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Desenvolvimento Econômico

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página Uma Análise Comparativa da Competitividade Econômicofinanceira das Cooperativas Agroindustriais do Oeste do Paraná1 Paulo César da Silva Ilha2 Carlos Alberto Piacenti3 e Edison Luiz Leismann4 Resumo O objetivo do estudo foi o de analisar comparativamente a competitividade econômicofinanceira das cooperativas agroindustriais do oeste do Paraná utilizandose do procedimento metodológico de análise de cluster ou agrupamento A análise serviu para classificar hierarquicamente em categorias de agrupamentos e medir o grau de competitividade das cooperativas Os dados foram apropriados numa série temporal de 2011 a 2014 Com os resultados alcançados pelas cooperativas nos aspectos de classificação hierárquica através do gráfico dendograma árvore demonstrouse que as ações de gestão no que se referem à sustentabilidade econômicofinanceira são díspares Nos aspectos de medidas de competitividade classificouse a cooperativa Copacol como a mais competitiva comparada aos padrões estabelecidos Palavraschaves cooperativa agroindustrial competitividade análise econômicofinanceira Abstract The aim of the study was to analyze comparatively the economic and financial competitiveness of agroindustrial cooperatives the western Paraná using the methodological procedure of cluster analysis or grouping The analysis served to classify hierarchically in groups of categories and measure the degree of competitiveness of cooperatives Data were appropriate in a time series from 2011 to 2014 The results achieved by the cooperatives in the aspects of hierarchical classification through the dendrogram graph tree it was shown that management actions in referring to the economic financial sustainability is mixed The aspects of competitiveness measures Copacol was ranked as the most competitive cooperative compared to set standards Keywords agribusiness cooperative competitiveness economic and financial analysis Classificação JEL P13 DOI httpdxdoiorg10159012345678180694790560106 1 Data de submissão 11 de dezembro de 2015 Data de aceite 20 de agosto de 2017 2 Universidade Estadual do Oeste do Paraná Toledo Paraná Brasil Email paulocesarilhayahoocombr 3 Universidade Estadual do Oeste do Paraná Toledo Paraná Brasil Email piacenti8gmailcom 4 Universidade Estadual do Oeste do Paraná Toledo Paraná Brasil Email elleismanngmailcom RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 1 Introdução A região oeste do Paraná tem se destacado no cená rio nacional e internacional como importante centro de produção agroindustrial sobretudo no que se refere às atividades de avicultura suinocultura laticínios pro dução de soja milho e outros Com essa performance criase um ambiente sui generis para estudos científicos que possam auxiliar o desenvolvimento regional Constituída em bases comunitárias e composta principalmente por descendentes de imigrantes de ori gem europeia vindos dos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina a região oeste atribuiu desde muito cedo o modelo organizacional de produção agropecuária às cooperativas Essas têm contribuído de forma importante para a consolidação de uma região desenvolvida que contemporaneamente se lançam em atuações de mercado externo colocando em desvelo suas competitividades Os estudos sobre competitividades das coope rativas se apresentam com destaque nas agendas de assuntos do setor produtivo local como fator relevante nas decisões que nortearão o futuro desses empre endimentos Segundo Presno 2001 as cooperativas agroindustriais influenciam na competitividade e na funcionalidade no sistema agroalimentar regional pois essas organizações demonstraram no passado que são capazes de manter lugares de destaque nos mer cados liderando muitas vezes o desenvolvimento regional No entanto com o processo de globaliza ção da economia esse cenário passa a ser ameaçado pelo acirramento concorrencial e o aparecimento de novas tecnologias e a tendência é que cada vez mais as empresas deixem de ser apenas locais e passem a competir no mercado internacional A concorrência no mercado interno ou externo exige que as empresas sejam mais competitivas PORTER 1989 Nesse sentido a discussão sobre a temática de competitividade das cooperativas agroindustriais do oeste do Paraná Copagril Lar C Vale Copacol e Coopavel darseá neste estudo a partir do compor tamento da firma cooperativa frente a duas empre sas uma a cooperativa Coamo considerada a maior da América Latina5 e a outra a BRF de capital6 para a compreensão do cooperativismo como empreendi mento sem contudo negligenciar a cooperativa sob a ótica do cooperado da sua função utilidade e da maxi mização de suas satisfações pois se sabe que a firma cooperativa se apresenta como uma economia inter mediária entre as economias associadas dos coopera dos e o mercado A disposição para a prática da cooperação em coo perativas advém em grande parte da pressão compe titiva em conjunturas de economias de mercado esta foi a grande razão para o surgimento da cooperativa de Rochdale7 A dualidade existencial de cooperar 5 A maior cooperativa da América Latina Coamo locali zada no município de Campo Mourão estado do Paraná de acordo com o site RankBrasil 2013 6 O entendimento dado neste estudo para a empresa de capital BRFBrasil Foods é caracterizado pela organiza ção com fins lucrativos 7 Rochdale bairro em Manchester Inglaterra onde 27 tecelões e uma tecelã fundaram a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale em 21 de dezembro de 1844 A pri meira cooperativa a funcionar no mundo que serve como marco histórico para o cooperativismo atual OCB 2015 Paulo César da Silva Ilha Carlos Alberto Piacenti e Edison Luiz Leismann RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 093 exante8 para competir expost9 faz parte do pragma tismo das ações das cooperativas Não se trata de estar ferindo os ideários cooperativistas mas sim de abor dar a cooperação de uma forma mais ampla do ponto de vista da sua competitividade Segundo Souza Braga e Ferreira 2011 os estudos sobre eficiência têm sido feitos com o objetivo de defi nir padrões relacionados com gestão e busca de melho res níveis de competitividade A cooperativa tem que objetivar uma forma mais eficiente sob o ponto de vista econômico e com maior eficácia sob a ótica social de modo a garantir em médio e longo prazo que essas organizações tenham