Este tratamento termoquímico consiste em se aplicar boro na superfície de um material, formando boretos de ferro e outras substâncias intermetálicas. Ao contrário do carbono e do nitrogênio, a solubilidade do boro no aço é muito mais baixa, se produzindo camadas muito menores. O processo é atrativo, no entanto porque a dureza que proporciona é elevadíssima, bem como a resistência ao desgaste e à abrasão. Também há um aumento da resistência à corrosão de um material que passa por boretação.
O tratamento ocorre a elevadas temperaturas, que vão de 800 °C a 1050 °C e pode durar de uma a oito horas. A espessura da camada de boro está entre 0,01 mm e 0,3 mm, podendo chegar a 1 mm em processos especiais.
O tratamento utiliza o boro puro ou compostos de boro, podendo se dar por via sólida, líquida, ou gasosa. A boretação gasosa é muito mais cara e utiliza uma gás muito mais tóxico do que o cianeto, não sendo um processo muito comum e a boretação líquida se vale de cianetos cujo processo é mais difícil de controlar em um banho de sais. A boretação sólida é a mais difundida, utilizando como fonte da substância carbetos de boro.
É possível realizar a têmpera em peças com camada de até 0,150 mm, não havendo risco de trincas superficiais. O revenido após a têmpera deve ser feito, preferencialmente, em um meio inerte.
Em comparação com o carbono e o nitrogênio, o custo do boro é muito superior, fazendo deste um tratamento muito específico para aplicações especiais.
Materiais para a Boretação
Tanto aços carbono, aços de baixa liga, aços inoxidáveis e aços ferramentas são materiais nos quais este tratamento termoquímico é viável. Não é indicado para aços que possuem alumínio em sua composição e nem possuam mais de 1% de silício.