·
Cursos Gerais ·
Contabilidade de Custos
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora

Prefere sua atividade resolvida por um tutor especialista?
- Receba resolvida até o seu prazo
- Converse com o tutor pelo chat
- Garantia de 7 dias contra erros
Recomendado para você
Texto de pré-visualização
6 4 Título Unidade CONTABILIDADE DE CUSTOS 140 4 Administração Estratégica de Custos UNIDADE 4 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS INTRODUÇÃO Nesta unidade que trata da Administração Estratégica de Custos trataremos dos se guintes tópicos ponto de equilíbrio contábil financeiro e econômico análise de custos e rentabilidade administração de gastos para tomada de decisão e análise de desem penho Quando se trata do planejamento do negócio da gestão e do comportamento do empreendedor especialmente para os pequenos empreendedores o Serviço Bra sileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE tem realizado um trabalho importante de diagnóstico e capacitação Administrar estrategicamente é a receita para a perpetuidade dos empreendimentos sejam eles pequenos médios ou grandes Conforme dados do Sebrae e da Receita Federal das empresas nascentes que morrem até o quinto ano de atividade no Brasil 29 são microempresas e 216 são empresas de pequeno porte No estado de São Paulo a taxa de mortandade chega a 56 já no terceiro ano de atividade Segundo a pesquisa de causa mortis do SEBRAE 2014 p 150 des tacamse três fatores principais para o insucesso desses empreendimentos falta de pla nejamento prévio deficiência na gestão e comportamento inadequado do empreendedor Com relação à falta de planejamento prévio segundo a pesquisa parte dos empre endedores não levantam informações do mercado de atuação e mais da metade não realizam planejamento dos itens básicos das atividades 61 não procuram ajuda de instituições ou pessoas para abertura dos negócios 46 não sabem dos hábitos de consumo dos seus clientes e 39 não tem ideia do capital de giro necessário para os seus negócios 38 não sabem do número de concorrentes para as suas atividades e 55 não elaboram um plano de negócio Com relação à gestão empresarial foi detectada a falta de experiência na administra ção do negócio falta de conhecimento do mercado e falta de domínio de tecnologias sejam elas da gestão do negócio ou de produtividade Já em relação ao comportamento do empreendedor detectouse carência de inicia tiva na busca de estratégias e plano de ação principalmente falta de interação com os agentes financeiros bancos entidades e governo o que aumentaria as chances de sobrevivência dessas empresas no mercado Como pode se ver a seara é grande o que aumenta a responsabilidade do gestor contador na empreitada de tornar as empresas mais ágeis para a busca da eficácia de gestão e manutenção dos negócios Para isso além das ferramentas que já estudamos 141 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco a administração estratégica de custos é fundamental e é dela que vamos tratar nesta última unidade do curso No primeiro tópico abordaremos o ponto de equilíbrio no processo decisório da em presa Você aprenderá a identificar o ponto de equilíbrio contábil o ponto de equilíbrio financeiro e o ponto de equilíbrio econômico nas sociedades empresariais No segundo tópico vamos tratar da análise de custos e rentabilidade nas organiza ções ocasião em que você vai conhecer mais instrumentos de apoio para a tomada de decisão gerencial e obtenção dos resultados financeiros Discutiremos a respeito da margem de contribuição e rentabilidade falaremos da importância da margem de segurança e abordaremos a alavancagem operacional No terceiro tópico vamos tratar da administração de gastos para tomada de decisão empresarial Trataremos de algumas premissas importantes para tomada de decisão e questões táticas sobre investimentos como é melhor comprar ou alugar fabricar ou terceirizar e como elaborar um fluxo de caixa entre outros elementos importantes No quarto e último tópico vamos abordar a análise de desempenho quando serão tra tados os princípios fundamentais da gestão estratégica de custos Você compreenderá o desempenho operacional econômico e financeiro da organização e aprenderá a cal cular os índices operacionais e econômicos de um empreendimento empresarial para a tomada de decisão