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História Econômica
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Aula 191 Friedrich Hayek a falta que ele nos faz 1 Radical intuitivo genial controverso lúcido esses são só alguns adjetivos que podemos atribuir a Friedrich Hayek economista e filósofo nascido em Viena em 1899 que mais tarde viria compor o panteão de notáveis da Escola Austríaca com uma importante participação no pensamento econômico moderno e em especial na consolidação do liberalismo 11 É curioso como ele bem como outros grandes economistas recorrentemente são resgatados para debates de grandes questões seja de cunho econômico ou político sobretudo em momentos de crise e mudanças 2 Trazendo rapidamente para nosso cenário doméstico Já de comum acordo que a atual crise brasileira nasceu e foi patrocinada pelas mãos do Estado pela sua atuação atabalhoada em diversos setores e pelo total descompromisso fiscal 21 E um dos efeitos mais diretos deste cenário é o ganho de força dos movimentos alinhados com o pensamento liberal de redução do tamanho do Estado do livre mercado e da promoção da concorrência etc Hayek entra em cena de novo e estaria orgulhoso ou não 3 Portanto este artigo tem como principal objetivo resgatar as principais ideias e pensamentos promulgados por ele mesmo que de caráter introdutório enaltecendo sua contribuição originária e oferecendo os devidos créditos que como veremos mais a frente por muitas vezes foi injustiçado e considerado insano Hayek o sóbrio 4 Como comentamos Hayek nasceu na Europa Ocidental rodeado de grandes cientistas e iluminado no ambiente eufórico das descobertas de Charles Darwin 41 Acreditava como muitos outros que sua grande missão na terra era solucionar os grandes segredos do universo e logo descobriu sua paixão e interesse por economia 42 Sentiase instigado pelos movimentos da economia e toda sua complexidade acreditando que a ciência econômica não deveria ser algo exato e rígido mas social e líquido não se atrevendo a fazer previsões exatas e repudiando qualquer tipo de controle sob a conjuntura econômica 43 Era muito comum na época economistas postularem que poderiam ajustar a economia como se fossem engenheiros como se a economia fosse uma máquina quebrada necessitada de reparos 5 Seguindo a lógica darwinista Hayek acreditava que o mercado é fruto da evolução da humanidade passando do escambo prosaico mercantilismo capitalismo originário até se tornar uma espécie de maravilha da natureza que impulsionaria a civilização a progredir 6 Hayek analisava o mercado como um sistema de telecomunicações no qual bilhões e bilhões de informações são processadas ao sabor da oferta sempre volátil de recursos para suprir a demanda e sua livre flutuação traria a situação de máximo de bemestar 61 E qual seria o canal transmissor Os preços que guiam as ações dos agentes à medida que aumentam ou diminuem 62 Nesse aspecto qualquer tipo de intervenção discricionária por parte do Estado ou instituições apenas geraria distorções ao sistema não solucionando de fato a recessão e com a possibilidade de criar outro problema ainda maior 7 Não nos esqueçamos meus caros que o autor vivenciou a hiperinflação alemã observou de perto como o abuso do governo com o dinheiro público é perverso a 1ª guerra mundial deixou o Estado com altas dívidas e com a arrecadação solapada que por sua vez incumbiu o Banco Central de imprimir a rodo 71 O Banco Central acatou a missão emitindo o que fosse necessário para cumprir suas obrigações e títulos chegando ao escárnio de 500 mil Reichsmark a moeda da época ser equivalente a um mísero pão 72 Então o autor desenvolveu um pavor que remota sua infância pela inflação pelo descontrole inflacionário patrocinando pelo aparelho estatal que no limite socializa suas perdas com a sociedade 8 Trocando em miúdos e indo ao centro da teoria e da principal crítica de Hayek seu núcleo duro é a questão do monopólio do dinheiro pelo Governo 81 Este sempre foi o maior dos problemas sim a velha e boa impressora estatal Em um mundo ideal o preço de cada moeda seria determinado no mercado de acordo com a concepção dos agentes e da conjuntura 82 O papel moeda fiduciária e de curso forçado é uma anomalia criada pelo aparelho estatal e o austríaco chegou a propor então que empresas individuais emitam pedações de papel que não sejam lastrados por qualquer bem de capital ou consumo No limite seria uma