·
Cursos Gerais ·
Desenvolvimento Econômico
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
14
Cooperativas Agroindustriais no Oeste do Paraná Análise da Dinâmica Econômica e Localizações Produtivas
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
12
Cooperativismo, Empoderamento Feminino e Transição Geracional no Oeste do Paraná: Um Estudo de Caso na Lar Cooperativa Agroindustrial
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
16
Análise Comparativa da Competitividade Econômico-Financeira das Cooperativas Agroindustriais do Oeste do Paraná
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
1
Resumo Expandido - Dinamica Economica e Localizacoes Produtivas no Oeste do Parana
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
10
Cooperativismo e Desenvolvimento no Oeste do Paraná: O caso da C Vale na Região de Palotina
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
18
Análise do Crescimento Econômico no Oeste do Paraná a partir de Indicadores Regionais
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
20
A Mecânica da Localização da Atividade Econômica
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
1
Trabalho
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
3
Escrita e Reflexão
Desenvolvimento Econômico
ESTACIO
49
Fub Resolvida Economia
Desenvolvimento Econômico
UMG
Preview text
ELAINE PIRES VENANCIO O DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PARANÁ CURITIBA 2004 ELAINE PIRES VENANCIO O DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PARANÁ Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas Setor de Ciências Sociais Aplicadas Universidade Federal do Paraná Orientadora Profa Denise Maria Maia CURITIBA 2004 AGRADECIMENTOS À Deus pela força concedida para continuar a caminhada À minha família em especial aos meus pais pela oportunidade oferecida e por tudo que conquistei até aqui À professora Denise Maria Maia pela dedicação e orientação Aos meus amigos pelo apoio e compreensão À todos aqueles que de alguma maneira contribuíram para a realização de mais uma etapa da minha vida ii TERMO DE APROVAÇÃO ELAINE PIRES VENANCIO O DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PARANÁ Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel no Curso de Ciências Econômicas Setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná pela seguinte banca examinadora Orientadora OMÃAÁ Profa Denise Maria Maia Departamento de Economia UFPR Profa Angela Welters Departamento de Economia UFPR Prof Pulquerio gueireao Bittencour Departamento de Economia UFPR Curitiba 02 de Março de 2004 111 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS v LISTA DE SIGLAS vi RESUMO vii 1 INTRODUÇÃO 01 2 COOPERATIVISMO 03 21 DEFINIÇÃO PRINCÍPIOS E A DOUTRINA COOPERATIVISTA 03 22 CLASSIFICAÇÃO DAS COOPERATIVAS 08 23 COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO 10 3 COOPERATIVISMO NO BRASIL 11 31 INDICADORES DO NÍVEL DE ATIVIDADE AGROPECUÁRIA 11 32 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA 12 4 O DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PARANÁ 16 41 A ECONOMIA PARANAENSE 16 42 O COOPERATIVISMO NO PARANÁ E O PAPEL DO ESTADO 20 43 AS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS PARANAENSES NAS ÚLTIMAS DÉCADAS 22 5 CONCLUSÃO 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29 ANEXO 31 iv LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS TABELA 1 Cooperativas no Brasil Filiadas à OCB 2002 14 TABELA 2 Participação das Cooperativas na produção do Paraná 2002 17 TABELA 3 Cooperativas Paranaenses Filiadas à Ocepar 2002 18 TABELA 4 Maiores Cooperativas Agropecuárias do Estado Paraná Receita do Ano 2000 24 GRÁFICO 1 Comparativo das Cooperativas por Região 2002 15 GRÁFICO 2 Representatividade das Cooperativas no Paraná por Ramo 2002 19 v LISTA DE SIGLAS ACARPA ACI BNCC BRDE CFP CNA COODETEC DAC EMATER E VIBRA PA FRENCOOP IAPAR INCRA NORCOOP OCA OCB OCEPAR PIC PRODECOOP SAAC SEESCOOP SULCOOP Associação dos Cafeicultores da Região do Patrocínio Aliança Cooperativa Internacional Banco Nacional de Crédito Cooperativo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul Comissão de Financiamento da Produção Confederação Nacional da Agricultura Cooperativa Central Agropecuária de Desenvolv Tecnológico e Econômico Ltda Departamento de Assistência ao Cooperativismo Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Frente Parlamentar do Cooperativismo Instituto Agronômico do Paraná Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Projeto Norte de Cooperativismo Organização das Cooperativas da América Organização das Cooperativas Brasileiras Organização das Cooperativas do Paraná Projeto Iguaçú de Cooperativismo Programa de Desenvolv de InfraEstrutura Cooperativista Serviço de Acompanham Auto Gestão de Cooperativas Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo Projeto Sul de Cooperativismo v i RESUMO O presente trabalho tem por objetivo apresentar o processo do desenvolvimento cooperativista no Estado do Paraná Para tanto propõese apresentar o que é o cooperativismo sua origem suas bases de pensamento expresso na ideologia cooperativa de Rochdale sua classificação usual destacando o setor cooperativo agropecuário no Brasil para então analisar o cooperativismo agropecuário no Paraná O cooperativismo agropecuário paranaense sempre apresentou bons resultados econômicos para o Estado uma vez que abre possibilidade de geração de trabalho e renda além de desenvolver social e economicamente a região onde é implantado O setor agropecuário o mais representativo economicamente apresentase como um agente interveniente do mecanismo de preços garantindo aos produtores agropecuários a viabilidade econômica de suas atividades além de eliminar a figura do intermediário no processo de comercializaçãoO cooperativismo paranaense conseguiu superar as dificuldades impostas pelo mercado mesmo sem abandonar totalmente seus princípios e sua doutrina esta prosperidade deuse justamente pela forma de organização da sociedade em cooperativas as cooperativas agropecuárias paranaense conquistaram espaço no mercado e aprenderam com novas estratégias de sobrevivência superar a concorrência das empresas de capital privado vii 1 INTRODUÇÃO Este trabalho visa apresentar o processo do desenvolvimento cooperativista no Estado do Paraná com ênfase no cooperativismo agropecuário deste Estado No cooperativismo estão contidos ideais econômicos e sociais o sucesso do ideal econômico está diretamente ligado a uma boa administração a qual possibilitará a realização dos ideais sociais Para isso no capítulo 2 deste trabalho será apresentado a definição os princípios e a doutrina cooperativista bem como a classificação das cooperativas e a importância do cooperativismo agropecuário Trataremos no capítulo 3 da importância do cooperativismo no Brasil e sua evolução pois as sociedades cooperativas atuam como um agente interveniente do mecanismo de preços no mercado garantindo aos cooperados segurança quanto à comercialização de sua produção eou prestação de serviços e por ser uma sociedade sem finalidade lucrativo todas as possíveis sobras são aplicadas em prol da sociedade Vale ressaltar que o fato de haver uma cooperativa em determinada região faz com que haja externalidades positivas no controle dos níveis de preços As transformações pelas quais a economia mundial passou nas últimas décadas e a internacionalização do capital geraram o fenômeno da globalização Como conseqüência mudaram as regras do cenário econômico forçando as empresas a estarem melhor preparadas para sobreviver com estratégias eficientes no ambiente em que atuam com tecnologia estratégias de marketing formação de alianças cooperação empresarial e até mesmo fusões na busca de vantagens competitivas dentre muitas outras necessárias para se alcançar o grau de competitividade requerido pela concorrência dos mercados 2 As cooperativas vêm procurando dar sustentação à atividade fim em bases dinâmicas e inovadoras capazes de manter o associado no desenvolvimento das atividades estando conscientes de que isto somente será possível com a expansão de uma economia moderna que possibilite a agregação de valores e maior possibilidade de retorno aos cooperados Com a integração das cooperativas organizase também a produção de bens e ou serviços e possibilitase a redução dos custos aos agentes de comercialização aumentando também a eficiência dos mecanismos de arrecadação tributária As cooperativas competem visando a sobrevivência corporativa da empresa para isto com o beneficiamento pela Constituição Federal o cooperativismo é incentivado através da isenção de impostos e contribuições sociais específicas esse assunto é tratado no capítulo 4 deste trabalho com o desenvolvimento do cooperativismo no Estado do Paraná relatando o papel do Estado junto às cooperativas Procurase mostrar que a cooperativa encontrase no eterno dilema entre preservar seus princípios históricos ideológicos ou entender que por estar em uma economia de mercado capitalista deve integrarse e prepararse para a competição Dentro dessa perspectiva a cooperativa é uma alternativa para viabilidade social e econômica permitindo o desenvolvimento da região e melhoria do poder aquisitivo da população 5 2 COOPERATIVISMO 21 DEFINIÇÃO PRINCÍPIOS E A DOUTRINA COOPERATIVISTA O cooperativismo foi na realidade constituído pelo sofrimento das classes trabalhadoras ante as conseqüências do liberalismo econômico descomedido do início do século XIX Neste contexto as cooperativas surgiram simultaneamente da utopia e do desejo da massa trabalhadora de superar a miséria pelos seus próprios meios através do auxílio mútuo Dada a importância e a eficiência das cooperativas na modernização das estruturas econômicas e sociais dos países em desenvolvimento a difusão dos mais diversos tipos de cooperativas agrícolas industriais de consumo de crédito de trabalho de habitação de educação entre outras em países de diferentes estruturas econômicas sociais e políticas implica em muitos casos em adaptação modificação ou mesmo abandono de alguns princípios da doutrina cooperativa A reunião de interesses individuais para atingir objetivos comuns são argumentos que motivaram a criação de cooperativas A doutrina cooperativa surgiu no século XIX em oposição às conseqüências da doutrina liberal e individualista propôsse inicialmente não apenas corrigir as injustiças sociais decorrentes do meio competitivo do liberalismo econômico desbragado como também prestar serviços Assim segundo PINHO 1966 o consumidor é a um tempo o elemento principal do instrumento de reforma da sociedade a cooperativa e o fim precípuo da doutrina A doutrina que deu base teórica às realizações cooperativistas constitui o cooperativismo Na definição de PINHO 1966 a terminologia de cooperativas e cooperativismo é a seguinte cooperativas no sentido de sociedades de pessoas organizadas em bases democráticas que visam não só a suprir seus membros de bens e serviços como também a realizar determinados 4 programas educativos e sociais cooperativismo no sentido de doutrina que tem por objetivo a correção do social pelo econômico através de associações de fim predominantemente econômico ou seja as cooperativas O compêndio da OCEPAR1 define a cooperativa da seguinte forma A Cooperativa é um empreendimento de pessoas unidas voluntariamente para satisfazer suas necessidades e aspirações econômicas sociais e culturais comuns através de uma pessoa jurídica pertencente a todas e democraticamente controlada As cooperativas atuam no mundo econômico e de sua atuação surgem derivações e direitos O cooperativismo teve início na Inglaterra no século XIX com os pioneiros de Rochdale quando então foi criada a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale uma sociedade de consumo surgida na cidade inglesa de Rochdale em 28101844 com 28 associados que em 1852 se transformou em Cooperativa Consistiu basicamente da união de tecelões que anteriormente constituíram uma poupança comunitária para aquisição de bens de consumo em maior escala com preço diferenciado para divisão em comum com o propósito de encontrar um meio para melhorar sua precária situação econômica Esta experiência é reconhecida como o marco histórico do cooperativismo no mundo BULGARELLI 1965 p 22 Somente em 1852 foi sancionada a primeira lei que concedeu personalidade jurídica e responsabilidade às sociedades cooperativas a qual o francês Charles Gide2 chamou de a primeira carta fundamental da cooperação que outorgou a consagração legal às sociedades cooperativas que até então careciam de garantias e OCEPAR O cooperativismo do Paraná no terceiro milênio2 ed Paraná 2001 p07 2 O mais destacado líder do cooperativismo de consumo quem moldou os conceitos que lideraram o cooperativismo mundial um cooperativista liberal um personagem de elevada estrutura intelectual professor de Economia Política no Colégio da França Professor honorário da Faculdade de Direito de Paris e representante do cooperativismo francês em vários congressos da ACI além de autor de várias obras sobre cooperativismo 5 de personalidades civis e cujos bens podiam ter sido despojados pelo primeiro associado que assim o tivesse querido CARNEIRO 1981 p89 Este movimento foi precedido por vários outros movimentos como os chamados Socialistas Utópicos representados por Roberto Owen que em 1835 iniciou um projeto com objetivo de internacionalizar o sistema criando a Associação de todas as classes de todas as nações que sugeria a constituição de uma cooperativa central com sucursais em todas as partes do mundo O princípio cooperativista tem origem no momento em que se encontram o social e o econômico gestão democrática e retorno só podem sob pena de se intermediar ser alcançados através do trabalho e pela relação do existêncialsocial3 E quando o fazem