um continuado processo de crescimento acompanhado do necessário sucesso nos mercados A própria legislação cooperativista trata as cooperativas como sociedades de pessoas sem fins lucrativos de natureza civil não sujeitas à falência Lei n 576471 Atribuir tão somente a uma cooperativa natureza econômica ou social não atenderia às neces sidades de seus participantes associados e nem mesmo poderia apresentarse como as firmas que conseguem alocar melhor os recursos produtivos da sociedade local pois uma cooperativa voltada para a eficiência empresarial sem a mais leve intenção de lucrar à custa dos cooperados nem ferir ou modificar seus princípios básicos é que dará a verdadeira dimensão do coopera tivismo moderno e condições favoráveis a seu desen volvimento ILHA 2010 Esta particularidade das cooperativas que não buscam o lucro nas operações com os seus coopera dos neste caso produtores rurais colocaas em des vantagem em relação à empresa não cooperativa pois esta tende a maximizar o seu lucro igualando o seu custo marginal à sua receita marginal em todas as ope rações BIALOSKORSKI NETO 2012 Para o mesmo autor esse detalhe é importante quanto à política de investimentos e portanto de capacidade competitiva das firmas cooperativas que inicialmente poderiam ser prejudicadas Nesse sentido entender a natureza das capacida des competitivas é essencial para a previsão de capitais 8 O termo exante é uma expressão neolatina que significa antes do evento Neste caso as ações de cooperação que os cooperados realizam com a cooperativa antecipada mente de elas competirem no mercado 9 O termo expost significa após o evento Neste caso a cooperação recebida anteriormente constitui condição indispensável para a cooperativa competir posterior mente nos mercados para determinação do processo de produção para o marketing para a avaliação de estratégias de interrela ções e para novos empreendimentos de modo que uma empresa possa realmente criar e sustentar uma vantagem competitiva PORTER 1991 CHURCHILL e PETER 2003 GREENWALD e KAHN 2006 A concorrência está no âmago do sucesso ou do fracasso das empresas e leva à adoção de configurações eficientes de mercado determinando a adequação das atividades que podem contribuir para seu desempe nho como inovações uma cultura coesa ou uma boa implementação A estratégia competitiva tem sucesso quando leva a empresa a alcançar seus objetivos uma vez que a busca de uma posição competitiva favorá vel é fundamental no setor em que ela atua A estraté gia competitiva visa estabelecer uma posição lucrativa e sustentável contra as forças que determinam a con corrência para Porter 1991 Churchill e Peter 2003 e para Farina et al 1997 Abordando sobre vantagens competitivas Greenwald e Kahn 2006 afirmam que só existem três tipos reais os de suprimento os de demanda e de eco nomias de escala As vantagens de suprimentos dizem respeito aos custos que permitem à empresa produzir e entregar seus produtos e serviços a custos menores que os de seus concorrentes Já nas vantagens de demanda as empresas têm acesso à demanda de mercado que seus concorrentes não conseguem atender e nas eco nomias de escalas permitem que os custos por uni dade diminuam à medida que o volume aumente até encontrar o ponto mínimo Também há que ser considerado que em alguns casos as vantagens competitivas não advêm somente pela eficiência administrativa mas por interesses de proteção governamental ou até mesmo por acesso a informações privilegiadas ILHA et al 2016 Sendo assim vários defensores do cooperativismo reivindicam uma posição privilegiada do governo por entenderem que o empreendimento cooperativista é uma forma organizacional que propicia uma série de vantagens para os cooperados e para a sociedade em geral Isto decorre da forma organizacional que per mite maior distribuição de renda e resultados e do fato de a cooperativa ser um agente que consegue estabele cer níveis mais favoráveis de preços BIALOSKORSKI NETO 1999 A despeito dessa argumentação se o cooperado tivesse plena consciência cooperativista transformaria RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 Uma Análise Comparativa da Competitividade Econômicofinanceira das Cooperativas Agroindustriais do Oeste do Paraná 094 a posição desfavorável da cooperativa sem maximi zar seu lucro nas operações com os cooperados em aumentos de escala na entrega total da produção e nas aquisições de insumos para as suas atividades rurais convertendo uma limitação numa vantagem competitiva 2 Fundamentação teórica O entendimento de competitividade não se apre senta da mesma forma e nem se mantém no tempo Existem diversas bases teóricas muitas vezes coman dadas por ideologias distintas que criam análises envolvendo enfoques organizacionais institucionais sociais econômicos e outros que geram uma comple xidade para compreensão da dinâmica das organiza ções e dos fatores envolvidos no processo de decisão Neste caso é importante destacar numa rápida aná lise visões diferenciadas sobre competitividade para em seguida justificar a posição aqui assumida Neste entendimento a competitividade de uma empresa não pode ser compreendida observandose a empresa como um todo Ela tem sua origem nas inú meras atividades distintas mas complementares que realiza em sua gestão PORTER 1989 Por sua vez para o mesmo autor o fracasso das estratégias compe titivas devese à incapacidade de traduzir uma estra tégia geral em etapas de ações específicas necessárias para se obter vantagem competitiva Para Farina et al 1997 a competitividade tem um significado claro aplicada às empresas Do ponto de vista das teorias de concorrência os autores defi nem competitividade como a capacidade sustentável de uma empresa em sobreviver e preferencialmente crescer em mercados novos e em que já atua Na complementaridade dessa linha de pensa mento os mesmos autores apresentam o enfoque sistêmico da teoria das organizações industriais de Williamson com destaque para o enfoque dos custos de transações inserindo na discussão de competitivi dade o ambiente institucional e as variáveis transacio nais especificidades de ativos incerteza e frequência estabelecendo as relações entre estruturas de gover nança responsáveis pela coordenação das transações pelo comportamento e pelo desempenho das orga nizações Nesse sentido as empresas devem buscar ambientes mais favoráveis para minimizar custos de transações no mercado organizando melhor a produ ção com adoção de estrutura de governança