privatização do banco central 9 Pode parecer algo excessivamente radical e desprovido de lógica mas a proposta hayekiana ataca diretamente os interesses escusos do Estado pois argumenta que se ao menos os obstáculos governamentais fossem removidos o livre mercado iria fornecer a quantidade e a variedade ótima de produtos monetários 91 Assim como as forças da concorrência levam a preços baixos e a qualidades superiores em toda e qualquer área a concorrência na indústria do papelmoeda também levaria a moedas que seriam infinitamente melhores do que aquelas fabricadas pelo Estado 92 Por exemplo as moedas privadas seriam bem mais estáveis em garantir seu poder de compra ou seja menos inflacionária com melhores condições de segurança e credibilidade 10 Quando uma sociedade confere mais poder ao Estado existe uma erosão da liberdade econômica e por conseguinte redução da liberdade política levando a uma situação da valorização do personalismo de sebastianismo de eleger um homem poderoso algo muito próximo do que temos em nosso presidencialismo tupiniquim não 101 No limite se tornaria um ditador para solucionar todos os problemas da sociedade O socialismo e nazismo são os exemplos mais patentes 11 Para Hayek não existe liberdade política sem liberdade econômica e o contrário é verdadeiro Afirmava que é impossível substituir o mercado por um planejador central e a liberdade individual é um valor em si e intrasferível 111 Não por acaso em um de seus melhores artigos The Use of Knowledge in Society de 1945 demonstrava que um planejamento concentrado em um comitê ou qualquer coisa parecida nunca terá a capacidade de substituir o mercado e sua complexidade pois cada indivíduo detém apenas uma pequena fração do conhecimento disponível a informação encontrase sempre de forma difusa e líquida Teoria dos Ciclos Econômicos e Crises 12 O autor vivenciou o atribulado século XIX século de crises guerras e grandes descobertas Hayek estava no auge de sua juventude no período conhecido como era de ouro do capitalismo período subsequente às duas guerras mundiais e recessões econômica profundas 121 Confrontando suas ideias diretamente como outro famoso economista John M Keynes da escola de Cambridge arauto da intervenção estatal e do gasto público como motor do crescimento 13 Como demonstra a história os programas adotados pelas nações como o New Deal o Plano Marshall e até mesmo os planos de expansão das potências beligerantes são práticas de um Estado forte e interventor 131 Portanto Hayek perdeu o debate categoricamente e dizem as más línguas que entrou em profunda depressão 132 Porém algumas décadas depois passado o período de bonança seu nome foi relembrando por muitos chegando ao ponto de ser laureado com o Nobel de Economia em 1974 A vida havia começado de novo 14 Para Hayek a recessão é nada menos que um retorno à normalidade ou seja é nos períodos de expansão da economia que se criam todas as distorções que vão explicar a derrocada da economia 141 O New Deal por exemplo nada mais seria que um programa artificial que não deixaria a economia se maturar e retornar novamente ao seu ponto ideal e ajustarse naturalmente 142 Portanto leva até às últimas consequências a teoria do capital e a análise dos ciclos de Mises um de seus mentores ao explicar de que forma o intervencionismo monetário produz uma generalizada descoordenação temporal os déficits fiscais gerados e a bonança de crédito ofertado abaixo de seu valor de mercado influenciaria negativamente e produziria ainda mais distorções nas decisões dos agentes econômicos investidores consumidores e empresários 15 As recessões portanto seriam nada menos que a etapa de saudável e necessário reajustamento econômico Segundo Hayek não se deve tentar evitar as recessões pois elas encerram toda expansão creditícia anterior ou fomento artificial do consumo promovendo o gradual retorno das forças do mercado para estabelecer uma estrutura produtiva compatível com os verdadeiros fundamentos econômicos 16 Com a sua redenção no início dos anos 1980 Hayek volta à cena política e econômica como um verdadeiro pop star mesmo que negando e tentando manterse humilde mesmo no momento de receber seu Nobel declarou Nobel confere a um indivíduo autoridade que em economia nenhum homem deveria possuir Isso não é um problema para as ciências da natureza 17 No âmbito da moral alegava também que os economistas deveriam evitar a arrogância evitando