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AS MÚLTIPLAS LINGUAGENS NO COTIDIANO DAS CRIANÇAS Cristiane Januario Gonçalves Débora Andrade Antonio As cem linguagens da criança1 A criança é feita de cem A criança tem cem mãos cem pensamentos cem modo de pensar de jogar e de falar Cem sempre cem modos de escutar de maravilhar de amar Cem alegrias para cantar e compreender Cem mundos para descobrir Cem mundos para inventar Cem mundos para sonhar A criança tem cem linguagens e depois cem cem cem mas roubaramlhe noventa e nove A escola e a cultura lhe separam a cabeça do corpo Dizemlhe de pensar sem as mãos de fazer sem a cabeça de escutar e de não falar de compreender sem alegrias de amar e de maravilharse só na Páscoa e no Natal Dizemlhe de descobrir um mundo que já existe e de cem roubaramlhe noventa e nove Dizemlhe que o jogo e o trabalho a realidade e a fantasia a ciência e a imaginação o céu e a terra a razão e o sonho são coisas que não estão juntas Dizemlhe enfim 1 Poesia de Loris Malaguzzi Invece il cento cè publicada in Edwards C Gandin L i Forman G I cento linguaggi dei bambini Edizione Junior Italia 1995 e recente mente publicada em português pelas Artes Médicas como As Cem Linguagens da Criança Com ilustração de TONUCCI Francesco Com olhos de criança trad Patrícia Chittoni Ramos Porto Alegre Artes Médicas 1997 que as cem não existem A criança diz ao contrário as cem existem 51 INTRODUÇÃO A linguagem permeia o trabalho na educação infantil junto com a brincadeira e a interação constitui os eixos da ação pedagógica junto às crianças Por vezes quando falamos em linguagem é comum remetermos à linguagem verbal e escrita igualmente fundamental para o desenvolvimento infantil no entanto algumas professoras acabam priorizando essas duas formas de linguagem na educação das crianças em detrimento de outras privandoas de novas vivências novas experiências que ampliem seus conhecimentos Nesse sentido a educação infantil vem buscando superar esse entendimento de linguagem e considerando que a criança se comunica e se expressa por meio de múltiplas linguagens de cem linguagens como escreve Loris Malaguzzi em sua poesia O conteúdo do presente artigo visa apresentar e promover a reflexão sobre algumas das múltiplas linguagens presentes na educação das crianças Aborda a importância e as possibilidades de trabalhar essas formas de comunicações e expressões como linguagem na educação das crianças pequenas Nosso projeto A Arca de Noé centrouse no tema linguagens pois em nossas observações do cotidiano das crianças e em conversas com as educadoras do grupo identificamos a necessidade de promover situações significativas para as crianças que desencadeassem o desenvolvimento da oralidade O grupo 4A como descrevemos anteriormente no capítulo três desse relatório tem entre dois anos e cinco meses a três anos e cinco meses e estão desenvolvendo a habilidade de falar Algumas das crianças desse grupo estão num processo mais avançado de aquisição dessa linguagem outras num processo inicial Por fim pautadas nas manifestações interesses e necessidades das crianças priorizamos quatro das múltiplas linguagens presentes no cotidiano da educação infantil são elas a linguagem oral a contação de história a linguagem audiovisual e a linguagem por meio das artes visuais pintura colagem modelagem 52 A LINGUAGEM ORAL NO DESENVOLVIMENTO DAS CRIANÇAS A linguagem oral é um dos eixos norteadores da ação pedagógica com crianças É por meio da linguagem que a criança se comunica e interage com o mundo ao seu redor constituindose e desenvolvendose Sabemos que a criança é constituída de múltiplas linguagens por isso não focaremos essa discussão na linguagem oral e sim nas possibilidades de desenvolvimento e ampliação dessa linguagem na criança A linguagem oral faz parte do cotidiano das crianças e dos adultos logo está presente na instituição de educação infantil e na vivência das crianças com suas famílias As crianças falam umas com as outras os adultos se comunicam entre si e com as crianças transmitem idéias vontades sentimentos Fotos Arlete de Costa Pereira As crianças d o grupo 4A estão desenvolvendo a linguagem oral Para Piaget 1975 apud Luiz Zorzi 1993 p16 a criança passa por vários estágios de desenvolvimento No estágio préoperatório ou inteligência simbólica ocorrerá o aparecimento da linguagem e da brincadeira simbólica que está ligado à formação da função simbólica que diz respeito à capacidade de representar Tal função envolve além da linguagem e da brincadeira simbólica as imagens mentais a imitação diferida e a resolução de problemas por combinação mental de ações O simbolismo enfim se estende a todas as condutas que revelam a capacidade de evocar coisas ou situações ausentes que vão além daquilo que pode ser percebido Aqui a criança começa a representar em si mesma as ações rotineiras de sua vida como tomar banho comer dormir Depois que a criança passa por esta fase do esquema simbólico ela começa a aplicar estas ações rotineiras em outros passa a dar comidinha pra sua amiga ou sua boneca Algumas meninas brincavam com panelinhas potinhos na areia a estagiária Débora se aproximou e perguntou o que faziam Stefany disse que estava fazendo bolo de nanana bolo de banana Eduarda ficou olhando para Débora então a estagiária perguntou