mais efi ciente As diferentes formas de organizar a produção determinam a capacidade de reação das empresas às mudanças do ambiente competitivo FARINA et al 1997 A teoria das organizações tem suprido a teoria evolucionista de importantes conceitos de competiti vidade É explorando essas contribuições que Dosi e Friman 1992 propõem o conceito de coerência corpo rativa que deve ser explicado como complexa relação entre o processo de aprendizado padrão de depen dência oportunidades tecnológicas e complementari dade dos ativos No entanto uma das mais contundentes abor dagens de competitividade empresarial vem de Schumpeter considerado um dos mais expressivos economistas da primeira metade do século XX Para ele o principal funcionamento da economia capita lista está baseado num ininterrupto processo de intro dução e difusão de inovações tendo como unidade de análise da concorrência schumpeteriana a empresa pois é neste ambiente que se decide e apropriamse os ganhos tendo o mercado como espaço principal da interação competitiva SCHUMPETER 1982 Outra forma clássica de definir competitividade está nas relações institucionais no enfoque sistêmico entendendo que a competitividade ultrapassa as fron teiras da firma e vai depender de uma integração sis têmica entre os diversos agentes situadas a montante e a jusante da unidade de produção A compreensão desse processo e dos fatores que influenciam a defini ção das estratégias das firmas ou instituições passa a ser o grande desafio da teoria econômica e das organi zações ZYLBERSZTAJN 1995 Estes fatos rapidamente apresentados servem para justificar a importância do estudo e ressaltar a complexidade do tratamento sobre competitividade empresarial Porém o lócus à guisa dessa discussão será a empresa cooperativa Tão ou mais importante que o conhecimento das abordagens é medir o grau de competitividade em relação aos seus concorrentes principalmente aqueles que se destacam no cenário como líderes de mercado Medir comparativamente o grau de competiti vidade das cooperativas em análise consistirá assim em se determinar uma grandeza que defina a proxi midade ou o afastamento que seu perfil competitivo Paulo César da Silva Ilha Carlos Alberto Piacenti e Edison Luiz Leismann RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 095 tenha entre elas e em relação ao perfil competitivo de duas empresas Coamo e BRF que se determinará como padrões competitivos Isso por si só é um desa fio considerável mas propiciará informações relevan tes senão decisivas para a determinação de estratégias que passarão a ser ingredientes cruciais para sua capa cidade de respostas a mudanças no ambiente externo A competitividade empresarial é um fenômeno bastante complexo como já foi dito e para poder medila será necessário antes estabelecer algumas definições básicas para suportar o desenvolvimento que se propõe Tais conceitos no entanto serão admiti dos como pressupostos para este estudo uma vez que a discussão de sua fundamentação transcende o obje tivo da proposição que se apresenta Assim adotando a fundamentação de Ilha et al 2016 são assumidas no desenvolvimento deste estudo três definições basilares para a proposição da medida do grau de competitividade de uma cooperativa o que se considerará como competitividades empresariais variáveis competitivas e perfil competitivo No conceito de competitividade empresarial pro põese adotar como um pressuposto uma definição que integre dois aspectos sobre diferentes enfoques o econômico e o financeiro Dessa forma a proposta de medir a competitividade empresarial irá conside rar a seguinte problematização em decorrência dos desafios apresentados pelo ambiente competitivo as cooperativas agroindustriais do oeste do Paraná estão perfeitamente estruturadas econômicofinanceira propiciando condições favoráveis de ascensão e atuali zação ao processo tecnológico e de produção fazendo com que obtenham alta competitividade nos mercados sem descaracterizar ou ferir seus ideais agregando mais valor aos recursos produtivos da sociedade regional Para ser possível a medida do grau de competi tividade da firma cooperativa será necessário tradu zir todas as características competitivas enunciadas na definição acima na forma de variáveis que serão denominadas de variáveis competitivas Para ilustrar o desenvolvimento que se pretende assumese tam bém como pressuposto neste estudo um conjunto de 15 variáveis do enfoque econômicofinanceiro do tipo quantitativas que têm como finalidade caracterizar o desempenho competitivo de cada uma das cooperati vas agroindustriais do oeste do Paraná Como resultado dessa estrutura conceitual este estudo assume como terceiro pressuposto o estabele cimento da definição de perfil competitivo de coope rativas que será o conjunto dos valores assumido por todas as variáveis competitivas em quatro anos Considerandose todos os aspectos apresentados o objetivo geral deste estudo é analisar comparativa mente a competitividade econômicofinanceira das cooperativas agroindustriais do oeste do Paraná 3 Procedimentos metodológicos Os procedimentos adotados para a interpre tação dos dados foram o de análise de cluster ou agrupamento utilizandose de técnicas estatísticas multivariadas para um estudo de caso com conotação de pesquisa exploratória De acordo com Yin 2010 o estudo de caso é um dos empreendimentos mais desa fiadores na pesquisa p 23 Para tanto as categorias de análise foram operacionalizadas ou seja traduzidas em conceitos mensuráveis através de dados secundá rios o que tornou possível visualizar rapidamente os diversos meios em que estão inseridos os objetos de estudo sejam estes internos ou externos à empresa Tais técnicas permitiram obter com baixo custo inter namente ou fora da empresa uma grande variedade de dados para investigação de tal modo que se con seguiu atingir os objetivos inicialmente propostos no estudo e ao mesmo tempo podese atender os critérios de maior eficácia e mais confiabilidade de informações Conforme Hair Jr et al 2009 a análise multivariada auxilia na formulação de questões relativamente com plexas de forma específica e precisa possibilitando a condução de pesquisas teoricamente significativas Para a viabilização dos cálculos da análise multi variada utilizouse o programa Statistical Product and Service Solutions SPSS10 amplamente difundido no meio estatístico 10 O Statistical Product and Service Solutions SPSS é um sof tware aplicativo programa de computador do tipo cien