a comum soberba e o que ele chamava de pretensão da sabedoria fingir que sabemos de algo sem de fato saber e ainda agir como se soubéssemos pois somos incapazes de prever a economia com total certeza 18 Não à toa era recorrente encontrar na bolsa de Margareth Thatcher a dama de ferro britânica devaneios e trechos escritos pelo próprio Hayek símbolo da ideologia predominante e das políticas que vinham sendo implementadas no Reino Unido como o fim do consenso póskeynesiano da total liberalização dos mercados financeiros e do ataque aos sindicatos patronais 19 Mas os seguidores de Hayek ainda dizem que a desregulamentação foi pequena e estas explicam todas as crises posteriores no sistema capitalista seja nos países desenvolvidos bolhacom crise de 2008 etc e também nos emergentes como Rússia México Brasil todas influenciadas pelo fenômeno de moral hazard na promessa para todos os agentes de que a crise se aprofundar o governo irá intervir as empresas eram autorizadas a fazer tudo menos falir O Caminho da Servidão uma doutrina não estacionária 20 Em seu período de ostracismo intelectual Hayek começou a escrever a sua obra mais famosa de conteúdo totalmente político e filosófico na qual demonstra por meio de argumentos da moral e do indivíduo as tentativas do governo de controlar a economia e assim escravizar seu povo 21 O livro foi muito bem recebido nos EUA já que é bem compatível com o tipo de individualismo americano daquela velha fábula weberiana na qual qualquer um poderia tornarse milionário se trabalhasse arduamente 211 Alega também que um Estado patronal e benévolo na verdade corrói a saúde da democracia uma constatação no mínimo malograda de sua parte e cria o ambiente perfeito para a tirania 22 A tese central de Hayek é que todas as formas de coletivismo sejam mais à esquerda ou à direita levam invariavelmente à tirania e à restrição das liberdades fato comprovado nos casos da Alemanha Nazista da União Soviética e dos demais países do blocos da internacional comunista 221 Em um sistema de planejamento central da economia a alocação de recursos é de responsabilidade de um pequeno grupo que segundo Hayek é este incapaz de processar a enorme quantidade de informações pertinentes à adequada distribuição dos bens à sua disposição 222 Face à gigantesca concentração de poder nas mãos de um restrito número de burocratas divergências acerca da implementação das políticas econômicas levaria invariavelmente para o uso da força estatal para que suas medidas fossem toleradas 23 Em última instância a implementação de um órgão de controle central da economia nunca de fato atingiria seus objetivos e levaria ao declínio da maioria das liberdades individuais 231 Somente e apenas somente uma sociedade livre em que o mercado estivesse sob a égide da ordem espontânea dos fatos e das infinitas relações entre as pessoas seria o caminho ideal e seguro para o progresso econômico e de bemestar 24 Pelo exposto fica nítido que estudar o austríaco pode não ser uma boa ideia para marinheiros de primeira viagem ou apaixonados pela ideologia do Deus Mercado mesmo porque apesar de todas as suas contradições e genialidades Hayek era dotado de uma lucidez incrível humildade e visão de mundo única não somente no funcionamento da economia mas da assunção da nossa insignificância frente a esse exuberante sistema de preços chamado mercado Fonte httpterracoeconomicocombrfriedrichhayekfaltaqueelenosfaz Acesso em 191217
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ainda maior 7 Não nos esqueçamos meus caros que o autor vivenciou a hiperinflação alemã observou de perto como o abuso do governo com o dinheiro público é perverso a 1ª guerra mundial deixou o Estado com altas dívidas e com a arrecadação solapada que por sua vez incumbiu o Banco Central de imprimir a rodo 71 O Banco Central acatou a missão emitindo o que fosse necessário para cumprir suas obrigações e títulos chegando ao escárnio de 500 mil Reichsmark a moeda da época ser equivalente a um mísero pão 72 Então o autor desenvolveu um pavor que remota sua infância pela inflação pelo descontrole inflacionário patrocinando pelo aparelho estatal que no limite socializa suas perdas com a sociedade 8 Trocando em miúdos e indo ao centro da teoria e da principal crítica de Hayek seu núcleo duro é a questão do monopólio do dinheiro pelo Governo 81 Este sempre foi o maior dos problemas sim a velha e boa impressora estatal Em um