o que ela estava fazendo e ela continuou a olhar então Débora perguntou se ela também estava fazendo bolo de banana e ela confirmou com um sorriso Ficaram nessa brincadeira delas fazerem bolo e darem para experimentar isto durou um bom tempo Registro de observação 07062006 Para Vygotsky como assinala Kohl 1995 p 47 por volta dos dois anos de idade o percurso do pensamento encontrase com o da linguagem e inicia uma nova forma de funcionamento psicológico a fala tornase intelectual com função simbólica generalizante e o pensamento tornase verbal mediado por significados dados pela linguagem Enquanto que no desenvolvimento filogenético foi à necessidade de intercâmbio dos indivíduos durante o trabalho que impulsionou a vinculação dos processos de pensamento e linguagem na ontogênese esse impulso é dado pela própria inserção da criança num grupo cultural A interação com membros mais maduros da cultura que já dispõem de uma linguagem estruturada é que vai provocar o salto qualitativo para o desenvolvimento verbal Vygotsky deixa claro a importância da mediação do outro no processo de aquisição da linguagem oral Nesse sentido o trabalho nas instituições de educação infantil devem caminhar para possibilitar o desenvolvimento dessa linguagem nas crianças Procuramos estabelecer práticas como conversas com as crianças durante os momentos de higiene alimentação nas rodas isto é interagir de forma a tornar presentes na educação das crianças pequenas à linguagem oral Quanto mais a criança puder falar em diferentes situações como contar história explicar uma brincadeira solicitar ajuda contar o que fez em casa mais ela ampliará sua capacidade comunicativa Por volta dos dois anos que a palavra começa a funcionar como signo Kohl 1995 esses é que possibilitam o inicio não só a comunicação relação interpessoal como também à habilidade de narrar Girardello sd O adulto oferece uma relevante contribuição ao desenvolvimento da competência narrativa possibilitando assim a interação verbal A linguagem é a mediação entre o sujeito e o ambiente Toda a fala é interação social Quanto mais enriquecemos a linguagem das crianças mais tornaremos seu pensamento ágil sensível e pleno Em uma publicação da Associação Brasileira de fonoaudiologia2 foi apontada diversas possibilidades de se estimular a linguagem de crianças a partir de dois anos a três anos Deixandoa ouvir CD ou fitas infantis Elogiando sua comunicação Descrevendo as atividades que estão fazendo acrescentando novas palavras Utilizando palavras novas em várias situações ampliação de vocabulário Proporcionando novas experiências teatrinho cinema circo E comentando sobre elas Lendo histórias para elas Ensinandolhe relações entre palavras objetos e idéias Ensinando à criança a contar histórias utilizando livros e desenhos Permitindo que jogue com outras crianças Prestando muita atenção quando ela fala lembrando que se ela repetir palavras e sons é normal Fazendo jogos com rimas Sabemos que a produção de significados por parte da criança é um processo que nunca acaba é histórico Possibilitar a ampliação desse repertório da criança e mediar conhecimentos para que ela possa ir além do que a sociedade lhe oferece é fundamental 53 A CONTAÇÃO DE HISTÓRIA COMO UMA DAS MÚLTIPLAS LINGUAGENS PRESENTES NA EDUCAÇÃO INFANTIL Em nosso estágio utilizamos a contação histórias como uma das possibilidades de linguagens pois esteve muito presente na turma 4A da Creche Orlândia Cordeiro Ora por leitura de histórias ora por narração sem ter um livro de apoio como na história descrita abaixo do peixinho a história de um peixinho que nadava por aí Um dia sua mãe disse que não era pra o peixinho ir para aquele cantinho Porque naquele cantinho havia uma cobra bem grande bem gorda bem feia neste momento fazia movimentos que representassem as características da cobra que iria comer o peixinho se ele fosse lá 2 Esse fragmento de um texto foi passado a nossa turma na 7ª fase pela professora Gilka Girardello na ocasião está não tinha referência bibliográfica achamos de fundamental importância descrevermos parte desse estudo aqui porém não será possível colocar a referência Mas como o peixinho era teimoso e adorava aventuras ele nadou até lá o cantinho da cobra O peixinho estava lá nadando por aqui por ali explorando o cantinho da cobra Quando de repente a cobra bem grande bem gorda bem feia apareceu e Miãn miãn miãn fazendo movimentos de comer com as mãos Comeu o peixinho E agora Pergunta Jonathan com os olhos assustados com o que aconteceu com o peixinho curioso Era pro peixinho ter ido lá Denisia Não Jonathan E como era a cobra Denisia Grande Igor imitando o movimento de grande que Denisia havia feito durante a história Feia Alice também fazendo os movimentos que Denisia havia feito Gorda Igor também fazendo os movimentos O que ela fez com o peixinho Denisia Comeu Jonathan E a mamãe dele ficou feliz ou triste Denisia Feliz Jonathan Feliz E se você não voltasse para casa como a sua mãe ficaria Jonathan Denisia Triste Responde Jonathan pensativo E agora o peixinho podia ir lá Denisia Não senão a cobra come ele é perigoso Jonathan Então não pode desobedecer a mamãe né quando ela diz que não pode fazer uma coisa é porque não pode Denisia É Algumas crianças Registro de observação dia 05062006 Segundo Girardello sd