tífico Originalmente o nome era acrónimo de Statistical Package for the Social Sciences pacote estatístico para as ciências sociais mas na atualidade a parte SPSS do nome completo do software IBM SPSS não tem significado Pacote este de apoio à tomada de decisão que inclui aplicação analítica Data Mining Text Mining e estatística que transformam os dados em informações importantes FREI 2006 RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 Uma Análise Comparativa da Competitividade Econômicofinanceira das Cooperativas Agroindustriais do Oeste do Paraná 096 Quadro 1 Variáveis competitivas econômicofinanceiras Enfoque Variável Competitiva Como Medir Econômico Giro do Ativo Total RLATM Estruturas de Capitais DC WACC Geração de Valor Econômico Agregado da Ação ou QuotaParte EVA Relativo EVAPL Financeiro Retorno sobre as vendas LL ou SLV Retorno sobre o Ativo ROA RAAT Retorno sobre o Patrimônio Líquido ROE LL ou SLPL Índice Liquidez Corrente ACPC Índice Liquidez Seca AC estoquesPC Índice Liquidez Imediata ADPC Índice Liquidez Geral ACRLPPCELP Índice de Endividamento Geral CTAT Composição do Endividamento de Curto Prazo PCCT Composição do Endividamento de Longo Prazo ELPCT Sustentabilidade do Endividamento DFLLO ou SO LAJIR Fonte Determinado pelo autor a partir de Silva et al 2012 31 A determinação das variáveis analisadas O entendimento do que seja competitividade para este enfoque da pesquisa está configurada na assertiva de que a competitividade das cooperativas possui uma relação com as variáveis apresentadas no Quadro 1 Neste estudo assumiuse um conjunto de 15 vari áveis quantitativas adotadas por Brighmam e Houston 1999 Marion 2012 e Silva 2012 que tiveram como finalidade caracterizar o desempenho competitivo eco nômicofinanceiro das cooperativas em estudo 311 As Variáveis Quantitativas 15 Giro do Ativo Total Estruturas de Capitais DC WACC Geração de Valor Agregado da Ação ou QuotaParte EVA Relativo Retorno sobre as ven das Retorno sobre o Ativo ROA Retorno sobre o Patrimônio Líquido ROE Índice Liquidez Corrente Índice Liquidez Seca Índice Liquidez Imediata Índice Liquidez Geral Índice de Endividamento Geral Composição do Endividamento de Curto Prazo Composição do Endividamento de Longo Prazo Sustentabilidade do Endividamento As variáveis não foram medidas simplesmente pelas suas grandezas mas sim pela capacidade de sus tentabilidade econômicofinanceira da cooperativa O termo sustentabilidade denota o entendimento de que os resultados advindos das medições das variáveis refletirão a capacidade de competitividade Para tanto duas variáveis foram desenvolvidas pelos autores exclusivamente para este estudo não tendo referência direta na literatura pertinente sobre o assunto como são os casos das medições das variáveis Geração de Valor Agregado da Ação ou QuotaParte EVA Relativo e Sustentabilidade do Endividamento as demais são perfeitamente conhecidas e referenciadas na literatura 32 A mensuração das variáveis quantitativas As equações apresentadas no subcapítulo 32 são reproduções e criações a partir de informa ções de autores como Brighmam e Houston 1999 Matarazzo 2010 Assaf Neto e Lima 2011 Marion 2012 e Silva 2012 A crescente complexidade do mundo dos negócios determina que os profissionais das áreas econômicofinanceiras desenvolvam uma visão mais integrativa da empresa e de seu relaciona mento com o ambiente externo Nesse sentido neces sitase da compreensão dos valores em relação a seus concorrentes e da sua capacidade de competividade no mercado que lhes propiciam a tomada de decisões mais estratégicas 321 O cálculo do giro do ativo total O Giro do Ativo Total corresponde a um índice de eficiência no uso dos Ativos Quanto maior este índice mais competitiva é a empresa É dado pelas Receitas Paulo César da Silva Ilha Carlos Alberto Piacenti e Edison Luiz Leismann RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 097 Líquidas sobre o Ativo Total Médio apresentado na equação 1 Giro do Ativo Total ATM RL 1 Sendo que RL Receitas Líquidas ATM Ativo Total Médio 322 Os cálculos das estruturas de capitais DC WACC A empresa primeiro analisa uma série de fatores e então estabelece uma Estrutura de Capital desejada A dívida em relação a Capital de Terceiros DC irá indicar qual a dependência dos negócios em relação a recursos de terceiros bancos fornecedores recursos trabalhistas e tributários Uma participação próxima a 1 denota insolvência e extrema dependência de ter ceiros O ideal em termos de competitividade é que esta participação seja igual ou inferior a 06 a não ser que as dívidas capital de terceiros estejam em sua maior parte no longo prazo e com juros baixos para poder enfrentar riscos monetários Calculase através da equação 2 DC ATM PCM ELPM 2 Sendo que PC Passivo Circulante Médio ELP Exigível a Longo Prazo Médio ATM Ativo Total Médio O Custo Médio Ponderado de Capital11 WACC é uma medida de eficiência financeira quanto menor melhor Pode ser intuitivamente definido como a média ponderada dos custos dos diversos componen tes de financiamento incluindo dívida Patrimônio Líquido e títulos híbridos utilizados por uma empresa para financiar suas necessidades financeiras A ideia que está por trás da fórmula do WACC é simples e intuitiva Se um novo projeto é lucrativo o suficiente 11 Para o cálculo do WACC necessitase do percentual pelo qual foi pago juros sobre o Capital Social Como esta infor mação não se obtém no balanço e também é de difícil acesso nas empresas informação restrita optarseá pelo uso da taxa média anual da SELIC Sistema Especial de Liquidação e de Custódia que é um índice pelo qual as taxas de juros são cobradas pelos bancos no Brasil para pagar os juros sobre a dívida contraída para financiálo e para gerar uma taxa de retorno superior à esperada sobre o patrimônio investido devese con siderálo como um bom projeto Essa taxa de retorno superior ao esperado nada mais é do que uma extrapo lação da taxa de retorno exigida pelos investidores da empresa É calculado através da equação 3 WACC KeEEDPS KdDEDPS KpsPSEDPS 3 Sendo que Ke custo do Patrimônio Líquido Kd custo das dívidas após tributos Kps custo das ações preferenciais ou quotaspartes EEDPS proporção em valor de mercado do Patrimônio Líquido em relação ao valor do mix de financiamento DEDPS proporção em valor de mercado da dívida em relação ao valor do mix de financiamento PSEDPS proporção em valor de mercado das ações preferenciais ou quotaspartes em relação ao valor do mix de