11196 de 21 de novembro de 2005 Institui o Regime Especial de Tributação para a Plataforma de Exportação de Serviços de Tecnologia da Informação REPES o Regime Especial de Aquisição de Bens de Capital para Empresas Exportadoras RECAP e o Programa de Inclusão Digital dispõe sobre incentivos fiscais para a inovação tecnológica altera o DecretoLei no 288 de 28 de fevereiro de 1967 o Decreto nº 70235 de 6 de março de 1972 o DecretoLei nº 2287 de 23 de 178 C E D E R J C E D E R J 179 julho de 1986 as Leis nos 4502 de 30 de novembro de 1964 8212 de 24 de julho de 1991 8245 de 18 de outubro de 1991 8387 de 30 de dezembro de 1991 8666 de 21 de junho de 1993 8981 de 20 de janeiro de 1995 8987 de 13 de fevereiro de 1995 8989 de 24 de fevereiro de 1995 9249 de 26 de dezembro de 1995 9250 de 26 de dezembro de 1995 9311 de 24 de outubro de 1996 9317 de 5 de dezembro de 1996 9430 de 27 de dezembro de 1996 9718 de 27 de novembro de 1998 10336 de 19 de dezembro de 2001 10438 de 26 de abril de 2002 10485 de 3 de julho de 2002 10637 de 30 de dezembro de 2002 10755 de 3 de novembro de 2003 10833 de 29 de dezembro de 2003 10865 de 30 de abril de 2004 10925 de 23 de julho de 2004 10931 de 2 de agosto de 2004 11033 de 21 de dezembro de 2004 11051 de 29 de dezembro de 2004 11053 de 29 de dezembro de 2004 11101 de 9 de fevereiro de 2005 11128 de 28 de junho de 2005 e a Medida Provisória no 219914 de 24 de agosto de 2001 revoga a Lei no 8661 de 2 de junho de 1993 e dispositivos das Leis nos 8668 de 25 de junho de 1993 8981 de 20 de janeiro de 1995 10637 de 30 de dezembro de 2002 10755 de 3 de novembro de 2003 10865 de 30 de abril de 2004 10931 de 2 de agosto de 2004 e da Medida Provisória no 215835 de 24 de agosto de 2001 e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília DF 22 nov 2005 Disponível em httpwwwplanaltogovbrccivil03Ato200420062005LeiL11196htm Acesso em 29 ago 2007 BRASIL Lei 7689 15 de dezembro de 1988 Institui contribuição social sobre o lucro das pessoas jurídicas e dá outras providências Diário Oficial da União Brasilia DF 16 dez 1988 Disponível em httpwwwplanaltogovbrCCIVILLEISL7689htm Acesso em 29 ago 2007 SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO ÀS MICROS E PEQUENAS EMPRESAS SEBRAE Manual das Obrigações Legais das Micros e Pequenas Empresas Disponível em http wwwsebraemgcombrGeralvisualizadorConteudoaspxcodareaconteudo141cod pasta540 Acesso em 29 ago 2007 BRASIL Decreto nº 3000 de 26 de março de 1999 Regulamenta a tributação fiscalização arrecadação e administração do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza Diário Oficial da União Brasília DF 17 jun 1999 BRASIL Lei 8137 de 27 de dezembro de 1990 Define crimes contra a ordem tributária econômica e contra as relações de consumo e dá outras providências Diário Oficial da União Brasília DF 28 dez 1990 Disponível em httpwwwplanaltogovbrCCIVIL LEISL8137htm Acesso em 29 ago 2007 178 C E D E R J C E D E R J 179 BRIGHAM Eugene F HOUSTON Joel F Fundamentos da moderna administração financeira Rio de Janeiro Campus 1999 GAPENSKI Louis C EHRHARDT Michael C Administração Financeira Teoria e Prática 9ª ed São Paulo Atlas 2001 1113 p LEMES JÚNIOR Antônio B RIGO Cláudio M CHEROBIM Ana Paula M S Administração financeira princípios fundamentos e práticas brasileiras 2 ed Rio de Janeiro