a narrativa se torna presente logo cedo na vida dos bebês através de canções de ninar da própria conversa da mãe com a criança das cantigas que muitas vezes contam histórias como o cravo brigou com a rosa ou atirei o pau no gato Acreditamos que dar continuidade a essas atividades na creche é muito importante pois desenvolve a linguagem promove a imaginação amplia o repertório cultural das crianças e auxilia no desenvolvimento e construção subjetiva Quando pensamos em histórias muitas vezes queremos que cada uma tenha um significado que como nos contos que trazem lições de moral muitas vezes damos a elas funções utilitáriopedagógicas5 deixando de lado a prática de ouvir histórias contar histórias como prática em si mesma onde a criança aprenderá novas palavras organizará seu pensamento sonhará sentirá arrepios medos terá possibilidade de vivenciar novos sentimentos culturas como no exemplo a seguir que traz as manifestações das crianças ao observar a contação da história Menina Bonita do Laço de Fita 5 Dentro do contexto da literatura infantil a função utilitáriopedagógico implica na ação educativa da história livro sobre a criança PALO OLIVEIRA 1998 Ao terminar de tirar o cenário da história Denisia pergunta O que será tudo isso Denisia Ao tirar tudo da caixa Emanuelly se exalta de alegria com tudo que vê a sua frente O coelho coelho Dê Jonathan olhando para dentro da caixa com rabo de olho Então Denisia começa a contar a história do livro Menina bonita do laço de fita Em um trecho dá história tenta colocar o coelho em pé e ele cai então ela comenta Está com preguiça Todos sorriem Emanuelly e João dão gargalhadas Registro de observação 05062006 Como é a partir dos dois anos que a criança começa a ter a habilidade de narrar é importante dar espaço e vez às crianças para que elas comecem a vivenciar melhor essa prática pois esta leva a criança a reorganizar a experiência subjetiva que tem dela mesma e de sua relação com o outro Girardello sd Foto Cristiane Januário Gonçalves Foto Débora Andrade Antônio Ouvindo histórias sejam elas tiradas de livros ou vivências significativas é que a criança aprenderá a construir narrativamente suas experiências e assim se constituirá um sujeito cultural sobre isso explana Girardello sd Na entrega ao presente do jogo narrativo no âmbito da educação infantil professoras e crianças ampliam um espaço simbólico comum pleno de imagens e das reverberações corporais e culturais de suas vozes Tornamse seres narrados e seres narrantes como todas as implicações favoráveis disso para a vida pessoal social e cultural de cada um do grupo Contar histórias é também um gesto de carinho para com as crianças encantálas proporcionando momentos de muita ludicidade é possibilitar a viagem a diversos mundos onde a criança ampliará sua capacidade de imaginar criar e vivenciar momentos novos e aprender Esperamos que essa prática seja cada vez mais presente não só no cotidiano das crianças do grupo 4A mas no cotidiano das crianças de toda a creche e de todas as instituições de educação infantil 54 A LINGUAGEM AUDIOVISUAL DIVERSÃO E EDUCAÇÃO Quando começa o clipe da lagarta e da borboleta Amanda começa a cantar a musica da borboletinha mas logo que o clipe começa e ela para de cantar por perceber que a música do vídeo não é a que ela estava cantando As crianças demonstram gostar mais do clipe da lagarta e da borboleta e do rato Pedem para repetir o clipe do rato Stefany olha para Débora e para Eduarda e da gargalhadas Sentimos que as crianças gostaram da exibição dos clipes se envolvem e identificam elementos que compõe a imagem reconhecem os bichos que aparecem durante a exibição e se expressam de formas variadas palmas gargalhadas palavras olhares Registro de intervenção 2662006 O recurso audiovisual possui uma linguagem própria que instiga uma interpretação de seus diversos aspectos e recursos sejam eles projetados nos sons cores personagens cenários roteiro etc Ele é uma forma de diversão no entanto tornase um meio importantíssimo no processo de educar e aprender pois é rico em informações que prendem nossa atenção devendo assim ser analisado criticamente O recurso audiovisual na maioria das vezes tem uma linguagem temporal que é diferente da real Anos correm em apenas um minuto Também por meio da análise de produções audiovisuais que proporcionamos a educação do olhar do educando sobre as imagens filmes programas documentários fotos etc Neste sentido a reflexão sobre esse recurso é fundamental porque retrata a nossa sociedade em diversos tempos e sobretudo por tratarse de uma produção humana cuja ação está permeada de ideologias questões políticas econômicas etc como assinála GUTIERREZ 1978 p 67 os meios de comunicação nos põem em contato com a realidade porém com uma realidade própria dos meios recriada pelo autor da obra Nos pomos em contato com a realidade através das formas escolhidas pelo artista pelo homem ou pelo grupo de homens que são os autores desta recriação da realidade que temes diante de nós Isto significa que a realidade nos chega deformada ou dignificada através da personalidade deste ou daquele pintor cineasta fotógrafo jornalista etc A leitura das imagens nos põe em contato com uma realidade dupla com o mundo dos seres que representam e com os homens ou homemautor dessas imagens