financiamento 323 O cálculo do EVA Relativo O Valor Econômico Agregado EVA é mensurado para identificar o quanto foi efetivamente criado de valor para os quotistas ou acionistas em um determi nado período de tempo O importante é que quanto maior o valor mais competitiva pode ser a empresa A equação 4 indica o cálculo do Valor Econômico Agregado EVA dado por EVA ROIC WACCCI 4 Sendo que ROIC Retorno sobre o Capital Investido WACC Custo Médio Ponderado de Capital CI Capital Investido ou Ativo Econômico Calculandose o EVA criouse o EVA Relativo12 que significa o valor do EVA por quotaparte ou ação comparativamente entre empresas Com esse conceito 12 Aplicarseá um redutor por efeitos tributários ao EVA da empresa BRF considerando que o EVA deva ser calculado após descontos de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica IRPJ 25 e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido CSLL 9 O redutor não será aplicado às cooperati vas haja vista que elas não pagam Imposto de Renda e nem Contribuição sobre o Lucro nas operações com seus cooperados RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 Uma Análise Comparativa da Competitividade Econômicofinanceira das Cooperativas Agroindustriais do Oeste do Paraná 098 eliminase o problema de tamanho sendo que quanto maior o EVA Relativo mais competitiva é a empresa Calculase conforme equação 5 elaborado pelos auto res do estudo EVA Patrimonio Liquido EVA relativo t 5 324 O cálculo das taxas de retornos lucratividade ou sobras Quanto maiores as Taxas de Retornos melhores elas serão Calculase conforme equações 6 7 e 8 100 RV Vendas Lucro ou Sobra Liquida 6 ROA Ativo Total Resultado Ajustado 100 713 ROE Patromonio Liquido Lucro Liquido ou Sobra Liquida 100 t 8 Sendo que RV Retorno sobre as Vendas ROA Retorno do Ativo ROE Retorno do Patrimônio Líquido 325 O cálculo da liquidez Quanto maiores em relação à média do setor melhor para Liquidez menor risco de não pagar as contas em dia Porém será pior para a rentabilidade pois esses ativos maiores representam aplicações de recursos em contas com baixos ou nenhum retorno caixa por exemplo e que têm origens de alto custo Calculase conforme equações 9 10 11 e 12 Luquidez Corrente PC AC 9 Liquidez Seca PC AC Estoque 10 Liquidez Imediata PC AD 11 13 O Resultado Ajustado corresponde ao resultado gerado pela empresa deduzidos de tributos e excluídos de despe sas financeiras Liquidez Geral PC Exigivel a Longo Prazo AC Realizavel a Longo Prazo l 12 Sendo que AC Ativo Circulante PC Passivo Circulante AD Ativo Disponível 326 O cálculo do endividamento Quanto maior for a participação de dívidas na estru tura de Capital maior é o risco da empresa e quanto menor custo dos fundos de terceiros em relação aos fun dos próprios menor o custo total de Capital Portanto empresas com menor endividamento são mais competi tivas Calculase com as equações 13 14 e 15 Endividamento Geral AT CT 100 13 Endividamento de Curto Prazo CT PC 100 14 Endividamento de Longo Prazo CT ELP 100 15 Sendo que AC Ativo Circulante PC Passivo Circulante AD Ativo Disponível 327 O cálculo da sustentabilidade do endividamento Para o cálculo da Sustentabilidade do Endividamento sugerese um índice aceitável de até 50 para melhor competitividade O cálculo é apre sentado pelos autores do estudo na equação 16 Sustentabilidade do Endividamento LAJIR DFL 100 16 Sendo que DFL Despesas Financeiras Líquidas LAJIR Lucro ou Sobra Operacional 33 A determinação dos agrupamentos Existe uma série de ideias para formação de agrupa mentos mas algumas nem sempre são aceitas universal mente embora todas se baseassem fundamentalmente em dois conceitos básicos sugeridos por Bussab Miazaki e Andrade 1990 e Frei 2006 que são coesão interna dos objetos e isolamento externo entre os grupos Paulo César da Silva Ilha Carlos Alberto Piacenti e Edison Luiz Leismann RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 099 No caso de agrupamento usouse a ideia de pare cença entre enfoques cujo conceito tem como ideia chave a parecença entre cooperativas As técnicas de agrupar podem ser classificadas em categorias em que as técnicas hierárquicas são as mais utilizadas na literatura Nessas técnicas hierárquicas as cooperativas são classificadas em grupos em dife rentes etapas de modo hierárquico produzindo uma árvore de classificação dendograma Para essa análise utilizouse o método de ligação completa ou do vizinho mais longe complete linkage apresentado por Bussab Miazaki e Andrade 1990 para as equações 17 e 18 D d d 2 ki j ki ij h h 17 Sendo que Dkij É a distância entre o agrupamento ki e o agru pamento j dki e dij São as distâncias entre a maior distância dos membros dos agrupamentos k e j e dos agrupamen tos i e j O nível de similaridade Sij entre dois grupos i e j é dado por S d d 100 1 max ij ij e o h h h 18 Sendo que dmax Valor máximo da matriz distância 34 A determinação da distância competitiva e dissimilaridade Com base nas técnicas utilizadas estabeleceuse um coeficiente de parecença que mostrou as dissimi laridades entre os perfis competitivos das empresas consideradas como referenciais competitivos e a coo perativa aquela cuja competitividade se desejou medir e que foi analisada comparativamente aos padrões estabelecidos Nesse estudo com as variáveis quantitativas foi utilizada como coeficiente de parecença a distância euclidiana simples entre as empresas padrões empre sas A e B tomadas como referências e a cooperativa empresa C em estudo determinada pela equação 19 conforme Bussab Miazaki e Andrade 1990 DeABC xiAB xi C212 19 Sendo que DeA C e B C É a distância euclidiana entre as empresas A B referências e a cooperativa empresa C caso em estudo xi A B É a variável i das empresas A B referências xi C É a variável i da cooperativa empresa C caso em estudo Como se observa a distância euclidiana procura determinar o quanto o perfil competitivo das empre sas A e B diferem do perfil competitivo da cooperativa empresa C levandose em conta apenas as variáveis quantitativas Assim para os mesmos autores apli candose esse conceito às variáveis competitivas consi deradas por este estudo a equação 19 acima assume o seguinte aspecto DeA B C x1 A B x1 C2 x2 A B x2 C2 x3 A B x3 C2 x4 A B x4 C2 x5 A B x5 C2 x6 A B x6 C2 x7 A B x7 C2 x8 A B x8 C2 x9 A B x9 C2 x10 A B x10 C2 x11 A B x11 C2 x12 A B x12 C2 x13 A B x13 C2 x14 A B x14 C2 x15 A B x15 C2 12 20 Sendo que DeA B C Distância euclidiana entre o perfil compe titivo das empresas A B referências e