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Cursos Gerais ·
Gestão de Custo
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GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA PROFESSOR Me Silvio César Castro ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL EXPEDIENTE C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação a Distância CASTRO Silvio César Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda Silvio César Castro Maringá PR Unicesumar 2019 Reimpresso em 2024 192 p Graduação EaD 1 Custos 2 Venda 3 Gestão EaD I Título FICHA CATALOGRÁFICA NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 Coordenadora de Conteúdo Patrícia Rodrigues Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Editoração Flávia Thaís Pedroso Design Educacional Nayara G Valenciano e Amanda Peçanha Revisão Textual Monique Coloni Boer Ilustração Welington Oliveira Fotos Shutterstock CDD 22 ed 33852 CIP NBR 12899 AACR2 ISBN 9788545919179 Impresso por Bibliotecário João Vivaldo de Souza CRB 91679 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva ViceReitor Wilson de Matos Silva Filho PróReitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho PróReitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva PróReitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi BOASVINDAS Neste mundo globalizado e dinâmico nós tra balhamos com princípios éticos e profissiona lismo não somente para oferecer educação de qualidade como acima de tudo gerar a con versão integral das pessoas ao conhecimento Baseamonos em 4 pilares intelectual profis sional emocional e espiritual Assim iniciamos a Unicesumar em 1990 com dois cursos de graduação e 180 alunos Hoje temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil nos quatro campi presenciais Maringá Londrina Curitiba e Ponta Grossa e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e também no exterior com dezenas de cursos de graduação e pósgraduação Por ano pro duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares Somos reconhe cidos pelo MEC como uma instituição de exce lência com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educa cionais do Brasil A rapidez do mundo moderno exige dos edu cadores soluções inteligentes para as neces sidades de todos Para continuar relevante a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes inovação coragem e compromis so com a qualidade Por isso desenvolvemos para os cursos de Engenharia metodologias ati vas as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa mis são que é promover a educação de qua lidade nas diferentes áreas do conheci mento formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária P R O F I S S I O N A L T R A J E T Ó R I A Me Silvio César Castro Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Gestão de Negócios UEM especialista MBA em Finanças Unicesumar e graduado em Ciências Contábeis UEM em Administração em Tecnologia em Processos Gerenciais e em Tecnolo gia em Marketing Unicesumar Atuou durante 25 anos no mercado financeiro por meio de instituições financeiras múltiplas e de cooperativa de crédito e também como gerente comercial de carteiras de pessoa jurídica de médias e de grandes empresas e de pessoa física alta renda Foi responsável por todo o processo com preendido no Ciclo de Crédito pela qualidade da análise pela revisão de políticas pela classificação e gestão do risco de crédito e pela implantação de novos produtos É professor universitário há mais de 18 anos exercendo a docência e escrevendo livros nas áreas de gestão de projetos de contabilidade gerencial de orçamento empresarial de comunicação e de negociação empresarial É avaliador institucional ad hoc do MECINEP membro voluntário do Conselho de Desenvolvimento Eco nômico de Maringá CODEM e coordenador de curso de Educação a Distância da Unicesumar Tem experiência em crédito internacional por meio de intercâmbio empresarial internacional junto ao World Council of Credit Unions httplattescnpqbr1831413841898146 A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Olá prezadoa acadêmicoa Seja bemvindoa a este livro que é dividido em quatro unida des Na primeira farei um breve resgate histórico de como o conceito de valor foi atribuído aos bens e aos serviços e como isso evoluiu antes e depois da existência da própria moeda o dinheiro que conhecemos atualmente Em seguida evidenciarei a importância de precificar adequadamente o que se pretende comercializar e como o total entendimento da estrutura de custos e de despesas geradas nos empreendimentos pode ser decisivo entre a manuten ção ou o encerramento das atividades do negócio Nesse sentido explorarei conceitualmente as terminologias relacionadas aos custos e demonstrarei a você numericamente como são classificados principalmente entre despesas x custos fixos ou variáveis e diretos ou indiretos Na segunda unidade destacarei o que distingue o empreendimento industrial de outros em preendimentos Em seguida você conhecerá os materiais que compõem o custo de um produto acabado e compreenderá os métodos de controle existentes Entre os elementos de custos há um que é geralmente considerado relevante pelos montantes de recurso consumidos a mão de obra Logo identificar os gastos que compõem o custo com mão de obra direta assim como efetuar o seu cálculo é algo primordial por isso tamanha ênfase Há ainda os custos que não podem ser diretamente identificados com os produtos Nessa perspectiva reconhecer os custos indiretos do processo produtivo bem como os métodos de distribuiçãorateio é indispensável Por meio do conhecimento adquirido nas Unidades 1 e 2 na Unidade 3 avançaremos no entendimento daquilo que considero mais importante para um empreendimento indepen dentemente do seu ramo de atividade a margem de contribuição indispensável à atividade empresarial A partir dela você poderá atuar na análise do volume de atividades do empreen dimento necessária para a sobrevivência deste isto é aprenderá a calcular e a interpretar os pontos de equilíbrio contábil financeiro e econômico e o grau de alavancagem operacional Por intermédio da Unidade 4 apresentarei a você alguns conceitos sobre a assimilação de valor nas relações sociais e em seguida uma abordagem direta sobre a determinação dos preços de venda com base nos custos e nas despesas fixas e variáveis Ao ampliar o conceito de precifica ção serão identificados os aspectos relacionados à estrutura e ao momento econômico que influenciam na precificação de produtos e de serviços e os aspectos a serem identificados na formação de preços que levam em consideração aspectos mercadológicos e estratégicos além dos exclusivamente baseados nos custos dos produtos e dos serviços disponíveis para venda Desejolhe excelente aprendizado ÍCONES Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece Este ele mento ajudará você a conceituálao melhor da maneira mais simples conceituando No fim da unidade o tema em estudo aparecerá de forma resumida para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos quadroresumo Neste elemento você fará uma pausa para conhecer um pouco mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos explorando ideias Ao longo do livro você será convidadoa a refletir questionar e transformar Aproveite este momento pensando juntos Enquanto estuda você encontrará conteúdos relevantes online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno logia a seu favor conectese Quando identificar o ícone de QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Google Play App Store CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 FECHAMENTO IMPORTÂNCIA DA PRECIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO E DE SUA CLASSIFICAÇÃO 08 ELEMENTOS DE CUSTOS 52 88 ANÁLISE DO CUSTOVOLUME LUCRATIVIDADE 128 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ASPECTOS FINANCEIROS ECONÔMICOS ESTRATÉGICOS E DE MARKETING 184 CONCLUSÃO GERAL 1 IMPORTÂNCIA DA PRECIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO e de sua classificação PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Precificação em contextos históri cos Relevância da apuração dos custos de produção Conceitos e terminologias em custos industriais Classificação dos gastos em relação aos produtos Classificação dos gastos em relação ao volume de produção Classificação dos gastos de forma sistêmica OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Resgatar aspectos históricos e relevantes sobre a precificação na história humana e seu atual significado Reconhecer a importância da apuração dos custos para as organizações Compreender expressões e terminologias costumeiramente utilizadas em custos Identificar e diferenciar os gastos diretos e indiretos Identificar e diferenciar os gastos fixos e variáveis Compreender a classificação dos gastos de forma situacional PROFESSOR Me Silvio César Castro UNIDADE 1 10 1 PRECIFICAÇÃO EM CONTEXTOS históricos Caroa alunoa em breve você verá que o conceito de preço de produto ou de serviço tal qual conhecemos atualmente passou por grandes modificações bem como a própria sociedade desde o estabelecimento das primeiras civilizações Certamente você já estudou sobre o homem primitivo em alguma disciplina de história Ele era nômade isto é não tinha local fixo para passar a maior parte da vida não tinha moradia como conhecemos na atualidade Esse homem primi tivo buscava de acordo com as estações climáticas anuais entre outros aspectos a disponibilidade de recursos naturais Tentava sobreviver tirando proveito das melhores ofertas de alimentos procurando abrigo e proteção em relação às adver sidades naturais tal qual nos dias de hoje quando a natureza em determinados momentos é provedora da vida fornecendo recursos e em outros é subtratora com excesso de chuvas de secas e outros fenômenos que podem causar a morte das espécies A partir da oferta dos recursos naturais rios vegetação solos férteis produtores de frutos e com abundância de caça os povos primitivos produziam seus alimentos suas armas e seus utensílios rudimentares No entanto a descoberta do ato de semear e de cultivar o solo produzindo frutos e outros vegetais bem como a possibilidade de criar certos animais em cativeiro mudou todo o modo de sobrevivência Os povos até então nômades puderam estabelecerse em regiões mais propícias para as produções vegetal e animal historiadores afirmam que essa foi a primeira manifestação das ativi UNICESUMAR 11 dades agrícola e pecuária Essa nova e talvez considerada primeira civilização trouxe consigo o novo homem agricultor ou pecuarista que passou a desen volver métodos e ferramentas para aumentar sua produção o que por sua vez ocorreu da mesma forma que foram estabelecidas algumas habilidades inerentes aos indivíduos dessa sociedade Por exemplo alguns se especializaram no cultivo de feijão outros de milho outros na produção de aves de bovinos etc Logo hou ve excedente de produtos e com isso a necessidade da troca Um indivíduo que tinha o conhecimento e as condições de produzir feijão não tinha recursos nem conhecimento para criar bovinos então efetuava a troca de seus produtos pela criação de outro indivíduo Tal atividade é conhecida atualmente como escambo A prática da troca nas sociedades primitivas basicamente agrárias provo canos a primeira reflexão quanto vale um produto em relação a outro Em outras palavras qual o preço disso para comprar aquilo Nesse momento nasce o conceito de preço De acordo com Urdan e Urdan 2006 as trocas de produtos ocorriam com base nas quantidades negociadas isto é a moeda seja metálica ou de papel não era ainda cogitada Moedamercadoria De acordo com o Banco Central do Brasil 2019 online1 nas sociedades ba seadas no escambo em que não havia moeda metálica ou de papel alguns pro dutos e mercadorias passaram a ser mais procurados do que outros devido às suas utilidades Surgiram então as chamadas moedasmercadorias As duas primeiras moedas de que se tem conhecimento foram os bovinos e o sal Os bovinos podiam locomoverse por conta própria carregar cargas prover leite carne e couro para roupas e ainda podiam reproduzirse O sal também era um produto valioso principalmente longe das regiões marítimas pois era de difícil obtenção era utilizado amplamente na conservação de alimentos não se deteriorava o que simplificava seu armazenamento e era facilmente fracionado Esses dois produtos eram aceitos por essa sociedade agrária tornandoos uma moedamercadoria É possível perceber que o conceito de preço nesse período era baseado em utilidade em prática em dificuldade de obtenção em armaze namento entre outros atributos UNIDADE 1 12 O dinheiro A sociedade agrária evoluiu para uma sociedade de produção em massa Daí surge então o dinheiro similarmente ao que conhecemos atualmente represen tada por cédulas Contudo antes disso o homem passou a fazer uso de metais na construção de ferramentas e de utensílios De acordo com o Banco Central do Brasil 2019 online1 os metais eram inicialmente comercializados em seu estado bruto depois em barras avançando para produtos prontos como armas joias e utensílios até a moedametálica Eram fáceis de fracionar não se dete rioravam e permitiam a acumulação No entanto em decorrência do valor da moeda havia riscos em seu trans porte Dessa forma surgiram as primeiras casas de custódia bancos primitivos no qual as pessoas depositavam seus metais e suas pedras preciosas e recebiam um certificado de depósito ou seja um título que declarava a existência dos itens armazenados Surge daí o conceito de papelmoeda e do próprio dinheiro Polanyi 2000 atribui ao dinheiro a capacidade de ser um facilitador entre as transações mercantis ou daquilo que o mercado colocasse à disposição e fosse possível ser comprado ou vendido É necessário porém fazer uma retrospecti va histórica das novas possibilidades que o dinheiro trazia além da primitiva prática de escambo Segundo o autor quando o trabalho a terra e o dinheiro se tornaram mercadorias e a economia por meio de mercados quase destruiu o homem sobrepondose à sociedade e gerando um nível de pobreza nunca visto antes houve a necessidade de pensar o fato de que talvez o dinheiro possibilite a capacidade de acumulação Quando o homem era provido somente da prática de escambo até mesmo o termo compra ou venda não era cabível Com o passar do tempo as mercadorias se tornaram inconvenientes às transações comerciais em virtude da oscilação de seu valor de não serem fracionáveis e facilmente perecí veis não permitindo o acúmulo de riqueza O homem possuía poucos artifícios para gerar acumulação pois se armazenasse muito trigo além de sua capacidade de consumo logo perderia tudo Se tentasse acumular vários animais por sua vez seria gerado um custo de manutenção no trato demasiadamente alto Dessa forma os recursos estavam mais bem distribuídos na economia mas o dinheiro possibilitou a acumulação e quando os recursos da economia ou do ambiente estão concentrados é gerada a escassez nos menos providos da sociedade UNICESUMAR 13 Preços Entre tais elementos a possibilidade de acumulação os novos agentes de produ ção em massa como mão de obra e matériaprima e a lucratividade passaram a ampliar o sentido de preço na economia O preço passa a ser o montante mo netário que os consumidores pessoas e organizações estão dispostas a trocar pela aquisição de um produto uma mercadoria ou pela prestação de serviços Os ofertantes desses produtos ou desses serviços por sua vez alicerçam a quantidade monetária da troca preço com base em seus custos de produção e de lucro al mejado Nesse contexto o valor disposto a ser pago pelos consumidores faz parte do conceito de preço Segundo Bruni e Famá 2012 p 276 O preço estará limitado entre o custo e o valor nenhuma empresa oferecerá produtos por preços inferiores ao custo por tempo inde terminado Da mesma forma os clientes somente estarão dispostos a pagar o preço de um produto quando o valor percebido for supe rior Da diferença entre o preço e o custo decorre o lucro desejado pelas empresas Esse assunto será tratado em outro momento sobre estratégias de precificação valor percebido e não percebido composto de marketing aspectos econômicos e outras questões sobre preços Respeitando o título deste livro Gestão de custos e formação do preço de venda você já teve uma contextualização sobre pre ço e no próximo tópico verá algumas abordagens sobre custos aspectos e sua relevância Em seguida trabalharemos o significado de algumas nomenclaturas relacionadas à área de custos e algumas de suas classificações UNIDADE 1 14 2 RELEVÂNCIA DA APURAÇÃO dos custos de produção Assim como evoluiu a forma como os produtos e os serviços na humanidade são fabricados com a constituição de empreendimentos industriais utilizandose a mão de obra a matériaprima e os insumos a infraestrutura própria a maneira como se apuram os gastos também se tornaram muito mais complexos Consequentemente a precificação baseada em elementos confiáveis acompanhou esse trajeto Para um empreendimento que compra as mercadorias prontas e as revende é mais simples calcular o resultado das transações comerciais Tendo em vista que as operações giram basicamente por meio de compra e de venda de mercadorias bastando apenas verificar o montante pago por cada item em estoque após apli car uma margem lucro atribuise preços às mercadorias a serem vendidas Nos empreendimentos que fazem uso de processos industriais os itens disponíveis para venda derivam de um processo extenso exemplificado na Figura 1 a seguir o qual durante a realização agrega valor ao produto gerado UNICESUMAR 15 Matéria prima Mão de obra Custos Indiretos Estoques Controle Remuneração Encargos Gestão Depreciação Manutenção Layout Figura 1 Ambiente de fabricação Fonte o autor Desde o momento em que é tomada a decisão de produzir algo são adquiridas as matériasprimas efetuada a gestão e o monitoramento dos estoques há o en volvimento do pessoal da produção e a utilização da infraestrutura Até chegar ao produto final são vários os gastos envolvidos e todos fazem parte da composição monetária dos produtos fabricados que ainda devem ser valorados à preço de ven da Uma correta apuração dos custos de produção impacta diretamente no resul tado do empreendimento pois serve de base para precificação dos seus produtos Além de influenciar na determinação dos preços dos produtos a apuração dos custos de produção e das despesas proporciona informações fundamentais para a gestão dos negócios Essa eficiente gestão de gastos proporciona a identifi cação dos processos mais onerosos a verificação da ocorrência de desperdícios a análise de formas de melhorias na produção entre outros dados que auxiliam na performance produtiva A Figura 2 a seguir apresenta algumas das possibilidades da utilização das informações proporcionadas pela contabilidade de custos UNIDADE 1 16 apuração do custo dos produtos dos serviços e dos departamentos apuração da rentabilidade dos produtos dos serviços e dos departamentos atendimento de exigências contábeis e de auditoria atendimento de exigências fscais controle dos custos de produção controle da movimentação interna e externa das mercadorias melhoria de processos e eliminação de desperdício auxílio na tomada de decisões gerenciais otimização de resultados atribuição de responsabilidades entre os diversos executivos e departamentos análise do desempenho dos executivos e dos departamentos Gestão de custos Figura 2 Objetivos da contabilidade de custos Fonte adaptada de Oliveira e Perez Junior 2012 p 9 Atualmente o nível de competitividade existente entre os empreendimentos acentua a importância de todos os fatores proporcionados pela gestão de gas tos Para que um empreendimento seja competitivo é necessário estabelecer um controle de gastos visando à redução dos defeitos dos desperdícios de matérias primas e de insumos de energia de retrabalhos etc Para Castro e Fragalli 2018 quando um empreendimento tem controle dos seus gastos o valor agregado em cada etapa do processo é conhecido o que torna possível localizar com mais facilidade em que área deve concentrar seus esforços UNICESUMAR 17 3 CONCEITOS E TERMINOLOGIAS em custos Algumas áreas do conhecimento têm nomenclaturas próprias algumas até pos suem seus próprios dicionários Na área de custos isso não é tão comum mas existem alguns termos necessários para que haja melhor entendimento dos re cursos com os quais estamos tratando Nesse sentido você conhecerá alguns conceitos básicos que facilitarão o entendimento do assunto proposto neste livro Custos relacionados aos ramos empresariais O termo custo nem sempre é entendido de forma universal e dependendo do enfoque dos negócios e das atividades desenvolvidas pode haver variação na sua conceituação Martins 2003 p 19 explica que pelos métodos utilizados na con tabilidade de custos outras empresas que não possuem propriamente o processo de fabricação e de transformação de matériasprimas em produtos acabados se utilizaram desse termo ou ainda a palavra custo também significa o preço origi nal de aquisição de qualquer bem ou serviço inclusive leigamente daí se falar em custo de uma obra custo de um automóvel adquirido custo de uma consulta etc De acordo com Resende 2013 p 12 quando se fala em empreendimentos comerciais ou seja aqueles que compram produtos ou mercadorias prontas para consumo e as revende muito comum em distribuidoras atacadistas supermer UNIDADE 1 18 cados e lojas que vendem diretamente ao consumidor em uma empresa comercial apenas o custo da mercadoria vendida é considerado custo Em um empreendimento prestador de serviços por sua vez certamente a parcela que consome mais recursos para o funcionamento do negócio é relativa à remuneração dos colaboradores logo será aquela que gerará mais custos Isso não significa que não existam produtos consumidos nesse processo Por exem plo em uma oficina mecânica de carros de passeio certamente são consumidos produtos como antiferrugem graxa vedadores produtos de limpeza etc Não é efetuada a comercialização desses itens mas são utilizados durante o processo de prestação de serviço O empreendimento em que os processos são mais complexos são os que fabricam produtos Também chamados de empreendimentos industriais eles compram matériasprimas embalagens e fazem uso de mão de obra para conver ter essas matériasprimas em produtos acabados gerenciam estoques e também a infraestrutura na qual o negócio é desenvolvido Todo o consumo de recursos ocorrido nesse processo de fabricação é considerado custo Qual a diferença entre produtos e mercadorias As mercadorias são materiais adquiridos junto a outras empresas e que são destinados à venda no estado em que foram comprados ou seja sem sofrer qualquer alteração física O termo mercadoria é utilizado nas empresas comerciais visto que estas comercializam bens na forma em que foram adquiridos Muitas indústrias comercializam mercadorias embora o seu objetivo seja comercializar produtos Os produtos são bens fabricados pela empresa por meio de processos produtivos nos quais houve algum tipo de alteração física dos materiais comprados Existem vários ti pos de processos de produção entre eles encontramse industrialização transformação embalagem acondicionamento montagem etc Existem dois tipos de produtos a produtos em elaboração que ainda não estão prontos para serem vendidos São produtos que necessitam de mais operações para atingir o es tágio necessário para serem comercializados São conhecidos como produtos semipron tos semiacabados e em produção b produtos prontos fabricados pela empresa com o objetivo de serem vendidos Já se encontram em condições para a comercialização e são conhecidos como produtos acabados ou elaborados Fonte Biasio 2018 online² explorando Ideias UNICESUMAR 19 A seguir você conhecerá algumas nomenclaturas relacionadas à gestão de custos Importante Neste livro trataremos dos elementos de custos com referência a um em preendimento empresarial industrial uma vez que este traz todas as macroe tapas relacionadas ao gerenciamento dos custos de produção Estas porém são totalmente aplicáveis aos demais ramos de atividade empresarial Gastos Há certa confusão no uso correto dos termos gasto custo despesa desembolso dentre outros muitas vezes entendidos como o mesmo tipo de recurso que os envolve No entanto aos olhos da contabilidade de custos representam coisas diferentes De acordo com Vieira 2008 p 14 Os gastos ocorrem em todos os momentos e em qualquer setor da empresa Este termo é usado para definir as transações financeiras com que a entidade arca para obter um produto ou serviço qualquer Como exemplos de gastos é possível citar compra de máquinas de matériapri ma de energia pacotes de software contratação de serviços impostos aluguéis seguros mão de obra depreciação etc conforme o regime de competência em pregado na apuração de resultados de um empreendimento em que a ocorrên cia de um gasto não significa efetuar o seu pagamento mas no reconhecimento formal da sua ocorrência Isso ocorre principalmente pelos prazos concedidos por fornecedores ou quando o período de apuração e de ocorrência é realizado em um momento e o pagamento em outro Por exemplo na aquisição de um equipamento em que o fornecedor concedeu 60 dias para pagamento o gasto ocorreu no momento em que foi emitida a nota fiscal O mesmo caso ocorre na aquisição de uma matériaprima adquirida com prazo ou ainda referente ao décimo terceiro salário e às férias dos colaboradores em que o gasto não ocorre no momento do pagamento mas mês a mês quando o direito por essas verbas remunerativas é adquirido pelo quadro de funcionários UNIDADE 1 20 Desembolso De acordo com Castro e Fragalli 2018 o desembolso se refere ao momento do pagamento do que foi adquirido ou consumido Pode ocorrer antes durante ou depois da aquisição ou do consumo Quando algo é adquirido à vista o desem bolso e o gasto ocorrem simultaneamente No entanto como já sinalizado no item anterior caso o pagamento tenha prazo determinado para ocorrer no mo mento da compra é gerado o gasto e no seu vencimento o desembolso Também pode ocorrer situações em que o pagamento é adiantado e no momento da saída do recurso ocorre o desembolso gerando um direito para a empresa que adquiriu o bem ou contratou o serviço Quando o bem ou o consumo são faturados ou seja emitidos os documentos fiscais em nome do empreendimento ou quando o serviço é prestado pelo contratante o gasto é reconhecido Investimento Os investimentos representam gastos ativados infraestrutura do empreendi mento em função de sua vida útil da finalidade ou de benefícios gerados em vários períodos futuros De acordo com Castro e Fragalli 2018 apud FILHO 2019 online³ num sentido amplo o termo aplicase à compra de máquinas equipamentos e imóveis para a instalação de unidades produtivas Os investi mentos podem ser de diversas naturezas e de períodos variados de ativação O gasto com aquisição de ações de outras empresas é classificado como investi mento e permanece assim até o encerramento Em um segundo momento os investimentos sofrem depreciação pelo uso pelo desgaste e pela obsolescência Essa depreciação será reconhecida como gasto Ativado é o termo utilizado para informar que o bem será registrado no Balanço Patrimo nial do empreendimento precisamente no Ativo Não Circulante como um imobilizado Isto é itens que fazem parte da infraestrutura no negócio e não são destinados à compra e à venda como os itens dos estoques de produtos e de mercadorias Fonte o autor explorando Ideias UNICESUMAR 21 Custo O custo compreende todo o gasto relativo aos recursos utilizados na produção de outros bens ou serviços está relacionado ao processo produtivo da empresa ou seja aos empreendimentos industriais De acordo com Montoto 2012 p 53 o custo É o gasto em um bem ou serviço que será utilizado na produção de um produto como matériasprimas pessoal de produção e os diversos gastos de uma fábrica assim como os fretes e seguros para receber estas matériasprimas Com base nessas definições os recursos de um empreendimento envolvido no processo de fabricação podem ser observados na Figura 3 a seguir Ambiente de produção Estrutura de produção Transformação Mão de obra Supervisão Aluguel Água Seguros Mão de obra Estoques Manutenção Máquinas Matérias primas Materiais secundários Figura 3 Ambiente de produção Fonte o autor UNIDADE 1 22 Apesar da quantidade de elemen tos percebidos na Figura 3 os cus tos de produção são classificados e ordenados em três grandes grupos materiais mão de obra e custos indi retos de fabricação em destaque na Figura 4 a seguir A adequada forma de valoração desses itens que serve de base para a gestão de preços será assunto na próxima unidade Vale ressaltar que o uso de recur sos no processo produtivo não se dá apenas em indústrias Nas empresas prestadoras de serviços os recursos utilizados nos serviços realizados como ma teriais de reparos e equipamentos também são classificados como custo Despesa Enquanto o custo se refere aos gastos de bens ou de serviços para a produção de outros bens ou serviços a despesa se refere ao consumo de recursos para geração de receita A segregação entre custos e despesas em um empreendimento que desenvolve atividades industriais pode ser considerada característica própria do seu DNA na qual uma macrodepartamentalização que separa esses dois tipos de gastos é condição sine qua non termo originado do latim que significa sem ao qual não pode ser As despesas segundo Castro e Santos 2012 mostram que os sacrifícios finan ceiros são feitos para que o empreendimento obtenha a receita da comercializa ção dos produtos das mercadorias e dos serviços É importante lembrar que em condições normais esse sacrifício não deve superar os benefícios esperados pois nesse caso não valeria a pena tal esforço ou seja as despesas seriam superiores às receitas e consequentemente o resultado seria de prejuízo FAVERO et al 1997 De acordo com Castro e Fragalli 2018 para que uma empresa possa co mercializar determinado produto vários esforços são necessários como gasto Matéria prima Produto Mão de obra Outros custos indiretos Figura 4 Elementos de custos Fonte o autor UNICESUMAR 23 com impostos comissões dos vendedores salários e encargos do pessoal da ad ministração aluguel e depreciação do escritório fretes publicidade propaganda pesquisa de marketing entre outros Todos representam sacrifícios efetuados pela empresa para a obtenção de receita Custo x despesas É importante evidenciar que um gasto só se caracteriza como custo quando uti lizado no processo de fabricação do empreendimento Caso seja utilizado na administração de outros processos não relacionados à produção como vendas é considerado despesa O aspecto mais importante é saber onde o recurso foi consumido para assim identificálo como custo ou despesa A energia elétrica por exemplo é custou ou despesa Depende Se for da fábrica é um custo se for do departamento de vendas ou de uma loja será despesa A figura a seguir apresenta uma ideia de como ocorre a macrodepartamentalização de um em preendimento industrial Gastos Despesas Custos Despesas Gastos Comercial Vendas Administrativo Indústria Fábrica Figura 5 Macrodepartamentalização Fonte o autor UNIDADE 1 24 Na busca por eliminar essa questão observe os exemplos do Quadro 1 a seguir RECURSO CUSTO DESPESA Aluguel da loja X Aluguel da fábrica X Energia do escritório de vendas X Energia da fábrica X Depreciação do mobiliário e dos computa dores da administração X Depreciação dos veículos dos vendedores X Depreciação dos computadores do escritó rio de vendas X Depreciação dos equipamentos da fábrica X Salários e encargos do pessoal do escritório de vendas X Salário e encargos sociais do pessoal da fábrica mão de obra X Seguro da fábrica X Seguro da loja X Imposto predial da fábrica X Imposto predial da loja X Quadro 1 Custo ou despesa Fonte o autor A Figura 6 a seguir possibilita verificar de forma segregada os custos e as despe sas em forma de processo Observamse como exemplo os processos que con somem recursos na fabricação gerando custos e os processos que consomem recursos na administração geral e nas vendas gerando despesas UNICESUMAR 25 Matéria prima Mão de obra Custos indiretos Gestão Vendas Despesas gerais CUSTOS GASTOS DESPESAS Matériasprimas e insumos utilizados na fabricação de produtos Custo gerais de fabricação depreciação energia aluguel Mão de obra de pessoal da produção Despesas com administração pessoal contabilidade energia etc Despesas de vendas pessoal frete impostos etc Depreciação energia elétrica seguros etc Figura 6 Macrodepartamentalização Fonte o autor É importante lembrar que o fluxo apresentado na Figura 6 ocorre de forma simultâ nea e não separadamente isto é os custos e as despesas ocorrem simultaneamente Receita Receita nada mais é do que sinônimo de vendas Basicamente tudo o que é ven dido em um empreendimento gera receita e existem muitas fontes dela Receitas das atividades de fim do empreendimento são as principais também chamadas de receitas operacionais pois são oriundas da operação do negócio desenvolvido Por exemplo em uma indústria de confecção serão as roupas produzidas neste caso as receitas serão provenientes da venda de produtos O empreendimento pode ainda vender um veículo utilizado pelos vendedores que será substituído por um mais novo Essa venda também é uma receita UNIDADE 1 26 O empreendimento quando vende geralmente concede prazo para paga mento por parte dos clientes Lembrese de que o mesmo princípio do reconhe cimento verificado em relação aos gastos isto é o regime de competência é válido para as receitas Nesse sentido a receita é reconhecida no momento da emissão do documento de venda independentemente da ocorrência do recebimento Para melhor entendimento sobre o regime de competência recomendolhe a leitura complementar ao final desta unidade do livro Quando o empreendimento cobra juros de um cliente que pagou em atraso há uma receita financeira Os juros recebidos por alguma aplicação financeira em um banco também são uma receita financeira Uma organização pode ser dona de outra organização e isso é mais comum do que se imagina Um empreendimento pode receber lucros de outro do qual seja sócio ou seja tem participação Nesse caso o empreendimento que recebe esse lucro tem uma receita Muitos dos empreendimentos no Brasil fazem vendas a prazo Ao realizála é emitida a nota fiscal e automaticamente a receita é reconhecida Se o cliente não paga tornase inadimplente o empreendimento que fez a venda perde o valor dos recursos em estoque e ainda deve reco lher os impostos dessa receita Uma análise adequada de crédito dos clientes é fundamental Fonte o autor pensando juntos Perdas Segundo Castro e Fragalli 2018 quando a utilização de recursos ocorrer de forma anormal ou involuntária temse o que chamamos de perda que não deve ser confundida com despesa e muito menos com custo pois não é um sacrifício feito com intenção de obter a receita De acordo com Oliveira e Perez Jr 2012 p 23 as perdas representam gastos anormais ou involuntários que não geram um novo bem ou serviço e tampouco geram receitas e são apropriados diretamente no resultado do período em que ocorrem Castro e Fragalli 2018 apresentam o seguinte exemplo a sobra normal de madeira no processo de produção de móveis é caracterizada custo As perdas normais integram o custo dos produtos e são consideradas desperdício portanto devem ser monitoradas pelo empreendedor para minimizálas ao máximo enquanto as anormais são retiradas dos custos da produção e deduzidas diretamente do resultado consideradas então perdas UNICESUMAR 27 4 CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS EM RELAÇÃO A sua identificação e apropriação aos produtos Além da classificação dos recursos em relação à utilização por um empreendi mento receitas gastos investimentos custos despesas desembolsos ou perdas é possível observálos com base em dois aspectos I em relação à identificação e à apropriação aos produtos e II em relação ao volume de produção Primei ramente a verificação será feita em relação à identificação e à apropriação aos produtos nos quais os gastos custos e despesas podem ser diretos ou indiretos Custos diretos São custos ou insumos de fabricação identificados com os produtos sem que seja necessário algum critério ou estimativa para que isso ocorra Você conse guirá relacionar diretamente os custos aos produtos ou aos serviços prestados Por exemplo em um restaurante durante a preparação de uma salada de figo ao vinagrete de melado de cana 3 porções serão necessários os seguintes ingre dientes Quadro 2 a seguir UNIDADE 1 28 INGREDIENTES QUANTIDADE LÍQUIDA UNID EMBALAGEM PREÇO UNIT PREÇO BRUTO Rúcula 1 maço 1 R 250 R 250 Melado de cana 40 gramas 320 R 500 R 063 Limão galego 40 gramas 1000 R 500 R 020 Azeite de oliva 100 ml 900 R 1500 R 167 Figo fresco 6 unidades 8 R 1090 R 818 Requeijão de corte 80 gramas 1000 R 2500 R 200 Castanha do Brasil 20 gramas 150 R 1000 R 133 Manjericão roxo 05 maço 1 R 250 R 125 Custo Produção R 1775 Quantidade de porções 3 Custo por Porção R 592 Quadro 2 Exemplo custos diretos Fonte o autor Perceba que foi possível identificar clara e diretamente qual a quantidade de matériasprimas utilizadas bem como o seu respectivo valor Logo tratamse de custos diretos De acordo com Martins e Rocha 2010 os custos diretos são assim classifi cados porque A identificação é direta A apropriação é objetiva A mensuração é precisa Não há alocação subjetiva nem arbitrária Não é necessário realizar estimativas ou aproximações UNICESUMAR 29 Despesas diretas Segundo Castro e Fragalli 2018 enquanto os custos diretos são facilmente iden tificados e apropriados aos produtos fabricados as despesas diretas são facilmente quantificadas e apropriadas em relação às receitas de vendas Um exemplo dessa situação pode ser observado no Quadro 3 a seguir PRODUTO COMISSÃO DAS VENDAS IMPOSTOS SOBRE AS VENDAS Básico R 1000000 R 500000 Standart R 1500000 R 750000 Premium R 1600000 R 800000 Supreme R 1800000 R 900000 Quadro 3 Exemplo de despesas diretas Fonte o autor Perceba que para cada produto é possível identificar o valor das comissões de vendas pagas e os impostos Custos indiretos De acordo com Ribeiro 2013 p 292 uma das características dos custos indi retos é beneficiar a fabricação de vários produtos ao mesmo tempo Utilizando a receita de figo ao vinagrete de melado de cana no Quadro 2 como exemplo é possível inferir que nesse restaurante são servidos outros pratos tais como frango ao molho negro farofa de palmito e de ameixa massa com frutos do mar truta grelhada com alecrim e diversas sobremesas que são preparados na mesma cozinha ou seja utilizando a mesma estrutura UNIDADE 1 30 Frango ao molho negro Salada de figo ao vinagrete de melado de cana Massa ao fruto do mar Truta grelhada com alecrim Farofa de palmito e ameixa ENERGIA DEPRECIAÇÃO ALUGUEL Figura 7 Exemplo custos indiretos Fonte o autor Neste momento a pergunta a ser feita é qual montante dos custos da energia elétrica do aluguel da depreciação da água dentre outros será direcionado ou em termos contábeis será apropriado para cada prato preparado Por meio da Figura 7 percebese o que o autor Ribeiro 2013 afirma quando diz que os custos indiretos beneficiam a fabricação de vários produtos simultaneamente ou não Dessa forma não é possível identificar direta e precisamente quais os recursos indiretos consumidos na fabricação dos produtos Assim é necessário recorrer a algum critério como a quantidade de receitas o tempo gasto os funcionários envolvidos entre outros Como o objetivo desta unidade é tratar de aspectos introdutórios a forma como é feita essa distribuição na prática será abordada nas próximas unidades UNICESUMAR 31 Despesas indiretas De forma análoga ao que foi apresentado em relação aos custos indiretos o mes mo conceito é aplicado em relação às despesas indiretas Estas não conseguem ser identificadas diretamente com os produtos vendidos Por exemplo a área de marketing desenvolve um projeto com objetivo de tornar a marca mais conhe cida no mercado em que atua Ao verificar o reflexo disso na estrutura do em preendimento não se consegue medir precisamente o quanto isso incrementará nas vendas e ainda qual produto mercadoria ou serviço o projeto beneficiou Isso pode ser representado por meio da Figura 8 a seguir utilizando os mesmos produtos do Quadro 3 Básico Premium DESPESAS DE MARKETING Supreme Standart Figura 8 Exemplo de despesas indiretas Fonte o autor Pense na depreciação do imóvel de uma das lojas do empreendimento A adoção de critérios é necessária para estabelecer relação entre as despesas e os produtos as mercadorias ou os serviços vendidos UNIDADE 1 32 5 CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS EM RELAÇÃO ao volume de produção O comportamento dos gastos em relação às variações no volume de produção clas sificaos em fixos ou em variáveis Inicialmente trabalharemos com os gastos fixos custos e despesas fixas e depois com gastos variáveis custos e despesas variáveis Custos fixos Quando se fala em custo fixo pareceme que um paradigma é formado condicio nandonos a assimilar o termo fixo ao sentido de igual Acredito que o primeiro aspecto a ficar claro quando se fala em fixo é que este conceito em nenhum momento significa obrigatoriamente igual mas até pode ser ao longo de um período Contudo como autor também considero que fixo talvez não seja o termo mais adequado a ser empregado na classificação de que trataremos a seguir Um custo para ser tratado como fixo não precisa necessariamente ser igual de um período para o outro isto é de um mês para o outro Os custos fixos são aqueles que não sofrem alteração em decorrência de alterações no volume de produção do empreendimento mas às vezes até podem ser iguais de um mês para o outro Por exemplo o custo com aluguel da fábrica é considerado fixo UNICESUMAR 33 pois independentemente da produção o valor gasto é o mesmo Da mesma for ma quando há um reajuste do valor este não deixa de ser classificado como fixo conforme pode ser observado no exemplo do Quadro 4 a seguir O importante é sempre lembrarse do conceito O custo aumentou pelo fato de a produção ter aumentado Se a resposta for não ele é fixo O contrário tam bém é válido o custo diminuiu pelo fato de a produção ter sido reduzida Se a resposta for não é um custo fixo MÊS QUANTIDADE DE ITENS FABRICADOS CUSTO ALUGUEL DA FÁBRICA R Jun 1800 300000 Jul 1900 300000 Ago 1000 300000 Set 2500 300000 Out 1300 400000 Nov 1100 400000 Dez 1850 400000 Quadro 4 Custos fixos aluguel Fonte o autor Por meio do Quadro 4 é possível perceber que os custos fixos não sofrem alte rações proporcionais às variações no nível de produção da empresa Os custos fixos até podem ter seu valor alterado de um mês para o outro mas as variações estão geralmente relacionadas à correção de preços do fornecedor conforme observado entre o período de maio e de junho Isso não o torna um custo variável No gráfico apresentado na Figura 9 a seguir é possível verificar o comporta mento do custo do aluguel em relação ao nível de atividade do empreendimento As barras representam o custo e a linha o nível de atividade Veja que as barras se alteram apenas no mês em que ocorreu o ajuste de preço não mais O nível de atividade do empreendimento por sua vez alterase a cada mês UNIDADE 1 34 Custo com aluguel x nível de atividade 450000 400000 350000 300000 250000 200000 150000 100000 50000 000 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Custo aluguel da fábrica R Quantidade de itens fabricados Figura 9 Comportamento custo fixo aluguel Fonte o autor Nesse sentido o custo fixo não possui necessariamente o mesmo valor todos os meses Essa variação entretanto não está diretamente ligada ao volume de produção de cada período Um exemplo desse aspecto pode ser verificado no Quadro 5 que compara o custo com o sistema de segurança da fábrica e o volume de produção MÊS QUANTIDADE DE ITENS FABRICADOS CUSTO COM SISTEMA DE SEGURANÇA R Jun 1800 670000 Jul 1900 650000 Ago 1000 680000 Set 2500 675000 Out 1300 655000 Nov 1100 665000 Dez 1850 660000 Quadro 5 Custo fixo sistema de segurança Fonte o autor UNICESUMAR 35 Observe que o custo com o sistema de segurança da fábrica não é o mesmo a cada mês Isso pode ter ocorrido por contratações adicionais reparos custos com des ligamento ou contratação de colaboradores do setor pagamento de horas extras entre outros No entanto não estão relacionados à produção ou seja se produzir mais ou menos o custo com o sistema de segurança não vai sofrer alterações Esse comportamento pode ser verificado no gráfico apresentado na Figura 10 a seguir Custo com segurança x nível de atividade 800000 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 000 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Custo com sistema de segurança R Quantidade de itens fabricados Figura 10 Comportamento custo fixo sistema de segurança Fonte o autor Note que o valor de custo com o sistema de segurança até sofre oscilações mas não de forma proporcional à quantidade de itens fabricados Despesas fixas Utilizando o mesmo conceito dos custos fixos as despesas fixas são os gastos em que o valor não é influenciado pelo nível de atividade do empreendimento mas estão relacionadas à geração de receitas No Quadro 6 a seguir isso é retratado de forma análoga ao Quadro 4 UNIDADE 1 36 MÊS QUANTIDADE DE ITENS VENDIDOS DESPESA COM ALUGUEL DA LOJA R Jun 5000 800000 Jul 5500 800000 Ago 5600 800000 Set 4300 1000000 Out 4200 1000000 Nov 4800 1000000 Dez 4000 1000000 Quadro 6 Despesa fixa aluguel Fonte o autor O gráfico apresentado na Figura 11 a seguir retrata esse comportamento no qual a alteração ocorrida no aluguel se dá em função de um ajuste de preços e não tem relação com a quantidade de itens vendidos Custo com aluguel x Itens vendidos 1200000 1000000 800000 600000 400000 200000 000 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Custo com aluguel da loja R Quantidade de itens vendidos Figura 11 Comportamento despesa fixa aluguel Fonte o autor O aluguel permanece constante enquanto o volume de produção sofre alterações significativas UNICESUMAR 37 Custos variáveis Os custos variáveis são afetados diretamente pelo volume de produção ou seja conforme aumenta ou diminui a quantidade de produtos fabricados esses custos também aumentam ou diminuem proporcionalmente Segundo Oliveira e Perez Jr 2012 p 70 os custos variáveis possuem as se guintes características Seu valor total varia na proporção direta do volume de produção O valor é constante por unidade independentemente da quan tidade produzida A alocação aos produtos ou aos centros de custos é feita nor malmente de forma direta sem necessidade de utilização de critérios de rateio O Quadro 7 a seguir apresenta um exemplo de um dos custos variáveis indis cutíveis matériasprimas Afinal quanto mais se produz mais matériasprimas e materiais são utilizados MÊS QUANTIDADE DE ITENS FABRICADOS CUSTO COM A MATÉRIAPRIMA A R Jun 5000 750000 Jul 6000 900000 Ago 5600 840000 Set 4300 645000 Out 4000 600000 Nov 5800 870000 Dez 3800 570000 Quadro 7 Custos variáveis Matériaprima A Fonte O autor UNIDADE 1 38 Por meio do Gráfico 4 apresentado na Figura 12 é possível verificar a relação existente entre o custo representado pelas colunas e a quantidade produzida Matériaprima x Itens fabricados 1000000 900000 800000 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 000 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Custo com matériaprima R Quantidade de itens fabricados Figura 12 Comportamento dos custos variáveis matériaprima A Fonte o autor Quando a quantidade aumenta o custo também aumenta e quando a quantidade produzida diminui o custo com a matériaprima também é reduzido Despesas variáveis Analogamente aos custos variáveis as despesas variáveis sofrem alterações pro porcionais às variações no volume de receitas Como exemplo observe os im postos sobre vendas comissões fretes para entrega de produtos entre outros O Quadro 8 a seguir apresenta um exemplo com os impostos sobre vendas UNICESUMAR 39 MÊS QUANTIDADE DE ITENS VENDIDOS IMPOSTOS SOBRE VENDAS R Jun 5000 425000 Jul 6000 510000 Ago 5600 476000 Set 4300 365500 Out 4000 340000 Nov 5800 493000 Dez 3800 323000 Quadro 8 Despesas variáveis impostos sobre vendas Fonte o autor Por meio do gráfico apresentado na Figura 13 é possível notar a relação existente entre a despesa representada pelas colunas e a quantidade de itens vendidos Imposto sobre vendas x Quantidade de itens vendidos 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 000 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Impostos sobre vendas R Quantidade de itens vendidos Figura 13 Despesa variável impostos sobre vendas Fonte o autor Quando a quantidade de itens vendida aumenta a despesa também aumenta e quando a quantidade vendida diminui a despesa com os impostos sobre vendas também é reduzida UNIDADE 1 40 6 CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS de forma sistêmica Segundo Castro e Fragalli 2018 é possível perceber uma semelhança entre os exem plos de custos diretos e de custos variáveis assim como de custos indiretos e de custos fixos De fato os custos diretos por serem identificados diretamente com o produto normalmente também variam em relação à quantidade produzida Com objetivo de auxiliar no entendimento desses aspectos observe as Figuras 14 e 15 a seguir Custos e despesas variáveis Custos e despesas diretas Geralmente são Por serem identificados diretamente ao produto também variam em relação à quantidade produzida Figura 14 Relação entre os gastos variáveis e os gastos diretos Fonte o autor Também os custos indiretos por não estarem ligados diretamente aos produtos são compostos na maioria das vezes por custos fixos UNICESUMAR 41 Custos e despesas indiretas Geralmente são Por não estarem ligados diretamente aos produtos Custos e despesas fixas Figura 15 Relação entre os gastos fixos e os gastos indiretos Fonte o autor Lembrese isso não é uma regra é um comportamento esperado e quase sem pre percebido na prática Por exemplo se em uma fábrica é produzido apenas um produto o aluguel da fábrica será um custo fixo e direto pelo fato de existir somente um produto Logo basta dividir o valor do aluguel pela quantidade produzida não sendo necessário haver critérios para identificar esse custo no produto Todavia se forem dois ou mais produtos ou até outra linha de produção com modelo diferente o aluguel se tornaria um custo indireto Observe a Figura 16 que apresenta sinteticamente a classificação dos gastos Custos processos de fabricação Fixo Variável Indireto Direto Fixo Variável Indireto Direto Despesas processos de gestão de vendas Gasto consumo de bens e serviços Figura 16 Classificação dos gastos resumo Fonte o autor UNIDADE 1 42 A partir deste momento trabalharemos com alguns gastos situacionais ou seja relacionandoos a algum ambiente e em seguida classificandoos e explicando tal classificação a Imposto predial de uma loja de cadeiras e de mesas Indireto Fixo Direto Variável Recurso Imposto predial Classificação Tipo de recurso Custo Despesa Figura 17 Exemplo de classificação dos gastos 1 Fonte o autor Nesse caso o imposto predial do empreendimento é gasto em uma das lojas logo é uma despesa Independentemente de quanto mais ou me nos a loja vende essa despesa não se altera então é fixa Também não é possível identificar o quanto do imposto predial é relacionado direta mente às mercadorias vendidas logo se trata de uma despesa indireta UNICESUMAR 43 b Depreciação da fábrica de roupas de banho Indireto Fixo Direto Variável Recurso Depreciação da fábrica Classificação Tipo de recurso Custo Despesa Figura 18 Exemplo de classificação dos gastos 2 Fonte o autor Nesse caso o recurso é utilizado no processo produtivo então se trata de um custo A depreciação é um gasto que ocorre por uso por desgaste e por obsolescência da infraestrutura do empreendimento Logo havendo ou não produção ou seja atividade a depreciação ocorrerá da mesma for ma nesse sentido tratase de um gasto fixo Em decorrência de a fábrica fabricar vários produtos e não ser possível identificar precisa e claramente quanto de depreciação incorre em cada produto fabricado tratase de um custo indireto UNIDADE 1 44 c Madeira utilizada em uma fábrica de móveis Indireto Fixo Direto Variável Recurso Madeira Classificação Tipo de recurso Custo Despesa Figura 19 Exemplo de classificação dos gastos 3 Fonte o autor Nesse caso a madeira é uma matériaprima do empreendimento utilizada na produção logo é um custo Quanto mais é produzido mais madeira é consumida logo se trata de um custo variável e é possível medir direta mente por meio do controle da quantidade de madeira necessária para a fabricação de cada peça sendo então possível medir diretamente o con sumo Podese dizer pois que a madeira nesse caso é um custo direto d Impostos sobre as vendas Indireto Fixo Direto Variável Recurso Impostos sobre as vendas Classificação Tipo de recurso Custo Despesa Figura 20 Exemplo de classificação dos gastos 4 Fonte o autor UNICESUMAR 45 O recurso consumido ou seja o gasto ocorre na geração de receitas ainda depois de o produto estar pronto Nesse caso é uma despesa Quanto mais é vendido mais imposto é gerado e o contrário também ocorre Tratase assim de uma despesa variável Como é possível identificar e medir precisamente o imposto gerado na venda de cada produto tratase de uma despesa direta e Aluguel do prédio da loja de estofados e de poltronas Indireto Fixo Direto Variável Recurso Impostos sobre as vendas Classificação Tipo de recurso Custo Despesa Figura 21 Exemplo de classificação dos gastos 5 Fonte o autor Como o gasto ocorre para a geração de receitas ou seja depois da fase de fabricação tratase de uma despesa O aluguel também não sofre varia ções quando se vende mais ou menos por isso é considerado uma despesa fixa Tendo em vista que a loja de estofados vende diversos produtos e não é possível identificar precisa e claramente quanto de aluguel incorre em cada item vendido tratase de uma despesa indireta UNIDADE 1 46 Foi efetuado um resgate de alguns aspectos históricos e relevantes sobre a precifica ção na história humana e seu atual significado desde o momento em que a moeda não existia e o homem praticava escambo até quando passou e existir como papel moeda e as implicações do dinheiro para a sociedade Discutimos sobre a humanida de de produção em massa utilizando a mão de obra as máquinas e as matériaspri mas que passaram a considerar os custos de produção para precificar os produtos Em um segundo momento o foco foi o reconhecimento da importância da apuração dos custos para as organizações quais benefícios além de ser a base para a formação de preço dos produtos a adequada gestão de custos pode prover ao empreendimento Compreender expressões e terminologias costumeiramente utilizadas em custos é de fundamental importância para seu estudo e compreensão Nesse aspecto esta unidade do livro foi dedicada a apresentar quais terminologias são utilizadas e o que significam num contexto de um empreendimento quadroresumo 47 na prática 1 A indústria de monitores Viva Cor apresentou o seguinte relatório referente aos recursos consumidos no último mês de atividade VOLUME PRODUZIDO DE MONITORES UNIDADES 1000 GASTOS NO MÊS R Custo total com matériaprima 45000000 Custo total com a mão de obra direta da fábrica 16000000 Depreciação das máquinas e equipamentos da fábrica 3000000 Mão de obra indireta da fábrica 500000 Aluguel do prédio do escritório 600000 Energia elétrica do escritório 500000 Vigilância das lojas comerciais 300000 Vigilância da fábrica 500000 Salários e encargos do pessoal do administrativo 2500000 Energia elétrica da fábrica 1800000 Salários dos vendedores 4200000 Impostos sobre as vendas 5100000 80000000 Quadro 8 Relatório dos recursos consumidos no último mês Fonte o autor Com base nessas informações assinale a alternativa que corresponde ao valor dos gastos a R 33300000 b R 80000000 c R 29910000 d R 50000000 e R 66550000 48 na prática 2 Com base nas informações da indústria de monitores Viva Cor assinale a alternativa que corresponde ao valor das despesas a R 13200000 b R 8200000 c R 4410000 d R 17300000 e R 11850000 3 Com base nas informações da indústria de monitores Viva Cor assinale a alternativa que corresponde ao valor dos custos a R 52200000 b R 35000000 c R 45800000 d R 22800000 e R 66800000 4 Com base nas informações da indústria de monitores Viva Cor assinale a alternativa que corresponde ao custo unitário de produção de cada monitor a R 80000 b R 66800 c R 13200 d R 16600 e R 52200 5 Em uma situação em que determinado empreendimento industrial produz apenas um tipo de produto e as pequenas variações não necessitam de outra linha de produção assinale a alternativa que corresponde à classificação de custos desse produto em relação à depreciação da fábrica a Custo indireto variável b Custo indireto fixo c Custo direto fixo d Custo direto variável e Despesa operacional 49 aprimorese REGIME DE RECONHECIMENTO DOS GASTOS E DAS RECEITAS Independentemente do recebimento receitas ou do pagamento gastos o que in teressa é quando foi efetuada a negociação O que é considerado é quando ocorreu o fato gerador a emissão de notas fiscais os documentos oficiais da negociação Exemplos de um gasto Suponha que a assinatura semestral de um jornal custou R 12000 e essa quantia foi paga para a editora em três vezes sem juros de R 4000 No fluxo de caixa os valores pagos serão considerados e agendados no momento em que ocorrer seu pagamento o desembolso ou seja R 4000 por três mês Já no regime de compe tência que é o correto a despesa deverá ser R 2000 por mês perfazendo um total de R 12000 período de seis meses de assinatura independentemente de como ela foi paga já que se trata de uma despesa para o semestre Mês Gasto Entrada de Caixa Jan R 2000 R 4000 Fev R 2000 R 4000 Mar R 2000 R 4000 Abr R 2000 R 000 Mai R 2000 R 000 Jun R 2000 R 000 Tabela 1 Exemplo de um gasto Fonte Castro 2014 Se esse mesmo valor da assinatura fosse anual o gasto mensal seria de R 1000 50 aprimorese Exemplo de uma receita Na venda de mercadorias ou de produtos a prazo em um mês de janeiro no valor de R 20000 o recebimento em quatro parcelas iguais de R 5000 uma parcela à vista e as demais para os próximos meses veja como ficaria Mês Receita Saída de Caixa Jan R 2000 R 5000 Fev R 000 R 5000 Mar R 000 R 5000 Abr R 000 R 000 Mai R 000 R 000 Jun R 000 R 000 Tabela 2 Exemplo de receita Fonte Castro 2014 Havendo a venda de um bem para pagamento futuro ou seja uma venda a prazo no caixa a receita só será considera quando for recebida isto é no dia que a parcela correspondente for quitada pelo cliente Esse agendamento do recebimento da par cela será efetuado junto ao fluxo de caixa Já no regime de competência a receita é considerada receita ganha no momento da negociação o total da emissão da nota fiscal de venda independentemente do momento que será paga Fonte adaptada de Castro 2014 anotações 2 ELEMENTOS DE CUSTOS PROFESSOR Me Silvio César Castro PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Elementos de custos Materiais Custo da mão de obra remuneração do pessoal Custos indiretos de fabricação e critério de rateio OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Distinguir um empreendimento industrial Conhecer os materiais que compõem o custo de um pro duto acabado e compreender os métodos de controle existentes Identificar os gastos que compõem o custo com mão de obra direta e como é efetuado o seu cálculo Reconhecer os custos indiretos do processo produtivo e os métodos de distribuiçãorateio UNIDADE 2 54 1 ELEMENTOS DE CUSTOS Os itens ou os elementos que compõem os custos de forma macro são materiais A mão de obra direta utilizada na transformação dos materiais ou ainda os custos indiretos ou gerais que podem também conter custos com mão de obra de funcionários atuam em mais de um produto ou departamento Materiais Produto Custos indiretos Mão de obra direta Matériasprimas Embalagens Insumos Valores incorridos com pessoal da produção identifcados com a unidade produzida Valores não identifcados com a unidade produzida Mão de obra indireta Aluguel Depreciação Figura 1 Elementos de custos Fonte o autor Nos próximos tópicos será detalhada a forma com que esses componentes são tratados e controlados quando se fala no cálculo dos custos de produção UNICESUMAR 55 2 CUSTOS DOS MATERIAIS Observe detalhadamente por meio da Figura 2 a seguir que quando existe um processo de fabricação no empreendimento não existe apenas um estoque na empresa Apesar de poderem dividir a mesma delimitação de espaço os mate riais as embalagens as matériasprimas os insumos etc saem para a produção e retornam em forma de produtos acabados com valor agregado da mão de obra direta e dos custos indiretos de fabricação Compra de materiais Entrada dos materiais no empreendimento Estoque de materiais Saída para processo produtivo Processo de produção materiaisMODCIF Entrada de produto pronto no estoque de produtos Estoque de produtos prontos para venda Venda Saída do estoque de produtos prontos Figura 2 Movimentação dos estoques Industrialização Fonte o autor UNIDADE 2 56 No entanto quando o empreendimento se ocupa da compra e da venda de mer cadorias ausente de processos produtivos esse procedimento é bem mais simples Observe a seguir por meio da Figura 3 em comparação com a Figura 2 Compra de mercadorias Entrada das mercadorias no empreendimento Estoque de mercadorias Venda Saída do estoque das mercadorias Figura 3 Movimentação dos estoques Comércio Fonte o autor A matériaprima é a substância principal e indispensável na fabricação de um produto ou seja representa o principal componente da produção deste Por exemplo na produção de móveis de madeira a matériaprima é a madeira na confecção de roupas a maté riaprima é o tecido e assim por diante Os materiais secundários também entram na composição dos produtos porém em menores quantidades ou com menor importância se comparados à matériaprima Para uma indústria de móveis de madeira os materiais secundários são pregos colas ver nizes dobradiças etc para uma fábrica de confecções são os botões os zíperes as linhas etc Diferentemente dos materiais secundários os auxiliares não entram na composição dos produtos embora sejam necessários para o processo de fabricação Na confecção de móveis de madeira por exemplo os materiais auxiliares são as lixas os pincéis as estopas etc já na confecção de roupas seriam as tesouras ou as facas utilizadas para cortar os tecidos as agulhas os perfuradores etc Por fim os materiais de embalagem são utilizados para acondicionar ou embalar os produtos Fonte Castro e Fragalli 2018 p 54 explorando Ideias No entanto independentemente de ser um empreendimento industrial ou apenas comercial o controle sobre os itens que tramitam pelo estoque é de suma importância para o negócio O Sebrae 2019 online¹ faz a seguinte referência sobre o controle e a gestão dos estoques A gestão de estoques está diretamente associada à eficiência do empreendimento do ponto de vista operacional ou do ponto de vista financeiro Ou seja existe uma estreita conexão entre mercado produção gestão de estoques e rentabilidade sendo esta última a condição essencial para manter o negócio em operação A má gestão de estoques pode ter grandes efeitos na sustentabilidade econômica de sua microempresa os estoques de matériasprimas ou de produtos acabados para entrega se constituem num dos principais componentes do capital de giro E a falta de capital de giro representava em passado recente 42 dos fechamentos das empresas de pequeno e médio porte no Brasil Em relação à forma de controle dos estoques existem dois sistemas o inventário periódico e o inventário permanente Inventário periódico é um sistema de controle de estoque que apresenta as informações físicas e financeiras a respeito dos itens que compõem o estoque de forma periódica ou seja a cada intervalo de tempo Esse intervalo é definido pelos dirigentes do empreendimento e a geração dessas informações é efetuada com o uso dos funcionários realizando a contagem dos itens do estoque em determinado dia Nesse sentido presumese a não utilização de controles de estoques mais sofisticados como o uso de códigos de barras e de sistemas computacionais com softwares especializados Mesmo assim é possível ter conhecimento do custo dos materiais utilizados no período por meio da seguinte equação CM EI C EF CM consumo de materiais EI estoque inicial C compras EF estoque final Por exemplo se a fábrica de colchões Sono Macio Ltda quisesse ter conhecimento sobre os custos dos materiais diretos empregados durante o processo de produção do último mês poderia fazêlo utilizando a equação descrita anteriormente Temse conhecimento de que as compras do mês de materiais diretos foram de R3000000 O saldo dos estoques no início do mês passado era de R1000000 logo esse era o saldo inicial O estoque final do mês passado foi de R2000000 Nesse caso CM EI C EF CM 1000000 3000000 2000000 CM 2000000 Isso significa que o valor de materiais consumidos no último mês pela fábrica de colchões Sono Macio Ltda representou R2000000 Como pudemos observado essa forma de controlar os estoques é simples e prática No entanto possui algumas deficiências e não é recomendada para empresas de maior porte ou que possuam em seu estoque valores elevados de materiais de produtos ou de mercadorias Por exemplo em caso de desvios em uma contagem mensal poderiam se passar vários dias até que algo de errado fosse identificado Caso seja necessário gerar alguma informação um ou mais funcionários devem ser designados para que seja efetuada a contagem dos itens do estoque Quando se fala em um aspecto mais amplo do que o controle a gestão dos estoques a geração de informações imediatas sobre os itens estocados é imprescindível Nesse sentido esse sistema não atende plenamente Um controle permanente do estoque é sem dúvidas mais eficiente Inventário permanente nesse sistema como a denominação sugere os materiais utilizados no empreendimento são constantemente controlados Segundo Bruni e Famá 2012 p 26 existe o controle contínuo da movimentação do estoque Solicitações de produção e vendas são controladas individualmente Estoque e CPV podem ser calculados em qualquer momento pela contabilidade Periodicamente a contagem física pode ser feita para fins de auditoria e controle interno Encontrando eventuais sobras ou faltas novos ajustes devem ser feitos nos registros contábeis UNICESUMAR 59 Por meio da utilização do inventário permanente a gestão das informações sobre todos os itens do estoque facilita a tomada de decisões principalmente sobre o equilíbrio constante dos estoques o que reduz as chances de falta de materiais mercadorias ou produtos além de evitar o excesso ou seja a manutenção de estoques acima da necessidade do empreendimento Isso pode comprometer recursos que poderiam otimizar outros projetos e gerar mais resultados Claro que os investimentos iniciais de implementação de um sistema de con trole de estoque informatizado devem ser levados em consideração No entanto os benefícios das informações geradas e da correta tomada de decisões que visa aumentar a lucratividade do empreendimento e a economia com horas de funcionários alocados na contagem do estoque podem representar um retorno rápido que justifica o investimento Critério de avaliação dos materiais das matériasprimas e das mercadorias Quando são abordados os critérios de avaliação dos materiais das matériaspri mas e das mercadorias automaticamente se faz uso do sistema de inventário permanente Sem o constante controle das unidades adquiridas não é possível o emprego dos critérios que serão apresentados pois no sistema de inventário periódico as informações são sintéticas e não analíticas Para que o registro dos itens movimentados nos estoques seja detalhado são utilizadas as fichas de estoque Nos dias atuais isso ocorre de forma automati zada quando existem movimentações que implicam em itens estocados Nesse sentido antes de tratar propriamente dos critérios serão apresentadas algumas características da ficha de estoque Esta permite cronologicamente a descrição das compras ou o registro dos itens que acabaram de ser produzidos e serão arma zenados entradas as vendas ou a transferência de itens para a produção saídas e a manutenção dos saldos após cada movimentação entradas e saídas tanto em valores monetários quanto físicos Para cada tipo de produto é necessária uma ficha de estoque com o seu nome Um produto chamado premium terá sua ficha de estoques um standart terá outra com o seu nome No Quadro 1 a seguir é possível identificar as características relatadas nessas fichas UNIDADE 2 60 5 6 7 1 2 3 4 8 9 Produto Critério de avaliação ENTRADA Vlr Un DATA Qtde Vlr Tot 5 6 7 Vlr Un Qtde Vlr Tot 5 6 7 Vlr Un Qtde Vlr Tot SAÍDA SALDO Quadro 1 Entendendo a ficha de estoques Fonte o autor 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Conjunto de colunas destinado aos itens que integrarão o estoque geralmente oriundos de compras ou de transferências de produtos fabricados no ambiente de produção Conjunto de colunas destinado aos itens que sairão do estoque Resultado decorrente das movimentações ocorridas entre as entradas e as saídas Registro das quantidades movimentadas no estoque e do saldo proveniente dessas movimentações Valor financeiro de cada unidade Valor financeiro resultante da quantidade de itens e o seu valor unitário Nome do item controlado Qual o critério de avaliação utilizado para esse item Registro das datas dos eventos de forma cronológica Quadro 2 Legendas ficha de estoques Fonte O autor UNICESUMAR 61 Com a apresentação das características da ficha de estoque a partir de agora os critérios serão discutidos São três os critérios mais conhecidos e utilizados UEPS sigla para Último que Entra Primeiro que Sai Isso significa que deixarão os estoques os itens que entraram mais recentemente ou seja que entraram no estoque em data mais próxima do presente Uma observação tomando como base um sistema econômico no qual os preços tendem a aumentar ao longo do tempo esse critério está propenso a gerar em relação a outros critérios custos mais altos em um período de tempo Isso se dá em decorrência da priorização dos itens mais recentes que tendem a ter valor maior Ao computar valores mais ele vados aos produtos automaticamente os custos de fabricação ou de venda ficam mais elevados e os lucros tendem a ser menores A legislação fiscal do Brasil não permite o uso desse critério alegando que existe antecipação de benefícios fiscais PEPS significa Primeiro que Entra Primeiro que Sai De forma contrária ao critério apresentado anteriormente aqui as saídas dos itens dos estoques são efetuadas respeitando os que integraram a mais tempo Os itens mais antigos deixam os estoques e posteriormente saem os mais recentes MPM a Média Ponderada Móvel simplesmente aplica uma média soma o valor dos itens adquiridos e divide pelo montante UNIDADE 2 62 Exemplo da utilização dos critérios de avaliação dos estoques Com base nas informações sobre a ficha de estoques e critérios apresentados agora é hora de verificar como ela ficaria na prática por meio de um exemplo Como exemplo será utilizada a indústria de dissipadores de calor para placas de computador Resfria Rápido Ltda Um de seus produtos utiliza um líquido refri gerante chamado de Termaltop semelhante aos utilizados em automóveis o qual é em sua totalidade importado em litros Durante o mês de maio do presente ano a empresa fez as seguintes compras DATA QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO TOTAL DA COMPRA 01maio 100 R 2500 R 250000 02maio 200 R 3400 R 680000 03maio 50 R 4500 R 225000 05maio 60 R 5800 R 348000 Quadro 3 Compras líquido refrigerante Termaltop Fonte o autor E também fez as seguintes movimentações de saídas para a área de produção EVENTO DATA QUANTIDADE Saída para a produção 04maio 310 Saída para a produção 06maio 50 Quadro 4 Saídas líquido refrigerante Termaltop Fonte o autor Com base nessas informações tente responder as três perguntas para os três critérios de avaliação de estoque apresentados Qual o custo mensal com o Termaltop Quanto de Termaltop ainda há no estoque Qual o valor atual do estoque de Termaltop UNICESUMAR 63 UEPS Último que Entra Primeiro que Sai Primeiramente verifique como fica essa movimentação por meio do UEPS Úl timo que Entra Primeiro que Sai NOME DO PRODUTO TERMALTOP LITROS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO UEPS DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01maio 100 2500 250000 100 2500 250000 02maio 200 3400 680000 200 3400 680000 03maio 50 4500 225000 50 4500 225000 350 1155000 04maio 50 4500 225000 04maio 200 3400 680000 04maio 60 2500 150000 04maio 310 1055000 04maio 40 2500 100000 05maio 60 5800 348000 60 5800 348000 06maio 100 R 448000 06maio 50 5800 290000 50 290000 06maio 40 2500 100000 06maio 10 5800 58000 06maio 50 158000 Quadro 5 Movimentação líquido refrigerante Termaltop UEPS Fonte o autor Perceba na coluna das saídas que os itens que deixam os estoques são os que entraram mais recentemente UNIDADE 2 64 PEPS Primeiro que Entra Primeiro que Sai O segundo critério é o PEPS Primeiro que Entra Primeiro que Sai NOME DO PRODUTO TERMALTOP LITROS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO PEPS DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01maio 100 2500 250000 100 2500 250000 02maio 200 3400 680000 200 3400 680000 03maio 50 4500 225000 50 4500 225000 350 1155000 04maio 100 2500 250000 04maio 200 3400 680000 04maio 10 4500 45000 04maio 310 975000 04maio 40 4500 180000 05maio 60 5800 348000 60 5800 348000 100 R 528000 06maio 40 4500 180000 06maio 10 5800 58000 50 238000 06maio 50 5800 290000 Quadro 6 Movimentação líquido refrigerante Termaltop PEPS Fonte o autor Nesse critério ao contrário do anterior os itens que integraram os estoques mais antigamente são os primeiros a sair Um aspecto a ser destacado é que tanto no PEPS quanto no UEPS cada compra é controlada separadamente como um lote dentro da ficha de estoque UNICESUMAR 65 MPM Média Ponderada Móvel Na utilização da Média Ponderada Móvel MPM não há controles separados por compra devido à atualização da média sempre que um item é movimentado no estoque como pode ser observado no Quadro 7 a seguir NOME DO PRODUTO TERMALTOP LITROS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO MPM DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01maio 100 2500 250000 100 2500 250000 02maio 200 3400 680000 300 3100 930000 03maio 50 4500 225000 350 3300 1155000 04maio 310 3300 1023000 40 3300 132000 05maio 60 5800 348000 100 4800 480000 06maio 50 4800 240000 50 4800 240000 Quadro 7 Movimentação do líquido refrigerante Termaltop MPM Fonte o autor INFORMAÇÃOCRITÉRIO UEPS PEPS MPM Qual é o custo mensal com o Termaltop R 1055000 R 290000 R 1345000 R 975000 R 238000 R 1213000 R 1023000 R 240000 R 1263000 Quanto de Termaltop ainda há no estoque 50 litros 50 litros 50 litros Qual é o valor atual do esto que de Termaltop R 158000 R 290000 R 240000 Quadro 8 Comparativo de critério de avaliação dos estoques Termaltop Fonte o autor Por meio do Quadro 8 é possível verificar que independentemente do critério de avaliação utilizado a quantidade física não tem diferenciação entre um e outro No entanto o valor dos custos saídas e dos valores remanescentes possuem diferenciações conforme o critério utilizado UNIDADE 2 66 Os valores desses critérios podem ser iguais em caso de longo período sem alteração no valor da compra dos itens componentes do estoque ou se todo es toque do item for esgotado não restando nenhuma unidade armazenada Atualmente os smartphones possuem cada vez mais maior poder de processamento e variações de atividades que podem ser desenvolvidas Frente à concorrência no setor há quantidade de equipamentos com preços acessíveis e elevado poder de processamento e de armazenamento o que possibilita a criação de aplicativos a todo momento Pensando nisso poderiam as empresas de pequeno porte ter seus estoques e movimentações au tomatizados por smartphones com aplicativos especialmente dedicados pensando juntos 3 CUSTO DA MÃO DE OBRA Remuneração Pessoal De forma abrangente os gastos com pessoal correspondem ao sacrifício que o empreendimento precisa realizar com seu quadro de colaboradores para desen volver suas atividades No entanto há uma nomenclatura mais utilizada quando se fala em um empreendimento que possui processos de transformações de ma UNICESUMAR 67 tériasprimas em produtos ou seja processos fabris Os empreendimentos que não possuem são melhor explicados no Quadro 9 a seguir GASTO CLASSIFICAÇÃO NOMENCLATURAS GERALMENTE UTILIZADAS Remuneração de pessoas Custo processo produtivo processo de fabricação presen te e prestadoras de serviços Mão de obra Despesas administraçãoven das gestão de um empreen dimento fabril ou empresas comerciais e prestadoras de serviços Despesas com pessoal Quadro 9 Nomenclaturas de gastos com pessoal Fonte o autor Independentemente de ser um custo ou uma despesa a forma de apurar o valor gasto com o pessoal é a mesma Não é somente o valor da remuneração que faz parte do computo do valor gasto com pessoal pois devem ser consideradas todas as verbas remunerativas os encargos sociais e os benefícios A Figura 4 apresenta de forma geral os itens que fazem parte dos gastos com o pessoal Salário Benefícios FGTS Férias Comissões Gasto com pessoal 13º salário Seguros EPIs Vale transporte Figura 4 Itens que compõem os gastos com mão de obra Fonte o autor UNIDADE 2 68 Prezadoa alunoa como você já sabe que o gasto com o pessoal é sempre cal culado da mesma forma independentemente de ser um custo ou uma despesa acredito que é interessante trabalharmos com um exemplo prático para melhorar ainda mais o seu entendimento O primeiro passo é fundamentarmos quantas horas os funcionários atuam no empreendimento por ano Nesse sentido o estu do será baseado em um modelo amplamente utilizado nos dias atuais inspirado em Martins 2010 conforme o Quadro 10 a seguir Número máximo de horas que o trabalhador pode oferecer à empresa Número total de dias por ano 365 dias Repousos Semanais Remunerados 48 dias Férias 30 dias Feriados 12 dias Número máximo de dias à disposição do empregador 275 dias X Jornada máxima diária em horas 73333 horas Número máximo de horas à disposição por ano 20167 horas Quadro 10 Demonstrativo de horas disponíveis anualmente Fonte Martins 2010 p 135 O Quadro 10 tem o objetivo de apresentar a origem das 20167 horas anuais informação que será utilizada logo a seguir Observe a simulação supondo que determinado colaborador possui remuneração mensal de R 3 000 00 mais os benefícios mensais de R 500 00 e os encargos sociais do enquadramento do empreendimento que trabalha correspondem a 35 Veja agora por meio do Quadro 11 qual é o gasto anual com o colaborador informação fundamental para atuar com planejamento do orçamento com seu gasto mensal e por hora disponíveis para o empreendimento que é seu empregador ITEM CÁLCULO ANUALMENSALHORA 1 Salários x 12 R 3600000 2 Abono de férias salário3 R 100000 3 Férias R 300000 UNICESUMAR 69 ITEM CÁLCULO ANUALMENSALHORA 4 Verbas remunerativas 123 R 4000000 5 Encargos sobre item 4 R 1400000 6 Benefícios anuais benefícios mensais x 12 R 600000 7 Custo Anual 4 5 6 R 6000000 8 Custo mensal 712 R 500000 9 Custo por hora item 7201667 horas R 2975 Quadro 11 Exemplo de cálculo de gastos com pessoal Fonte o autor Outro aspecto importante é que a apuração do gasto com pessoal independen temente de ser custo ou despesa conforme já dito também é a mesma para co laboradores que atuam em apenas um produto uma linha de produção ou um departamento direto e para o colaborador que atua em dois ou mais produtos em departamentos ou em linha de produção simultaneamente indireto Tratandose especificamente do ambiente fabril custo e mão de obra de acordo com Ribeiro 2013 p 154 a mão de obra direta é aquela que pode ser facilmente identificada em relação aos produtos já a mão de obra indireta compreende os gastos com o pessoal que trabalha na empresa industrial cujas tarefas estão direcionadas à produção porém sem manipular diretamente os produtos Nesse mesmo sentido Martins 2010 p 133 exemplifica a classificação da mão de obra afirmando que O operário que movimenta um torno por exemplo trabalhando um produto ou componente de cada vez tem seu gasto classificado como Mão de Obra Direta Porém se outro operário trabalha super visionando quatro máquinas cada uma executando uma operação num produto diferente inexistindo a possibilidade de se verificar quanto cada um desses produtos consome do tempo total daquele pessoal temos aí um tipo de Mão de Obra Indireta Entre tais elementos podese perceber que há a mão de obra direta e a indireta No entanto há outros gastos custos e despesas que podem também receber essa classificação questão que será nosso próximo objeto de estudo UNIDADE 2 70 4 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO e critério de rateio Se você retornar ao início desta unidade poderá verificar que quando tratamos de custos automaticamente abordamos os três elementos materiais mão de obra e custos indiretos Geralmente os materiais são alocados de forma direta aos pro dutos em decorrência de sua medição quase sempre precisa de consumo do que foi produzido A alocação dos gastos com o pessoal a mão de obra dependerá da atuação do colaborador no layout do empreendimento conforme citado no item anterior por Martins 2010 p 133 Existem ainda outros custos que não são materiais os custos diretos com a mão de obra direta Os custos indiretos geralmente são aqueles recursos ambien tes espaços equipamentos e pessoal compartilhados por mais de um produto de um departamento ou de uma linha de produção Segundo Ribeiro 2013 p 292 uma das características dos custos indiretos é beneficiar a fabricação de vários produtos ao mesmo tempo De acordo com Viceconti e Neves 2012 p 70 todos os gastos que a empresa incorre para a produção e que não estejam enquadrados como gastos com material direto ou mão de obra direta são denominados custos indiretos de fabricação CIF Para alocar os custos indiretos a um produto um departamento ou uma li nha de produção será necessário recorrer a algum método isto é uma decisão sobre como distribuir os custos terá que ser tomada Contudo até a escolha da UNICESUMAR 71 considerada melhor forma de alocar os custos indiretos pode gerar distorções e imprecisões em relação ao valor alocado e ao real consumo de recurso Antes de abordar a forma de efetuar a alocação dos custos indiretos de forma prática entenderemos a classificação de custos em diretos e indiretos Observe com atenção o exemplo a fábrica de faróis automotivos Luz Forte produz quatro tipos de produtos faróis para carros de passeio para motocicletas para cami nhões e para tratores Ela está instalada em uma fábrica com 4000 m2 e paga um aluguel mensal pelo imóvel no valor de R 3200000 Essas informações são representadas na Figura 5 a seguir Carro de passeio Caminhões Motocicletas Tratores Figura 5 Princípios dos custos indiretos Fonte o autor A pergunta a ser feita agora é como distribuir o custo com aluguel para cada uma das quatro linhas de produção Destaque os quatro produtos ocupam espa ços custos com mão de obra e quantidade produzidas diferentes o faturamento também varia entre um e outro produto tempo de montagem também não são iguais além de outras variáveis também diferentes Toda vez que não se pode medir diretamente o quanto foi consumido na fabricação do produto exigindo que um método seja demandado para distribuir os recursos comuns consumidos na produção de dois ou mais produtos ele se torna indireto Assim um método para divisão também chamado de rateio o valor do aluguel entre os quatro produtos terá de ser empregado ou seja um critério Segundo Castro e Fragalli 2018 p 73 essa característica dos custos indiretos dificulta a apropriação UNIDADE 2 72 ao produto Não importa o método utilizado para a distribuição sempre haverá um certo grau de incerteza Nesse caso os empreendedores podem julgar mais adequado efetuar a divisão pela quantidade de peças produzidas isto é foi escolhido um critério de rateio um método de divisão Toda vez que um critério de rateio tiver de ser empregado para alocar custos a um produto será indireto e certamente gerará imprecisão do valor alocado Mesmo assim para Castro e Fragalli 2018 p 74 o grau de incerteza não inviabiliza a utilização de métodos de rateio para distribuir os cus tos indiretos de fabricação Mas é importante que a definição da base de rateio seja muito bem escolhida considerando todas as particularidades da instituição Há ainda a situação em que o recurso consumido não pode ser identificado diretamente no produto e não precisará de rateio podendo inclusive ser consi derado direto Saliento que não é o nome de um ou de outro recurso que o clas sifica como direto ou indireto mas sua relação de identificação com a produção Observe essa possibilidade por meio de um exemplo imagine que a fábrica de faróis automotivos Luz Forte foi comprada por uma indústria multinacional de caminhões e a partir de agora produzirá apenas faróis para esse tipo de veículo situação representada na Figura 6 a seguir Caminhões Figura 6 Custo direto Fonte o autor O aluguel no valor de R 3200000 será alocado para quais produtos Apenas um o farol de caminhão Logo não será necessário estabelecer um como ou seja um critério basta adicionar o valor do aluguel diretamente aos outros custos Veja que não é possível identificar o valor do aluguel em cada unidade fabricada no mês mas pela ausência de outros produtos que compartilham o consumo desse recurso não é necessário efetuar o rateio passando esse custo a ter então característica de custo direto UNICESUMAR 73 Com o objetivo de conhecer mais sobre os critérios de rateio no próximo tópico será desenvolvido um estudo com base em uma situação hipotética e a partir das informações disponíveis serão apresentadas algumas possibilidades de rateio e os resultados das escolhas efetuadas Apropriação dos custos indiretos de fabricação Para realizar a demonstração de como efetuar o rateio e as variações ocorridas em função da escolha do critério serão utilizados os dados da Cia Motor Valley Esse empreendimento hipotético fabrica componentes de injeção eletrônica de combustíveis para veículos utilitários Ela produz quatro modelos Premium Básico Starter Light e o emprego de cada um levará em consideração o tipo de combustível utilizado e a potência do motor na qual o componente de injeção eletrônica será instalado Por meio da Figura 7 podese ter uma visão dos mo delos fabricados e algumas informações sobre a produção Quando se faz o rateio dos custos indiretos aos produtos ou aos departamen tos um critério deve ser escolhido para que o procedimento ocorra No caso da Cia Motor Valley serão feitos por questões demonstrativas quatro critérios e depois uma comparação dos valores apurados Dessa forma fica melhor eviden ciada a importância em escolher um critério que seja o mais próximo possível da realidade a fim de minimizar as incertezas e as variações que podem ocorrer na simples troca de um critério por outro Lembrese que efetuar o rateio dos custos indiretos de fabricação significa dis tribuir os recursos compartilhados consumidos levando em consideração infor mações quantitativas individuais de produção dos produtos ou de departamentos Em relação à Cia Motor Valley as informações quantitativas disponíveis são espaço em m2 custos diretosmês unidades produzidasmês e receita Rmês Essas infor mações podem ser visualizadas de forma organizada na Figura 7 a seguir UNIDADE 2 74 Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Espaço ocupado na produção Custos diretos Rmês Produtividade em quantidademês Receita Rmês Premium Básico Starter Light TOTAL 220m² 425m² 415m² 815m² 1875m² R 65900000 R 35000000 R 14000000 R 5100000 R 12 mi R 15795 mil R 210 mil R 752 mil R 1353 mil R 20 mi 900 350 80 170 1500 Figura 7 Base para exemplo de rateio dos CIFs Cia Motor Valley Fonte o autor A forma de cálculo é simples e sempre utiliza sempre a mesma regra de posse do valor do custo a ser distribuído efetuado o rateio ele é dividido de forma proporcional ao critério base quantitativa escolhido A maneira mais fácil de realizar o cálculo é utilizar uma regra de três conforme o Quadro 12 a seguir Gasto mensal a ser distribuído Total da base quantitativa individual a ser utilizada no rateio Uma das partes da base quantitativa individual a ser utilizada no rateio Quadro 12 Explicação do cálculo do rateio Fonte o autor Com base nas informações da Cia Motor Valley será feito o rateio do aluguel para comparálo entre um critério e outro utilizando quatro critérios espaço em m2 custos diretosmês unidades produzidasmês e receita Rmês Rateio do aluguel com base no espaço utilizado O objetivo neste momento é imaginar que o empreendedor da Cia Motor Valley escolheu para efetuar a distribuição do custo com aluguel a proporção do espa ço utilizado para a fabricação de cada um dos produtos Por meio da Figura 8 a seguir é possível visualizar como é feito o cálculo para determinar o valor que cada produto absorverá do custo com o aluguel UNICESUMAR 75 Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Espaço ocupado na produção Premium Básico Starter Light TOTAL 220m² 425m² 415m² 815m² 1875m² Cálculo R 6000000mês 1875m² Premium Básico Starter Light 220m² 425m² 415m² 815m² R 704000 R 1360000 R 1328000 R 2608000 Figura 8 Rateio do aluguel com base no espaço utilizado Fonte o autor Com base nos resultados podese perceber que o produto que ocupa o maior espaço da fábrica também é o que absorverá a maior proporção do custo com o aluguel quando utilizado esse critério Premium Básico Starter Light R 3000000 R 2500000 R 2000000 R 1500000 R 1000000 R 500000 R 000 Figura 9 Rateio do aluguel com base no espaço utilizado Fonte o autor UNIDADE 2 76 Inversamente o produto que ocupa o menor espaço absorverá o menor valor do aluguel A variação e a proporção dos valores a serem absorvidos por cada produ to podem ser melhor visualizados por meio do gráfico apresentado na Figura 9 Rateio do custo do aluguel com base nos custos diretos O exercício neste momento é imaginar que o empreendedor da Cia Motor Valley tenha optado na distribuição do custo com aluguel para os produtos utilizar os custos diretos como base de rateio Por meio da Figura 10 é possível verificar detalhadamente como é efetuado o procedimento do cálculo Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Custos diretosmês Premium Básico Starter Light TOTAL R 659 mil R 350 mil R 140 mil R 51 mil R 12 mi Cálculo R 6000000mês R 12 mi Premium Básico Starter Light R 3295000 R 1750000 R 700000 R 255000 R 659 mil R 350 mil R 140 mil R 51 mil Figura 10 Rateio do custo do aluguel com base nos custos diretos Fonte o autor UNICESUMAR 77 Por meio do gráfico apresentado na Figura 11 a seguir podese perceber como o aluguel foi distribuído proporcionalmente quando utilizado esse critério de rateio Premium Básico Starter Light R 3500000 R 3000000 R 2500000 R 2000000 R 1500000 R 1000000 R 500000 R 000 Figura 11 Rateio do custo do aluguel com base nos custos diretos Fonte o autor Rateio do custo do aluguel com base nas unidades produzidas Tal qual nos dois tópicos anteriores o exercício neste momento é imaginar que o empreendedor da Cia Motor Valley tenha optado na distribuição do custo com aluguel para os produtos utilizar a quantidade produzida como base de rateio Por meio da Figura 12 é possível verificar detalhadamente como é efetuado o procedimento do cálculo Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Custos diretosmês Premium Básico Starter Light TOTAL 900 350 80 170 1500 Cálculo R 6000000mês 1500 Premium Básico Starter Light R 3600000 R 1400000 R 320000 R 680000 900 350 80 170 UNIDADE 2 78 Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Custos diretosmês Premium Básico Starter Light TOTAL 900 350 80 170 1500 Cálculo R 6000000mês 1500 Premium Básico Starter Light R 3600000 R 1400000 R 320000 R 680000 900 350 80 170 Figura 12 Rateio do custo do aluguel com base nas unidades produzidas Fonte o autor Por meio da Figura 13 a seguir podese perceber como o aluguel foi distribuído proporcionalmente quando utilizado esse critério de rateio Premium Básico Starter Light R 4000000 R 3500000 R 3000000 R 2500000 R 2000000 R 1500000 R 1000000 R 500000 R 000 Figura 13 Rateio do custo do aluguel com base nas unidades produzidas Fonte o autor UNICESUMAR 79 Rateio do aluguel com base na receita E por fim o último critério imagine que o empreendedor da Cia Motor Valley tenha optado na distribuição do custo com aluguel para os produtos utilizar a receita mensal como base de rateio Por meio da Figura 14 é possível verificar detalhadamente como é efetuado o procedimento do cálculo Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Custos diretosmês Premium Básico Starter Light TOTAL R 15795 mil R 2 mi Cálculo R 6000000mês R 2 mi Premium Básico Starter Light R 4738500 R 630000 R 225600 R 405900 R 15795 mil R 210 mil R 752 mil R 1353 mil R 210 mil R 752 mil R 1353 mil Figura 14 Rateio do aluguel com base na receita Fonte o autor UNIDADE 2 80 Por meio do gráfico apresentado na Figura 15 a seguir podese perceber como o aluguel foi distribuído proporcionalmente quando utilizado esse critério de rateio Premium Básico Starter Light R 5000000 R 4500000 R 4000000 R 3500000 R 3000000 R 2500000 R 2000000 R 1500000 R 1000000 R 500000 R 000 Figura 15 Rateio do aluguel com base na receita Fonte o autor Comparativo entre os critérios de rateio O resultado da distribuição do custo por meio dos critérios de rateio utilizados anteriormente pode ser visualizado de forma resumida no Quadro 13 a seguir PRODUTO CRITÉRIO DE RATEIO ESPAÇO m2 CUSTOS DIRETOSMÊS UNIDADES PRODUZIDASMÊS RECEITAR MÊS Premium R 704000 R3295000 R 3600000 R 4738500 Básico R 1360000 R1750000 R 1400000 R 630000 Starter R 1328000 R 700000 R 320000 R 225600 Light R 2608000 R 255000 R 680000 R 405900 Quadro 13 Comparativo entre os critérios de rateio Fonte o autor Perceba que dependendo do critério de rateio utilizado o valor do custo do alu guel atribuído a cada produto é diferente A Figura 16 seguir apresenta de forma visual uma melhor percepção sobre essas variações UNICESUMAR 81 Premium Básico Starter Light R 5000000 R 4500000 R 4000000 R 3500000 R 3000000 R 2500000 R 2000000 R 1500000 R 1000000 R 500000 R 000 Comparação entre os critérios de rateio do aluguel Espaço m² Custos diretosmês Unidades produzidasmês Receita Rmês Figura 16 Comparativo entre os critérios de rateio Fonte o autor Também poderia ser efetuado o cálculo por outros critérios como O tempo total de produção de cada unidade produzida ou do mês As horas da máquina empenhada em cada unidade produzida ou do mês A hora da mão de obra empregada na produção de cada unidade ou do mês Outros Lembrese quando efetuar o rateio de um custo indireto que apenas um critério pode ser escolhido por vez e é possível efetuar a sua alteração no próximo mês semestre ou ano E qual o melhor critério a ser utilizado Essa é uma pergunta cuja resposta quase sempre não é exata Por exemplo no caso do aluguel da Cia Motor Valley eu escolheria o espaço ocupado na produção de cada produto desde que as áreas sejam totalmente delimita das como na Figura 17 a seguir pois o valor do aluguel corres ponde diretamente ao tamanho do espaço locado Se for locado um imóvel na mesma localidade e este for menor certamente o valor cobrado pelo proprietário também será menor e o contrá rio também é válido Premium Básico Starter Light Figura 17 Exemplo de produção com área delimi tada Fonte o autor UNIDADE 2 82 No entanto se utilizassem a maioria dos espaços de forma compartilhada má quinas montagem etc entre os produtos como apresentado na Figura 18 a seguir eu escolheria o tempo de produção registrado no mês para cada tipo de produto Premium Premium Starter Básico e Light Básico Starter Light Figura 18 Exemplo de produção com áreas comuns Fonte o autor Aspecto também importante é que independentemente da forma como será efetuado o rateio dos custos indiretos para a empresa globalmente será corres pondente ao montante total No caso da Cia Motor Valley seja qual for a forma de rateio o dono do imóvel receberá o valor do aluguel A distribuiçãorateio desse custo é para fins internos de apuração da máxima exatidão possível e de quanto de recurso é consumido com a fabricação dos produtos o que dependendo do preço e da margem de contribuição gerada pode fazer com que um ou outro produto deixe de ser produzido fazendo com que os processos sejam terceirizados etc UNICESUMAR 83 1 Materiais são considerados recursos tangíveis utilizados na fabricação Apesar de haver amplitude nessa terminologia como matériasprimas insumos materiais primários materiais secundários embalagens etc o importante não é saber qual nomenclatura utilizar Por exemplo não entendo como errado utilizar o termo ma tériasprimas quando se fala em produção agrícola quando o mais comum é utilizar insumos O erro é independentemente da terminologia utilizada não efetuar o con trole das entradas das saídas e não ter conhecimento dos saldos que se encontram nos estoques Nesta unidade foram apresentadas informações sobre o uso da ficha de estoque além de três formas de avaliação dos itens 2 Mão de obra pessoal recursos humanos entre outras nomenclaturas dizem res peito ao levantamento dos recursos gastos nas operações de gestão e de operacio nalização dos produtos durante seu processo de transformação desde a saída das matériasprimas do estoque até o seu retorno como produto acabado Nesse senti do não é apenas o salário acordado entre o empreendimento e o colaborador que conta como recurso consumido Há ainda os impostos os benefícios e outras verbas remunerativas obrigatórias por lei que devem ser levados em consideração O tópico desta unidade apresentou de forma prática como isso pode ser efetuado também em relação às horas trabalhadas 3 Custos Indiretos de Fabricação são gastos compartilhados ou seja utilizados de forma comum e ao mesmo tempo por vários produtos departamentos ou linha de produção Nessa perspectiva quando esse item foi tratado nesta unidade foi apre sentado de forma aplicada com exemplos de quando um custo é direto ou indireto como efetuar a distribuição adequada dos custos indiretos bem como os reflexos sobre a utilização de um ou de outro critério para realizar essa distribuição quadroresumo 84 na prática A Cia Industrial Bom Refri efetuou uma movimentação em seu estoque de pacotes de glicose de três quilos cada Com base nos dados analise o quadro a seguir e responda as questões EVENTO DATA QUANTIDADE VALOR DO LOTE R Compra 01maio 100 R 50000 Compra 02maio 200 R 160000 Compra 03maio 50 R 70000 Saída 04maio 310 Quadro 14 Movimentações do estoque Fonte o autor 1 Qual é o custo computado com a saída dos pacotes de glicose pelo método de avaliação de estoques Média Ponderada Móvel 2 Qual é o custo computado com a saída dos pacotes de glicose pelo método de avaliação de estoques Primeiro que Entra Primero que Sai 3 Qual é o custo computado com a saída dos pacotes de glicose pelo método de avaliação de estoques Primeiro que Entra Último que Sai 4 Se houvesse saída de todo o estoque qual seria o custo computado pelos métodos Média Ponderada Móvel Primeiro que Entra Primero que Sai e Primeiro que Entra Último que Sai respectivamente 5 Qual dos métodos de avaliação de estoque se utilizado para apurar o resultado lu croprejuízo do empreendimento resultaria no maior lucro Justifique sua resposta 85 aprimorese Quando você faz direito o controle de estoque você ganha Otimizando o seu investimento Levantando mais informações sobre suas vendas Quando mais você souber sobre o seu negócio melhor Fazendo previsões da demanda dos consumidores mais precisas Fazendo previsões e estimativas de pedidos de fornecedores mais precisas Ok Mas como faço isso Devo comprar um caderno timbrado ou gastar mi lhões com um sistema complicadíssimo Há vários métodos para fazer controle de estoque Você pode usar planilhas em Excel se essa for sua pegada aqui o Conta Azul disponibiliza alguns modelos ou optar por sistemas mais complexos que podem até ser desenvolvidos de forma personalizada para sua empresa A melhor forma de fazer o seu controle de estoque é aquela que realmente funciona para você Ou seja que atenda às necessidades da sua empresa que resolva o seu problema e que caiba no seu bolso Definir qual o melhor modelo de estoque para o seu negócio vai depender do porte da sua empresa do que você oferece e do seu investimento Mas saiba que a qualidade do controle de estoque depende da qualidade da en trada da informação no seu sistema Então muito cuidado com economias burras Muitas vezes no meio do turbilhão de demandas do dia a dia se o sistema de controle de estoque não for automatizado a tarefa pode ficar perdida no meio de outras de mandas ou demandar muito tempo e não ser realizada Mais uma vez a conta desse deslize vai chegar e você não vai querer pagar Então é melhor evitar logo 86 aprimorese O passo a passo essencial para fazer um controle de estoque Registrar tudo que chega e que sai mercadorias e insumos isso significa criar um cadastro para cada item e atualizar conforme houver alguma mudança de sta tus contendo informações como código e descrição data de aquisição e de venda além do preço pelo qual cada item foi vendido Seja qual for o seu sistema manual ou automático fazer isso é OBRIGATÓRIO Uma dica Essa matéria da PEGN fala sobre como trabalhar com códigos de barra Cheque seus registros parece um detalhe besta mas muitas empresas não fazem isso e acabam tendo problemas sérios quando descobrem que algo está errado com os valores Uma dica é implementar algum sistema de Inventário Rotativo Assim o pró prio sistema escolhe diariamente itens para checar e poderá detectar eventuais erros Atenção aos produtos perecíveis se eles estragarem antes que você venda você terá prejuízo Por isso não deixe de considerar esse detalhe quando planejar suas compras com fornecedores Cuide também da organização do espaço físico se você tem um estoque preci sa também garantir que a mercadoria desejada seja facilmente encontrada no seu espaço De nada adianta ter todas as informações sobre o produto se não consegue achálo com agilidade quando precisa A organização permite que você avalie com precisão o espaço que precisa ganhe tempo e evite gastos extras com infra Estabeleça processos de controle de estoque para evitar falhas o melhor é definir rotinas claras de atualização das ferramentas de controle Por exemplo toda vez que um produto for vendido entrar imediatamente na planilha ou no sistema e atualizar o status do produto e o estoque disponível na loja Envolva a equipe toda no processo de que adianta investir em um sistema novo se nem sua equipe e muitas vezes nem você saberá usálo da forma correta 87 aprimorese Mapeie e integre sua operação se você faz controle de estoque também controla dados sobre as vendas do seu negócio Com isso você ganha sabendo com exatidão quais são os produtos com maior e menor saída e com que frequência cada item tem que ser reposto Descobrir isso é simples basta analisar o histórico de vendas A inte gração também possibilita uma maior sinergia com sua área de marketing e vendas para por exemplo realizar promoções de queima de estoque quando há muito pro duto parado ou investir naquele produto que tem maior demanda Programe as compras com fornecedores crie um calendário com as datas de compra para cada item Sistemas específicos para o controle de estoque podem até enviar alertas quando chegar a hora de fazer a reposição Lembrese o sucesso do seu negócio depende de uma série de eventos enca deados e qualquer erro nesse processo pode ter um custo alto Então não deixe de fazer o seu controle de estoque Fonte adaptado de Endeavor Brasil 2015² 3 ANÁLISE DO CUSTOVOLUME LUCRATIVIDADE PROFESSORES Me Silvio César Castro PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Margem de Contribuição Ponto de Equilíbrio Grau de Alavancagem Operacional OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Calcular e interpretar a margem de contribuição Calcular e interpretar os pontos de equilíbrio contábil financeiro e econômico Calcular e interpretar o grau de alavancagem operacional UNIDADE 3 90 1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO A margem de contribuição se origina de um método de custeio chamado cus teio variável este traz um raciocínio interessante a respeito do comportamento dos custos fixos ou variáveis Como o nome sugere custeio variável considera apenas os custos variáveis na fabricação de um produto excluindo os fixos mas por quê Há um entendimento universal entre os autores de que os custos fixos geralmente a infraestrutura do empreendimento o aluguel a depreciação o seguro etc ocorrem initerruptamente mesmo não havendo produção logo não devem ser considerados como parte do produto ou do serviço produzido Em uma estrutura tradicional considerando todos os gastos custos e despe sas teríamos a seguinte visão representada pela Figura 1 Preço de venda Custos e despesas fixas Custos e despesas variáveis Lucro Figura 1 Geração de lucro visão tradicional Fonte o autor UNICESUMAR 91 Quando se trabalha com custeio variável não há lucro mas margem de contri buição que representa a diferença entre o preço de venda e a soma das despesas e dos custos variáveis de um produto ou de um serviço A representação ficaria da seguinte forma Preço de venda Custos variáreis Despesas variáreis Margem de contribuição Gastos variáreis Figura 2 Cálculo da margem de contribuição Fonte o autor De acordo com Castro e Fragalli 2018 para que se possa calcular a margem de contribuição de forma assertiva é de fundamental importância a separação dos gastos custos e despesas entre variáveis e fixos Se essa segregação não ocorrer de forma assertiva e automática consequentemente a margem de contribuição será calculada de forma errada No decorrer desta unidade você poderá verificar a relevância e os desdobramentos que a margem de contribuição terá na geração de informações vitais para os negócios De acordo com Churchill e Peter 2000 p 321 como regra geral o preço de um pro duto deve ser suficientemente alto para cobrir o custo total de produção e marketing O custo total inclui custos fixos e custos variáveis No entanto há outros gastos além dos custos dos produtos e dos serviços vendidos por um empreendimento há as despesas administrativas e com vendas que devem ser consideradas na formação de preços Por isso na abordagem da margem de contribuição deste livro também serão consideradas as despesas variáveis Fonte o autor explorando Ideias Lunkes 2004 p 121 entende que a margem de contribuição é a quantia de re ceita que permanece depois de deduzir os custos e despesas variáveis ou seja a sobra variável por unidade comercializada consiste no preço de venda menos os UNIDADE 3 92 gastos variáveis Oliveira e Peres Junior 2005 p 222 afirmam entendese por margem de contribuição a diferença entre o preço de venda e a soma das despesas e custos variáveis de um produto ou serviço Os autores também apontam que A margem de contribuição é em outras palavras a sobra financeira de cada produto ou divisão de uma empresa para a recuperação ou amortização das despesas e dos custos fixos de uma entidade e para a obtenção do lucro esperado pelos empresários De acordo com Castro 2019 a margem de contribuição pode ser apurada nas seguintes dimensões a Unitária revela a margem de contribuição de uma unidade de apenas um produto Essa talvez seja a forma mais utilizada para calcular a margem de contribuição pois é por meio dela que o cálculo do ponto de equilíbrio é efetuado Na Figura 3 a seguir pode ser observada essa dinâmica com exemplo representado pelo produto A Preço de venda de uma unidade do produto A Margem de contribuição da unidade do produto A Custos variáveis da unidade do produto A Soma de todos os gastos variáveis da unidade do produto A Despesas variáveis da unidade do produto A Figura 3 Margem de contribuição por unidade Fonte o autor No Quadro 1 a seguir pode ser observado um exemplo de cálculo da margem de contribuição unitária PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS CELULAR a Preço de venda de cada unidade vendida R 200000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis por unidade R 60000 b2 Custos variáveis por unidade R 80000 c Margem de contribuição unitária R 60000 Quadro 1 Exemplo de cálculo da margem de contribuição unitária Fonte o autor UNICESUMAR 93 b Total por produto obtido por meio da soma da margem de contribuição multiplicada pelo número de itens fabricados e produzidos de um tipo de produto em determinado período Na Figura 4 a seguir a dinâmica pode ser observada a partir de um exemplo representado pelo produto A Faturamento do período do produto A Margem de contribuição total do produto A Custos variáveis do período do produto A Soma de todos os gastos variáveis do mesmo período do produto A Despesas variáveis do período do produto A Figura 4 Margem de contribuição total por produto Fonte o autor Continuamente segue um exemplo do cálculo da margem de contribui ção total do produto PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS CELULAR a Preço de venda de cada unidade vendida R 200000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis por unidade R 60000 b2 Custos variáveis por unidade R 80000 c Margem de contribuição unitária R 60000 d Quantidade produzida e vendida 300 e Margem de contribuição total por produto c x d R 18000000 Quadro 2 Exemplo de cálculo da margem de contribuição total do produto Fonte o autor c Global da empresa soma da margem de contribuição de todos os pro dutos fabricados e vendidos pela empresa em determinado período Na Figura 5 a seguir pode ser observada essa dinâmica Faturamento do período Margem de contribuição global Soma de todos os custos variáveis do período Soma de todas as despesas variáveis do período Soma de todos os gastos variáveis do mesmo período Figura 5 Margem de contribuição global Fonte o autor UNIDADE 3 94 No Quadro 3 a seguir veja um exemplo do cálculo da margem de con tribuição global PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS CELULAR R TABLET R POWER BANK R a Preço de venda de cada unidade vendida 200000 280000 25000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis por unidade 60000 120000 7500 b2 Custos variáveis por unidade 80000 110000 2500 c Margem de contribuição unitária 60000 50000 15000 d Quantidade produzida e vendida 300 500 2000 e Margem de contribuição total por produto c x d 18000000 25000000 30000000 f Margem de contribuição global do empreendimen to no mês 73000000 Quadro 3 Exemplo de cálculo da margem de contribuição global Fonte o autor Importante Por meio do Quadro 3 é possível verificar que o produto por unidade que apre senta a maior margem de contribuição unitária no mês é o Celular No entanto o produto que mais contribuiu para amortizar os gastos fixos da empresa foi o Power Bank mesmo possuindo a menor margem de contribuição unitária Isso foi possível pelo fato de que o volume de vendas do Power Bank foi representa tivamente superior ao do Celular Enquanto este vendeu 300 unidades o Power Bank vendeu 2000 unidades Nesse sentido é importante verificar que nem sempre o produto que apresenta a maior margem de contribuição por unidade é o mais interessante para o negócio pois o volume produzido e comercializado é um dos aspectos mais importantes a serem considerados UNICESUMAR 95 d Global de uma filial soma da margem de contribuição de todos os produtos fabricados e vendidos por uma das filiais da empresa em deter minado período Na Figura 6 a seguir pode ser observada essa dinâmica Faturamento do período de uma filial Margem de contribuição da filial Custos variáveis do período da filial Despesas variáveis do período da filial Soma de todos os gastos variáveis do mesmo período da filial Figura 6 Margem de contribuição por filial Fonte o autor No Quadro 4 adiante segue um exemplo de cálculo da margem de con tribuição de filiais PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS FILIAL 01 R FILIAL 02 R FILIAL 03 R a Faturamento 20000000 30000000 60000000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis 12000000 10000000 35000000 b2 Custos variáveis 4000000 18000000 20000000 c Margem de contribui ção da filial 4000000 2000000 5000000 Quadro 4 Exemplo de cálculo da margem de contribuição por filial Fonte o autor e Departamental consiste na apuração da margem de contribuição obtida pela soma da margem de contribuição dos produtos fabricados e vendi dos por um departamento em determinado período Na Figura 7 a seguir pode ser observada essa dinâmica Faturamento do período de um departamento Margem de contribuição de um departamento Custos variáveis do período de um departamento Despesas variáveis do período de um departamento Soma de todos os gastos variáveis do mesmo período de um departamento Figura 7 Margem de contribuição por departamento Fonte o autor UNIDADE 3 96 No Quadro 5 adiante segue um exemplo do cálculo da margem de con tribuição por departamento PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS POR DEPARTAMENTO CERVEJAS R VINHOS R DESTILADOS R a Faturamento 5000000 7000000 6000000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis 2000000 3000000 2500000 b2 Custos variáveis 1200000 1500000 2000000 c Margem de contri buição por departa mento 1800000 2500000 1500000 Quadro 5 Exemplo de cálculo da margem de contribuição por departamento Fonte o autor e Divisão de Negócios é similar à abordagem da margem de contribuição por departamento Consiste na soma da margem de contribuição de todos os produtos fabricados e vendidos por uma das divisões de negócios da empresa em determinado período Na Figura 8 a seguir pode ser obser vada essa dinâmica com exemplo de uma divisão de varejo Faturamento do período da divisão de varejo Margem de contribuição total da divisão de varejo Custos variáveis do período da divisão de varejo Despesas variáveis do período da divisão de varejo Soma de todos os gastos variáveis do mesmo período da divisão de varejo Figura 8 Margem de contribuição por divisão de negócio Fonte o autor UNICESUMAR 97 O Quadro 6 a seguir apresenta um exemplo de cálculo da margem de contribuição por divisão de negócios PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS POR DIVISÃO DE NEGÓCIOS AÉREO R MARÍTIMO R RODOVIÁRIO R a Faturamento 50000000 70000000 60000000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis 20000000 28000000 22000000 b2 Custos variáveis 13000000 18000000 25000000 c Margem de contri buição por divisão de negócios 17000000 24000000 13000000 Quadro 6 Exemplo de cálculo da margem de contribuição por divisão de negócios Fonte o autor Oliveira e Peres Junior 2005 ressaltam que por meio da análise da mar gem de contribuição é possível a Verificar quais produtos são mais ou menos rentáveis ou deficitários b Qual foi o produto que mais contribuiu para amortizar os gastos fixos da empresa Tais informações podem conduzir a decisões de quais produtos ou linhas de produção podem ser fomentados quais produtos devem ser eliminados etc UNIDADE 3 98 2 PONTO DE EQUILÍBRIO De acordo com Cogan 1999 ponto de equilíbrio corresponde à quantidade produzida ao volume de operações para as quais a receita iguala o custo total pois é o ponto em que o lucro líquido igualase a zero e pode ser demonstrado em uni dades físicas ou monetárias Para Castro 2019 esse aspecto evidencia o volume de atividades necessárias produção e venda para que a empresa cubra todos os seus gastos e não tenha prejuízo O volume de atividades pode ser obtido por esse método tanto em quantidades quanto em Receita Bruta valor das vendas Para o mesmo autor o ponto de equilíbrio quando calculado assertivamente também pode auxiliar em outros aspectos que serão abordados mais adiante como Na capacidade de produção x ponto de equilíbrio necessário Na ociosidade Na capacidade de geração de lucro Na capacidade de atingir metas UNICESUMAR 99 Ponto de Equilíbrio Contábil PEC Segundo Castro e Fragalli 2018 o ponto de equilíbrio contábil também cha mado simplesmente de ponto de equilíbrio permite identificar o nível das ati vidades necessário para recuperar todas as despesas e todos os custos de uma empresa sejam eles fixos ou variáveis O valor obtido representa o momento no qual o resultado da empresa é igual a zero É o nível de atividade em que não há lucro nem prejuízo que pode ser facilmente obtido da seguinte forma Ponto Gastos fixos do período de equi brio contábil Marge m de contribuição nitária u í Pode ser mensal trimestral semestral anual Em sacas quilos caixas tonelada conforme utilizado no produto Também é sinônimo dizer que é o momento no qual o empreendimento obteve volume de margem de contribuição global do período que se igualou aos gastos fixos do mesmo período Esse conceito pode ser melhor visualizado no Quadro 7 a seguir com destaque para os itens f e g PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS CELULAR R TABLET R POWER BANK R a Preço de venda de cada unidade vendida 200000 280000 25000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis por unidade 60000 120000 7500 b2 Custos variáveis por unidade 80000 110000 2500 c Margem de contribuição unitária 60000 50000 15000 d Quantidade produzida e vendida 300 500 2000 e Margem de contribuição total por produto c x d 18000000 25000000 30000000 f Margem de contribuição global do empreendimento no mês 73000000 g Gastos fixos custos e despesas fixas 73000000 h Resultado 000 Quadro 7 Verificação do ponto de equilíbrio contábil Fonte o autor UNIDADE 3 100 Ponto de Equilíbrio Financeiro PEF Segundo Megliorini 2011 o ponto de equilíbrio financeiro possibilita identificar o nível de produção e de vendas em que o saldo de caixa é igual a zero assim representa a quantidade de vendas necessária para cobrir os gastos efetuados tanto operacionais quanto não operacionais O ponto de equilíbrio financeiro exclui os gastos que não afetam o caixa da empresa ou seja não são desembolsáveis porém são considerados para efeito do resultado contábil Os mais comuns são amortizações e depreciações Por isso na