ou sons Tanto a realidade como os homens recriadores da realidade não são seres ideais nem tampouco vivem num mundo ideal O comunicador em uma ideologia e está inserido num determinado contexto social Embora seja verdade que todo comunicador pretenda influenciar o sistema o mais comum é que o sistema determine as condições do produto do comunicador A comercialização os interesses criados a tecnificação são condicionantes dos meios de comunicação social que não podem escapar de uma visão crítica do receptor A necessidade de uma postura crítica frente a produções audiovisuais é uma preocupação que deve vir de berço Ensinar uma criança pequena a ler narrativas audiovisuais é responsabilidade inerente à educação infantil Fotos Cristiane Januário Gonçalves Entendemos que na educação infantil além do encantamento que a linguagem áudio visual proporciona sobretudo na exibição de desenhos animados filmes ou clipes como mencionamos em nosso registro há uma série de informações daquilo que os olhos não podem ver As imagens e o som do recurso audiovisual é um suporte na compreensão do texto traz a possibilidade de relação do que estão ouvindo com o que estão vendo e funcionam para as crianças como pistas para a recontagem de histórias possibilitando o desenvolvimento da narrativa e da fala letrada Nogueira 2003 A linguagem audiovisual proporciona a ressignificação das imagens a construção de novos textos a busca pela curiosidade e atenção a busca pelo prazer visual do diálogo entre formas e as cores em um constante exercício de leitura que tece as relações entre as lembranças e da trama final emerge um novo sentido PAULA 2005 p 40 Ao assistir e ouvir a uma produção audiovisual a criança pode estabelecer uma relação com aquilo que conhece e o que é novo para ela Como descrevemos no fragmento acima quando começa o clipe da lagarta e da borboleta Andréia começa a cantar a música da borboletinha mas logo que o clipe começa e ela para de cantar por perceber que a música do vídeo não é a que ela estava cantando A relação com o velho e o novo se estabelece e além da ampliação do seu repertório cultural a criança vai ampliando seu repertório de linguagem oral Nesse processo de aquisição de novas imagens sons e novas palavras com a mediação visual e musical há um ganho muito significativo no processo de aquisição da linguagem oral pois é uma função primordial para o desenvolvimento da criança já que além de promover aspectos relacionados à sociabilidade e comunicação esse processo pode promover também o conhecimento de mundo Mencionamos que as crianças gostaram da exibição dos clipes pois se envolveram e identificavam elementos que compõe a imagem reconhecendo os bichos que apareciam durante a exibição Expressaramse de formas variadas com palmas gargalhadas palavras e olhares Pretendemos ressaltar que o recurso audiovisual possibilita ainda a ampliação na criança de diferentes formas de expressão de seus sentimentos de suas vontades e de seus pensamentos Contudo nossa intenção com essa discussão foi salientar a importância desse recurso na educação infantil não como mera diversão ou passatempo para os dias de chuva e sim como uma rica fonte de conhecimento e aprendizagens para as crianças e para as educadoras Considerando que Isso exige da professora enquanto mediadora um conhecimento prévio daquilo que estará trazendo ou oferecendo para as crianças assistirem e mais estar junto atenta para poder discutir e muitas vezes se contrapor a determinados valores concepções ou falsas verdades que veiculam como verdades Ou seja uma postura crítica e reflexiva diante desta linguagem para que ela possa servir como instrumento de ampliação de conhecimentos e não de pura alienação3 3 Fragmento extraído da conversa coma orientadora Arlete de Costa Pereira 55 A LINGUAGEM DAS ARTES VISUAIS MODELAGEM COLAGEM E PINTURA A linguagem está presente na educação infantil de formas diversas Muitas professoras acabam priorizando a linguagem verbal e escrita na educação das crianças no entanto pensamos que isto vem sendo superado em favor de uma prática que busque o desenvolvimento pleno dos pequenos considerando ainda que estes se comunicam por meio de múltiplas linguagens Colocamos em discussão pautadas nos fragmentos acima descritos as artes visuais especialmente a escultura ou modelagem a colagem e a pintura como algumas das múltiplas linguagens presentes na educação das crianças abordaremos a importância de trabalhar com essas formas de arte visual na educação das crianças pequenas Iniciamos ressaltando que ambas são artes plásticas são técnicas de representar figuras e imagens objetos pessoas animais ou formas abstratas Podem ser produzidas com a combinação de elementos cores formas linhas textura BONA 2005 Na préhistória o homem modelava os animais pintava no fundo das cavernas e as cenas representavam aquilo que se desejava que acontecesse na realidade O homem usou todas as matérias disponíveis para produzir esculturas e pinturas e produzir arte BONA 2005 As artes visuais foram até bem pouco tempo atrás figurativas e representativas reproduziase à realidade A partir do século XX que mudou toda a forma de pensar essas artes Esculturas e pinturas foram criadas sem representar nenhuma forma real BONA 2005 As artes têm o poder de provocar os sentidos