Redação: Como mandar bem!

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Redação, é um tema que preocupa bastante os alunos, principalmente em vestibulares e concursos. E nesse sentido a gramática é frequentemente vista como um desafio, onde muitos acreditam que não é mais tão crucial, já que os vestibulares modernos enfatizam a interpretação de texto, não sendo tão necessário a “memorização” de regras gramaticais. No entanto, é fundamental compreender que a gramática vai além da mera “decoreba.”

Contudo, asprovas de vestibular, ENEM e concursos públicos não exigem mais que os candidatos memorizem todas as regras gramaticais para decifrar frases complexas. Atualmente, o foco está na habilidade de ler e escrever de forma lógica, respeitando a língua portuguesa.

Isso significa que sua preparação pode ser mais orientada para a prática, embora seja indispensável ter um domínio sólido de alguns conceitos fundamentais de gramática. Mas vamos deixar de enrolação, vamos a algumas dicas valiosas de gramática que não só o ajudarão a se sair bem nas provas de vestibular, mas também a aprimorar suas habilidades linguísticas no dia a dia.

Dicas de gramática para escrever bem no Enem, na redação em tudo!

Mas e mais

“Mas” é, na maioria das vezes, conjunção adversativa, podendo ser substituída por “porém”. “Mais”, no entanto, é advérbio de intensidade ou conjunção aditiva, ou seja, tem função de intensidade ou soma.

Por isso, o certo é dizer “tento, mas não consigo” ou “eu quero sempre mais”, evitando cometer erros que certamente farão você perder pontos na sua prova, fica de olho. Veja uns exemplos:

Ela não tinha medo, mas era cautelosa.
Sem dinheiro, mas com honestidade.
Comemos tanto, mas continuamos com fome.

Sinônimos para essa conjunção são: “porém”, “contudo”, “todavia”, “entretanto”.

Ela não tinha medo, contudo, era cautelosa.
Sem dinheiro, porém com honestidade.
Comemos tanto, todavia, continuamos com fome.

Uso do MAIS

Na minha família, há mais tios do que tias.
Tentei tirar a tampa com mais força, mas não consegui.
Por esse homem, eu não mais derramarei nenhuma lágrima.
Não temos mais nenhum produto desses à disposição.
Chegando até aqui, tudo o mais é lucro.

Meio e meia

No sentido de advérbio, “meio” tem sentido de “um pouco”, sendo vinculado a um adjetivo. Neste caso, ele não varia em gênero. Enquanto numeral, por sua vez, está vinculado a um substantivo, concordando com o gênero.

Assim, é correto dizer “meio distraído” e “meia hora”. Vamos a alguns exemplos com “meio”:

  • Ela estava meio cansada hoje. (Nesse caso a palavra não flexiona, pois ela assumiu o sentido de “um pouco” ou de “mais ou menos”).
  • Fiquei meio nervosa para fazer a prova. (Nesse caso o sentido é da intensidade que ela ficou nervosa, por isso deve ser usada a palavra “meio”).

E agora alguns exemplos de “meia”:

  • Agora é meio-dia e meia (horário). (Nessa frase ela pode concordar em gênero porque a palavra assumiu o sentido de “metade”). 
  • Bebi uma garrafa e meia de água durante o vestibular. (Nessa frase o sentido é de metade, por isso deve ser usada a palavra “meia” )

Porque, por que, porquê e por quê

Essa é clássica. “Porque”, junto e sem acento, funciona como conjunção, ou seja, liga duas ideias. “Por que”, separado e sem acento, é uma pergunta ou advérbio interrogativo de causa.

“Porquê”, junto e com acento, é substantivo que substitui palavras como razão, motivo ou causa. “Por quê”, separado e com acento, precisa aparecer sempre ao final das frases.

redação
Uso dos porques.

Agente e a gente

“A gente” é locução referente a “nós”, que precisa ser conjugada em terceira pessoa do singular. “A gente vai até a escola” é um exemplo.

“Agente” é substantivo que diz respeito a uma profissão. Assim, dizer que “o agente está disfarçado” está correto.

Para mim e para eu

Cuidado. Nem sempre o “para mim” está errado. Como “mim” é pronome pessoal oblíquo tônico, ele aparece na função de objeto indireto, precedido por preposição.

Ficou difícil entender? Então pense na frase “pensei que esse dinheiro tivesse chegado para eu”. Fica estranho, não é? O certo é “pensei que esse dinheiro tivesse chegado para mim”.

O “para eu” é mais comum. “Eu” é pronome pessoal reto, que deve ser usado na função de sujeito. Assim, para fazer referência ao sujeito da frase, o certo é sempre usar o “eu”, como em “veja se tem algum erro para eu corrigir”.