da coopera tiva empresa C empresa em estudo X1A B Giro do Ativo das empresas A B X1C Giro do Ativo da cooperativa empresa C X2A B Estruturas de Capitais DC das empresas A B X2C Estruturas de Capitais DC da cooperativa empresa C X3A B Estruturas de Capitais WACC das empresas A B X3C Estruturas de Capitais WACC da cooperativa empresa C X4A B EVA Relativo das empresas A B X4C EVA Relativo da cooperativa empresa C X5A B Retorno sobre as Vendas das empresas A B X5C Retorno sobre as Vendas da cooperativa empresa C X6A B Retorno sobre o Ativo das empresas A B RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 Uma Análise Comparativa da Competitividade Econômicofinanceira das Cooperativas Agroindustriais do Oeste do Paraná 100 X6C Retorno sobre o Ativo da cooperativa empresa C X7A B Retorno sobre o Patrimônio Líquido das empresas A B X7C Retorno sobre o Patrimônio Líquido da coope rativa empresa C X8A B Índice de Liquidez Corrente das empresas A B X8C Índice de Liquidez Corrente da cooperativa empresa C X9A B Índice de Liquidez Seca das empresas A B X9C Índice de Liquidez Seca da cooperativa empresa C X10A B Índice de Liquidez Imediata das empresas A B X10C Índice de Liquidez Imediata da cooperativa empresa C X11A B Índice de Liquidez Geral das empresas A B X11C Índice de Liquidez Geral da cooperativa empresa C X12A B Índice de Endividamento Geral das empre sas A B X12C Índice de Endividamento Geral da coopera tiva empresa C X13A B Composição do Endividamento de Curto Prazo das empresas A B X13C Composição do Endividamento de Curto Prazo da cooperativa empresa C X14A B Composição de Endividamento de Longo Prazo das empresas A B X14C Composição de Endividamento de Longo Prazo da cooperativa empresa C X15A B Sustentabilidade do Endividamento das empresas A B X15C Sustentabilidade do Endividamento da coo perativa empresa C Porém outro procedimento necessitou ser feito a conversão de posição de grandeza pois enquanto as variáveis do Giro do Ativo Geração de Valor Agregado da Ação ou QuotaParte EVA Relativo as Lucratividades ou Taxas de Retornos e os índi ces de Liquidez para suas medições foram conside rados melhores quanto maiores se apresentaram As dívidas sobre capitalização DC médias ponderadas de capital WACC os índices de Endividamento e a Sustentabilidade do Endividamento foram conside rados melhores quanto menores foram Como essas grandezas precisam ser somadas para a determinação da distância euclidiana sua consideração na forma em que se apresentaram pode induzir a resultados de difícil interpretação Nesse sentido todas as variáveis quanto menores melhores adotaram uma nova posi ção de grandezas quanto maiores melhores através da equação 21 X 1 Vr 21 Sendo que Vr Variável Reposicionável Contudo não basta as variáveis ainda apresen tarem grandezas não comparáveis diretamente O Giro do Ativo e os Índices de Liquidez são números puros já a Geração de Valor Agregado da Ação ou QuotaParte EVA Relativo as análises de Estrutura de Capitais DCWACC Lucratividade ou Retornos e Endividamentos são em porcentagem Como essas grandezas também precisam ser somadas para a deter minação da distância euclidiana sua consideração na forma em que se apresentam pode induzir novamente a resultados de difícil interpretação Para contornar esse problema Bussab Miazaki e Andrade 1990 recomen dam a utilização de variáveis padronizadas que são um recurso bastante usual na estatística Todas as variá veis foram reduzidas a números puros eliminandose dessa maneira as diferentes unidades de medida para cada variável estudada conforme equação 22 z s x x i i i i r h 22 Sendo que xi e si indicam respectivamente a média e o desvio padrão da iésima variável Feita a transformação a distância euclidiana pelos mesmos autores passa então a ser expressa pela equa ção 23 DeA B C ziA B ziC212 23 Como se pode observar o cálculo da distância euclidiana foi processado de maneira análoga à pro posta pela equação 23 com a diferença que agora as variáveis utilizadas estão em sua forma padronizada Comentário equivalente pode ser feito quanto ao cálculo da distância euclidiana entre os perfis compe titivos das empresas padrões e o perfil competitivo da cooperativa A relação pode ser aplicada da mesma Paulo César da Silva Ilha Carlos Alberto Piacenti e Edison Luiz Leismann RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 101 Figura 1 Agrupamento econômicofinanceiro das cooperativas 0 5 10 15 20 25 1 2 3 5 4 COPAGRIL Dendrogram using Complete Linkage Rescaled Distance Cluster Combine LAR C VILE COPACOL COOPAVEL Fonte Dados da pesquisa 2015 forma como proposta desde que se tome o cuidado de utilizar para cada variável o seu valor padronizado 4 Apresentação e análise dos resultados Após a definição dos métodos que serviram de base para a coleta de dados da pesquisa e submetêlos aos cál culos que geram as categorias de variáveis competitivas econômicofinanceiras passase a exibilos de modo sis temático de maneira a oferecer informações analíticas Nesta direção apresentamse fatores elementos e resul tados referentes a cada uma das cooperativas em análise 41 Análise de agrupamento AA cluster analysis O intento de reunir características similares de coo perativas através do gráfico de esquema hierárquico denominado de dendograma árvore para se deter minar grupos é um estudo importante A importância reside na possibilidade de se estabelecerem correlações comparativas entre um grupo de duas cooperativas que mais se pareçam competitivamente do ponto de vista econômicofinanceiro e dessas com a maior dis tância com outro grupo de cooperativas menos pare cidas Neste caso utilizouse o método de complete linkage ou do vizinho mais longe Os resultados advindos dessa mensuração mos trados na Figura 1 correspondem aos dados totais da amostra num período de análise de quatro anos A parecença apresentada inicialmente está entre as coo perativas Copagril e C Vale formando o grupo 1 com distância euclidiana igual a 1 Em seguida a coope rativa Lar com a Copacol formando o grupo 2 com distância igual a 8 Posteriormente o grupo 2 mede distância com a Coopavel formando o grupo 3 com distância igual 17 Cumprida a função de comparar e classificar as coo perativas em estudo o gráfico dendograma permite fazer a afirmativa de que existe uma dissimilaridade significativa entre elas Este fato chama a atenção pois significa que as ações de gestão no que se referem à sus tentabilidade econômicofinanceira são díspares Essa técnica de