das pessoas de nos tirar do chão Diante dessa magia como trabalhar essas linguagens na educação das crianças Cada vez mais as crianças vivenciam suas infâncias em um espaço coletivo de educação e cuidado que ainda estamos conhecendo e procurando transformar Chamamos de creche núcleo ou centro de educação infantil jardim de infância As denominações na verdade são muitas no entanto a importância desse lugar para o ser social criança é que é ou ao menos deveria ser um lugar de descobertas de escolhas de encontros de desenvolvimento e de aprendizagens Mas o que é infância e o que é ser criança e hoje para a educação infantil A Infância é uma condição social segundo Kuhlmann Jr 1997 apud Rocha 1999 é uma condição da criança O conjunto de experiências vividas por elas em diferentes lugares históricos geográficos e sociais é muito mais do que uma representação dos adultos sobre esta fase da vida É preciso conhecer as representações de infância e considerar as crianças concretas localizálas nas relações sociais etc reconhecêlas como produtoras da história Essa condição está sempre em transformação porque é constituída histórica e culturalmente A criança é um ser humano de pouca idade que sonha deseja têm objetivos é um ser social de direitos produz cultura e história e é produto delas Nesse sentido antes de iniciarmos qualquer reflexão a cerca do que pretendemos para a educação infantil é necessário considerar que as crianças têm suas próprias impressões e idéias que elas tem suas próprias interpretações sobre o fazer artístico Elas exploram sentem agem refletem e elaboram sentidos de suas experiências e a partir daí constroem significações sobre como se faz o que é e para que serve sua produção Diante disso como respeitar as manifestações e necessidades das crianças e oportunizar a elas o contato com suas múltiplas linguagens O poema de Loris Malaguzzi revelanos que a infância persiste em seus modos de ser O criar o brincar o sonhar o estar com o outro e tantas outras expressões contínuas das crianças esbarram nos mandos e desmandos dos adultos no entanto as crianças transgridem vão além para nos dizer que as cem linguagens existem e que devem sem consideradas especialmente na educação infantil Essas cem linguagens são no geral ainda pouco conhecidas na educação das crianças e conseqüentemente pouco priorizadas e trabalhadas pelas instituições de educação infantil arriscamos atribuir os mais diversos motivos entre eles a falta de formação profissional o pouco recurso material e pessoal a desmotivação devido à desvalorização da profissão docente a má remuneração etc Por vezes o uso da linguagem por meio da arte na educação infantil é entendido como um mero passatempo Muitas propostas com artes visuais são destituídas de significados ou assumem conotação decorativa servindo como enfeite para as paredes ou ainda é comum que os adultos façam grande parte do trabalho uma vez que não consideram que a criança tenha competência para elaborar a atividade Foto Débora Andrade Antônio Foto Cristiane Januário Gonçalves Pensamos que superar formas descompromissadas e sem intencionalidades do trabalho com as linguagens por meio da arte constitui um desafio para nós educadoras uma vez que as artes visuais estão presentes no cotidiano da educação infantil A todo o momento a criança cria Ao rabiscar e desenhar no chão na areia no papel ao utilizar materiais encontrados ao acaso gravetos folhas pedras e montar uma escultura ao pintar os objetos e até mesmo seu próprio corpo a criança pode utilizarse das artes visuais para se expressar Como sintetiza ROTTA 2005 apud Bona et al 2005 Se a gente conseguisse que a arte dentro da educação infantil levar ela nesse sentido de que ela pode criar pode romper com o que está estabelecido é que a gente vai dar a questão de autoria mas geralmente a arte é vista dentro das atividades pedagógicas então tem um momento específico para a arte As artes especialmente as esculturas colagem e pintura são formas de linguagem que expressam comunicam e atribuem sentidos as sensações sentimentos pensamentos e a realidade por meio da organização de vários elementos como linhas formas pontos tridimensionalmente estruturados ou não além de volume espaço cor e luz RCNEI 1998 Nesse sentido é uma importante fonte de saberes Analisando mais a fundo as artes visuais como linguagem qual a sua efetiva importância para a educação das crianças As artes visuais na educação infantil têm um papel fundamental Dispõe para a criança uma experiência estética que a sacode aguça a sua sensibilidade além de envolver aspectos cognitivos e culturais Observamos em nossa prática que possibilitar momentos em que a criança possa se expressar e se colocar dentro de uma produção artística é também fazer com que ela se envolva e se sinta parte da obra se sensibilize com a sua construção e com a dos outros sejam crianças adultos ou artistas consagrados Elas puderam pintar o arco íris cada uma a sua maneira As crianças mesmo iam misturando as cores e descobrindo cores novas Ficaram muito tempo curtindo a brincadeira com as tintas Ao terminarem cada criança no seu tempo ia brincar no parque Registro de intervenção no dia 06072006 As artes visuais possibilitam às crianças que por meio do contato com suas próprias obras com a das outras crianças