gerencial Bons estudos 1 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL FINANCEIRO E ECONÔMICO A construção de um modelo ideal de produção comercialização e de prestação e de serviço vai impactar a forma como a organização determina as quantidades produzidas os insumos utilizados e a tecnologia disponível Obter o menor custo possível para um dado nível de produção e maximizar o lucro operacional é a meta alvo da grande maio ria das empresas independentemente do tamanho delas E como equilibrar essas variáveis de forma que os objetivos sejam atingidos É aí que entra a importância do ponto de equilíbrio contábil econômico e financeiro na consecução das metas empresariais No planejamento essas ferramentas ser vem para identificar as alternativas ope racionaiseconômicasfinanceiras e optar pelas melhores o que permite maximizar o lucro da sociedade No controle elas são úteis para que a empresa saiba exatamen te o que tem em estoque quanto ganha em relação às suas vendas qual é o produto que deve incentivar no momento da ven da etc Para a informação elas são úteis para que a empresa se posicione quanto às decisões estratégicas do tipo quanto investir quanto financiar quanto produzirvender comprar ou fabricar terceirizar etc Figura 01 Ponto de Equilíbrio Fonte 123RF 142 4 Administração Estratégica de Custos 11 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL PEC Antes de iniciarmos o ponto de equilíbrio contábil é importante recordarmos os conceitos de margem de contribuição e margem de lucro a margem de contribuição para o lucro é obtida pela venda de um produto é o mesmo que o lucro variável unitário do produto deduzido dos gastos variáveis custos variáveis despesas variáveis para produzir e vender o produto A equação da margem de contribuição é MC u Pvu Gvu onde MC u margem de contribuição unitária Pv u preço de venda unitário e Gv u gasto variável unitário Não confunda margem de contribuição com margem de lucro Na margem de contribuição deduzimos das receitas apenas os gastos variáveis Gv enquanto na margem de lucro de duzimos das receitas os custos totais variáveis fixos Tabela 01 Diferença entre margem de contribuição e margem de lucro IMPORTANTE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Preço de Venda 10000 Menos Gasto Variável 4000 Margem de Contribuição 6000 MARGEM DE LUCRO Preço de Venda 10000 Gasto variável custos variáveis despesas variáveis 4000 Margem de Contribuição 6000 Custos Fixos 1500 Margem de Lucro 4500 Fonte elaborada pelo autor Para efeito de análise do ponto de equilíbrio é importante lembrar que as empre sas têm nas suas composições de gastos custos variáveis e custos fixos despe sas variáveis e despesas fixas e investimentos Consideraremos na nossa análise do ponto de equilíbrio o termo gastos fixos soma dos custos fixos mais despesas fixas para as apurações Na empresa o ponto de equilíbrio contábil PEC é a cobertura dos gastos fixos É quanto a empresa deve gerar de vendas para que não ganhe nem perca apenas em pate É aquele momento em que toda a venda da empresa é suficiente para pagar seus gastos fixos custos fixos despesas em que o lucro é zero O ponto de equilíbrio contábil PEC pode ser mensurado tanto em quantidades como em valores receitas Vamos a ele Para exemplo de determinação do PEC vamos considerar uma empresa hipotética a Torrefação Cacique que produz um único tipo de café o Café Sertanejo pacote de 500 gramas Na Tabela 2 temos a composição do preço de venda unitário do custo variável unitário e da margem de contribuição para o lucro unitária para o produto 143 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Tabela 02 Margem de contribuição para o lucro da Torrefação Cacique MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Em Reais Percentuais Receita de Venda unitário 1000 10000 Gasto Variável unitário 600 6000 Margem de Contribuição para o Lucro unitário 400 4000 Fonte elaborada pelo autor Como você pode observar foram calculados os valores em reais e em percentuais Precisamos calcular o valor em percentual para depois estimarmos o ponto de equilíbrio contábil na receita para a margem de contribuição percentual R 400 MC u R 1000 preço de venda 040 x 100 40 Então a margem de contribuição em valor é igual a R 400 e em percentual igual a 40 utilizaremos as duas para o