agrupamento AA cumpriu sua função e não torna possível fazer nesse momento qualquer inferência sobre qual é a mais competitiva das cooperativas analisa das Para essa análise passase a utilizar outra técnica a de coeficiente de parecença que admite medir a com petitividade por meio da distância euclidiana simples 42 A determinação da distância competitiva e dissimilaridade Para ser possível a mensuração de distância com petitiva das cooperativas necessitase de padrões de referências Neste estudo adotouse a cooperativa RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 Uma Análise Comparativa da Competitividade Econômicofinanceira das Cooperativas Agroindustriais do Oeste do Paraná 102 Tabela 1 Distância euclidiana econômicofinanceira das cooperativas COOPERATIVAS 2011 2012 2013 2014 No Período COAMO BRF COAMO BRF COAMO BRF COAMO BRF COAMO BRF COPAGRIL 1677 1227 1911 1785 1864 2459 1702 2613 3812 4437 LAR 1708 1419 1714 1881 1230 1839 1575 2359 3376 4026 C VALE 1389 1408 1521 1740 1532 2241 1437 2477 3099 4280 COOPAVEL 2902 2433 2572 2712 2228 2800 2258 3036 5294 5703 COPACOL 1104 1050 1175 1264 0881 1490 0766 1739 2306 3024 Fonte Dados da pesquisa 2015 Coamo e a empresa BRF Nesse sentido estabeleceu se um coeficiente de parecença que mostrou as dissi milaridades entre o perfil competitivo da cooperativa em estudo que foi analisada comparativamente aos padrões estabelecidos Através da quantificação a análise será feita com base no valor obtido quanto maior mais distante e menos competitiva será a cooperativa conforme apre sentado na Tabela 1 Com os dados da Tabela 1 permitese a análise temporal da evolução de competitividade da coopera tiva em estudo por ano e durante todo o período dos últimos quatro anos Pela ordem da Tabela 1 o primeiro caso a Copagril em relação à Coamo apresenta uma piora de com petitividade de 2011 para 2012 que se recupera em seguida obtendo melhora em 2013 e 2014 no período ela alcança de distância 3812 Quando a mesma toma como referência a empresa BRF tem piora constante alcançando distância no período de 4437 Por sua vez a cooperativa Lar em relação à Coamo vive uma inconstância perde competitividade de 2011 para 2012 volta a melhorar em 2013 mas perde nova mente em 2014 alcançando distância no período de 3376 Na sua relação com a empresa BRF ela vai per dendo competitividade com exceção de 2013 quando teve leve recuperação em relação ao ano anterior No período alcança distância de 4026 Quanto à cooperativa C Vale esta vai perdendo competitividade em relação à Coamo de 2011 a 2013 ganhando em 2014 Alcançou distância igual a 3099 Quando submetida à referência com à BRF a C Vale piora durante todo o período chegando a uma distân cia igual a 4280 Tomando a Coopavel como análise ela melhora sua competitividade no período de 2011 a 2012 em rela ção à Coamo mas em 2013 e 2014 perde obtendo dis tância igual a 5294 No comparativo com a BRF ela vai perdendo competitividade ao longo de todo o perí odo alcançando distância igual a 5703 Na última análise à Copacol quando referenciada com à Coamo apresenta pequena perda de competi tividade de 2011 para 2012 recuperandose bem em 2013 e melhor ainda em 2014 com distância nessa rela ção igual a 2306 No comparativo com a BRF vai per dendo competitividade ao longo de todo o período e chega com distância nessa relação igual a 3024 Quando se utiliza a visualização gráfica fica mais fácil e rápido perceber as relações dos dados analisados a partir da Tabela 1 conforme se apresenta na Figura 2 Com os resultados apresentados na Figura 2 pode se afirmar que a cooperativa Copacol tem o melhor perfil de sustentabilidade econômicofinanceiro com a melhor competitividade das cooperativas em estudo com relação aos dois padrões competitivos adotados Cabe ressaltar porém que ela é mais competitiva em relação à Coamo do que à BRF Em seguida apresentase a cooperativa CVale em segundo lugar geral no entanto na relação com a BRF ela perde posição para a Lar ficando em terceiro lugar mas recuperase em relação à Coamo Em terceiro lugar geral apresentase a cooperativa LAR mais competitiva do que a CVale em relação à BRF ficando em segundo lugar Porém quando sub metida à comparação com a Coamo fica mais dissimi lar assumindo o terceiro lugar A Copagril aparece em quarto lugar geral compa rada com as referências Coamo e BRF A cooperativa menos competitiva aos dois padrões estabelecidos dentre as cinco estudadas é a Coopavel porém ela é mais competitiva em relação à Coamo do que no comparativo com a BRF Paulo César da Silva Ilha Carlos Alberto Piacenti e Edison Luiz Leismann RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 103 Figura 2 Dissimilaridade econômicofinanceira das cooperativas 35 3 25 2 15 1 05 0 COAMO 2011 2012 2013 2014 BRF COAMO BRF COAMO BRF COAMO BRF COOPAVEL COPAGRIL LAR C VALE COPACOL Fonte Dados da pesquisa 2015 5 Conclusões Diante das informações produzidas a partir dos dados pesquisados com base no perfil econômico financeiro apresentase a análise comparativa de competitividade das cooperativas agroindustriais do oeste do Paraná A Copacol apresentouse dentre as demais coope rativas estudadas com a melhor sustentabilidade eco nômicofinanceira portanto a mais competitiva em relação aos padrões estabelecidos alcançando a menor distância euclidiana simples com a cooperativa Coamo e na relação com a empresa BRF O que fez da cooperativa Copacol a mais compe titiva foi o desenvolvimento de estratégias que gera ram capacidade de apresentar eficiência na maioria das variáveis econômicas e financeiras analisadas como na capacidade de geração de Receitas Líquidas no uso de seu Ativo Total também destacase na relação do uso eficiente de Capital de Terceiros para fazer frente às suas dívidas DC uma relação boa entre as médias ponderadas de uso de capitais WACC destaque tam bém sobre as Taxas de Retornos sobre Vendas em que tem o melhor retorno sobraslucros líquido sobre seu faturamento também nos seus Índices de Liquidez Corrente Seca Imediata e Geral que medem a capa cidade da cooperativa em honrar seus compromissos à medida que eles forem vencendo E por fim no menor índice de Endividamento Geral que é a sua capaci dade de geração de sobras lucros como o menor uso de capitais de terceiros Por sua vez o que está impedindo que a cooperativa Copacol tenha ainda mais competitividade em relação às demais cooperativas estudadas e a própria BRF con sequentemente aproximese mais da Coamo foi a des truição do Capital