fórmula a seguir observe como calculálo utilizando como exemplo a exclusão da depreciação Perceba que a partir fórmula original do ponto de equilíbrio contábil basta deduzir a depreciação do valor dos gastos fixos s a Ponto Gastos fixos do período G de equi brio contábil asto com epreciação do mesmo período Margem de contribui d ção nitári u í Pode ser mensal trimestral semestral anual Em sacas quilos caixas tonelada conforme utilizado no produto Padoveze 2014 p 302 faz um apontamento sobre esse aspecto É importante em situações de eventuais reduções da capacidade de pagamento da empresa Castro 2019 acrescenta que o ponto de equilíbrio financeiro ao excluir os gastos com depreciação perda de patrimônio por uso desgaste ou obsolescência resultará em um nível de atividade que não constitua em geração de recursos para futura substituição desses bens Fazendo uma analogia é como se o empreendimento não gerasse de forma parcelada um fundo para reposição de sua infraestrutura face excluir a depreciação No entanto não indicado para uso constante ou de longo prazo pois não haverá geração de recursos para reposição dos itens do imobilizado que perderam valor por uso desgaste ou obsolescência Vimos caroa alunoa que o ponto de equilíbrio financeiro se destaca pela importância e pela precisão percentual que marca o ponto em que as vendas criam receitas Ponto de Equilíbrio Econômico PEE Megliorini 2011 lembra que o empreendedor ao iniciar uma atividade faz investimentos dos quais espera retorno sobre o capital investido ou seja resultado positivo Por meio do ponto de equilíbrio econômico é possível projetar os resultados que a empresa poderá obter em diversos níveis de atividades de produção e de vendas mantidas constantes às demais variáveis tais como margem de contribuição total das despesas e custos fixos O ponto de equilíbrio econômico corresponderá ao nível de atividade necessário para atingir o resultado esperado ou projetado Perceba que a partir da fórmula original do ponto de equilíbrio contábil basta adicionar a meta de lucro ou o retorno sobre o investimento desejado aos gastos fixos Ponto de equilíbrio contábil Gastos fixos do período meta de lucro ou retorno sobre o investimento desejado Margem de contribuição unitária Pode ser mensal trimestral semestral anual Em sacas quilos caixas tonelada conforme utilizado no produto De acordo com Padoveze 2014 p 302 esse ponto de equilíbrio é Outra variante de ponto de equilíbrio em valor adicionandose aos custos e as despesas fixas e aos efeitos financeiros e monetários um montante de lucro mínimo o qual a empresa julga obrigatório Utilização do ponto de equilíbrio com múltiplos produtos Castro 2019 observa que o mais comum é que os empreendimentos não produzam e vendam apenas um tipo um modelo ou um tamanho de produto Estes geralmente possuem preços de vendas diferentes e como consequência margens de contribuição diferentes Quando são efetuadas as explicações sobre ponto de equilíbrio utilizando apenas uma margem de contribuição de um produto o entendimento é fácil de absorver No entanto de forma geral existem muitas combinações de atividades relacionadas a mais de um produto muitos recursos utilizados e muita distribuição de espaços sob o guardachuva de um mesmo empreendimento Para esse autor UNIDADE 3 102 contudo isso não impede a utilização na prática do conceito do ponto de equilíbrio para saber qual a receita bruta ou a quantidade de unidades necessárias para obter resultados e objetivos desejados Observe o exemplo da utilização do cálculo do ponto de equilíbrio com base em mais de um produto com margens de contribuição diferentes No Quadro 8 seguem informações básicas que serão utilizadas no exemplo PRODUTO QUANTIDADES VENDIDAS QUANTIDADE DE CADA PRO DUTO SOBRE O TOTAL MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO POR UNIDADE Alfa 200 2000 R 18000 Beta 350 3500 R 26000 Delta 450 4500 R 12000 Total 1000 100 Quadro 8 Ponto de equilíbrio multiprodutos Fonte o autor Gastos fixos no mês R 117 650 00 1º passo calcular a margem de contribuição ponderada No Quadro 9 é apresentada a forma de cálculo da margem de contribuição pon derada Perceba que basta multiplicar a margem de contribuição unitária de cada produto pela sua representatividade no mix de produtos PRODUTO MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO POR UNIDADE QUANTIDADE DE CADA PRODUTO SOBRE O TOTAL MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO MÉDIA PONDERADA Alfa R 18000 X 2000 R 3600 Beta R 26000 X 3500 R 9100 Delta R 12000 X 4500 R 5400 Total R 18100 Quadro 9 Ponto de Equilíbrio Multiprodutos MC ponderada Fonte o autor 2º passo calcular o ponto de equilíbrio contábil É efetuado de forma similar ao cálculo do ponto de equilíbrio contábil porém aqui é utilizada a soma da margem de contribuição ponderada disposta no Quadro 9 Ponto de equilíbrio contábil Gastos fixos do período Margem de contribuição unitária Ponto de equilíbrio contábil R 11765000 R 18100 650 unidades 3º passo distribuir as 650 unidades pela proporção de venda de cada produto O Quadro 10 a seguir demonstra como a quantidade de unidades do Quadro 9 é dividida para cada produto PRODUTO PONTO DE EQUILÍBRIO PONDERADO QUANTIDADE DE CADA PRODUTO SOBRE O TOTAL QUANTIDADE QUE LEVA AO PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL Alfa 650 2000 130 unidades Beta 650 3500 228 unidades Delta 650 4500 293 unidades Quadro 10 Ponto de equilíbrio multiprodutos Distribuição da MC ponderada Fonte o autor Verifique agora por meio do Quadro 11 se de fato o procedimento adotado no exemplo é a informação que resulta no ponto de equilíbrio contábil em que o resultado é igual a zero UNIDADE 3 104 PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS ALFA BETA DELTA c Margem de contribuição unitária R 18000 R 26000 R 12000 d Quantidade produzida e vendida 130 228 293 e Margem de contribuição total por produto c x d R 2340000 R 5915000 R 3510000 Margem de contribuição global do empreendimento no mês R 11765000 Gastos fixos 11765000 Resultado zero Quadro 11 Demonstração ponto de equilíbrio multiprodutos Fonte o autor Importante A utilização do ponto de equilíbrio para múltiplos produtos com margens de contribuição diferentes pode ser efetuada também para o ponto de equilíbrio financeiro e econômico desde que mantidos os princípios e os procedimentos descritos anteriormente Interpretando graficamente o ponto de equilíbrio A interpretação do ponto de equilíbrio por meio da leitura do seu gráfico é mui to interessante e enriquecedora Nesse sentido será feita uma apresentação do gráfico passo a passo para que você aprenda a fazer sua leitura de uma maneira didática e facilitada O gráfico do ponto de equilíbrio é apresentado por meio do chamado gráfico de linhas O primeiro passo é identificar e entender seus eixos um deles Y re presentado pelo número 1 na Figura 9 a seguir representa os valores financeiros do empreendimento ou da atividade analisada Pode ser de uma propriedade rural uma agroindústria determinada safra ou cultura Quanto mais próximo da base entroncamento entre os eixos X eY menores os valores Quanto mais próximo da extremidade por sua vez maiores os valores UNICESUMAR 105 O outro eixo verificado no gráfico é o X que representa o volume de ativida de ou seja a quantidade produzida e vendida indicada pelo número 2 também na Figura 9 a seguir De forma análoga ao eixo Y quanto mais próximos da base entroncamento entre os eixos X e Y menores os volumes Quanto mais próxi mo da extremidade por sua vez maiores os volumes Mais Menos Menos Mais 1 2 Volumequantidade R Financeiro Y X Figura 9 Interpretação dos eixos do gráfico Fonte o autor Realizada a apresentação básica do funcionamento do gráfico na Figura 10 a seguir foi efetuada a inserção do primeiro elemento propriamente dito no gráfico do ponto de equilíbrio o gasto fixo representado pela linha 3 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Figura 10 Gastos Fixos Fonte o autor UNIDADE 3 106 A interpretação dos elementos inseridos a partir da Figura 10 deve ser efetuada observando simultaneamente os eixos X eY Nesse caso a interpretação correta é Eixo Y os gastos fixos consomem uma quantidade de recursos do em preendimento Eixo X com a produção e a venda paralisadas ou em níveis elevados o valor do gasto fixo não possui variações aspecto já amplamente explora do no item Classificação dos Gastos em Relação ao Volume de Produção Na Figura 11 a seguir foi inserido mais um elemento o gasto variável represen tado pela linha 4 4 Gastos variáveis 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Figura 11 Gastos variáveis Fonte o autor Veja que a linha dos gastos variáveis se inicia de imediato acima dos gastos fixos o que faz todo sentido pois os gastos variáveis ocorrem assim que começa a produção Também é perceptível que a linha possui certo ângulo de inclinação representando um aumento do consumo de recursos eixo Y conforme o vo lume aumenta eixo X Na Figura 12 a seguir foi inserido outro elemento a receitavenda represen tada pela linha 5 Dessa forma temos todos os elementos para a completa leitura do gráfico do ponto de equilíbrio Perceba que a receita linha 5 se inicia no entroncamento dos eixos X e Y e no momento que há o aumento da atividade de venda o que se verifica no eixo X os recursos também aumentam per cebido pelo eixo Y Aspecto também interessante que pode ser observado visualmente pela linha 5 da receita é o grau de inclinação maior do que a linha 4 dos gastos variáveis UNICESUMAR 107 Em um negócio saudável que tenha o objetivo de gerar lucro isso não pode ser diferente afinal o recurso das vendas deve sempre ser superior ao recurso con sumido com a atividade gastos fixos e variáveis 4 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Figura 12 VendasReceitas Fonte o autor Quando a linha 5 das receitasvendas intercepta a linha 3 dos gastos fixos signi fica que nesse momento as vendas foram suficientes para cobrir os gastos fixos Ao projetar esse ponto de intercepção das vendasreceitas com os gastos fixos é possível projetar no eixo X o volume necessário para que isso ocorra Observe na figura a seguir em destaque na anotação 6 4 6 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Momento no qual as vendas cobrem os gastos fixos Figura 13 Cobertura dos gastos fixos Fonte o autor UNIDADE 3 108 Se você seguir a linha 5 das receitasvendas poderá observar que haverá um momento no qual ela também interceptará a linha dos gastos variáveis Como estes já se iniciaram acima da linha dos gastos fixos esse ponto então é o chama do ponto de equilíbrio ou seja no qual as vendasreceitas cobrem os gastos fixos e variáveis Isso pode ser melhor observado na Figura 14 a seguir em destaque para a anotação 7 4 6 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Momento no qual as vendas cobrem os gastos fixos Momento no qual as receitas cobrem os gastos fixos mais os variáveis ponto de equilíbrio Figura 14 Identificando o ponto de equilíbrio Fonte o autor Ao projetar o ponto de interseção das receitas com os gastos variáveis ponto de equilíbrio podese verificar no eixo X qual é o volume necessário para produzir e para vender ou ainda ao projetar o ponto de equilíbrio no eixo Y obtémse o valor das receitasvendas necessárias para atingilo Isso também informa que um volume abaixo do verificado na linha de projeção no eixo X gerará prejuízo enquanto um volume acima gerará lucro No eixo Y por sua vez a linha de pro jeção a partir do ponto de equilíbrio representa que um faturamento inferior ao volume financeiro apontado gerará prejuízo e acima lucro Essa explicação pode ser melhor visualizada por meio da Figura 15 a seguir UNICESUMAR 109 4 6 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Lucro Este faturamento gera prejuízo Lucro Este volume de atividade gera prejuízo P E Figura 15 Ponto de equilíbrio projetado Fonte o autor Exemplos da utilização do ponto de equilíbrio com apresentação gráfica A agroindústria Delícia de Compotas Ltda obteve no mês de setembro os se guintes dados de sua produção Preço de venda por unidade R 1300 Gasto variável por unidade Custo variável R 500 Despesa variável R 200 Gastos fixos custos fixos despesas fixas no mês R 18000000 Quadro 12 Dados de produção da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor Ponto de Equilíbrio Contábil 1º passo qual é o volume em quantidade de vendas que fará com que o resultado da empresa seja zero Isto é o ponto de equilíbrio contábil em unidades Primeiramente devese identificar qual a margem de contribuição unitária Lembrese que a margem de contribuição unitária é obtida da seguinte forma Preço de venda de uma unidade do produto A Soma de todos os gastos variáveis da unidade do produto A Custos variáveis da unidade do produto A Despesas variáveis da unidade do produto A Margem de contribuição da unidade do produto A Matematicamente representado no Quadro 13 a seguir CALCULO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO R Preço de venda por unidade 1300 Gastos variáveis por unidade 700 Margem de contribuição por unidade 600 Quadro 13 Margem de contribuição da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor Utilizando a fórmula Ponto de Equilíbrio Contábil Gastos fixos do período Margem de contribuição unitária Ponto de Equilíbrio Contábil R 18000000 R 600 30000 unidades Quando o empreendimento produzir e vender 30000 unidades de compotas atingirá o seu ponto de equilíbrio Isso pode ser comprovado matematicamente conforme o Quadro 14 a seguir UNICESUMAR 111 PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS a Preço de venda de cada unidade vendida R 1300 b Gastos variáveis b1 Custos variáveis por unidade R 500 b2 Despesas variáveis por unidade R 200 c Margem de contribuição unitária R 600 d Quantidade produzida e vendida 3000000 unid e Margem de contribuição total por produto c x d R 18000000 f Margem de contribuição global da empresa no mês R 18000000 g Gastos fixos do mês R 18000000 h Resultado zero Quadro 14 Demonstração do ponto de equilíbrio contábil da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor 2º passo identificar o ponto de equilíbrio em faturamento Para isso basta multiplicar a quantidade obtida no ponto de equilíbrio neste caso 30 000 unidades pelo preço de venda que resultará em um valor de faturamento que fará com que o resultado seja igual a zero o que pode ser confirmado matematicamente pelo Quadro 15 a seguir PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS a Receita bruta R 39000000 b Gastos variáveis 700 x 30000 R 21000000 c Gastos fixos R 18000000 d Resultado zero Quadro 15 Demonstração do Ponto de Equilíbrio Contábil em receita bruta da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor UNIDADE 3 112 A interpretação dessa situação por meio do gráfico do ponto de equilíbrio descrito anteriormente permite efetuar a simulação conforme a Figura 17 a se guir Destaque para o eixo Y do gráfico no qual estão representados os valores financeiros e para o eixo X em que estão representadas as quantidades 4 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro GF R 180000 Receitas R 39000000 PEC PEC 30000 unidades Figura 17 Ponto de equilíbrio contábil da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor A seguir será feita uma demonstração do ponto de equilíbrio financeiro utilizan do as mesmas informações da empresa Delícia de Compotas Ltda Ponto de Equilíbrio Financeiro Ao utilizar as informações da empresa Delícia de Compotas Ltda e adicionar o dado de que o valor de R12 000 00 se encontra inserido nos gastos fixos referentes à depreciação tentaremos agora identificar qual é a quantidade e em seguida qual é o valor do faturamento que permite que a empresa chegue a um fluxo de caixa igual a zero De acordo com Castro 2014 é importante perceber que neste momento não tratamos do resultado Quando se fala neste a depreciação não pode ser desconsiderada e automaticamente falamos do ponto de equilíbrio contábil O ponto de equilíbrio financeiro nada mais é do que uma pequena variação do ponto de equilíbrio contábil no qual simplesmente são subtraídas as depre ciações dos gastos fixos Pode ser representado pela seguinte equação Ponto de Equilíbrio Contábil Gastos fixos do período Gastos com depreciação do mesmo período Margem de contribuição unitária Utilizando as informações da empresa Delícia de Compotas Ltda e a informação de que temos R1200000 de depreciações nos gastos fixos o cálculo ficaria da seguinte forma Ponto de Equilíbrio Contábil R 18000000 R 1200000 R 600 28000 unidades Por meio do Quadro 16 a seguir é possível verificar que o resultado do mês agora representa um prejuízo de R1200000 exatamente o valor das depreciações ou seja dos gastos que não serão pagos a fornecedores É por isso que se fala em fluxo de caixa e não em resultado quando o ponto de equilíbrio financeiro é trabalhado PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS R a Preço de venda de cada unidade vendida 1300 b Gastos variáveis b1 Custos variáveis por unidade 500 b2 Despesas variáveis por unidade 200 c Margem de contribuição unitária 600 d Quantidade produzida e vendida 28000 unidades e Margem de contribuição total por produto c x d 16800000 f Margem de contribuição global da empresa no mês 16800000 g Gastos fixos do mês 18000000 h Resultado 1200000 Quadro 16 Demonstração do ponto de equilíbrio financeiro da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor UNIDADE 3 114 Era esperado que o ponto de equilíbrio financeiro resultaria em prejuízo pois como visto anteriormente o ponto de equilíbrio contábil em que o resultado é igual a zero corresponde a 30 000 00 unidades logo uma quantidade menor neste caso 28 000 unidades resultaria em prejuízo o que foi comprovado por meio do Quadro 16 Tendo em vista que entre os gastos fixos o valor de R 12 000 00 corresponde à depreciação do mês a receita bruta fará com que o saldo de caixa seja igual a zero O passo seguinte é estabelecer em receitas brutas de forma com que o saldo de caixa seja igual a zero Conforme efetuado no ponto de equilíbrio contábil basta multiplicar o valor de venda de cada unidade do produto os R 13 00 pela quantidade obtida no ponto de equilíbrio pretendido neste caso o financeiro R x unidades R 13 00 28 000 364 000 00 Com esse faturamento ou seja essa geração de receita o resultado será de R 12 000 00 o qual pode ser comprovado pelo Quadro 17 a seguir PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS R a Receita Bruta 36400000 b Gastos Variáveis 700 x 28000 19600000 c Gastos Fixos 18000000 d Resultado R 1200000 Quadro 17 Demonstração do ponto de equilíbrio financeiro em receita bruta da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor O ponto de equilíbrio financeiro também pode ser visualizado por meio do grá fico inclusive em conjunto com o ponto de equilíbrio contábil conforme pode ser observado na Figura 18 a seguir 1 R Financeiro 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos 4 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas PEF Receitas R 36400000 GF R 180000 PEF 28000 unidades PEC 30000 unidades Figura 18 Ponto de equilíbrio financeiro da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor Ponto de Equilíbrio Econômico Ainda com base nas informações da empresa Delícia de Compotas Ltda consideraremos neste momento que os empreendedores desejam ter lucro de R 3000000 O primeiro passo será determinar os volumes de produção e de venda necessários para que esse lucro se realize 1º passo para obter o ponto de equilíbrio econômico basta adicionar o valor correspondente à meta de lucro com os gastos fixos Ponto de Equilíbrio Contábil Gastos fixos do período meta de lucro ou retorno sobre o investimento desejado Margem de contribuição unitária UNIDADE 3 116 Nessa situação o cálculo ficaria da seguinte forma Ponto de Equil rio Econ ico R 18000000 R 3000000 R 600 35000 unidades í ô Por meio do Quadro 18 é possível perceber que o resultado com a produção e a venda de um volume de 35000 unidades é R 30 000 00 exatamente o valor do lucro desejado PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS R a Preço de venda de cada unidade vendida 1300 b Gastos variáveis b1 Custos variáveis por unidade 500 b2 Despesas variáveis por unidade 200 c Margem de contribuição unitária 600 d Quantidade produzida e vendida 35000 unid e Margem de contribuição total por produto c x d 21000000 f Margem de contribuição global da empresa no mês 21000000 g Gastos fixos do mês 18000000 h Resultado 3000000 Quadro 18 Demonstração do ponto de econômico financeiro da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor 2º passo estabelecer o valor das receitas brutas que corresponderiam a um lucro de R 30 000 00 Para isso apenas se multiplica o preço de venda pela quantidade calculada no primeiro passo R x unidades R 13 00 35 000 455 000 00 Com esse faturamento ou seja essa geração de receita o resultado será de que pode ser comprovado pelo Quadro 19 a seguir UNICESUMAR 117 PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS R a Receita Bruta 45500000 b Gastos Variáveis R 700 x 28000 24500000 c Gastos Fixos 18000000 d Resultado 3000000 Quadro 19 Demonstração do ponto de equilíbrio econômico em receita bruta da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor O ponto de equilíbrio financeiro também pode ser observado graficamente in clusive em relação aos pontos de equilíbrio contábil e financeiro conforme pode ser observado no Figura 19 a seguir 4 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro GF R 180000 Receitas R 45500000 PEE PEF 28000 unidades PEC 30000 unidades PEE 35000 unidades Figura 19 Ponto de equilíbrio econômico da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor UNIDADE 3 118 Por meio da Figura 19 ficam evidentes os volumes necessários de produção e de venda dos três pontos de equilíbrio abordados A análise do ponto de equilíbrio e a análise custovolumelucro se baseiam em determina das condições que raramente são encontradas na prática Exemplo o preço de venda não muda à medida que o volume é alterado Fique atento às mudanças de cenário pensando juntos 3 GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL Se as vendas aumentarem 10 quanto aumentará o resultado Parece que a res posta mais sensata seria o resultado também aumentará 10 No entanto está equivocada O resultado sempre terá uma variação proporcionalmente muito maior do que a variação do volume de vendas Nessa perspectiva o termo alavancagem conforme Perez Junior Oliveira e Costa 2012 p 210 faz sentido alavanca é uma ferramenta que multiplica a forca empregada numa das extremidades pro vocando uma força maior na outra Castro 2019 explica essa fragilidade argu UNICESUMAR 119 mentando que os gastos das organizações são categorizados em fixos e em variáveis Quando o volume de atividades da empresa sofre alterações o resultado não reage na mesma proporção Os gastos variáveis reagem à variação do nível de atividade enquanto os gastos fixos não Primeiramente observe as informações contidas no Quadro 20 a seguir no qual algumas informações são apresentadas PERÍODO DE ANÁLISE VENDAS NO MÊS R GASTOS VARIÁVEIS NO MÊS R MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO GLOBAL R GASTOS FIXOS R RESULTADO R 1 10000000 4000000 6000000 4000000 2000000 2 12000000 4800000 7200000 4000000 3200000 Variação 1 2 20 20 60 Quadro 20 Grau de alavancagem operacional Fonte o autor Como se mede o grau de alavancagem operacional Grau de alavancagem operacional ção global Resultado Logo Grau de alavancagem operacional R 6000000 R 2000000 3 Isso significa afirmar que para cada ponto percentual de variação no volume de vendas a partir do primeiro período o resultado das empresas aumentará três vezes esse percentual Assim se o empreendimento aumentar suas vendas em 50 o aumento no lucro será de 150 50 3 x UNIDADE 3 120 Verifique se essas informações se comprovam matematicamente no resultado por meio do Quadro 21 a seguir PERÍODO DE ANÁLISE VENDAS NO MÊS R GASTOS VARIÁVEIS NO MÊS R MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO GLOBAL R GASTOS FIXOS R RESULTADO R 1 10000000 4000000 6000000 4000000 2000000 3 15000000 6000000 9000000 4000000 5000000 Variação 1 3 50 50 150 Quadro 21 Grau de alavancagem operacional verificação do índice Fonte o autor No entanto Perez Junior Oliveira e Costa 2012 p 211 alertam que esses con ceitos são válidos em determinados intervalos de volumes de produção em que os gastos fixos são mantidos fixos no total enquanto os gastos variáveis são mantidos fixos por unidade UNICESUMAR 121 1 Com o custeio variável surge a possibilidade de utilização da margem de contribuição Dessa forma é possível verificar a partir do momento que um produto e uma previsão de venda existem saber o quanto esse produto contribui para amortizar os gastos que independem de sua existência A margem de contribuição pode ser efetuada de forma segregada por exemplo levando em consideração apenas uma unidade margem de contribuição unitária de todo volume produzido e vendido do mesmo tipo ou modelo de produto margem de contribuição total do produto e ainda de outras formas glo bal por filial divisão de negócios ou até por gerente de vendas 2 Com a segregação dos gastos entre fixos e variáveis e a utilização da margem de contri buição o chamado ponto de equilíbrio do empreendimento pode ser obtido O ponto de equilíbrio conhecido também como ponto de equilíbrio contábil possibilita identifi car qual o nível de atividade necessário para que o empreendimento não tenha prejuí zo em quantidade de produtos ou em receitas geradas A partir desse ponto é possível fazer algumas adaptações Por exemplo considerando os recursos que não saem do caixa ou seja excluindo as depreciações temos o ponto de equilíbrio financeiro Par tindo do ponto de equilíbrio contábil para adicionar a meta de lucro ou a também chamada remuneração do capital investido basta adicionar o valor estabelecido aos gastos fixos e o então ponto de equilíbrio econômico pode ser experimentado 3 Levando em consideração que a maioria dos empreendimentos não atua apenas com um único produto com características idênticas foi levado em consideração o ponto de equilíbrio multiprodutos que atua com o mix de produtos produzidos e vendidos No entanto o conhecimento da parcela de participação no volume de cada produto precisa ser conhecido Nesse sentido há uma reflexão sobre as limitações no seu uso bem como nos pontos de equilíbrio contábil financeiro e econômico 4 Foi apresentado ainda o grau de alavancagem operacional que demonstra como a proporcionalidade entre os gastos fixos e variáveis pode influenciar na proporção da alteração entre o faturamento e o resultado obtido De forma geral uma variação no percentual da geração de receitas faz com que o resultado seja impactado em per centuais bem maiores Isso dependerá de quanto o gasto fixo participa do composto dos gastos fixos e variáveis Quanto menor a participação dos gastos fixos menor será a alavancagem quadroresumo 122 na prática 1 A Indústria de Bateria Automotivas Energia Pura Ltda produz baterias automotivas para implementos agrícolas e para equipamentos de escavação Os dados contábeis do mês anterior foram os seguintes referentes à sua filial do Texas que produz a Bateria Modelo Energy Power Preço de venda unitário R 650 00 Despesas variáveis unitárias R 75 00 Custos variáveis unitários R 285 00 Despesas fixas do mês R 180 000 00 Custos fixos do mês R 160 000 00 Quantidade produzida e vendida 2 000 Com base nas informações disponibilizadas calcule a margem de contribuição uni tária e assinale o valor correspondente a R 290 00 b R 575 00 c R 360 00 d R 210 00 e R 365 00 2 Com base nas informações disponibilizadas calcule o ponto de equilíbrio contábil em quantidade e assinale o valor correspondente a 591 unidades b 944 unidades c 1 619 unidades d 932 unidades e 1 172 unidades 3 É acrescentado no valor das despesas fixas o seguinte valor correspondente à depreciação R 1500000 Com base nas informações disponibilizadas calcule o ponto de equilíbrio financeiro e assinale o valor correspondente a 565 unidades b 1121 unidades c 903 unidades d 1548 unidades e 890 unidades 4 Os empreendedores estabeleceram uma meta de lucro mensal no valor de R 5000000 Com base nas informações disponibilizadas calcule o ponto de equilíbrio econômico e assinale o valor correspondente a 678 unidades b 1345 unidades c 1083 unidades d 1857 unidades e 1068 unidades 5 Com base nas informações disponibilizadas calcule o resultado do último mês e assinale o valor correspondente a R 130000000 b R 58000000 c R 72000000 d R 34000000 e R 24000000 124 aprimorese PRECIFICAÇÃO EM SERVIÇOS As empresas de serviços devem entender como funciona a precificação mas pri meiro devem entender como os clientes percebem os preços e suas mudanças ZEI THAML BITNER 2003 Tendo essa afirmação como base analisamos também o que Urdan e Urdan 2006 nos apresentam ao dizerem que a maioria dos consumidores compreende preço como a quantidade em dinheiro que pagam na compra de um bem ou ser viço Porém os autores focam a percepção do preço para o marketing que está relacionada aos benefícios percebidos pelo cliente ou seja o valor Neste momento o nosso objetivo será o de analisar a influência do preço nos serviços tendo como base o marketing Hoffman e Batson 2003 afirmam que há uma inexistência de pesquisas e conhecimentos para a determinação de preços de serviços Somente há pouco tempo os profissionais de marketing demonstraram a preocupação na determinação dos preços A definição de preços em serviços tem como base os mesmos fatores que são avaliados quando se define o preço de um bem ou produto porém a diferença está no conteúdo desses fatores O preço se torna um elemento fundamental na escolha do consumidor pois em sua maioria está relacionado à qualidade do serviço pres tado ZEITHAML E BITNER 2003 Encontramos situações nas quais o consumidor utilizase de outras percepções e sinais para analisar a qualidade dos serviços uma delas é a marca da empresa E quan do a marca não é conhecida no mercado e o consumidor não conhece sua reputação acaba se apoiando no preço para análise da qualidade do serviço O risco na compra de um serviço também se relaciona à ideia de que preço é sinônimo de qualidade Os custos analisados pelo cliente de serviços envolvem mais que o preço mo netário pago por ele Também são analisados fatores como tempo energia e o psi cológico que se relaciona ao tempo e às dificuldades que o cliente enfrenta para adquirir o serviço Hoffman e Bateson 2003 dizem que o valor total do cliente inclui o valor do serviço o valor pessoal e o valor da imagem 125 aprimorese Os autores explicam que o valor do serviço está associado ao valor atribuído ao serviço pelo cliente Já o valor pessoal relacionase aos prestadores pessoas que executam o serviço e o valor da imagem referese à percepção que o cliente tem do serviço ou prestador O que acontece no caso dos serviços é uma análise do custo X benefício pelo cliente Fonte Francisco 2018 p 52 126 eu recomendo Gestão Estratégica de Custos Autor José Hernandez Perez Júnior Luis Martins de Oliveira e Ro gério Guedes Costa Editora Atlas Sinopse esse título contribui para o entendimento das funções e das responsabilidades da controladoria na gestão estratégica de custos nos modernos ambientes produtivos e administrativos das empresas de classe mundial O livro aborda o estudo das práticas tradicio nais para a apuração e para o controle dos custos apresentando os aspectos conceituais e as metodologias para a departamentalização o custeio direto e por absorção a contabilização dos gastos com materiais a mão de obra e os demais custos preocupandose entre outros assuntos com o tratamento dos impostos na aquisição dos materiais utilizados nos processos produtivos e a contabilização da folha de pagamento livro anotações 4 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ASPECTOS FINANCEIROS econômicos estratégicos e de marketing PROFESSOR Me Silvio César Castro PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Compreensão de valor no con texto social Formação de preços com base em custos e em despesas Microeconomia e precificação Aspectos mercadológicos e estratégicos na precificação previsão de vendas OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Assimilar o significado de valor nas relações sociais Determinar os preços de venda com base nos custos e nas despesas fixas e variáveis Identificar aspectos relacionados à estrutura e ao momento econômi co que influenciam na precificação de produtos e de serviços Perceber os aspectos na formação de preços que levam em consideração aspectos mercadológicos e estratégicos Unicesumar UNIDADE 4 130 1 COMPREENSÃO DE VALOR no contexto social Histórica e predominantemente abandonada pelo homem apesar de ainda ocorrer em pequenas sociedades que vivem em áreas remotas a prática de escambo deu lugar ao dinheiro como atribuição de valor nas relações comerciais e de serviços De acordo com Urdan e Urdan 2013 em um conceito mercadológico o valor percebido pelos consumidores corresponde a quanto de recursos estão dispos tos a transferir em uma transação comercial para adquirir produtos ou serviços Nesse sentido os mesmos autores afirmam que existem alguns componentes que estabelecerão o valor de troca conforme pode ser observado na Figura 1 a seguir Sacrifício de tempo Sacrifício de energia Sacrifício psicológico Preço monetário objetivo Preço não monetário percebido Preço monetário percebido Preço percebido total Figura 1 Componentes do preço na concepção do marketing Fonte Urdan e Urdan 2013 p 319 UNICESUMAR 131 É possível notar que há elementos de preços monetários e não monetários De acordo com Urdan e Urdan 2013 p 318 o componente monetário e a concep ção usual do consumidor mas que vai alem do preço pago pelo produto e acres centa os custos monetários de operação manutenção e depreciação do produto O componente não monetário por sua vez corresponde aos custos de tempo energia e psicológico para adquirir e usar o produto entre outros Um melhor entendimento a respeito de cada um desses aspectos e abordado no Quadro 1 a seguir RELAÇÃO DESCRIÇÃO Monetária Referese a quantidade de dinheiro que os clientes devem pagar para receber produtos e serviços Inclui preços do produto ou do serviço taxas de transporte e de instalação pagamentos por consertos e juros pagos por compras a crédito Os custos mone tários também incluem os riscos de perda financeira por falha ou mau desempenho do produto Os compradores organizacionais muitas vezes consideram os custos monetários como critério primário de decisão De tempo O tempo é valioso para a maioria das pessoas O período gasto comprando produtos e se necessário esperando que eles sejam alterados ou consertados poderia ser usado para atividades mais agradáveis ou lucrativas A espera numa longa fila para passar pelo caixa pode ser considerada perda de tempo assim como aguar dar a entrega de uma pizza pode ser desagradável se os clientes estiverem famintos Psicológica Envolve a energia mental e a tensão incorridas na realização de compras importantes e na aceitação dos riscos de que os pro dutos e os serviços possam não ter o desempenho esperado A compra de produtos complexos ou caros pode envolver investi gação e avaliação de muitas informações além de preocupação quanto as escolhas corretas A espera de um ônibus ou de um táxi para fazer compras também pode ser frustrante Para alguns clientes esses esforços são psicologicamente desgastantes em bora para outros tomar decisões de compra seja empolgante Os revendedores de carros que oferecem vendas sem pechinchas agradam a clientes que desejam baixar seus custos psicológicos Ressaltase também que os compradores organizacionais podem ficar sob grande pressão para comprar os produtos certos pelos preços certos UNIDADE 4 132 RELAÇÃO DESCRIÇÃO Comportamental A compra de produtos e de serviços geralmente requer algum nível de atividade física Os custos dessas atividades são maiores se os clientes tiverem de deslocarse por longo caminho para ir a shopping centers estacionar em lugares afastados caminhar por muitos corredores a procura de produtos e ficar em pé por longos períodos esperando para pagar pelas compras Os com pradores organizacionais que precisam viajar pelo mundo para inspecionar várias fábricas e produtos podem despender uma energia considerável apenas entrando e saindo de aeroportos Evidente que a energia física usada nas compras nem sempre é um custo uma vez que alguns clientes gostam de caminhar em shoppings ou em lojas e fazem isso por prazer ou até mesmo para exercitarse Quadro 1 Aspectos inerentes à precificação Fonte adaptado de Churchill e Peter 2012 p 1819 Por meio do exposto no Quadro 1 podese perceber que não e apenas o custo mo netário que faz com que um consumidor faça a aquisição de um produto ou de um serviço Quem nunca comprou um produto em um estabelecimento sabendo que o custo financeiro era maior do que em outro mas o fez sabendo que economizaria tempo ou teria estacionamento ar condicionado atendimento especializado entre outros Nesse sentido Churchill e Peter 2012 p 19 afirmam que Os profissionais de marketing podem aumentar o valor para os clientes trabalhando em um no outro ou em ambos os lados da equação de valor Como há vários benefícios e custos diferentes existem muitas combinações de estrategias para criar um valor su perior para o cliente Na mesma perspectiva Urdan e Urdan 2013 p 319 apontam Compramos um produto quando percebemos que o preço total preço monetário mais o preço não monetário e compatível com os benefícios gerados Quando o preço aumenta ou diminui e a empresa não modifica o total de benefícios o apelo para o cliente adquirir o produto e reduzido ou ampliado UNICESUMAR 133 O valor não e intrínseco à materialidade de um objeto mas se conecta inesperada mente ao conceito de significado Mesmo os produtos em que o valor consiste na satisfação de necessidades inatas devem ser compreendidos pelos usuários como atendimento à tal necessidade e legitimados como meio para a satisfação Apesar da dependência geral do significado e possível distinguir as diferentes formas pelas quais os bens podem tornarse economicamente valiosos para o comprador Entre tais elementos Beckert e Aspers 2011 apresentam três descrições as quais consi dero especialmente esclarecedoras para entender as fontes de valor a A distinção entre valor de uso e valor de investimento o valor de uso referese ao que e obtido das qualidades de um bem por meio de seu uso Comprar um refrigerante no jogo de futebol um machado para cortar lenha ou um carro para transporte são todas decisões de compra em que o valor dos objetos e baseado na satisfação decorrente de seu uso O valor de investimento de um bem em contraste deriva da expectativa de um ganho monetário a ser realizado investimentos em mercados financei ros são um exemplo disso Ativos financeiros podem ganhar em valor mas tambem fornecem fluxo de receita por meio de juros ou de dividendos Alem disso os ativos financeiros líquidos incluindo o dinheiro for necem receitas implícitas na forma do que Keynes chamou de prêmio de liquidez As compras de bens de capital e a contratação de trabalhadores se baseiam na expectativa de obter lucro Comprar um carro e utilizálo como táxi para fazer lucro e uma decisão baseada em seu valor de inves timento Comprálo para viagens de lazer aos finais de semana se baseia em seu valor de uso A distinção entre valor de uso e valor de investimento e analítica por que em muitos casos ambas as dimensões se sobrepõem A compra de uma casa e baseada em seu valor de uso no fornecimento de abrigo mas tambem e um investimento se o comprador especular que a casa terá seu valor aumentado Compras de obras de arte são caracterizadas por uma mistura semelhante de valor de uso e valor de investimento Os objetos que parecem ter seu valor primário em sua dimensão de investimento por sua vez tambem não são totalmente separados do valor de uso da forma A criação de um site de produção pode fornecer satisfação instrucional e garantir status social ao proprietário O valor de investimento e o valor de uso tambem podem ser conectados por meio de uma cadeia de meios e de fins que se prolonga Os lucros do investimento podem embora UNIDADE 4 134 não necessariamente ser destinados a fins de consumo Uma pessoa que compra ações pode fazêlo porque quer utilizar os lucros esperados para comprar um carro esportivo Distinguir uso e investimento portanto não tem nada a ver com as qualidades inerentes dos itens e puramente uma questão e do fluxo econômico de significado no qual está embutido b A distinção entre valor individualista e valor relacional o valor in dividualista se refere à satisfação do desejo do comprador independen temente de quaisquer efeitos de interação social associados à compra Uma pessoa que compra um bolo para um lanche da tarde ou um bu quê de flores para sua casa pode fazêlo independentemente de qualquer orientação a terceiros Valor individualista não significa que o desejo por bolo ou por buquê de flores não seja socialmente moldado A compra no entanto pode ser feita de forma independente ou relacionada a terceiros Por outro lado comprar o mesmo bolo para uma reunião social ou dar o buquê de flores como presente e um exemplo das fontes relacionais de valor O valor da relação e baseado no que outras pessoas pensam ou são percebidas como pensam sobre o comprador do bem com base no que foi comprado O adolescente que compra um par de tênis caros para evitar sofrer bullying por seus colegas e tão relacional quanto o pai que substitui seu carro para não ficar para trás em status entre seus amigos John Maynard Keynes nasceu em junho de 1883 e faleceu em abril de 1946 Foi um econo mista britânico cujas ideias mudaram fundamentalmente a teoria e a prática da macroe conomia bem como as políticas econômicas instituídas pelos governos Ele fundamentou suas ideias em trabalhos anteriores que analisavam as causas dos ciclos econômicos re finandoas e tornandose amplamente reconhecido como um dos economistas mais in fluentes do século XX além de ser considerado o fundador da macroeconomia moderna Fonte Wikipédia 2019 online¹ explorando Ideias Novamente essa e uma distinção analítica pois o mesmo bem pode ter valor individualista e relacional ao mesmo tempo dependendo do fluxo de significado no processo de troca UNICESUMAR 135 c A distinção entre valor funcional e simbólico o valor funcional se refere a um bem comprado em função de possibilitar ao seu dono usálo para alterar um estado do mundo baseado no seu efeito físico O valor simbólico ao contrário referese ao significado que um bem tem para seu proprietário e seu ambiente social que se estende alem dos efeitos físicos do bem Este valor e apenas um valor funcional de forma analiticamente independente porque muitas vezes ambos se juntam no mesmo objeto A casa não só fornece abrigo seu efeito físico mas tambem pode ser um símbolo de status sinalizando a posição social do proprietário em seu meio social O valor simbólico tem sido central na pesquisa sociológica Baseiase em significados compartilhados intersubjetivamente O que um objeto representa simbolicamente e estabelecido na comunidade e emerge nas práticas sociais Alguns bens não apenas posicionam seus proprietários no espaço social por meio de sua significação simbólica mas tambem são representações de ideais e de valores adotados que podem ser imaginaria mente adequados à precificação de bens Os deuses podem servir como pontes para o transcendental há exemplos desse potencial de transcen dência em bens de consumo bem como em investimentos financeiros e em atividades empreendedoras Entre tais elementos e possível entender quando um produto ou um serviço que oferece mais benefícios alem do próprio produto como atendimento especializado instalações confortáveis tempo de atendi mento estacionamento linguagem status representação social utilidade geração de recursos entre outros pode ter seu preço maior do que em estabelecimentos que não ofertam tais vantagens O contrário tambem e válido ou seja quanto menores os benefícios percebidos menor deverá ser o preço do produto para atrair compradores O objetivo desse tópico foi esclarecer que não e apenas o custo de produção e de venda que pode ser utilizado como parâmetro de precificação Há ainda outros que serão abordados mais adiante A próxima etapa e aprender o primeiro passo precificar com base nos custos e nas despesas UNIDADE 4 136 2 FORMAÇÃO DE PREÇOS COM BASE EM custos e em despesas O preço de venda independentemente de outros aspectos como aqueles abor dados no tópico anterior precisa para que o negócio seja sustentável cobrir os gastos relativos à produção dos produtos e dos serviços os impostos e tambem gerar margem margem de contribuição suficiente para cobrir os gastos que independem da produção os gastos fixos Esses aspectos foram amplamen te explorados na Unidade 3 desta obra Nesse sentido o objetivo no primeiro momento desta unidade e explorar um conceito extensivamente utilizado na formação de preços pelo menos na primeira etapa o mark up Nesse sentido serão abordados os conceitos e apresentados alguns exemplos para que estes sejam melhor assimilados Mark Up O termo mark up significa simplesmente marcar para cima Sua aplicação pode ocorrer tanto multiplicando quanto dividindo os custos de produção e adicio nando uma margem Nesse momento e preciso deixar claro se e uma margem de lucro ou uma margem de contribuição UNICESUMAR 137 Margem de lucro ou margem de contribuição Erroneamente existem autores que consideram margem de lucro mas o correto seria margem de contribuição Para ser chamada de margem de lucro devem ser adicionados tambem os gastos fixos e na prática estes não podem ser represen tados como percentual do preço de venda ate mesmo pelo fato de representarem um montante de todo um período Conforme apresentado há pouco na aplicação do mark up pode ocorrer tanto multiplicando quanto dividindo assim precisa ser em percentual ou em forma decimal Basta observar o exemplo a seguir no Quadro 2 para verificar que na prática não há forma de atuar percentualmente com os gastos fixos DESCRIÇÃO VALOR Preço de venda unitário R 60000 10000 Despesas variáveis unitárias R 7500 1250 Custos variáveis unitários R 28500 4750 Margem de contribuição R 24000 4000 Despesas fixas do mês R 12000000 2000000 Custos fixos do mês R 9000000 1500000 Quadro 2 Inconsistência percentual dos gastos fixos Fonte o autor Perceba que a soma da margem de contribuição dos custos e das despesas variá veis resulta em 100 e possui o mesmo padrão de medida unitário Já os gastos fixos são mensais logo não possuem a mesma unidade Entre tais elementos atuaremos com o conceito de mark up atrelado ao conceito da margem de contribuição Depois identificaremos pelo ponto de equilíbrio se a composição custos preço de venda volume produzido e vendido concede ao produto ou ao serviço a geração de lucro UNIDADE 4 138 Mark Up multiplicador O mark up multiplicador gerará por meio da composição percentual dos custos variáveis e da margem de contribuição desejada um índice que será aplicado aos custos e resultará no preço de venda do produto ou do serviço De acordo com Yanase 2018 p 100 mark up multiplicador como a própria denominação tratase de um índice que apurado e multiplicado ao custo chegará ao preço de venda Pode ser calculado da seguinte forma Mark IP CM MC Up multiplicador 1 1 No qual IP impostos CM comissı es sobre as vendas MC margem de ccont ção desejada Importante Quando utilizamos fórmulas trabalhamos com números decimais ou o tambem chamado número índice Ou seja os impostos as comissões sobre as vendas e a margem de contribuição são representados em percentual por exemplo para comissões sobre as vendas de 10 na fórmula será utilizado 010 Outro exemplo em uma margem de contribuição desejada de 60 na fórmula será utilizado 0 60 Veja agora com base em alguns dados aleatórios do Quadro 3 a seguir Custos variáveis de produção R 9063 Impostos 625 Comissões sobre as vendas 10 Mark up desejado 60 Quadro 3 Exemplo mark up multiplicador Fonte o autor Mark Up multiplicador 1 1 00625 010 060 Mark Up multiplicador 421 O preço de venda será obtido então pela multiplicação do montante dos custos variáveis do produto ou do serviço por esse índice calculado Mark Up multiplicador 421 x R 9063 R 38160 Pode ainda incorporar o custo variável do produto ou do serviço na fórmula ficando assim Mark Up multiplicador 1 1 IP CM MC x CV No qual IP impostos CM comissões sobre as vendas MC margem de contribuição desejada CV custos variáveis Mark Up multiplicador 1 1 00625 010 060 x R 9063 R 38160 Mark Up divisor O mark up divisor com os mesmos dados chega ao mesmo resultado que foi obtido no mark up multiplicador Tratase da precificação de um produto ou de um serviço efetuando a divisão de custos variáveis por um índice que utilizado na divisão pode ser obtido da seguinte forma Mark Up divisor CV 1 IP CM MC No qual IP impostos CM comissões sobre as vendas MC margem de contribuição desejada CV custos variáveis Utilizando os mesmos dados do quadro anterior o qual reproduzimos no Quadro 4 a seguir podese perceber que chegaremos ao mesmo valor Custos variáveis de produção R 9063 Impostos 625 Comissões sobre as vendas 10 Mark up desejado 60 Quadro 4 Exemplo de mark up divisor Fonte o autor Mark Up divisor R 9063 1 00625 010 060 R 38160 Independentemente do método que escolher mark up multiplicador ou divisor o resultado será o mesmo Reflexões sobre o uso do Mark Up Prezado a aluno a é importante lembrar que a margem desejada não sucede obrigatoriamente em lucro e nem sempre é aceita pelo mercado o que acaba não resultando no volume de vendas esperado Por isso a análise deve ser efetuada sempre em conjunto com a metodologia do custo x volume x lucro que analisa não somente o valor de venda individual dos produtos e dos serviços mas também os gastos fixos e a capacidade de produção do empreendimento UNICESUMAR 141 Cenário A Para que você tenha melhor entendimento desses aspectos serão utilizados os mesmos dados dos Quadros 3 e 4 e adicionadas mais algumas variáveis que fazem parte do contexto empresarial Isso lhe permitirá ter uma visão mais am pla da precificação com base nos gastos do empreendimento No exemplo será descrito um empreendimento que fabrica e vende camisas por ecommerce No Quadro 5 a seguir estão alguns dados complementares do empreendimento GASTOS FIXOS CLASSIFICAÇÃO SERVIÇO VALOR Custo Honorários contábeis R 150000 Despesa Ecommerce R 150000 Custo Modelista R 300000 Despesa Prólabore R 700000 Custo Energia fábrica R 140000 Despesa Energia administração R 60000 Custo Depreciação fábrica R 70000 Despesa Depreciação administra ção R 30000 Total R 1600000 Quadro 5 Quadro de dados complementares de uma indústria de camisa Fonte o autor Tendo em vista que a empresa e pequena e atua com produtos na linha Premium ela tem capacidade para fabricar e para vender 100 camisas por mês Com essa estrutura primeiramente será verificado qual e o ponto de equilíbrio con tábil que será confrontado com a capacidade de produção Com o preço de venda de R 381 60 valor dos custos variáveis e os per centuais dos impostos e das comissões sobre vendas há o seguinte valor da margem de contribuição que corresponde a 60 do preço de venda conforme estabelecido por meio do cálculo do mark up UNIDADE 4 142 Preço de venda R 38160 Gastos Variáveis R 15264 Custos variáveis R 9063 Impostos R 2385 Comissões R 3816 Margem de contribuição R 22896 Quadro 6 Cálculo da margem do valor da margem de contribuição cenário A Fonte o autor Com base nesses dados e possível gerar as seguintes informações Ponto de equilíbrio contábil em unidades 6988 Ponto de equilíbrio contábil em vendas 2666667 Capacidade de produção mensal 100 PE utiliza da capacidade de produção 6988 da estrutura de produção capaz de gerar lucro 3012 Quadro 7 Ponto de equilíbrio e capacidade de produção cenário A Fonte o autor De acordo com essas informações admitese gerar a representação gráfica desse cenário Ponto de equilíbrio contábil 7000000 6000000 5000000 4000000 3000000 2000000 1000000 Rec acumul Gastos totais Gastos fixos 70 unid Capacidade de produção Ponto de equilíbrio 1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76 81 86 91 96 101 106 111 116 121 126 131 136 141 146 151 Figura 2 Ponto de equilíbrio contábil cenário A Fonte o autor Observações com a informação gerada no cenário A a O mark up de 60 permite que o empreendimento obtenha seu ponto de equilíbrio com 70 da capacidade produtiva b Tendo em vista que 70 da capacidade produtiva é consumida para atingir o ponto de equilíbrio a capacidade de lucratividade se limita a 30 da produção Basta diminuir da capacidade máxima de produção da quantidade do ponto de equilíbrio 100 70 30 unidades e multiplicar pela margem de contribuição unitária Isso representa aproximadamente R 690000 c O ponto de equilíbrio pode ser obtido com um faturamento de aproximadamente R 2666000 Cenário B Serão utilizados agora os mesmos dados do Cenário A mas considerando um momento em que por questões concorrenciais de oferta e demanda entre outras o empreendimento tenha dificuldade em efetuar a venda das camisas com o preço relacionado e um mark up de 60 e tenha que reduzilo para 50 para que ocorra maior volume de vendas Diante disso observe como a estrutura econômica de produção é afetada Preço de venda R 26854 Gastos variáveis R 13427 Custos variáveis R 9063 Impostos R 1678 Comissões R 2685 Margem de contribuição R 13427 Quadro 8 Cálculo da margem do valor da margem de contribuição cenário B Fonte o autor UNIDADE 4 144 Com base nesses dados e possível gerar as seguintes informações Ponto de equilíbrio contábil em unidades 11917 Ponto de equilíbrio contábil em vendas 3200000 Capacidade de produção mensal 100 PE utiliza da capacidade de produção 11917 da estrutura de produção capaz de gerar lucro 1917 A capacidade de produção pode gerar um lucro máximo de 257324 Quadro 9 Ponto de equilíbrio e capacidade de produção cenário B Fonte o autor De acordo com essas informações admitese gerar a representação gráfica desse cenário Ponto de equilíbrio contábil 4500000 4000000 3500000 3000000 2500000 2000000 1500000 1000000 500000 Rec acumul Gastos totais Gastos fixos 120 unid Capacidade de produção Ponto de equilíbrio 1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76 81 86 91 96 101 106 111 116 121 126 131 136 141 146 151 Gráfico 1 Ponto de equilíbrio contábil cenário B Fonte o autor Observações com a informação gerada no cenário B a O mark up de 50 aliado à capacidade de produção e ao montante dos gastos fixos não permite que o empreendimento tenha lucro b A capacidade de produção e de 100 unidades ao mês e o ponto de equi líbrio contábil e de 120 unidades UNICESUMAR 145 c Nas condições atuais e melhor parar de produzir Não Os gastos fixos atuais são da ordem de R 16 000 00 Se não houver produção e venda esse será o prejuízo mensal no mínimo Com 50 de mark up será de 2 570 00 Logo o que o empreendedor precisa e equilibrar preço cus to e gastos fixos alem da capacidade de produção para gerar resultado positivo Um produto certamente não deve ser produzido quando sua margem de contribuição for negativa ou próxima a zero Com esses dois cenários foi possível perceber que o mark up não e o único fator responsável pela geração de resultado dos empreendimentos Alem do tratado no primeiro tópico e de outros que serão abordados ainda neste capítulo podese perceber que há um conjunto de fatores financeiros econômicos entre outros que influenciam a precificação de um produto ou de um serviço Precificar baseado em perspectivas isoladas pode ser um erro e não levar os negócios à melhor eficiência Considerações sobre tributos Infelizmente no Brasil o sistema tributário e tão intrincado que raramente ob servamos literaturas sobre negócios custos e finanças se arriscarem a tratar de assuntos relacionados a impostos taxas e tributos Geralmente há serviços espe cializados em forma de portais de serviços que atuam especificamente com essas questões e legislação a níveis nacional estadual e municipal que se diferenciam ainda em relação às atividades desenvolvidas pelas empresas ao faturamento entre outros Logo o que se recomenda e que cada empreendimento consulte um contabilista especializado nessas questões O objetivo deste livro não e tratar com profundidade sobre aspectos tributá rios No entanto dada a sua relevância na composição dos custos e no preço de venda serão abordadas algumas característica e situações que podem ser repro duzidas em grande proporção nas práticas diárias dos negócios no Brasil UNIDADE 4 146 O primeiro passo sistemas de tributação É necessário a todo empreendedor o conhecimento dos regimes tributários espe cificamente aquele a que a empresa em questão está sujeita Os principais regimes hoje no Brasil são a Apuração pelo Lucro Real na qual os tributos sobre o faturamento são não cumulativos e o IRPJ e o CSLL são calculados sobre o resultado efetivo b Apuração pelo Lucro Presumido na qual os tributos sobre o fatura mento são cumulativos exceto o IPI e ICMS e o IRPJ e o CSLL são calculados sobre uma presunção de resultado pelo faturamento c Simples Nacional no qual todos os tributos incidentes sobre faturamen to resultado e folha de salários são centralizados em apenas uma alíquota aplicada sobre o faturamento conforme tabelas da legislação em vigor O resumo desses três sistemas pode ser observado no quadro a seguir COMPOSIÇÃO DO RESULTADO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO SIMPLES Receitas IPI ICMS PIS Cofins IPI ICMS PIS Cofins IRPJ e CSSL IPI ICMS PIS Cofins IRPJ e CSSL Custos Despesas Resultado parcial IRPJ CSSL Resultado final Quadro 10 Macrossistemas tributários no Brasil Fonte o autor UNICESUMAR 147 Segundo passo cumulatividade De acordo com Yanase 2018 p 96 O termo cumulativo significa que os impostos pagos na compra de produtos não podem ser aproveitados como credito para com pensar o debito valor a ser recolhido portanto nesses casos os impostos devem ser considerados como custos Durante o processo de compra há impostos absorvidos como custo cumulati vos Nesse caso as empresas adquiridoras de produtos são consideradas contri buintes Outros empreendimentos em que os tributos relativos às compras são separados e depois cobrados dos clientes e dos consumidores no momento da venda são não cumulativos Para Yanase 2018 p 96 o termo não cumulativo significa que os impostos pagos na compra serão aproveitados para deduzir os impostos a recolher portanto para efeito de custos esses impostos não devem ser considerados como custo dos produtos A questão da cumulatividade ou não está ligada ao sistema tributário e ao macrorramo de atividade do empreendimento indústria comercio e serviços Em relação ao sistema tributário observe o quadro a seguir SISTEMA TRIBUTÁRIO PIS COFINS IPI ICMS Lucro Real sim sim sim sim Lucro Presumido não não sim sim Simples não não não não Quadro 11 Sistema tributário cumulatividade Fonte o autor Em relação ao IPI