mundo ideal o preço de cada moeda seria determinado no mercado de acordo com a concepção dos agentes e da conjuntura 82 O papel moeda fiduciária e de curso forçado é uma anomalia criada pelo aparelho estatal e o austríaco chegou a propor então que empresas individuais emitam pedações de papel que não sejam lastrados por qualquer bem de capital ou consumo No limite seria uma privatização do banco central 9 Pode parecer algo excessivamente radical e desprovido de lógica mas a proposta hayekiana ataca diretamente os interesses escusos do Estado pois argumenta que se ao menos os obstáculos governamentais fossem removidos o livre mercado iria fornecer a quantidade e a variedade ótima de produtos monetários 91 Assim como as forças da concorrência levam a preços baixos e a qualidades superiores em toda e qualquer área a concorrência na indústria do papelmoeda também levaria a moedas que seriam infinitamente melhores do que aquelas fabricadas pelo Estado 92 Por exemplo as moedas privadas seriam bem mais estáveis em garantir seu poder de compra ou seja menos 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indivíduo detém apenas uma pequena fração do conhecimento disponível a informação encontrase sempre de forma difusa e líquida Teoria dos Ciclos Econômicos e Crises 12 O autor vivenciou o atribulado século XIX século de crises guerras e grandes descobertas Hayek estava no auge de sua juventude no período conhecido como era de ouro do capitalismo período subsequente às duas guerras mundiais e recessões econômica profundas 121 Confrontando suas ideias diretamente como outro famoso economista John M Keynes da escola de Cambridge arauto da intervenção estatal e do gasto público como motor do crescimento 13 Como demonstra a história os programas adotados pelas nações como o New Deal o Plano Marshall e até mesmo os planos de expansão das potências beligerantes são práticas de um Estado forte e interventor 131 Portanto Hayek perdeu o debate categoricamente e dizem as más línguas que entrou em profunda depressão 132 Porém algumas décadas depois passado o período de bonança seu nome foi 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necessário reajustamento econômico Segundo Hayek não se deve tentar evitar as recessões pois elas encerram toda expansão creditícia anterior ou fomento artificial do consumo promovendo o gradual retorno das forças do mercado para estabelecer uma estrutura produtiva compatível com os verdadeiros fundamentos econômicos 16 Com a sua redenção no início dos anos 1980 Hayek volta à cena política e econômica como um verdadeiro pop star mesmo que negando e tentando manterse humilde mesmo no momento de receber seu Nobel declarou Nobel confere a um indivíduo autoridade que em economia nenhum homem deveria possuir Isso não é um problema para as ciências da natureza 17 No âmbito da moral alegava também que os economistas deveriam evitar a arrogância evitando a comum soberba e o que ele chamava de pretensão da sabedoria fingir que sabemos de algo sem de fato saber e ainda agir como se soubéssemos pois somos incapazes de prever a economia com total certeza 18 Não à toa era recorrente encontrar na 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distribuição dos bens à sua disposição 222 Face à gigantesca concentração de poder nas mãos de um restrito número de burocratas divergências acerca da implementação das políticas econômicas levaria invariavelmente para o uso da força estatal para que suas medidas fossem toleradas 23 Em última instância a implementação de um órgão de controle central da economia nunca de fato atingiria seus objetivos e levaria ao declínio da maioria das liberdades individuais 231 Somente e apenas somente uma sociedade livre em que o mercado estivesse sob a égide da ordem espontânea dos fatos e das infinitas relações entre as pessoas seria o caminho ideal e seguro para o progresso econômico e de bemestar 24 Pelo exposto fica nítido que estudar o austríaco pode não ser uma boa ideia para marinheiros de primeira viagem ou apaixonados pela ideologia do Deus Mercado mesmo porque apesar de todas as suas contradições e genialidades Hayek era dotado de uma lucidez incrível humildade e visão de mundo única não somente no funcionamento da economia mas da assunção da nossa insignificância frente a esse exuberante sistema de preços chamado mercado Fonte httpterracoeconomicocombrfriedrichhayekfaltaqueelenosfaz Acesso em 191217