e as obras de artistas reconhecidos amplie seu conhecimento do mundo e de cultura Oferece para a criança que ela ao produzir arte na atividade de desconstruir e construir peças pintar rabiscar colar descolar sobrepor materiais desenvolva o gosto o cuidado e o respeito pelo processo de produção e criação como forma de comunicação e expressão Fotos Cristiane Januário Gonçalves Que através da apreciação das suas obras e dos outros por meio da observação e leitura de alguns dos elementos da linguagem plástica ponto linha forma cor volume contrastes luz texturas trabalhe a leitura de obras de arte a partir da observação narração descrição e interpretação de imagens e de objetos Entendemos que ao ampliar significativamente o repertório cultural das crianças estaremos contribuindo para a ampliação de significados inclusive para o estabelecimento de relação das obras com as suas experiências pessoais de forma crítica Nesse sentido encontraremos nos referenciais curriculares nacionais para a educação infantil 1998 considerações importantes sobre esse aspecto A arte da criança desde cedo sofre influência da cultura seja por meio de materiais e suportes com que faz seus trabalhos seja pelas imagens e atos de produção artística que observa na TV em revistas em gibis rótulos estampas obras de arte trabalhos artísticos de outras crianças etc Embora seja possível identificar espontaneidade e autonomia na exploração e no fazer artístico das crianças seus trabalhos revelam o local e a época histórica em que vivem suas oportunidades de aprendizagem suas idéias ou representações sobre o trabalho artístico que realiza e sobre a produção de arte à qual têm acesso assim como seu potencial para refletir sobre ela Tais construções são elaboradas a partir de suas experiências ao longo da vida que envolvem a relação com a produção de arte com o mundo dos objetos e com seu próprio fazer Os referenciais curriculares nacionais para a educação infantil 1998 nos dizem ainda que O trabalho com as Artes Visuais na educação infantil requer profunda atenção no que se refere ao respeito das peculiaridades e esquemas de conhecimento próprios a cada faixa etária e nível de desenvolvimento Isso significa que o pensamento a sensibilidade a imaginação a percepção a intuição e a cognição da criança devem ser trabalhadas de forma integrada visando a favorecer o desenvolvimento das capacidades criativas das crianças No processo de aprendizagem em Artes Visuais a criança traça um percurso de criação e construção individual que envolve escolhas experiências pessoais aprendizagens relação com a natureza motivação interna eou externa O percurso individual da criança pode ser significativamente enriquecido pela ação educativa intencional porém a criação artística é um ato exclusivo da criança É no fazer artístico e no contato com os objetos de arte que parte significativa do conhecimento em Artes Visuais acontece No decorrer desse processo o prazer e o domínio do gesto e da visualidade evoluem para o prazer e o domínio do próprio fazer artístico da simbolização e da leitura de imagens O ponto de partida para o desenvolvimento estético e artístico é o ato simbólico que permite reconhecer que os objetos persistem independentes de sua presença física e imediata Operar no mundo dos símbolos é perceber e interpretar elementos que se referem a alguma coisa que está fora dos próprios objetos Os símbolos reapresentam o mundo a partir das relações que a criança estabelece consigo mesma com as outras pessoas com a imaginação e com a cultura Podese considerar ainda conforme os objetivos descritos pela Secretaria de educação de Santa Catarina 1981 que trabalhar especialmente com a técnica de modelagem na escultura é proporcionar o desenvolvimento muscular melhorar a coordenação motora desenvolver a noção espacial a memória visual descobrir os valores estéticos utilizar corretamente diversos materiais no entalhe no alto e baixo relevo discriminar formas e volumes criar livremente agir com iniciativa e sociabilidade Como percebemos a brincadeira com a modelagem com a colagem e com a pintura a partir do jogo de construção e desconstrução na produção com massa por exemplo vai dando forma vai sendo transformada pelo imaginário da criança e assim ganhando novos significados A fantasia do real entra e cena e parafraseando SARMENTO 2004 essa mistura entre o mundo real e o imaginário permite a criança à construção de novas significações e uma forma diferente de se relacionar com o mundo Para VYGOTSKY 1991 a essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual ou seja entre situações no pensamento e situações reais Em vários momentos de nossa atuação percebemos que as crianças recriam ressignificam espaços materiais objetos e no caso da brincadeira com massinha proporcionada por nós estagiárias essas manifestações se fizeram presentes Elas cada uma do seu jeito deram formas modelaram bichos coração bolas esculpiram se concentraram e deram as massas formatos variados utilizando os instrumentos que fornecemos ou utilizando as mãos A mistura das massas deu margem também para descoberta de novas cores Registro de intervenção do dia 05072006 É na brincadeira que a criança transpõese para um outro mundo o mundo ilusório e imaginário onde os desejos não realizáveis podem ser