geram o princípio que é o apanágio de uma cooperação entre homens conforme postulara Robert Owen em seus escritos CARNEIRO 1981 p57 Na Alemanha Schulze Delitsch e Raiffeisen constituíram as primeiras cooperativas de crédito na Escócia e em vários outros países foram sendo organizadas uniões federações e confederações de cooperativas que criaram as condições para articulação da constituição de uma entidade internacional representativa do cooperativismo O maior êxito de Schylze Delitsch foi a organização de bancos populares especialmente entre os artesãos que não conseguiam obter crédito a juros reduzidos pois para ele somente a associação pode elevar o nível da sociedade 3 É inquestionável que o princípio cooperativo como a doutrina nasceu de Robert Owen por duas razões essenciais a primeira foi a concepção de uma nova forma social de vida baseada no trabalho e na sua distribuição e a segunda foi a tentativa de organizar esse princípio como um sistema definido por uma palavra criada por ele com o nome de COOPERATION esta deveria ser formada por um comportamento social não importa muito qual fosse a forma porque somente os próprios condicionamentos como ele adiantou de sentimentos e sensações poderiam determiná la 6 Inspirados em Schulze e Raiffeisen de 1848 à 1883 destacaramse na Itália Luzzatti Haas e Wollemborg inspiraramse em cooperativas de crédito de diversos países mas sempre procurando adaptáas às novas condições econômico sociais Em 1895 houve a criação da Aliança Cooperativa Internacional ACI em Londres por ocasião da realização do Io Congresso Internacional de Cooperativismo como órgão de cúpula do cooperativismo mundial cuja sede hoje é em Genebra Suíça Em 1963 foi criada a Organização das Cooperativas da América OCA como organismo de integração representação e defesa dos países da América Em 1969 quando foi realizado o IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo em Belo Horizonte decidiuse pela fusão da Associação Brasileira de Cooperativismo e da União Nacional do Cooperativismo e portanto pela existência de apenas uma entidade de representação do cooperativismo no Brasil OCB a Organização das Cooperativas Brasileiras A maior contribuição da cooperativa de Rochdale foi unir sistematizar e por em prática efetivamente as regras hoje universalmente adotadas pelo cooperativismo de todos os tipos que foram em sua maioria criadas pelos seus precursores Os princípios são expressos em diversas ações que no conjunto definem a doutrina cooperativista conforme define a OCEPAR S De livre adesão A cooperação é um ato voluntário aberta a todas as pessoas sem discriminações de sexo classes sociais raciais políticas ou religiosas S Controle democrático As cooperativas são controladas pelos seus membros que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões 7 S Participação econômica dos membros os membros contribuem equitativamente para a formação do capital das suas cooperativas e controlam no democraticamente S Desenvolvimento do ensino As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros de forma que estes possam contribuir eficazmente para o desenvolvimento das suas cooperativas S A qualificação do voto é igualitária e cada associado da cooperativa corresponde a um voto independente do capital que possuir Um homem um voto S Intercooperação As cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo através das estruturas locais regionais nacionais e internacionais S Interesse pela comunidade As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades O grande mérito do cooperativismo advém do fato de ser um movimento comunitário de base calcado nos dons natos do homem de solidariedade fraternidade e respeito recíproco O cooperativismo por livre e espontânea vontade organizase democraticamente em sociedades de pessoas na busca da satisfação de necessidades comuns através da prática da cooperação e da mutualidade buscando o aprimoramento social sem desajustes e conflitos de classes PINHO em o Manual de Cooperativismo destaca esta relação de comunitarismo de base da seguinte forma por meio da associação a sociedade moderna organiza sua iniciativa para exercer eficaz ação em todas as esferas da vida nas quais o Estado com todo o seu poder não pode chegar A associação nos ensina governar por nós mesmos a vida privada e a vida pública em sua escola o indivíduo se prepara para trabalhar pelo bem geral da comunidade a que pertence PINHO 1997 p 45 8 22 CLASSIFICAÇÃO DAS COOPERATIVAS Conforme a classificação descrita por IRION 1997 em seu trabalho Cooperativismo e Economia Social a estrutura do sistema cooperativista é composto na sua base pelas cooperativas formadas por pessoas denominadas na Lei atual de cooperativas singulares e que podem ser chamadas de cooperativas basilares ou cooperativas de base por sua posição no estrato inferior do sistema e por serem elas as unidades fundamentais dos negócios cooperativos Pelo nível em que ocupam as cooperativas basilares são classificadas como cooperativas de primeiro grau O estrato intermediário é composto por cooperativas que se originam da associação de três ou mais cooperativas do primeiro grau compreendendo dois tipos as federações de cooperativas e as centrais de cooperativas classificadas como cooperativas de segundo grau o ápice do sistema estratificado compreende as confederações de cooperativas resultado da associação de três ou mais cooperativas do segundo grau consideradas cooperativas de terceiro grau Devido à diversidade de tipos de cooperativas a classificação pode ser distribuída quanto à posse dos meios de produção quanto ao setor de atuação na economia quanto ao tempo de duração ou ao meio social de operação Quanto ao ramo de produção as cooperativa estão assim distribuídas segundo dados da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná OCEPAR S Agropecuário Cooperativas de produtores rurais ou agropastoris e de pesca cujos meios de produção pertençam ao cooperado S Consumo Cooperativas destinadas à compra em comum de artigos de consumo para os cooperados S Crédito Cooperativas destinadas a promover a poupança e financiar necessidades ou empreendimentos dos seus cooperados 9 S Educacional Cooperativas de professores de alunos de escola grícola de pais de alunos e cooperativas de atividades afins S Especial Cooperativas constituídas por pessoas que precisam ser tuteladas S Habitacional Cooperativas destinada à construção manutenção e administração de conjuntos habitacionais para seu quadro social S Mineral Cooperativas com finalidade de pesquisar extrair lavrar industrializar comercializar importar e exportar produtos minerais S Produção Cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens ou mercadorias sendo os meios de produção propriedade coletiva através de pessoa jurídica e não propriedade individual do cooperado S Saúde Cooperativas que se dedicam à preservação e recuperação da saúde humana S Infraestrutura Cooperativas cuja finalidade é atender direta e prioritariamente o próprio quadro social com serviços de infraestrutura S Trabalho Cooperativa de trabalhadores de qualquer categoria profissional para prestar serviços como autônomos organizados num empreendimento próprio S Turismo e Lazer Cooperativas que desenvolvem atividades na área do turismo e lazer S Outras Cooperativa que não se enquadram nos segmentos acima definidos 10 23 O COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO As cooperativas são consideradas verdadeiros agentes econômicosocial difusoras de tecnologias e implementadoras de políticas desenvolvimentistas que agem como elo de ligação entre o produtor rural e o governo Isso ocorreu com a difusão do crédito rural da armazenagem do manejo e conservação do solo no manejo integrado de pragas no assentamento de agricultores na viabilização da comercialização nos programas Prórural Paraná Rural e tantos outros A integração entre Estado e cooperativa permitiu ao governo a implementação de ações no campo agrárioCom a integração dos produtores em cooperativas organizouse também a produção e com isso reduziramse os agentes de comercialização aumentando a eficiência dos mecanismos de arrecadação tributária do Estado o que torna as cooperativas importantes instrumentos na execução da política fiscal do governo Dentro deste contexto existe atualmente uma grande diversidade de cooperativas operando com praticamente todos os produtores agrícolas São também pioneiras na implantação de novas culturas e projetos O setor cooperativista representa hoje uma grande potencialidade de organização da classe produtora que possui dois aspectos quantitativoheterogêneo uma vez que nele se encontram tanto pequenos e médios produtores como representantes dos grandes produtores ou latifundiários além do aspecto quantitativoqualitativo de seus associados O cooperativismo agrícola representa expressiva participação na produção primária do país e na comercialização de insumos As cooperativas dão sustentação à atividade agropecuária em bases dinâmicas e inovadoras capazes de manter o produtor rural na atividade consciente de que isto somente será possível com a expansão de uma economia moderna que possibilite maior retorno aos agricultores 11 3 O COOPERATIVISMO NO BRASIL No Brasil o cooperativismo chegou através dos imigrantes europeus e asiáticos com as correntes migratórias estabelecidas entre o final do século XIX e o início do século XX Destacamse como precursores da difusão do cooperativismo no Brasil Carlos Alberto Menezes Joaquim Inácio Tosta Wenceslau Belo e Cristiano Cruz que defendiam as associações cooperativas e sindicais bem como identificavam as cooperativas às sociedades anônimas conforme estudo realizado por MARANDOLA E RODRIGUES 1988 Entre as cooperativas fundadas nesta época destacaramse as cooperativas de consumo em São Paulo enquanto as cooperativas de crédito surgiram no Rio Grande do Sul fruto da experiência dos imigrantes alemães Para estes autores as entidades eram implantadas com raras exceções para servir como meio de defesa dos imigrantes contra as hostilidades apresentadas no habitat onde geralmente os estrangeiros sofriam a exploração social e econômica por parte das populações mais antigas 31 INDICADORES DO NÍVEL DE ATIVIDADE AGROPECUÁRIA Os dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil CNA revelam que o cooperativismo brasileiro é uma importante força econômica no país composto por 7026 cooperativas singulares dos diversos ramos com 4779 milhões de cooperados gerando de forma direta cerca de 176 mil empregos As cooperativas são responsáveis por um volume de transações econômicas equivalente a 6 PIB Produto Interno Bruto As principais cooperativas do ponto de vista econômico estão no setor agropecuário o ramo do cooperativismo agropecuário é representado por 1624 12 cooperativas com 865494 mil cooperados e mais de 108273 mil empregos diretos segundo dados fornecidos pela OCB em Dez2002 Segundo estudos da CNA o Brasil com 8511965 km2 é o maior Pais do continente sulamericano e o quinto maior do mundo na produção agrícola Por apresentar condições climáticas favoráveis à atividade agrícola esta longa extensão territorial permite o cultivo de produtos agrícolas de clima temperado além de expressiva produção de clima tropical O PIB da agropecuária em 2002 atingiu R 10466 bilhões participando com 9 do PIB do Brasil 32 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA A agroindustrialização surge como conseqüência da organização da produção e também como forma de transferir maiores benefícios ao produtor rural associado No Paraná a agroindustrialização teve suas raízes fundadas nas atividades extrativas da madeira e da ervamate com o desenvolvimento da economia cafeeira no Estado O movimento cooperativista se difundiu sobre as novas fronteiras agrícolas e a agroindustrialização da soja trouxe às cooperativas uma experiência bastante positiva uma vez que elas passaram a participar da parcela significativa do mercado antes dominado pelas grandes empresas O mesmo ocorreu com a agroindustrialização do milho do algodão do álcool e diversos outros setores como o de carnes e laticínios Com o desenvolvimento do agronegócio as cooperativas tiveram bons resultados produtivos e econômicos esta nova experiência forçou as cooperativas a se estruturarem para sobreviver num meio adverso trazendo resultados significativos em termos empresariais e de diversificação e modernização de suas atividades Desta forma as cooperativas passaram a abrir o leque de produtos 13 industrializados a par da modernização do parque industrial capaz hoje de concorrer com ganhos de qualidade no mercado Cooperativismo e Agroindústria no Paraná OCEPAR 1986 Em função das características da atividade agroindustrial e do seu próprio desempenho as cooperativas passaram a concorrer com empresas capitalistas que também se dedicam à comercialização de produtos agrícolas e por sua vez têm como objetivo primeiro o lucro e são na sua maioria descomprometidas com o aspecto social de seus clientes Este fato nos leva a crer que a simples ameaça que as empresas capitalistas representam em termos de mercado forçou as cooperativas a se distanciarem da doutrina que justificou a sua implantação A produção agrícola brasileira não pode ser dimensionada apenas pela sua safra de grãos Além da produção pecuária há também outros produtos agrícolas de grande significação econômica para o País como a laranja canadeaçúcar frutas e tubérculos Aproximadamente 20 do PIB do agronegócio brasileiro é exportado confirmando um perfil fortemente exportador o setor é responsável por 41 do total das exportações brasileiras conforme os dados da CNA Os dados da tabela 1 mostram que 7594 cooperativas estavam registradas na OCB até o ano de 2002 envolvendo 5258644 associados que participam com sua força