do Lucro Real e do Lucro Presumido Yanase 2018 p 99 lembra vale a ressalva de que o IPI gera credito apenas para empresas indus triais que devem repassar esse imposto às vendas Em qualquer situação em que a empresa não repasse o IPI será considerado custo UNIDADE 4 148 Terceiro passo impostos nas compras Para melhor ilustrar essas metodologias imagine as seguintes situações para uma empresa que adquire produtos e utiliza o sistema tributário Lucro Real DADOS DA COMPRA RAMO DE ATIVIDADE INDÚSTRIA COMÉRCIO SERVIÇO Valor a pagar R 11000 R 11000 R 11000 R 11000 Valor do IPI 10 R 1000 R 1000 Valor do ICMS 18 R 1800 R 1800 R 1800 Valor do PIS 165 R 165 R 165 R 165 R 165 Valor Cofins 76 R 760 R 760 R 760 R 760 Custo da matériaprima R 7275 R 8275 R 10075 Impostos a recuperar R 3725 R 2725 R 925 Quadro 12 Sistema tributário cumulatividade lucro real Fonte o autor Lembrese que o cálculo do IPI e por fora e os demais impostos são por dentro deduzidos do valor do IPI Como foi possível chegar aos valores dos impostos com base no valor a ser pago Observe a seguir Calculando o IPI Valor do IPI Valor a pagar 1 Al uota do IPI x Al uota do IPI í í Nesse caso Valor do IPI R 11000 1 010 x 010 R 1000 UNICESUMAR 149 Calculando os demais impostos BASE DE CÁLCULO IMPOSTO ALÍQUOTA VALOR DO IMPOSTO Valor a pagar o valor do IPI R 11000 R 1000 R 10000 ICMS 18 R 1800 PIS 165 R 165 Cofins 760 R 760 Agora com uma empresa que adquire produtos e utiliza o sistema tributário Lucro Presumido DADOS DA COMPRA RAMO DE ATIVIDADE INDÚSTRIA COMÉRCIO SERVIÇO Valor a pagar R 11000 R 11000 R 11000 R 11000 Valor do IPI 10 R 1000 R 1000 Valor do ICMS 18 R 1800 R 1800 R 1800 Valor do PIS 065 R 065 Valor Cofins 36 R 360 Custo da matériaprima R 8200 R 9200 R 11000 Impostos a recuperar R 2800 R 1800 Quadro 13 Sistema tributário cumulatividade lucro presumido Fonte o autor No sistema de tributação Simples não são gerados creditos tributários de qual quer especie Utilizando os dados dos Quadros 12 e 13 sendo indústria comer cio ou serviço o custo de aquisição seria de R 110 00 UNIDADE 4 150 Quarto passo impostos nas vendas O valor a ser considerado nas vendas dependerá de alguns fatores 1 Sistema de tributação 2 Ramo de atividade do empreendimento 3 Com qual ramo de atividade e qual sistema tributário o empreendimento faz negócios 4 Incidência ou não da cumulatividade dos tributos que dependerá dos fatores anteriores Apenas para que tenha noção da complexidade e das possibilidades de variáveis que os fatores descritos geram analise a Figura 3 a seguir que retrata algumas características apenas do sistema de tributação Lucro Real Há ainda o lucro Presumido Simples e apesar de não mencionado anteriormente sistema para Microempreendedor Individual Lucro real mapa de cumulatividade Indústria Vendedor Comércio Serviço IPI ICMS PIS Cofins Gera na venda Gera crédito tributário não acumula Não gera crédito tributário acumula Comprador Indústria Comércio Serviço Cofins Cofins Cofins PIS PIS PIS ICMS ICMS IPI ICMS IPI IPI ICMS PIS Cofins Indústria Comércio Serviço Cofins Cofins Cofins PIS PIS PIS ICMS ICMS ICMS ISS PIS Cofins Indústria Comércio Serviço Cofins Cofins Cofins PIS PIS PIS ISS ISS ISS Figura 3 Lucro real mapa de cumulatividade Fonte o autor A seguir observe um exemplo matemático de como ocorre ou não essa cumulatividade Imagine o empreendimento A uma indústria que faz uma venda de acordo com os dados do Quadro 14 Valor da venda R 11000 Valor do IPI 10 R 1000 Valor do ICMS 18 R 1800 Valor do PIS 165 R 165 Valor Cofins 76 R 760 Total dos impostos R 3725 Quadro 14 Dados de venda do empreendimento A Fonte o autor Quem efetuou a compra foi o empreendimento B também uma indústria logo conforme a Figura 3 creditará do IPI do ICMS do PIS e do Cofins R1000 R1800 R165 R760 R3725 Assim seu custo de aquisição será R11000 R3725 R7275 Se a empresa B efetuar a venda do que comprou aplicando uma margem de 3071 utilizando o método mark up divisor seria vendido por um valor de R33000 Mark Up divisor R 72751 03725 010 03071 R 33000 O detalhamento da venda da empresa B lembrese que esta também é uma indústria pelo valor de R33000 gerará os impostos conforme o Quadro 15 a seguir R R 33000 Valor do IPI 10 R 3000 Valor do ICMS 18 R 5400 Valor do PIS 165 R 495 Valor Cofins 76 R 2280 Total dos impostos R 11175 Quadro 15 Dados de venda do empreendimento B Fonte o autor Se somarmos as alíquotas dos impostos que o empreendimento B gerou IPI 10 ICMS 10 PIS 165 Cofins 76 3725 é possível concluir que O empreendimento A pagará R3725 de impostos O empreendimento B pagará R7450 R11175 3750 do crédito tributário gerado pela compra do empreendimento A No entanto se verificarmos o valor que o empreendimento B recolherá de impostos fazendo uso do crédito gerado pelo empreendimento A será possível constatar que corresponde a 2258 7450 representa 2358 de R33000 Ou seja existe uma diferença em percentual de 14673725 2258 Esses 1467 por serem um crédito tributário gera margem de contribuição efetiva de 4538 isto é a proposta inicial de 3071 de margem de contribuição 1467 4538 A demonstração desse efeito pode ser observada no Quadro 16 a seguir IMPOSTO NOMINAL EFEITO EFETIVO CV R 7275 Igual R 7275 IP 3725 Deduzido 1467 do crédito tributário 2258 CM 1000 Igual 1000 MC 3071 Dedução do imposto aumenta a margem em 1467 4538 PV R 33008 Igual R 33008 Quadro 16 Margem nominal e efetiva Fonte o autor Podese dizer então que há uma margem de contribuição nominal e outra efetiva sempre que houver crédito tributário A margem de contribuição nominal é aquela inicialmente desejada ou necessária e a efetiva é a verdadeira e real alterada em função da não cumulatividade dos impostos Esse ajuste pode ser efetuado por meio da equação MCe IPn R IP venda R compra Mk Venda MCn Na qual MCe Margem de Contribuição Efetiva IPn de imposto da venda ou seja a carga tributária R IP venda Valor do imposto gerado na venda débito tributário R IP compra Valor do imposto gerado compra crédito tributário Mk Venda Corresponde ao preço de venda encontrado pela metodologia do Mark Up divisor MCn Margem de contribuição Nominal inicialmente desejada e utilizada para encontrar o preço de venda pela metodologia Mark Up Observe o teste da equação no caso apresentado no Quadro 16 MCe 03725 R 11175 R 3750 R 33000 03071 04538 E 04538 corresponde a 4538 ou seja a equação funciona Pode haver situações em que a margem de contribuição nominal e a efetiva podem ser iguais que ocorrerá quando não houver crédito tributário em uma compra Quanto maior for o crédito tributário maior também será a diferença entre a margem de contribuição efetiva e a nominal e o inverso também é verdadeiro UNIDADE 4 154 3 MICROECONOMIA E PRECIFICAÇÃO A fixação de preços ou a precificação de produtos e de serviços tambem sofre a influência de aspectos do contexto econômico ou de estruturas de mercado O Quadro 17 a seguir apresenta a dimensão sintetica dessas estruturas CARACTERÍSTICAS CONCORRÊNCIA PERFEITA CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA OLIGOPÓLIO MONOPÓLIO Concorrentes Muitos De poucos a muitos Poucos Sem concor rentes diretos Entrada de novos concorrentes Bem fácil Um pouco díficil Díficil Regulada por governos Produtos das em presas Semelhantes Diferentes Semelhantes ou diferentes Sem produtos concorrentes diretos Poder de fixar preços de uma empresa individual mente Nenhum Algum Algum Considerável Exemplos Milho Relógio Telefonia móvel Abastecimen to de água Quadro 17 Características das estruturas de mercado Fonte Urdan e Urdan 2013 p 331 A precificação certamente sofrerá influência de aspectos vinculados à estrutura de mercado que o empreendimento atua Os principais são relacionados à concorrência e à demanda de produtos e de serviços no mercado bem como o efeito da elasticidade todos eles serão descritos nos tópicos a seguir Concorrência A precificação com base na concorrência significa que o empreendimento terá forte influência de seus concorrentes na fixação de preços De acordo com Urdan e Urdan 2013 p 331 não é cobrar sempre o mesmo preço dos rivais mas a empresa segue uma relação mais ou menos fixa de preços mais baixos iguais ou mais altos em comparação com os concorrentes Isso não significa que os aspectos relacionados aos custos de produção e à tributação são desprezados mas o caminho é inverso Verificase ao identificar que uma fatia do mercado comprará certo produto ou serviço por determinado preço o caminho inverso no processo de precificação Segundo Bernardi 2017 p 45 A função do preço passa a L P CD lucro possível é o que o mercado paga menos os custos e despesas ou seja um enfoque do mercado para dentro da empresa Isso significa que dado um preço possível a empresa ajustase para conseguir o lucro pretendido Isso ocorre basicamente ao deduzir os gastos com a estrutura de produção e de venda a capacidade de produção e de distribuição e identifica se aquela fixação de preço contribuirá com a geração de lucro para o empreendimento Beulke e Bertó 2012 p 66 ressaltam que a importância da análise da concorrência na formação de preços é acentuada quando Existirem vários concorrentes com produtosmercadoriasserviços de qualidade similar Alguns concorrentes forem financeiramente fortes Os concorrentes tiverem acesso aos mesmos canais de distribuição Os concorrentes tiverem estruturas de custos semelhantes UNIDADE 4 156 Urdan e Urdan 2013 apresentam duas macroperspectivas avaliação de preço corrente e preço em licitação propostas lacradas as quais trataremos a seguir Avaliação de preço corrente De acordo com Urdan e Urdan 2013 esse metodo de precificação leva em consideração o acompanhamento dos preços da concorrência ligado a alguma relação como por exemplo diferenciação ou não benefícios e outras condições apresentadas no primeiro tópico deste capítulo De acordo com Bernardi 2017 p 46 há três possibilidades de preço levando em consideração a relação de alta media e baixa qualidades de produtos e de serviços alta qualidade segmento do luxo necessidades especiais ou muito específicas Nesse segmento preços baixos sinalizam pro dutos com muito ganho de valor ao comprador preços altos sinalizam ganhos de valor excepcional média qualidade nesse segmento preços baixos sinalizam ganho de valor e preços altos problemas imediatos ou futuros pois a qualidade não condiz baixa qualidade preços baixos sinalizam economia preços medios falsas economias e preços altos problemas Segundo Filipin e Galeano 2018 e comum que uma representativa quantidade de empreendimentos se utilize da fixação de preços com base na concorrência Nesse sentido Beulke e Bertó 2012 p 7071 descrevem alguns metodos utiliza das pelos empreendimentos para fixação e para preços com base na concorrência Método do preço concorrente imitação de preço o metodo consiste nas as vendas de produto ao mesmo preço dos concorren tes tradição nas empresas oligopolizadas em convênios e carteis Método de preços agressivos guerra de preços grupo de empresas concorrentes reduzem seus preços ate atingir valores insustentáveis abaixo do custo UNICESUMAR 157 Método de preços promocionais empresas oferecem certos produtos a preços tentadores abaixo dos preços da concorrên cia É uma prática comum por exemplo em supermercados cujo intuito e atrair o público para o local da venda Concorrências públicas a fixação competitiva de preços ocor re tambem nas concorrências públicas O objetivo da empresa nesse caso e fixar preços abaixo dos concorrentes Preço em licitação propostas lacradas Esse tipo de modelo não e viável para empreendimentos de pequeno porte Se gundo Urdan e Urdan 2013 tratase de um metodo no qual um comprador com elevado poder econômico e financeiro convida fornecedores para apresentar pre ços a uma lista de produtos e de serviços previamente especificados Presumese que nesse modelo os vendedores concorrentes não conheçam os preços que serão apresentados aos compradores Outra presunção e de que a reputação e os outros atributos relacionados aos vendedores sejam uma constante Precificação baseada na concorrência reflexões Bernardi 2017 p 49 acrescenta a seguinte reflexão a respeito da precificação baseada em concorrência É preciso que essa análise não se torne uma paranoia uma vez que diferentes condições de acesso a insumos tecnologia estrutura por te e outros podem levar a avaliações erradas Outro ponto a consi derar e que a empresa deve se preocupar primeiro com o mercado e não enfocar somente a concorrência UNIDADE 4 158 Urdan e Urdan 2013 p 333 acrescentam Quando o concorrente reduz preços acompanhálo e provavelmen te a maneira mais rápida para alcançar os objetivos de vendas Mas isso e uma decisão financeira limitada Se o concorrente corta de novo os preços a margem de contribuição encolhe depressa e pode não se recuperar antes de produzir prejuízos significativos Lembrese que quando se fala em precificação o único parâmetro para fixação de preços certamente incorrerá em algum tipo de erro que pode levar a perdas financeiras à perda de fatia do mercado à ausência de maximização de resultado entre outros aspectos Por isso analisar a estrutura de mercado a qual o empreen dimento se encontra inserido e um aspecto importante a ser considerado Demanda de produtos A demanda e basicamente um fator relacionado ao quantitativo de compradores dispostos a adquirir um produto ou um serviço a determinados preços e condi ções relacionados a um período de tempo Segundo Churchill e Peter 2012 p 106 a demanda por um produto e o número de unidades vendidas num mer cado durante um período de tempo Nesse sentido para Urdan e Urdan 2013 p 333 a análise da demanda estuda a relação entre preço do produto e quanti dade vendida A demanda tem reflexos diretos na decisão de quanto a empresa cobra pelos produtos Os preços apresentarão ainda variações representativas em relação à oferta no mercado e à sua relação com a demanda O natural e que ocorra o seguinte fenômeno AMBIENTE COMPRA ESTRUTURA DE VENDA SITUAÇÃO TENDÊNCIA Demanda aumenta Tem oferta suficiente Sim Preços com tendência alta pouca ou moderada Não Preços sobem rápida e consi deravelmente UNICESUMAR 159 AMBIENTE COMPRA ESTRUTURA DE VENDA SITUAÇÃO TENDÊNCIA Demanda diminui Tem oferta suficiente Sim Preços caem rápida e consi deravelmente Não Preços caem porém de for ma mais moderada e não tão rapidamente Demanda inalterada Sim Preços permaneçam estáveis Não Preços podem subir de forma moderada ou permanecem estáveis Quadro 18 Relação demanda e oferta Fonte o autor O preço dos produtos e dos serviços pode ainda estimular ou não a demanda De acordo com Urdan e Urdan 2013 p 333 É intuitivo que o bem com preço baixo estimula o comprador o que significa automaticamente um incentivo na demanda Segundo Filipin e Galeano 2018 p 41 quando uma mercadoria está com preço baixo estimula o consumidor a comprar O oposto tambem e verdadeiro ou seja quando o preço está alto o consumo tende a diminuir Isso pode ser representado graficamente com a curva da demanda conforme a Figura 4 a seguir Preço P1 P2 Q1 Q2 Quantidade Figura 4 Representação de curva da demanda Fonte Filipin e Galeano 2018 p 41 UNIDADE 4 160 Na observação da Figura 4 a primeira situação para o preço P1 mais alto a quantidade Q1 e visivelmente menor Enquanto no preço P2 mais baixo a quantidade Q2 e representativamente maior Para Urdan e Urdan 2013 p 333 preços mais altos reduzem o mercado do produto ao passo que preços mais baixos ampliam o mercado É possível estabelecer uma relação de sensibilidade na alteração de preços dos produtos dos serviços e da demanda Isto e se o preço diminuir haverá aumento da demanda O contrário tambem e verdadeiro Certamente isso não ocorre com todos os produtos Para melhor ilustrar o conceito certa vez em uma aula da disciplina de Organizações e Mercado de mestrado o professor debatendo sobre o comportamento da oferta e da demanda de produtos citou o exemplo do leite Ele comentou que se o preço do leite reduzir o aumento no consumo certamente não corresponderia à medida tomando como julgamento que as pes soas não tomariam mais leite na proporção da queda do preço Contudo outros produtos poderiam ser mais aderentes a essa diminuição como smartphones recemlançados Essa relação e chamada elasticidade Segundo Filipin e Galeano 2018 p 41 do ponto de vista prático para mensurar as mudanças na quantida de demandada de um produto em relação ao preço os gestores de marketing utilizam a elasticidadepreço que e a medida da sensi bilidade da demanda a mudanças nos preços No próximo tópico você saberá como definir se um produto e mais ou menos sensível à alteração de preços utilizando o conceito da elasticidade A HarleyDavidson fabricou motocicletas 25 a 49 abaixo da demanda estimada Isso criou uma grande demanda competitiva pelas Harleys que capturaram mais da metade do crescente mercado de 13 bilhão de dólares de motocicletas pesadas Além de ter cria do um alto valor de troca para as Harleys a alta demanda dos clientes permitiu que alguns revendedores cobrassem até 50 acima do preço de tabela pensando juntos Elasticidade de preços Foi apresentado no tópico anterior que a demanda pode ser aumentada com a redução de preços No entanto essa não é uma verdade para todos os produtos e serviços cabendo uma análise da relação de cada item a ser comercializado pelo empreendimento Segundo Churchill e Peter 2012 p 324 estimar a demanda envolve também a elasticidadepreço que é a medida da sensibilidade da demanda a mudanças nos preços Matematicamente é a mudança percentual na quantidade demandada dividida pela mudança percentual no preço A forma de verificar a relação na alteração da demanda no que diz respeito à alteração de preços ou seja a elasticidade é a seguinte EP Q1 Q2 Q1 P1 P2 P1 ou ΔQ ΔP Na qual EP elasticidade dos preços Q1 quantidade anterior é a quantidade que o empreendimento atingia com o preço anterior Q2 é a quantidade que o empreendimento obteve com o novo preço P1Preço Anterior é o preço que o empreendimento praticava antes P2Preço Posterior é o novo preço que o empreendimento fixou Por meio dessa equação é possível identificar o quanto uma alteração de preços sensibilizará a demanda De acordo com Churchill e Peter 2012 p 324 Quando a elasticidadepreço é maior do que 1 dizse que a demanda é elástica Isso significa que uma pequena mudança no preço resulta numa grande mudança na quantidade demandada Quando a elasticidadepreço é menor do que 1 uma pequena mudança no preço produz uma mudança menor na quantidade demandada e a demanda é chamada de inelástica UNIDADE 4 162 Visualmente isso pode ser interpretado por meio das Figuras 5 e 6 a seguir das quais a Figura 5 representa um produto com elasticidade de preço Preço P0 P 0 Q0 Q Q Figura 5 Produto com elasticidade de preço Fonte Filipin e Galeano 2018 p 42 A Figura 6 a seguir representa um produto inelástico Preço P0 P 0 Q0 Q Q Figura 6 Produto inelástico em relação ao preço Fonte Filipin e Galeano 2018 p 42 Será efetuado o cálculo da elasticidade utilizando como exemplo os dados do Quadro 19 a seguir e a equação apresentada para tal propósito PRODUTO A T0 T1 T2 T3 T4 Quantidade 270 324 351 216 405 ΔQ 2000 3000 2000 5000 Preço 5000 5500 5300 3900 8000 ΔT 1000 600 2200 6000 Receita bruta 1350000 1782000 1860300 842400 3240000 Elasticidade 200 500 091 083 Elástico sim sim não não Quadro 19 Exemplos de elasticidade e de inelasticidade Fonte o autor Cálculo EPT1 270 324 270 5000 5500 5000 54 5 020 010 200 ou ΔQ ΔP 020 010 200 Sendo apresentado no detalhe o cálculo da elasticidade de preço no T1 simplifiquemos para T2 T3 e T4 EPT2 ΔQ ΔP 030 006 500 EPT3 ΔQ ΔP 020 022 091 EPT4 ΔQ ΔP 050 060 083 UNIDADE 4 164 Churchill e Peter 2012 p 324 chamam a atenção para a estrutura de mercado na qual o empreendimento atua conforme apresentado no Quadro 17 deste capítulo A demanda por um produto provavelmente será inelástica se o produto tiver poucos substitutos for uma necessidade e custar re lativamente pouco Exemplos são gasolina e serviço telefônico a maioria das pessoas continua usando seu carro e fazendo ligações telefônicas mesmo quando os preços sobem Em comparação se o custo de uma viagem de ferias ao exterior subisse muitos consu midores decidiriam passar as ferias deste ano no Brasil mesmo A demanda por ferias na Europa e portanto elástica No entanto Beulke e Bertó 2012 p 56 afirmam que os efeitos da relação preço versus quantidade não podem ser analisados exclusivamente sob o ângulo ra cional clássico do enfoque econômico Nesse sentido tornase imprescindível que o empreendedor tenha pleno conhecimento da estrutura de mercado em que atua pois isso certamente influenciará na precificação dos produtos e dos serviços oferecidos no mercado bem como de outros fatores subjetivos tratados no primeiro tópico deste capítulo Como exemplo Beulke e Bertó 2012 p 57 relatam que certas empresas se aumentassem os preços de seus produtos a de manda poderia aumentar pois para alguns consumidores um preço mais alto significa um produto melhor UNICESUMAR 165 4 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS E ESTRATÉGICOS na precificaçãoprevisão de vendas Quando se fala em previsão de vendas e preciso deixar totalmente perceptível que independentemente da estimativa ela interferirá em todos os setores da organização E nessa perspectiva o movimento sistêmico que as previsões de vendas geram e tratado por meio do orçamento empresarial A estimativa dos volumes de comercialização para um período futuro e o ponto de partida do or çamento empresarial Sanvicente e Santos 2000 p 43 apontam que o orçamento de vendas constitui um plano de vendas futuras da empresa para determinado período de tempo UNIDADE 4 166 Por meio da Figura 7 e possível entender como as previsões de vendas afetam todas as áreas de um empreendimento Matéria prima Produção Despesas operacionais Investimentos Orçamento de vendas Marketing Caixa Mão de obra Custos indiretos Vendas Financeiras Administrativas Tributárias Figura 7 Organização orçamentária Fonte o autor UNICESUMAR 167 Tendo em vista a relevância que as previsões de vendas possuem há algumas tec nicas que visam maior exatidão das estimativas conforme o Quadro 20 a seguir TÉCNICA BENEFÍCIOS LIMITAÇÕES MÉTODOS QUALITATIVOS Júri de opinião Rápido simples opiniões vêm de exe cutivos com experiência em diferentes departamentos útil para produtos novos ou inovadores Os dados geralmente precisam ser divididos por produto região etc Composição das estimativas da equipe de vendas Fornecer números pode motivar os vendedores os vendedores conhecem clientes produtos e concorrentes Os vendedores têm seus próprios interesses portanto podem dar esti mativas tendenciosas Levantamento das intenções do comprador Baseiase em estimativas obtidas diretamente de compradores pode oferecer informações detalhadas muitas vezes fornece insights sobre o pensamento dos compradores pode ser usado para novos produtos A intenção de comprar pode não resultar numa compra efetiva caro de morado útil apenas quando há poucos clientes potenciais bem definidos Técnica Delphi É menos provável que os fornecedores de estimativas sofram pressões do grupo Demorado caro MÉTODOS QUANTITATIVOS Análise de tendências Rápido barato eficiente quando os fatores de demanda e ambiente são estáveis Pressupõe que o futuro seja uma continuação do passado não conside ra planos de marketing ou mudanças no ambiente não é útil para produtos novos ou inovadores Equação exponencial Mesmos benefícios que a análise de tendências como vantagem adicional enfatiza dados mais recentes Mesmas limitações que a análise de tendências mas não tão graves porque a ênfase é em dados mais recentes Teste de mercado Proporciona informações mais realis tas porque baseiase em compras efe tivas e não na intenção de comprar permite a avaliação de efeitos do plano de marketing útil para produtos novos ou inovadores Demorado caro alerta a concorrência quanto aos planos da organização Quadro 20 Técnicas de previsão de vendas Fonte Churchill e Peter 2012 p107 UNIDADE 4 168 Se o empreendimento se encontra atuando no mercado por certo tempo possui fatia do mercado e participação bem definidas com a utilização de dados históri cos Guiado pela missão e pela visão organizacional consegue tambem contribuir com as tecnicas apresentadas no Quadro 20 Dificilmente os empreendedores responsáveis por essa tarefa mesmo que uti lizando as tecnicas apresentadas neste tópico conseguirão atingir a exatidão do volume que efetivamente será comercializado No entanto e mais apropriada a utilização de alguma tecnica apresentada ou outra que não a utilização de qualquer uma delas Basta revisitar a Figura 7 para fortalecer a magnitude das alterações que o volume de vendas produz nas outras áreas do empreendimento logo quanto mais assertivas forem as estimativas menores serão os danos aos negócios Ciclo de vida dos produtos De acordo com Churchill e Peter 2012 mesmo os produtos não similares pos suem ciclo de vida De acordo com os ciclos eles possuem peculiaridades rela cionadas ao volume de vendas aos custos e ao potencial de lucro que podem ser inicialmente visualizados na Figura 8 a seguir Introdução Vendas totais no mercado Crescimento Maturidade Declínio Tempo Unidades monetárias Lucros totais no mercado Figura 8 Ciclo de vida do produto Fonte Churchill e Peter 2012 p 245 UNICESUMAR 169 Os ciclos a introdução o crescimento a maturidade e o declínio possuem alguns aspectos inerentes a cada um deles do ponto de vista de vendas de ações de marke ting e de comportamento dos custos que serão desenvolvidos nos quadros a seguir VENDAS MARKETING CUSTOS INTRODUÇÃO As vendas começam lentamente mas depois aumentam Os lucros costumam ser negativos neste estágio Assim um dos maiores desafios da fase de introdução é manter dinheiro suficiente para cobrir as despesas de construção da demanda Os profissionais de mar keting tentam estimular a demanda pelo tipo de produto e não por marca específica O ob jetivo é conscientizar os compradores potenciais do produto e fazêlos experimentálo Os custos costumam ser altos os de pro dução porque os produtores ainda não têm experiência em sua fabricação e os de marketing porque os vendedores precisam dedicar recursos a ins truir os mercadosalvo sobre o que é o novo produto e como ele os beneficiará CRESCIMENTO Durante o estágio de crescimento as vendas sobem rapidamente conforme mais compra dores começam a expe rimentar o produto Em geral a concorrên cia faz os profissionais de marketing enfatiza rem a construção de demanda secundária ou de demanda para sua marca diminuindo preços ou melhorando a imagem desta Os custos são diluídos pela ampliação no volumes de vendas e a eficiência se eleva a medida que vendedores aprendem a fazer uso eficiente de suas instala ções de produção e de canais de distribuição MATURIDADE Um produto está maduro quando se torna conhecido no mercado e quando as vendas sobem mais gradualmente até atingir um platô Como muitos compradores já possuem o produto o crescimento das vendas é mais lento e pode até começar a cair no final deste estágio Os profissionais de marketing geralmente precisam atuar na ne cessidade de ajuste de preços Para estimular as vendas os aumentos de preços são inade quados em geral Como pode haver que da no volume de vendas e face as estruturas estabelecidas existir pouca flexibilidade no ajuste de preços a demanda de recursos para cobrir os gastos pode tornarse tema relevante UNIDADE 4 170 VENDAS MARKETING CUSTOS DECLÍNIO Por fim o volume de vendas da maioria dos produtos começa a cair Há muitas razões pos síveis para um declínio nas vendas Talvez uma nova tecnologia tenha levado ao surgimento de uma alternativa superior Os profissionais de marketing podem responder ao declínio nas vendas procurando maneiras de manter o produto lucrativo Uma abordagem é cortar os custos Os profissionais de marketing podem tentar estimular a de manda ou podem parar de oferecer o produto Mantendo as estruturas atuais de comercializa ção os gastos se tornam insustentáveis Isso pode levar a finalização da oferta do produto ou a reestruturação da forma de comercialização Quadro 21 Implicações sistêmicas no ciclo de vida do produto Fonte adaptado de Churchill e Peter 2012 p 244247 e Galeano e Filipin 2018 p 98 Churchill e Peters 2012 justificam que o conhecimento do ciclo de vida dos produtos ampara os profissionais de marketing de forma relevante na elaboração e nas abordagens estrategicas Segundo os autores há recomendações globais que podem ser utilizadas em estrategias mais segmentadas em cada estágio do ciclo de vida dos produtos conforme descrito no Quadro 22 a seguir INTRODUÇÃO CRESCIMENTO MATURIDADE DECLÍNIO OBJETIVOS BÁSICOS Estabelecer um mercado para o tipo de produto persuadir adotantes iniciais a comprálo Aumentar vendas e participação de mercado desenvol ver prefrência pela marca Defender a partici pação de mercado da marca procurar cescimento atrain do clientes dos concorrentes Limitar os custos ou procurar maneiras de reavivar as ven das e os lucros PRODUTO Proporcionar alta qualidade selecio nar uma boa marca obter proteção por patente ou marca registrada Proporcionar alta qualidade acres centar serviços para aumentar o valor Melhorar a quali dade acrescentar recursos para distingir a marca dos concorrentes Continuar oferecen do alta qualidade para manter a re putação da marca procurar maneiras de tornar o produto novo outra vez UNICESUMAR 171 INTRODUÇÃO CRESCIMENTO MATURIDADE DECLÍNIO PREÇO Geralmente alto para recuperar os custos de desen volvimento as vezes baixo para construir demanda rapidamente Um pouco alto por causa da alta demanda Baixo refletindo a in tensa concorrência Baixo para vender o que resta do es toque ou alto para servir um mercado de nicho DISTRIBUIÇÃO Número limitado de canais Número maior de canais para atender a demanda Número maior de canais e mais incentivos para os revendedores Número limitado de canais PROMOÇÃO Voltada para os adotantes iniciais mensagens destina das a instruir sobre o tipo de produto incentivos como amostras e cupons de desconto para induzir a experi mentação Voltada para públicos mais amplos mensagens centramse nos be nefícios da marca para produtos de consumo ênfase em propaganda Mensagens centramse em diferenciar a marca dos concorrentes grande uso de incentivos como cupons de descon tos para induzir os compradores a mudar de marca Mínima para manter os custos baixos Quadro 22 Implicações do ciclo de vida do produto para a estratégia de marketing Fonte Churchill e Peter 2012 p 247 Os mesmos autores tambem recomendam que a utilização do ciclo de vida do produto como estrategia requer ponderações em decorrência de aspectos não totalmente conhecidos pelos profissionais de marketing como por exemplo o tempo exato da duração de cada fase ou ainda quando um produto ou um ser viço está de fato em cada uma das fases apresentadas anteriormente Sem contar ainda que o produto pode não percorrer todas as fases de forma regular pois pode fracassar no seu lançamento ou não ter uma fase de maturidade percebida UNIDADE 4 172 Descontos Os descontos são simplesmente a ação de subtrair determinado valor do preço de venda previamente fixado de um produto ou de um serviço O termo desconto tem um impacto muito forte nas decisões de compra Quem nunca se perce beu pronunciando só comprei porque estava com desconto Churchill e Peter 2012 afirmam que há várias estrategias de desconto sendo as mais comuns os descontos por quantidade os sazonais os comerciais o pagamento à vista os abatimentos os promocionais e os preços de mercadoriasisca Particularmente incluiria ainda os descontos combo ou pacote a Descontos por quantidades muito comum em supermercados em que o modelo de negócios atende ao consumidor final e tambem aos lojis tas Nesses casos a compra de uma unidade ou de algumas e X mas se comprar uma caixa com 6 ou 12 unidades o preço e X determinado valor representando o desconto Ou ainda da seguinte forma uma cai xa de leite longa vida custa R 4 00 e uma caixa com 12 unidades custa R 44 00 o que representa 8 33 de desconto pela compra da caixa Há muitos benefícios em vender em quantidades maiores como por exem plo economia nos gastos com armazenagem logística e maior giro do produto representam mais margem de contribuição total do produto em um período levando o empreendimento a um maior resultado Os motivos que levam um produto ao fracasso ou a não percorrer o ciclo de vida de forma linear são os mais variados possíveis Fracassar no lançamento de um novo produto ou serviço não é desprestígio de empreendimentos novos de pequeno ou de médio porte Isso pode ocorrer também com as maiores empresas do planeta como Google Apple Microsoft CocaCola entre outros Para saber mais sobre alguns exemplos de produtos dessas empresas que fracassaram acesse os seguintes links httpsisgdZhsZxN httpsisgddRZoSC explorando Ideias UNICESUMAR 173 b Descontos sazonais de forma geral ocorre quando há pouca demanda logo grande oferta Essa sazonalidade pode estar relacionada a hábitos de consumo para algumas epocas do ano como datas especiais ou ainda a aspectos climáticos muito comum em mercados que atuam com com modities do agronegócio Provavelmente o aluguel de imóveis em locais litorâneos associados a praias seja bem menor em períodos do ano de baixa temperatura ou seja de baixa demanda No período da colheita do morango será mais baixo do que em outros períodos em que para man ter essa cultura produzindo o ano todo os investimentos em estruturas agrícolas precisam ser efetuados aumentando os custos de produção c Descontos comerciais basicamente e um desconto percentual sobre uma tabela de preços Segundo Churchill e Peter 2012 esse metodo e muito utilizado na cadeia de distribuição de um produto Fabricante Atacadista Varejista Observe o exemplo a seguir apresentado na Figura 9 Preço de tabela Desconto para o varejo 30 Desconto para o atacadista 10 Preço de venda do fabricante R 5000 R 1500 030 x R 5000 R 350 010 x R 3500 R 3150 Figura 9 Exemplo de desconto comercial Fonte Churchill e Peter 2012 p 357 d Desconto para pagamento à vista feito quando há a possibilidade de um produto ou de um serviço ser adquirido com pagamento a prazo geralmen te parcelado ou à vista e o empreendimento que vende opta em ofertar determinado desconto ou preço menor se o consumidor efetuar o paga mento à vista Apesar de o cartão de credito ser considerado pagamento à vista alguns empreendimentos complementam o desconto para esse tipo de pagamento se for efetuado em especie dinheiro evitando dessa forma a cobrança de taxas administrativas pela operadora de cartão de credito UNIDADE 4 174 e Abatimento um exemplo que explica o abatimento ocorre quando o vendedor aceita o seu carro usado como parte do pagamento na compra de um novo ou seja você pode abater do preço do carro novo o seu carro usado Geralmente nesses casos há pouco ou quase nenhum desconto no preço do novo o que representa maiores margens ou ainda aceitar o carro usado com valor abaixo do mercado e revendêlo com boa mar gem Como a loja possui toda estrutura de venda permanente você não precisa ter os custos de anunciar e de gastar seu tempo com um processo de venda o que se torna um modelo de negócios viável f Descontos promocionais geralmente são descontos oferecidos aos con sumidores finais por tempo determinado e com o objetivo de fazer com que eles experimentem um produto Tambem podem ocorrer na cadeia de distribuição na qual um fabricante ou um distribuidor pode oferecer desconto no produto por privilegio de exposição ou fazer propaganda do estabelecimento utilizando o produto g Preço de mercadoriaisca ocorre quando os estabelecimentos que ven dem aos consumidores finais colocam o preço de um produto parecido com o seu custo ou seja bem reduzido o que faz com que potenciais consumidores visitem o estabelecimento e adquiram outros produtos que estarão disponíveis de imediato Alguns supermercados utilizam o setor de hortifrútis em determinado dia da semana para atrair consumidores que podem aproveitar o deslocamento e comprar produtos de limpeza de higiene pessoal bebidas que certamente não estarão com algum tipo de desconto UNICESUMAR 175 h Combo ou pacote ocorre quando a compra ou a contratação do serviço agrupa na mesma aquisição vários produtos ou serviços Atualmente e muito utilizado na área de telecomunicações pelas chamadas operadoras de TV a cabo telefone móvel e fixo Um exemplo dessa prática pode ser observado na Figura 10 a seguir Compra isolada Telefone fixo com ligação ilimitada para fixo R 10000 Internet ADSL com 20 MBs R 10000 Telefone móvel com pacote de dados de 5 GB e 100 minutos de ligação R 6000 Telefone móvel plano familiar para cinco pessoas 100 minutos 10 GB de dados R 20000 TV a cabo com 80 canais R 10000 Plano de backup ilimitado em nuvem R 5000 Combo Telefone fixo com ligação ilimitada para fixo R 10000 Telefone fixo internet ADSL com 20 MBs R 15000 Telefone fixo internet telefone móvel com pacote de dados de 5 GB e 100 minutos de ligação R 20000 Telefone fixo internet telefone móvel plano familiar para cinco pessoas TV a cabo R 31000 Telefone fixo internet telefone móvel TV a cabo com 80 canais R 25000 Telefone fixo internet telefone móvel plano familiar para cinco pessoas TV a cabo plano de backup ilimitado em nuvem R 33000 Telefone fixo Internet Celular Tv a cabo Celular plano familiar Armazenamento em nuvem Figura 10 Exemplo pacotecombo Fonte o autor Se cada produto fosse adquirido separadamente o valor seria de R 300 00 Mas se contratados via pacote ou combo o valor e reduzido para R 230 00 A margem do combopacote pode ate ser igual ou infe rior à soma dos serviços contratados separadamente contudo nesse caso fecha um conjunto de necessidades do consumidor o que faz com que este fique menos susceptível a outros vários fornecedores de serviços da mesma natureza ou ainda faz com que os aborrecimentos de troca por outro fornecedor equipamentos portabilidade de números telefônicos contrato de fidelidade se tornem menores UNIDADE 4 176 Processos de decisões de preços Churchill e Peter 2012 reconhecem que nem sempre os empreendimentos pre cificam seus produtos e serviços de forma racional reflexiva analítica e de forma metodológica Certamente pode haver empreendimentos que se orientam mais impulsiva e intuitivamente a aspectos ligados ao seu dia a dia como a concorrência por exemplo No entanto esses autores recomendam que um processo lógico deve ser seguido na realização da precificação conforme descrito na Figura 11 a seguir Definição dos objetivos da precificação Avaliação da resposta dos clientes e de outras restrições de preços Análise do potencial de lucros Definição do preço inicial Ajuste dos preços conforme necessário Figura 11 Processo de precificação Fonte Churchill e Peter 2012 p 349 Os autores lembram que apesar de o processo descrito na Figura 11 estar bem definido a decisão peculiar de cada fase desdobrase em muitas variáveis que po dem não ser fáceis de equilibrar Por isso Churchill e Peter 2012 p 349 afirmam Atualmente os profissionais de marketing contam com a ajuda de softwares que preveem como os clientes devem reagir a vários pre ços ou como as vendas em vários níveis de preços podem afetar o balanço final da organização A seguir no Quadro 23 uma descrição mais detalhada das ações e das variáveis envolvidas em cada uma das etapas Definição dos objetivos de precificação O processo de precificação começa quando os profissionais de marke ting definem quais são os seus objetivos Já que estes servirão de guia para a estratégia de preços escolhida devem dar suporte ao esforço de criar valor para os mercadosalvo identificados Devem portanto ajudar a alcançar os objetivos gerais de marketing Avaliação da resposta dos clientes e de outras restrições de preços Ao avaliar a resposta dos clientes os profissionais de marketing consi deram quanto de determinado produto os membros do mercadoalvo comprarão por determinado preço Para tanto devem examinar a procura pela classe do produto pela categoria e pela marca específica e em seguida analisar o nível total de demanda e o grau em que ela é afetada pelas mudanças de preço UNICESUMAR 177 Análise do potencial de lucros Com base nos objetivos e nas restrições de preços os profissionais de marketing decidem qual é a faixa de preços razoável Depois é preciso analisar os lucros potenciais associados a faixa em consideração Para fazer isso é preciso coletar informações sobre o padrão da demanda que aliadas a técnicas como de análise marginal darão informa ções sobre as relações entre preço demanda e lucro Definição do preço inicial Para definir um preço inicial os profissionais de marketing devem usar métodos de precificação baseados em combinação de custo em concorrência e em valor para os clientes Além disso devem levar em conta o modo como o preço se encaixa entre os outros elementos do composto de marketing Assim se a intenção for vender o produ to em lojas de descontos será preciso manter o preço baixo Se ao contrário a ideia for uma estratégia promocional enfatizando como o produto é superior ao de seus concorrentes o profissional de marke ting poderá definir um preço relativamente alto Ajustes nos preços conforme necessário Há muitas razões que podem levar a ajustes no preço de tabela Os profissionais de marketing podem querer oferecer uma promoção de preços temporária para atrair compradores do produto ou podem querer que o preço cobrado para vários grupos de clientes reflita os custos de servilos como no caso de um preço unitário mais baixo para pedidos grandes Quadro 23 Descrição do processo de precificação Fonte adaptado de Churchill e Peter 2012 p 350351 Caroa alunoa chegamos ao fim deste livro Tratamos dos aspectos funda mentais na geração de valor de um produto ou de um serviço conhecendo como os elementos de custos e de volumes de atividade se comportam bem como as principais perspectivas na sua precificação No entanto existem ainda aspectos circunstanciais que não foram explorados preços psicológicos comercio eletrô nico políticas de credito para vendas a prazo entre outros Nessa perspectiva não conheço nenhuma obra que examine e detalhe tudo que pode ser conside rado em relação ao que foi o objetivo central desta obra Por isso essa não foi a ambição desde o início mas sim o propósito de olhar para o macroobjetivo do curso e desenvolver conteúdos relevantes para seu aprendizado e sua formação o que acredito ter sido plenamente exercido UNIDADE 4 178 O primeiro tópico desta unidade trata da compreensão de valor no contexto social isto é como os aspectos monetários temporais comportamentais e psicológicos podem influen ciar ou não a decisão de compra de um produto ou de um serviço É possível perceber tam bém que há ou não significação a respeito de um produto ou de um serviço de natureza financeira Foi possível observar que alguns autores abordam o quanto um bem pode ou não ter significado de valor quando tem distinção entre valor de uso e investimento bem como se o produto tem valor individualista ou relacional funcional ou simbólico No segundo tópico você pôde ver o desenvolvimento da formação de preços de venda utilizado como parâmetro básico para os custos de produção Com base nos custos é utilizada a metodologia mark up que pode ser calculada pelo mecanismo multiplicador ou divisor Nela foram abordados os elementos básicos sobre os tributos na composição de preços Foram discorridas algumas situações entre Lucro Real Presumido e Simples en volvendo indústria comércio e serviço Além disso foram apresentados alguns exemplos principalmente as implicações relativas ao crédito tributário Alguns aspectos econômicos na formação de preços foram abordados no terceiro tópico Nesse ponto chamo a atenção sobre a necessidade de o empreendedor saber em que es trutura de mercado atua pois esse conhecimento pode alterar as estratégias de precificação relacionadas à concorrência à demanda e consequentemente à elasticidade dos preços No quarto tópico por sua vez foram tratadas algumas temáticas influenciadoras na fixa ção de preços relacionadas à área mercadológica em que operam Entre tais elementos foram destacadas vertentes relacionadas a técnicas que podem ser utilizadas na previsão do volume de vendas e a importância de aproximar os números ao máximo possível do performado com as previsões Outra abordagem é relacionada ao ciclo de vida do produto De forma ampla este possui quatro etapas que requerem acompanhamento e ações singulares em cada fase Nesse tópico foram apresentados ainda alguns tipos de desconto em decorrência de sua relevância na decisão de compras além das abordagens sistêmica e analítica sobre o processo de decisão de compras quadroresumo 179 na prática 1 A indústria de calças Super Leg Ltda apresentou a seguinte estrutura de um de seus modelos femininos para a próxima estação Custos variáveis de produção R 10200 Impostos 625 Comissões sobre as vendas 10 O mark up desejado é de 50 Com base nessas informações assinale a alternativa que corresponde ao índice de mark up multiplicador e divisor respectivamente a 1 20 e 2 40 b 2 20 e 0 80 c 3 10 e 0 90 d 2 50 e 0 50 e 2 96 e 0 34 2 Com base nos dados da indústria de calças Super Leg Ltda analise as alternativas a seguir e assinale a que corresponde ao preço de venda correto a R 204 00 b R 352 20 c R 302 22 d R 153 00 e R 250 00 180 na prática 3 No caso da indústria de calças Super Leg Ltda considere que todos os seus modelos de calça para a próxima estação terão a mesma estrutura de custos os gastos fixos mensais serão de R 16 000 00 e a capacidade de produção mensal será de 100 peças Analise essa situação e assinale a alternativa que corresponde ao resultado máximo mensal projetado a R 888 80 b R 1 200 00 c R 1 333 33 d R 1 500 00 e R 2 000 00 4 A Comercial Texas Qualy Ltda possui um produto que se comportou da seguinte for ma nos últimos meses em relação a alteração de preço e a quantidade comercializada T1 T2 T3 Quantidade 100 108 110 Preço R 3000 R 2900 R 2600 Com base nesses dados é possível dizer que a elasticidade de T2 e de T3 foram respectivamente a 2 40 e 0 75 b 1 60 e 0 86 c 0 90 e 4 40 d 3 12 e 4 12 e 0 77 e 0 62 181 na prática 5 Indústria Tech Cloud efetuou a seguinte venda na data de ontem Valor da venda R 300000 Valor do IPI 10 R 27273 Valor do ICMS 18 R 49091 Valor do PIS 165 R 4500 Valor Cofins 76 R 20727 Quem fez a aquisição foi a Comercial Texas Qualy Ltda Com base nessas informa ções analise a situação e assinale a alternativa que corresponde ao valor do crédito tributário da Comercial Texas Qualy Ltda a R 0 00 b R 1 015 91 c R 1 200 00 d R 743 18 e R 333 33 182 aprimorese Laudon e Laudon 2004 explicam que o poder de barganha do consumidor aumen tou porque a internet possibilitou o surgimento de quatro ferramentas importantes 1 Comparação instantânea de preços o consumidor pode verificar o preço do bem que deseja comprar em várias lojas digitais simultaneamente e escolher o menor preço disponível Existem diversos sites de comparação de preços no Brasil como Buscapé wwwbuscapecombr Bondfaro wwwbondfarocom br Zoom wwwzoomcombr e Já Cotei wwwjacoteicombr 2 Leilão reverso essa ferramenta possibilita a realização de leilões pelo me nor valor ao contrário do leilão tradicional Mercado Livre wwwmercadoli vrecombr é um exemplo de empresa que oferece esse tipo de serviço pela Internet Outro exemplo é o Mukirana wwwmukiranacom que idealizou um sistema de leilões penny auction leilão centavo 3 Mecanismo defina seu preço o consumidor define o preço que deseja pagar por uma mercadoria ou um serviço e o website busca fornecedores que atendam o consumidor O Priceline wwwpricelinecom permite esse tipo de serviço Imagine que você decida viajar de avião de Nova Iorque até Michigan e está disposto a pagar um preço de US 3000 trinta dólares O Priceline busca em todas as companhias aéreas e identifica alguma que tenha um assento ocioso às 3h da manhã fazendo duas escalas Pode não ser a maneira mais rápida e confortável mas você receberá um serviço pelo preço que está disposto a pagar Importante destacar que esse tipo de servi ço ainda não existe no Brasil mas existe mercado futuro para isso 4 Grupos de compras consiste na criação de grupos de consumidores inte ressados na aquisição do mesmo bem e negociam com vários fornecedores obtendo menores preços O Groupon wwwgrouponcombr é o pioneiro em compras coletivas em todo o mundo Criado em 2008 na cidade de Chi cago o Groupon é o fundador do conceito de compras coletivas Hoje a empresa já está presente em 47 países oferecendo descontos nos melhores endereços de diversas cidades com preços relativamente vantajosos Fonte adaptado de Filippin e Galeano 2018 p 100 183 conclusão geral Caroa alunoa chegamos ao fim desta jornada Ao longo da primeira unidade deste livro verificamos como a sociedade mudou por meio da descoberta das produções vegetal e animal com as quais o homem pôde estabelecerse em regiões mais pro pícias ao cultivo de determinadas espécies de vegetais bem como utilizarse de ani mais que poderiam servir para a alimentação e para a produção de roupas Com isso alguns indivíduos puderam desenvolver habilidades para tais atividades Podemos afirmar de certa forma que foi nesse momento da história em que nasceu o serviço especializado alguns passaram a fazer trocas de sementes de vegetais de frutos por outros alimentos como carne animais vivos e couro Mesmo nessa sociedade primiti va ocorreu a primeira reflexão do quanto vale uma mercadoria pela outra Ainda na primeira unidade entendemos a importância da apuração dos custos de produção de um empreendimento bem como dos conceitos como gastos de sembolso investimento custo despesas receitas e perdas e das terminologias amplamente utilizadas na contabilidade de custos tão importantes quanto as clas sificações em relação à identificação e à apropriação dos recursos gastos na produ ção tanto a nível dos produtos e aos seus comportamentos Trabalhamos ainda com os custos diretos e indiretos os custos fixos e variáveis A correta identificação e classificação dos custos de um empreendimento pôde ser percebida quando de senvolvido o conceito de custo volume e lucro atrelados à margem de contribuição e ao ponto de equilíbrio contábil econômico e financeiro A segunda unidade foi dedicada à compreensão ao controle e ao cálculo dos cha mados elementos de custo Logo trabalhamos com os materiais a mão de obra e os custos indiretos de fabricação Em relação aos materiais foi feita uma ana logia diferenciando o fluxo dos estoques tanto em um comércio quanto em um empreendimento industrial no qual foi possível perceber que o fluxo relacionado à atividade industrial é bem mais complexo Ainda em relação aos materiais foi de monstrado como pode ser efetuado o controle dos produtos das mercadorias e das matériasprimas armazenadas além de uma explicação detalhada do funcionamen to da ficha de estoque Outro item também abordado foi referente à mão de obra 184 conclusão geral ou de forma geral à remuneração das pessoas Ficou evidente que não é apenas a remuneração que faz parte do cômputo dos cálculos do custo da remuneração do pessoal Encontramse também os encargos sociais as férias as comissões os se guros os equipamentos de proteção os benefícios o vale transporte entre outros Efetuamos evidências por meio de exemplo de cálculos numéricos apresentando como o custo com a remuneração do pessoal pode ser calculado mensal anual mente e até mesmo por hora Por fim vimos os custos indiretos de fabricação e sua forma de apropriação também chamado de critério de rateio dos custos indiretos A terceira unidade foi dedicada à conceituação e à interpretação com apresentação de exemplos de utilização da margem de contribuição de produtos e de serviços Com o entendimento da margem de contribuição foi possível verificar o ponto de equilíbrio relacionado ao nível de atividade do empreendimento necessário ou seja é o nível de atividade dos negócios no qual não se obtém prejuízo mas também não se obtém lucro pois este ocorre a partir desse momento As formas de precificar produtos e serviços foi assunto abordado na quarta unidade além de aspectos relacionados ao valor de bens de serviços nas relações sociais e na determinação dos preços com base nos gastos ou seja os custos e as despesas do empreendimento Foram considerados ainda aspectos econômicos como elastici dade de preços estrutura de mercado e aspectos estratégicos e mercadológicos que podem influenciar na fixação de preços dos produtos das mercadorias e dos serviços É importante salientar que em nenhum momento esta obra se propôs a esgotar o as sunto relacionado à fixação de preços de produtos de serviços e de mercadorias mas cumpriu plenamente sua função no que tange a aspectos fundamentais e primordiais relacionados a preços que podem ser aplicados atualmente no mundo dos negócios referências 185 BERNARDI L A Formação de preços estratégias custos e resultados 5 ed São Paulo Atlas 2017 BEULKE R BERTÓ D J Precificação sinergia do marketing e das finanças 2 ed São Paulo Saraiva 2012 BRUNI A L FAMÁ R Gestão de custos e formação de preços com aplicações na calculadora HP 12C e Excel 6 ed São Paulo Atlas 2012 CASTRO C S SANTOS P R Contabilidade Aplicada ao Agronegócio Unicesumar Maringá 2012 CASTRO S C de Contabilidade Gerencial Maringá Unicesumar 2014 CASTRO S C de Contabilidade no Agronegócio Maringá Unicesumar 2019 CASTRO S C de FRAGALLI A C Custos de Produção Maringá Unicesumar 2018 CHURCHILL G A PETER J P Marketing criando valor para os clientes São Paulo Saraiva 2012 COGAN S Custos e Preços Formação e Análise São Paulo Pioneira 1999 FAVERO H L et al Contabilidade teoria e prática 6 ed São Paulo Atlas 2011 FILIPPIN M GALEANO R Gestão de Preços Maringá Unicesumar 2018 FRAGALLI A C CASTRO S C de Custos de Produção Maringá Unicesumar 2018 FRANCISCO C C B Marketing de Serviços Maringá Unicesumar 2018 LUNKES R J Manual de orçamento São Paulo Atlas 2004 MARTINS E Contabilidade de custos 10 ed São Paulo Atlas 2010 MARTINS E ROCHA W Métodos de custeio comparados custos e margens analisados sob diferentes perspectivas São Paulo Atlas 2010 MEGLIORINI E Custos análise e gestão 3 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2011 MONTOTO E Contabilidade geral esquematizada São Paulo Saraiva 2012 OLIVEIRA L M de PEREZ JUNIOR J H Contabilidade de custos para não contadores 5 ed São Paulo Atlas 2012 PADOVEZE C L Contabilidade de custos S l Cengage Learning Editores 2014 PEREZ JUNIOR J H OLIVEIRA L M de COSTA R G Gestão estratégica de custos textos casos práticos e testes com as respostas 8 ed São Paulo Atlas 2012 POLANYI K A grande transformação As origens de nossa época Rio de Janeiro Campus 2000 RESENDE J F B et al Como elaborar o preço de venda Belo Horizonte SEBRAEMG 2013 RIBEIRO O M Contabilidade de custos 3 ed São Paulo Saraiva 2013 referências 186 SANVICENTE A Z SANTOS C da C Orçamento na administração de empresas planejamen to e controle São Paulo Atlas 2000 URDAN F T URDAN A T Gestão do composto de marketing 2 ed São Paulo Atlas 2013 VICECONTI P E V NEVES S das Contabilidade de custos um enfoque direto e objetivo 10 ed São Paulo Saraiva 2012 VIEIRA E P Custos e formação do preço de venda Ijuí Unijuí 2008 YANASE J Custos e formação de preços importante ferramenta para tomada de decisões São Paulo Trevisan Editora 2018 REFERÊNCIAS ONLINE ¹ Em httpwwwbcbgovbrhtmsorigevolasp Acesso em 18 jun 2019 ² Em httpwwwbiasioprobrcustoseprecosdownload18custoseprecos Acesso em 18 jun 2019 ³ Em httpswwwebahcombrcontentABAAAe5WoAGanaliseinvestimentosmaterial1 Acesso em 18 jun 2019 4 Em httpsendeavororgbroperacoescontroledeestoque Acesso em 27 jun 2019 5 Em httpwwwsebraecombrsitesPortalSebraecursoseventossiaccodevento siac2031765 Acesso em 12 jul 2019 6 Em httpsptwikipediaorgwikiJohnMaynardKeynes Acesso em 9 jul 2019 gabarito 187 UNIDADE 1 1 B 2 A 3 E 4 B 5 C UNIDADE 2 1 R 2 480 00 NOME DO PRODUTO PACOTE DE GLICOSE 3 QUILOS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO MPM DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01 maio 100 500 50000 100 500 50000 02 maio 200 800 160000 300 700 210000 03 maio 50 1400 70000 350 800 280000 04 maio 310 800 248000 40 800 32000 gabarito 188 2 R 2 240 00 NOME DO PRODUTO PACOTE DE GLICOSE 3 QUILOS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO PEPS DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01 maio 100 500 50000 100 500 50000 02 maio 200 800 160000 200 800 160000 03 maio 50 1400 70000 50 1400 70000 350 280000 04 maio 100 500 50000 04 maio 200 800 160000 04 maio 10 1400 14000 04 maio 310 224000 gabarito 189 3 R 2 600 00 NOME DO PRODUTO PACOTE DE GLICOSE 3 QUILOS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO UEPS DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01 maio 100 500 50000 100 500 50000 02 maio 200 800 160000 200 800 160000 03 maio 50 1400 70000 50 1400 70000 350 280000 04 maio 50 1400 70000 04 maio 200 800 160000 04 maio 60 500 30000 04 maio 310 260000 4 Se esgotado todo o estoque independentemente do método de avaliação o custo seria o mesmo pelos três métodos correspondendo a todo valor que se encon tra nos estoques R 2 800 00 VALOR DO LOTE R R 50000 R 160000 R 70000 TOTAL R 280000 gabarito 190 5 PEPS pois com o menor custo entre os três critérios estudados resultaria no maior lucro Exemplo CIA INDUSTRIAL BOM REFRI DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO PEPS MPM UEPS Vendas 15000 15000 15000 CMV 2240 2480 2600 Lucro Bruto 12760 12520 12400 Despesas ADM Vendas 10000 10000 10000 Lucro Antes do Imposto de Renda 2760 2520 2400 Imposto de Renda 414 378 360 Lucro Líquido R 2346 R 2142 R 2040 UNIDADE 3 1 PV R 65000 CV R 28500 DV R 7500 MC R 29000 2 PEC GFMC PEC R 34000000 R 29000 PEC 172 unidades gabarito 191 3 PEF GFDepreciação MC PEF R 32500000 R 29000 PEF 1121 unidades 4 PEEGFMeta de LucroMC PEE R 39000000 R 29000 PEE 1345 unidades 5 Receita Bruta R 130000000 Custos variáveis R 57000000 Despesas variáveis R 15000000 Margem de contribuição global R 58000000 Custos fixos R 16000000 Despesas fixas R 18000000 Resultado R 24000000 UNIDADE 4 1 R 2 36 e 0 34 2 R 302 22 3 888 80 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS GERENCIAIS Preço de venda R 30222 Gastos variáveis R 15111 Margem de contribuição unitária R 15111 Quantidade produzida e vendida no mês 100 Margem de contribuição total do produto R 1511120 gabarito 192 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS GERENCIAIS Margem de contribuição global R 1511120 Gastos fixos R 1600000 Resultado do período R 88880 4 2 40 e 0 75 PRODUTO A T1 T2 T3 Quantidade 100 108 110 Q 800 1000 Preço 3000 2900 2600 T 333 1333 Elasticidade 240 075 Elástico sim não 5 R 743 18 DADOS DA COMPRA IMPOSTOS NÃO CUMULATIVOS INDÚSTRIA R RAMO DE ATIVIDADE INDÚSTRIA R COMÉRCIO R SERVIÇO R Valor da venda 300000 300000 300000 300000 Valor do IPI 10 27273 27273 Valor do ICMS 18 49091 49091 49091 Valor do PIS 165 4500 4500 4500 4500 Valor Cofins 76 20727 20727 20727 20727 Custo da matériaprima sem impostos 198409 198409 225682 274773 Impostos a recuperar crédito 101591 101591 74318 25227