realizados como assinala VYGOTSKY 1991 Temos clareza pautadas em nossas três semanas de atuação que trabalhar com artes visuais na educação infantil de forma lúdica é desenvolver a criatividade nas crianças a imaginação a fantasia a realidade a inovação e a sensibilização Assim como a brincadeira a arte desestabiliza abre novos horizontes e o envolvimento da criança na produção de esculturas colagem ou pinturas pode inclusive ser para ela um momento de relaxamento de contato consigo mesma já que para a criança não é associação ao trabalho como para nós adultos para elas tem sentido de entrega ROTTA 2005 apud Bona 2005 Fotos Cristiane Januário Gonçalves Percebemos aqui três formas de interação diferentes quando trabalhamos com as artes visuais com as crianças A interação dela com as obras com o material trabalhado e com seus pares A linguagem por meio da arte vai estabelecendo uma forma de interação entre a obra produzida pela criança com a própria criança essa comunicação entre a imaginação e a linguagem vai enriquecendo o pensamento da criança tornandoo mais ágil sensível e pleno influenciando diretamente nas suas produções artísticas A outra interação possível na produção de artes visuais em especial da colagem e da modelagem é da criança com o material trabalhado Vejamos o fragmento de nossos registros de intervenção diversos materiais para a colagem nas máscaras tais como pedaços de lã de tecido eva vários tipos de papeis picados e raspas de lápis Alguns enchem de cola as máscaras e depois colocam quase todos os materiais disponíveis outros colocam pouca cola e muitos materiais ou colocam muita cola e pouco material ou pouca cola e pouco material Ao final todas as máscaras ganharam características de cada criança Registro de intervenção do dia 03072006 Percebemos em nossa prática que esse tipo de interação é fundamental ao desenvolvimento das crianças Sobre isso os referenciais curriculares nacionais para a educação infantil 1998 nos colocam que As atividades em artes plásticas que envolvem os mais diferentes tipos de materiais indicam às crianças as possibilidades de transformação de reutilização e de construção de novos elementos formas etc A relação que a criança pequena estabelece com os diferentes materiais se dá no início por meio da exploração sensorial e da sua utilização em diversas brincadeiras A construção de objetos tridimensionais nascem do contato com novos materiais no fluir da imaginação e no contato com as obras de arte Para construir a criança utilizase das características associativas dos objetos seus usos simbólicos e das possibilidades reais dos materiais a fim de gradativamente relacionálos e transformálos em função de diferentes argumentos Uma outra possibilidade de troca pode acontecer quando trabalhamos a produção artística com um grupo de crianças Elas no momento da atividade interagem umas com as outras trocando materiais informações e por meio da imitação função importante no processo de aprendizagem a criança no contato com seus pares4 vai conquistando habilidades fundamentais para o seu desenvolvimento conquistando a capacidade de resolver sozinha um problema que até então para ela não era possível Esse aspecto fundamental da interação para o desenvolvimento da criança refere à zona de desenvolvimento proximal e o nível de desenvolvimento potencial que para Vygotsky citado por WAJSKOP 1999 a zona de desenvolvimento proximal que não é outra coisa senão à distância entre o nível atual de desenvolvimento determinado pela capacidade de resolver independentemente um problema e o nível de desenvolvimento potencial determinado através da resolução de um problema sob a orientação de um adulto ou de um companheiro mais capaz 4 A expressão pares foi utilizada por Sarmento no livro CERISARA Ana Beatriz SARMENTO Manuel Jacinto Crianças e miúdos Perspectivas sociopedagógicas da infância e educação Porto Asa 2004 Ele se refere nessa expressão à interação ou contato da criança ou das crianças com outra criança ou com outras crianças nas brincadeiras nas conversas ou seja nas relações que estabelecem umas com as outras Por fim as crianças estão a nos mostrar que existem vários caminhos várias possibilidades para estabelecermos uma pedagogia da infância que trabalhe no cotidiano das crianças por meio das brincadeiras e das interações todas as múltiplas dimensões corporal expressivas estética lúdica sexual psicológica social afetiva cognitiva e as múltiplas linguagens possíveis musical plástica corporal dramática oral proporcionando as crianças à construção de suas identidades da forma mais rica possível Tornando o espaço da creche um lugar de pertencimento e de vivências sócioculturais Onde as crianças se sintam à vontade para viajar no imaginário e construir conhecimento caminhando para a construção efetiva da cidadania e do bem comum 56 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pensamos que todas as formas de linguagens que abordamos neste artigo são ricas e possíveis no trabalho com a educação infantil possibilitam uma gama de novas vivências e de novas experiências que ampliam com veemência o repertório cultural das crianças oportunizando diversas interações dela com as obras com o material utilizado e com seus pares Muitas vezes nós educadoras nos prendemos a rotina idealizada