corporativa e estão comprometidas em tese com a filosofia cooperativista 14 TABELA 1 Cooperativas no Brasil Filiadas à OCB 2002 Ramo N de Cooperativas N Associados Agropecuário 1624 865494 Consumo 170 1702387 Crédito 1066 1127955 Educação 301 73223 Especial 07 2035 Habitacional 313 73254 InfraEstrutura 184 567394 Mineral 40 51231 Produção 147 11094 Saúde 880 384215 Trabalho 2109 356089 Turismo e Lazer 10 263 Transporte 698 44010 TOTAL 7549 5258644 Fonte Núcleo do Banco de Dados da OCB Dezembro2002 A globalização da atual economia é representada pela concentração e pela hegemonia dos países Os grandes grupos estão passando por processos de fusões incorporação e aquisições de novas empresas As cooperativas também precisam estar ligadas a toda essa movimentação econômica visto que representam uma parcela dessa economia elas não podem prescindir de movimentar os grandes grupos principalmente as empresas agropecuárias que contribuem significativamente no setor agroindustrial do país pois desempenham um papel muito importante do ponto de vista social e econômico Destacase especialmente por responder diretamente a uma alternativa eficaz de organização da população frente à adversidade do ambiente econômico em decorrência das políticas macroeconômicas Conforme o gráfico 1 temos a representação do total de cooperativas por região sendo mais numerosa a região sudeste com 3155 mil cooperativas seguida pela nordeste 1728 ficando a região sul com a terceira colocação com 1273 cooperativas GRÁFICO 1 Comparativo das Cooperativas por Região 2002 3155 1273 CentroOeste Nordeste Norte Fonte Núcleo do Banco de Dados da OCB Dezembro2002 16 4 O DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PARANÁ 41 A ECONOMIA PARANAENSE O Paraná é um Estado privilegiado não só em aspectos naturais como também produtivos Segundo dados da OCEPAR a produtividade do Estado é de um quarto da produção de alimentos grãos do país Os agricultores garantem produtos puros de origem e qualidade insuperável através de uma ação consciente e preservacionista nas lavouras de soja milho trigo café algodão feijão arroz entremeadas com criações de bovinos suínos aves O perfil econômico do Paraná assemelhase ao dos países desenvolvidos Os dados da OCEPAR revelam que o setor de serviços lidera a economia do Estado e é responsável por mais de 60 do Produto Interno Bruto PIB em segundo lugar encontrase o setor industrial com participação de 255 seguido pela agropecuária com 126 sendo importante destacar que o agronegócio representa 27 do PIB O Paraná é um grande exportador de soja farelo óleo café milho fios de algodão e de seda carnes de aves de bovinos e de suínos onde os produtos industrializados no setor já representam metade do valor exportado As cooperativas agropecuárias representam cerca de 50 da economia agrícola do Estado do Paraná e participam de forma intensa em todo o processo de produção de beneficiamento armazenamento industrialização e comercialização OCEPAR 2002 A infraestrutura do Estado está organizada de forma a facilitar os investimentos no interior e na Capital dispondo de portos especializados estradas ferrovias aeroportos energia sistemas de comunicações e produção de matérias primas tornando o Paraná um Estado promissor e atraente para novos investimentos 17 As cooperativas agropecuárias do Paraná constituemse em importante elemento de implantação e difusão de inovações tecnológicas prestando assistência econômica e financeira a seus associados entendendose assistência entre outras coisas a remuneração feita aos produtores do campo o barateamento dos insumos e de outros produtos utilizados na lavoura a remuneração do capital social e a distribuição equitativa das eventuais sobras de final de exercício A produção agropecuária entregue às cooperativas pelos cooperados passam também por processos de industrialização através das diversas agroindústrias instaladas no setor cooperativo para posteriormente serem comercializadas permitindo dessa forma a agregação de valores à produção e maior rentabilidade aos cooperados Também merece destaque a diversificação dos produtos agropecuários recebidos pelas cooperativas pois operacionalizam com praticamente todos os principais produtos agrícolas da economia paranaense como demonstrado a seguir TABELA 2 Produção das Cooperativas no Estado do Paraná 2002 Produto P r o d u t o s P r o d u ç ã o d o E s t a d o e m t Participação das cooperativas Algodão em caroço 174854 701 Aveia 222405 211 Aves 1168000 215 Café Beneficiado 28299 484 Canadeaçúcar 27156281 219 Canola 6444 784 Cevada 76209 100 Laranja 302324 307 Leite in natura em 1000 1 1287000 702 Milho 12689549 386 Soja 8628469 615 Suínos 269000 425 Trigo 1840114 675 Fonte Núcleo do Banco de Dados da OCB Dezembro2002 18 Conforme tabela 3 mais de 245 mil cooperados integram as 193 cooperativas do Paraná registradas na Ocepar nos seus diferentes ramos TABELA 3 Cooperativas Paranaenses Filiadas à Ocepar 2002 Ramo N de Cooperativas N Associados Agropecuário 64 873984 Consumo 03 1900 Crédito 38 103614 Educacional 10 1811 Habitacional 02 152 InfraEstrutura eletrorural 10 8371 Saúde 34 28922 Trabalho 21 12047 Transporte 10 1553 Turismo 01 130 TOTAL 193 245884 Fonte Núcleo do Banco de Dados da Ocepar Dezembro2002 Em relação ao número de cooperados as duas categorias que se destacam são as cooperativas agropecuárias com 873984 oitocentos e setenta e três mil novecentos e oitenta e quatro cooperados e as de crédito com 103614 cento e três mil seiscentos e quatorze cooperados Isso demonstra a representatividade do setor agropecuário dominante na economia paranaense cooperativa As cooperativas agropecuárias respondem por 32 trinta e dois por cento da produção cooperativada paranaense o gráfico a seguir representa claramente a importância destas cooperativas para a nossa economia 19 GRÁFICO 2 Representatividade das Cooperativas do Paraná por Ramo 2002 18 Agropecuário Consumo Crédito Educacional Habitacional Infraestrutura Saúde Trabalho Transporte Turismo Fonte Núcleo do Banco de Dados da Ocepar Dezembro2002 20 42 COOPEPvATIVISMO NO PARANÁ E O PAPEL DO ESTADO Um dos primeiros movimentos marcados pela cooperação no Paraná surgiu no ano de 1829 com a chegada do primeiro grupo de imigrantes alemães que fundaram a Colônia Rio Negro A partir deste momento diversos movimentos embasados no espírito da cooperação surgiram até 1911 entre alguns dos mais de cem grupos de imigrantes aqui chegados Todavia o mais importante movimento précooperativista ocorreu entre os franceses que em 1847 fundaram a Colônia Thereza Cristina às margens às margens do Rio Ivaí hoje município de Cândido de Abreu OCEPAR 2003 Entre as experiências mais importantes realizadas no campo cooperativo destacase a da Colônia Cecília fundada em 1980 no município de PalmeiraPr idealizada pelo agrônomo Giovanni Rossi seguiramse vários outros movimentos de cooperação como a Associação Beneficiente 26 de Outubro fundada por ferroviários de Ponta Grossa em 1906 a fundação da Cooperativa Florestal Paranaense ocorreu em 1909 da reunião de indústrias madeireiras em 1912 temos a fundação da Colônia Muricy que em 1945 foi transformada em Cooperativa Mista Agropecuária São José Ltda Sob a liderança do ferroviário ucraniano Valentin Cuts surgiram outros movimentos cooperativistas como a Sociedade Cooperativa Svitlo Luz em Carazinho 1920 em União da Vitória e a Cooperativa Agrária de Consumo de Responsabilidade Ltda Liberdade em Vera Guarani município de Paulo Frontin surgida no ano de 1930 que foi a primeira cooperativa registrada conforme o DecretoLei 58138 tendo o registro sido feito no dia 19 de maio de 1942 recebendo o n 1 e no município de Cruz Machado houve a criação em 1920 da Sociedade Cooperativa de Comércio União Lavoura pelo Pe Teodoro Drapienski Como registro da próspera cooperativa fundada nesta região temos em 1925 a Sociedade Cooperativa Holandeza de Laticínios Batavo 21 fundada por 450 holandeses existente até hoje e considerada uma cooperativa exemplar Foi a partir de 1969 que o movimento cooperativista paranaense ganhou proporções com o início das discussões para a implantação dos projetos de integração desenvolvidos conjuntamente pela Associação dos Cafeicultores da Região do Patrocínio Acarpa pelo Departamento de Assistência ao Cooperativismo Dac e pelo Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária Incra com o apoio do Banco do Brasil BB Banco Regional de Desenvolvimento Econômico BRDE Banco Nacional de Crédito Cooperativo BNCC e da Comissão de Financiamento da Produção CFP O objetivo dos projetos foi rediscutir a forma de atuação das cooperativas pois alguns municípios tinham mais de uma cooperativa operando em concorrência o que as enfraquecia enquanto outros municípios não tinham nenhuma A agricultura paranaense a partir de 1970 intensificou seu processo de diversificação da produção e de modernização tecnológica fato que resultou num estreitamento das relações agriculturaindústria e na dependência da primeira em relação à segunda Esta dependência se deu principalmente em função das exigências da indústria no que se refere à padronização e qualidade dos produtos primários e da necessidade da agricultura fazer uso de insumos e equipamentos industriais modernos que conjugados com técnicas biológicas resultem num maior volume e numa melhor qualidade da produção Em abril de 1971 foi criada a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná como uma entidade de representação política das cooperativas paranaenses juntamente com o Centro de Pesquisas da OCEPAR com a responsabilidade pelo desenvolvimento tecnológico agropecuário e portanto encarregada pela busca de novas tecnologias para o aumento da produtividade e propiciar segurança e rentabilidade aos agricultores Desde então várias políticas foram implementadas a 22 fim de definir regulamentar e desenvolver o cooperativismo a nível estadual e nacional Em dezembro deste mesmo ano foi promulgada a Lei 5764 que definiu a Política Nacional do Cooperativismo instituindo o Regime Jurídico das Sociedades Cooperativas 43 AS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS PARANAENSES NAS ÚLTIMAS DÉCADAS Durante as três últimas décadas foi implantado o Plano Integrado sob a égide de três projetos específicos PIC Projeto Iguaçu de Cooperativismo NORCOOP Projeto de Cooperativismo Norte do Paraná e SULCOOP Projeto Centro Sul de Cooperativismo criados respectivamente em 1970 1974 e 1976 com o objetivo de reorganizar as cooperativas do Paraná4 Após 20 anos da implantação destes projetos foi reinstalada a Frente Parlamentar do Cooperativismo Frencoop no Congresso Nacional que reunia senadores e deputados federais em defesa do cooperativismo brasileiro Com o passar do tempo a necessidade da instrução para os associados levou a autorização em 1998 para a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Sescoop que veio a ser implantado no Paraná somente no ano seguinte O cooperativismo paranaense realizou uma experiência altamente positiva pioneira no Brasil no que concerne ao desatrelamento do Estado conseguindo superar possível ingerência estatal nas cooperativas Após ampla discussão entre governo e entidades de representação e cooperativas foi implantado o Projeto Piloto de Autoflscalização que permitiu alicerçar os primeiros passos rumo à 4 Cooperativismo e Agroindústria no Paraná Organização das Cooperativas do Estado do Paraná CtbaPr 1986 pág 09 23 autogestão das cooperativas no Paraná com objetivos específicos de orientação na constituição e registro de cooperativas acompanhamento de desempenho educação capacitação e reciclagem organização dos cooperados comunicação e integração OCEPAR 2003 No ano de 2000 foi aprovado o planejamento estratégico das cooperativas paranaenses o Plano Paraná Cooperativo 2000 baseado na situação econômica do sistema nas tendências do mercado interno e externo e no potencial de crescimento Como resultado do esforço integrado de dezenas de lideranças foram traçadas diretrizes de médio e longo prazo para orientação dos investimentos Diante do crescimento acelerado do número novas cooperativas especialmente no setor urbano foi criada a Incubadora de Cooperativas visando disciplinar e uniformizar os procedimentos de forma que a constituição destas novas empresas se dê em conformidade com a legislação Com objetivo de incrementar a competitividade do complexo agroindustrial das cooperativas por solicitação da Ocepar e da OCB o Governo Federal criou o Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura cooperativa para Agregação de Valor à Produção Agropecuária Prodecoop O Programa prevê o financiamento de empreendimentos agroindustriais das cooperativas com encargos de 1075 ao ano e prazo de pagamento de 12 anos Esse programa vai permitir que as cooperativas invistam em novas agroindústrias e em armazenagem modernizando seus sistemas de produção e comercialização com reflexo na agregação de valor à produção primária no aumento das exportações e na geração de milhares de novos empregos O Estado do Paraná segundo a Ocepar tem um excelente desempenho medido em termos de produtividade e diversificação de produção Boa parte desse sucesso devese às cooperativas que ajudaram a modernizar o setor agrícola ao 24 transferir aos seus cooperados as tecnologias mais modernas na produção leiteira de grãos conservação do solo e nas práticas culturais As cooperativas foram as maiores incentivadoras do uso de tecnologias agrícolas repassadas pela extensão rural oficial Emater além de montar estruturas próprias de assistência técnica Hoje 929 profissionais de nível médio e superior atuam apenas no setor agropecuário especialmente na orientação do plantio de soja milho trigo feijão arroz algodão e outras culturas bem como na criação de aves bovinos de corte e de leite suínos