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GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA PROFESSOR Me Silvio César Castro ACESSE AQUI O SEU LIVRO NA VERSÃO DIGITAL EXPEDIENTE C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ Núcleo de Educação a Distância CASTRO Silvio César Gestão de Custos e Formação do Preço de Venda Silvio César Castro Maringá PR Unicesumar 2019 Reimpresso em 2024 192 p Graduação EaD 1 Custos 2 Venda 3 Gestão EaD I Título FICHA CATALOGRÁFICA NEAD Núcleo de Educação a Distância Av Guedner 1610 Bloco 4Jd Aclimação Cep 87050900 Maringá Paraná wwwunicesumaredubr 0800 600 6360 Coordenadora de Conteúdo Patrícia Rodrigues Projeto Gráfico e Capa Arthur Cantareli Jhonny Coelho e Thayla Guimarães Editoração Flávia Thaís Pedroso Design Educacional Nayara G Valenciano e Amanda Peçanha Revisão Textual Monique Coloni Boer Ilustração Welington Oliveira Fotos Shutterstock CDD 22 ed 33852 CIP NBR 12899 AACR2 ISBN 9788545919179 Impresso por Bibliotecário João Vivaldo de Souza CRB 91679 DIREÇÃO UNICESUMAR Reitor Wilson de Matos Silva ViceReitor Wilson de Matos Silva Filho PróReitor de Administração Wilson de Matos Silva Filho PróReitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva PróReitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi BOASVINDAS Neste mundo globalizado e dinâmico nós tra balhamos com princípios éticos e profissiona lismo não somente para oferecer educação de qualidade como acima de tudo gerar a con versão integral das pessoas ao conhecimento Baseamonos em 4 pilares intelectual profis sional emocional e espiritual Assim iniciamos a Unicesumar em 1990 com dois cursos de graduação e 180 alunos Hoje temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil nos quatro campi presenciais Maringá Londrina Curitiba e Ponta Grossa e em mais de 500 polos de educação a distância espalhados por todos os estados do Brasil e também no exterior com dezenas de cursos de graduação e pósgraduação Por ano pro duzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares Somos reconhe cidos pelo MEC como uma instituição de exce lência com IGC 4 por sete anos consecutivos e estamos entre os 10 maiores grupos educa cionais do Brasil A rapidez do mundo moderno exige dos edu cadores soluções inteligentes para as neces sidades de todos Para continuar relevante a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes inovação coragem e compromis so com a qualidade Por isso desenvolvemos para os cursos de Engenharia metodologias ati vas as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância Reitor Wilson de Matos Silva Tudo isso para honrarmos a nossa mis são que é promover a educação de qua lidade nas diferentes áreas do conheci mento formando profissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária P R O F I S S I O N A L T R A J E T Ó R I A Me Silvio César Castro Mestre em Administração de Empresas com ênfase em Gestão de Negócios UEM especialista MBA em Finanças Unicesumar e graduado em Ciências Contábeis UEM em Administração em Tecnologia em Processos Gerenciais e em Tecnolo gia em Marketing Unicesumar Atuou durante 25 anos no mercado financeiro por meio de instituições financeiras múltiplas e de cooperativa de crédito e também como gerente comercial de carteiras de pessoa jurídica de médias e de grandes empresas e de pessoa física alta renda Foi responsável por todo o processo com preendido no Ciclo de Crédito pela qualidade da análise pela revisão de políticas pela classificação e gestão do risco de crédito e pela implantação de novos produtos É professor universitário há mais de 18 anos exercendo a docência e escrevendo livros nas áreas de gestão de projetos de contabilidade gerencial de orçamento empresarial de comunicação e de negociação empresarial É avaliador institucional ad hoc do MECINEP membro voluntário do Conselho de Desenvolvimento Eco nômico de Maringá CODEM e coordenador de curso de Educação a Distância da Unicesumar Tem experiência em crédito internacional por meio de intercâmbio empresarial internacional junto ao World Council of Credit Unions httplattescnpqbr1831413841898146 A P R E S E N TA Ç Ã O D A D I S C I P L I N A GESTÃO DE CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA Olá prezadoa acadêmicoa Seja bemvindoa a este livro que é dividido em quatro unida des Na primeira farei um breve resgate histórico de como o conceito de valor foi atribuído aos bens e aos serviços e como isso evoluiu antes e depois da existência da própria moeda o dinheiro que conhecemos atualmente Em seguida evidenciarei a importância de precificar adequadamente o que se pretende comercializar e como o total entendimento da estrutura de custos e de despesas geradas nos empreendimentos pode ser decisivo entre a manuten ção ou o encerramento das atividades do negócio Nesse sentido explorarei conceitualmente as terminologias relacionadas aos custos e demonstrarei a você numericamente como são classificados principalmente entre despesas x custos fixos ou variáveis e diretos ou indiretos Na segunda unidade destacarei o que distingue o empreendimento industrial de outros em preendimentos Em seguida você conhecerá os materiais que compõem o custo de um produto acabado e compreenderá os métodos de controle existentes Entre os elementos de custos há um que é geralmente considerado relevante pelos montantes de recurso consumidos a mão de obra Logo identificar os gastos que compõem o custo com mão de obra direta assim como efetuar o seu cálculo é algo primordial por isso tamanha ênfase Há ainda os custos que não podem ser diretamente identificados com os produtos Nessa perspectiva reconhecer os custos indiretos do processo produtivo bem como os métodos de distribuiçãorateio é indispensável Por meio do conhecimento adquirido nas Unidades 1 e 2 na Unidade 3 avançaremos no entendimento daquilo que considero mais importante para um empreendimento indepen dentemente do seu ramo de atividade a margem de contribuição indispensável à atividade empresarial A partir dela você poderá atuar na análise do volume de atividades do empreen dimento necessária para a sobrevivência deste isto é aprenderá a calcular e a interpretar os pontos de equilíbrio contábil financeiro e econômico e o grau de alavancagem operacional Por intermédio da Unidade 4 apresentarei a você alguns conceitos sobre a assimilação de valor nas relações sociais e em seguida uma abordagem direta sobre a determinação dos preços de venda com base nos custos e nas despesas fixas e variáveis Ao ampliar o conceito de precifica ção serão identificados os aspectos relacionados à estrutura e ao momento econômico que influenciam na precificação de produtos e de serviços e os aspectos a serem identificados na formação de preços que levam em consideração aspectos mercadológicos e estratégicos além dos exclusivamente baseados nos custos dos produtos e dos serviços disponíveis para venda Desejolhe excelente aprendizado ÍCONES Sabe aquela palavra ou aquele termo que você não conhece Este ele mento ajudará você a conceituálao melhor da maneira mais simples conceituando No fim da unidade o tema em estudo aparecerá de forma resumida para ajudar você a fixar e a memorizar melhor os conceitos aprendidos quadroresumo Neste elemento você fará uma pausa para conhecer um pouco mais sobre o assunto em estudo e aprenderá novos conceitos explorando ideias Ao longo do livro você será convidadoa a refletir questionar e transformar Aproveite este momento pensando juntos Enquanto estuda você encontrará conteúdos relevantes online e aprenderá de maneira interativa usando a tecno logia a seu favor conectese Quando identificar o ícone de QRCODE utilize o aplicativo Unicesumar Experience para ter acesso aos conteúdos online O download do aplicativo está disponível nas plataformas Google Play App Store CONTEÚDO PROGRAMÁTICO UNIDADE 01 UNIDADE 02 UNIDADE 03 UNIDADE 04 FECHAMENTO IMPORTÂNCIA DA PRECIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO E DE SUA CLASSIFICAÇÃO 08 ELEMENTOS DE CUSTOS 52 88 ANÁLISE DO CUSTOVOLUME LUCRATIVIDADE 128 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ASPECTOS FINANCEIROS ECONÔMICOS ESTRATÉGICOS E DE MARKETING 184 CONCLUSÃO GERAL 1 IMPORTÂNCIA DA PRECIFICAÇÃO DOS CUSTOS DE PRODUÇÃO e de sua classificação PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Precificação em contextos históri cos Relevância da apuração dos custos de produção Conceitos e terminologias em custos industriais Classificação dos gastos em relação aos produtos Classificação dos gastos em relação ao volume de produção Classificação dos gastos de forma sistêmica OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Resgatar aspectos históricos e relevantes sobre a precificação na história humana e seu atual significado Reconhecer a importância da apuração dos custos para as organizações Compreender expressões e terminologias costumeiramente utilizadas em custos Identificar e diferenciar os gastos diretos e indiretos Identificar e diferenciar os gastos fixos e variáveis Compreender a classificação dos gastos de forma situacional PROFESSOR Me Silvio César Castro UNIDADE 1 10 1 PRECIFICAÇÃO EM CONTEXTOS históricos Caroa alunoa em breve você verá que o conceito de preço de produto ou de serviço tal qual conhecemos atualmente passou por grandes modificações bem como a própria sociedade desde o estabelecimento das primeiras civilizações Certamente você já estudou sobre o homem primitivo em alguma disciplina de história Ele era nômade isto é não tinha local fixo para passar a maior parte da vida não tinha moradia como conhecemos na atualidade Esse homem primi tivo buscava de acordo com as estações climáticas anuais entre outros aspectos a disponibilidade de recursos naturais Tentava sobreviver tirando proveito das melhores ofertas de alimentos procurando abrigo e proteção em relação às adver sidades naturais tal qual nos dias de hoje quando a natureza em determinados momentos é provedora da vida fornecendo recursos e em outros é subtratora com excesso de chuvas de secas e outros fenômenos que podem causar a morte das espécies A partir da oferta dos recursos naturais rios vegetação solos férteis produtores de frutos e com abundância de caça os povos primitivos produziam seus alimentos suas armas e seus utensílios rudimentares No entanto a descoberta do ato de semear e de cultivar o solo produzindo frutos e outros vegetais bem como a possibilidade de criar certos animais em cativeiro mudou todo o modo de sobrevivência Os povos até então nômades puderam estabelecerse em regiões mais propícias para as produções vegetal e animal historiadores afirmam que essa foi a primeira manifestação das ativi UNICESUMAR 11 dades agrícola e pecuária Essa nova e talvez considerada primeira civilização trouxe consigo o novo homem agricultor ou pecuarista que passou a desen volver métodos e ferramentas para aumentar sua produção o que por sua vez ocorreu da mesma forma que foram estabelecidas algumas habilidades inerentes aos indivíduos dessa sociedade Por exemplo alguns se especializaram no cultivo de feijão outros de milho outros na produção de aves de bovinos etc Logo hou ve excedente de produtos e com isso a necessidade da troca Um indivíduo que tinha o conhecimento e as condições de produzir feijão não tinha recursos nem conhecimento para criar bovinos então efetuava a troca de seus produtos pela criação de outro indivíduo Tal atividade é conhecida atualmente como escambo A prática da troca nas sociedades primitivas basicamente agrárias provo canos a primeira reflexão quanto vale um produto em relação a outro Em outras palavras qual o preço disso para comprar aquilo Nesse momento nasce o conceito de preço De acordo com Urdan e Urdan 2006 as trocas de produtos ocorriam com base nas quantidades negociadas isto é a moeda seja metálica ou de papel não era ainda cogitada Moedamercadoria De acordo com o Banco Central do Brasil 2019 online1 nas sociedades ba seadas no escambo em que não havia moeda metálica ou de papel alguns pro dutos e mercadorias passaram a ser mais procurados do que outros devido às suas utilidades Surgiram então as chamadas moedasmercadorias As duas primeiras moedas de que se tem conhecimento foram os bovinos e o sal Os bovinos podiam locomoverse por conta própria carregar cargas prover leite carne e couro para roupas e ainda podiam reproduzirse O sal também era um produto valioso principalmente longe das regiões marítimas pois era de difícil obtenção era utilizado amplamente na conservação de alimentos não se deteriorava o que simplificava seu armazenamento e era facilmente fracionado Esses dois produtos eram aceitos por essa sociedade agrária tornandoos uma moedamercadoria É possível perceber que o conceito de preço nesse período era baseado em utilidade em prática em dificuldade de obtenção em armaze namento entre outros atributos UNIDADE 1 12 O dinheiro A sociedade agrária evoluiu para uma sociedade de produção em massa Daí surge então o dinheiro similarmente ao que conhecemos atualmente represen tada por cédulas Contudo antes disso o homem passou a fazer uso de metais na construção de ferramentas e de utensílios De acordo com o Banco Central do Brasil 2019 online1 os metais eram inicialmente comercializados em seu estado bruto depois em barras avançando para produtos prontos como armas joias e utensílios até a moedametálica Eram fáceis de fracionar não se dete rioravam e permitiam a acumulação No entanto em decorrência do valor da moeda havia riscos em seu trans porte Dessa forma surgiram as primeiras casas de custódia bancos primitivos no qual as pessoas depositavam seus metais e suas pedras preciosas e recebiam um certificado de depósito ou seja um título que declarava a existência dos itens armazenados Surge daí o conceito de papelmoeda e do próprio dinheiro Polanyi 2000 atribui ao dinheiro a capacidade de ser um facilitador entre as transações mercantis ou daquilo que o mercado colocasse à disposição e fosse possível ser comprado ou vendido É necessário porém fazer uma retrospecti va histórica das novas possibilidades que o dinheiro trazia além da primitiva prática de escambo Segundo o autor quando o trabalho a terra e o dinheiro se tornaram mercadorias e a economia por meio de mercados quase destruiu o homem sobrepondose à sociedade e gerando um nível de pobreza nunca visto antes houve a necessidade de pensar o fato de que talvez o dinheiro possibilite a capacidade de acumulação Quando o homem era provido somente da prática de escambo até mesmo o termo compra ou venda não era cabível Com o passar do tempo as mercadorias se tornaram inconvenientes às transações comerciais em virtude da oscilação de seu valor de não serem fracionáveis e facilmente perecí veis não permitindo o acúmulo de riqueza O homem possuía poucos artifícios para gerar acumulação pois se armazenasse muito trigo além de sua capacidade de consumo logo perderia tudo Se tentasse acumular vários animais por sua vez seria gerado um custo de manutenção no trato demasiadamente alto Dessa forma os recursos estavam mais bem distribuídos na economia mas o dinheiro possibilitou a acumulação e quando os recursos da economia ou do ambiente estão concentrados é gerada a escassez nos menos providos da sociedade UNICESUMAR 13 Preços Entre tais elementos a possibilidade de acumulação os novos agentes de produ ção em massa como mão de obra e matériaprima e a lucratividade passaram a ampliar o sentido de preço na economia O preço passa a ser o montante mo netário que os consumidores pessoas e organizações estão dispostas a trocar pela aquisição de um produto uma mercadoria ou pela prestação de serviços Os ofertantes desses produtos ou desses serviços por sua vez alicerçam a quantidade monetária da troca preço com base em seus custos de produção e de lucro al mejado Nesse contexto o valor disposto a ser pago pelos consumidores faz parte do conceito de preço Segundo Bruni e Famá 2012 p 276 O preço estará limitado entre o custo e o valor nenhuma empresa oferecerá produtos por preços inferiores ao custo por tempo inde terminado Da mesma forma os clientes somente estarão dispostos a pagar o preço de um produto quando o valor percebido for supe rior Da diferença entre o preço e o custo decorre o lucro desejado pelas empresas Esse assunto será tratado em outro momento sobre estratégias de precificação valor percebido e não percebido composto de marketing aspectos econômicos e outras questões sobre preços Respeitando o título deste livro Gestão de custos e formação do preço de venda você já teve uma contextualização sobre pre ço e no próximo tópico verá algumas abordagens sobre custos aspectos e sua relevância Em seguida trabalharemos o significado de algumas nomenclaturas relacionadas à área de custos e algumas de suas classificações UNIDADE 1 14 2 RELEVÂNCIA DA APURAÇÃO dos custos de produção Assim como evoluiu a forma como os produtos e os serviços na humanidade são fabricados com a constituição de empreendimentos industriais utilizandose a mão de obra a matériaprima e os insumos a infraestrutura própria a maneira como se apuram os gastos também se tornaram muito mais complexos Consequentemente a precificação baseada em elementos confiáveis acompanhou esse trajeto Para um empreendimento que compra as mercadorias prontas e as revende é mais simples calcular o resultado das transações comerciais Tendo em vista que as operações giram basicamente por meio de compra e de venda de mercadorias bastando apenas verificar o montante pago por cada item em estoque após apli car uma margem lucro atribuise preços às mercadorias a serem vendidas Nos empreendimentos que fazem uso de processos industriais os itens disponíveis para venda derivam de um processo extenso exemplificado na Figura 1 a seguir o qual durante a realização agrega valor ao produto gerado UNICESUMAR 15 Matéria prima Mão de obra Custos Indiretos Estoques Controle Remuneração Encargos Gestão Depreciação Manutenção Layout Figura 1 Ambiente de fabricação Fonte o autor Desde o momento em que é tomada a decisão de produzir algo são adquiridas as matériasprimas efetuada a gestão e o monitoramento dos estoques há o en volvimento do pessoal da produção e a utilização da infraestrutura Até chegar ao produto final são vários os gastos envolvidos e todos fazem parte da composição monetária dos produtos fabricados que ainda devem ser valorados à preço de ven da Uma correta apuração dos custos de produção impacta diretamente no resul tado do empreendimento pois serve de base para precificação dos seus produtos Além de influenciar na determinação dos preços dos produtos a apuração dos custos de produção e das despesas proporciona informações fundamentais para a gestão dos negócios Essa eficiente gestão de gastos proporciona a identifi cação dos processos mais onerosos a verificação da ocorrência de desperdícios a análise de formas de melhorias na produção entre outros dados que auxiliam na performance produtiva A Figura 2 a seguir apresenta algumas das possibilidades da utilização das informações proporcionadas pela contabilidade de custos UNIDADE 1 16 apuração do custo dos produtos dos serviços e dos departamentos apuração da rentabilidade dos produtos dos serviços e dos departamentos atendimento de exigências contábeis e de auditoria atendimento de exigências fscais controle dos custos de produção controle da movimentação interna e externa das mercadorias melhoria de processos e eliminação de desperdício auxílio na tomada de decisões gerenciais otimização de resultados atribuição de responsabilidades entre os diversos executivos e departamentos análise do desempenho dos executivos e dos departamentos Gestão de custos Figura 2 Objetivos da contabilidade de custos Fonte adaptada de Oliveira e Perez Junior 2012 p 9 Atualmente o nível de competitividade existente entre os empreendimentos acentua a importância de todos os fatores proporcionados pela gestão de gas tos Para que um empreendimento seja competitivo é necessário estabelecer um controle de gastos visando à redução dos defeitos dos desperdícios de matérias primas e de insumos de energia de retrabalhos etc Para Castro e Fragalli 2018 quando um empreendimento tem controle dos seus gastos o valor agregado em cada etapa do processo é conhecido o que torna possível localizar com mais facilidade em que área deve concentrar seus esforços UNICESUMAR 17 3 CONCEITOS E TERMINOLOGIAS em custos Algumas áreas do conhecimento têm nomenclaturas próprias algumas até pos suem seus próprios dicionários Na área de custos isso não é tão comum mas existem alguns termos necessários para que haja melhor entendimento dos re cursos com os quais estamos tratando Nesse sentido você conhecerá alguns conceitos básicos que facilitarão o entendimento do assunto proposto neste livro Custos relacionados aos ramos empresariais O termo custo nem sempre é entendido de forma universal e dependendo do enfoque dos negócios e das atividades desenvolvidas pode haver variação na sua conceituação Martins 2003 p 19 explica que pelos métodos utilizados na con tabilidade de custos outras empresas que não possuem propriamente o processo de fabricação e de transformação de matériasprimas em produtos acabados se utilizaram desse termo ou ainda a palavra custo também significa o preço origi nal de aquisição de qualquer bem ou serviço inclusive leigamente daí se falar em custo de uma obra custo de um automóvel adquirido custo de uma consulta etc De acordo com Resende 2013 p 12 quando se fala em empreendimentos comerciais ou seja aqueles que compram produtos ou mercadorias prontas para consumo e as revende muito comum em distribuidoras atacadistas supermer UNIDADE 1 18 cados e lojas que vendem diretamente ao consumidor em uma empresa comercial apenas o custo da mercadoria vendida é considerado custo Em um empreendimento prestador de serviços por sua vez certamente a parcela que consome mais recursos para o funcionamento do negócio é relativa à remuneração dos colaboradores logo será aquela que gerará mais custos Isso não significa que não existam produtos consumidos nesse processo Por exem plo em uma oficina mecânica de carros de passeio certamente são consumidos produtos como antiferrugem graxa vedadores produtos de limpeza etc Não é efetuada a comercialização desses itens mas são utilizados durante o processo de prestação de serviço O empreendimento em que os processos são mais complexos são os que fabricam produtos Também chamados de empreendimentos industriais eles compram matériasprimas embalagens e fazem uso de mão de obra para conver ter essas matériasprimas em produtos acabados gerenciam estoques e também a infraestrutura na qual o negócio é desenvolvido Todo o consumo de recursos ocorrido nesse processo de fabricação é considerado custo Qual a diferença entre produtos e mercadorias As mercadorias são materiais adquiridos junto a outras empresas e que são destinados à venda no estado em que foram comprados ou seja sem sofrer qualquer alteração física O termo mercadoria é utilizado nas empresas comerciais visto que estas comercializam bens na forma em que foram adquiridos Muitas indústrias comercializam mercadorias embora o seu objetivo seja comercializar produtos Os produtos são bens fabricados pela empresa por meio de processos produtivos nos quais houve algum tipo de alteração física dos materiais comprados Existem vários ti pos de processos de produção entre eles encontramse industrialização transformação embalagem acondicionamento montagem etc Existem dois tipos de produtos a produtos em elaboração que ainda não estão prontos para serem vendidos São produtos que necessitam de mais operações para atingir o es tágio necessário para serem comercializados São conhecidos como produtos semipron tos semiacabados e em produção b produtos prontos fabricados pela empresa com o objetivo de serem vendidos Já se encontram em condições para a comercialização e são conhecidos como produtos acabados ou elaborados Fonte Biasio 2018 online² explorando Ideias UNICESUMAR 19 A seguir você conhecerá algumas nomenclaturas relacionadas à gestão de custos Importante Neste livro trataremos dos elementos de custos com referência a um em preendimento empresarial industrial uma vez que este traz todas as macroe tapas relacionadas ao gerenciamento dos custos de produção Estas porém são totalmente aplicáveis aos demais ramos de atividade empresarial Gastos Há certa confusão no uso correto dos termos gasto custo despesa desembolso dentre outros muitas vezes entendidos como o mesmo tipo de recurso que os envolve No entanto aos olhos da contabilidade de custos representam coisas diferentes De acordo com Vieira 2008 p 14 Os gastos ocorrem em todos os momentos e em qualquer setor da empresa Este termo é usado para definir as transações financeiras com que a entidade arca para obter um produto ou serviço qualquer Como exemplos de gastos é possível citar compra de máquinas de matériapri ma de energia pacotes de software contratação de serviços impostos aluguéis seguros mão de obra depreciação etc conforme o regime de competência em pregado na apuração de resultados de um empreendimento em que a ocorrên cia de um gasto não significa efetuar o seu pagamento mas no reconhecimento formal da sua ocorrência Isso ocorre principalmente pelos prazos concedidos por fornecedores ou quando o período de apuração e de ocorrência é realizado em um momento e o pagamento em outro Por exemplo na aquisição de um equipamento em que o fornecedor concedeu 60 dias para pagamento o gasto ocorreu no momento em que foi emitida a nota fiscal O mesmo caso ocorre na aquisição de uma matériaprima adquirida com prazo ou ainda referente ao décimo terceiro salário e às férias dos colaboradores em que o gasto não ocorre no momento do pagamento mas mês a mês quando o direito por essas verbas remunerativas é adquirido pelo quadro de funcionários UNIDADE 1 20 Desembolso De acordo com Castro e Fragalli 2018 o desembolso se refere ao momento do pagamento do que foi adquirido ou consumido Pode ocorrer antes durante ou depois da aquisição ou do consumo Quando algo é adquirido à vista o desem bolso e o gasto ocorrem simultaneamente No entanto como já sinalizado no item anterior caso o pagamento tenha prazo determinado para ocorrer no mo mento da compra é gerado o gasto e no seu vencimento o desembolso Também pode ocorrer situações em que o pagamento é adiantado e no momento da saída do recurso ocorre o desembolso gerando um direito para a empresa que adquiriu o bem ou contratou o serviço Quando o bem ou o consumo são faturados ou seja emitidos os documentos fiscais em nome do empreendimento ou quando o serviço é prestado pelo contratante o gasto é reconhecido Investimento Os investimentos representam gastos ativados infraestrutura do empreendi mento em função de sua vida útil da finalidade ou de benefícios gerados em vários períodos futuros De acordo com Castro e Fragalli 2018 apud FILHO 2019 online³ num sentido amplo o termo aplicase à compra de máquinas equipamentos e imóveis para a instalação de unidades produtivas Os investi mentos podem ser de diversas naturezas e de períodos variados de ativação O gasto com aquisição de ações de outras empresas é classificado como investi mento e permanece assim até o encerramento Em um segundo momento os investimentos sofrem depreciação pelo uso pelo desgaste e pela obsolescência Essa depreciação será reconhecida como gasto Ativado é o termo utilizado para informar que o bem será registrado no Balanço Patrimo nial do empreendimento precisamente no Ativo Não Circulante como um imobilizado Isto é itens que fazem parte da infraestrutura no negócio e não são destinados à compra e à venda como os itens dos estoques de produtos e de mercadorias Fonte o autor explorando Ideias UNICESUMAR 21 Custo O custo compreende todo o gasto relativo aos recursos utilizados na produção de outros bens ou serviços está relacionado ao processo produtivo da empresa ou seja aos empreendimentos industriais De acordo com Montoto 2012 p 53 o custo É o gasto em um bem ou serviço que será utilizado na produção de um produto como matériasprimas pessoal de produção e os diversos gastos de uma fábrica assim como os fretes e seguros para receber estas matériasprimas Com base nessas definições os recursos de um empreendimento envolvido no processo de fabricação podem ser observados na Figura 3 a seguir Ambiente de produção Estrutura de produção Transformação Mão de obra Supervisão Aluguel Água Seguros Mão de obra Estoques Manutenção Máquinas Matérias primas Materiais secundários Figura 3 Ambiente de produção Fonte o autor UNIDADE 1 22 Apesar da quantidade de elemen tos percebidos na Figura 3 os cus tos de produção são classificados e ordenados em três grandes grupos materiais mão de obra e custos indi retos de fabricação em destaque na Figura 4 a seguir A adequada forma de valoração desses itens que serve de base para a gestão de preços será assunto na próxima unidade Vale ressaltar que o uso de recur sos no processo produtivo não se dá apenas em indústrias Nas empresas prestadoras de serviços os recursos utilizados nos serviços realizados como ma teriais de reparos e equipamentos também são classificados como custo Despesa Enquanto o custo se refere aos gastos de bens ou de serviços para a produção de outros bens ou serviços a despesa se refere ao consumo de recursos para geração de receita A segregação entre custos e despesas em um empreendimento que desenvolve atividades industriais pode ser considerada característica própria do seu DNA na qual uma macrodepartamentalização que separa esses dois tipos de gastos é condição sine qua non termo originado do latim que significa sem ao qual não pode ser As despesas segundo Castro e Santos 2012 mostram que os sacrifícios finan ceiros são feitos para que o empreendimento obtenha a receita da comercializa ção dos produtos das mercadorias e dos serviços É importante lembrar que em condições normais esse sacrifício não deve superar os benefícios esperados pois nesse caso não valeria a pena tal esforço ou seja as despesas seriam superiores às receitas e consequentemente o resultado seria de prejuízo FAVERO et al 1997 De acordo com Castro e Fragalli 2018 para que uma empresa possa co mercializar determinado produto vários esforços são necessários como gasto Matéria prima Produto Mão de obra Outros custos indiretos Figura 4 Elementos de custos Fonte o autor UNICESUMAR 23 com impostos comissões dos vendedores salários e encargos do pessoal da ad ministração aluguel e depreciação do escritório fretes publicidade propaganda pesquisa de marketing entre outros Todos representam sacrifícios efetuados pela empresa para a obtenção de receita Custo x despesas É importante evidenciar que um gasto só se caracteriza como custo quando uti lizado no processo de fabricação do empreendimento Caso seja utilizado na administração de outros processos não relacionados à produção como vendas é considerado despesa O aspecto mais importante é saber onde o recurso foi consumido para assim identificálo como custo ou despesa A energia elétrica por exemplo é custou ou despesa Depende Se for da fábrica é um custo se for do departamento de vendas ou de uma loja será despesa A figura a seguir apresenta uma ideia de como ocorre a macrodepartamentalização de um em preendimento industrial Gastos Despesas Custos Despesas Gastos Comercial Vendas Administrativo Indústria Fábrica Figura 5 Macrodepartamentalização Fonte o autor UNIDADE 1 24 Na busca por eliminar essa questão observe os exemplos do Quadro 1 a seguir RECURSO CUSTO DESPESA Aluguel da loja X Aluguel da fábrica X Energia do escritório de vendas X Energia da fábrica X Depreciação do mobiliário e dos computa dores da administração X Depreciação dos veículos dos vendedores X Depreciação dos computadores do escritó rio de vendas X Depreciação dos equipamentos da fábrica X Salários e encargos do pessoal do escritório de vendas X Salário e encargos sociais do pessoal da fábrica mão de obra X Seguro da fábrica X Seguro da loja X Imposto predial da fábrica X Imposto predial da loja X Quadro 1 Custo ou despesa Fonte o autor A Figura 6 a seguir possibilita verificar de forma segregada os custos e as despe sas em forma de processo Observamse como exemplo os processos que con somem recursos na fabricação gerando custos e os processos que consomem recursos na administração geral e nas vendas gerando despesas UNICESUMAR 25 Matéria prima Mão de obra Custos indiretos Gestão Vendas Despesas gerais CUSTOS GASTOS DESPESAS Matériasprimas e insumos utilizados na fabricação de produtos Custo gerais de fabricação depreciação energia aluguel Mão de obra de pessoal da produção Despesas com administração pessoal contabilidade energia etc Despesas de vendas pessoal frete impostos etc Depreciação energia elétrica seguros etc Figura 6 Macrodepartamentalização Fonte o autor É importante lembrar que o fluxo apresentado na Figura 6 ocorre de forma simultâ nea e não separadamente isto é os custos e as despesas ocorrem simultaneamente Receita Receita nada mais é do que sinônimo de vendas Basicamente tudo o que é ven dido em um empreendimento gera receita e existem muitas fontes dela Receitas das atividades de fim do empreendimento são as principais também chamadas de receitas operacionais pois são oriundas da operação do negócio desenvolvido Por exemplo em uma indústria de confecção serão as roupas produzidas neste caso as receitas serão provenientes da venda de produtos O empreendimento pode ainda vender um veículo utilizado pelos vendedores que será substituído por um mais novo Essa venda também é uma receita UNIDADE 1 26 O empreendimento quando vende geralmente concede prazo para paga mento por parte dos clientes Lembrese de que o mesmo princípio do reconhe cimento verificado em relação aos gastos isto é o regime de competência é válido para as receitas Nesse sentido a receita é reconhecida no momento da emissão do documento de venda independentemente da ocorrência do recebimento Para melhor entendimento sobre o regime de competência recomendolhe a leitura complementar ao final desta unidade do livro Quando o empreendimento cobra juros de um cliente que pagou em atraso há uma receita financeira Os juros recebidos por alguma aplicação financeira em um banco também são uma receita financeira Uma organização pode ser dona de outra organização e isso é mais comum do que se imagina Um empreendimento pode receber lucros de outro do qual seja sócio ou seja tem participação Nesse caso o empreendimento que recebe esse lucro tem uma receita Muitos dos empreendimentos no Brasil fazem vendas a prazo Ao realizála é emitida a nota fiscal e automaticamente a receita é reconhecida Se o cliente não paga tornase inadimplente o empreendimento que fez a venda perde o valor dos recursos em estoque e ainda deve reco lher os impostos dessa receita Uma análise adequada de crédito dos clientes é fundamental Fonte o autor pensando juntos Perdas Segundo Castro e Fragalli 2018 quando a utilização de recursos ocorrer de forma anormal ou involuntária temse o que chamamos de perda que não deve ser confundida com despesa e muito menos com custo pois não é um sacrifício feito com intenção de obter a receita De acordo com Oliveira e Perez Jr 2012 p 23 as perdas representam gastos anormais ou involuntários que não geram um novo bem ou serviço e tampouco geram receitas e são apropriados diretamente no resultado do período em que ocorrem Castro e Fragalli 2018 apresentam o seguinte exemplo a sobra normal de madeira no processo de produção de móveis é caracterizada custo As perdas normais integram o custo dos produtos e são consideradas desperdício portanto devem ser monitoradas pelo empreendedor para minimizálas ao máximo enquanto as anormais são retiradas dos custos da produção e deduzidas diretamente do resultado consideradas então perdas UNICESUMAR 27 4 CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS EM RELAÇÃO A sua identificação e apropriação aos produtos Além da classificação dos recursos em relação à utilização por um empreendi mento receitas gastos investimentos custos despesas desembolsos ou perdas é possível observálos com base em dois aspectos I em relação à identificação e à apropriação aos produtos e II em relação ao volume de produção Primei ramente a verificação será feita em relação à identificação e à apropriação aos produtos nos quais os gastos custos e despesas podem ser diretos ou indiretos Custos diretos São custos ou insumos de fabricação identificados com os produtos sem que seja necessário algum critério ou estimativa para que isso ocorra Você conse guirá relacionar diretamente os custos aos produtos ou aos serviços prestados Por exemplo em um restaurante durante a preparação de uma salada de figo ao vinagrete de melado de cana 3 porções serão necessários os seguintes ingre dientes Quadro 2 a seguir UNIDADE 1 28 INGREDIENTES QUANTIDADE LÍQUIDA UNID EMBALAGEM PREÇO UNIT PREÇO BRUTO Rúcula 1 maço 1 R 250 R 250 Melado de cana 40 gramas 320 R 500 R 063 Limão galego 40 gramas 1000 R 500 R 020 Azeite de oliva 100 ml 900 R 1500 R 167 Figo fresco 6 unidades 8 R 1090 R 818 Requeijão de corte 80 gramas 1000 R 2500 R 200 Castanha do Brasil 20 gramas 150 R 1000 R 133 Manjericão roxo 05 maço 1 R 250 R 125 Custo Produção R 1775 Quantidade de porções 3 Custo por Porção R 592 Quadro 2 Exemplo custos diretos Fonte o autor Perceba que foi possível identificar clara e diretamente qual a quantidade de matériasprimas utilizadas bem como o seu respectivo valor Logo tratamse de custos diretos De acordo com Martins e Rocha 2010 os custos diretos são assim classifi cados porque A identificação é direta A apropriação é objetiva A mensuração é precisa Não há alocação subjetiva nem arbitrária Não é necessário realizar estimativas ou aproximações UNICESUMAR 29 Despesas diretas Segundo Castro e Fragalli 2018 enquanto os custos diretos são facilmente iden tificados e apropriados aos produtos fabricados as despesas diretas são facilmente quantificadas e apropriadas em relação às receitas de vendas Um exemplo dessa situação pode ser observado no Quadro 3 a seguir PRODUTO COMISSÃO DAS VENDAS IMPOSTOS SOBRE AS VENDAS Básico R 1000000 R 500000 Standart R 1500000 R 750000 Premium R 1600000 R 800000 Supreme R 1800000 R 900000 Quadro 3 Exemplo de despesas diretas Fonte o autor Perceba que para cada produto é possível identificar o valor das comissões de vendas pagas e os impostos Custos indiretos De acordo com Ribeiro 2013 p 292 uma das características dos custos indi retos é beneficiar a fabricação de vários produtos ao mesmo tempo Utilizando a receita de figo ao vinagrete de melado de cana no Quadro 2 como exemplo é possível inferir que nesse restaurante são servidos outros pratos tais como frango ao molho negro farofa de palmito e de ameixa massa com frutos do mar truta grelhada com alecrim e diversas sobremesas que são preparados na mesma cozinha ou seja utilizando a mesma estrutura UNIDADE 1 30 Frango ao molho negro Salada de figo ao vinagrete de melado de cana Massa ao fruto do mar Truta grelhada com alecrim Farofa de palmito e ameixa ENERGIA DEPRECIAÇÃO ALUGUEL Figura 7 Exemplo custos indiretos Fonte o autor Neste momento a pergunta a ser feita é qual montante dos custos da energia elétrica do aluguel da depreciação da água dentre outros será direcionado ou em termos contábeis será apropriado para cada prato preparado Por meio da Figura 7 percebese o que o autor Ribeiro 2013 afirma quando diz que os custos indiretos beneficiam a fabricação de vários produtos simultaneamente ou não Dessa forma não é possível identificar direta e precisamente quais os recursos indiretos consumidos na fabricação dos produtos Assim é necessário recorrer a algum critério como a quantidade de receitas o tempo gasto os funcionários envolvidos entre outros Como o objetivo desta unidade é tratar de aspectos introdutórios a forma como é feita essa distribuição na prática será abordada nas próximas unidades UNICESUMAR 31 Despesas indiretas De forma análoga ao que foi apresentado em relação aos custos indiretos o mes mo conceito é aplicado em relação às despesas indiretas Estas não conseguem ser identificadas diretamente com os produtos vendidos Por exemplo a área de marketing desenvolve um projeto com objetivo de tornar a marca mais conhe cida no mercado em que atua Ao verificar o reflexo disso na estrutura do em preendimento não se consegue medir precisamente o quanto isso incrementará nas vendas e ainda qual produto mercadoria ou serviço o projeto beneficiou Isso pode ser representado por meio da Figura 8 a seguir utilizando os mesmos produtos do Quadro 3 Básico Premium DESPESAS DE MARKETING Supreme Standart Figura 8 Exemplo de despesas indiretas Fonte o autor Pense na depreciação do imóvel de uma das lojas do empreendimento A adoção de critérios é necessária para estabelecer relação entre as despesas e os produtos as mercadorias ou os serviços vendidos UNIDADE 1 32 5 CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS EM RELAÇÃO ao volume de produção O comportamento dos gastos em relação às variações no volume de produção clas sificaos em fixos ou em variáveis Inicialmente trabalharemos com os gastos fixos custos e despesas fixas e depois com gastos variáveis custos e despesas variáveis Custos fixos Quando se fala em custo fixo pareceme que um paradigma é formado condicio nandonos a assimilar o termo fixo ao sentido de igual Acredito que o primeiro aspecto a ficar claro quando se fala em fixo é que este conceito em nenhum momento significa obrigatoriamente igual mas até pode ser ao longo de um período Contudo como autor também considero que fixo talvez não seja o termo mais adequado a ser empregado na classificação de que trataremos a seguir Um custo para ser tratado como fixo não precisa necessariamente ser igual de um período para o outro isto é de um mês para o outro Os custos fixos são aqueles que não sofrem alteração em decorrência de alterações no volume de produção do empreendimento mas às vezes até podem ser iguais de um mês para o outro Por exemplo o custo com aluguel da fábrica é considerado fixo UNICESUMAR 33 pois independentemente da produção o valor gasto é o mesmo Da mesma for ma quando há um reajuste do valor este não deixa de ser classificado como fixo conforme pode ser observado no exemplo do Quadro 4 a seguir O importante é sempre lembrarse do conceito O custo aumentou pelo fato de a produção ter aumentado Se a resposta for não ele é fixo O contrário tam bém é válido o custo diminuiu pelo fato de a produção ter sido reduzida Se a resposta for não é um custo fixo MÊS QUANTIDADE DE ITENS FABRICADOS CUSTO ALUGUEL DA FÁBRICA R Jun 1800 300000 Jul 1900 300000 Ago 1000 300000 Set 2500 300000 Out 1300 400000 Nov 1100 400000 Dez 1850 400000 Quadro 4 Custos fixos aluguel Fonte o autor Por meio do Quadro 4 é possível perceber que os custos fixos não sofrem alte rações proporcionais às variações no nível de produção da empresa Os custos fixos até podem ter seu valor alterado de um mês para o outro mas as variações estão geralmente relacionadas à correção de preços do fornecedor conforme observado entre o período de maio e de junho Isso não o torna um custo variável No gráfico apresentado na Figura 9 a seguir é possível verificar o comporta mento do custo do aluguel em relação ao nível de atividade do empreendimento As barras representam o custo e a linha o nível de atividade Veja que as barras se alteram apenas no mês em que ocorreu o ajuste de preço não mais O nível de atividade do empreendimento por sua vez alterase a cada mês UNIDADE 1 34 Custo com aluguel x nível de atividade 450000 400000 350000 300000 250000 200000 150000 100000 50000 000 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Custo aluguel da fábrica R Quantidade de itens fabricados Figura 9 Comportamento custo fixo aluguel Fonte o autor Nesse sentido o custo fixo não possui necessariamente o mesmo valor todos os meses Essa variação entretanto não está diretamente ligada ao volume de produção de cada período Um exemplo desse aspecto pode ser verificado no Quadro 5 que compara o custo com o sistema de segurança da fábrica e o volume de produção MÊS QUANTIDADE DE ITENS FABRICADOS CUSTO COM SISTEMA DE SEGURANÇA R Jun 1800 670000 Jul 1900 650000 Ago 1000 680000 Set 2500 675000 Out 1300 655000 Nov 1100 665000 Dez 1850 660000 Quadro 5 Custo fixo sistema de segurança Fonte o autor UNICESUMAR 35 Observe que o custo com o sistema de segurança da fábrica não é o mesmo a cada mês Isso pode ter ocorrido por contratações adicionais reparos custos com des ligamento ou contratação de colaboradores do setor pagamento de horas extras entre outros No entanto não estão relacionados à produção ou seja se produzir mais ou menos o custo com o sistema de segurança não vai sofrer alterações Esse comportamento pode ser verificado no gráfico apresentado na Figura 10 a seguir Custo com segurança x nível de atividade 800000 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 000 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Custo com sistema de segurança R Quantidade de itens fabricados Figura 10 Comportamento custo fixo sistema de segurança Fonte o autor Note que o valor de custo com o sistema de segurança até sofre oscilações mas não de forma proporcional à quantidade de itens fabricados Despesas fixas Utilizando o mesmo conceito dos custos fixos as despesas fixas são os gastos em que o valor não é influenciado pelo nível de atividade do empreendimento mas estão relacionadas à geração de receitas No Quadro 6 a seguir isso é retratado de forma análoga ao Quadro 4 UNIDADE 1 36 MÊS QUANTIDADE DE ITENS VENDIDOS DESPESA COM ALUGUEL DA LOJA R Jun 5000 800000 Jul 5500 800000 Ago 5600 800000 Set 4300 1000000 Out 4200 1000000 Nov 4800 1000000 Dez 4000 1000000 Quadro 6 Despesa fixa aluguel Fonte o autor O gráfico apresentado na Figura 11 a seguir retrata esse comportamento no qual a alteração ocorrida no aluguel se dá em função de um ajuste de preços e não tem relação com a quantidade de itens vendidos Custo com aluguel x Itens vendidos 1200000 1000000 800000 600000 400000 200000 000 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Custo com aluguel da loja R Quantidade de itens vendidos Figura 11 Comportamento despesa fixa aluguel Fonte o autor O aluguel permanece constante enquanto o volume de produção sofre alterações significativas UNICESUMAR 37 Custos variáveis Os custos variáveis são afetados diretamente pelo volume de produção ou seja conforme aumenta ou diminui a quantidade de produtos fabricados esses custos também aumentam ou diminuem proporcionalmente Segundo Oliveira e Perez Jr 2012 p 70 os custos variáveis possuem as se guintes características Seu valor total varia na proporção direta do volume de produção O valor é constante por unidade independentemente da quan tidade produzida A alocação aos produtos ou aos centros de custos é feita nor malmente de forma direta sem necessidade de utilização de critérios de rateio O Quadro 7 a seguir apresenta um exemplo de um dos custos variáveis indis cutíveis matériasprimas Afinal quanto mais se produz mais matériasprimas e materiais são utilizados MÊS QUANTIDADE DE ITENS FABRICADOS CUSTO COM A MATÉRIAPRIMA A R Jun 5000 750000 Jul 6000 900000 Ago 5600 840000 Set 4300 645000 Out 4000 600000 Nov 5800 870000 Dez 3800 570000 Quadro 7 Custos variáveis Matériaprima A Fonte O autor UNIDADE 1 38 Por meio do Gráfico 4 apresentado na Figura 12 é possível verificar a relação existente entre o custo representado pelas colunas e a quantidade produzida Matériaprima x Itens fabricados 1000000 900000 800000 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 000 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Custo com matériaprima R Quantidade de itens fabricados Figura 12 Comportamento dos custos variáveis matériaprima A Fonte o autor Quando a quantidade aumenta o custo também aumenta e quando a quantidade produzida diminui o custo com a matériaprima também é reduzido Despesas variáveis Analogamente aos custos variáveis as despesas variáveis sofrem alterações pro porcionais às variações no volume de receitas Como exemplo observe os im postos sobre vendas comissões fretes para entrega de produtos entre outros O Quadro 8 a seguir apresenta um exemplo com os impostos sobre vendas UNICESUMAR 39 MÊS QUANTIDADE DE ITENS VENDIDOS IMPOSTOS SOBRE VENDAS R Jun 5000 425000 Jul 6000 510000 Ago 5600 476000 Set 4300 365500 Out 4000 340000 Nov 5800 493000 Dez 3800 323000 Quadro 8 Despesas variáveis impostos sobre vendas Fonte o autor Por meio do gráfico apresentado na Figura 13 é possível notar a relação existente entre a despesa representada pelas colunas e a quantidade de itens vendidos Imposto sobre vendas x Quantidade de itens vendidos 700000 600000 500000 400000 300000 200000 100000 000 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Impostos sobre vendas R Quantidade de itens vendidos Figura 13 Despesa variável impostos sobre vendas Fonte o autor Quando a quantidade de itens vendida aumenta a despesa também aumenta e quando a quantidade vendida diminui a despesa com os impostos sobre vendas também é reduzida UNIDADE 1 40 6 CLASSIFICAÇÃO DOS GASTOS de forma sistêmica Segundo Castro e Fragalli 2018 é possível perceber uma semelhança entre os exem plos de custos diretos e de custos variáveis assim como de custos indiretos e de custos fixos De fato os custos diretos por serem identificados diretamente com o produto normalmente também variam em relação à quantidade produzida Com objetivo de auxiliar no entendimento desses aspectos observe as Figuras 14 e 15 a seguir Custos e despesas variáveis Custos e despesas diretas Geralmente são Por serem identificados diretamente ao produto também variam em relação à quantidade produzida Figura 14 Relação entre os gastos variáveis e os gastos diretos Fonte o autor Também os custos indiretos por não estarem ligados diretamente aos produtos são compostos na maioria das vezes por custos fixos UNICESUMAR 41 Custos e despesas indiretas Geralmente são Por não estarem ligados diretamente aos produtos Custos e despesas fixas Figura 15 Relação entre os gastos fixos e os gastos indiretos Fonte o autor Lembrese isso não é uma regra é um comportamento esperado e quase sem pre percebido na prática Por exemplo se em uma fábrica é produzido apenas um produto o aluguel da fábrica será um custo fixo e direto pelo fato de existir somente um produto Logo basta dividir o valor do aluguel pela quantidade produzida não sendo necessário haver critérios para identificar esse custo no produto Todavia se forem dois ou mais produtos ou até outra linha de produção com modelo diferente o aluguel se tornaria um custo indireto Observe a Figura 16 que apresenta sinteticamente a classificação dos gastos Custos processos de fabricação Fixo Variável Indireto Direto Fixo Variável Indireto Direto Despesas processos de gestão de vendas Gasto consumo de bens e serviços Figura 16 Classificação dos gastos resumo Fonte o autor UNIDADE 1 42 A partir deste momento trabalharemos com alguns gastos situacionais ou seja relacionandoos a algum ambiente e em seguida classificandoos e explicando tal classificação a Imposto predial de uma loja de cadeiras e de mesas Indireto Fixo Direto Variável Recurso Imposto predial Classificação Tipo de recurso Custo Despesa Figura 17 Exemplo de classificação dos gastos 1 Fonte o autor Nesse caso o imposto predial do empreendimento é gasto em uma das lojas logo é uma despesa Independentemente de quanto mais ou me nos a loja vende essa despesa não se altera então é fixa Também não é possível identificar o quanto do imposto predial é relacionado direta mente às mercadorias vendidas logo se trata de uma despesa indireta UNICESUMAR 43 b Depreciação da fábrica de roupas de banho Indireto Fixo Direto Variável Recurso Depreciação da fábrica Classificação Tipo de recurso Custo Despesa Figura 18 Exemplo de classificação dos gastos 2 Fonte o autor Nesse caso o recurso é utilizado no processo produtivo então se trata de um custo A depreciação é um gasto que ocorre por uso por desgaste e por obsolescência da infraestrutura do empreendimento Logo havendo ou não produção ou seja atividade a depreciação ocorrerá da mesma for ma nesse sentido tratase de um gasto fixo Em decorrência de a fábrica fabricar vários produtos e não ser possível identificar precisa e claramente quanto de depreciação incorre em cada produto fabricado tratase de um custo indireto UNIDADE 1 44 c Madeira utilizada em uma fábrica de móveis Indireto Fixo Direto Variável Recurso Madeira Classificação Tipo de recurso Custo Despesa Figura 19 Exemplo de classificação dos gastos 3 Fonte o autor Nesse caso a madeira é uma matériaprima do empreendimento utilizada na produção logo é um custo Quanto mais é produzido mais madeira é consumida logo se trata de um custo variável e é possível medir direta mente por meio do controle da quantidade de madeira necessária para a fabricação de cada peça sendo então possível medir diretamente o con sumo Podese dizer pois que a madeira nesse caso é um custo direto d Impostos sobre as vendas Indireto Fixo Direto Variável Recurso Impostos sobre as vendas Classificação Tipo de recurso Custo Despesa Figura 20 Exemplo de classificação dos gastos 4 Fonte o autor UNICESUMAR 45 O recurso consumido ou seja o gasto ocorre na geração de receitas ainda depois de o produto estar pronto Nesse caso é uma despesa Quanto mais é vendido mais imposto é gerado e o contrário também ocorre Tratase assim de uma despesa variável Como é possível identificar e medir precisamente o imposto gerado na venda de cada produto tratase de uma despesa direta e Aluguel do prédio da loja de estofados e de poltronas Indireto Fixo Direto Variável Recurso Impostos sobre as vendas Classificação Tipo de recurso Custo Despesa Figura 21 Exemplo de classificação dos gastos 5 Fonte o autor Como o gasto ocorre para a geração de receitas ou seja depois da fase de fabricação tratase de uma despesa O aluguel também não sofre varia ções quando se vende mais ou menos por isso é considerado uma despesa fixa Tendo em vista que a loja de estofados vende diversos produtos e não é possível identificar precisa e claramente quanto de aluguel incorre em cada item vendido tratase de uma despesa indireta UNIDADE 1 46 Foi efetuado um resgate de alguns aspectos históricos e relevantes sobre a precifica ção na história humana e seu atual significado desde o momento em que a moeda não existia e o homem praticava escambo até quando passou e existir como papel moeda e as implicações do dinheiro para a sociedade Discutimos sobre a humanida de de produção em massa utilizando a mão de obra as máquinas e as matériaspri mas que passaram a considerar os custos de produção para precificar os produtos Em um segundo momento o foco foi o reconhecimento da importância da apuração dos custos para as organizações quais benefícios além de ser a base para a formação de preço dos produtos a adequada gestão de custos pode prover ao empreendimento Compreender expressões e terminologias costumeiramente utilizadas em custos é de fundamental importância para seu estudo e compreensão Nesse aspecto esta unidade do livro foi dedicada a apresentar quais terminologias são utilizadas e o que significam num contexto de um empreendimento quadroresumo 47 na prática 1 A indústria de monitores Viva Cor apresentou o seguinte relatório referente aos recursos consumidos no último mês de atividade VOLUME PRODUZIDO DE MONITORES UNIDADES 1000 GASTOS NO MÊS R Custo total com matériaprima 45000000 Custo total com a mão de obra direta da fábrica 16000000 Depreciação das máquinas e equipamentos da fábrica 3000000 Mão de obra indireta da fábrica 500000 Aluguel do prédio do escritório 600000 Energia elétrica do escritório 500000 Vigilância das lojas comerciais 300000 Vigilância da fábrica 500000 Salários e encargos do pessoal do administrativo 2500000 Energia elétrica da fábrica 1800000 Salários dos vendedores 4200000 Impostos sobre as vendas 5100000 80000000 Quadro 8 Relatório dos recursos consumidos no último mês Fonte o autor Com base nessas informações assinale a alternativa que corresponde ao valor dos gastos a R 33300000 b R 80000000 c R 29910000 d R 50000000 e R 66550000 48 na prática 2 Com base nas informações da indústria de monitores Viva Cor assinale a alternativa que corresponde ao valor das despesas a R 13200000 b R 8200000 c R 4410000 d R 17300000 e R 11850000 3 Com base nas informações da indústria de monitores Viva Cor assinale a alternativa que corresponde ao valor dos custos a R 52200000 b R 35000000 c R 45800000 d R 22800000 e R 66800000 4 Com base nas informações da indústria de monitores Viva Cor assinale a alternativa que corresponde ao custo unitário de produção de cada monitor a R 80000 b R 66800 c R 13200 d R 16600 e R 52200 5 Em uma situação em que determinado empreendimento industrial produz apenas um tipo de produto e as pequenas variações não necessitam de outra linha de produção assinale a alternativa que corresponde à classificação de custos desse produto em relação à depreciação da fábrica a Custo indireto variável b Custo indireto fixo c Custo direto fixo d Custo direto variável e Despesa operacional 49 aprimorese REGIME DE RECONHECIMENTO DOS GASTOS E DAS RECEITAS Independentemente do recebimento receitas ou do pagamento gastos o que in teressa é quando foi efetuada a negociação O que é considerado é quando ocorreu o fato gerador a emissão de notas fiscais os documentos oficiais da negociação Exemplos de um gasto Suponha que a assinatura semestral de um jornal custou R 12000 e essa quantia foi paga para a editora em três vezes sem juros de R 4000 No fluxo de caixa os valores pagos serão considerados e agendados no momento em que ocorrer seu pagamento o desembolso ou seja R 4000 por três mês Já no regime de compe tência que é o correto a despesa deverá ser R 2000 por mês perfazendo um total de R 12000 período de seis meses de assinatura independentemente de como ela foi paga já que se trata de uma despesa para o semestre Mês Gasto Entrada de Caixa Jan R 2000 R 4000 Fev R 2000 R 4000 Mar R 2000 R 4000 Abr R 2000 R 000 Mai R 2000 R 000 Jun R 2000 R 000 Tabela 1 Exemplo de um gasto Fonte Castro 2014 Se esse mesmo valor da assinatura fosse anual o gasto mensal seria de R 1000 50 aprimorese Exemplo de uma receita Na venda de mercadorias ou de produtos a prazo em um mês de janeiro no valor de R 20000 o recebimento em quatro parcelas iguais de R 5000 uma parcela à vista e as demais para os próximos meses veja como ficaria Mês Receita Saída de Caixa Jan R 2000 R 5000 Fev R 000 R 5000 Mar R 000 R 5000 Abr R 000 R 000 Mai R 000 R 000 Jun R 000 R 000 Tabela 2 Exemplo de receita Fonte Castro 2014 Havendo a venda de um bem para pagamento futuro ou seja uma venda a prazo no caixa a receita só será considera quando for recebida isto é no dia que a parcela correspondente for quitada pelo cliente Esse agendamento do recebimento da par cela será efetuado junto ao fluxo de caixa Já no regime de competência a receita é considerada receita ganha no momento da negociação o total da emissão da nota fiscal de venda independentemente do momento que será paga Fonte adaptada de Castro 2014 anotações 2 ELEMENTOS DE CUSTOS PROFESSOR Me Silvio César Castro PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Elementos de custos Materiais Custo da mão de obra remuneração do pessoal Custos indiretos de fabricação e critério de rateio OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Distinguir um empreendimento industrial Conhecer os materiais que compõem o custo de um pro duto acabado e compreender os métodos de controle existentes Identificar os gastos que compõem o custo com mão de obra direta e como é efetuado o seu cálculo Reconhecer os custos indiretos do processo produtivo e os métodos de distribuiçãorateio UNIDADE 2 54 1 ELEMENTOS DE CUSTOS Os itens ou os elementos que compõem os custos de forma macro são materiais A mão de obra direta utilizada na transformação dos materiais ou ainda os custos indiretos ou gerais que podem também conter custos com mão de obra de funcionários atuam em mais de um produto ou departamento Materiais Produto Custos indiretos Mão de obra direta Matériasprimas Embalagens Insumos Valores incorridos com pessoal da produção identifcados com a unidade produzida Valores não identifcados com a unidade produzida Mão de obra indireta Aluguel Depreciação Figura 1 Elementos de custos Fonte o autor Nos próximos tópicos será detalhada a forma com que esses componentes são tratados e controlados quando se fala no cálculo dos custos de produção UNICESUMAR 55 2 CUSTOS DOS MATERIAIS Observe detalhadamente por meio da Figura 2 a seguir que quando existe um processo de fabricação no empreendimento não existe apenas um estoque na empresa Apesar de poderem dividir a mesma delimitação de espaço os mate riais as embalagens as matériasprimas os insumos etc saem para a produção e retornam em forma de produtos acabados com valor agregado da mão de obra direta e dos custos indiretos de fabricação Compra de materiais Entrada dos materiais no empreendimento Estoque de materiais Saída para processo produtivo Processo de produção materiaisMODCIF Entrada de produto pronto no estoque de produtos Estoque de produtos prontos para venda Venda Saída do estoque de produtos prontos Figura 2 Movimentação dos estoques Industrialização Fonte o autor UNIDADE 2 56 No entanto quando o empreendimento se ocupa da compra e da venda de mer cadorias ausente de processos produtivos esse procedimento é bem mais simples Observe a seguir por meio da Figura 3 em comparação com a Figura 2 Compra de mercadorias Entrada das mercadorias no empreendimento Estoque de mercadorias Venda Saída do estoque das mercadorias Figura 3 Movimentação dos estoques Comércio Fonte o autor A matériaprima é a substância principal e indispensável na fabricação de um produto ou seja representa o principal componente da produção deste Por exemplo na produção de móveis de madeira a matériaprima é a madeira na confecção de roupas a maté riaprima é o tecido e assim por diante Os materiais secundários também entram na composição dos produtos porém em menores quantidades ou com menor importância se comparados à matériaprima Para uma indústria de móveis de madeira os materiais secundários são pregos colas ver nizes dobradiças etc para uma fábrica de confecções são os botões os zíperes as linhas etc Diferentemente dos materiais secundários os auxiliares não entram na composição dos produtos embora sejam necessários para o processo de fabricação Na confecção de móveis de madeira por exemplo os materiais auxiliares são as lixas os pincéis as estopas etc já na confecção de roupas seriam as tesouras ou as facas utilizadas para cortar os tecidos as agulhas os perfuradores etc Por fim os materiais de embalagem são utilizados para acondicionar ou embalar os produtos Fonte Castro e Fragalli 2018 p 54 explorando Ideias No entanto independentemente de ser um empreendimento industrial ou apenas comercial o controle sobre os itens que tramitam pelo estoque é de suma importância para o negócio O Sebrae 2019 online¹ faz a seguinte referência sobre o controle e a gestão dos estoques A gestão de estoques está diretamente associada à eficiência do empreendimento do ponto de vista operacional ou do ponto de vista financeiro Ou seja existe uma estreita conexão entre mercado produção gestão de estoques e rentabilidade sendo esta última a condição essencial para manter o negócio em operação A má gestão de estoques pode ter grandes efeitos na sustentabilidade econômica de sua microempresa os estoques de matériasprimas ou de produtos acabados para entrega se constituem num dos principais componentes do capital de giro E a falta de capital de giro representava em passado recente 42 dos fechamentos das empresas de pequeno e médio porte no Brasil Em relação à forma de controle dos estoques existem dois sistemas o inventário periódico e o inventário permanente Inventário periódico é um sistema de controle de estoque que apresenta as informações físicas e financeiras a respeito dos itens que compõem o estoque de forma periódica ou seja a cada intervalo de tempo Esse intervalo é definido pelos dirigentes do empreendimento e a geração dessas informações é efetuada com o uso dos funcionários realizando a contagem dos itens do estoque em determinado dia Nesse sentido presumese a não utilização de controles de estoques mais sofisticados como o uso de códigos de barras e de sistemas computacionais com softwares especializados Mesmo assim é possível ter conhecimento do custo dos materiais utilizados no período por meio da seguinte equação CM EI C EF CM consumo de materiais EI estoque inicial C compras EF estoque final Por exemplo se a fábrica de colchões Sono Macio Ltda quisesse ter conhecimento sobre os custos dos materiais diretos empregados durante o processo de produção do último mês poderia fazêlo utilizando a equação descrita anteriormente Temse conhecimento de que as compras do mês de materiais diretos foram de R3000000 O saldo dos estoques no início do mês passado era de R1000000 logo esse era o saldo inicial O estoque final do mês passado foi de R2000000 Nesse caso CM EI C EF CM 1000000 3000000 2000000 CM 2000000 Isso significa que o valor de materiais consumidos no último mês pela fábrica de colchões Sono Macio Ltda representou R2000000 Como pudemos observado essa forma de controlar os estoques é simples e prática No entanto possui algumas deficiências e não é recomendada para empresas de maior porte ou que possuam em seu estoque valores elevados de materiais de produtos ou de mercadorias Por exemplo em caso de desvios em uma contagem mensal poderiam se passar vários dias até que algo de errado fosse identificado Caso seja necessário gerar alguma informação um ou mais funcionários devem ser designados para que seja efetuada a contagem dos itens do estoque Quando se fala em um aspecto mais amplo do que o controle a gestão dos estoques a geração de informações imediatas sobre os itens estocados é imprescindível Nesse sentido esse sistema não atende plenamente Um controle permanente do estoque é sem dúvidas mais eficiente Inventário permanente nesse sistema como a denominação sugere os materiais utilizados no empreendimento são constantemente controlados Segundo Bruni e Famá 2012 p 26 existe o controle contínuo da movimentação do estoque Solicitações de produção e vendas são controladas individualmente Estoque e CPV podem ser calculados em qualquer momento pela contabilidade Periodicamente a contagem física pode ser feita para fins de auditoria e controle interno Encontrando eventuais sobras ou faltas novos ajustes devem ser feitos nos registros contábeis UNICESUMAR 59 Por meio da utilização do inventário permanente a gestão das informações sobre todos os itens do estoque facilita a tomada de decisões principalmente sobre o equilíbrio constante dos estoques o que reduz as chances de falta de materiais mercadorias ou produtos além de evitar o excesso ou seja a manutenção de estoques acima da necessidade do empreendimento Isso pode comprometer recursos que poderiam otimizar outros projetos e gerar mais resultados Claro que os investimentos iniciais de implementação de um sistema de con trole de estoque informatizado devem ser levados em consideração No entanto os benefícios das informações geradas e da correta tomada de decisões que visa aumentar a lucratividade do empreendimento e a economia com horas de funcionários alocados na contagem do estoque podem representar um retorno rápido que justifica o investimento Critério de avaliação dos materiais das matériasprimas e das mercadorias Quando são abordados os critérios de avaliação dos materiais das matériaspri mas e das mercadorias automaticamente se faz uso do sistema de inventário permanente Sem o constante controle das unidades adquiridas não é possível o emprego dos critérios que serão apresentados pois no sistema de inventário periódico as informações são sintéticas e não analíticas Para que o registro dos itens movimentados nos estoques seja detalhado são utilizadas as fichas de estoque Nos dias atuais isso ocorre de forma automati zada quando existem movimentações que implicam em itens estocados Nesse sentido antes de tratar propriamente dos critérios serão apresentadas algumas características da ficha de estoque Esta permite cronologicamente a descrição das compras ou o registro dos itens que acabaram de ser produzidos e serão arma zenados entradas as vendas ou a transferência de itens para a produção saídas e a manutenção dos saldos após cada movimentação entradas e saídas tanto em valores monetários quanto físicos Para cada tipo de produto é necessária uma ficha de estoque com o seu nome Um produto chamado premium terá sua ficha de estoques um standart terá outra com o seu nome No Quadro 1 a seguir é possível identificar as características relatadas nessas fichas UNIDADE 2 60 5 6 7 1 2 3 4 8 9 Produto Critério de avaliação ENTRADA Vlr Un DATA Qtde Vlr Tot 5 6 7 Vlr Un Qtde Vlr Tot 5 6 7 Vlr Un Qtde Vlr Tot SAÍDA SALDO Quadro 1 Entendendo a ficha de estoques Fonte o autor 1 2 3 4 5 6 7 8 9 Conjunto de colunas destinado aos itens que integrarão o estoque geralmente oriundos de compras ou de transferências de produtos fabricados no ambiente de produção Conjunto de colunas destinado aos itens que sairão do estoque Resultado decorrente das movimentações ocorridas entre as entradas e as saídas Registro das quantidades movimentadas no estoque e do saldo proveniente dessas movimentações Valor financeiro de cada unidade Valor financeiro resultante da quantidade de itens e o seu valor unitário Nome do item controlado Qual o critério de avaliação utilizado para esse item Registro das datas dos eventos de forma cronológica Quadro 2 Legendas ficha de estoques Fonte O autor UNICESUMAR 61 Com a apresentação das características da ficha de estoque a partir de agora os critérios serão discutidos São três os critérios mais conhecidos e utilizados UEPS sigla para Último que Entra Primeiro que Sai Isso significa que deixarão os estoques os itens que entraram mais recentemente ou seja que entraram no estoque em data mais próxima do presente Uma observação tomando como base um sistema econômico no qual os preços tendem a aumentar ao longo do tempo esse critério está propenso a gerar em relação a outros critérios custos mais altos em um período de tempo Isso se dá em decorrência da priorização dos itens mais recentes que tendem a ter valor maior Ao computar valores mais ele vados aos produtos automaticamente os custos de fabricação ou de venda ficam mais elevados e os lucros tendem a ser menores A legislação fiscal do Brasil não permite o uso desse critério alegando que existe antecipação de benefícios fiscais PEPS significa Primeiro que Entra Primeiro que Sai De forma contrária ao critério apresentado anteriormente aqui as saídas dos itens dos estoques são efetuadas respeitando os que integraram a mais tempo Os itens mais antigos deixam os estoques e posteriormente saem os mais recentes MPM a Média Ponderada Móvel simplesmente aplica uma média soma o valor dos itens adquiridos e divide pelo montante UNIDADE 2 62 Exemplo da utilização dos critérios de avaliação dos estoques Com base nas informações sobre a ficha de estoques e critérios apresentados agora é hora de verificar como ela ficaria na prática por meio de um exemplo Como exemplo será utilizada a indústria de dissipadores de calor para placas de computador Resfria Rápido Ltda Um de seus produtos utiliza um líquido refri gerante chamado de Termaltop semelhante aos utilizados em automóveis o qual é em sua totalidade importado em litros Durante o mês de maio do presente ano a empresa fez as seguintes compras DATA QUANTIDADE VALOR UNITÁRIO TOTAL DA COMPRA 01maio 100 R 2500 R 250000 02maio 200 R 3400 R 680000 03maio 50 R 4500 R 225000 05maio 60 R 5800 R 348000 Quadro 3 Compras líquido refrigerante Termaltop Fonte o autor E também fez as seguintes movimentações de saídas para a área de produção EVENTO DATA QUANTIDADE Saída para a produção 04maio 310 Saída para a produção 06maio 50 Quadro 4 Saídas líquido refrigerante Termaltop Fonte o autor Com base nessas informações tente responder as três perguntas para os três critérios de avaliação de estoque apresentados Qual o custo mensal com o Termaltop Quanto de Termaltop ainda há no estoque Qual o valor atual do estoque de Termaltop UNICESUMAR 63 UEPS Último que Entra Primeiro que Sai Primeiramente verifique como fica essa movimentação por meio do UEPS Úl timo que Entra Primeiro que Sai NOME DO PRODUTO TERMALTOP LITROS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO UEPS DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01maio 100 2500 250000 100 2500 250000 02maio 200 3400 680000 200 3400 680000 03maio 50 4500 225000 50 4500 225000 350 1155000 04maio 50 4500 225000 04maio 200 3400 680000 04maio 60 2500 150000 04maio 310 1055000 04maio 40 2500 100000 05maio 60 5800 348000 60 5800 348000 06maio 100 R 448000 06maio 50 5800 290000 50 290000 06maio 40 2500 100000 06maio 10 5800 58000 06maio 50 158000 Quadro 5 Movimentação líquido refrigerante Termaltop UEPS Fonte o autor Perceba na coluna das saídas que os itens que deixam os estoques são os que entraram mais recentemente UNIDADE 2 64 PEPS Primeiro que Entra Primeiro que Sai O segundo critério é o PEPS Primeiro que Entra Primeiro que Sai NOME DO PRODUTO TERMALTOP LITROS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO PEPS DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01maio 100 2500 250000 100 2500 250000 02maio 200 3400 680000 200 3400 680000 03maio 50 4500 225000 50 4500 225000 350 1155000 04maio 100 2500 250000 04maio 200 3400 680000 04maio 10 4500 45000 04maio 310 975000 04maio 40 4500 180000 05maio 60 5800 348000 60 5800 348000 100 R 528000 06maio 40 4500 180000 06maio 10 5800 58000 50 238000 06maio 50 5800 290000 Quadro 6 Movimentação líquido refrigerante Termaltop PEPS Fonte o autor Nesse critério ao contrário do anterior os itens que integraram os estoques mais antigamente são os primeiros a sair Um aspecto a ser destacado é que tanto no PEPS quanto no UEPS cada compra é controlada separadamente como um lote dentro da ficha de estoque UNICESUMAR 65 MPM Média Ponderada Móvel Na utilização da Média Ponderada Móvel MPM não há controles separados por compra devido à atualização da média sempre que um item é movimentado no estoque como pode ser observado no Quadro 7 a seguir NOME DO PRODUTO TERMALTOP LITROS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO MPM DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01maio 100 2500 250000 100 2500 250000 02maio 200 3400 680000 300 3100 930000 03maio 50 4500 225000 350 3300 1155000 04maio 310 3300 1023000 40 3300 132000 05maio 60 5800 348000 100 4800 480000 06maio 50 4800 240000 50 4800 240000 Quadro 7 Movimentação do líquido refrigerante Termaltop MPM Fonte o autor INFORMAÇÃOCRITÉRIO UEPS PEPS MPM Qual é o custo mensal com o Termaltop R 1055000 R 290000 R 1345000 R 975000 R 238000 R 1213000 R 1023000 R 240000 R 1263000 Quanto de Termaltop ainda há no estoque 50 litros 50 litros 50 litros Qual é o valor atual do esto que de Termaltop R 158000 R 290000 R 240000 Quadro 8 Comparativo de critério de avaliação dos estoques Termaltop Fonte o autor Por meio do Quadro 8 é possível verificar que independentemente do critério de avaliação utilizado a quantidade física não tem diferenciação entre um e outro No entanto o valor dos custos saídas e dos valores remanescentes possuem diferenciações conforme o critério utilizado UNIDADE 2 66 Os valores desses critérios podem ser iguais em caso de longo período sem alteração no valor da compra dos itens componentes do estoque ou se todo es toque do item for esgotado não restando nenhuma unidade armazenada Atualmente os smartphones possuem cada vez mais maior poder de processamento e variações de atividades que podem ser desenvolvidas Frente à concorrência no setor há quantidade de equipamentos com preços acessíveis e elevado poder de processamento e de armazenamento o que possibilita a criação de aplicativos a todo momento Pensando nisso poderiam as empresas de pequeno porte ter seus estoques e movimentações au tomatizados por smartphones com aplicativos especialmente dedicados pensando juntos 3 CUSTO DA MÃO DE OBRA Remuneração Pessoal De forma abrangente os gastos com pessoal correspondem ao sacrifício que o empreendimento precisa realizar com seu quadro de colaboradores para desen volver suas atividades No entanto há uma nomenclatura mais utilizada quando se fala em um empreendimento que possui processos de transformações de ma UNICESUMAR 67 tériasprimas em produtos ou seja processos fabris Os empreendimentos que não possuem são melhor explicados no Quadro 9 a seguir GASTO CLASSIFICAÇÃO NOMENCLATURAS GERALMENTE UTILIZADAS Remuneração de pessoas Custo processo produtivo processo de fabricação presen te e prestadoras de serviços Mão de obra Despesas administraçãoven das gestão de um empreen dimento fabril ou empresas comerciais e prestadoras de serviços Despesas com pessoal Quadro 9 Nomenclaturas de gastos com pessoal Fonte o autor Independentemente de ser um custo ou uma despesa a forma de apurar o valor gasto com o pessoal é a mesma Não é somente o valor da remuneração que faz parte do computo do valor gasto com pessoal pois devem ser consideradas todas as verbas remunerativas os encargos sociais e os benefícios A Figura 4 apresenta de forma geral os itens que fazem parte dos gastos com o pessoal Salário Benefícios FGTS Férias Comissões Gasto com pessoal 13º salário Seguros EPIs Vale transporte Figura 4 Itens que compõem os gastos com mão de obra Fonte o autor UNIDADE 2 68 Prezadoa alunoa como você já sabe que o gasto com o pessoal é sempre cal culado da mesma forma independentemente de ser um custo ou uma despesa acredito que é interessante trabalharmos com um exemplo prático para melhorar ainda mais o seu entendimento O primeiro passo é fundamentarmos quantas horas os funcionários atuam no empreendimento por ano Nesse sentido o estu do será baseado em um modelo amplamente utilizado nos dias atuais inspirado em Martins 2010 conforme o Quadro 10 a seguir Número máximo de horas que o trabalhador pode oferecer à empresa Número total de dias por ano 365 dias Repousos Semanais Remunerados 48 dias Férias 30 dias Feriados 12 dias Número máximo de dias à disposição do empregador 275 dias X Jornada máxima diária em horas 73333 horas Número máximo de horas à disposição por ano 20167 horas Quadro 10 Demonstrativo de horas disponíveis anualmente Fonte Martins 2010 p 135 O Quadro 10 tem o objetivo de apresentar a origem das 20167 horas anuais informação que será utilizada logo a seguir Observe a simulação supondo que determinado colaborador possui remuneração mensal de R 3 000 00 mais os benefícios mensais de R 500 00 e os encargos sociais do enquadramento do empreendimento que trabalha correspondem a 35 Veja agora por meio do Quadro 11 qual é o gasto anual com o colaborador informação fundamental para atuar com planejamento do orçamento com seu gasto mensal e por hora disponíveis para o empreendimento que é seu empregador ITEM CÁLCULO ANUALMENSALHORA 1 Salários x 12 R 3600000 2 Abono de férias salário3 R 100000 3 Férias R 300000 UNICESUMAR 69 ITEM CÁLCULO ANUALMENSALHORA 4 Verbas remunerativas 123 R 4000000 5 Encargos sobre item 4 R 1400000 6 Benefícios anuais benefícios mensais x 12 R 600000 7 Custo Anual 4 5 6 R 6000000 8 Custo mensal 712 R 500000 9 Custo por hora item 7201667 horas R 2975 Quadro 11 Exemplo de cálculo de gastos com pessoal Fonte o autor Outro aspecto importante é que a apuração do gasto com pessoal independen temente de ser custo ou despesa conforme já dito também é a mesma para co laboradores que atuam em apenas um produto uma linha de produção ou um departamento direto e para o colaborador que atua em dois ou mais produtos em departamentos ou em linha de produção simultaneamente indireto Tratandose especificamente do ambiente fabril custo e mão de obra de acordo com Ribeiro 2013 p 154 a mão de obra direta é aquela que pode ser facilmente identificada em relação aos produtos já a mão de obra indireta compreende os gastos com o pessoal que trabalha na empresa industrial cujas tarefas estão direcionadas à produção porém sem manipular diretamente os produtos Nesse mesmo sentido Martins 2010 p 133 exemplifica a classificação da mão de obra afirmando que O operário que movimenta um torno por exemplo trabalhando um produto ou componente de cada vez tem seu gasto classificado como Mão de Obra Direta Porém se outro operário trabalha super visionando quatro máquinas cada uma executando uma operação num produto diferente inexistindo a possibilidade de se verificar quanto cada um desses produtos consome do tempo total daquele pessoal temos aí um tipo de Mão de Obra Indireta Entre tais elementos podese perceber que há a mão de obra direta e a indireta No entanto há outros gastos custos e despesas que podem também receber essa classificação questão que será nosso próximo objeto de estudo UNIDADE 2 70 4 CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO e critério de rateio Se você retornar ao início desta unidade poderá verificar que quando tratamos de custos automaticamente abordamos os três elementos materiais mão de obra e custos indiretos Geralmente os materiais são alocados de forma direta aos pro dutos em decorrência de sua medição quase sempre precisa de consumo do que foi produzido A alocação dos gastos com o pessoal a mão de obra dependerá da atuação do colaborador no layout do empreendimento conforme citado no item anterior por Martins 2010 p 133 Existem ainda outros custos que não são materiais os custos diretos com a mão de obra direta Os custos indiretos geralmente são aqueles recursos ambien tes espaços equipamentos e pessoal compartilhados por mais de um produto de um departamento ou de uma linha de produção Segundo Ribeiro 2013 p 292 uma das características dos custos indiretos é beneficiar a fabricação de vários produtos ao mesmo tempo De acordo com Viceconti e Neves 2012 p 70 todos os gastos que a empresa incorre para a produção e que não estejam enquadrados como gastos com material direto ou mão de obra direta são denominados custos indiretos de fabricação CIF Para alocar os custos indiretos a um produto um departamento ou uma li nha de produção será necessário recorrer a algum método isto é uma decisão sobre como distribuir os custos terá que ser tomada Contudo até a escolha da UNICESUMAR 71 considerada melhor forma de alocar os custos indiretos pode gerar distorções e imprecisões em relação ao valor alocado e ao real consumo de recurso Antes de abordar a forma de efetuar a alocação dos custos indiretos de forma prática entenderemos a classificação de custos em diretos e indiretos Observe com atenção o exemplo a fábrica de faróis automotivos Luz Forte produz quatro tipos de produtos faróis para carros de passeio para motocicletas para cami nhões e para tratores Ela está instalada em uma fábrica com 4000 m2 e paga um aluguel mensal pelo imóvel no valor de R 3200000 Essas informações são representadas na Figura 5 a seguir Carro de passeio Caminhões Motocicletas Tratores Figura 5 Princípios dos custos indiretos Fonte o autor A pergunta a ser feita agora é como distribuir o custo com aluguel para cada uma das quatro linhas de produção Destaque os quatro produtos ocupam espa ços custos com mão de obra e quantidade produzidas diferentes o faturamento também varia entre um e outro produto tempo de montagem também não são iguais além de outras variáveis também diferentes Toda vez que não se pode medir diretamente o quanto foi consumido na fabricação do produto exigindo que um método seja demandado para distribuir os recursos comuns consumidos na produção de dois ou mais produtos ele se torna indireto Assim um método para divisão também chamado de rateio o valor do aluguel entre os quatro produtos terá de ser empregado ou seja um critério Segundo Castro e Fragalli 2018 p 73 essa característica dos custos indiretos dificulta a apropriação UNIDADE 2 72 ao produto Não importa o método utilizado para a distribuição sempre haverá um certo grau de incerteza Nesse caso os empreendedores podem julgar mais adequado efetuar a divisão pela quantidade de peças produzidas isto é foi escolhido um critério de rateio um método de divisão Toda vez que um critério de rateio tiver de ser empregado para alocar custos a um produto será indireto e certamente gerará imprecisão do valor alocado Mesmo assim para Castro e Fragalli 2018 p 74 o grau de incerteza não inviabiliza a utilização de métodos de rateio para distribuir os cus tos indiretos de fabricação Mas é importante que a definição da base de rateio seja muito bem escolhida considerando todas as particularidades da instituição Há ainda a situação em que o recurso consumido não pode ser identificado diretamente no produto e não precisará de rateio podendo inclusive ser consi derado direto Saliento que não é o nome de um ou de outro recurso que o clas sifica como direto ou indireto mas sua relação de identificação com a produção Observe essa possibilidade por meio de um exemplo imagine que a fábrica de faróis automotivos Luz Forte foi comprada por uma indústria multinacional de caminhões e a partir de agora produzirá apenas faróis para esse tipo de veículo situação representada na Figura 6 a seguir Caminhões Figura 6 Custo direto Fonte o autor O aluguel no valor de R 3200000 será alocado para quais produtos Apenas um o farol de caminhão Logo não será necessário estabelecer um como ou seja um critério basta adicionar o valor do aluguel diretamente aos outros custos Veja que não é possível identificar o valor do aluguel em cada unidade fabricada no mês mas pela ausência de outros produtos que compartilham o consumo desse recurso não é necessário efetuar o rateio passando esse custo a ter então característica de custo direto UNICESUMAR 73 Com o objetivo de conhecer mais sobre os critérios de rateio no próximo tópico será desenvolvido um estudo com base em uma situação hipotética e a partir das informações disponíveis serão apresentadas algumas possibilidades de rateio e os resultados das escolhas efetuadas Apropriação dos custos indiretos de fabricação Para realizar a demonstração de como efetuar o rateio e as variações ocorridas em função da escolha do critério serão utilizados os dados da Cia Motor Valley Esse empreendimento hipotético fabrica componentes de injeção eletrônica de combustíveis para veículos utilitários Ela produz quatro modelos Premium Básico Starter Light e o emprego de cada um levará em consideração o tipo de combustível utilizado e a potência do motor na qual o componente de injeção eletrônica será instalado Por meio da Figura 7 podese ter uma visão dos mo delos fabricados e algumas informações sobre a produção Quando se faz o rateio dos custos indiretos aos produtos ou aos departamen tos um critério deve ser escolhido para que o procedimento ocorra No caso da Cia Motor Valley serão feitos por questões demonstrativas quatro critérios e depois uma comparação dos valores apurados Dessa forma fica melhor eviden ciada a importância em escolher um critério que seja o mais próximo possível da realidade a fim de minimizar as incertezas e as variações que podem ocorrer na simples troca de um critério por outro Lembrese que efetuar o rateio dos custos indiretos de fabricação significa dis tribuir os recursos compartilhados consumidos levando em consideração infor mações quantitativas individuais de produção dos produtos ou de departamentos Em relação à Cia Motor Valley as informações quantitativas disponíveis são espaço em m2 custos diretosmês unidades produzidasmês e receita Rmês Essas infor mações podem ser visualizadas de forma organizada na Figura 7 a seguir UNIDADE 2 74 Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Espaço ocupado na produção Custos diretos Rmês Produtividade em quantidademês Receita Rmês Premium Básico Starter Light TOTAL 220m² 425m² 415m² 815m² 1875m² R 65900000 R 35000000 R 14000000 R 5100000 R 12 mi R 15795 mil R 210 mil R 752 mil R 1353 mil R 20 mi 900 350 80 170 1500 Figura 7 Base para exemplo de rateio dos CIFs Cia Motor Valley Fonte o autor A forma de cálculo é simples e sempre utiliza sempre a mesma regra de posse do valor do custo a ser distribuído efetuado o rateio ele é dividido de forma proporcional ao critério base quantitativa escolhido A maneira mais fácil de realizar o cálculo é utilizar uma regra de três conforme o Quadro 12 a seguir Gasto mensal a ser distribuído Total da base quantitativa individual a ser utilizada no rateio Uma das partes da base quantitativa individual a ser utilizada no rateio Quadro 12 Explicação do cálculo do rateio Fonte o autor Com base nas informações da Cia Motor Valley será feito o rateio do aluguel para comparálo entre um critério e outro utilizando quatro critérios espaço em m2 custos diretosmês unidades produzidasmês e receita Rmês Rateio do aluguel com base no espaço utilizado O objetivo neste momento é imaginar que o empreendedor da Cia Motor Valley escolheu para efetuar a distribuição do custo com aluguel a proporção do espa ço utilizado para a fabricação de cada um dos produtos Por meio da Figura 8 a seguir é possível visualizar como é feito o cálculo para determinar o valor que cada produto absorverá do custo com o aluguel UNICESUMAR 75 Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Espaço ocupado na produção Premium Básico Starter Light TOTAL 220m² 425m² 415m² 815m² 1875m² Cálculo R 6000000mês 1875m² Premium Básico Starter Light 220m² 425m² 415m² 815m² R 704000 R 1360000 R 1328000 R 2608000 Figura 8 Rateio do aluguel com base no espaço utilizado Fonte o autor Com base nos resultados podese perceber que o produto que ocupa o maior espaço da fábrica também é o que absorverá a maior proporção do custo com o aluguel quando utilizado esse critério Premium Básico Starter Light R 3000000 R 2500000 R 2000000 R 1500000 R 1000000 R 500000 R 000 Figura 9 Rateio do aluguel com base no espaço utilizado Fonte o autor UNIDADE 2 76 Inversamente o produto que ocupa o menor espaço absorverá o menor valor do aluguel A variação e a proporção dos valores a serem absorvidos por cada produ to podem ser melhor visualizados por meio do gráfico apresentado na Figura 9 Rateio do custo do aluguel com base nos custos diretos O exercício neste momento é imaginar que o empreendedor da Cia Motor Valley tenha optado na distribuição do custo com aluguel para os produtos utilizar os custos diretos como base de rateio Por meio da Figura 10 é possível verificar detalhadamente como é efetuado o procedimento do cálculo Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Custos diretosmês Premium Básico Starter Light TOTAL R 659 mil R 350 mil R 140 mil R 51 mil R 12 mi Cálculo R 6000000mês R 12 mi Premium Básico Starter Light R 3295000 R 1750000 R 700000 R 255000 R 659 mil R 350 mil R 140 mil R 51 mil Figura 10 Rateio do custo do aluguel com base nos custos diretos Fonte o autor UNICESUMAR 77 Por meio do gráfico apresentado na Figura 11 a seguir podese perceber como o aluguel foi distribuído proporcionalmente quando utilizado esse critério de rateio Premium Básico Starter Light R 3500000 R 3000000 R 2500000 R 2000000 R 1500000 R 1000000 R 500000 R 000 Figura 11 Rateio do custo do aluguel com base nos custos diretos Fonte o autor Rateio do custo do aluguel com base nas unidades produzidas Tal qual nos dois tópicos anteriores o exercício neste momento é imaginar que o empreendedor da Cia Motor Valley tenha optado na distribuição do custo com aluguel para os produtos utilizar a quantidade produzida como base de rateio Por meio da Figura 12 é possível verificar detalhadamente como é efetuado o procedimento do cálculo Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Custos diretosmês Premium Básico Starter Light TOTAL 900 350 80 170 1500 Cálculo R 6000000mês 1500 Premium Básico Starter Light R 3600000 R 1400000 R 320000 R 680000 900 350 80 170 UNIDADE 2 78 Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Custos diretosmês Premium Básico Starter Light TOTAL 900 350 80 170 1500 Cálculo R 6000000mês 1500 Premium Básico Starter Light R 3600000 R 1400000 R 320000 R 680000 900 350 80 170 Figura 12 Rateio do custo do aluguel com base nas unidades produzidas Fonte o autor Por meio da Figura 13 a seguir podese perceber como o aluguel foi distribuído proporcionalmente quando utilizado esse critério de rateio Premium Básico Starter Light R 4000000 R 3500000 R 3000000 R 2500000 R 2000000 R 1500000 R 1000000 R 500000 R 000 Figura 13 Rateio do custo do aluguel com base nas unidades produzidas Fonte o autor UNICESUMAR 79 Rateio do aluguel com base na receita E por fim o último critério imagine que o empreendedor da Cia Motor Valley tenha optado na distribuição do custo com aluguel para os produtos utilizar a receita mensal como base de rateio Por meio da Figura 14 é possível verificar detalhadamente como é efetuado o procedimento do cálculo Sede do empreendimento aluguel R 6000000mês Produtos do empreendimento Custos diretosmês Premium Básico Starter Light TOTAL R 15795 mil R 2 mi Cálculo R 6000000mês R 2 mi Premium Básico Starter Light R 4738500 R 630000 R 225600 R 405900 R 15795 mil R 210 mil R 752 mil R 1353 mil R 210 mil R 752 mil R 1353 mil Figura 14 Rateio do aluguel com base na receita Fonte o autor UNIDADE 2 80 Por meio do gráfico apresentado na Figura 15 a seguir podese perceber como o aluguel foi distribuído proporcionalmente quando utilizado esse critério de rateio Premium Básico Starter Light R 5000000 R 4500000 R 4000000 R 3500000 R 3000000 R 2500000 R 2000000 R 1500000 R 1000000 R 500000 R 000 Figura 15 Rateio do aluguel com base na receita Fonte o autor Comparativo entre os critérios de rateio O resultado da distribuição do custo por meio dos critérios de rateio utilizados anteriormente pode ser visualizado de forma resumida no Quadro 13 a seguir PRODUTO CRITÉRIO DE RATEIO ESPAÇO m2 CUSTOS DIRETOSMÊS UNIDADES PRODUZIDASMÊS RECEITAR MÊS Premium R 704000 R3295000 R 3600000 R 4738500 Básico R 1360000 R1750000 R 1400000 R 630000 Starter R 1328000 R 700000 R 320000 R 225600 Light R 2608000 R 255000 R 680000 R 405900 Quadro 13 Comparativo entre os critérios de rateio Fonte o autor Perceba que dependendo do critério de rateio utilizado o valor do custo do alu guel atribuído a cada produto é diferente A Figura 16 seguir apresenta de forma visual uma melhor percepção sobre essas variações UNICESUMAR 81 Premium Básico Starter Light R 5000000 R 4500000 R 4000000 R 3500000 R 3000000 R 2500000 R 2000000 R 1500000 R 1000000 R 500000 R 000 Comparação entre os critérios de rateio do aluguel Espaço m² Custos diretosmês Unidades produzidasmês Receita Rmês Figura 16 Comparativo entre os critérios de rateio Fonte o autor Também poderia ser efetuado o cálculo por outros critérios como O tempo total de produção de cada unidade produzida ou do mês As horas da máquina empenhada em cada unidade produzida ou do mês A hora da mão de obra empregada na produção de cada unidade ou do mês Outros Lembrese quando efetuar o rateio de um custo indireto que apenas um critério pode ser escolhido por vez e é possível efetuar a sua alteração no próximo mês semestre ou ano E qual o melhor critério a ser utilizado Essa é uma pergunta cuja resposta quase sempre não é exata Por exemplo no caso do aluguel da Cia Motor Valley eu escolheria o espaço ocupado na produção de cada produto desde que as áreas sejam totalmente delimita das como na Figura 17 a seguir pois o valor do aluguel corres ponde diretamente ao tamanho do espaço locado Se for locado um imóvel na mesma localidade e este for menor certamente o valor cobrado pelo proprietário também será menor e o contrá rio também é válido Premium Básico Starter Light Figura 17 Exemplo de produção com área delimi tada Fonte o autor UNIDADE 2 82 No entanto se utilizassem a maioria dos espaços de forma compartilhada má quinas montagem etc entre os produtos como apresentado na Figura 18 a seguir eu escolheria o tempo de produção registrado no mês para cada tipo de produto Premium Premium Starter Básico e Light Básico Starter Light Figura 18 Exemplo de produção com áreas comuns Fonte o autor Aspecto também importante é que independentemente da forma como será efetuado o rateio dos custos indiretos para a empresa globalmente será corres pondente ao montante total No caso da Cia Motor Valley seja qual for a forma de rateio o dono do imóvel receberá o valor do aluguel A distribuiçãorateio desse custo é para fins internos de apuração da máxima exatidão possível e de quanto de recurso é consumido com a fabricação dos produtos o que dependendo do preço e da margem de contribuição gerada pode fazer com que um ou outro produto deixe de ser produzido fazendo com que os processos sejam terceirizados etc UNICESUMAR 83 1 Materiais são considerados recursos tangíveis utilizados na fabricação Apesar de haver amplitude nessa terminologia como matériasprimas insumos materiais primários materiais secundários embalagens etc o importante não é saber qual nomenclatura utilizar Por exemplo não entendo como errado utilizar o termo ma tériasprimas quando se fala em produção agrícola quando o mais comum é utilizar insumos O erro é independentemente da terminologia utilizada não efetuar o con trole das entradas das saídas e não ter conhecimento dos saldos que se encontram nos estoques Nesta unidade foram apresentadas informações sobre o uso da ficha de estoque além de três formas de avaliação dos itens 2 Mão de obra pessoal recursos humanos entre outras nomenclaturas dizem res peito ao levantamento dos recursos gastos nas operações de gestão e de operacio nalização dos produtos durante seu processo de transformação desde a saída das matériasprimas do estoque até o seu retorno como produto acabado Nesse senti do não é apenas o salário acordado entre o empreendimento e o colaborador que conta como recurso consumido Há ainda os impostos os benefícios e outras verbas remunerativas obrigatórias por lei que devem ser levados em consideração O tópico desta unidade apresentou de forma prática como isso pode ser efetuado também em relação às horas trabalhadas 3 Custos Indiretos de Fabricação são gastos compartilhados ou seja utilizados de forma comum e ao mesmo tempo por vários produtos departamentos ou linha de produção Nessa perspectiva quando esse item foi tratado nesta unidade foi apre sentado de forma aplicada com exemplos de quando um custo é direto ou indireto como efetuar a distribuição adequada dos custos indiretos bem como os reflexos sobre a utilização de um ou de outro critério para realizar essa distribuição quadroresumo 84 na prática A Cia Industrial Bom Refri efetuou uma movimentação em seu estoque de pacotes de glicose de três quilos cada Com base nos dados analise o quadro a seguir e responda as questões EVENTO DATA QUANTIDADE VALOR DO LOTE R Compra 01maio 100 R 50000 Compra 02maio 200 R 160000 Compra 03maio 50 R 70000 Saída 04maio 310 Quadro 14 Movimentações do estoque Fonte o autor 1 Qual é o custo computado com a saída dos pacotes de glicose pelo método de avaliação de estoques Média Ponderada Móvel 2 Qual é o custo computado com a saída dos pacotes de glicose pelo método de avaliação de estoques Primeiro que Entra Primero que Sai 3 Qual é o custo computado com a saída dos pacotes de glicose pelo método de avaliação de estoques Primeiro que Entra Último que Sai 4 Se houvesse saída de todo o estoque qual seria o custo computado pelos métodos Média Ponderada Móvel Primeiro que Entra Primero que Sai e Primeiro que Entra Último que Sai respectivamente 5 Qual dos métodos de avaliação de estoque se utilizado para apurar o resultado lu croprejuízo do empreendimento resultaria no maior lucro Justifique sua resposta 85 aprimorese Quando você faz direito o controle de estoque você ganha Otimizando o seu investimento Levantando mais informações sobre suas vendas Quando mais você souber sobre o seu negócio melhor Fazendo previsões da demanda dos consumidores mais precisas Fazendo previsões e estimativas de pedidos de fornecedores mais precisas Ok Mas como faço isso Devo comprar um caderno timbrado ou gastar mi lhões com um sistema complicadíssimo Há vários métodos para fazer controle de estoque Você pode usar planilhas em Excel se essa for sua pegada aqui o Conta Azul disponibiliza alguns modelos ou optar por sistemas mais complexos que podem até ser desenvolvidos de forma personalizada para sua empresa A melhor forma de fazer o seu controle de estoque é aquela que realmente funciona para você Ou seja que atenda às necessidades da sua empresa que resolva o seu problema e que caiba no seu bolso Definir qual o melhor modelo de estoque para o seu negócio vai depender do porte da sua empresa do que você oferece e do seu investimento Mas saiba que a qualidade do controle de estoque depende da qualidade da en trada da informação no seu sistema Então muito cuidado com economias burras Muitas vezes no meio do turbilhão de demandas do dia a dia se o sistema de controle de estoque não for automatizado a tarefa pode ficar perdida no meio de outras de mandas ou demandar muito tempo e não ser realizada Mais uma vez a conta desse deslize vai chegar e você não vai querer pagar Então é melhor evitar logo 86 aprimorese O passo a passo essencial para fazer um controle de estoque Registrar tudo que chega e que sai mercadorias e insumos isso significa criar um cadastro para cada item e atualizar conforme houver alguma mudança de sta tus contendo informações como código e descrição data de aquisição e de venda além do preço pelo qual cada item foi vendido Seja qual for o seu sistema manual ou automático fazer isso é OBRIGATÓRIO Uma dica Essa matéria da PEGN fala sobre como trabalhar com códigos de barra Cheque seus registros parece um detalhe besta mas muitas empresas não fazem isso e acabam tendo problemas sérios quando descobrem que algo está errado com os valores Uma dica é implementar algum sistema de Inventário Rotativo Assim o pró prio sistema escolhe diariamente itens para checar e poderá detectar eventuais erros Atenção aos produtos perecíveis se eles estragarem antes que você venda você terá prejuízo Por isso não deixe de considerar esse detalhe quando planejar suas compras com fornecedores Cuide também da organização do espaço físico se você tem um estoque preci sa também garantir que a mercadoria desejada seja facilmente encontrada no seu espaço De nada adianta ter todas as informações sobre o produto se não consegue achálo com agilidade quando precisa A organização permite que você avalie com precisão o espaço que precisa ganhe tempo e evite gastos extras com infra Estabeleça processos de controle de estoque para evitar falhas o melhor é definir rotinas claras de atualização das ferramentas de controle Por exemplo toda vez que um produto for vendido entrar imediatamente na planilha ou no sistema e atualizar o status do produto e o estoque disponível na loja Envolva a equipe toda no processo de que adianta investir em um sistema novo se nem sua equipe e muitas vezes nem você saberá usálo da forma correta 87 aprimorese Mapeie e integre sua operação se você faz controle de estoque também controla dados sobre as vendas do seu negócio Com isso você ganha sabendo com exatidão quais são os produtos com maior e menor saída e com que frequência cada item tem que ser reposto Descobrir isso é simples basta analisar o histórico de vendas A inte gração também possibilita uma maior sinergia com sua área de marketing e vendas para por exemplo realizar promoções de queima de estoque quando há muito pro duto parado ou investir naquele produto que tem maior demanda Programe as compras com fornecedores crie um calendário com as datas de compra para cada item Sistemas específicos para o controle de estoque podem até enviar alertas quando chegar a hora de fazer a reposição Lembrese o sucesso do seu negócio depende de uma série de eventos enca deados e qualquer erro nesse processo pode ter um custo alto Então não deixe de fazer o seu controle de estoque Fonte adaptado de Endeavor Brasil 2015² 3 ANÁLISE DO CUSTOVOLUME LUCRATIVIDADE PROFESSORES Me Silvio César Castro PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Margem de Contribuição Ponto de Equilíbrio Grau de Alavancagem Operacional OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Calcular e interpretar a margem de contribuição Calcular e interpretar os pontos de equilíbrio contábil financeiro e econômico Calcular e interpretar o grau de alavancagem operacional UNIDADE 3 90 1 MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO A margem de contribuição se origina de um método de custeio chamado cus teio variável este traz um raciocínio interessante a respeito do comportamento dos custos fixos ou variáveis Como o nome sugere custeio variável considera apenas os custos variáveis na fabricação de um produto excluindo os fixos mas por quê Há um entendimento universal entre os autores de que os custos fixos geralmente a infraestrutura do empreendimento o aluguel a depreciação o seguro etc ocorrem initerruptamente mesmo não havendo produção logo não devem ser considerados como parte do produto ou do serviço produzido Em uma estrutura tradicional considerando todos os gastos custos e despe sas teríamos a seguinte visão representada pela Figura 1 Preço de venda Custos e despesas fixas Custos e despesas variáveis Lucro Figura 1 Geração de lucro visão tradicional Fonte o autor UNICESUMAR 91 Quando se trabalha com custeio variável não há lucro mas margem de contri buição que representa a diferença entre o preço de venda e a soma das despesas e dos custos variáveis de um produto ou de um serviço A representação ficaria da seguinte forma Preço de venda Custos variáreis Despesas variáreis Margem de contribuição Gastos variáreis Figura 2 Cálculo da margem de contribuição Fonte o autor De acordo com Castro e Fragalli 2018 para que se possa calcular a margem de contribuição de forma assertiva é de fundamental importância a separação dos gastos custos e despesas entre variáveis e fixos Se essa segregação não ocorrer de forma assertiva e automática consequentemente a margem de contribuição será calculada de forma errada No decorrer desta unidade você poderá verificar a relevância e os desdobramentos que a margem de contribuição terá na geração de informações vitais para os negócios De acordo com Churchill e Peter 2000 p 321 como regra geral o preço de um pro duto deve ser suficientemente alto para cobrir o custo total de produção e marketing O custo total inclui custos fixos e custos variáveis No entanto há outros gastos além dos custos dos produtos e dos serviços vendidos por um empreendimento há as despesas administrativas e com vendas que devem ser consideradas na formação de preços Por isso na abordagem da margem de contribuição deste livro também serão consideradas as despesas variáveis Fonte o autor explorando Ideias Lunkes 2004 p 121 entende que a margem de contribuição é a quantia de re ceita que permanece depois de deduzir os custos e despesas variáveis ou seja a sobra variável por unidade comercializada consiste no preço de venda menos os UNIDADE 3 92 gastos variáveis Oliveira e Peres Junior 2005 p 222 afirmam entendese por margem de contribuição a diferença entre o preço de venda e a soma das despesas e custos variáveis de um produto ou serviço Os autores também apontam que A margem de contribuição é em outras palavras a sobra financeira de cada produto ou divisão de uma empresa para a recuperação ou amortização das despesas e dos custos fixos de uma entidade e para a obtenção do lucro esperado pelos empresários De acordo com Castro 2019 a margem de contribuição pode ser apurada nas seguintes dimensões a Unitária revela a margem de contribuição de uma unidade de apenas um produto Essa talvez seja a forma mais utilizada para calcular a margem de contribuição pois é por meio dela que o cálculo do ponto de equilíbrio é efetuado Na Figura 3 a seguir pode ser observada essa dinâmica com exemplo representado pelo produto A Preço de venda de uma unidade do produto A Margem de contribuição da unidade do produto A Custos variáveis da unidade do produto A Soma de todos os gastos variáveis da unidade do produto A Despesas variáveis da unidade do produto A Figura 3 Margem de contribuição por unidade Fonte o autor No Quadro 1 a seguir pode ser observado um exemplo de cálculo da margem de contribuição unitária PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS CELULAR a Preço de venda de cada unidade vendida R 200000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis por unidade R 60000 b2 Custos variáveis por unidade R 80000 c Margem de contribuição unitária R 60000 Quadro 1 Exemplo de cálculo da margem de contribuição unitária Fonte o autor UNICESUMAR 93 b Total por produto obtido por meio da soma da margem de contribuição multiplicada pelo número de itens fabricados e produzidos de um tipo de produto em determinado período Na Figura 4 a seguir a dinâmica pode ser observada a partir de um exemplo representado pelo produto A Faturamento do período do produto A Margem de contribuição total do produto A Custos variáveis do período do produto A Soma de todos os gastos variáveis do mesmo período do produto A Despesas variáveis do período do produto A Figura 4 Margem de contribuição total por produto Fonte o autor Continuamente segue um exemplo do cálculo da margem de contribui ção total do produto PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS CELULAR a Preço de venda de cada unidade vendida R 200000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis por unidade R 60000 b2 Custos variáveis por unidade R 80000 c Margem de contribuição unitária R 60000 d Quantidade produzida e vendida 300 e Margem de contribuição total por produto c x d R 18000000 Quadro 2 Exemplo de cálculo da margem de contribuição total do produto Fonte o autor c Global da empresa soma da margem de contribuição de todos os pro dutos fabricados e vendidos pela empresa em determinado período Na Figura 5 a seguir pode ser observada essa dinâmica Faturamento do período Margem de contribuição global Soma de todos os custos variáveis do período Soma de todas as despesas variáveis do período Soma de todos os gastos variáveis do mesmo período Figura 5 Margem de contribuição global Fonte o autor UNIDADE 3 94 No Quadro 3 a seguir veja um exemplo do cálculo da margem de con tribuição global PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS CELULAR R TABLET R POWER BANK R a Preço de venda de cada unidade vendida 200000 280000 25000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis por unidade 60000 120000 7500 b2 Custos variáveis por unidade 80000 110000 2500 c Margem de contribuição unitária 60000 50000 15000 d Quantidade produzida e vendida 300 500 2000 e Margem de contribuição total por produto c x d 18000000 25000000 30000000 f Margem de contribuição global do empreendimen to no mês 73000000 Quadro 3 Exemplo de cálculo da margem de contribuição global Fonte o autor Importante Por meio do Quadro 3 é possível verificar que o produto por unidade que apre senta a maior margem de contribuição unitária no mês é o Celular No entanto o produto que mais contribuiu para amortizar os gastos fixos da empresa foi o Power Bank mesmo possuindo a menor margem de contribuição unitária Isso foi possível pelo fato de que o volume de vendas do Power Bank foi representa tivamente superior ao do Celular Enquanto este vendeu 300 unidades o Power Bank vendeu 2000 unidades Nesse sentido é importante verificar que nem sempre o produto que apresenta a maior margem de contribuição por unidade é o mais interessante para o negócio pois o volume produzido e comercializado é um dos aspectos mais importantes a serem considerados UNICESUMAR 95 d Global de uma filial soma da margem de contribuição de todos os produtos fabricados e vendidos por uma das filiais da empresa em deter minado período Na Figura 6 a seguir pode ser observada essa dinâmica Faturamento do período de uma filial Margem de contribuição da filial Custos variáveis do período da filial Despesas variáveis do período da filial Soma de todos os gastos variáveis do mesmo período da filial Figura 6 Margem de contribuição por filial Fonte o autor No Quadro 4 adiante segue um exemplo de cálculo da margem de con tribuição de filiais PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS FILIAL 01 R FILIAL 02 R FILIAL 03 R a Faturamento 20000000 30000000 60000000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis 12000000 10000000 35000000 b2 Custos variáveis 4000000 18000000 20000000 c Margem de contribui ção da filial 4000000 2000000 5000000 Quadro 4 Exemplo de cálculo da margem de contribuição por filial Fonte o autor e Departamental consiste na apuração da margem de contribuição obtida pela soma da margem de contribuição dos produtos fabricados e vendi dos por um departamento em determinado período Na Figura 7 a seguir pode ser observada essa dinâmica Faturamento do período de um departamento Margem de contribuição de um departamento Custos variáveis do período de um departamento Despesas variáveis do período de um departamento Soma de todos os gastos variáveis do mesmo período de um departamento Figura 7 Margem de contribuição por departamento Fonte o autor UNIDADE 3 96 No Quadro 5 adiante segue um exemplo do cálculo da margem de con tribuição por departamento PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS POR DEPARTAMENTO CERVEJAS R VINHOS R DESTILADOS R a Faturamento 5000000 7000000 6000000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis 2000000 3000000 2500000 b2 Custos variáveis 1200000 1500000 2000000 c Margem de contri buição por departa mento 1800000 2500000 1500000 Quadro 5 Exemplo de cálculo da margem de contribuição por departamento Fonte o autor e Divisão de Negócios é similar à abordagem da margem de contribuição por departamento Consiste na soma da margem de contribuição de todos os produtos fabricados e vendidos por uma das divisões de negócios da empresa em determinado período Na Figura 8 a seguir pode ser obser vada essa dinâmica com exemplo de uma divisão de varejo Faturamento do período da divisão de varejo Margem de contribuição total da divisão de varejo Custos variáveis do período da divisão de varejo Despesas variáveis do período da divisão de varejo Soma de todos os gastos variáveis do mesmo período da divisão de varejo Figura 8 Margem de contribuição por divisão de negócio Fonte o autor UNICESUMAR 97 O Quadro 6 a seguir apresenta um exemplo de cálculo da margem de contribuição por divisão de negócios PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS POR DIVISÃO DE NEGÓCIOS AÉREO R MARÍTIMO R RODOVIÁRIO R a Faturamento 50000000 70000000 60000000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis 20000000 28000000 22000000 b2 Custos variáveis 13000000 18000000 25000000 c Margem de contri buição por divisão de negócios 17000000 24000000 13000000 Quadro 6 Exemplo de cálculo da margem de contribuição por divisão de negócios Fonte o autor Oliveira e Peres Junior 2005 ressaltam que por meio da análise da mar gem de contribuição é possível a Verificar quais produtos são mais ou menos rentáveis ou deficitários b Qual foi o produto que mais contribuiu para amortizar os gastos fixos da empresa Tais informações podem conduzir a decisões de quais produtos ou linhas de produção podem ser fomentados quais produtos devem ser eliminados etc UNIDADE 3 98 2 PONTO DE EQUILÍBRIO De acordo com Cogan 1999 ponto de equilíbrio corresponde à quantidade produzida ao volume de operações para as quais a receita iguala o custo total pois é o ponto em que o lucro líquido igualase a zero e pode ser demonstrado em uni dades físicas ou monetárias Para Castro 2019 esse aspecto evidencia o volume de atividades necessárias produção e venda para que a empresa cubra todos os seus gastos e não tenha prejuízo O volume de atividades pode ser obtido por esse método tanto em quantidades quanto em Receita Bruta valor das vendas Para o mesmo autor o ponto de equilíbrio quando calculado assertivamente também pode auxiliar em outros aspectos que serão abordados mais adiante como Na capacidade de produção x ponto de equilíbrio necessário Na ociosidade Na capacidade de geração de lucro Na capacidade de atingir metas UNICESUMAR 99 Ponto de Equilíbrio Contábil PEC Segundo Castro e Fragalli 2018 o ponto de equilíbrio contábil também cha mado simplesmente de ponto de equilíbrio permite identificar o nível das ati vidades necessário para recuperar todas as despesas e todos os custos de uma empresa sejam eles fixos ou variáveis O valor obtido representa o momento no qual o resultado da empresa é igual a zero É o nível de atividade em que não há lucro nem prejuízo que pode ser facilmente obtido da seguinte forma Ponto Gastos fixos do período de equi brio contábil Marge m de contribuição nitária u í Pode ser mensal trimestral semestral anual Em sacas quilos caixas tonelada conforme utilizado no produto Também é sinônimo dizer que é o momento no qual o empreendimento obteve volume de margem de contribuição global do período que se igualou aos gastos fixos do mesmo período Esse conceito pode ser melhor visualizado no Quadro 7 a seguir com destaque para os itens f e g PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS CELULAR R TABLET R POWER BANK R a Preço de venda de cada unidade vendida 200000 280000 25000 b Gastos variáveis b1 Despesas variáveis por unidade 60000 120000 7500 b2 Custos variáveis por unidade 80000 110000 2500 c Margem de contribuição unitária 60000 50000 15000 d Quantidade produzida e vendida 300 500 2000 e Margem de contribuição total por produto c x d 18000000 25000000 30000000 f Margem de contribuição global do empreendimento no mês 73000000 g Gastos fixos custos e despesas fixas 73000000 h Resultado 000 Quadro 7 Verificação do ponto de equilíbrio contábil Fonte o autor UNIDADE 3 100 Ponto de Equilíbrio Financeiro PEF Segundo Megliorini 2011 o ponto de equilíbrio financeiro possibilita identificar o nível de produção e de vendas em que o saldo de caixa é igual a zero assim representa a quantidade de vendas necessária para cobrir os gastos efetuados tanto operacionais quanto não operacionais O ponto de equilíbrio financeiro exclui os gastos que não afetam o caixa da empresa ou seja não são desembolsáveis porém