O telescópio de Galileu, também conhecido como luneta astronômica, foi o primeiro instrumento utilizado pela humanidade para enxergar astros que a olho nu seria quase impossível, ou até mesmo impossível, de enxergar.
Representação da luneta de Galileu. Fonte: SBF.
Tecnicamente, o telescópio de Galileu é chamado de telescópio refrator. Isso porque a ampliação do que é observado através dele é oriunda do desvio da luz devido a lentes, que refratam a luz e realizam uma ampliação da imagem observada.
Telescópio de Galileu: Como funciona?
Esse telescópio pode ser construído através de duas lentes convergentes. Lentes convergentes são lentes esféricas, que no meio são mais espessas e nas extremidades são mais finas.
Comportamento da luz diante das lentes convergentes e divergentes. Fonte: Lenscope
No diagrama acima, podemos observar que a lente convergente desvia os raios luminosos paralelos e concentra em um ponto, chamado de foco. Então, quando uma imagem chega em um lado dessa lente, outra imagem é formada no outro lado, exatamente no foco.
Dependendo da distância que o corpo está da lente, essa imagem gerada pode ser normal ou invertida. Quando o objeto está longe o suficiente, essa imagem fica invertida.
O contrário também ocorre. Se no foco tiver uma imagem, quem vê do outro lado pode ver a imagem que está no foco ampliada, é assim que a lupa funciona. Isso é muito importante para o entendimento do telescópio.
Lentes
No telescópio, existem duas lentes. A ocular e a objetiva. A objetiva é a maior lente, e é responsável por captar a maior quantidade de luz refletida pelo objeto. Essa objetiva irá criar uma segunda imagem no seu foco.
No entanto, a lente ocular é a que colocamos o nosso olho próximo. Ela é como uma lupa e amplia a imagem gerada pela lente objetiva. Logo, a ampliação total do telescópio depende das distâncias focais das duas lentes.
Esquema da luz interagindo com as lentes do telescópio. Fonte: Parsec
Distância focal, nada mais é, do que a distância entre o foco e a lente. Uma curiosidade é que chamamos popularmente de “grau” nos óculos é o inverso da distância focal , em metros, ou seja, 1 dividido pela distância focal.
A imagem gerada por esse telescópio é invertida, isso porque, devido a distância do objeto que é observado ser maior que a distância focal. Na astronomia, a inversão da imagem é indiferente. Mas na observação de objetos aqui, pode atrapalhar um pouco a observação.
A luneta de galileu original não usava duas lentes convergentes. Ele usou uma lente convergente e uma divergente. A luneta de Galileu original não invertia a imagem, mas gerava mais aberrações cromáticas. Posteriormente, usaram duas lentes convergentes para construir esse tipo de luneta, pois diminui abeações.
Aberração cromática
Aberração cromática é um fenômeno óptico que distorce as cores. Ela ocorre em telescópios refratores. Para corrigir essa aberração, pode-se fazer telescópios mais longos ou fazer as lentes com dois tipos de materiais diferentes, pois uma anula a aberração cromática da outra.
Aberração cromática no planeta Júpiter. Fonte: Pasec
Telescópio de Galileu: Quais o maior existente?
O maior telescópio refrator do mundo é o Yerkes, está localizado nos Estados Unidos. Construído em 1895, esse telescópio refrator tem diâmetro de 40 polegadas (1,02 metros) e um comprimento de aproximadamente 20 metros.
Observatório de Yerkes. Fonte: Turismo e Estrellas.
Conclusão
Em suma, entendemos como funciona um telescópio de galileu e conhecemos o maior telescópio refletor do mundo. Atualmente, este tipo de telescópio é frequente na astronomia amadora. Além disso, muitos costumam fabricar esses telescópios de forma caseira, devido a sua simplicidade. Até a próxima!
Referências
https://lenscope.com.br/blog/lentes-convergentes-e-divergentes/
http://www.parsec.net.br/refratores.html
https://www.google.com/url?sa=i&url=https%3A%2F%2Fwww.turismodeestrellas.com%2Fobservatorio-yerkes-arquitectura-astrofisica&psig=AOvVaw2M__KDlSDE5iTMQRZOtITQ&ust=1673905425842000&source=images&cd=vfe&ved=0CAMQjB1qFwoTCNDZuOjFyvwCFQAAAAAdAAAAABAD
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