e outros animais Este bom desempenho portanto é devido ao desenvolvimento de novas técnicas produtivas e ao retorno do eficiente uso dos fatores de produção com menor impacto ao meio ambiente Anualmente as cooperativas fazem investimentos milionários com objetivos de incrementar a competitividade do complexo agroindustrial mediante a modernização dos sistemas produtivos e de comercialização para agregar valor e aumentar as exportações de produtos agropecuários Os investimentos são direcionados para a implantação de novas fábricas na modernização das plantas existentes e em armazéns e infraestrutura para atender os cooperados Essa forma de inversão de capital transforma o produtor rural num partícipe de um projeto que é dele e dessa forma há compartilhamento de compromissos e garantia do abastecimento de matériaprima primordial para a viabilização das novas fábricas Dentre os novos investimentos em agroindústrias realizados pelas cooperativas no último ano destacamse os seguintes indústria de suco de laranja Corol ampliação do abatedouro de aves Copacol ampliação da refinaria de óleos e fábrica de molhos sucos e maionese Cocamar fábrica de rações Castrolanda ampliação da indústria de leite em pó Confepar indústrias de amido Lar e CVale indústria de vegetais processados Lar fábrica de margarina refino de óleos indústria de esmagamento de soja e armazéns Coamo 25 abatedouros de aves suínos e bovinos laticínios e armazéns Coopavel indústria de malte Agrária armazéns e unidade de sementes Bom Jesus armazéns Coasul unidade de sementes Camdul indústria de milho Integrada e usina hidrelétrica Eletrorural o desempenho da receita brutas das 10 maiores cooperativas do Estado é reflexo destes investimentos ver siglas das cooperativas no Anexo I TABELA 4 MAIORES COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS DO ESTADO RECEITA BRUTA ANO 2000 Cooperativa Receita em R COAMO 119557062100 2081 COPERVALE 39914935600 695 COCAMAR 39167200000 682 COPACOL 34090255700 593 COOPAVEL 32740813700 570 SUDCOOP 26642557900 464 LAR 25458446400 443 AGRARIA 24949700000 434 BATAVO 22427425200 390 INTEGRADA 20873262000 363 10 Maiores 385821658600 6714 Demais Centrais 7 32654222600 568 Demais Singulares 45 156173544700 2718 TOTAL COOPERATIVAS 574649425900 10000 Fonte Núcleo do Banco de Dados da Ocepar Dezembro2002 No setor agropecuário destacase como a maior cooperativa a COAMO Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda apresentando um faturamento no ano de 2000 igual à R 119557062100 ou seja aproximadamente 1 bilhão e 200 milhões de reais quase três vezes maior que a segunda colocada 26 CONCLUSÃO No cooperativismo o setor agropecuário é o de maior representação no Brasil e no Paraná Devido a isto o presente trabalho foi direcionado ao estudo do desenvolvimento do cooperativismo no Estado É fato que inúmeras informações ficaram prejudicadas devido aos órgãos competentes apenas disponibilizarem dados de forma agregada impossibilitando a realização minuciosa da pesquisa A difusão dos mais diversos tipos de cooperativas em países de diferentes estruturas econômicas sociais e políticas implicou em muitos casos como foi percebido ao final deste trabalho em adaptação modificação ou mesmo abandono de alguns princípios da doutrina cooperativa O governo Federal e Estadual sempre estiveram atuantes com o setor cooperativista na implementação de políticas desenvolvimentistas Desde a difusão e implementação de tecnologias ao crédito rural conservação do solo manejo de pragas assentamento de agricultores viabilidade da comercialização e principalmente nos programas de integração entre o Estado e os agropecuaristas Desse modo colabora aumentando a eficiência da produção e da arrecadação tributária no Estado vale lembrar que as cooperativas do Paraná são representadas na maioria pela OCEPAR possuem uma legislação própria Lei n 5764 que define a Política Nacional do Cooperativismo e institui o Regime Jurídico das Sociedades Cooperativas As cooperativas estão entre as maiores geradores de emprego renda e tributos no setor rural embora muitas vezes os impostos e contribuições sejam recolhidos indiretamente aos cofres públicos do Estado Como exemplo deste importante papel das cooperativas do Paraná devido ao grande número de produtores a serem atendidos e a necessidade de potencializar os recursos humanos e financeiros a OCEPAR juntamente com a EMBRAPA o 27 Instituto Agronômico do Paraná IAPAR a Cooperativa Central Agropecuária de Desenvolvimento Tecnológico e Econômico Ltda COODETEC e a Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural EMATER formalizaram recentemente um protocolo de intenções com o objetivo de desenvolver atividades planejadas que visam facilitar a transferência de tecnologia a organização do fluxo de informações e da pesquisa até o produtor a capacitação e a formação de técnicos e produtores rurais Demonstrando assim que estão conscientes que esses projetos podem ser alternativas de melhores condições ao setor agropecuário paranaense Este esforço integrado e organizado de forma planejada envolve os principais agentes do agronegócio ligados à produção Isto só foi alcançado pela forma com que evoluiu o cooperativismo no Estado do Paraná no cenário de uma economia de livre mercado onde a produtividade competitividade e qualidade ditam as regras Os agricultores paranaenses só obtiveram rentabilidade e sustentabilidade sendo suficientemente capacitados para a implantar um modelo tecnológico adequado às condições de clima e solo b zelar pela qualidade do produto gerenciar custos via compra e venda em escala c buscar a industrialização de forma organizada Esses resultados são alcançados com ações permanentes e continuadas de médio e longo prazo envolvendo inúmeros agentes econômicos e sociais O sucesso alcançado pelo cooperativismo no Paraná preservou os seus agricultores no campo trouxe melhoria na qualidade de vida para a população promoveu difusão da tecnologia nesta área fortaleceu a produção com a diminuição dos custos e aumentou a produtividade proporcionando o aumento da renda dos produtores O cooperativismo paranaense conseguiu superar as dificuldades impostas pelo mercado mesmo sem abandonar totalmente seus princípios e sua doutrina esta prosperidade deuse justamente pela forma de organização da sociedade em 28 cooperativas colocando o Paraná em um novo status de produtividade e competitividade com benefícios diretos os produtores e à toda a sociedade O cooperativismo visa a preservação dos valores humanos essenciais fundamentandose na solidariedade através da qual se propõe ser uma organização eficiente nas atividades que realiza a fim de viabilizar sua existência e garantir uma gestão democrática para satisfazer as aspirações e necessidades mútuas dos cooperados Tendo como embasamento os princípios e doutrina cooperativista este tipo de sociedade evoluiu ao longo do tempo As cooperativas do setor agrícola paranaense incorporaram a tecnologia agroindustrial ganharam espaço no mercado e aprenderam com as novas estratégias de sobrevivência e até mesmo superaram a concorrência das empresas de capital privado Seu principal desafio foi dar sustentação à atividade cooperativista sendo capaz de instruir o associado e proporcionar a ele segurança quanto à comercialização de sua produção eou prestação de serviços e por ser uma sociedade sem fins lucrativos reaplicar todas as possíveis sobras em prol do cooperado 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BULGARELLI W O regime jurídico das sociedades cooperativas São Paulo Pioneira 1965 CARNEIRO Palmyos Paixão Cooperativismo O princípio e a força existêncial social do trabalho Belo Horizonte Fundec 1981 CNA Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil httpwwwcnaorgbr acesso em 13102003 FACHIN Odília Fundamentos de Metodologia 3a ed São Paulo Saraiva 2001 IRION J E Cooperativismo e Economia Social 1 ed São Paulo STS Publicações e Serviços Ltda 1997 MARANDOLA ME RODRIGUES RL Cooperativismo agropecuário paranaense evolução no período 19661985 LondrinaPr Terra e Cultura 1988 OCB Organização das Cooperativas Brasileiras httpwwwocborgbr acesso em 05092003 OCB Núcleo do Banco de Dados da OCB Tabelas e Gráficos httpwwwocb orgbr acesso em 10092003 OCEPAR Cooperativismo e Agroindústria no Paraná CuritibaPr 1986 OCEPAR Núcleo do Banco de Dados da Ocepar Tabelas e Gráficos site httpwwwoceparorgbr acesso em 10122003 OCEPAR Sindicato e Organizações da Cooperativas do Estado do Paraná O Cooperativismo do Paraná no Terceiro Milênio 2 a Ed Paraná 2001 OCEPAR Sindicato e Organizações da Cooperativas do Estado do Paraná Histórico das Cooperativas Paranaenses httpwwwoceparorgbr acesso em 28112003 PINHO D B A Doutrina Cooperativa nos Regimes Capitalista e Socialista 2a ed São Paulo L Pioneira 1966 30 PINHO D B O manual do cooperativismo 2a ed São Paulo L Pioneira 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Referências Citações e notas de rodapé Tabelas Curitiba UFPR 2000 Normas para apresentação de documentos científicos vol 6 vol 7 e vol 8 Relação de todas as cooperativas do Estado do Paraná registradas na Ocepar até Dezembro de 2003 continua Nome Razão Social Cidade AGRÁRIA COOP AGRÁRIA MISTA ENTRE RIOS LTDA GUARAPUAVA AGROPAR COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DO MÉDIO OESTE DO PARANÁ LTDA ASSIS CHATEAUBRIAND BATAVO COOPERATIVA AGROPECUÁRIA BATAVO LTDA 1 CARAMBEÍ BOM JESUS COOPERATIVA MISTA BOM JESUS LTDA LAPA CAMDUL COOPERATIVA AGRIC MISTA DUOVIZINHENSE LTDA DOIS VIZINHOS CAMISC COOPERATIVA AGRIC MISTA SÃO CRISTÓVÃO LTDA MARIÓPOLIS CAMIX COOPERATIVA AGROPECUÁRIA MISTA XAGU LTDA RIO BONITO DO IGUAÇU CAMP COOPERATIVA AGRIC MISTA PRUDENTÓPOLIS LTDA PRUDENTÓPOLIS CAMPAL COOPERATIVA AGROPEC DO MÉDIO PARANAPANEMA CORNÉLIO PROCÓPIO CAPAL COOPERATIVA AGROPEC ARAPOTI LTDA ARAPOTI CAPEG COOPERATIVA AGROPEC GUARANY LTDA PATO BRANCO CASB COOPERATIVA AGRICICOLA SUL BRASIL DE LONDRINA LTDA ASSAI CASTROLANDA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA CASTROLANDA CASTRO CATIVA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE LONDRINA LTDA LONDRINA CCLPL COOPERATIVA CENTRAL DE LATICÍNIOS DO PARANÁ LTDA CARAMBEÍ CENTRALPAR COOPERATIVA CENTRAL DE ALIMENTOS DO PARANÁ LTDA CURITIBA CLAC COOPERATIVA LATICÍNIOS CTBA LTDA SÃO J DOS PINHAIS Nome Razão Social Cidade j COABIL BITURUNA COOPERATIVA AGROPEC BíTURUNA LTDA COACAN COOPERATIVA AGROPECUÁRIA CANDÓI CANDÓI COAGEL COOPERATIVA AGROPECUÁRIA GOIOERE LTDA GOIOERE COAGRO COOPERATIVA AGROPEC CAPANEMA LTDA CAPANEMA COAGRU COOPERATIVA AGROPECUÁRIA UNIÃO LTDA UBIRATÃ COAMIG COOPERATIVA AGROPEC MISTA DE GUARAPUAVA LTDA GUARAPUAVA i COAMIL COOPERATIVA AGRIC MISTA E INDUSTRIAL SANTA REGINA LTDA LARANJEIRAS DO SUL COAMO COAMO AGROINDUSTRIAL COOPERATIVA CAMPO MOURÃO COASUL COOPERATIVA AGROPEC SUDOESTE LTDA SÃO JOÃO COCAFE COOPERATIVA AGRIC DE ASTORGA LTDA 1 ASTORGA COCAMAR COCAMAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL MARINGÁ COCAMP COOPERATIVA AGRÍCOLA DOS CAMPOS PALMENSES LTDA PALMAS COCAR1 COOPERATIVA DOS CAFEICULTORES DE MANDAGUARI LTDA MANDAGUARI COCEAL COOPERATIVA CENTRAL DE ALGODÃO LTDA j IBIPORÃ i CODEPA i COOPERATIVA DE DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA MANGUEIRINHA COFERCATU COOPERATIVA AGROPEC DOS CAFEICULTORES DE PORECATU LTDA i PORECATU i i COLARI COOPERATIVA DE LATICÍNIOS DE MANDAGUARI LTDA MANDAGUARI CONFEPAR COOPERATIVA CENTRAL AGRO INDUSTRIAL LTDA LONDRINA COOAVISUL i COOPERATIVA DOS AVICULTORES DO SUDOESTE DO PARANÁ DOIS VIZINHOS Nome Razão Social Cidade COOCAROL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE PRODUTORES DE CANA DE RONDON LTDA RONDON COODETEC COOP CENTRAL AGROPEC DE DESENVOLV TECNOLÓGICO E ECONÔÔMICO LTDA CASCAVEL COONTRUZ COOPERATIVA NIPOBRASILEIRA DE PRODUTORES DE AVESTRUZ LONDRINA COOPAGRICOLA COOPERATIVA AGRIC MISTA DE PONTA GROSSA LTDA PONTA GROSSA COOPALESTE COOPERATIVA AGROPECUÁRIA LESTE PARANAENSE LTDA WENCESLAU BRÁZ COOPAVEL COOPERATIVA AGROPEC CASCAVEL LTDA CASCAVEL COOPCANA COOPERATIVA AGRIC REGIONAL DE PRODUTORES DE CANA LTDA PARAÍSO DO NORTE COOPERANTE COOPERATIVA AGRÍCOLA CAMPO DO TENENTE CAMPO DO TENENTE COOPERAVES COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL REGIONAL DE AVICULTORES PARAÍSO DO NORTE COOPERLAC COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE SUÍNOS E LEITE DO OESTE DO PARANÁ TOLEDO COOPERMIBRA COOPERATIVA MISTA AGROPECUÁRIA DO BRASIL CAMPO MOURÃO COOPERPONTA COOPERATIVA AGRÍCOLA PONTAGROSSENSE LTDA PONTA GROSSA COOPERVAL COOPERATIVA AGRIC DE PRODUTORES DE CANA DO VALE DO IVAÍ LTDA 1 JANDAIA DO SUL COOPERVALE COOPERATIVA AGRÍCOLA MISTA VALE DO PIQUIRI LTDA PALOTINA A N D D A ÁIT COOPERATIVA REGIONAL AGRIC MISTA COOPRAMIL DE CAMBARA LTDA 1 CAMBARÁ COPACOL COOPERATIVA AGRÍCOLA CONSOLATA CAFELÂNDIA COPAGRA COOPERATIVA AGRÁRIA DOS CAFEICULTORES DE NOVA LONDRINA LTDA NOVA LONDRINA COPAGRIL COOPERATIVA AGRIC MISTA RONDON MAL CÂNDIDO RONDON Nome Razão Social Cidade COPERGRÃO COOPERATIVA DE PRODUTORES DE GRÃOS LARANJEIRAS DO SUL COPROSSEL COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE SEMENTES DE LARANJEIRAS DO SUL LTDA LARANJEIRAS DO SUL COROL COOPERATIVA AGROPEC ROLÂNDIA LTDA ROLÂNDIA COTRIGUAÇU COOPERATIVA CENTRAL REGIONAL IGUAÇU LTDA CASCAVEL CRPL COOPERATIVA REGIONAL DE PRODUTORES DE LEITE GUARAPUAVA FRIMESA COOPERATIVA CENTRAL AGROPEC 1 r n i XIr SUDOESTE LTDA MEDIANEIRA INTEGRADA COOPERATIVA AGROPEC DE PRODUÇÃO INTEGRADA DO PARANÁ LTDA LONDRINA LACTISUL COOPERATIVA DE PRODUTORES DE LEITE DE IRATI LACTISUL LTDA IRATI LAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL LAR LTDA MEDIANEIRA NOVA PRODUTIVA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL NOVA PRODUTIVA ASTORGA UNICASTRO COOPERATIVA AGRIC UNIÃO CASTRENSE LTDA CASTRO VALCOOP COOPERATIVA AGROPEC VALE DO TIBAGI LTDA LONDRINA WITMARSUM COOPERATIVA MISTA AGROPEC WITMARSUM LTDA PALMEIRA Fonte Banco de Dados da OCEPAR 2003