com atividades propostas a crianças idealizadas em um espaço idealizado desconsiderando a realidade de nosso cotidiano e de nossas crianças Não querendo ver o que é visível Isso acarreta em projetar nas crianças aquilo que elas não são e desconstruir isso acaba sendo um caminho difícil porém necessário Uma prática que respeite os direitos das crianças que busque conhecêlas melhor para trabalhar com elas Pensando na criança como um campo fértil para instigar e desenvolver considerála como um ser social que tem muito a nos ensinar que nos dá pistas a cada segundo de sua especificidade ao mesmo tempo de sua multiplicidade nos convida a tomar distância para refletir sobre nossas ações para entender o vaievem imprevisível de suas vontades é fundamental para cumprir nosso papel na educação infantil Nos educadoras assumimos um compromisso com a mudança e com a transformação da realidade nesse sentido mudar a organização do espaço da rotina nossas práticas na educação das crianças é mudar a atitude é reconhecer e buscar uma pedagogia que respeite a condição de ser criança em sua plenitude A educação vem avançando e superando desafios no que tange o trabalho com as múltiplas linguagens presentes na educação das crianças Esperamos num tempo não muito distante uma pedagogia que trabalhe no cotidiano das crianças por meio das brincadeiras e das interações todas as múltiplas dimensões corporal expressivas estética lúdica sexual psicológica social afetiva cognitiva e as múltiplas linguagens possíveis musical plástica corporal dramática oral proporcionando as crianças à construção de suas identidades da forma mais rica possível Tornando o espaço da creche um lugar de pertencimento e de vivências sócioculturais No qual as crianças se sintam à vontade para viajar no imaginário e construir conhecimentos caminhando para a construção efetiva da cidadania e do bem comum REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA AGOSTINHO Kátia Adair Creche e Préescola é Lugar de Criança In Criança pede Respeito Temas em Educação Infantil Porto Alegre Mediação 2005 BONA Andreza et al Entrevista Alessandra Rotta In Modelagem enquanto arte na educação infantil Florianópolis UFSC 2005 CERISARA Ana Beatriz SARMENTO Manuel Jacinto Crianças e miúdos Perspectivas sociopedagógicas da infância e educação Porto Asa 2004 DOBBIN Carlos Alberto A noção do egocentrismo Piaget 1896 1980 vida e obra Cabo Frio Disponível Em httphpsinfolinkcombrpecopiag02htm Acesso em 31 de julho de 2006 FERREIRA Manuela Do avesso do brincar ou as relações entre pares as rotinas da cultura infantil e a construção das ordemens socialais instituintes das Crianças no Jardimdeinfância In Sarmento MJ CERISARA AB orgs Crianças e Miúdos Perspectivas Sócio Pedagógicas da Infância e educação Edições ASA Portugal 2004 FREIRE Madalena Vida de grupo e construção da aula Grupo indivíduo saber e parceria Malhas do conhecimento Espaço pedagógico Série Seminários São Paulo sd FREIRE Paulo Pedagogia da autonomia Saberes necessários à prática pedagógica São Paulo Paz e Terra 1996 GIRARDELLO Gilka Voz Presença e imaginação a narração de histórias e as crianças pequenas sd GUTIERREZ Francisco Linguagem total uma pedagogia dos meios de comunicação São Paulo Summus 1978 Kohl Marta de Oliveira Pensamento e linguagem In Vygotsky São Paulo Scipione 1995 MALAGUZZI Loris Invece il cento cè In Edwards C Gandin L i Forman G I cento linguaggi dei bambini Edizione Junior Italia 1995 e recente mente publicada em português pelas Artes Médicas como As Cem Linguagens da Criança Com ilustração de TONUCCI Francesco Com olhos de criança trad Patrícia Chittoni Ramos Porto Alegre Artes Médicas 1997 MARTINS FILHO Altino José Culturas da Infância Traços e retratos que as diferenciam In MARTINS FILHO Altino José org Criança pede respeito Porto Alegre Mediação 2005 MOLON Susana Inês Subjetividade e Constituição do Sujeito em Vygotsky Petrópolis RJ Vozes 2003 NOGUEIRA Maria Cristina Por que e como trabalhar com as imagens dos livros de literatura infantil In PÁTIO revista pedagógica Porto Alegre Artes Medicas 2003 OLIVEIRA Zilma Moraes Ramos de Org Educação infantil muitos olhares São Paulo Cortez 1995 OSTETTO Luciana E Planejamento na educação infantil mais que atividade a criança em foco In OSTETTO L E Org Encontros e encantos na educação infantil Campinas Papirus 2000 PAULA Janaína rocha de Um texto uma imagem outras possibilidades In PÁTIO revista pedagógica Porto Alegre Artes Médicas 2005 PREFEITURA MUNICIPAL DE BLUMENAU Caderno da educação infantil Retratos do cotidiano planejamento registro avaliação Blumenau SMEB 2002 REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL Brasília MECSEF 1998 ROCHA Eloisa Acires Candal A pesquisa em educação infantil no Brasil trajetória recente e perspectivas de consolidação de uma pedagogia Florianópolis UFSC Centro de Ciências da Educação Núcleo de Publicações 1999 SECRETARIA DE EDUCAÇÃO DE SENTA CATARINA Educação Artística no ensino de primeiro grau Florianópolis UNDESIEIG 1981 VYGOTSKY l S O papel do brinquedo no desenvolvimento In Vygotsky L S Formação Social da Mente São Paulo Martins Fontes 1984 WAJSKOP Gisela Brincar na préescola São Paulo Cortez 2005 ZORZI Jaime Luiz Aquisição da Linguagem Infantil desenvolvimento alterações terapia São Paulo Pancast 1993