são considerados para efeito do resultado contábil Os mais comuns são amortizações e depreciações Por isso na fórmula a seguir observe como calculálo utilizando como exemplo a exclusão da depreciação Perceba que a partir fórmula original do ponto de equilíbrio contábil basta deduzir a depreciação do valor dos gastos fixos s a Ponto Gastos fixos do período G de equi brio contábil asto com epreciação do mesmo período Margem de contribui d ção nitári u í Pode ser mensal trimestral semestral anual Em sacas quilos caixas tonelada conforme utilizado no produto Padoveze 2014 p 302 faz um apontamento sobre esse aspecto É importante em situações de eventuais reduções da capacidade de pagamento da empresa Castro 2019 acrescenta que o ponto de equilíbrio financeiro ao excluir os gastos com depreciação perda de patrimônio por uso desgaste ou obsolescência resultará em um nível de atividade que não constitua em geração de recursos para futura substituição desses bens Fazendo uma analogia é como se o empreendimento não gerasse de forma parcelada um fundo para reposição de sua infraestrutura face excluir a depreciação No entanto não indicado para uso constante ou de longo prazo pois não haverá geração de recursos para reposição dos itens do imobilizado que perderam valor por uso desgaste ou obsolescência Vimos caroa alunoa que o ponto de equilíbrio financeiro se destaca pela importância e pela precisão percentual que marca o ponto em que as vendas criam receitas Ponto de Equilíbrio Econômico PEE Megliorini 2011 lembra que o empreendedor ao iniciar uma atividade faz investimentos dos quais espera retorno sobre o capital investido ou seja resultado positivo Por meio do ponto de equilíbrio econômico é possível projetar os resultados que a empresa poderá obter em diversos níveis de atividades de produção e de vendas mantidas constantes às demais variáveis tais como margem de contribuição total das despesas e custos fixos O ponto de equilíbrio econômico corresponderá ao nível de atividade necessário para atingir o resultado esperado ou projetado Perceba que a partir da fórmula original do ponto de equilíbrio contábil basta adicionar a meta de lucro ou o retorno sobre o investimento desejado aos gastos fixos Ponto de equilíbrio contábil Gastos fixos do período meta de lucro ou retorno sobre o investimento desejado Margem de contribuição unitária Pode ser mensal trimestral semestral anual Em sacas quilos caixas tonelada conforme utilizado no produto De acordo com Padoveze 2014 p 302 esse ponto de equilíbrio é Outra variante de ponto de equilíbrio em valor adicionandose aos custos e as despesas fixas e aos efeitos financeiros e monetários um montante de lucro mínimo o qual a empresa julga obrigatório Utilização do ponto de equilíbrio com múltiplos produtos Castro 2019 observa que o mais comum é que os empreendimentos não produzam e vendam apenas um tipo um modelo ou um tamanho de produto Estes geralmente possuem preços de vendas diferentes e como consequência margens de contribuição diferentes Quando são efetuadas as explicações sobre ponto de equilíbrio utilizando apenas uma margem de contribuição de um produto o entendimento é fácil de absorver No entanto de forma geral existem muitas combinações de atividades relacionadas a mais de um produto muitos recursos utilizados e muita distribuição de espaços sob o guardachuva de um mesmo empreendimento Para esse autor UNIDADE 3 102 contudo isso não impede a utilização na prática do conceito do ponto de equilíbrio para saber qual a receita bruta ou a quantidade de unidades necessárias para obter resultados e objetivos desejados Observe o exemplo da utilização do cálculo do ponto de equilíbrio com base em mais de um produto com margens de contribuição diferentes No Quadro 8 seguem informações básicas que serão utilizadas no exemplo PRODUTO QUANTIDADES VENDIDAS QUANTIDADE DE CADA PRO DUTO SOBRE O TOTAL MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO POR UNIDADE Alfa 200 2000 R 18000 Beta 350 3500 R 26000 Delta 450 4500 R 12000 Total 1000 100 Quadro 8 Ponto de equilíbrio multiprodutos Fonte o autor Gastos fixos no mês R 117 650 00 1º passo calcular a margem de contribuição ponderada No Quadro 9 é apresentada a forma de cálculo da margem de contribuição pon derada Perceba que basta multiplicar a margem de contribuição unitária de cada produto pela sua representatividade no mix de produtos PRODUTO MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO POR UNIDADE QUANTIDADE DE CADA PRODUTO SOBRE O TOTAL MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO MÉDIA PONDERADA Alfa R 18000 X 2000 R 3600 Beta R 26000 X 3500 R 9100 Delta R 12000 X 4500 R 5400 Total R 18100 Quadro 9 Ponto de Equilíbrio Multiprodutos MC ponderada Fonte o autor 2º passo calcular o ponto de equilíbrio contábil É efetuado de forma similar ao cálculo do ponto de equilíbrio contábil porém aqui é utilizada a soma da margem de contribuição ponderada disposta no Quadro 9 Ponto de equilíbrio contábil Gastos fixos do período Margem de contribuição unitária Ponto de equilíbrio contábil R 11765000 R 18100 650 unidades 3º passo distribuir as 650 unidades pela proporção de venda de cada produto O Quadro 10 a seguir demonstra como a quantidade de unidades do Quadro 9 é dividida para cada produto PRODUTO PONTO DE EQUILÍBRIO PONDERADO QUANTIDADE DE CADA PRODUTO SOBRE O TOTAL QUANTIDADE QUE LEVA AO PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL Alfa 650 2000 130 unidades Beta 650 3500 228 unidades Delta 650 4500 293 unidades Quadro 10 Ponto de equilíbrio multiprodutos Distribuição da MC ponderada Fonte o autor Verifique agora por meio do Quadro 11 se de fato o procedimento adotado no exemplo é a informação que resulta no ponto de equilíbrio contábil em que o resultado é igual a zero UNIDADE 3 104 PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS ALFA BETA DELTA c Margem de contribuição unitária R 18000 R 26000 R 12000 d Quantidade produzida e vendida 130 228 293 e Margem de contribuição total por produto c x d R 2340000 R 5915000 R 3510000 Margem de contribuição global do empreendimento no mês R 11765000 Gastos fixos 11765000 Resultado zero Quadro 11 Demonstração ponto de equilíbrio multiprodutos Fonte o autor Importante A utilização do ponto de equilíbrio para múltiplos produtos com margens de contribuição diferentes pode ser efetuada também para o ponto de equilíbrio financeiro e econômico desde que mantidos os princípios e os procedimentos descritos anteriormente Interpretando graficamente o ponto de equilíbrio A interpretação do ponto de equilíbrio por meio da leitura do seu gráfico é mui to interessante e enriquecedora Nesse sentido será feita uma apresentação do gráfico passo a passo para que você aprenda a fazer sua leitura de uma maneira didática e facilitada O gráfico do ponto de equilíbrio é apresentado por meio do chamado gráfico de linhas O primeiro passo é identificar e entender seus eixos um deles Y re presentado pelo número 1 na Figura 9 a seguir representa os valores financeiros do empreendimento ou da atividade analisada Pode ser de uma propriedade rural uma agroindústria determinada safra ou cultura Quanto mais próximo da base entroncamento entre os eixos X eY menores os valores Quanto mais próximo da extremidade por sua vez maiores os valores UNICESUMAR 105 O outro eixo verificado no gráfico é o X que representa o volume de ativida de ou seja a quantidade produzida e vendida indicada pelo número 2 também na Figura 9 a seguir De forma análoga ao eixo Y quanto mais próximos da base entroncamento entre os eixos X e Y menores os volumes Quanto mais próxi mo da extremidade por sua vez maiores os volumes Mais Menos Menos Mais 1 2 Volumequantidade R Financeiro Y X Figura 9 Interpretação dos eixos do gráfico Fonte o autor Realizada a apresentação básica do funcionamento do gráfico na Figura 10 a seguir foi efetuada a inserção do primeiro elemento propriamente dito no gráfico do ponto de equilíbrio o gasto fixo representado pela linha 3 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Figura 10 Gastos Fixos Fonte o autor UNIDADE 3 106 A interpretação dos elementos inseridos a partir da Figura 10 deve ser efetuada observando simultaneamente os eixos X eY Nesse caso a interpretação correta é Eixo Y os gastos fixos consomem uma quantidade de recursos do em preendimento Eixo X com a produção e a venda paralisadas ou em níveis elevados o valor do gasto fixo não possui variações aspecto já amplamente explora do no item Classificação dos Gastos em Relação ao Volume de Produção Na Figura 11 a seguir foi inserido mais um elemento o gasto variável represen tado pela linha 4 4 Gastos variáveis 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Figura 11 Gastos variáveis Fonte o autor Veja que a linha dos gastos variáveis se inicia de imediato acima dos gastos fixos o que faz todo sentido pois os gastos variáveis ocorrem assim que começa a produção Também é perceptível que a linha possui certo ângulo de inclinação representando um aumento do consumo de recursos eixo Y conforme o vo lume aumenta eixo X Na Figura 12 a seguir foi inserido outro elemento a receitavenda represen tada pela linha 5 Dessa forma temos todos os elementos para a completa leitura do gráfico do ponto de equilíbrio Perceba que a receita linha 5 se inicia no entroncamento dos eixos X e Y e no momento que há o aumento da atividade de venda o que se verifica no eixo X os recursos também aumentam per cebido pelo eixo Y Aspecto também interessante que pode ser observado visualmente pela linha 5 da receita é o grau de inclinação maior do que a linha 4 dos gastos variáveis UNICESUMAR 107 Em um negócio saudável que tenha o objetivo de gerar lucro isso não pode ser diferente afinal o recurso das vendas deve sempre ser superior ao recurso con sumido com a atividade gastos fixos e variáveis 4 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Figura 12 VendasReceitas Fonte o autor Quando a linha 5 das receitasvendas intercepta a linha 3 dos gastos fixos signi fica que nesse momento as vendas foram suficientes para cobrir os gastos fixos Ao projetar esse ponto de intercepção das vendasreceitas com os gastos fixos é possível projetar no eixo X o volume necessário para que isso ocorra Observe na figura a seguir em destaque na anotação 6 4 6 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Momento no qual as vendas cobrem os gastos fixos Figura 13 Cobertura dos gastos fixos Fonte o autor UNIDADE 3 108 Se você seguir a linha 5 das receitasvendas poderá observar que haverá um momento no qual ela também interceptará a linha dos gastos variáveis Como estes já se iniciaram acima da linha dos gastos fixos esse ponto então é o chama do ponto de equilíbrio ou seja no qual as vendasreceitas cobrem os gastos fixos e variáveis Isso pode ser melhor observado na Figura 14 a seguir em destaque para a anotação 7 4 6 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Momento no qual as vendas cobrem os gastos fixos Momento no qual as receitas cobrem os gastos fixos mais os variáveis ponto de equilíbrio Figura 14 Identificando o ponto de equilíbrio Fonte o autor Ao projetar o ponto de interseção das receitas com os gastos variáveis ponto de equilíbrio podese verificar no eixo X qual é o volume necessário para produzir e para vender ou ainda ao projetar o ponto de equilíbrio no eixo Y obtémse o valor das receitasvendas necessárias para atingilo Isso também informa que um volume abaixo do verificado na linha de projeção no eixo X gerará prejuízo enquanto um volume acima gerará lucro No eixo Y por sua vez a linha de pro jeção a partir do ponto de equilíbrio representa que um faturamento inferior ao volume financeiro apontado gerará prejuízo e acima lucro Essa explicação pode ser melhor visualizada por meio da Figura 15 a seguir UNICESUMAR 109 4 6 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro Lucro Este faturamento gera prejuízo Lucro Este volume de atividade gera prejuízo P E Figura 15 Ponto de equilíbrio projetado Fonte o autor Exemplos da utilização do ponto de equilíbrio com apresentação gráfica A agroindústria Delícia de Compotas Ltda obteve no mês de setembro os se guintes dados de sua produção Preço de venda por unidade R 1300 Gasto variável por unidade Custo variável R 500 Despesa variável R 200 Gastos fixos custos fixos despesas fixas no mês R 18000000 Quadro 12 Dados de produção da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor Ponto de Equilíbrio Contábil 1º passo qual é o volume em quantidade de vendas que fará com que o resultado da empresa seja zero Isto é o ponto de equilíbrio contábil em unidades Primeiramente devese identificar qual a margem de contribuição unitária Lembrese que a margem de contribuição unitária é obtida da seguinte forma Preço de venda de uma unidade do produto A Soma de todos os gastos variáveis da unidade do produto A Custos variáveis da unidade do produto A Despesas variáveis da unidade do produto A Margem de contribuição da unidade do produto A Matematicamente representado no Quadro 13 a seguir CALCULO DA MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO R Preço de venda por unidade 1300 Gastos variáveis por unidade 700 Margem de contribuição por unidade 600 Quadro 13 Margem de contribuição da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor Utilizando a fórmula Ponto de Equilíbrio Contábil Gastos fixos do período Margem de contribuição unitária Ponto de Equilíbrio Contábil R 18000000 R 600 30000 unidades Quando o empreendimento produzir e vender 30000 unidades de compotas atingirá o seu ponto de equilíbrio Isso pode ser comprovado matematicamente conforme o Quadro 14 a seguir UNICESUMAR 111 PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS a Preço de venda de cada unidade vendida R 1300 b Gastos variáveis b1 Custos variáveis por unidade R 500 b2 Despesas variáveis por unidade R 200 c Margem de contribuição unitária R 600 d Quantidade produzida e vendida 3000000 unid e Margem de contribuição total por produto c x d R 18000000 f Margem de contribuição global da empresa no mês R 18000000 g Gastos fixos do mês R 18000000 h Resultado zero Quadro 14 Demonstração do ponto de equilíbrio contábil da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor 2º passo identificar o ponto de equilíbrio em faturamento Para isso basta multiplicar a quantidade obtida no ponto de equilíbrio neste caso 30 000 unidades pelo preço de venda que resultará em um valor de faturamento que fará com que o resultado seja igual a zero o que pode ser confirmado matematicamente pelo Quadro 15 a seguir PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS a Receita bruta R 39000000 b Gastos variáveis 700 x 30000 R 21000000 c Gastos fixos R 18000000 d Resultado zero Quadro 15 Demonstração do Ponto de Equilíbrio Contábil em receita bruta da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor UNIDADE 3 112 A interpretação dessa situação por meio do gráfico do ponto de equilíbrio descrito anteriormente permite efetuar a simulação conforme a Figura 17 a se guir Destaque para o eixo Y do gráfico no qual estão representados os valores financeiros e para o eixo X em que estão representadas as quantidades 4 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro GF R 180000 Receitas R 39000000 PEC PEC 30000 unidades Figura 17 Ponto de equilíbrio contábil da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor A seguir será feita uma demonstração do ponto de equilíbrio financeiro utilizan do as mesmas informações da empresa Delícia de Compotas Ltda Ponto de Equilíbrio Financeiro Ao utilizar as informações da empresa Delícia de Compotas Ltda e adicionar o dado de que o valor de R12 000 00 se encontra inserido nos gastos fixos referentes à depreciação tentaremos agora identificar qual é a quantidade e em seguida qual é o valor do faturamento que permite que a empresa chegue a um fluxo de caixa igual a zero De acordo com Castro 2014 é importante perceber que neste momento não tratamos do resultado Quando se fala neste a depreciação não pode ser desconsiderada e automaticamente falamos do ponto de equilíbrio contábil O ponto de equilíbrio financeiro nada mais é do que uma pequena variação do ponto de equilíbrio contábil no qual simplesmente são subtraídas as depre ciações dos gastos fixos Pode ser representado pela seguinte equação Ponto de Equilíbrio Contábil Gastos fixos do período Gastos com depreciação do mesmo período Margem de contribuição unitária Utilizando as informações da empresa Delícia de Compotas Ltda e a informação de que temos R1200000 de depreciações nos gastos fixos o cálculo ficaria da seguinte forma Ponto de Equilíbrio Contábil R 18000000 R 1200000 R 600 28000 unidades Por meio do Quadro 16 a seguir é possível verificar que o resultado do mês agora representa um prejuízo de R1200000 exatamente o valor das depreciações ou seja dos gastos que não serão pagos a fornecedores É por isso que se fala em fluxo de caixa e não em resultado quando o ponto de equilíbrio financeiro é trabalhado PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS R a Preço de venda de cada unidade vendida 1300 b Gastos variáveis b1 Custos variáveis por unidade 500 b2 Despesas variáveis por unidade 200 c Margem de contribuição unitária 600 d Quantidade produzida e vendida 28000 unidades e Margem de contribuição total por produto c x d 16800000 f Margem de contribuição global da empresa no mês 16800000 g Gastos fixos do mês 18000000 h Resultado 1200000 Quadro 16 Demonstração do ponto de equilíbrio financeiro da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor UNIDADE 3 114 Era esperado que o ponto de equilíbrio financeiro resultaria em prejuízo pois como visto anteriormente o ponto de equilíbrio contábil em que o resultado é igual a zero corresponde a 30 000 00 unidades logo uma quantidade menor neste caso 28 000 unidades resultaria em prejuízo o que foi comprovado por meio do Quadro 16 Tendo em vista que entre os gastos fixos o valor de R 12 000 00 corresponde à depreciação do mês a receita bruta fará com que o saldo de caixa seja igual a zero O passo seguinte é estabelecer em receitas brutas de forma com que o saldo de caixa seja igual a zero Conforme efetuado no ponto de equilíbrio contábil basta multiplicar o valor de venda de cada unidade do produto os R 13 00 pela quantidade obtida no ponto de equilíbrio pretendido neste caso o financeiro R x unidades R 13 00 28 000 364 000 00 Com esse faturamento ou seja essa geração de receita o resultado será de R 12 000 00 o qual pode ser comprovado pelo Quadro 17 a seguir PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS R a Receita Bruta 36400000 b Gastos Variáveis 700 x 28000 19600000 c Gastos Fixos 18000000 d Resultado R 1200000 Quadro 17 Demonstração do ponto de equilíbrio financeiro em receita bruta da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor O ponto de equilíbrio financeiro também pode ser visualizado por meio do grá fico inclusive em conjunto com o ponto de equilíbrio contábil conforme pode ser observado na Figura 18 a seguir 1 R Financeiro 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos 4 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas PEF Receitas R 36400000 GF R 180000 PEF 28000 unidades PEC 30000 unidades Figura 18 Ponto de equilíbrio financeiro da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor Ponto de Equilíbrio Econômico Ainda com base nas informações da empresa Delícia de Compotas Ltda consideraremos neste momento que os empreendedores desejam ter lucro de R 3000000 O primeiro passo será determinar os volumes de produção e de venda necessários para que esse lucro se realize 1º passo para obter o ponto de equilíbrio econômico basta adicionar o valor correspondente à meta de lucro com os gastos fixos Ponto de Equilíbrio Contábil Gastos fixos do período meta de lucro ou retorno sobre o investimento desejado Margem de contribuição unitária UNIDADE 3 116 Nessa situação o cálculo ficaria da seguinte forma Ponto de Equil rio Econ ico R 18000000 R 3000000 R 600 35000 unidades í ô Por meio do Quadro 18 é possível perceber que o resultado com a produção e a venda de um volume de 35000 unidades é R 30 000 00 exatamente o valor do lucro desejado PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS R a Preço de venda de cada unidade vendida 1300 b Gastos variáveis b1 Custos variáveis por unidade 500 b2 Despesas variáveis por unidade 200 c Margem de contribuição unitária 600 d Quantidade produzida e vendida 35000 unid e Margem de contribuição total por produto c x d 21000000 f Margem de contribuição global da empresa no mês 21000000 g Gastos fixos do mês 18000000 h Resultado 3000000 Quadro 18 Demonstração do ponto de econômico financeiro da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor 2º passo estabelecer o valor das receitas brutas que corresponderiam a um lucro de R 30 000 00 Para isso apenas se multiplica o preço de venda pela quantidade calculada no primeiro passo R x unidades R 13 00 35 000 455 000 00 Com esse faturamento ou seja essa geração de receita o resultado será de que pode ser comprovado pelo Quadro 19 a seguir UNICESUMAR 117 PRODUTOS FABRICADOS E VENDIDOS NO MÊS DE SETEMBRO ENLATADOS R a Receita Bruta 45500000 b Gastos Variáveis R 700 x 28000 24500000 c Gastos Fixos 18000000 d Resultado 3000000 Quadro 19 Demonstração do ponto de equilíbrio econômico em receita bruta da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor O ponto de equilíbrio financeiro também pode ser observado graficamente in clusive em relação aos pontos de equilíbrio contábil e financeiro conforme pode ser observado no Figura 19 a seguir 4 Gastos variáveis 5 Vendasreceitas 1 2 Volumequantidade 3 Gastos fixos R Financeiro GF R 180000 Receitas R 45500000 PEE PEF 28000 unidades PEC 30000 unidades PEE 35000 unidades Figura 19 Ponto de equilíbrio econômico da Delícia de Compotas Ltda Fonte o autor UNIDADE 3 118 Por meio da Figura 19 ficam evidentes os volumes necessários de produção e de venda dos três pontos de equilíbrio abordados A análise do ponto de equilíbrio e a análise custovolumelucro se baseiam em determina das condições que raramente são encontradas na prática Exemplo o preço de venda não muda à medida que o volume é alterado Fique atento às mudanças de cenário pensando juntos 3 GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL Se as vendas aumentarem 10 quanto aumentará o resultado Parece que a res posta mais sensata seria o resultado também aumentará 10 No entanto está equivocada O resultado sempre terá uma variação proporcionalmente muito maior do que a variação do volume de vendas Nessa perspectiva o termo alavancagem conforme Perez Junior Oliveira e Costa 2012 p 210 faz sentido alavanca é uma ferramenta que multiplica a forca empregada numa das extremidades pro vocando uma força maior na outra Castro 2019 explica essa fragilidade argu UNICESUMAR 119 mentando que os gastos das organizações são categorizados em fixos e em variáveis Quando o volume de atividades da empresa sofre alterações o resultado não reage na mesma proporção Os gastos variáveis reagem à variação do nível de atividade enquanto os gastos fixos não Primeiramente observe as informações contidas no Quadro 20 a seguir no qual algumas informações são apresentadas PERÍODO DE ANÁLISE VENDAS NO MÊS R GASTOS VARIÁVEIS NO MÊS R MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO GLOBAL R GASTOS FIXOS R RESULTADO R 1 10000000 4000000 6000000 4000000 2000000 2 12000000 4800000 7200000 4000000 3200000 Variação 1 2 20 20 60 Quadro 20 Grau de alavancagem operacional Fonte o autor Como se mede o grau de alavancagem operacional Grau de alavancagem operacional ção global Resultado Logo Grau de alavancagem operacional R 6000000 R 2000000 3 Isso significa afirmar que para cada ponto percentual de variação no volume de vendas a partir do primeiro período o resultado das empresas aumentará três vezes esse percentual Assim se o empreendimento aumentar suas vendas em 50 o aumento no lucro será de 150 50 3 x UNIDADE 3 120 Verifique se essas informações se comprovam matematicamente no resultado por meio do Quadro 21 a seguir PERÍODO DE ANÁLISE VENDAS NO MÊS R GASTOS VARIÁVEIS NO MÊS R MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO GLOBAL R GASTOS FIXOS R RESULTADO R 1 10000000 4000000 6000000 4000000 2000000 3 15000000 6000000 9000000 4000000 5000000 Variação 1 3 50 50 150 Quadro 21 Grau de alavancagem operacional verificação do índice Fonte o autor No entanto Perez Junior Oliveira e Costa 2012 p 211 alertam que esses con ceitos são válidos em determinados intervalos de volumes de produção em que os gastos fixos são mantidos fixos no total enquanto os gastos variáveis são mantidos fixos por unidade UNICESUMAR 121 1 Com o custeio variável surge a possibilidade de utilização da margem de contribuição Dessa forma é possível verificar a partir do momento que um produto e uma previsão de venda existem saber o quanto esse produto contribui para amortizar os gastos que independem de sua existência A margem de contribuição pode ser efetuada de forma segregada por exemplo levando em consideração apenas uma unidade margem de contribuição unitária de todo volume produzido e vendido do mesmo tipo ou modelo de produto margem de contribuição total do produto e ainda de outras formas glo bal por filial divisão de negócios ou até por gerente de vendas 2 Com a segregação dos gastos entre fixos e variáveis e a utilização da margem de contri buição o chamado ponto de equilíbrio do empreendimento pode ser obtido O ponto de equilíbrio conhecido também como ponto de equilíbrio contábil possibilita identifi car qual o nível de atividade necessário para que o empreendimento não tenha prejuí zo em quantidade de produtos ou em receitas geradas A partir desse ponto é possível fazer algumas adaptações Por exemplo considerando os recursos que não saem do caixa ou seja excluindo as depreciações temos o ponto de equilíbrio financeiro Par tindo do ponto de equilíbrio contábil para adicionar a meta de lucro ou a também chamada remuneração do capital investido basta adicionar o valor estabelecido aos gastos fixos e o então ponto de equilíbrio econômico pode ser experimentado 3 Levando em consideração que a maioria dos empreendimentos não atua apenas com um único produto com características idênticas foi levado em consideração o ponto de equilíbrio multiprodutos que atua com o mix de produtos produzidos e vendidos No entanto o conhecimento da parcela de participação no volume de cada produto precisa ser conhecido Nesse sentido há uma reflexão sobre as limitações no seu uso bem como nos pontos de equilíbrio contábil financeiro e econômico 4 Foi apresentado ainda o grau de alavancagem operacional que demonstra como a proporcionalidade entre os gastos fixos e variáveis pode influenciar na proporção da alteração entre o faturamento e o resultado obtido De forma geral uma variação no percentual da geração de receitas faz com que o resultado seja impactado em per centuais bem maiores Isso dependerá de quanto o gasto fixo participa do composto dos gastos fixos e variáveis Quanto menor a participação dos gastos fixos menor será a alavancagem quadroresumo 122 na prática 1 A Indústria de Bateria Automotivas Energia Pura Ltda produz baterias automotivas para implementos agrícolas e para equipamentos de escavação Os dados contábeis do mês anterior foram os seguintes referentes à sua filial do Texas que produz a Bateria Modelo Energy Power Preço de venda unitário R 650 00 Despesas variáveis unitárias R 75 00 Custos variáveis unitários R 285 00 Despesas fixas do mês R 180 000 00 Custos fixos do mês R 160 000 00 Quantidade produzida e vendida 2 000 Com base nas informações disponibilizadas calcule a margem de contribuição uni tária e assinale o valor correspondente a R 290 00 b R 575 00 c R 360 00 d R 210 00 e R 365 00 2 Com base nas informações disponibilizadas calcule o ponto de equilíbrio contábil em quantidade e assinale o valor correspondente a 591 unidades b 944 unidades c 1 619 unidades d 932 unidades e 1 172 unidades 3 É acrescentado no valor das despesas fixas o seguinte valor correspondente à depreciação R 1500000 Com base nas informações disponibilizadas calcule o ponto de equilíbrio financeiro e assinale o valor correspondente a 565 unidades b 1121 unidades c 903 unidades d 1548 unidades e 890 unidades 4 Os empreendedores estabeleceram uma meta de lucro mensal no valor de R 5000000 Com base nas informações disponibilizadas calcule o ponto de equilíbrio econômico e assinale o valor correspondente a 678 unidades b 1345 unidades c 1083 unidades d 1857 unidades e 1068 unidades 5 Com base nas informações disponibilizadas calcule o resultado do último mês e assinale o valor correspondente a R 130000000 b R 58000000 c R 72000000 d R 34000000 e R 24000000 124 aprimorese PRECIFICAÇÃO EM SERVIÇOS As empresas de serviços devem entender como funciona a precificação mas pri meiro devem entender como os clientes percebem os preços e suas mudanças ZEI THAML BITNER 2003 Tendo essa afirmação como base analisamos também o que Urdan e Urdan 2006 nos apresentam ao dizerem que a maioria dos consumidores compreende preço como a quantidade em dinheiro que pagam na compra de um bem ou ser viço Porém os autores focam a percepção do preço para o marketing que está relacionada aos benefícios percebidos pelo cliente ou seja o valor Neste momento o nosso objetivo será o de analisar a influência do preço nos serviços tendo como base o marketing Hoffman e Batson 2003 afirmam que há uma inexistência de pesquisas e conhecimentos para a determinação de preços de serviços Somente há pouco tempo os profissionais de marketing demonstraram a preocupação na determinação dos preços A definição de preços em serviços tem como base os mesmos fatores que são avaliados quando se define o preço de um bem ou produto porém a diferença está no conteúdo desses fatores O preço se torna um elemento fundamental na escolha do consumidor pois em sua maioria está relacionado à qualidade do serviço pres tado ZEITHAML E BITNER 2003 Encontramos situações nas quais o consumidor utilizase de outras percepções e sinais para analisar a qualidade dos serviços uma delas é a marca da empresa E quan do a marca não é conhecida no mercado e o consumidor não conhece sua reputação acaba se apoiando no preço para análise da qualidade do serviço O risco na compra de um serviço também se relaciona à ideia de que preço é sinônimo de qualidade Os custos analisados pelo cliente de serviços envolvem mais que o preço mo netário pago por ele Também são analisados fatores como tempo energia e o psi cológico que se relaciona ao tempo e às dificuldades que o cliente enfrenta para adquirir o serviço Hoffman e Bateson 2003 dizem que o valor total do cliente inclui o valor do serviço o valor pessoal e o valor da imagem 125 aprimorese Os autores explicam que o valor do serviço está associado ao valor atribuído ao serviço pelo cliente Já o valor pessoal relacionase aos prestadores pessoas que executam o serviço e o valor da imagem referese à percepção que o cliente tem do serviço ou prestador O que acontece no caso dos serviços é uma análise do custo X benefício pelo cliente Fonte Francisco 2018 p 52 126 eu recomendo Gestão Estratégica de Custos Autor José Hernandez Perez Júnior Luis Martins de Oliveira e Ro gério Guedes Costa Editora Atlas Sinopse esse título contribui para o entendimento das funções e das responsabilidades da controladoria na gestão estratégica de custos nos modernos ambientes produtivos e administrativos das empresas de classe mundial O livro aborda o estudo das práticas tradicio nais para a apuração e para o controle dos custos apresentando os aspectos conceituais e as metodologias para a departamentalização o custeio direto e por absorção a contabilização dos gastos com materiais a mão de obra e os demais custos preocupandose entre outros assuntos com o tratamento dos impostos na aquisição dos materiais utilizados nos processos produtivos e a contabilização da folha de pagamento livro anotações 4 FORMAÇÃO DO PREÇO DE VENDA ASPECTOS FINANCEIROS econômicos estratégicos e de marketing PROFESSOR Me Silvio César Castro PLANO DE ESTUDO A seguir apresentamse as aulas que você estudará nesta unidade Compreensão de valor no con texto social Formação de preços com base em custos e em despesas Microeconomia e precificação Aspectos mercadológicos e estratégicos na precificação previsão de vendas OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM Assimilar o significado de valor nas relações sociais Determinar os preços de venda com base nos custos e nas despesas fixas e variáveis Identificar aspectos relacionados à estrutura e ao momento econômi co que influenciam na precificação de produtos e de serviços Perceber os aspectos na formação de preços que levam em consideração aspectos mercadológicos e estratégicos Unicesumar UNIDADE 4 130 1 COMPREENSÃO DE VALOR no contexto social Histórica e predominantemente abandonada pelo homem apesar de ainda ocorrer em pequenas sociedades que vivem em áreas remotas a prática de escambo deu lugar ao dinheiro como atribuição de valor nas relações comerciais e de serviços De acordo com Urdan e Urdan 2013 em um conceito mercadológico o valor percebido pelos consumidores corresponde a quanto de recursos estão dispos tos a transferir em uma transação comercial para adquirir produtos ou serviços Nesse sentido os mesmos autores afirmam que existem alguns componentes que estabelecerão o valor de troca conforme pode ser observado na Figura 1 a seguir Sacrifício de tempo Sacrifício de energia Sacrifício psicológico Preço monetário objetivo Preço não monetário percebido Preço monetário percebido Preço percebido total Figura 1 Componentes do preço na concepção do marketing Fonte Urdan e Urdan 2013 p 319 UNICESUMAR 131 É possível notar que há elementos de preços monetários e não monetários De acordo com Urdan e Urdan 2013 p 318 o componente monetário e a concep ção usual do consumidor mas que vai alem do preço pago pelo produto e acres centa os custos monetários de operação manutenção e depreciação do produto O componente não monetário por sua vez corresponde aos custos de tempo energia e psicológico para adquirir e usar o produto entre outros Um melhor entendimento a respeito de cada um desses aspectos e abordado no Quadro 1 a seguir RELAÇÃO DESCRIÇÃO Monetária Referese a quantidade de dinheiro que os clientes devem pagar para receber produtos e serviços Inclui preços do produto ou do serviço taxas de transporte e de instalação pagamentos por consertos e juros pagos por compras a crédito Os custos mone tários também incluem os riscos de perda financeira por falha ou mau desempenho do produto Os compradores organizacionais muitas vezes consideram os custos monetários como critério primário de decisão De tempo O tempo é valioso para a maioria das pessoas O período gasto comprando produtos e se necessário esperando que eles sejam alterados ou consertados poderia ser usado para atividades mais agradáveis ou lucrativas A espera numa longa fila para passar pelo caixa pode ser considerada perda de tempo assim como aguar dar a entrega de uma pizza pode ser desagradável se os clientes estiverem famintos Psicológica Envolve a energia mental e a tensão incorridas na realização de compras importantes e na aceitação dos riscos de que os pro dutos e os serviços possam não ter o desempenho esperado A compra de produtos complexos ou caros pode envolver investi gação e avaliação de muitas informações além de preocupação quanto as escolhas corretas A espera de um ônibus ou de um táxi para fazer compras também pode ser frustrante Para alguns clientes esses esforços são psicologicamente desgastantes em bora para outros tomar decisões de compra seja empolgante Os revendedores de carros que oferecem vendas sem pechinchas agradam a clientes que desejam baixar seus custos psicológicos Ressaltase também que os compradores organizacionais podem ficar sob grande pressão para comprar os produtos certos pelos preços certos UNIDADE 4 132 RELAÇÃO DESCRIÇÃO Comportamental A compra de produtos e de serviços geralmente requer algum nível de atividade física Os custos dessas atividades são maiores se os clientes tiverem de deslocarse por longo caminho para ir a shopping centers estacionar em lugares afastados caminhar por muitos corredores a procura de produtos e ficar em pé por longos períodos esperando para pagar pelas compras Os com pradores organizacionais que precisam viajar pelo mundo para inspecionar várias fábricas e produtos podem despender uma energia considerável apenas entrando e saindo de aeroportos Evidente que a energia física usada nas compras nem sempre é um custo uma vez que alguns clientes gostam de caminhar em shoppings ou em lojas e fazem isso por prazer ou até mesmo para exercitarse Quadro 1 Aspectos inerentes à precificação Fonte adaptado de Churchill e Peter 2012 p 1819 Por meio do exposto no Quadro 1 podese perceber que não e apenas o custo mo netário que faz com que um consumidor faça a aquisição de um produto ou de um serviço Quem nunca comprou um produto em um estabelecimento sabendo que o custo financeiro era maior do que em outro mas o fez sabendo que economizaria tempo ou teria estacionamento ar condicionado atendimento especializado entre outros Nesse sentido Churchill e Peter 2012 p 19 afirmam que Os profissionais de marketing podem aumentar o valor para os clientes trabalhando em um no outro ou em ambos os lados da equação de valor Como há vários benefícios e custos diferentes existem muitas combinações de estrategias para criar um valor su perior para o cliente Na mesma perspectiva Urdan e Urdan 2013 p 319 apontam Compramos um produto quando percebemos que o preço total preço monetário mais o preço não monetário e compatível com os benefícios gerados Quando o preço aumenta ou diminui e a empresa não modifica o total de benefícios o apelo para o cliente adquirir o produto e reduzido ou ampliado UNICESUMAR 133 O valor não e intrínseco à materialidade de um objeto mas se conecta inesperada mente ao conceito de significado Mesmo os produtos em que o valor consiste na satisfação de necessidades inatas devem ser compreendidos pelos usuários como atendimento à tal necessidade e legitimados como meio para a satisfação Apesar da dependência geral do significado e possível distinguir as diferentes formas pelas quais os bens podem tornarse economicamente valiosos para o comprador Entre tais elementos Beckert e Aspers 2011 apresentam três descrições as quais consi dero especialmente esclarecedoras para entender as fontes de valor a A distinção entre valor de uso e valor de investimento o valor de uso referese ao que e obtido das qualidades de um bem por meio de seu uso Comprar um refrigerante no jogo de futebol um machado para cortar lenha ou um carro para transporte são todas decisões de compra em que o valor dos objetos e baseado na satisfação decorrente de seu uso O valor de investimento de um bem em contraste deriva da expectativa de um ganho monetário a ser realizado investimentos em mercados financei ros são um exemplo disso Ativos financeiros podem ganhar em valor mas tambem fornecem fluxo de receita por meio de juros ou de dividendos Alem disso os ativos financeiros líquidos incluindo o dinheiro for necem receitas implícitas na forma do que Keynes chamou de prêmio de liquidez As compras de bens de capital e a contratação de trabalhadores se baseiam na expectativa de obter lucro Comprar um carro e utilizálo como táxi para fazer lucro e uma decisão baseada em seu valor de inves timento Comprálo para viagens de lazer aos finais de semana se baseia em seu valor de uso A distinção entre valor de uso e valor de investimento e analítica por que em muitos casos ambas as dimensões se sobrepõem A compra de uma casa e baseada em seu valor de uso no fornecimento de abrigo mas tambem e um investimento se o comprador especular que a casa terá seu valor aumentado Compras de obras de arte são caracterizadas por uma mistura semelhante de valor de uso e valor de investimento Os objetos que parecem ter seu valor primário em sua dimensão de investimento por sua vez tambem não são totalmente separados do valor de uso da forma A criação de um site de produção pode fornecer satisfação instrucional e garantir status social ao proprietário O valor de investimento e o valor de uso tambem podem ser conectados por meio de uma cadeia de meios e de fins que se prolonga Os lucros do investimento podem embora UNIDADE 4 134 não necessariamente ser destinados a fins de consumo Uma pessoa que compra ações pode fazêlo porque quer utilizar os lucros esperados para comprar um carro esportivo Distinguir uso e investimento portanto não tem nada a ver com as qualidades inerentes dos itens e puramente uma questão e do fluxo econômico de significado no qual está embutido b A distinção entre valor individualista e valor relacional o valor in dividualista se refere à satisfação do desejo do comprador independen temente de quaisquer efeitos de interação social associados à compra Uma pessoa que compra um bolo para um lanche da tarde ou um bu quê de flores para sua casa pode fazêlo independentemente de qualquer orientação a terceiros Valor individualista não significa que o desejo por bolo ou por buquê de flores não seja socialmente moldado A compra no entanto pode ser feita de forma independente ou relacionada a terceiros Por outro lado comprar o mesmo bolo para uma reunião social ou dar o buquê de flores como presente e um exemplo das fontes relacionais de valor O valor da relação e baseado no que outras pessoas pensam ou são percebidas como pensam sobre o comprador do bem com base no que foi comprado O adolescente que compra um par de tênis caros para evitar sofrer bullying por seus colegas e tão relacional quanto o pai que substitui seu carro para não ficar para trás em status entre seus amigos John Maynard Keynes nasceu em junho de 1883 e faleceu em abril de 1946 Foi um econo mista britânico cujas ideias mudaram fundamentalmente a teoria e a prática da macroe conomia bem como as políticas econômicas instituídas pelos governos Ele fundamentou suas ideias em trabalhos anteriores que analisavam as causas dos ciclos econômicos re finandoas e tornandose amplamente reconhecido como um dos economistas mais in fluentes do século XX além de ser considerado o fundador da macroeconomia moderna Fonte Wikipédia 2019 online¹ explorando Ideias Novamente essa e uma distinção analítica pois o mesmo bem pode ter valor individualista e relacional ao mesmo tempo dependendo do fluxo de significado no processo de troca UNICESUMAR 135 c A distinção entre valor funcional e simbólico o valor funcional se refere a um bem comprado em função de possibilitar ao seu dono usálo para alterar um estado do mundo baseado no seu efeito físico O valor simbólico ao contrário referese ao significado que um bem tem para seu proprietário e seu ambiente social que se estende alem dos efeitos físicos do bem Este valor e apenas um valor funcional de forma analiticamente independente porque muitas vezes ambos se juntam no mesmo objeto A casa não só fornece abrigo seu efeito físico mas tambem pode ser um símbolo de status sinalizando a posição social do proprietário em seu meio social O valor simbólico tem sido central na pesquisa sociológica Baseiase em significados compartilhados intersubjetivamente O que um objeto representa simbolicamente e estabelecido na comunidade e emerge nas práticas sociais Alguns bens não apenas posicionam seus proprietários no espaço social por meio de sua significação simbólica mas tambem são representações de ideais e de valores adotados que podem ser imaginaria mente adequados à precificação de bens Os deuses podem servir como pontes para o transcendental há exemplos desse potencial de transcen dência em bens de consumo bem como em investimentos financeiros e em atividades empreendedoras Entre tais elementos e possível entender quando um produto ou um serviço que oferece mais benefícios alem do próprio produto como atendimento especializado instalações confortáveis tempo de atendi mento estacionamento linguagem status representação social utilidade geração de recursos entre outros pode ter seu preço maior do que em estabelecimentos que não ofertam tais vantagens O contrário tambem e válido ou seja quanto menores os benefícios percebidos menor deverá ser o preço do produto para atrair compradores O objetivo desse tópico foi esclarecer que não e apenas o custo de produção e de venda que pode ser utilizado como parâmetro de precificação Há ainda outros que serão abordados mais adiante A próxima etapa e aprender o primeiro passo precificar com base nos custos e nas despesas UNIDADE 4 136 2 FORMAÇÃO DE PREÇOS COM BASE EM custos e em despesas O preço de venda independentemente de outros aspectos como aqueles abor dados no tópico anterior precisa para que o negócio seja sustentável cobrir os gastos relativos à produção dos produtos e dos serviços os impostos e tambem gerar margem margem de contribuição suficiente para cobrir os gastos que independem da produção os gastos fixos Esses aspectos foram amplamen te explorados na Unidade 3 desta obra Nesse sentido o objetivo no primeiro momento desta unidade e explorar um conceito extensivamente utilizado na formação de preços pelo menos na primeira etapa o mark up Nesse sentido serão abordados os conceitos e apresentados alguns exemplos para que estes sejam melhor assimilados Mark Up O termo mark up significa simplesmente marcar para cima Sua aplicação pode ocorrer tanto multiplicando quanto dividindo os custos de produção e adicio nando uma margem Nesse momento e preciso deixar claro se e uma margem de lucro ou uma margem de contribuição UNICESUMAR 137 Margem de lucro ou margem de contribuição Erroneamente existem autores que consideram margem de lucro mas o correto seria margem de contribuição Para ser chamada de margem de lucro devem ser adicionados tambem os gastos fixos e na prática estes não podem ser represen tados como percentual do preço de venda ate mesmo pelo fato de representarem um montante de todo um período Conforme apresentado há pouco na aplicação do mark up pode ocorrer tanto multiplicando quanto dividindo assim precisa ser em percentual ou em forma decimal Basta observar o exemplo a seguir no Quadro 2 para verificar que na prática não há forma de atuar percentualmente com os gastos fixos DESCRIÇÃO VALOR Preço de venda unitário R 60000 10000 Despesas variáveis unitárias R 7500 1250 Custos variáveis unitários R 28500 4750 Margem de contribuição R 24000 4000 Despesas fixas do mês R 12000000 2000000 Custos fixos do mês R 9000000 1500000 Quadro 2 Inconsistência percentual dos gastos fixos Fonte o autor Perceba que a soma da margem de contribuição dos custos e das despesas variá veis resulta em 100 e possui o mesmo padrão de medida unitário Já os gastos fixos são mensais logo não possuem a mesma unidade Entre tais elementos atuaremos com o conceito de mark up atrelado ao conceito da margem de contribuição Depois identificaremos pelo ponto de equilíbrio se a composição custos preço de venda volume produzido e vendido concede ao produto ou ao serviço a geração de lucro UNIDADE 4 138 Mark Up multiplicador O mark up multiplicador gerará por meio da composição percentual dos custos variáveis e da margem de contribuição desejada um índice que será aplicado aos custos e resultará no preço de venda do produto ou do serviço De acordo com Yanase 2018 p 100 mark up multiplicador como a própria denominação tratase de um índice que apurado e multiplicado ao custo chegará ao preço de venda Pode ser calculado da seguinte forma Mark IP CM MC Up multiplicador 1 1 No qual IP impostos CM comissı es sobre as vendas MC margem de ccont ção desejada Importante Quando utilizamos fórmulas trabalhamos com números decimais ou o tambem chamado número índice Ou seja os impostos as comissões sobre as vendas e a margem de contribuição são representados em percentual por exemplo para comissões sobre as vendas de 10 na fórmula será utilizado 010 Outro exemplo em uma margem de contribuição desejada de 60 na fórmula será utilizado 0 60 Veja agora com base em alguns dados aleatórios do Quadro 3 a seguir Custos variáveis de produção R 9063 Impostos 625 Comissões sobre as vendas 10 Mark up desejado 60 Quadro 3 Exemplo mark up multiplicador Fonte o autor Mark Up multiplicador 1 1 00625 010 060 Mark Up multiplicador 421 O preço de venda será obtido então pela multiplicação do montante dos custos variáveis do produto ou do serviço por esse índice calculado Mark Up multiplicador 421 x R 9063 R 38160 Pode ainda incorporar o custo variável do produto ou do serviço na fórmula ficando assim Mark Up multiplicador 1 1 IP CM MC x CV No qual IP impostos CM comissões sobre as vendas MC margem de contribuição desejada CV custos variáveis Mark Up multiplicador 1 1 00625 010 060 x R 9063 R 38160 Mark Up divisor O mark up divisor com os mesmos dados chega ao mesmo resultado que foi obtido no mark up multiplicador Tratase da precificação de um produto ou de um serviço efetuando a divisão de custos variáveis por um índice que utilizado na divisão pode ser obtido da seguinte forma Mark Up divisor CV 1 IP CM MC No qual IP impostos CM comissões sobre as vendas MC margem de contribuição desejada CV custos variáveis Utilizando os mesmos dados do quadro anterior o qual reproduzimos no Quadro 4 a seguir podese perceber que chegaremos ao mesmo valor Custos variáveis de produção R 9063 Impostos 625 Comissões sobre as vendas 10 Mark up desejado 60 Quadro 4 Exemplo de mark up divisor Fonte o autor Mark Up divisor R 9063 1 00625 010 060 R 38160 Independentemente do método que escolher mark up multiplicador ou divisor o resultado será o mesmo Reflexões sobre o uso do Mark Up Prezado a aluno a é importante lembrar que a margem desejada não sucede obrigatoriamente em lucro e nem sempre é aceita pelo mercado o que acaba não resultando no volume de vendas esperado Por isso a análise deve ser efetuada sempre em conjunto com a metodologia do custo x volume x lucro que analisa não somente o valor de venda individual dos produtos e dos serviços mas também os gastos fixos e a capacidade de produção do empreendimento UNICESUMAR 141 Cenário A Para que você tenha melhor entendimento desses aspectos serão utilizados os mesmos dados dos Quadros 3 e 4 e adicionadas mais algumas variáveis que fazem parte do contexto empresarial Isso lhe permitirá ter uma visão mais am pla da precificação com base nos gastos do empreendimento No exemplo será descrito um empreendimento que fabrica e vende camisas por ecommerce No Quadro 5 a seguir estão alguns dados complementares do empreendimento GASTOS FIXOS CLASSIFICAÇÃO SERVIÇO VALOR Custo Honorários contábeis R 150000 Despesa Ecommerce R 150000 Custo Modelista R 300000 Despesa Prólabore R 700000 Custo Energia fábrica R 140000 Despesa Energia administração R 60000 Custo Depreciação fábrica R 70000 Despesa Depreciação administra ção R 30000 Total R 1600000 Quadro 5 Quadro de dados complementares de uma indústria de camisa Fonte o autor Tendo em vista que a empresa e pequena e atua com produtos na linha Premium ela tem capacidade para fabricar e para vender 100 camisas por mês Com essa estrutura primeiramente será verificado qual e o ponto de equilíbrio con tábil que será confrontado com a capacidade de produção Com o preço de venda de R 381 60 valor dos custos variáveis e os per centuais dos impostos e das comissões sobre vendas há o seguinte valor da margem de contribuição que corresponde a 60 do preço de venda conforme estabelecido por meio do cálculo do mark up UNIDADE 4 142 Preço de venda R 38160 Gastos Variáveis R 15264 Custos variáveis R 9063 Impostos R 2385 Comissões R 3816 Margem de contribuição R 22896 Quadro 6 Cálculo da margem do valor da margem de contribuição cenário A Fonte o autor Com base nesses dados e possível gerar as seguintes informações Ponto de equilíbrio contábil em unidades 6988 Ponto de equilíbrio contábil em vendas 2666667 Capacidade de produção mensal 100 PE utiliza da capacidade de produção 6988 da estrutura de produção capaz de gerar lucro 3012 Quadro 7 Ponto de equilíbrio e capacidade de produção cenário A Fonte o autor De acordo com essas informações admitese gerar a representação gráfica desse cenário Ponto de equilíbrio contábil 7000000 6000000 5000000 4000000 3000000 2000000 1000000 Rec acumul Gastos totais Gastos fixos 70 unid Capacidade de produção Ponto de equilíbrio 1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76 81 86 91 96 101 106 111 116 121 126 131 136 141 146 151 Figura 2 Ponto de equilíbrio contábil cenário A Fonte o autor Observações com a informação gerada no cenário A a O mark up de 60 permite que o empreendimento obtenha seu ponto de equilíbrio com 70 da capacidade produtiva b Tendo em vista que 70 da capacidade produtiva é consumida para atingir o ponto de equilíbrio a capacidade de lucratividade se limita a 30 da produção Basta diminuir da capacidade máxima de produção da quantidade do ponto de equilíbrio 100 70 30 unidades e multiplicar pela margem de contribuição unitária Isso representa aproximadamente R 690000 c O ponto de equilíbrio pode ser obtido com um faturamento de aproximadamente R 2666000 Cenário B Serão utilizados agora os mesmos dados do Cenário A mas considerando um momento em que por questões concorrenciais de oferta e demanda entre outras o empreendimento tenha dificuldade em efetuar a venda das camisas com o preço relacionado e um mark up de 60 e tenha que reduzilo para 50 para que ocorra maior volume de vendas Diante disso observe como a estrutura econômica de produção é afetada Preço de venda R 26854 Gastos variáveis R 13427 Custos variáveis R 9063 Impostos R 1678 Comissões R 2685 Margem de contribuição R 13427 Quadro 8 Cálculo da margem do valor da margem de contribuição cenário B Fonte o autor UNIDADE 4 144 Com base nesses dados e possível gerar as seguintes informações Ponto de equilíbrio contábil em unidades 11917 Ponto de equilíbrio contábil em vendas 3200000 Capacidade de produção mensal 100 PE utiliza da capacidade de produção 11917 da estrutura de produção capaz de gerar lucro 1917 A capacidade de produção pode gerar um lucro máximo de 257324 Quadro 9 Ponto de equilíbrio e capacidade de produção cenário B Fonte o autor De acordo com essas informações admitese gerar a representação gráfica desse cenário Ponto de equilíbrio contábil 4500000 4000000 3500000 3000000 2500000 2000000 1500000 1000000 500000 Rec acumul Gastos totais Gastos fixos 120 unid Capacidade de produção Ponto de equilíbrio 1 6 11 16 21 26 31 36 41 46 51 56 61 66 71 76 81 86 91 96 101 106 111 116 121 126 131 136 141 146 151 Gráfico 1 Ponto de equilíbrio contábil cenário B Fonte o autor Observações com a informação gerada no cenário B a O mark up de 50 aliado à capacidade de produção e ao montante dos gastos fixos não permite que o empreendimento tenha lucro b A capacidade de produção e de 100 unidades ao mês e o ponto de equi líbrio contábil e de 120 unidades UNICESUMAR 145 c Nas condições atuais e melhor parar de produzir Não Os gastos fixos atuais são da ordem de R 16 000 00 Se não houver produção e venda esse será o prejuízo mensal no mínimo Com 50 de mark up será de 2 570 00 Logo o que o empreendedor precisa e equilibrar preço cus to e gastos fixos alem da capacidade de produção para gerar resultado positivo Um produto certamente não deve ser produzido quando sua margem de contribuição for negativa ou próxima a zero Com esses dois cenários foi possível perceber que o mark up não e o único fator responsável pela geração de resultado dos empreendimentos Alem do tratado no primeiro tópico e de outros que serão abordados ainda neste capítulo podese perceber que há um conjunto de fatores financeiros econômicos entre outros que influenciam a precificação de um produto ou de um serviço Precificar baseado em perspectivas isoladas pode ser um erro e não levar os negócios à melhor eficiência Considerações sobre tributos Infelizmente no Brasil o sistema tributário e tão intrincado que raramente ob servamos literaturas sobre negócios custos e finanças se arriscarem a tratar de assuntos relacionados a impostos taxas e tributos Geralmente há serviços espe cializados em forma de portais de serviços que atuam especificamente com essas questões e legislação a níveis nacional estadual e municipal que se diferenciam ainda em relação às atividades desenvolvidas pelas empresas ao faturamento entre outros Logo o que se recomenda e que cada empreendimento consulte um contabilista especializado nessas questões O objetivo deste livro não e tratar com profundidade sobre aspectos tributá rios No entanto dada a sua relevância na composição dos custos e no preço de venda serão abordadas algumas característica e situações que podem ser repro duzidas em grande proporção nas práticas diárias dos negócios no Brasil UNIDADE 4 146 O primeiro passo sistemas de tributação É necessário a todo empreendedor o conhecimento dos regimes tributários espe cificamente aquele a que a empresa em questão está sujeita Os principais regimes hoje no Brasil são a Apuração pelo Lucro Real na qual os tributos sobre o faturamento são não cumulativos e o IRPJ e o CSLL são calculados sobre o resultado efetivo b Apuração pelo Lucro Presumido na qual os tributos sobre o fatura mento são cumulativos exceto o IPI e ICMS e o IRPJ e o CSLL são calculados sobre uma presunção de resultado pelo faturamento c Simples Nacional no qual todos os tributos incidentes sobre faturamen to resultado e folha de salários são centralizados em apenas uma alíquota aplicada sobre o faturamento conforme tabelas da legislação em vigor O resumo desses três sistemas pode ser observado no quadro a seguir COMPOSIÇÃO DO RESULTADO SISTEMA DE TRIBUTAÇÃO LUCRO REAL LUCRO PRESUMIDO SIMPLES Receitas IPI ICMS PIS Cofins IPI ICMS PIS Cofins IRPJ e CSSL IPI ICMS PIS Cofins IRPJ e CSSL Custos Despesas Resultado parcial IRPJ CSSL Resultado final Quadro 10 Macrossistemas tributários no Brasil Fonte o autor UNICESUMAR 147 Segundo passo cumulatividade De acordo com Yanase 2018 p 96 O termo cumulativo significa que os impostos pagos na compra de produtos não podem ser aproveitados como credito para com pensar o debito valor a ser recolhido portanto nesses casos os impostos devem ser considerados como custos Durante o processo de compra há impostos absorvidos como custo cumulati vos Nesse caso as empresas adquiridoras de produtos são consideradas contri buintes Outros empreendimentos em que os tributos relativos às compras são separados e depois cobrados dos clientes e dos consumidores no momento da venda são não cumulativos Para Yanase 2018 p 96 o termo não cumulativo significa que os impostos pagos na compra serão aproveitados para deduzir os impostos a recolher portanto para efeito de custos esses impostos não devem ser considerados como custo dos produtos A questão da cumulatividade ou não está ligada ao sistema tributário e ao macrorramo de atividade do empreendimento indústria comercio e serviços Em relação ao sistema tributário observe o quadro a seguir SISTEMA TRIBUTÁRIO PIS COFINS IPI ICMS Lucro Real sim sim sim sim Lucro Presumido