Send your question to AI and receive an answer instantly
Recommended for you
14
Cooperativas Agroindustriais no Oeste do Paraná Análise da Dinâmica Econômica e Localizações Produtivas
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
12
Cooperativismo, Empoderamento Feminino e Transição Geracional no Oeste do Paraná: Um Estudo de Caso na Lar Cooperativa Agroindustrial
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
16
Análise Comparativa da Competitividade Econômico-Financeira das Cooperativas Agroindustriais do Oeste do Paraná
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
1
Resumo Expandido - Dinamica Economica e Localizacoes Produtivas no Oeste do Parana
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
10
Cooperativismo e Desenvolvimento no Oeste do Paraná: O caso da C Vale na Região de Palotina
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
18
Análise do Crescimento Econômico no Oeste do Paraná a partir de Indicadores Regionais
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
20
A Mecânica da Localização da Atividade Econômica
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
1
Trabalho
Desenvolvimento Econômico
UNIOESTE
3
Escrita e Reflexão
Desenvolvimento Econômico
ESTACIO
49
Fub Resolvida Economia
Desenvolvimento Econômico
UMG
Preview text
ELAINE PIRES VENANCIO O DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PARANÁ CURITIBA 2004 ELAINE PIRES VENANCIO O DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PARANÁ Monografia apresentada como requisito parcial à obtenção do título de Bacharel em Ciências Econômicas Setor de Ciências Sociais Aplicadas Universidade Federal do Paraná Orientadora Profa Denise Maria Maia CURITIBA 2004 AGRADECIMENTOS À Deus pela força concedida para continuar a caminhada À minha família em especial aos meus pais pela oportunidade oferecida e por tudo que conquistei até aqui À professora Denise Maria Maia pela dedicação e orientação Aos meus amigos pelo apoio e compreensão À todos aqueles que de alguma maneira contribuíram para a realização de mais uma etapa da minha vida ii TERMO DE APROVAÇÃO ELAINE PIRES VENANCIO O DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PARANÁ Monografia aprovada como requisito parcial para obtenção do grau de Bacharel no Curso de Ciências Econômicas Setor de Ciências Sociais Aplicadas da Universidade Federal do Paraná pela seguinte banca examinadora Orientadora OMÃAÁ Profa Denise Maria Maia Departamento de Economia UFPR Profa Angela Welters Departamento de Economia UFPR Prof Pulquerio gueireao Bittencour Departamento de Economia UFPR Curitiba 02 de Março de 2004 111 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS v LISTA DE SIGLAS vi RESUMO vii 1 INTRODUÇÃO 01 2 COOPERATIVISMO 03 21 DEFINIÇÃO PRINCÍPIOS E A DOUTRINA COOPERATIVISTA 03 22 CLASSIFICAÇÃO DAS COOPERATIVAS 08 23 COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO 10 3 COOPERATIVISMO NO BRASIL 11 31 INDICADORES DO NÍVEL DE ATIVIDADE AGROPECUÁRIA 11 32 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA 12 4 O DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PARANÁ 16 41 A ECONOMIA PARANAENSE 16 42 O COOPERATIVISMO NO PARANÁ E O PAPEL DO ESTADO 20 43 AS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS PARANAENSES NAS ÚLTIMAS DÉCADAS 22 5 CONCLUSÃO 26 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 29 ANEXO 31 iv LISTA DE TABELAS E GRÁFICOS TABELA 1 Cooperativas no Brasil Filiadas à OCB 2002 14 TABELA 2 Participação das Cooperativas na produção do Paraná 2002 17 TABELA 3 Cooperativas Paranaenses Filiadas à Ocepar 2002 18 TABELA 4 Maiores Cooperativas Agropecuárias do Estado Paraná Receita do Ano 2000 24 GRÁFICO 1 Comparativo das Cooperativas por Região 2002 15 GRÁFICO 2 Representatividade das Cooperativas no Paraná por Ramo 2002 19 v LISTA DE SIGLAS ACARPA ACI BNCC BRDE CFP CNA COODETEC DAC EMATER E VIBRA PA FRENCOOP IAPAR INCRA NORCOOP OCA OCB OCEPAR PIC PRODECOOP SAAC SEESCOOP SULCOOP Associação dos Cafeicultores da Região do Patrocínio Aliança Cooperativa Internacional Banco Nacional de Crédito Cooperativo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul Comissão de Financiamento da Produção Confederação Nacional da Agricultura Cooperativa Central Agropecuária de Desenvolv Tecnológico e Econômico Ltda Departamento de Assistência ao Cooperativismo Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Frente Parlamentar do Cooperativismo Instituto Agronômico do Paraná Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária Projeto Norte de Cooperativismo Organização das Cooperativas da América Organização das Cooperativas Brasileiras Organização das Cooperativas do Paraná Projeto Iguaçú de Cooperativismo Programa de Desenvolv de InfraEstrutura Cooperativista Serviço de Acompanham Auto Gestão de Cooperativas Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo Projeto Sul de Cooperativismo v i RESUMO O presente trabalho tem por objetivo apresentar o processo do desenvolvimento cooperativista no Estado do Paraná Para tanto propõese apresentar o que é o cooperativismo sua origem suas bases de pensamento expresso na ideologia cooperativa de Rochdale sua classificação usual destacando o setor cooperativo agropecuário no Brasil para então analisar o cooperativismo agropecuário no Paraná O cooperativismo agropecuário paranaense sempre apresentou bons resultados econômicos para o Estado uma vez que abre possibilidade de geração de trabalho e renda além de desenvolver social e economicamente a região onde é implantado O setor agropecuário o mais representativo economicamente apresentase como um agente interveniente do mecanismo de preços garantindo aos produtores agropecuários a viabilidade econômica de suas atividades além de eliminar a figura do intermediário no processo de comercializaçãoO cooperativismo paranaense conseguiu superar as dificuldades impostas pelo mercado mesmo sem abandonar totalmente seus princípios e sua doutrina esta prosperidade deuse justamente pela forma de organização da sociedade em cooperativas as cooperativas agropecuárias paranaense conquistaram espaço no mercado e aprenderam com novas estratégias de sobrevivência superar a concorrência das empresas de capital privado vii 1 INTRODUÇÃO Este trabalho visa apresentar o processo do desenvolvimento cooperativista no Estado do Paraná com ênfase no cooperativismo agropecuário deste Estado No cooperativismo estão contidos ideais econômicos e sociais o sucesso do ideal econômico está diretamente ligado a uma boa administração a qual possibilitará a realização dos ideais sociais Para isso no capítulo 2 deste trabalho será apresentado a definição os princípios e a doutrina cooperativista bem como a classificação das cooperativas e a importância do cooperativismo agropecuário Trataremos no capítulo 3 da importância do cooperativismo no Brasil e sua evolução pois as sociedades cooperativas atuam como um agente interveniente do mecanismo de preços no mercado garantindo aos cooperados segurança quanto à comercialização de sua produção eou prestação de serviços e por ser uma sociedade sem finalidade lucrativo todas as possíveis sobras são aplicadas em prol da sociedade Vale ressaltar que o fato de haver uma cooperativa em determinada região faz com que haja externalidades positivas no controle dos níveis de preços As transformações pelas quais a economia mundial passou nas últimas décadas e a internacionalização do capital geraram o fenômeno da globalização Como conseqüência mudaram as regras do cenário econômico forçando as empresas a estarem melhor preparadas para sobreviver com estratégias eficientes no ambiente em que atuam com tecnologia estratégias de marketing formação de alianças cooperação empresarial e até mesmo fusões na busca de vantagens competitivas dentre muitas outras necessárias para se alcançar o grau de competitividade requerido pela concorrência dos mercados 2 As cooperativas vêm procurando dar sustentação à atividade fim em bases dinâmicas e inovadoras capazes de manter o associado no desenvolvimento das atividades estando conscientes de que isto somente será possível com a expansão de uma economia moderna que possibilite a agregação de valores e maior possibilidade de retorno aos cooperados Com a integração das cooperativas organizase também a produção de bens e ou serviços e possibilitase a redução dos custos aos agentes de comercialização aumentando também a eficiência dos mecanismos de arrecadação tributária As cooperativas competem visando a sobrevivência corporativa da empresa para isto com o beneficiamento pela Constituição Federal o cooperativismo é incentivado através da isenção de impostos e contribuições sociais específicas esse assunto é tratado no capítulo 4 deste trabalho com o desenvolvimento do cooperativismo no Estado do Paraná relatando o papel do Estado junto às cooperativas Procurase mostrar que a cooperativa encontrase no eterno dilema entre preservar seus princípios históricos ideológicos ou entender que por estar em uma economia de mercado capitalista deve integrarse e prepararse para a competição Dentro dessa perspectiva a cooperativa é uma alternativa para viabilidade social e econômica permitindo o desenvolvimento da região e melhoria do poder aquisitivo da população 5 2 COOPERATIVISMO 21 DEFINIÇÃO PRINCÍPIOS E A DOUTRINA COOPERATIVISTA O cooperativismo foi na realidade constituído pelo sofrimento das classes trabalhadoras ante as conseqüências do liberalismo econômico descomedido do início do século XIX Neste contexto as cooperativas surgiram simultaneamente da utopia e do desejo da massa trabalhadora de superar a miséria pelos seus próprios meios através do auxílio mútuo Dada a importância e a eficiência das cooperativas na modernização das estruturas econômicas e sociais dos países em desenvolvimento a difusão dos mais diversos tipos de cooperativas agrícolas industriais de consumo de crédito de trabalho de habitação de educação entre outras em países de diferentes estruturas econômicas sociais e políticas implica em muitos casos em adaptação modificação ou mesmo abandono de alguns princípios da doutrina cooperativa A reunião de interesses individuais para atingir objetivos comuns são argumentos que motivaram a criação de cooperativas A doutrina cooperativa surgiu no século XIX em oposição às conseqüências da doutrina liberal e individualista propôsse inicialmente não apenas corrigir as injustiças sociais decorrentes do meio competitivo do liberalismo econômico desbragado como também prestar serviços Assim segundo PINHO 1966 o consumidor é a um tempo o elemento principal do instrumento de reforma da sociedade a cooperativa e o fim precípuo da doutrina A doutrina que deu base teórica às realizações cooperativistas constitui o cooperativismo Na definição de PINHO 1966 a terminologia de cooperativas e cooperativismo é a seguinte cooperativas no sentido de sociedades de pessoas organizadas em bases democráticas que visam não só a suprir seus membros de bens e serviços como também a realizar determinados 4 programas educativos e sociais cooperativismo no sentido de doutrina que tem por objetivo a correção do social pelo econômico através de associações de fim predominantemente econômico ou seja as cooperativas O compêndio da OCEPAR1 define a cooperativa da seguinte forma A Cooperativa é um empreendimento de pessoas unidas voluntariamente para satisfazer suas necessidades e aspirações econômicas sociais e culturais comuns através de uma pessoa jurídica pertencente a todas e democraticamente controlada As cooperativas atuam no mundo econômico e de sua atuação surgem derivações e direitos O cooperativismo teve início na Inglaterra no século XIX com os pioneiros de Rochdale quando então foi criada a Sociedade dos Probos Pioneiros de Rochdale uma sociedade de consumo surgida na cidade inglesa de Rochdale em 28101844 com 28 associados que em 1852 se transformou em Cooperativa Consistiu basicamente da união de tecelões que anteriormente constituíram uma poupança comunitária para aquisição de bens de consumo em maior escala com preço diferenciado para divisão em comum com o propósito de encontrar um meio para melhorar sua precária situação econômica Esta experiência é reconhecida como o marco histórico do cooperativismo no mundo BULGARELLI 1965 p 22 Somente em 1852 foi sancionada a primeira lei que concedeu personalidade jurídica e responsabilidade às sociedades cooperativas a qual o francês Charles Gide2 chamou de a primeira carta fundamental da cooperação que outorgou a consagração legal às sociedades cooperativas que até então careciam de garantias e OCEPAR O cooperativismo do Paraná no terceiro milênio2 ed Paraná 2001 p07 2 O mais destacado líder do cooperativismo de consumo quem moldou os conceitos que lideraram o cooperativismo mundial um cooperativista liberal um personagem de elevada estrutura intelectual professor de Economia Política no Colégio da França Professor honorário da Faculdade de Direito de Paris e representante do cooperativismo francês em vários congressos da ACI além de autor de várias obras sobre cooperativismo 5 de personalidades civis e cujos bens podiam ter sido despojados pelo primeiro associado que assim o tivesse querido CARNEIRO 1981 p89 Este movimento foi precedido por vários outros movimentos como os chamados Socialistas Utópicos representados por Roberto Owen que em 1835 iniciou um projeto com objetivo de internacionalizar o sistema criando a Associação de todas as classes de todas as nações que sugeria a constituição de uma cooperativa central com sucursais em todas as partes do mundo O princípio cooperativista tem origem no momento em que se encontram o social e o econômico gestão democrática e retorno só podem sob pena de se intermediar ser