Afim e a fim

Dúvida sobre a diferença entre “afim” e “a fim”? Essas são locuções que trazem ideia de finalidade, podendo ser trocadas por “para”, no caso de “afim”, e “para que”, no caso de “a fim”.

Dessa forma, você deve dizer que “treinador e dirigente têm pensamentos afins em relação ao time” e que “aquele jovem fez todo o esforço a fim de conseguir seu objetivo”.

Todavia, qual é o correto “Estou afim da Cássia!” ou “Estou a fim da Cássia”? (Não tenho ideia de quem seja Cássia kkkk). Se respondeu “afim” de algúem, errou! Surpreso? Pois é, o correto é “Estou a fim!”, manda essa ai para o contatinho!

Mal e mau

A dica aqui é ter atenção ao termo que representa o oposto de “mal” e “mau”. “Mal” é o contrário de “bem” e “mau” é o contrário de “bom”. Logo, o contrário de bom humor é mau humor e o contrário de mal-intencionado é bem-intencionado.

Através de e por meio de

Cuidado. “Através” só deve ser usado no sentido de atravessar. Do contrário, use sempre o “por meio de”. Isso tira pontos importantíssimos na sua redação, pois o uso indiscriminado de “através de” é de uso comum.

Dessa forma, fale sempre “que foi convocado por meio de mensagem eletrônica” e que “chegou à vila através da ponte”. Vamos a mais alguns exemplos (olha ele, usando o “mais” adequadamente):

  • Através de:
    • “O carro passou através da barreira.”
    • “Eu vi o acidente através da janela.”
    • “Eu passei através da floresta.”
    • “Eu conheci meu namorado por meio de um amigo em comum.”
  • Por meio de:
    • “Eu comprei o livro por meio da internet.”
    • “Eu consegui esse emprego por meio de um concurso.”
    • “Eu conheci meu marido por meio de um aplicativo de namoro.”
    • “Eu aprendi inglês por meio de um curso online.”

Crase e a redação

Não é difícil dominar o uso da crase, uma vez que ela é a junção de duas vogais idênticas. O problema é dominar a regência dos verbos, de modo que você tenha como saber quando as vogais idênticas vão aparecer.

Para simplificar, guarde que sempre que uma frase tem uma preposição “a” antes de alguma palavra que pela o artigo “a”, temos a crase. Quer uma dica? Para saber se há a crase, troque a palavra em questão por uma masculina e, caso o “a” seja alterado para “ao”, a crase deve existir. Exemplo? Claro, e teremos muitos.

A crase ocorre nas seguintes situações:

  • Antes de palavras femininas que aceitam o artigo definido:
    • “Vou à escola.”
    • “Fui à praia.”
    • “As crianças foram à festa.”
  • Quando acompanham verbos que indicam destino:
    • “Eles chegaram à casa.”
    • “Eu vou à escola.”
    • “Você foi à praia?”
  • Nas locuções adverbiais, prepositivas e conjuntivas:
    • “Ela mora à direita da escola.”
    • “Ele chegou à tarde.”
    • “Eu vou à medida que puder.”
  • Antes dos pronomes demonstrativos aquilo, aquela, aquele:
    • “Ele falou aquilo àquilo.”
    • “Ela foi aquela àquilo.”
  • Antes da locução “à moda de” quando ela estiver subentendida:
    • “Ele se vestiu à (moda de) um cowboy.”
    • “Ela fala à (moda de) um italiano.”

Preste atenção para a sua redação! A crase não ocorre nas seguintes situações:

  • Antes de palavras masculinas:
    • “Vou ao mercado.”
    • “Fui ao cinema.”
    • “Os meninos foram ao parque.”
  • Antes de verbos, de pronomes pessoais, de nomes de cidade que não utilizam o artigo feminino, da palavra casa quando tem significado do próprio lar, da palavra terra quando tem sentido de solo e de expressões com palavras repetidas (dia a dia):
    • “Eu vou trabalhar.”
    • “Eles me viram.”
    • “Eu fui a São Paulo.”
    • “Eu vou para casa.”
    • “A terra é redonda.”
    • “Eu vou dia a dia para a escola.”

Em alguns casos, o uso da crase é opcional:

  • Antes de expressões que indicam lugar ou direção:
    • “Vou à (ou no) cinema.”
    • “Eles chegaram à (ou na) praia.”
    • “As crianças foram à (ou na) festa.”
  • Antes de expressões que indicam finalidade:
    • “Eles foram à (ou para) escola.”
    • “Eu vou à (ou para) praia.”
    • “Você foi à (ou para) festa?”
  • Antes de expressões que indicam hora:
    • “Eles chegaram à (ou na) tarde.”
    • “Eu vou à (ou na) noite.”
    • “Você foi à (ou na) madrugada?”