Elsevier 2005 Aula 3 ANDREZO Andrea Fernandes LIMA Iran Siqueira Mercado financeiro aspectos históricos e conceitual São Paulo Pioneira 1999 338 p ASSAF NETO Alexandre Mercado financeiro 7 ed São Paulo Atlas 2006 302 p BRASIL Decretolei nº 4595 de 31 de dezembro de 1964 Dispõe sobre a política e as instituições monetárias bancárias e creditícias cria o Conselho Monetário Nacional e dá outras providências Banco Central do Brasil Disponível em httpwwwbcbgovbr Acesso em 6 ago 2007 CALMON Cristina Última parcela do seguro Valor Online Disponível em http wwwvaloronlinecombr Acesso em 6 ago 2007 CAVALCANTE Francisco MISUMI Jorge Yoshio RUDGE Luiz Fernando Mercado de Capitais Comissão Nacional de Bolsas Rio de Janeiro Elsevier 2005 371 p FORTUNA Eduardo Mercado financeiro produtos e serviços 16 ed Rio de Janeiro Qualitymark 2005 799 p MELLAGI FILHO Armando Mercado financeiro e de capitais uma introdução 2 ed São Paulo Altas 1995 172 p OLIVEIRA Gilson Alves de PACHECO Marcelo Marques Mercado financeiro objetivo e profissional São Paulo Fundamento Educacional 2005 323 p Aula 4 BATEMAN Thomas SNELL Scott Administração construindo vantagem competitiva São Paulo Atlas 1998 BRIGHAM Eugene F HOUSTON Joel F Fundamentos da moderna administração financeira Rio de Janeiro Campus 1999 180 C E D E R J GITMAN Lawrence J Princípios de administração financeira 10 ed São Paulo Addison Wesley 2004 LEME JÚNIOR Antônio B RIGO Cláudio M CHEROBIM Ana Paula M S Administração financeira princípios fundamentos e práticas brasileiras 2 ed Rio de Janeiro Elsevier 2005 ROSS Stephen A WESTERFIELD Randolph W JAFFE Jeffrey F Administração financeira corporate finance 2 ed São Paulo Atlas 2002 Aula 5 ASSAF NETO Alexandre Finanças corporativas e valor 2 ed São Paulo Atlas 2006 656 p BRIGHAN Eugene F GAPENSKI Louis C EHRHARDT Michael C Administração financeira teoria e prática 9 ed São Paulo Atlas 2001 1113 p GITMAN Lawrence J Princípios de administração financeira 10 ed São Paulo Pearson Education do Brasil 2004 745 p LEMES JÚNIOR Antonio B RIGO Cláudio M CHEROBIM Ana Paula M S Administração financeira princípios fundamentos e práticas brasileiras 2 ed Rio de Janeiro Campus 2005 547 p ROSS Stephen A WESTERFIELD Randolph W Administração financeira corporate finance 2 ed Rio de Janeiro Atlas 2002 775 p Aula 6 BRIGHAM Eugene F HOUSTON Joel F Fundamentos da moderna administração financeira Rio de Janeiro Campus 1999 GITMAN Lawrence J Princípios de administração financeira 10 ed São Paulo Addison Wesley 2004 LEMES JÚNIOR Antônio B RIGO Cláudio M CHEROBIM Ana Paula M S Administração financeira princípios fundamentos e práticas brasileiras 2 ed Rio de Janeiro Elsevier 2005 ROSS Stephen A WESTERFIELD Randolph W JAFFE Jeffrey F Administração financeira corporate finance 2 ed São Paulo Atlas 2002 Princípios de administração financeira 2 ed São Paulo Atlas 2000 ISBN 9788576484097 UENF Universidade Estadual do Norte Fluminense Universidade do Estado do Rio de Janeiro UERJ Universidade Federal Fluminense Universidade Federal do Rio de Janeiro UNIRIO FAPERJ Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro GOVERNO DO Rio de Janeiro SECRETARIA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA UAB UNIVERSIDADE ABERTA DO BRASIL Ministério da Educação BRASIL UM PAÍS DE TODOS GOVERNO FEDERAL