alcançados através do trabalho e pela relação do existêncialsocial3 E quando o fazem geram o princípio que é o apanágio de uma cooperação entre homens conforme postulara Robert Owen em seus escritos CARNEIRO 1981 p57 Na Alemanha Schulze Delitsch e Raiffeisen constituíram as primeiras cooperativas de crédito na Escócia e em vários outros países foram sendo organizadas uniões federações e confederações de cooperativas que criaram as condições para articulação da constituição de uma entidade internacional representativa do cooperativismo O maior êxito de Schylze Delitsch foi a organização de bancos populares especialmente entre os artesãos que não conseguiam obter crédito a juros reduzidos pois para ele somente a associação pode elevar o nível da sociedade 3 É inquestionável que o princípio cooperativo como a doutrina nasceu de Robert Owen por duas razões essenciais a primeira foi a concepção de uma nova forma social de vida baseada no trabalho e na sua distribuição e a segunda foi a tentativa de organizar esse princípio como um sistema definido por uma palavra criada por ele com o nome de COOPERATION esta deveria ser formada por um comportamento social não importa muito qual fosse a forma porque somente os próprios condicionamentos como ele adiantou de sentimentos e sensações poderiam determiná la 6 Inspirados em Schulze e Raiffeisen de 1848 à 1883 destacaramse na Itália Luzzatti Haas e Wollemborg inspiraramse em cooperativas de crédito de diversos países mas sempre procurando adaptáas às novas condições econômico sociais Em 1895 houve a criação da Aliança Cooperativa Internacional ACI em Londres por ocasião da realização do Io Congresso Internacional de Cooperativismo como órgão de cúpula do cooperativismo mundial cuja sede hoje é em Genebra Suíça Em 1963 foi criada a Organização das Cooperativas da América OCA como organismo de integração representação e defesa dos países da América Em 1969 quando foi realizado o IV Congresso Brasileiro de Cooperativismo em Belo Horizonte decidiuse pela fusão da Associação Brasileira de Cooperativismo e da União Nacional do Cooperativismo e portanto pela existência de apenas uma entidade de representação do cooperativismo no Brasil OCB a Organização das Cooperativas Brasileiras A maior contribuição da cooperativa de Rochdale foi unir sistematizar e por em prática efetivamente as regras hoje universalmente adotadas pelo cooperativismo de todos os tipos que foram em sua maioria criadas pelos seus precursores Os princípios são expressos em diversas ações que no conjunto definem a doutrina cooperativista conforme define a OCEPAR S De livre adesão A cooperação é um ato voluntário aberta a todas as pessoas sem discriminações de sexo classes sociais raciais políticas ou religiosas S Controle democrático As cooperativas são controladas pelos seus membros que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões 7 S Participação econômica dos membros os membros contribuem equitativamente para a formação do capital das suas cooperativas e controlam no democraticamente S Desenvolvimento do ensino As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros de forma que estes possam contribuir eficazmente para o desenvolvimento das suas cooperativas S A qualificação do voto é igualitária e cada associado da cooperativa corresponde a um voto independente do capital que possuir Um homem um voto S Intercooperação As cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus membros e dão mais força ao movimento cooperativo através das estruturas locais regionais nacionais e internacionais S Interesse pela comunidade As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades O grande mérito do cooperativismo advém do fato de ser um movimento comunitário de base calcado nos dons natos do homem de solidariedade fraternidade e respeito recíproco O cooperativismo por livre e espontânea vontade organizase democraticamente em sociedades de pessoas na busca da satisfação de necessidades comuns através da prática da cooperação e da mutualidade buscando o aprimoramento social sem desajustes e conflitos de classes PINHO em o Manual de Cooperativismo destaca esta relação de comunitarismo de base da seguinte forma por meio da associação a sociedade moderna organiza sua iniciativa para exercer eficaz ação em todas as esferas da vida nas quais o Estado com todo o seu poder não pode chegar A associação nos ensina governar por nós mesmos a vida privada e a vida pública em sua escola o indivíduo se prepara para trabalhar pelo bem geral da comunidade a que pertence PINHO 1997 p 45 8 22 CLASSIFICAÇÃO DAS COOPERATIVAS Conforme a classificação descrita por IRION 1997 em seu trabalho Cooperativismo e Economia Social a estrutura do sistema cooperativista é composto na sua base pelas cooperativas formadas por pessoas denominadas na Lei atual de cooperativas singulares e que podem ser chamadas de cooperativas basilares ou cooperativas de base por sua posição no estrato inferior do sistema e por serem elas as unidades fundamentais dos negócios cooperativos Pelo nível em que ocupam as cooperativas basilares são classificadas como cooperativas de primeiro grau O estrato intermediário é composto por cooperativas que se originam da associação de três ou mais cooperativas do primeiro grau compreendendo dois tipos as federações de cooperativas e as centrais de cooperativas classificadas como cooperativas de segundo grau o ápice do sistema estratificado compreende as confederações de cooperativas resultado da associação de três ou mais cooperativas do segundo grau consideradas cooperativas de terceiro grau Devido à diversidade de tipos de cooperativas a classificação pode ser distribuída quanto à posse dos meios de produção quanto ao setor de atuação na economia quanto ao tempo de duração ou ao meio social de operação Quanto ao ramo de produção as cooperativa estão assim distribuídas segundo dados da Organização das Cooperativas do Estado do Paraná OCEPAR S Agropecuário Cooperativas de produtores rurais ou agropastoris e de pesca cujos meios de produção pertençam ao cooperado S Consumo Cooperativas destinadas à compra em comum de artigos de consumo para os cooperados S Crédito Cooperativas destinadas a promover a poupança e financiar necessidades ou empreendimentos dos seus cooperados 9 S Educacional Cooperativas de professores de alunos de escola grícola de pais de alunos e cooperativas de atividades afins S Especial Cooperativas constituídas por pessoas que precisam ser tuteladas S Habitacional Cooperativas destinada à construção manutenção e administração de conjuntos habitacionais para seu quadro social S Mineral Cooperativas com finalidade de pesquisar extrair lavrar industrializar comercializar importar e exportar produtos minerais S Produção Cooperativas dedicadas à produção de um ou mais tipos de bens ou mercadorias sendo os meios de produção propriedade coletiva através de pessoa jurídica e não propriedade individual do cooperado S Saúde Cooperativas que se dedicam à preservação e recuperação da saúde humana S Infraestrutura Cooperativas cuja finalidade é atender direta e prioritariamente o próprio quadro social com serviços de infraestrutura S Trabalho Cooperativa de trabalhadores de qualquer categoria profissional para prestar serviços como autônomos organizados num empreendimento próprio S Turismo e Lazer Cooperativas que desenvolvem atividades na área do turismo e lazer S Outras Cooperativa que não se enquadram nos segmentos acima definidos 10 23 O COOPERATIVISMO AGROPECUÁRIO As cooperativas são consideradas verdadeiros agentes econômicosocial difusoras de tecnologias e implementadoras de políticas desenvolvimentistas que agem como elo de ligação entre o produtor rural e o governo Isso ocorreu com a difusão do crédito rural da armazenagem do manejo e conservação do solo no manejo integrado de pragas no assentamento de agricultores na viabilização da comercialização nos programas Prórural Paraná Rural e tantos outros A integração entre Estado e cooperativa permitiu ao governo a implementação de ações no campo agrárioCom a integração dos produtores em cooperativas organizouse também a produção e com isso reduziramse os agentes de comercialização aumentando a eficiência dos mecanismos de arrecadação tributária do Estado o que torna as cooperativas importantes instrumentos na execução da política fiscal do governo Dentro deste contexto existe atualmente uma grande diversidade de cooperativas operando com praticamente todos os produtores agrícolas São também pioneiras na implantação de novas culturas e projetos O setor cooperativista representa hoje uma grande potencialidade de organização da classe produtora que possui dois aspectos quantitativoheterogêneo uma vez que nele se encontram tanto pequenos e médios produtores como representantes dos grandes produtores ou latifundiários além do aspecto quantitativoqualitativo de seus associados O cooperativismo agrícola representa expressiva participação na produção primária do país e na comercialização de insumos As cooperativas dão sustentação à atividade agropecuária em bases dinâmicas e inovadoras capazes de manter o produtor rural na atividade consciente de que isto somente será possível com a expansão de uma economia moderna que possibilite maior retorno aos agricultores 11 3 O COOPERATIVISMO NO BRASIL No Brasil o cooperativismo chegou através dos imigrantes europeus e asiáticos com as correntes migratórias estabelecidas entre o final do século XIX e o início do século XX Destacamse como precursores da difusão do cooperativismo no Brasil Carlos Alberto Menezes Joaquim Inácio Tosta Wenceslau Belo e Cristiano Cruz que defendiam as associações cooperativas e sindicais bem como identificavam as cooperativas às sociedades anônimas conforme estudo realizado por MARANDOLA E RODRIGUES 1988 Entre as cooperativas fundadas nesta época destacaramse as cooperativas de consumo em São Paulo enquanto as cooperativas de crédito surgiram no Rio Grande do Sul fruto da experiência dos imigrantes alemães Para estes autores as entidades eram implantadas com raras exceções para servir como meio de defesa dos imigrantes contra as hostilidades apresentadas no habitat onde geralmente os estrangeiros sofriam a exploração social e econômica por parte das populações mais antigas 31 INDICADORES DO NÍVEL DE ATIVIDADE AGROPECUÁRIA Os dados da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil CNA revelam que o cooperativismo brasileiro é uma importante força econômica no país composto por 7026 cooperativas singulares dos diversos ramos com 4779 milhões de cooperados gerando de forma direta cerca de 176 mil empregos As cooperativas são responsáveis por um volume de transações econômicas equivalente a 6 PIB Produto Interno Bruto As principais cooperativas do ponto de vista econômico estão no setor agropecuário o ramo do cooperativismo agropecuário é representado por 1624 12 cooperativas com 865494 mil cooperados e mais de 108273 mil empregos diretos segundo dados fornecidos pela OCB em Dez2002 Segundo estudos da CNA o Brasil com 8511965 km2 é o maior Pais do continente sulamericano e o quinto maior do mundo na produção agrícola Por apresentar condições climáticas favoráveis à atividade agrícola esta longa extensão territorial permite o cultivo de produtos agrícolas de clima temperado além de expressiva produção de clima tropical O PIB da agropecuária em 2002 atingiu R 10466 bilhões participando com 9 do PIB do Brasil 32 MODERNIZAÇÃO DA AGRICULTURA A agroindustrialização surge como conseqüência da organização da produção e também como forma de transferir maiores benefícios ao produtor rural associado No Paraná a agroindustrialização teve suas raízes fundadas nas atividades extrativas da madeira e da ervamate com o desenvolvimento da economia cafeeira no Estado O movimento cooperativista se difundiu sobre as novas fronteiras agrícolas e a agroindustrialização da soja trouxe às cooperativas uma experiência bastante positiva uma vez que elas passaram a participar da parcela significativa do mercado antes dominado pelas grandes empresas O mesmo ocorreu com a agroindustrialização do milho do algodão do álcool e diversos outros setores como o de carnes e laticínios Com o desenvolvimento do agronegócio as cooperativas tiveram bons resultados produtivos e econômicos esta nova experiência forçou as cooperativas a se estruturarem para sobreviver num meio adverso trazendo resultados significativos em termos empresariais e de diversificação e modernização de suas atividades Desta forma as cooperativas passaram a abrir o leque de produtos 13 industrializados a par da modernização do parque industrial capaz hoje de concorrer com ganhos de qualidade no mercado Cooperativismo e Agroindústria no Paraná OCEPAR 1986 Em função das características da atividade agroindustrial e do seu próprio desempenho as cooperativas passaram a concorrer com empresas capitalistas que também se dedicam à comercialização de produtos agrícolas e por sua vez têm como objetivo primeiro o lucro e são na sua maioria descomprometidas com o aspecto social de seus clientes Este fato nos leva a crer que a simples ameaça que as empresas capitalistas representam em termos de mercado forçou as cooperativas a se distanciarem da doutrina que justificou a sua implantação A produção agrícola brasileira não pode ser dimensionada apenas pela sua safra de grãos Além da produção pecuária há também outros produtos agrícolas de grande significação econômica para o País como a laranja canadeaçúcar frutas e tubérculos Aproximadamente 20 do PIB do agronegócio brasileiro é exportado confirmando um perfil fortemente exportador o setor é responsável por 41 do total das exportações brasileiras conforme os dados da CNA Os dados da tabela 1 mostram que 7594 cooperativas estavam registradas na OCB até o ano de 