de seus cooperados EVA Relativo no baixo retorno sobre seus Ativos também chamado de retorno sobre o investimento da empresa que mede a eficiência global da administração na geração de resultados sobraslucros usando seus ativos disponí veis baixos retornos sobre o Patrimônio Líquido que mede o retorno obtido sobre os investimentos dos pro prietários na empresa e por fim no seu Endividamento de Curto Prazo ou seja a maior parte de seu endivida mento está no curto prazo e não no longo A cooperativa C Vale apresentouse em segundo lugar geral mas quando comparada com a BRF per deu a posição para a Lar No somatório geral conseguiu se recuperar e assume essa posição Neste caso o que tem a seu favor na análise econômica é um bom Giro do Ativo uma boa relação das dívidas com suas capi talizações DC e uma boa média ponderada de seus capitais WACC Nos aspectos financeiros uma ótima Liquidez Geral uma boa Liquidez Corrente Seca Imediata um bom índice de Endividamento Geral e de Sustentabilidade do Endividamento Os aspectos que a tornaram com baixa competi tividade foram principalmente as Taxas de Retorno RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 Uma Análise Comparativa da Competitividade Econômicofinanceira das Cooperativas Agroindustriais do Oeste do Paraná 104 tanto em Vendas como do Ativo e sobre o Patrimônio Líquido Também possui situação ruim em relação aos prazos de suas dívidas que estão bastante carregadas no curto prazo gerando relação baixa de dívidas no longo prazo E por fim a C Vale também se apresenta destruindo o Capital de seus cooperados A cooperativa Lar alcançou o terceiro lugar geral e o segundo lugar relativo comparada com a BRF Dentre as variáveis favoráveis à esta posição estão principalmente os seus índices de Endividamento tanto de curto e longo prazos como também sua Sustentabilidade do Endividamento que fez dela a mais competitiva das cinco Também apresentou boa Liquidez Corrente Seca Imediata e Geral e Taxa de Retorno sobre as Vendas e sobre o Patrimônio Líquido O que a fez perder competitividade para a Copacol e para as empresas referências foi a sua situação econô mica ou seja baixo Giro do Ativo uma relação ruim das suas dívidas com as capitalizações DC uma rela ção ruim entre as médias ponderadas de uso de capitais WACC com índice desfavorável de Endividamento Geral e principalmente ela foi a que mais destruiu o Capital de seus cooperados A cooperativa Copagril apresentouse em quarto lugar no comparativo com a Coamo e com a BRF razão pela qual apresentou favoravelmente boas Taxas de Retornos Vendas Ativo e Patrimônio Líquido boa Liquidez Corrente Seca Imediata e Geral e boa situ ação em relação ao seu Giro do Ativo suas dívidas em relação à capitalização DC boa relação em suas médias ponderadas de capitais WACC Os aspectos que a colocaram em quarto lugar den tre as demais e comprometeu sua competitividade com as empresas referências foram os problemas de Endividamento Geral de Curto e Longo Prazo sua Sustentabilidade do Endividamento e finalmente também foi destruidora de Capital de seus cooperados Com o pior resultado no comparativo com as outras quatro cooperativas estudadas apareceu a coo perativa Coopavel que teve a seu favor um bom Giro do Ativo uma boa Taxa de Retorno sobre o Ativo e sobre o Patrimônio Líquido e na agregação de valor ao Capital de seus cooperados em 2012 2013 e 2014 alcançando saldo positivo de agregação no período analisado O que prejudicou a Coopavel foi uma relação ruim de suas dívidas com a capitalização DC uma média ponderada ruim do uso de capitais WACC Taxas de Retorno sobre Vendas ruins todos os índi ces de Liquidez Corrente Seca Imediata e Geral muito ruins e também os Endividamentos Geral Curto Prazo e Longo Prazo e sua Sustentabilidade de Endividamento Destarte afirmase também que existiu uma rela ção significativa de dissimilaridades de ações entre as cooperativas estudadas pois quando os dados foram submetidos à análise de agrupamento dendograma houve uma distância significativa entre os grupos similares Distância igual a 24 apresentada entre o grupo 1 CopagrilCVale ao grupo 4 Coopavel Isto pode demonstrar que as ações das cooperativas coir mãs situadas em regiões similares geográfica social cultural econômica e politicamente são díspares ou seja não praticam ações suficientes de cooperações que venham a fortalecer a competitividade econô micofinanceira do sistema cooperativo agroindustrial exportador em estudo E finalmente afirmase que houve a assertiva dos autores da pesquisa quando determinaram alea toriamente como padrões de referências a cooperativa Coamo e a empresa BRF pois nenhuma cooperativa estudada igualouse distância euclidiana simples igual a zero aos padrões estabelecidos O fato de a coope rativa mais competitiva neste perfil apresentado ser a Copacol e esta apresentar distância euclidiana simples significativa no período de quatro anos de 2306 com a cooperativa Coamo e de 3024 com a empresa BRF revelou baixa competitividade econômicofinanceira das cooperativas estudadas no oeste do Paraná Sugerese que novas pesquisas sejam realizadas com as cooperativas agroindustriais abordando a competitividade a partir de variáveis internas envol vendo as estruturas de mercado produção e o uso de tecnologia procurando identificar similaridades nos usos por exemplo de tecnologia intensidade de capital inovação de processos ou na participação de mercados eficiência em vendas crescimento das exportações e outros 6 Referências ASSAF NETO A e LIMA F G Administração financeira 2 ed São Paulo Atlas 2011 BIALOSKORSKI NETO S Governança e perspectivas do cooperativismo Revista Preços Agrícolas ESALQ Piracicaba abr 1999 p 122 Paulo César da Silva Ilha Carlos Alberto Piacenti e Edison Luiz Leismann RESR PiracicabaSP Vol 56 Nº 01 p 091106 JanMar 2018 Impressa em Abril de 2018 105 Economia e gestão de organizações cooperativas São Paulo Atlas 2012 BRASIL Lei nº 5764 de 16 de dezembro de 1971 Define a política nacional de cooperativismo institui o regime jurídico das sociedades cooperativas e dá outras providências Disponível em httpwwwplanalto govbr Acesso em 20 jun 2014 BRF BRASIL FOODS Disponível em httpwww brfcombr Acesso em 20 mar 2015 BRIGHAM E F e HOUSTON J F Fundamentos da moderna administração financeira Trad de Maria Ilmida da Costa e Silva Rio de Janeiro Campus 1999 BUSSAB W O MIAZAKI S E e ANDRADE D F Introdução à análise de agrupamento 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