Para evitar erros no uso da crase, é importante conhecer as regras. No entanto, também é útil lembrar de alguns macetes que podem ajudar a lembrar quando usar a crase. Por exemplo:

  • A crase ocorre antes de palavras femininas que aceitam o artigo definido. Portanto, se você pode colocar o artigo definido antes da palavra, a crase é obrigatória.
  • A crase ocorre antes de expressões que indicam lugar ou direção. Portanto, se a frase indica que alguém ou algo está indo para um lugar, a crase é obrigatória.
  • A crase ocorre antes de expressões que indicam finalidade. Portanto, se a frase indica que alguém ou algo está fazendo algo para um propósito, a crase é obrigatória.
  • A crase ocorre antes de expressões que indicam hora. Portanto, se a frase indica que algo aconteceu em um horário específico, a crase é obrigatória.

Cuidado com a redundância (pleonasmo)

Não se diz “subir para cima”, pois não é possível subir para baixo. O mesmo vale para “entrar para dentro”. Esses erros são conhecidos como redundância e são muito comuns no cotidiano.

Em uma prova, eles podem eliminar você por conta da redundância. A dica então é procurar ser simples: concentre-se no significado das palavras para não errar e tirar boas notas.

Atenção ao zero

“Zero” é singular, sendo assim, o correto é dizer que é “zero hora” e não que “são zero horas”. Da mesma forma, o carro só pode ser “zero-quilômetro”.

Preste atenção à linguagem coloquial

Em uma redação, infelizmente, não podemos escrever como falamos. Muitas vezes as gírias e as frases até fazem sentido na língua falada, mas na escrita demonstram erros. Cuidado com coloquialismos também. Na língua escrita, não existe o “mineirês” ou o “carioquês”, existe o português formal e ele precisa ser respeitado.

O verbo intervir

Pense no verbo “vir”. “Ele veio, eles vieram”. Pensou? Agora, toda vez que for usar o verbo “intervir”, procure seguir a mesma lógica. Assim, “ele interveio, eles intervieram”.

Viu? Não é difícil quando você conhece os critérios.

Óculos está no plural

Todavia, nunca fale “no seu óculos” ou “aquele óculos”. Como a palavra está no plural, é sempre “nos seus óculos” ou “aqueles óculos”.

O verbo fazer

Com efeito, o verbo “fazer” precisa estar sempre no singular quando se refere a tempo. Assim, o certo é dizer que “faz dois anos que algo aconteceu” em vez de “fazem dois anos que algo aconteceu”.

Cuidado com esse erro. O problema aqui é que a pessoa associa o verbo ao número dois, ou seja, essa é uma pegadinha da língua portuguesa. Tome cuidado com isso ao realizar as provas dos vestibulares ou concursos.

Descriminar ou discriminar na redação?

“Descriminar” é sinônimo de “absolver”. Assim, é correto dizer que “o suspeito foi descriminado da acusação”. Já “discriminar” é “distinguir”, ou seja, dizer que “algo ou alguém foi discriminado, é dizer que ele foi diferenciado”. Perceba que nem sempre essa palavra carrega um tom negativo, sendo possível também dizer que um item ou uma mercadoria foi discriminada, por exemplo.

Verbo assistir na redação?

Assim sendo, este é um verbo que admite duas formas diferentes. Assim, “assistir” no sentido de “ver” tem preposição, enquanto no sentido de “ajudar” passa a ser transitivo direto. Portanto, nesse caso, pode-se dizer “o meia assistiu o atacante” e “ela me chamou para assistir ao filme”.

Acentuação na redação!

O novo acordo ortográfico também estabelece que os acentos diferenciais não devem ser usados em “para” (no sentido de verbo ou preposição), em “pela” (no sentido de verbo e na contração por + a), em “veem” (enquanto verbo) e em “deem” (como verbo).

Faça redações

Entretanto, a melhor maneira de aprender algo é praticando. Uma das dicas de gramática para escrever bem é fazer redações, ou seja, procure fazer provas de anos anteriores, como a Fuvest, CEBRAPE e o Enem. Por se tratarem de avaliações que trazem textos, elas naturalmente forçam você a trabalhar também a leitura, o que será essencial para o aprendizado.

Sendo assim, fique atento a essas dicas e comece a praticar cada vez mais o hábito da leitura e da escrita. Isso certamente ajuda você a melhorar o seu trato com o idioma e, consequentemente, fazer com que o estudo da gramática se torne simplificado.

Dica de ouro: praticando a escrita, procure sempre averiguar se os verbos concordam com o substantivo, erro que é fácil os estudantes cometerem nas provas dos vestibulares ou concursos públicos – e você deve evitar!

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