2002 envolvendo 5258644 associados que participam com sua força corporativa e estão comprometidas em tese com a filosofia cooperativista 14 TABELA 1 Cooperativas no Brasil Filiadas à OCB 2002 Ramo N de Cooperativas N Associados Agropecuário 1624 865494 Consumo 170 1702387 Crédito 1066 1127955 Educação 301 73223 Especial 07 2035 Habitacional 313 73254 InfraEstrutura 184 567394 Mineral 40 51231 Produção 147 11094 Saúde 880 384215 Trabalho 2109 356089 Turismo e Lazer 10 263 Transporte 698 44010 TOTAL 7549 5258644 Fonte Núcleo do Banco de Dados da OCB Dezembro2002 A globalização da atual economia é representada pela concentração e pela hegemonia dos países Os grandes grupos estão passando por processos de fusões incorporação e aquisições de novas empresas As cooperativas também precisam estar ligadas a toda essa movimentação econômica visto que representam uma parcela dessa economia elas não podem prescindir de movimentar os grandes grupos principalmente as empresas agropecuárias que contribuem significativamente no setor agroindustrial do país pois desempenham um papel muito importante do ponto de vista social e econômico Destacase especialmente por responder diretamente a uma alternativa eficaz de organização da população frente à adversidade do ambiente econômico em decorrência das políticas macroeconômicas Conforme o gráfico 1 temos a representação do total de cooperativas por região sendo mais numerosa a região sudeste com 3155 mil cooperativas seguida pela nordeste 1728 ficando a região sul com a terceira colocação com 1273 cooperativas GRÁFICO 1 Comparativo das Cooperativas por Região 2002 3155 1273 CentroOeste Nordeste Norte Fonte Núcleo do Banco de Dados da OCB Dezembro2002 16 4 O DESENVOLVIMENTO DO COOPERATIVISMO NO ESTADO DO PARANÁ 41 A ECONOMIA PARANAENSE O Paraná é um Estado privilegiado não só em aspectos naturais como também produtivos Segundo dados da OCEPAR a produtividade do Estado é de um quarto da produção de alimentos grãos do país Os agricultores garantem produtos puros de origem e qualidade insuperável através de uma ação consciente e preservacionista nas lavouras de soja milho trigo café algodão feijão arroz entremeadas com criações de bovinos suínos aves O perfil econômico do Paraná assemelhase ao dos países desenvolvidos Os dados da OCEPAR revelam que o setor de serviços lidera a economia do Estado e é responsável por mais de 60 do Produto Interno Bruto PIB em segundo lugar encontrase o setor industrial com participação de 255 seguido pela agropecuária com 126 sendo importante destacar que o agronegócio representa 27 do PIB O Paraná é um grande exportador de soja farelo óleo café milho fios de algodão e de seda carnes de aves de bovinos e de suínos onde os produtos industrializados no setor já representam metade do valor exportado As cooperativas agropecuárias representam cerca de 50 da economia agrícola do Estado do Paraná e participam de forma intensa em todo o processo de produção de beneficiamento armazenamento industrialização e comercialização OCEPAR 2002 A infraestrutura do Estado está organizada de forma a facilitar os investimentos no interior e na Capital dispondo de portos especializados estradas ferrovias aeroportos energia sistemas de comunicações e produção de matérias primas tornando o Paraná um Estado promissor e atraente para novos investimentos 17 As cooperativas agropecuárias do Paraná constituemse em importante elemento de implantação e difusão de inovações tecnológicas prestando assistência econômica e financeira a seus associados entendendose assistência entre outras coisas a remuneração feita aos produtores do campo o barateamento dos insumos e de outros produtos utilizados na lavoura a remuneração do capital social e a distribuição equitativa das eventuais sobras de final de exercício A produção agropecuária entregue às cooperativas pelos cooperados passam também por processos de industrialização através das diversas agroindústrias instaladas no setor cooperativo para posteriormente serem comercializadas permitindo dessa forma a agregação de valores à produção e maior rentabilidade aos cooperados Também merece destaque a diversificação dos produtos agropecuários recebidos pelas cooperativas pois operacionalizam com praticamente todos os principais produtos agrícolas da economia paranaense como demonstrado a seguir TABELA 2 Produção das Cooperativas no Estado do Paraná 2002 Produto P r o d u t o s P r o d u ç ã o d o E s t a d o e m t Participação das cooperativas Algodão em caroço 174854 701 Aveia 222405 211 Aves 1168000 215 Café Beneficiado 28299 484 Canadeaçúcar 27156281 219 Canola 6444 784 Cevada 76209 100 Laranja 302324 307 Leite in natura em 1000 1 1287000 702 Milho 12689549 386 Soja 8628469 615 Suínos 269000 425 Trigo 1840114 675 Fonte Núcleo do Banco de Dados da OCB Dezembro2002 18 Conforme tabela 3 mais de 245 mil cooperados integram as 193 cooperativas do Paraná registradas na Ocepar nos seus diferentes ramos TABELA 3 Cooperativas Paranaenses Filiadas à Ocepar 2002 Ramo N de Cooperativas N Associados Agropecuário 64 873984 Consumo 03 1900 Crédito 38 103614 Educacional 10 1811 Habitacional 02 152 InfraEstrutura eletrorural 10 8371 Saúde 34 28922 Trabalho 21 12047 Transporte 10 1553 Turismo 01 130 TOTAL 193 245884 Fonte Núcleo do Banco de Dados da Ocepar Dezembro2002 Em relação ao número de cooperados as duas categorias que se destacam são as cooperativas agropecuárias com 873984 oitocentos e setenta e três mil novecentos e oitenta e quatro cooperados e as de crédito com 103614 cento e três mil seiscentos e quatorze cooperados Isso demonstra a representatividade do setor agropecuário dominante na economia paranaense cooperativa As cooperativas agropecuárias respondem por 32 trinta e dois por cento da produção cooperativada paranaense o gráfico a seguir representa claramente a importância destas cooperativas para a nossa economia 19 GRÁFICO 2 Representatividade das Cooperativas do Paraná por Ramo 2002 18 Agropecuário Consumo Crédito Educacional Habitacional Infraestrutura Saúde Trabalho Transporte Turismo Fonte Núcleo do Banco de Dados da Ocepar Dezembro2002 20 42 COOPEPvATIVISMO NO PARANÁ E O PAPEL DO ESTADO Um dos primeiros movimentos marcados pela cooperação no Paraná surgiu no ano de 1829 com a chegada do primeiro grupo de imigrantes alemães que fundaram a Colônia Rio Negro A partir deste momento diversos movimentos embasados no espírito da cooperação surgiram até 1911 entre alguns dos mais de cem grupos de imigrantes aqui chegados Todavia o mais importante movimento précooperativista ocorreu entre os franceses que em 1847 fundaram a Colônia Thereza Cristina às margens às margens do Rio Ivaí hoje município de Cândido de Abreu OCEPAR 2003 Entre as experiências mais importantes realizadas no campo cooperativo destacase a da Colônia Cecília fundada em 1980 no município de PalmeiraPr idealizada pelo agrônomo Giovanni Rossi seguiramse vários outros movimentos de cooperação como a Associação Beneficiente 26 de Outubro fundada por ferroviários de Ponta Grossa em 1906 a fundação da Cooperativa Florestal Paranaense ocorreu em 1909 da reunião de indústrias madeireiras em 1912 temos a fundação da Colônia Muricy que em 1945 foi transformada em Cooperativa Mista Agropecuária São José Ltda Sob a liderança do ferroviário ucraniano Valentin Cuts surgiram outros movimentos cooperativistas como a Sociedade Cooperativa Svitlo Luz em Carazinho 1920 em União da Vitória e a Cooperativa Agrária de Consumo de Responsabilidade Ltda Liberdade em Vera Guarani município de Paulo Frontin surgida no ano de 1930 que foi a primeira cooperativa registrada conforme o DecretoLei 58138 tendo o registro sido feito no dia 19 de maio de 1942 recebendo o n 1 e no município de Cruz Machado houve a criação em 1920 da Sociedade Cooperativa de Comércio União Lavoura pelo Pe Teodoro Drapienski Como registro da próspera cooperativa fundada nesta região temos em 1925 a Sociedade Cooperativa Holandeza de Laticínios Batavo 21 fundada por 450 holandeses existente até hoje e considerada uma cooperativa exemplar Foi a partir de 1969 que o movimento cooperativista paranaense ganhou proporções com o início das discussões para a implantação dos projetos de integração desenvolvidos conjuntamente pela Associação dos Cafeicultores da Região do Patrocínio Acarpa pelo Departamento de Assistência ao Cooperativismo Dac e pelo Instituto Nacional de Colonização de Reforma Agrária Incra com o apoio do Banco do Brasil BB Banco Regional de Desenvolvimento Econômico BRDE Banco Nacional de Crédito Cooperativo BNCC e da Comissão de Financiamento da Produção CFP O objetivo dos projetos foi rediscutir a forma de atuação das cooperativas pois alguns municípios tinham mais de uma cooperativa operando em concorrência o que as enfraquecia enquanto outros municípios não tinham nenhuma A agricultura paranaense a partir de 1970 intensificou seu processo de diversificação da produção e de modernização tecnológica fato que resultou num estreitamento das relações agriculturaindústria e na dependência da primeira em relação à segunda Esta dependência se deu principalmente em função das exigências da indústria no que se refere à padronização e qualidade dos produtos primários e da necessidade da agricultura fazer uso de insumos e equipamentos industriais modernos que conjugados com técnicas biológicas resultem num maior volume e numa melhor qualidade da produção Em abril de 1971 foi criada a Organização das Cooperativas do Estado do Paraná como uma entidade de representação política das cooperativas paranaenses juntamente com o Centro de Pesquisas da OCEPAR com a responsabilidade pelo desenvolvimento tecnológico agropecuário e portanto encarregada pela busca de novas tecnologias para o aumento da produtividade e propiciar segurança e rentabilidade aos agricultores Desde então várias políticas foram implementadas a 22 fim de definir regulamentar e desenvolver o cooperativismo a nível estadual e nacional Em dezembro deste mesmo ano foi promulgada a Lei 5764 que definiu a Política Nacional do Cooperativismo instituindo o Regime Jurídico das Sociedades Cooperativas 43 AS COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS PARANAENSES NAS ÚLTIMAS DÉCADAS Durante as três últimas décadas foi implantado o Plano Integrado sob a égide de três projetos específicos PIC Projeto Iguaçu de Cooperativismo NORCOOP Projeto de Cooperativismo Norte do Paraná e SULCOOP Projeto Centro Sul de Cooperativismo criados respectivamente em 1970 1974 e 1976 com o objetivo de reorganizar as cooperativas do Paraná4 Após 20 anos da implantação destes projetos foi reinstalada a Frente Parlamentar do Cooperativismo Frencoop no Congresso Nacional que reunia senadores e deputados federais em defesa do cooperativismo brasileiro Com o passar do tempo a necessidade da instrução para os associados levou a autorização em 1998 para a criação do Serviço Nacional de Aprendizagem Sescoop que veio a ser implantado no Paraná somente no ano seguinte O cooperativismo paranaense realizou uma experiência altamente positiva pioneira no Brasil no que concerne ao desatrelamento do Estado conseguindo superar possível ingerência estatal nas cooperativas Após ampla discussão entre governo e entidades de representação e cooperativas foi implantado o Projeto Piloto de Autoflscalização que permitiu alicerçar os primeiros passos rumo à 4 Cooperativismo e Agroindústria no Paraná Organização das Cooperativas do Estado do Paraná CtbaPr 1986 pág 09 23 autogestão das cooperativas no Paraná com objetivos específicos de orientação na constituição e registro de cooperativas acompanhamento de desempenho educação capacitação e reciclagem organização dos cooperados comunicação e integração OCEPAR 2003 No ano de 2000 foi aprovado o planejamento estratégico das cooperativas paranaenses o Plano Paraná Cooperativo 2000 baseado na situação econômica do sistema nas tendências do mercado interno e externo e no potencial de crescimento Como resultado do esforço integrado de dezenas de lideranças foram traçadas diretrizes de médio e longo prazo para orientação dos investimentos Diante do crescimento acelerado do número novas cooperativas especialmente no setor urbano foi criada a Incubadora de Cooperativas visando disciplinar e uniformizar os procedimentos de forma que a constituição destas novas empresas se dê em conformidade com a legislação Com objetivo de incrementar a competitividade do complexo agroindustrial das cooperativas por solicitação da Ocepar e da OCB o Governo Federal criou o Programa de Desenvolvimento da Infraestrutura cooperativa para Agregação de Valor à Produção Agropecuária Prodecoop O Programa prevê o financiamento de empreendimentos agroindustriais das cooperativas com encargos de 1075 ao ano e prazo de pagamento de 12 anos Esse programa vai permitir que as cooperativas invistam em novas agroindústrias e em armazenagem modernizando seus sistemas de produção e comercialização com reflexo na agregação de valor à produção primária no aumento das exportações e na geração de milhares de novos empregos O Estado do Paraná segundo a Ocepar tem um excelente desempenho medido em termos de produtividade e diversificação de produção Boa parte desse sucesso devese às cooperativas que ajudaram a modernizar o setor agrícola ao 24 transferir aos seus cooperados as tecnologias mais modernas na produção leiteira de grãos conservação do solo e nas práticas culturais As cooperativas foram as maiores incentivadoras do uso de tecnologias agrícolas repassadas pela extensão rural oficial Emater além de montar estruturas próprias de assistência técnica Hoje 929 profissionais de nível médio e superior atuam apenas no setor agropecuário especialmente na orientação do plantio de soja milho trigo feijão arroz algodão e outras culturas bem como na criação de aves