não não sim sim Simples não não não não Quadro 11 Sistema tributário cumulatividade Fonte o autor Em relação ao IPI do Lucro Real e do Lucro Presumido Yanase 2018 p 99 lembra vale a ressalva de que o IPI gera credito apenas para empresas indus triais que devem repassar esse imposto às vendas Em qualquer situação em que a empresa não repasse o IPI será considerado custo UNIDADE 4 148 Terceiro passo impostos nas compras Para melhor ilustrar essas metodologias imagine as seguintes situações para uma empresa que adquire produtos e utiliza o sistema tributário Lucro Real DADOS DA COMPRA RAMO DE ATIVIDADE INDÚSTRIA COMÉRCIO SERVIÇO Valor a pagar R 11000 R 11000 R 11000 R 11000 Valor do IPI 10 R 1000 R 1000 Valor do ICMS 18 R 1800 R 1800 R 1800 Valor do PIS 165 R 165 R 165 R 165 R 165 Valor Cofins 76 R 760 R 760 R 760 R 760 Custo da matériaprima R 7275 R 8275 R 10075 Impostos a recuperar R 3725 R 2725 R 925 Quadro 12 Sistema tributário cumulatividade lucro real Fonte o autor Lembrese que o cálculo do IPI e por fora e os demais impostos são por dentro deduzidos do valor do IPI Como foi possível chegar aos valores dos impostos com base no valor a ser pago Observe a seguir Calculando o IPI Valor do IPI Valor a pagar 1 Al uota do IPI x Al uota do IPI í í Nesse caso Valor do IPI R 11000 1 010 x 010 R 1000 UNICESUMAR 149 Calculando os demais impostos BASE DE CÁLCULO IMPOSTO ALÍQUOTA VALOR DO IMPOSTO Valor a pagar o valor do IPI R 11000 R 1000 R 10000 ICMS 18 R 1800 PIS 165 R 165 Cofins 760 R 760 Agora com uma empresa que adquire produtos e utiliza o sistema tributário Lucro Presumido DADOS DA COMPRA RAMO DE ATIVIDADE INDÚSTRIA COMÉRCIO SERVIÇO Valor a pagar R 11000 R 11000 R 11000 R 11000 Valor do IPI 10 R 1000 R 1000 Valor do ICMS 18 R 1800 R 1800 R 1800 Valor do PIS 065 R 065 Valor Cofins 36 R 360 Custo da matériaprima R 8200 R 9200 R 11000 Impostos a recuperar R 2800 R 1800 Quadro 13 Sistema tributário cumulatividade lucro presumido Fonte o autor No sistema de tributação Simples não são gerados creditos tributários de qual quer especie Utilizando os dados dos Quadros 12 e 13 sendo indústria comer cio ou serviço o custo de aquisição seria de R 110 00 UNIDADE 4 150 Quarto passo impostos nas vendas O valor a ser considerado nas vendas dependerá de alguns fatores 1 Sistema de tributação 2 Ramo de atividade do empreendimento 3 Com qual ramo de atividade e qual sistema tributário o empreendimento faz negócios 4 Incidência ou não da cumulatividade dos tributos que dependerá dos fatores anteriores Apenas para que tenha noção da complexidade e das possibilidades de variáveis que os fatores descritos geram analise a Figura 3 a seguir que retrata algumas características apenas do sistema de tributação Lucro Real Há ainda o lucro Presumido Simples e apesar de não mencionado anteriormente sistema para Microempreendedor Individual Lucro real mapa de cumulatividade Indústria Vendedor Comércio Serviço IPI ICMS PIS Cofins Gera na venda Gera crédito tributário não acumula Não gera crédito tributário acumula Comprador Indústria Comércio Serviço Cofins Cofins Cofins PIS PIS PIS ICMS ICMS IPI ICMS IPI IPI ICMS PIS Cofins Indústria Comércio Serviço Cofins Cofins Cofins PIS PIS PIS ICMS ICMS ICMS ISS PIS Cofins Indústria Comércio Serviço Cofins Cofins Cofins PIS PIS PIS ISS ISS ISS Figura 3 Lucro real mapa de cumulatividade Fonte o autor A seguir observe um exemplo matemático de como ocorre ou não essa cumulatividade Imagine o empreendimento A uma indústria que faz uma venda de acordo com os dados do Quadro 14 Valor da venda R 11000 Valor do IPI 10 R 1000 Valor do ICMS 18 R 1800 Valor do PIS 165 R 165 Valor Cofins 76 R 760 Total dos impostos R 3725 Quadro 14 Dados de venda do empreendimento A Fonte o autor Quem efetuou a compra foi o empreendimento B também uma indústria logo conforme a Figura 3 creditará do IPI do ICMS do PIS e do Cofins R1000 R1800 R165 R760 R3725 Assim seu custo de aquisição será R11000 R3725 R7275 Se a empresa B efetuar a venda do que comprou aplicando uma margem de 3071 utilizando o método mark up divisor seria vendido por um valor de R33000 Mark Up divisor R 72751 03725 010 03071 R 33000 O detalhamento da venda da empresa B lembrese que esta também é uma indústria pelo valor de R33000 gerará os impostos conforme o Quadro 15 a seguir R R 33000 Valor do IPI 10 R 3000 Valor do ICMS 18 R 5400 Valor do PIS 165 R 495 Valor Cofins 76 R 2280 Total dos impostos R 11175 Quadro 15 Dados de venda do empreendimento B Fonte o autor Se somarmos as alíquotas dos impostos que o empreendimento B gerou IPI 10 ICMS 10 PIS 165 Cofins 76 3725 é possível concluir que O empreendimento A pagará R3725 de impostos O empreendimento B pagará R7450 R11175 3750 do crédito tributário gerado pela compra do empreendimento A No entanto se verificarmos o valor que o empreendimento B recolherá de impostos fazendo uso do crédito gerado pelo empreendimento A será possível constatar que corresponde a 2258 7450 representa 2358 de R33000 Ou seja existe uma diferença em percentual de 14673725 2258 Esses 1467 por serem um crédito tributário gera margem de contribuição efetiva de 4538 isto é a proposta inicial de 3071 de margem de contribuição 1467 4538 A demonstração desse efeito pode ser observada no Quadro 16 a seguir IMPOSTO NOMINAL EFEITO EFETIVO CV R 7275 Igual R 7275 IP 3725 Deduzido 1467 do crédito tributário 2258 CM 1000 Igual 1000 MC 3071 Dedução do imposto aumenta a margem em 1467 4538 PV R 33008 Igual R 33008 Quadro 16 Margem nominal e efetiva Fonte o autor Podese dizer então que há uma margem de contribuição nominal e outra efetiva sempre que houver crédito tributário A margem de contribuição nominal é aquela inicialmente desejada ou necessária e a efetiva é a verdadeira e real alterada em função da não cumulatividade dos impostos Esse ajuste pode ser efetuado por meio da equação MCe IPn R IP venda R compra Mk Venda MCn Na qual MCe Margem de Contribuição Efetiva IPn de imposto da venda ou seja a carga tributária R IP venda Valor do imposto gerado na venda débito tributário R IP compra Valor do imposto gerado compra crédito tributário Mk Venda Corresponde ao preço de venda encontrado pela metodologia do Mark Up divisor MCn Margem de contribuição Nominal inicialmente desejada e utilizada para encontrar o preço de venda pela metodologia Mark Up Observe o teste da equação no caso apresentado no Quadro 16 MCe 03725 R 11175 R 3750 R 33000 03071 04538 E 04538 corresponde a 4538 ou seja a equação funciona Pode haver situações em que a margem de contribuição nominal e a efetiva podem ser iguais que ocorrerá quando não houver crédito tributário em uma compra Quanto maior for o crédito tributário maior também será a diferença entre a margem de contribuição efetiva e a nominal e o inverso também é verdadeiro UNIDADE 4 154 3 MICROECONOMIA E PRECIFICAÇÃO A fixação de preços ou a precificação de produtos e de serviços tambem sofre a influência de aspectos do contexto econômico ou de estruturas de mercado O Quadro 17 a seguir apresenta a dimensão sintetica dessas estruturas CARACTERÍSTICAS CONCORRÊNCIA PERFEITA CONCORRÊNCIA MONOPOLISTA OLIGOPÓLIO MONOPÓLIO Concorrentes Muitos De poucos a muitos Poucos Sem concor rentes diretos Entrada de novos concorrentes Bem fácil Um pouco díficil Díficil Regulada por governos Produtos das em presas Semelhantes Diferentes Semelhantes ou diferentes Sem produtos concorrentes diretos Poder de fixar preços de uma empresa individual mente Nenhum Algum Algum Considerável Exemplos Milho Relógio Telefonia móvel Abastecimen to de água Quadro 17 Características das estruturas de mercado Fonte Urdan e Urdan 2013 p 331 A precificação certamente sofrerá influência de aspectos vinculados à estrutura de mercado que o empreendimento atua Os principais são relacionados à concorrência e à demanda de produtos e de serviços no mercado bem como o efeito da elasticidade todos eles serão descritos nos tópicos a seguir Concorrência A precificação com base na concorrência significa que o empreendimento terá forte influência de seus concorrentes na fixação de preços De acordo com Urdan e Urdan 2013 p 331 não é cobrar sempre o mesmo preço dos rivais mas a empresa segue uma relação mais ou menos fixa de preços mais baixos iguais ou mais altos em comparação com os concorrentes Isso não significa que os aspectos relacionados aos custos de produção e à tributação são desprezados mas o caminho é inverso Verificase ao identificar que uma fatia do mercado comprará certo produto ou serviço por determinado preço o caminho inverso no processo de precificação Segundo Bernardi 2017 p 45 A função do preço passa a L P CD lucro possível é o que o mercado paga menos os custos e despesas ou seja um enfoque do mercado para dentro da empresa Isso significa que dado um preço possível a empresa ajustase para conseguir o lucro pretendido Isso ocorre basicamente ao deduzir os gastos com a estrutura de produção e de venda a capacidade de produção e de distribuição e identifica se aquela fixação de preço contribuirá com a geração de lucro para o empreendimento Beulke e Bertó 2012 p 66 ressaltam que a importância da análise da concorrência na formação de preços é acentuada quando Existirem vários concorrentes com produtosmercadoriasserviços de qualidade similar Alguns concorrentes forem financeiramente fortes Os concorrentes tiverem acesso aos mesmos canais de distribuição Os concorrentes tiverem estruturas de custos semelhantes UNIDADE 4 156 Urdan e Urdan 2013 apresentam duas macroperspectivas avaliação de preço corrente e preço em licitação propostas lacradas as quais trataremos a seguir Avaliação de preço corrente De acordo com Urdan e Urdan 2013 esse metodo de precificação leva em consideração o acompanhamento dos preços da concorrência ligado a alguma relação como por exemplo diferenciação ou não benefícios e outras condições apresentadas no primeiro tópico deste capítulo De acordo com Bernardi 2017 p 46 há três possibilidades de preço levando em consideração a relação de alta media e baixa qualidades de produtos e de serviços alta qualidade segmento do luxo necessidades especiais ou muito específicas Nesse segmento preços baixos sinalizam pro dutos com muito ganho de valor ao comprador preços altos sinalizam ganhos de valor excepcional média qualidade nesse segmento preços baixos sinalizam ganho de valor e preços altos problemas imediatos ou futuros pois a qualidade não condiz baixa qualidade preços baixos sinalizam economia preços medios falsas economias e preços altos problemas Segundo Filipin e Galeano 2018 e comum que uma representativa quantidade de empreendimentos se utilize da fixação de preços com base na concorrência Nesse sentido Beulke e Bertó 2012 p 7071 descrevem alguns metodos utiliza das pelos empreendimentos para fixação e para preços com base na concorrência Método do preço concorrente imitação de preço o metodo consiste nas as vendas de produto ao mesmo preço dos concorren tes tradição nas empresas oligopolizadas em convênios e carteis Método de preços agressivos guerra de preços grupo de empresas concorrentes reduzem seus preços ate atingir valores insustentáveis abaixo do custo UNICESUMAR 157 Método de preços promocionais empresas oferecem certos produtos a preços tentadores abaixo dos preços da concorrên cia É uma prática comum por exemplo em supermercados cujo intuito e atrair o público para o local da venda Concorrências públicas a fixação competitiva de preços ocor re tambem nas concorrências públicas O objetivo da empresa nesse caso e fixar preços abaixo dos concorrentes Preço em licitação propostas lacradas Esse tipo de modelo não e viável para empreendimentos de pequeno porte Se gundo Urdan e Urdan 2013 tratase de um metodo no qual um comprador com elevado poder econômico e financeiro convida fornecedores para apresentar pre ços a uma lista de produtos e de serviços previamente especificados Presumese que nesse modelo os vendedores concorrentes não conheçam os preços que serão apresentados aos compradores Outra presunção e de que a reputação e os outros atributos relacionados aos vendedores sejam uma constante Precificação baseada na concorrência reflexões Bernardi 2017 p 49 acrescenta a seguinte reflexão a respeito da precificação baseada em concorrência É preciso que essa análise não se torne uma paranoia uma vez que diferentes condições de acesso a insumos tecnologia estrutura por te e outros podem levar a avaliações erradas Outro ponto a consi derar e que a empresa deve se preocupar primeiro com o mercado e não enfocar somente a concorrência UNIDADE 4 158 Urdan e Urdan 2013 p 333 acrescentam Quando o concorrente reduz preços acompanhálo e provavelmen te a maneira mais rápida para alcançar os objetivos de vendas Mas isso e uma decisão financeira limitada Se o concorrente corta de novo os preços a margem de contribuição encolhe depressa e pode não se recuperar antes de produzir prejuízos significativos Lembrese que quando se fala em precificação o único parâmetro para fixação de preços certamente incorrerá em algum tipo de erro que pode levar a perdas financeiras à perda de fatia do mercado à ausência de maximização de resultado entre outros aspectos Por isso analisar a estrutura de mercado a qual o empreen dimento se encontra inserido e um aspecto importante a ser considerado Demanda de produtos A demanda e basicamente um fator relacionado ao quantitativo de compradores dispostos a adquirir um produto ou um serviço a determinados preços e condi ções relacionados a um período de tempo Segundo Churchill e Peter 2012 p 106 a demanda por um produto e o número de unidades vendidas num mer cado durante um período de tempo Nesse sentido para Urdan e Urdan 2013 p 333 a análise da demanda estuda a relação entre preço do produto e quanti dade vendida A demanda tem reflexos diretos na decisão de quanto a empresa cobra pelos produtos Os preços apresentarão ainda variações representativas em relação à oferta no mercado e à sua relação com a demanda O natural e que ocorra o seguinte fenômeno AMBIENTE COMPRA ESTRUTURA DE VENDA SITUAÇÃO TENDÊNCIA Demanda aumenta Tem oferta suficiente Sim Preços com tendência alta pouca ou moderada Não Preços sobem rápida e consi deravelmente UNICESUMAR 159 AMBIENTE COMPRA ESTRUTURA DE VENDA SITUAÇÃO TENDÊNCIA Demanda diminui Tem oferta suficiente Sim Preços caem rápida e consi deravelmente Não Preços caem porém de for ma mais moderada e não tão rapidamente Demanda inalterada Sim Preços permaneçam estáveis Não Preços podem subir de forma moderada ou permanecem estáveis Quadro 18 Relação demanda e oferta Fonte o autor O preço dos produtos e dos serviços pode ainda estimular ou não a demanda De acordo com Urdan e Urdan 2013 p 333 É intuitivo que o bem com preço baixo estimula o comprador o que significa automaticamente um incentivo na demanda Segundo Filipin e Galeano 2018 p 41 quando uma mercadoria está com preço baixo estimula o consumidor a comprar O oposto tambem e verdadeiro ou seja quando o preço está alto o consumo tende a diminuir Isso pode ser representado graficamente com a curva da demanda conforme a Figura 4 a seguir Preço P1 P2 Q1 Q2 Quantidade Figura 4 Representação de curva da demanda Fonte Filipin e Galeano 2018 p 41 UNIDADE 4 160 Na observação da Figura 4 a primeira situação para o preço P1 mais alto a quantidade Q1 e visivelmente menor Enquanto no preço P2 mais baixo a quantidade Q2 e representativamente maior Para Urdan e Urdan 2013 p 333 preços mais altos reduzem o mercado do produto ao passo que preços mais baixos ampliam o mercado É possível estabelecer uma relação de sensibilidade na alteração de preços dos produtos dos serviços e da demanda Isto e se o preço diminuir haverá aumento da demanda O contrário tambem e verdadeiro Certamente isso não ocorre com todos os produtos Para melhor ilustrar o conceito certa vez em uma aula da disciplina de Organizações e Mercado de mestrado o professor debatendo sobre o comportamento da oferta e da demanda de produtos citou o exemplo do leite Ele comentou que se o preço do leite reduzir o aumento no consumo certamente não corresponderia à medida tomando como julgamento que as pes soas não tomariam mais leite na proporção da queda do preço Contudo outros produtos poderiam ser mais aderentes a essa diminuição como smartphones recemlançados Essa relação e chamada elasticidade Segundo Filipin e Galeano 2018 p 41 do ponto de vista prático para mensurar as mudanças na quantida de demandada de um produto em relação ao preço os gestores de marketing utilizam a elasticidadepreço que e a medida da sensi bilidade da demanda a mudanças nos preços No próximo tópico você saberá como definir se um produto e mais ou menos sensível à alteração de preços utilizando o conceito da elasticidade A HarleyDavidson fabricou motocicletas 25 a 49 abaixo da demanda estimada Isso criou uma grande demanda competitiva pelas Harleys que capturaram mais da metade do crescente mercado de 13 bilhão de dólares de motocicletas pesadas Além de ter cria do um alto valor de troca para as Harleys a alta demanda dos clientes permitiu que alguns revendedores cobrassem até 50 acima do preço de tabela pensando juntos Elasticidade de preços Foi apresentado no tópico anterior que a demanda pode ser aumentada com a redução de preços No entanto essa não é uma verdade para todos os produtos e serviços cabendo uma análise da relação de cada item a ser comercializado pelo empreendimento Segundo Churchill e Peter 2012 p 324 estimar a demanda envolve também a elasticidadepreço que é a medida da sensibilidade da demanda a mudanças nos preços Matematicamente é a mudança percentual na quantidade demandada dividida pela mudança percentual no preço A forma de verificar a relação na alteração da demanda no que diz respeito à alteração de preços ou seja a elasticidade é a seguinte EP Q1 Q2 Q1 P1 P2 P1 ou ΔQ ΔP Na qual EP elasticidade dos preços Q1 quantidade anterior é a quantidade que o empreendimento atingia com o preço anterior Q2 é a quantidade que o empreendimento obteve com o novo preço P1Preço Anterior é o preço que o empreendimento praticava antes P2Preço Posterior é o novo preço que o empreendimento fixou Por meio dessa equação é possível identificar o quanto uma alteração de preços sensibilizará a demanda De acordo com Churchill e Peter 2012 p 324 Quando a elasticidadepreço é maior do que 1 dizse que a demanda é elástica Isso significa que uma pequena mudança no preço resulta numa grande mudança na quantidade demandada Quando a elasticidadepreço é menor do que 1 uma pequena mudança no preço produz uma mudança menor na quantidade demandada e a demanda é chamada de inelástica UNIDADE 4 162 Visualmente isso pode ser interpretado por meio das Figuras 5 e 6 a seguir das quais a Figura 5 representa um produto com elasticidade de preço Preço P0 P 0 Q0 Q Q Figura 5 Produto com elasticidade de preço Fonte Filipin e Galeano 2018 p 42 A Figura 6 a seguir representa um produto inelástico Preço P0 P 0 Q0 Q Q Figura 6 Produto inelástico em relação ao preço Fonte Filipin e Galeano 2018 p 42 Será efetuado o cálculo da elasticidade utilizando como exemplo os dados do Quadro 19 a seguir e a equação apresentada para tal propósito PRODUTO A T0 T1 T2 T3 T4 Quantidade 270 324 351 216 405 ΔQ 2000 3000 2000 5000 Preço 5000 5500 5300 3900 8000 ΔT 1000 600 2200 6000 Receita bruta 1350000 1782000 1860300 842400 3240000 Elasticidade 200 500 091 083 Elástico sim sim não não Quadro 19 Exemplos de elasticidade e de inelasticidade Fonte o autor Cálculo EPT1 270 324 270 5000 5500 5000 54 5 020 010 200 ou ΔQ ΔP 020 010 200 Sendo apresentado no detalhe o cálculo da elasticidade de preço no T1 simplifiquemos para T2 T3 e T4 EPT2 ΔQ ΔP 030 006 500 EPT3 ΔQ ΔP 020 022 091 EPT4 ΔQ ΔP 050 060 083 UNIDADE 4 164 Churchill e Peter 2012 p 324 chamam a atenção para a estrutura de mercado na qual o empreendimento atua conforme apresentado no Quadro 17 deste capítulo A demanda por um produto provavelmente será inelástica se o produto tiver poucos substitutos for uma necessidade e custar re lativamente pouco Exemplos são gasolina e serviço telefônico a maioria das pessoas continua usando seu carro e fazendo ligações telefônicas mesmo quando os preços sobem Em comparação se o custo de uma viagem de ferias ao exterior subisse muitos consu midores decidiriam passar as ferias deste ano no Brasil mesmo A demanda por ferias na Europa e portanto elástica No entanto Beulke e Bertó 2012 p 56 afirmam que os efeitos da relação preço versus quantidade não podem ser analisados exclusivamente sob o ângulo ra cional clássico do enfoque econômico Nesse sentido tornase imprescindível que o empreendedor tenha pleno conhecimento da estrutura de mercado em que atua pois isso certamente influenciará na precificação dos produtos e dos serviços oferecidos no mercado bem como de outros fatores subjetivos tratados no primeiro tópico deste capítulo Como exemplo Beulke e Bertó 2012 p 57 relatam que certas empresas se aumentassem os preços de seus produtos a de manda poderia aumentar pois para alguns consumidores um preço mais alto significa um produto melhor UNICESUMAR 165 4 ASPECTOS MERCADOLÓGICOS E ESTRATÉGICOS na precificaçãoprevisão de vendas Quando se fala em previsão de vendas e preciso deixar totalmente perceptível que independentemente da estimativa ela interferirá em todos os setores da organização E nessa perspectiva o movimento sistêmico que as previsões de vendas geram e tratado por meio do orçamento empresarial A estimativa dos volumes de comercialização para um período futuro e o ponto de partida do or çamento empresarial Sanvicente e Santos 2000 p 43 apontam que o orçamento de vendas constitui um plano de vendas futuras da empresa para determinado período de tempo UNIDADE 4 166 Por meio da Figura 7 e possível entender como as previsões de vendas afetam todas as áreas de um empreendimento Matéria prima Produção Despesas operacionais Investimentos Orçamento de vendas Marketing Caixa Mão de obra Custos indiretos Vendas Financeiras Administrativas Tributárias Figura 7 Organização orçamentária Fonte o autor UNICESUMAR 167 Tendo em vista a relevância que as previsões de vendas possuem há algumas tec nicas que visam maior exatidão das estimativas conforme o Quadro 20 a seguir TÉCNICA BENEFÍCIOS LIMITAÇÕES MÉTODOS QUALITATIVOS Júri de opinião Rápido simples opiniões vêm de exe cutivos com experiência em diferentes departamentos útil para produtos novos ou inovadores Os dados geralmente precisam ser divididos por produto região etc Composição das estimativas da equipe de vendas Fornecer números pode motivar os vendedores os vendedores conhecem clientes produtos e concorrentes Os vendedores têm seus próprios interesses portanto podem dar esti mativas tendenciosas Levantamento das intenções do comprador Baseiase em estimativas obtidas diretamente de compradores pode oferecer informações detalhadas muitas vezes fornece insights sobre o pensamento dos compradores pode ser usado para novos produtos A intenção de comprar pode não resultar numa compra efetiva caro de morado útil apenas quando há poucos clientes potenciais bem definidos Técnica Delphi É menos provável que os fornecedores de estimativas sofram pressões do grupo Demorado caro MÉTODOS QUANTITATIVOS Análise de tendências Rápido barato eficiente quando os fatores de demanda e ambiente são estáveis Pressupõe que o futuro seja uma continuação do passado não conside ra planos de marketing ou mudanças no ambiente não é útil para produtos novos ou inovadores Equação exponencial Mesmos benefícios que a análise de tendências como vantagem adicional enfatiza dados mais recentes Mesmas limitações que a análise de tendências mas não tão graves porque a ênfase é em dados mais recentes Teste de mercado Proporciona informações mais realis tas porque baseiase em compras efe tivas e não na intenção de comprar permite a avaliação de efeitos do plano de marketing útil para produtos novos ou inovadores Demorado caro alerta a concorrência quanto aos planos da organização Quadro 20 Técnicas de previsão de vendas Fonte Churchill e Peter 2012 p107 UNIDADE 4 168 Se o empreendimento se encontra atuando no mercado por certo tempo possui fatia do mercado e participação bem definidas com a utilização de dados históri cos Guiado pela missão e pela visão organizacional consegue tambem contribuir com as tecnicas apresentadas no Quadro 20 Dificilmente os empreendedores responsáveis por essa tarefa mesmo que uti lizando as tecnicas apresentadas neste tópico conseguirão atingir a exatidão do volume que efetivamente será comercializado No entanto e mais apropriada a utilização de alguma tecnica apresentada ou outra que não a utilização de qualquer uma delas Basta revisitar a Figura 7 para fortalecer a magnitude das alterações que o volume de vendas produz nas outras áreas do empreendimento logo quanto mais assertivas forem as estimativas menores serão os danos aos negócios Ciclo de vida dos produtos De acordo com Churchill e Peter 2012 mesmo os produtos não similares pos suem ciclo de vida De acordo com os ciclos eles possuem peculiaridades rela cionadas ao volume de vendas aos custos e ao potencial de lucro que podem ser inicialmente visualizados na Figura 8 a seguir Introdução Vendas totais no mercado Crescimento Maturidade Declínio Tempo Unidades monetárias Lucros totais no mercado Figura 8 Ciclo de vida do produto Fonte Churchill e Peter 2012 p 245 UNICESUMAR 169 Os ciclos a introdução o crescimento a maturidade e o declínio possuem alguns aspectos inerentes a cada um deles do ponto de vista de vendas de ações de marke ting e de comportamento dos custos que serão desenvolvidos nos quadros a seguir VENDAS MARKETING CUSTOS INTRODUÇÃO As vendas começam lentamente mas depois aumentam Os lucros costumam ser negativos neste estágio Assim um dos maiores desafios da fase de introdução é manter dinheiro suficiente para cobrir as despesas de construção da demanda Os profissionais de mar keting tentam estimular a demanda pelo tipo de produto e não por marca específica O ob jetivo é conscientizar os compradores potenciais do produto e fazêlos experimentálo Os custos costumam ser altos os de pro dução porque os produtores ainda não têm experiência em sua fabricação e os de marketing porque os vendedores precisam dedicar recursos a ins truir os mercadosalvo sobre o que é o novo produto e como ele os beneficiará CRESCIMENTO Durante o estágio de crescimento as vendas sobem rapidamente conforme mais compra dores começam a expe rimentar o produto Em geral a concorrên cia faz os profissionais de marketing enfatiza rem a construção de demanda secundária ou de demanda para sua marca diminuindo preços ou melhorando a imagem desta Os custos são diluídos pela ampliação no volumes de vendas e a eficiência se eleva a medida que vendedores aprendem a fazer uso eficiente de suas instala ções de produção e de canais de distribuição MATURIDADE Um produto está maduro quando se torna conhecido no mercado e quando as vendas sobem mais gradualmente até atingir um platô Como muitos compradores já possuem o produto o crescimento das vendas é mais lento e pode até começar a cair no final deste estágio Os profissionais de marketing geralmente precisam atuar na ne cessidade de ajuste de preços Para estimular as vendas os aumentos de preços são inade quados em geral Como pode haver que da no volume de vendas e face as estruturas estabelecidas existir pouca flexibilidade no ajuste de preços a demanda de recursos para cobrir os gastos pode tornarse tema relevante UNIDADE 4 170 VENDAS MARKETING CUSTOS DECLÍNIO Por fim o volume de vendas da maioria dos produtos começa a cair Há muitas razões pos síveis para um declínio nas vendas Talvez uma nova tecnologia tenha levado ao surgimento de uma alternativa superior Os profissionais de marketing podem responder ao declínio nas vendas procurando maneiras de manter o produto lucrativo Uma abordagem é cortar os custos Os profissionais de marketing podem tentar estimular a de manda ou podem parar de oferecer o produto Mantendo as estruturas atuais de comercializa ção os gastos se tornam insustentáveis Isso pode levar a finalização da oferta do produto ou a reestruturação da forma de comercialização Quadro 21 Implicações sistêmicas no ciclo de vida do produto Fonte adaptado de Churchill e Peter 2012 p 244247 e Galeano e Filipin 2018 p 98 Churchill e Peters 2012 justificam que o conhecimento do ciclo de vida dos produtos ampara os profissionais de marketing de forma relevante na elaboração e nas abordagens estrategicas Segundo os autores há recomendações globais que podem ser utilizadas em estrategias mais segmentadas em cada estágio do ciclo de vida dos produtos conforme descrito no Quadro 22 a seguir INTRODUÇÃO CRESCIMENTO MATURIDADE DECLÍNIO OBJETIVOS BÁSICOS Estabelecer um mercado para o tipo de produto persuadir adotantes iniciais a comprálo Aumentar vendas e participação de mercado desenvol ver prefrência pela marca Defender a partici pação de mercado da marca procurar cescimento atrain do clientes dos concorrentes Limitar os custos ou procurar maneiras de reavivar as ven das e os lucros PRODUTO Proporcionar alta qualidade selecio nar uma boa marca obter proteção por patente ou marca registrada Proporcionar alta qualidade acres centar serviços para aumentar o valor Melhorar a quali dade acrescentar recursos para distingir a marca dos concorrentes Continuar oferecen do alta qualidade para manter a re putação da marca procurar maneiras de tornar o produto novo outra vez UNICESUMAR 171 INTRODUÇÃO CRESCIMENTO MATURIDADE DECLÍNIO PREÇO Geralmente alto para recuperar os custos de desen volvimento as vezes baixo para construir demanda rapidamente Um pouco alto por causa da alta demanda Baixo refletindo a in tensa concorrência Baixo para vender o que resta do es toque ou alto para servir um mercado de nicho DISTRIBUIÇÃO Número limitado de canais Número maior de canais para atender a demanda Número maior de canais e mais incentivos para os revendedores Número limitado de canais PROMOÇÃO Voltada para os adotantes iniciais mensagens destina das a instruir sobre o tipo de produto incentivos como amostras e cupons de desconto para induzir a experi mentação Voltada para públicos mais amplos mensagens centramse nos be nefícios da marca para produtos de consumo ênfase em propaganda Mensagens centramse em diferenciar a marca dos concorrentes grande uso de incentivos como cupons de descon tos para induzir os compradores a mudar de marca Mínima para manter os custos baixos Quadro 22 Implicações do ciclo de vida do produto para a estratégia de marketing Fonte Churchill e Peter 2012 p 247 Os mesmos autores tambem recomendam que a utilização do ciclo de vida do produto como estrategia requer ponderações em decorrência de aspectos não totalmente conhecidos pelos profissionais de marketing como por exemplo o tempo exato da duração de cada fase ou ainda quando um produto ou um ser viço está de fato em cada uma das fases apresentadas anteriormente Sem contar ainda que o produto pode não percorrer todas as fases de forma regular pois pode fracassar no seu lançamento ou não ter uma fase de maturidade percebida UNIDADE 4 172 Descontos Os descontos são simplesmente a ação de subtrair determinado valor do preço de venda previamente fixado de um produto ou de um serviço O termo desconto tem um impacto muito forte nas decisões de compra Quem nunca se perce beu pronunciando só comprei porque estava com desconto Churchill e Peter 2012 afirmam que há várias estrategias de desconto sendo as mais comuns os descontos por quantidade os sazonais os comerciais o pagamento à vista os abatimentos os promocionais e os preços de mercadoriasisca Particularmente incluiria ainda os descontos combo ou pacote a Descontos por quantidades muito comum em supermercados em que o modelo de negócios atende ao consumidor final e tambem aos lojis tas Nesses casos a compra de uma unidade ou de algumas e X mas se comprar uma caixa com 6 ou 12 unidades o preço e X determinado valor representando o desconto Ou ainda da seguinte forma uma cai xa de leite longa vida custa R 4 00 e uma caixa com 12 unidades custa R 44 00 o que representa 8 33 de desconto pela compra da caixa Há muitos benefícios em vender em quantidades maiores como por exem plo economia nos gastos com armazenagem logística e maior giro do produto representam mais margem de contribuição total do produto em um período levando o empreendimento a um maior resultado Os motivos que levam um produto ao fracasso ou a não percorrer o ciclo de vida de forma linear são os mais variados possíveis Fracassar no lançamento de um novo produto ou serviço não é desprestígio de empreendimentos novos de pequeno ou de médio porte Isso pode ocorrer também com as maiores empresas do planeta como Google Apple Microsoft CocaCola entre outros Para saber mais sobre alguns exemplos de produtos dessas empresas que fracassaram acesse os seguintes links httpsisgdZhsZxN httpsisgddRZoSC explorando Ideias UNICESUMAR 173 b Descontos sazonais de forma geral ocorre quando há pouca demanda logo grande oferta Essa sazonalidade pode estar relacionada a hábitos de consumo para algumas epocas do ano como datas especiais ou ainda a aspectos climáticos muito comum em mercados que atuam com com modities do agronegócio Provavelmente o aluguel de imóveis em locais litorâneos associados a praias seja bem menor em períodos do ano de baixa temperatura ou seja de baixa demanda No período da colheita do morango será mais baixo do que em outros períodos em que para man ter essa cultura produzindo o ano todo os investimentos em estruturas agrícolas precisam ser efetuados aumentando os custos de produção c Descontos comerciais basicamente e um desconto percentual sobre uma tabela de preços Segundo Churchill e Peter 2012 esse metodo e muito utilizado na cadeia de distribuição de um produto Fabricante Atacadista Varejista Observe o exemplo a seguir apresentado na Figura 9 Preço de tabela Desconto para o varejo 30 Desconto para o atacadista 10 Preço de venda do fabricante R 5000 R 1500 030 x R 5000 R 350 010 x R 3500 R 3150 Figura 9 Exemplo de desconto comercial Fonte Churchill e Peter 2012 p 357 d Desconto para pagamento à vista feito quando há a possibilidade de um produto ou de um serviço ser adquirido com pagamento a prazo geralmen te parcelado ou à vista e o empreendimento que vende opta em ofertar determinado desconto ou preço menor se o consumidor efetuar o paga mento à vista Apesar de o cartão de credito ser considerado pagamento à vista alguns empreendimentos complementam o desconto para esse tipo de pagamento se for efetuado em especie dinheiro evitando dessa forma a cobrança de taxas administrativas pela operadora de cartão de credito UNIDADE 4 174 e Abatimento um exemplo que explica o abatimento ocorre quando o vendedor aceita o seu carro usado como parte do pagamento na compra de um novo ou seja você pode abater do preço do carro novo o seu carro usado Geralmente nesses casos há pouco ou quase nenhum desconto no preço do novo o que representa maiores margens ou ainda aceitar o carro usado com valor abaixo do mercado e revendêlo com boa mar gem Como a loja possui toda estrutura de venda permanente você não precisa ter os custos de anunciar e de gastar seu tempo com um processo de venda o que se torna um modelo de negócios viável f Descontos promocionais geralmente são descontos oferecidos aos con sumidores finais por tempo determinado e com o objetivo de fazer com que eles experimentem um produto Tambem podem ocorrer na cadeia de distribuição na qual um fabricante ou um distribuidor pode oferecer desconto no produto por privilegio de exposição ou fazer propaganda do estabelecimento utilizando o produto g Preço de mercadoriaisca ocorre quando os estabelecimentos que ven dem aos consumidores finais colocam o preço de um produto parecido com o seu custo ou seja bem reduzido o que faz com que potenciais consumidores visitem o estabelecimento e adquiram outros produtos que estarão disponíveis de imediato Alguns supermercados utilizam o setor de hortifrútis em determinado dia da semana para atrair consumidores que podem aproveitar o deslocamento e comprar produtos de limpeza de higiene pessoal bebidas que certamente não estarão com algum tipo de desconto UNICESUMAR 175 h Combo ou pacote ocorre quando a compra ou a contratação do serviço agrupa na mesma aquisição vários produtos ou serviços Atualmente e muito utilizado na área de telecomunicações pelas chamadas operadoras de TV a cabo telefone móvel e fixo Um exemplo dessa prática pode ser observado na Figura 10 a seguir Compra isolada Telefone fixo com ligação ilimitada para fixo R 10000 Internet ADSL com 20 MBs R 10000 Telefone móvel com pacote de dados de 5 GB e 100 minutos de ligação R 6000 Telefone móvel plano familiar para cinco pessoas 100 minutos 10 GB de dados R 20000 TV a cabo com 80 canais R 10000 Plano de backup ilimitado em nuvem R 5000 Combo Telefone fixo com ligação ilimitada para fixo R 10000 Telefone fixo internet ADSL com 20 MBs R 15000 Telefone fixo internet telefone móvel com pacote de dados de 5 GB e 100 minutos de ligação R 20000 Telefone fixo internet telefone móvel plano familiar para cinco pessoas TV a cabo R 31000 Telefone fixo internet telefone móvel TV a cabo com 80 canais R 25000 Telefone fixo internet telefone móvel plano familiar para cinco pessoas TV a cabo plano de backup ilimitado em nuvem R 33000 Telefone fixo Internet Celular Tv a cabo Celular plano familiar Armazenamento em nuvem Figura 10 Exemplo pacotecombo Fonte o autor Se cada produto fosse adquirido separadamente o valor seria de R 300 00 Mas se contratados via pacote ou combo o valor e reduzido para R 230 00 A margem do combopacote pode ate ser igual ou infe rior à soma dos serviços contratados separadamente contudo nesse caso fecha um conjunto de necessidades do consumidor o que faz com que este fique menos susceptível a outros vários fornecedores de serviços da mesma natureza ou ainda faz com que os aborrecimentos de troca por outro fornecedor equipamentos portabilidade de números telefônicos contrato de fidelidade se tornem menores UNIDADE 4 176 Processos de decisões de preços Churchill e Peter 2012 reconhecem que nem sempre os empreendimentos pre cificam seus produtos e serviços de forma racional reflexiva analítica e de forma metodológica Certamente pode haver empreendimentos que se orientam mais impulsiva e intuitivamente a aspectos ligados ao seu dia a dia como a concorrência por exemplo No entanto esses autores recomendam que um processo lógico deve ser seguido na realização da precificação conforme descrito na Figura 11 a seguir Definição dos objetivos da precificação Avaliação da resposta dos clientes e de outras restrições de preços Análise do potencial de lucros Definição do preço inicial Ajuste dos preços conforme necessário Figura 11 Processo de precificação Fonte Churchill e Peter 2012 p 349 Os autores lembram que apesar de o processo descrito na Figura 11 estar bem definido a decisão peculiar de cada fase desdobrase em muitas variáveis que po dem não ser fáceis de equilibrar Por isso Churchill e Peter 2012 p 349 afirmam Atualmente os profissionais de marketing contam com a ajuda de softwares que preveem como os clientes devem reagir a vários pre ços ou como as vendas em vários níveis de preços podem afetar o balanço final da organização A seguir no Quadro 23 uma descrição mais detalhada das ações e das variáveis envolvidas em cada uma das etapas Definição dos objetivos de precificação O processo de precificação começa quando os profissionais de marke ting definem quais são os seus objetivos Já que estes servirão de guia para a estratégia de preços escolhida devem dar suporte ao esforço de criar valor para os mercadosalvo identificados Devem portanto ajudar a alcançar os objetivos gerais de marketing Avaliação da resposta dos clientes e de outras restrições de preços Ao avaliar a resposta dos clientes os profissionais de marketing consi deram quanto de determinado produto os membros do mercadoalvo comprarão por determinado preço Para tanto devem examinar a procura pela classe do produto pela categoria e pela marca específica e em seguida analisar o nível total de demanda e o grau em que ela é afetada pelas mudanças de preço UNICESUMAR 177 Análise do potencial de lucros Com base nos objetivos e nas restrições de preços os profissionais de marketing decidem qual é a faixa de preços razoável Depois é preciso analisar os lucros potenciais associados a faixa em consideração Para fazer isso é preciso coletar informações sobre o padrão da demanda que aliadas a técnicas como de análise marginal darão informa ções sobre as relações entre preço demanda e lucro Definição do preço inicial Para definir um preço inicial os profissionais de marketing devem usar métodos de precificação baseados em combinação de custo em concorrência e em valor para os clientes Além disso devem levar em conta o modo como o preço se encaixa entre os outros elementos do composto de marketing Assim se a intenção for vender o produ to em lojas de descontos será preciso manter o preço baixo Se ao contrário a ideia for uma estratégia promocional enfatizando como o produto é superior ao de seus concorrentes o profissional de marke ting poderá definir um preço relativamente alto Ajustes nos preços conforme necessário Há muitas razões que podem levar a ajustes no preço de tabela Os profissionais de marketing podem querer oferecer uma promoção de preços temporária para atrair compradores do produto ou podem querer que o preço cobrado para vários grupos de clientes reflita os custos de servilos como no caso de um preço unitário mais baixo para pedidos grandes Quadro 23 Descrição do processo de precificação Fonte adaptado de Churchill e Peter 2012 p 350351 Caroa alunoa chegamos ao fim deste livro Tratamos dos aspectos funda mentais na geração de valor de um produto ou de um serviço conhecendo como os elementos de custos e de volumes de atividade se comportam bem como as principais perspectivas na sua precificação No entanto existem ainda aspectos circunstanciais que não foram explorados preços psicológicos comercio eletrô nico políticas de credito para vendas a prazo entre outros Nessa perspectiva não conheço nenhuma obra que examine e detalhe tudo que pode ser conside rado em relação ao que foi o objetivo central desta obra Por isso essa não foi a ambição desde o início mas sim o propósito de olhar para o macroobjetivo do curso e desenvolver conteúdos relevantes para seu aprendizado e sua formação o que acredito ter sido plenamente exercido UNIDADE 4 178 O primeiro tópico desta unidade trata da compreensão de valor no contexto social isto é como os aspectos monetários temporais comportamentais e psicológicos podem influen ciar ou não a decisão de compra de um produto ou de um serviço É possível perceber tam bém que há ou não significação a respeito de um produto ou de um serviço de natureza financeira Foi possível observar que alguns autores abordam o quanto um bem pode ou não ter significado de valor quando tem distinção entre valor de uso e investimento bem como se o produto tem valor individualista ou relacional funcional ou simbólico No segundo tópico você pôde ver o desenvolvimento da formação de preços de venda utilizado como parâmetro básico para os custos de produção Com base nos custos é utilizada a metodologia mark up que pode ser calculada pelo mecanismo multiplicador ou divisor Nela foram abordados os elementos básicos sobre os tributos na composição de preços Foram discorridas algumas situações entre Lucro Real Presumido e Simples en volvendo indústria comércio e serviço Além disso foram apresentados alguns exemplos principalmente as implicações relativas ao crédito tributário Alguns aspectos econômicos na formação de preços foram abordados no terceiro tópico Nesse ponto chamo a atenção sobre a necessidade de o empreendedor saber em que es trutura de mercado atua pois esse conhecimento pode alterar as estratégias de precificação relacionadas à concorrência à demanda e consequentemente à elasticidade dos preços No quarto tópico por sua vez foram tratadas algumas temáticas influenciadoras na fixa ção de preços relacionadas à área mercadológica em que operam Entre tais elementos foram destacadas vertentes relacionadas a técnicas que podem ser utilizadas na previsão do volume de vendas e a importância de aproximar os números ao máximo possível do performado com as previsões Outra abordagem é relacionada ao ciclo de vida do produto De forma ampla este possui quatro etapas que requerem acompanhamento e ações singulares em cada fase Nesse tópico foram apresentados ainda alguns tipos de desconto em decorrência de sua relevância na decisão de compras além das abordagens sistêmica e analítica sobre o processo de decisão de compras quadroresumo 179 na prática 1 A indústria de calças Super Leg Ltda apresentou a seguinte estrutura de um de seus modelos femininos para a próxima estação Custos variáveis de produção R 10200 Impostos 625 Comissões sobre as vendas 10 O mark up desejado é de 50 Com base nessas informações assinale a alternativa que corresponde ao índice de mark up multiplicador e divisor respectivamente a 1 20 e 2 40 b 2 20 e 0 80 c 3 10 e 0 90 d 2 50 e 0 50 e 2 96 e 0 34 2 Com base nos dados da indústria de calças Super Leg Ltda analise as alternativas a seguir e assinale a que corresponde ao preço de venda correto a R 204 00 b R 352 20 c R 302 22 d R 153 00 e R 250 00 180 na prática 3 No caso da indústria de calças Super Leg Ltda considere que todos os seus modelos de calça para a próxima estação terão a mesma estrutura de custos os gastos fixos mensais serão de R 16 000 00 e a capacidade de produção mensal será de 100 peças Analise essa situação e assinale a alternativa que corresponde ao resultado máximo mensal projetado a R 888 80 b R 1 200 00 c R 1 333 33 d R 1 500 00 e R 2 000 00 4 A Comercial Texas Qualy Ltda possui um produto que se comportou da seguinte for ma nos últimos meses em relação a alteração de preço e a quantidade comercializada T1 T2 T3 Quantidade 100 108 110 Preço R 3000 R 2900 R 2600 Com base nesses dados é possível dizer que a elasticidade de T2 e de T3 foram respectivamente a 2 40 e 0 75 b 1 60 e 0 86 c 0 90 e 4 40 d 3 12 e 4 12 e 0 77 e 0 62 181 na prática 5 Indústria Tech Cloud efetuou a seguinte venda na data de ontem Valor da venda R 300000 Valor do IPI 10 R 27273 Valor do ICMS 18 R 49091 Valor do PIS 165 R 4500 Valor Cofins 76 R 20727 Quem fez a aquisição foi a Comercial Texas Qualy Ltda Com base nessas informa ções analise a situação e assinale a alternativa que corresponde ao valor do crédito tributário da Comercial Texas Qualy Ltda a R 0 00 b R 1 015 91 c R 1 200 00 d R 743 18 e R 333 33 182 aprimorese Laudon e Laudon 2004 explicam que o poder de barganha do consumidor aumen tou porque a internet possibilitou o surgimento de quatro ferramentas importantes 1 Comparação instantânea de preços o consumidor pode verificar o preço do bem que deseja comprar em várias lojas digitais simultaneamente e escolher o menor preço disponível Existem diversos sites de comparação de preços no Brasil como Buscapé wwwbuscapecombr Bondfaro wwwbondfarocom br Zoom wwwzoomcombr e Já Cotei wwwjacoteicombr 2 Leilão reverso essa ferramenta possibilita a realização de leilões pelo me nor valor ao contrário do leilão tradicional Mercado Livre wwwmercadoli vrecombr é um exemplo de empresa que oferece esse tipo de serviço pela Internet Outro exemplo é o Mukirana wwwmukiranacom que idealizou um sistema de leilões penny auction leilão centavo 3 Mecanismo defina seu preço o consumidor define o preço que deseja pagar por uma mercadoria ou um serviço e o website busca fornecedores que atendam o consumidor O Priceline wwwpricelinecom permite esse tipo de serviço Imagine que você decida viajar de avião de Nova Iorque até Michigan e está disposto a pagar um preço de US 3000 trinta dólares O Priceline busca em todas as companhias aéreas e identifica alguma que tenha um assento ocioso às 3h da manhã fazendo duas escalas Pode não ser a maneira mais rápida e confortável mas você receberá um serviço pelo preço que está disposto a pagar Importante destacar que esse tipo de servi ço ainda não existe no Brasil mas existe mercado futuro para isso 4 Grupos de compras consiste na criação de grupos de consumidores inte ressados na aquisição do mesmo bem e negociam com vários fornecedores obtendo menores preços O Groupon wwwgrouponcombr é o pioneiro em compras coletivas em todo o mundo Criado em 2008 na cidade de Chi cago o Groupon é o fundador do conceito de compras coletivas Hoje a empresa já está presente em 47 países oferecendo descontos nos melhores endereços de diversas cidades com preços relativamente vantajosos Fonte adaptado de Filippin e Galeano 2018 p 100 183 conclusão geral Caroa alunoa chegamos ao fim desta jornada Ao longo da primeira unidade deste livro verificamos como a sociedade mudou por meio da descoberta das produções vegetal e animal com as quais o homem pôde estabelecerse em regiões mais pro pícias ao cultivo de determinadas espécies de vegetais bem como utilizarse de ani mais que poderiam servir para a alimentação e para a produção de roupas Com isso alguns indivíduos puderam desenvolver habilidades para tais atividades Podemos afirmar de certa forma que foi nesse momento da história em que nasceu o serviço especializado alguns passaram a fazer trocas de sementes de vegetais de frutos por outros alimentos como carne animais vivos e couro Mesmo nessa sociedade primiti va ocorreu a primeira reflexão do quanto vale uma mercadoria pela outra Ainda na primeira unidade entendemos a importância da apuração dos custos de produção de um empreendimento bem como dos conceitos como gastos de sembolso investimento custo despesas receitas e perdas e das terminologias amplamente utilizadas na contabilidade de custos tão importantes quanto as clas sificações em relação à identificação e à apropriação dos recursos gastos na produ ção tanto a nível dos produtos e aos seus comportamentos Trabalhamos ainda com os custos diretos e indiretos os custos fixos e variáveis A correta identificação e classificação dos custos de um empreendimento pôde ser percebida quando de senvolvido o conceito de custo volume e lucro atrelados à margem de contribuição e ao ponto de equilíbrio contábil econômico e financeiro A segunda unidade foi dedicada à compreensão ao controle e ao cálculo dos cha mados elementos de custo Logo trabalhamos com os materiais a mão de obra e os custos indiretos de fabricação Em relação aos materiais foi feita uma ana logia diferenciando o fluxo dos estoques tanto em um comércio quanto em um empreendimento industrial no qual foi possível perceber que o fluxo relacionado à atividade industrial é bem mais complexo Ainda em relação aos materiais foi de monstrado como pode ser efetuado o controle dos produtos das mercadorias e das matériasprimas armazenadas além de uma explicação detalhada do funcionamen to da ficha de estoque Outro item também abordado foi referente à mão de obra 184 conclusão geral ou de forma geral à remuneração das pessoas Ficou evidente que não é apenas a remuneração que faz parte do cômputo dos cálculos do custo da remuneração do pessoal Encontramse também os encargos sociais as férias as comissões os se guros os equipamentos de proteção os benefícios o vale transporte entre outros Efetuamos evidências por meio de exemplo de cálculos numéricos apresentando como o custo com a remuneração do pessoal pode ser calculado mensal anual mente e até mesmo por hora Por fim vimos os custos indiretos de fabricação e sua forma de apropriação também chamado de critério de rateio dos custos indiretos A terceira unidade foi dedicada à conceituação e à interpretação com apresentação de exemplos de utilização da margem de contribuição de produtos e de serviços Com o entendimento da margem de contribuição foi possível verificar o ponto de equilíbrio relacionado ao nível de atividade do empreendimento necessário ou seja é o nível de atividade dos negócios no qual não se obtém prejuízo mas também não se obtém lucro pois este ocorre a partir desse momento As formas de precificar produtos e serviços foi assunto abordado na quarta unidade além de aspectos relacionados ao valor de bens de serviços nas relações sociais e na determinação dos preços com base nos gastos ou seja os custos e as despesas do empreendimento Foram considerados ainda aspectos econômicos como elastici dade de preços estrutura de mercado e aspectos estratégicos e mercadológicos que podem influenciar na fixação de preços dos produtos das mercadorias e dos serviços É importante salientar que em nenhum momento esta obra se propôs a esgotar o as sunto relacionado à fixação de preços de produtos de serviços e de mercadorias mas cumpriu plenamente sua função no que tange a aspectos fundamentais e primordiais relacionados a preços que podem ser aplicados atualmente no mundo dos negócios referências 185 BERNARDI L A Formação de preços estratégias custos e resultados 5 ed São Paulo Atlas 2017 BEULKE R BERTÓ D J Precificação sinergia do marketing e das finanças 2 ed São Paulo Saraiva 2012 BRUNI A L FAMÁ R Gestão de custos e formação de preços com aplicações na calculadora HP 12C e Excel 6 ed São Paulo Atlas 2012 CASTRO C S SANTOS P R Contabilidade Aplicada ao Agronegócio Unicesumar Maringá 2012 CASTRO S C de Contabilidade Gerencial Maringá Unicesumar 2014 CASTRO S C de Contabilidade no Agronegócio Maringá Unicesumar 2019 CASTRO S C de FRAGALLI A C Custos de Produção Maringá Unicesumar 2018 CHURCHILL G A PETER J P Marketing criando valor para os clientes São Paulo Saraiva 2012 COGAN S Custos e Preços Formação e Análise São Paulo Pioneira 1999 FAVERO H L et al Contabilidade teoria e prática 6 ed São Paulo Atlas 2011 FILIPPIN M GALEANO R Gestão de Preços Maringá Unicesumar 2018 FRAGALLI A C CASTRO S C de Custos de Produção Maringá Unicesumar 2018 FRANCISCO C C B Marketing de Serviços Maringá Unicesumar 2018 LUNKES R J Manual de orçamento São Paulo Atlas 2004 MARTINS E Contabilidade de custos 10 ed São Paulo Atlas 2010 MARTINS E ROCHA W Métodos de custeio comparados custos e margens analisados sob diferentes perspectivas São Paulo Atlas 2010 MEGLIORINI E Custos análise e gestão 3 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2011 MONTOTO E Contabilidade geral esquematizada São Paulo Saraiva 2012 OLIVEIRA L M de PEREZ JUNIOR J H Contabilidade de custos para não contadores 5 ed São Paulo Atlas 2012 PADOVEZE C L Contabilidade de custos S l Cengage Learning Editores 2014 PEREZ JUNIOR J H OLIVEIRA L M de COSTA R G Gestão estratégica de custos textos casos práticos e testes com as respostas 8 ed São Paulo Atlas 2012 POLANYI K A grande transformação As origens de nossa época Rio de Janeiro Campus 2000 RESENDE J F B et al Como elaborar o preço de venda Belo Horizonte SEBRAEMG 2013 RIBEIRO O M Contabilidade de custos 3 ed São Paulo Saraiva 2013 referências 186 SANVICENTE A Z SANTOS C da C Orçamento na administração de empresas planejamen to e controle São Paulo Atlas 2000 URDAN F T URDAN A T Gestão do composto de marketing 2 ed São Paulo Atlas 2013 VICECONTI P E V NEVES S das Contabilidade de custos um enfoque direto e objetivo 10 ed São Paulo Saraiva 2012 VIEIRA E P Custos e formação do preço de venda Ijuí Unijuí 2008 YANASE J Custos e formação de preços importante ferramenta para tomada de decisões São Paulo Trevisan Editora 2018 REFERÊNCIAS ONLINE ¹ Em httpwwwbcbgovbrhtmsorigevolasp Acesso em 18 jun 2019 ² Em httpwwwbiasioprobrcustoseprecosdownload18custoseprecos Acesso em 18 jun 2019 ³ Em httpswwwebahcombrcontentABAAAe5WoAGanaliseinvestimentosmaterial1 Acesso em 18 jun 2019 4 Em httpsendeavororgbroperacoescontroledeestoque Acesso em 27 jun 2019 5 Em httpwwwsebraecombrsitesPortalSebraecursoseventossiaccodevento siac2031765 Acesso em 12 jul 2019 6 Em httpsptwikipediaorgwikiJohnMaynardKeynes Acesso em 9 jul 2019 gabarito 187 UNIDADE 1 1 B 2 A 3 E 4 B 5 C UNIDADE 2 1 R 2 480 00 NOME DO PRODUTO PACOTE DE GLICOSE 3 QUILOS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO MPM DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01 maio 100 500 50000 100 500 50000 02 maio 200 800 160000 300 700 210000 03 maio 50 1400 70000 350 800 280000 04 maio 310 800 248000 40 800 32000 gabarito 188 2 R 2 240 00 NOME DO PRODUTO PACOTE DE GLICOSE 3 QUILOS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO PEPS DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01 maio 100 500 50000 100 500 50000 02 maio 200 800 160000 200 800 160000 03 maio 50 1400 70000 50 1400 70000 350 280000 04 maio 100 500 50000 04 maio 200 800 160000 04 maio 10 1400 14000 04 maio 310 224000 gabarito 189 3 R 2 600 00 NOME DO PRODUTO PACOTE DE GLICOSE 3 QUILOS CRITÉRIO DE AVALIAÇÃO UEPS DATA ENTRADA SAÍDA SALDO QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R QTDE VALOR UN R VALOR TOTAL R 01 maio 100 500 50000 100 500 50000 02 maio 200 800 160000 200 800 160000 03 maio 50 1400 70000 50 1400 70000 350 280000 04 maio 50 1400 70000 04 maio 200 800 160000 04 maio 60 500 30000 04 maio 310 260000 4 Se esgotado todo o estoque independentemente do método de avaliação o custo seria o mesmo pelos três métodos correspondendo a todo valor que se encon tra nos estoques R 2 800 00 VALOR DO LOTE R R 50000 R 160000 R 70000 TOTAL R 280000 gabarito 190 5 PEPS pois com o menor custo entre os três critérios estudados resultaria no maior lucro Exemplo CIA INDUSTRIAL BOM REFRI DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO PEPS MPM UEPS Vendas 15000 15000 15000 CMV 2240 2480 2600 Lucro Bruto 12760 12520 12400 Despesas ADM Vendas 10000 10000 10000 Lucro Antes do Imposto de Renda 2760 2520 2400 Imposto de Renda 414 378 360 Lucro Líquido R 2346 R 2142 R 2040 UNIDADE 3 1 PV R 65000 CV R 28500 DV R 7500 MC R 29000 2 PEC GFMC PEC R 34000000 R 29000 PEC 172 unidades gabarito 191 3 PEF GFDepreciação MC PEF R 32500000 R 29000 PEF 1121 unidades 4 PEEGFMeta de LucroMC PEE R 39000000 R 29000 PEE 1345 unidades 5 Receita Bruta R 130000000 Custos variáveis R 57000000 Despesas variáveis R 15000000 Margem de contribuição global R 58000000 Custos fixos R 16000000 Despesas fixas R 18000000 Resultado R 24000000 UNIDADE 4 1 R 2 36 e 0 34 2 R 302 22 3 888 80 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS GERENCIAIS Preço de venda R 30222 Gastos variáveis R 15111 Margem de contribuição unitária R 15111 Quantidade produzida e vendida no mês 100 Margem de contribuição total do produto R 1511120 gabarito 192 DEMONSTRATIVO DE RESULTADOS GERENCIAIS Margem de contribuição global R 1511120 Gastos fixos R 1600000 Resultado do período R 88880 4 2 40 e 0 75 PRODUTO A T1 T2 T3 Quantidade 100 108 110 Q 800 1000 Preço 3000 2900 2600 T 333 1333 Elasticidade 240 075 Elástico sim não 5 R 743 18 DADOS DA COMPRA IMPOSTOS NÃO CUMULATIVOS INDÚSTRIA R RAMO DE ATIVIDADE INDÚSTRIA R COMÉRCIO R SERVIÇO R Valor da venda 300000 300000 300000 300000 Valor do IPI 10 27273 27273 Valor do ICMS 18 49091 49091 49091 Valor do PIS 165 4500 4500 4500 4500 Valor Cofins 76 20727 20727 20727 20727 Custo da matériaprima sem impostos 198409 198409 225682 274773 Impostos a recuperar crédito 101591 101591 74318 25227