O lábio leporino é uma anomalia congênita que afeta cerca de 1 em cada 700 bebês nascidos vivos em todo o mundo. Trata-se de uma abertura no lábio superior, que pode se estender até as narinas e o palato, comprometendo a função respiratória, alimentar e fonoarticulatória. Neste post, vamos discutir as causas e as opções de tratamento disponíveis para os pacientes.
Causas do lábio leporino
O lábio leporino resulta de uma falha na fusão dos tecidos faciais durante o desenvolvimento fetal. Normalmente, o lábio superior começa a se formar por volta da quinta semana de gestação, e se une ao palato por volta da nona semana. No caso, essa fusão não ocorre corretamente, deixando uma abertura na região.
Infelizmente, não se conhece as causas exatas do lábio leporino, mas acredita-se que fatores genéticos e ambientais contribuem para o seu surgimento. Algumas condições genéticas, como a síndrome de Van der Woude e a síndrome de Pierre Robin, aumentam o risco de desenvolver essa falha. Além disso, a exposição a certos fatores ambientais durante a gravidez, como o tabagismo e o consumo de álcool, também podem aumentar o risco de ocorrência da anomalia.
Incidência
Em resumo, como visto anteriormente, o lábio leporino é uma anomalia congênita relativamente comum. Estatisticamente, afeta cerca de 1 em cada 700 nascimentos em todo o mundo. No Brasil, estima-se que o número de casos varie entre 1 a 2 casos para cada 1.000 nascidos vivos, sendo que as taxas podem variar em diferentes regiões do país.
A prevalência do lábio leporino sofre influencia de vários fatores, incluindo a etnia, o histórico familiar e o ambiente. Alguns estudos sugerem que a incidência da anomalia é maior em certas populações, como americanos nativos e asiáticos, enquanto outros estudos mostram que a incidência é maior em populações de ascendência europeia.
Além disso, sabe-se que fatores genéticos e ambientais podem contribuir para o surgimento do lábio leporino. Assim também, a exposição da mãe a substâncias tóxicas, como o tabaco e o álcool, durante a gravidez, pode aumentar o risco de anomalias congênitas, incluindo o lábio leporino. Outros fatores, como a deficiência de vitaminas e a exposição a certos medicamentos, também podem estar associados ao aumento do risco de anomalias congênitas.
É importante lembrar que, embora o lábio leporino possa afetar a aparência física e a função do paciente, a maioria dos casos pode ser tratada com sucesso, proporcionando uma melhor qualidade de vida para o paciente.
Por isso, é importante que gestantes realizem o devido acompanhamento por um obstetra durante a gravidez, especialmente em casos de histórico familiar de anomalias congênitas, para se detectar possíveis problemas precocemente, tratando de forma adequada.
Tratamento
Em resumo, o tratamento do lábio leporino geralmente envolve uma equipe multidisciplinar, que inclui cirurgiões plásticos, otorrinolaringologistas, dentistas, ortodontistas, fonoaudiólogos e psicólogos. O objetivo do tratamento é corrigir a abertura no lábio superior e, se necessário, no palato, para melhorar a função respiratória, alimentar e fonoarticulatória do paciente, além de melhorar a aparência estética do rosto.
O tratamento do lábio leporino geralmente envolve uma série de procedimentos cirúrgicos, realizados em diferentes estágios da vida do paciente. Os procedimentos podem incluir:
- Cirurgia para correção do lábio superior: geralmente é realizada quando o paciente tem entre 3 e 6 meses de idade. O objetivo é fechar a abertura no lábio superior e reconstruir a forma normal do lábio.
- Cirurgia para correção do palato: geralmente é realizada quando o paciente tem entre 6 e 18 meses de idade. O objetivo é fechar a abertura no palato e melhorar a função alimentar e fonoarticulatória do paciente.
- Cirurgia para correção de cicatrizes: pode ser necessária em pacientes que já passaram por cirurgias anteriores para corrigir o lábio leporino. O objetivo é melhorar a aparência estética da cicatriz.
Por fim, além dos procedimentos cirúrgicos, o tratamento do lábio leporino pode incluir terapias fonoaudiológicas para melhorar a fala e a articulação, e tratamento ortodôntico para corrigir problemas dentários e de mordida.