bovinos de corte e de leite suínos e outros animais Este bom desempenho portanto é devido ao desenvolvimento de novas técnicas produtivas e ao retorno do eficiente uso dos fatores de produção com menor impacto ao meio ambiente Anualmente as cooperativas fazem investimentos milionários com objetivos de incrementar a competitividade do complexo agroindustrial mediante a modernização dos sistemas produtivos e de comercialização para agregar valor e aumentar as exportações de produtos agropecuários Os investimentos são direcionados para a implantação de novas fábricas na modernização das plantas existentes e em armazéns e infraestrutura para atender os cooperados Essa forma de inversão de capital transforma o produtor rural num partícipe de um projeto que é dele e dessa forma há compartilhamento de compromissos e garantia do abastecimento de matériaprima primordial para a viabilização das novas fábricas Dentre os novos investimentos em agroindústrias realizados pelas cooperativas no último ano destacamse os seguintes indústria de suco de laranja Corol ampliação do abatedouro de aves Copacol ampliação da refinaria de óleos e fábrica de molhos sucos e maionese Cocamar fábrica de rações Castrolanda ampliação da indústria de leite em pó Confepar indústrias de amido Lar e CVale indústria de vegetais processados Lar fábrica de margarina refino de óleos indústria de esmagamento de soja e armazéns Coamo 25 abatedouros de aves suínos e bovinos laticínios e armazéns Coopavel indústria de malte Agrária armazéns e unidade de sementes Bom Jesus armazéns Coasul unidade de sementes Camdul indústria de milho Integrada e usina hidrelétrica Eletrorural o desempenho da receita brutas das 10 maiores cooperativas do Estado é reflexo destes investimentos ver siglas das cooperativas no Anexo I TABELA 4 MAIORES COOPERATIVAS AGROPECUÁRIAS DO ESTADO RECEITA BRUTA ANO 2000 Cooperativa Receita em R COAMO 119557062100 2081 COPERVALE 39914935600 695 COCAMAR 39167200000 682 COPACOL 34090255700 593 COOPAVEL 32740813700 570 SUDCOOP 26642557900 464 LAR 25458446400 443 AGRARIA 24949700000 434 BATAVO 22427425200 390 INTEGRADA 20873262000 363 10 Maiores 385821658600 6714 Demais Centrais 7 32654222600 568 Demais Singulares 45 156173544700 2718 TOTAL COOPERATIVAS 574649425900 10000 Fonte Núcleo do Banco de Dados da Ocepar Dezembro2002 No setor agropecuário destacase como a maior cooperativa a COAMO Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda apresentando um faturamento no ano de 2000 igual à R 119557062100 ou seja aproximadamente 1 bilhão e 200 milhões de reais quase três vezes maior que a segunda colocada 26 CONCLUSÃO No cooperativismo o setor agropecuário é o de maior representação no Brasil e no Paraná Devido a isto o presente trabalho foi direcionado ao estudo do desenvolvimento do cooperativismo no Estado É fato que inúmeras informações ficaram prejudicadas devido aos órgãos competentes apenas disponibilizarem dados de forma agregada impossibilitando a realização minuciosa da pesquisa A difusão dos mais diversos tipos de cooperativas em países de diferentes estruturas econômicas sociais e políticas implicou em muitos casos como foi percebido ao final deste trabalho em adaptação modificação ou mesmo abandono de alguns princípios da doutrina cooperativa O governo Federal e Estadual sempre estiveram atuantes com o setor cooperativista na implementação de políticas desenvolvimentistas Desde a difusão e implementação de tecnologias ao crédito rural conservação do solo manejo de pragas assentamento de agricultores viabilidade da comercialização e principalmente nos programas de integração entre o Estado e os agropecuaristas Desse modo colabora aumentando a eficiência da produção e da arrecadação tributária no Estado vale lembrar que as cooperativas do Paraná são representadas na maioria pela OCEPAR possuem uma legislação própria Lei n 5764 que define a Política Nacional do Cooperativismo e institui o Regime Jurídico das Sociedades Cooperativas As cooperativas estão entre as maiores geradores de emprego renda e tributos no setor rural embora muitas vezes os impostos e contribuições sejam recolhidos indiretamente aos cofres públicos do Estado Como exemplo deste importante papel das cooperativas do Paraná devido ao grande número de produtores a serem atendidos e a necessidade de potencializar os recursos humanos e financeiros a OCEPAR juntamente com a EMBRAPA o 27 Instituto Agronômico do Paraná IAPAR a Cooperativa Central Agropecuária de Desenvolvimento Tecnológico e Econômico Ltda COODETEC e a Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural EMATER formalizaram recentemente um protocolo de intenções com o objetivo de desenvolver atividades planejadas que visam facilitar a transferência de tecnologia a organização do fluxo de informações e da pesquisa até o produtor a capacitação e a formação de técnicos e produtores rurais Demonstrando assim que estão conscientes que esses projetos podem ser alternativas de melhores condições ao setor agropecuário paranaense Este esforço integrado e organizado de forma planejada envolve os principais agentes do agronegócio ligados à produção Isto só foi alcançado pela forma com que evoluiu o cooperativismo no Estado do Paraná no cenário de uma economia de livre mercado onde a produtividade competitividade e qualidade ditam as regras Os agricultores paranaenses só obtiveram rentabilidade e sustentabilidade sendo suficientemente capacitados para a implantar um modelo tecnológico adequado às condições de clima e solo b zelar pela qualidade do produto gerenciar custos via compra e venda em escala c buscar a industrialização de forma organizada Esses resultados são alcançados com ações permanentes e continuadas de médio e longo prazo envolvendo inúmeros agentes econômicos e sociais O sucesso alcançado pelo cooperativismo no Paraná preservou os seus agricultores no campo trouxe melhoria na qualidade de vida para a população promoveu difusão da tecnologia nesta área fortaleceu a produção com a diminuição dos custos e aumentou a produtividade proporcionando o aumento da renda dos produtores O cooperativismo paranaense conseguiu superar as dificuldades impostas pelo mercado mesmo sem abandonar totalmente seus princípios e sua doutrina esta prosperidade deuse justamente pela forma de organização da sociedade em 28 cooperativas colocando o Paraná em um novo status de produtividade e competitividade com benefícios diretos os produtores e à toda a sociedade O cooperativismo visa a preservação dos valores humanos essenciais fundamentandose na solidariedade através da qual se propõe ser uma organização eficiente nas atividades que realiza a fim de viabilizar sua existência e garantir uma gestão democrática para satisfazer as aspirações e necessidades mútuas dos cooperados Tendo como embasamento os princípios e doutrina cooperativista este tipo de sociedade evoluiu ao longo do tempo As cooperativas do setor agrícola paranaense incorporaram a tecnologia agroindustrial ganharam espaço no mercado e aprenderam com as novas estratégias de sobrevivência e até mesmo superaram a concorrência das empresas de capital privado Seu principal desafio foi dar sustentação à atividade cooperativista sendo capaz de instruir o associado e proporcionar a ele segurança quanto à comercialização de sua produção eou prestação de serviços e por ser uma sociedade sem fins lucrativos reaplicar todas as possíveis sobras em prol do cooperado 29 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BULGARELLI W O regime jurídico das sociedades cooperativas São Paulo Pioneira 1965 CARNEIRO Palmyos Paixão Cooperativismo O princípio e a força existêncial social do trabalho Belo Horizonte Fundec 1981 CNA Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil httpwwwcnaorgbr acesso em 13102003 FACHIN Odília Fundamentos de Metodologia 3a ed São Paulo Saraiva 2001 IRION J E Cooperativismo e Economia Social 1 ed São Paulo STS Publicações e Serviços Ltda 1997 MARANDOLA ME RODRIGUES RL Cooperativismo agropecuário paranaense evolução no período 19661985 LondrinaPr Terra e Cultura 1988 OCB Organização das Cooperativas Brasileiras httpwwwocborgbr acesso em 05092003 OCB Núcleo do Banco de Dados da OCB Tabelas e Gráficos httpwwwocb orgbr acesso em 10092003 OCEPAR Cooperativismo e Agroindústria no Paraná CuritibaPr 1986 OCEPAR Núcleo do Banco de Dados da Ocepar Tabelas e Gráficos site httpwwwoceparorgbr acesso em 10122003 OCEPAR Sindicato e Organizações da Cooperativas do Estado do Paraná O Cooperativismo do Paraná no Terceiro Milênio 2 a Ed Paraná 2001 OCEPAR Sindicato e Organizações da Cooperativas do Estado do Paraná Histórico das Cooperativas Paranaenses httpwwwoceparorgbr acesso em 28112003 PINHO D B A Doutrina Cooperativa nos Regimes Capitalista e Socialista 2a ed São Paulo L Pioneira 1966 30 PINHO D B O manual do cooperativismo 2a ed São Paulo L Pioneira 1997 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Referências Citações e notas de rodapé Tabelas Curitiba UFPR 2000 Normas para apresentação de documentos científicos vol 6 vol 7 e vol 8 Relação de todas as cooperativas do Estado do Paraná registradas na Ocepar até Dezembro de 2003 continua Nome Razão Social Cidade AGRÁRIA COOP AGRÁRIA MISTA ENTRE RIOS LTDA GUARAPUAVA AGROPAR COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DO MÉDIO OESTE DO PARANÁ LTDA ASSIS CHATEAUBRIAND BATAVO COOPERATIVA AGROPECUÁRIA BATAVO LTDA 1 CARAMBEÍ BOM JESUS COOPERATIVA MISTA BOM JESUS LTDA LAPA CAMDUL COOPERATIVA AGRIC MISTA DUOVIZINHENSE LTDA DOIS VIZINHOS CAMISC COOPERATIVA AGRIC MISTA SÃO CRISTÓVÃO LTDA MARIÓPOLIS CAMIX COOPERATIVA AGROPECUÁRIA MISTA XAGU LTDA RIO BONITO DO IGUAÇU CAMP COOPERATIVA AGRIC MISTA PRUDENTÓPOLIS LTDA PRUDENTÓPOLIS CAMPAL COOPERATIVA AGROPEC DO MÉDIO PARANAPANEMA CORNÉLIO PROCÓPIO CAPAL COOPERATIVA AGROPEC ARAPOTI LTDA ARAPOTI CAPEG COOPERATIVA AGROPEC GUARANY LTDA PATO BRANCO CASB COOPERATIVA AGRICICOLA SUL BRASIL DE LONDRINA LTDA ASSAI CASTROLANDA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA CASTROLANDA CASTRO CATIVA COOPERATIVA AGROPECUÁRIA DE LONDRINA LTDA LONDRINA CCLPL COOPERATIVA CENTRAL DE LATICÍNIOS DO PARANÁ LTDA CARAMBEÍ CENTRALPAR COOPERATIVA CENTRAL DE ALIMENTOS DO PARANÁ LTDA CURITIBA CLAC COOPERATIVA LATICÍNIOS CTBA LTDA SÃO J DOS PINHAIS Nome Razão Social Cidade j COABIL BITURUNA COOPERATIVA AGROPEC BíTURUNA LTDA COACAN COOPERATIVA AGROPECUÁRIA CANDÓI CANDÓI COAGEL COOPERATIVA AGROPECUÁRIA GOIOERE LTDA GOIOERE COAGRO COOPERATIVA AGROPEC CAPANEMA LTDA CAPANEMA COAGRU COOPERATIVA AGROPECUÁRIA UNIÃO LTDA UBIRATÃ COAMIG COOPERATIVA AGROPEC MISTA DE GUARAPUAVA LTDA GUARAPUAVA i COAMIL COOPERATIVA AGRIC MISTA E INDUSTRIAL SANTA REGINA LTDA LARANJEIRAS DO SUL COAMO COAMO AGROINDUSTRIAL COOPERATIVA CAMPO MOURÃO COASUL COOPERATIVA AGROPEC SUDOESTE LTDA SÃO JOÃO COCAFE COOPERATIVA AGRIC DE ASTORGA LTDA 1 ASTORGA COCAMAR COCAMAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL MARINGÁ COCAMP COOPERATIVA AGRÍCOLA DOS CAMPOS PALMENSES LTDA PALMAS COCAR1 COOPERATIVA DOS CAFEICULTORES DE MANDAGUARI LTDA MANDAGUARI COCEAL COOPERATIVA CENTRAL DE ALGODÃO LTDA j IBIPORÃ i CODEPA i COOPERATIVA DE DESENVOLVIMENTO E PRODUÇÃO AGROPECUÁRIA MANGUEIRINHA COFERCATU COOPERATIVA AGROPEC DOS CAFEICULTORES DE PORECATU LTDA i PORECATU i i COLARI COOPERATIVA DE LATICÍNIOS DE MANDAGUARI LTDA MANDAGUARI CONFEPAR COOPERATIVA CENTRAL AGRO INDUSTRIAL LTDA LONDRINA COOAVISUL i COOPERATIVA DOS AVICULTORES DO SUDOESTE DO PARANÁ DOIS VIZINHOS Nome Razão Social Cidade COOCAROL COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL DE PRODUTORES DE CANA DE RONDON LTDA RONDON COODETEC COOP CENTRAL AGROPEC DE DESENVOLV TECNOLÓGICO E ECONÔÔMICO LTDA CASCAVEL COONTRUZ COOPERATIVA NIPOBRASILEIRA DE PRODUTORES DE AVESTRUZ LONDRINA COOPAGRICOLA COOPERATIVA AGRIC MISTA DE PONTA GROSSA LTDA PONTA GROSSA COOPALESTE COOPERATIVA AGROPECUÁRIA LESTE PARANAENSE LTDA WENCESLAU BRÁZ COOPAVEL COOPERATIVA AGROPEC CASCAVEL LTDA CASCAVEL COOPCANA COOPERATIVA AGRIC REGIONAL DE PRODUTORES DE CANA LTDA PARAÍSO DO NORTE COOPERANTE COOPERATIVA AGRÍCOLA CAMPO DO TENENTE CAMPO DO TENENTE COOPERAVES COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL REGIONAL DE AVICULTORES PARAÍSO DO NORTE COOPERLAC COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE SUÍNOS E LEITE DO OESTE DO PARANÁ TOLEDO COOPERMIBRA COOPERATIVA MISTA AGROPECUÁRIA DO BRASIL CAMPO MOURÃO COOPERPONTA COOPERATIVA AGRÍCOLA PONTAGROSSENSE LTDA PONTA GROSSA COOPERVAL COOPERATIVA AGRIC DE PRODUTORES DE CANA DO VALE DO IVAÍ LTDA 1 JANDAIA DO SUL COOPERVALE COOPERATIVA AGRÍCOLA MISTA VALE DO PIQUIRI LTDA PALOTINA A N D D A ÁIT COOPERATIVA REGIONAL AGRIC MISTA COOPRAMIL DE CAMBARA LTDA 1 CAMBARÁ COPACOL COOPERATIVA AGRÍCOLA CONSOLATA CAFELÂNDIA COPAGRA COOPERATIVA AGRÁRIA DOS CAFEICULTORES DE NOVA LONDRINA LTDA NOVA LONDRINA COPAGRIL COOPERATIVA AGRIC MISTA RONDON MAL CÂNDIDO RONDON Nome Razão Social Cidade COPERGRÃO COOPERATIVA DE PRODUTORES DE GRÃOS LARANJEIRAS DO SUL COPROSSEL COOPERATIVA DOS PRODUTORES DE SEMENTES DE LARANJEIRAS DO SUL LTDA LARANJEIRAS DO SUL COROL COOPERATIVA AGROPEC ROLÂNDIA LTDA ROLÂNDIA COTRIGUAÇU COOPERATIVA CENTRAL REGIONAL IGUAÇU LTDA CASCAVEL CRPL COOPERATIVA REGIONAL DE PRODUTORES DE LEITE GUARAPUAVA FRIMESA COOPERATIVA CENTRAL AGROPEC 1 r n i XIr SUDOESTE LTDA MEDIANEIRA INTEGRADA COOPERATIVA AGROPEC DE PRODUÇÃO INTEGRADA DO PARANÁ LTDA LONDRINA LACTISUL COOPERATIVA DE PRODUTORES DE LEITE DE IRATI LACTISUL LTDA IRATI LAR COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL LAR LTDA MEDIANEIRA NOVA PRODUTIVA COOPERATIVA AGROINDUSTRIAL NOVA PRODUTIVA ASTORGA UNICASTRO COOPERATIVA AGRIC UNIÃO CASTRENSE LTDA CASTRO VALCOOP COOPERATIVA AGROPEC VALE DO TIBAGI LTDA LONDRINA WITMARSUM COOPERATIVA MISTA AGROPEC WITMARSUM LTDA PALMEIRA Fonte Banco de Dados da OCEPAR 2003