cálculo do PEC Para o próximo passo de cálculo do ponto de equilíbrio contábil em quantidades PECq vamos necessitar de mais algumas informações como na Tabela 3 a seguir Observação utilizaremos essas mesmas Tabelas 2 e 3 para o cálculo do ponto de equilíbrio contábil ponto de equilíbrio financeiro e ponto de equilíbrio econômico já que realizaremos para a Torrefação Cacique Tabela 03 Dados financeiros e operacionais da Torrefação Cacique DADOS OPERACIONAIS E FINANCEIROS DA TORREFAÇÃO CACIQUE Capacidade de produção instalada em quantidades unitárias 100000 Custos fixos no mês R 10000000 Despesas fixas no mês R 6000000 Devido a reformas recentes em sua planta a empresa pagará despesas finan ceiras mensais de R 4000000 para os próximos 4 anos 48 meses R 4000000 A depreciação para as máquinas para os próximos 60 meses será de R 120000000 computada em parcelas mensais de R 2000000 R 2000000 O proprietário da Cacique Sr Marcelo Cascudo requer um retorno sobre o capital investido custo de oportunidade de 2 sobre o investimento inicial de R 200000000 calculados ao mês R 4000000 Fonte elaborada pelo autor 144 4 Administração Estratégica de Custos Como você pode observar na Tabela 3 temos a capacidade total de produção da Tor refação Cacique os gastos fixos custos fixos despesas as despesas financeiras e a depreciação para determinado período além do investimento inicial do empreendi mento Elaboraremos o cálculo do ponto de equilíbrio na forma mensal por ser esse o modelo que as empresas utilizam Com os dados operacionais e financeiros das Tabelas 2 e 3 podemos iniciar com o cálculo do ponto de equilíbrio contábil em quantidades PECq A seguir a fórmula do PECq Ponto de Equilíbrio Contábil PECq Gasto fixo Unidades MC Como podemos ver pela fórmula encontraremos o ponto de equilíbrio contábil em quantidades PECq mediante a divisão do gasto fixo de R 16000000 da Tabela 3 que é a soma dos custos fixos despesas fixas dividido pela margem de contribuição em valor de R 400 estimada na Tabela 2 Vamos ao cálculo Ponto de Equilíbrio Contábil PECq R16000000 40000 unidades R 400 Realizado o cálculo obtivemos como resultado do ponto de equilíbrio contábil em quanti dades PECq 40000 unidades ao mês o que significa que a empresa precisa produzir e vender 40000 unidades para pagar seus gastos fixos e ter lucro zero só empatar Agora vamos calcular o ponto de equilíbrio contábil na receita PECr conforme fórmula a seguir Ponto de Equilíbrio Contábil PECr Gasto fixo Em Reais MC A única alternativa que muda para esse cálculo é que utilizaremos a margem de con tribuição em percentual de 40 como disposto na Tabela 2 os demais dados perma necem os mesmos Como ressalva precisamos transformar a margem percentual para centesimal para procedermos ao cálculo então dividimos 40 Tabela 2 por 100 40 100 040 040 será o nosso elemento de cálculo Vamos ao cálculo 145 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Realizado o cálculo obtivemos como resultado do ponto de equilíbrio contábil na receita PECr o resultado de R 40000000 isso significa que a empresa precisa obter uma receita de R 40000000 para pagar seus gastos fixos de R 16000000 custos variáveis de R 24000000 40000 unidades x R 600 totalizando R 40000000 e ter lucro zero só empatar Quanto ao ponto de equilíbrio contábil ainda falta tiramos a prova de quando o lucro será zero nas quantidades e receitas e em que dia do mês ocorrerá o equilíbrio Ponto de Equilíbrio Contábil PECr R16000000 R40000000 040 Tabela 04 Demonstrativo do Resultado no PEC DEMONSTRATIVO DO RESULTADO NO PEC VOLUME DE VENDAS Qtdes Valor Total Receita Bruta 40000 R 1000 R 40000000 Custos Variáveis 40000 R 600 R 24000000 Margem de Contribuição R 16000000 Custos Fixos R 10000000 Despesas Fixas R 6000000 Lucro 000 Fonte elaborada pelo autor Como podemos ver na Tabela 4 quanto ao ponto de equilíbrio contábil quando a Ca cique produz e vende 40000 unidades e tem receita bruta de R 40000000 essa receita é suficiente para cobrir os gastos fixos de R 16000000 os custos variáveis de R 24000000 R 40000000 Assim a empresa tem lucro zero só empata A unidade que proporcionará lucro efetivo será a primeira depois do ponto de equi líbrio contábil a de número 40001 como veremos na Tabela 5 Tabela 05 Demonstrativo do resultado 1ª unidade após o PEC DEMONSTRATIVO DO RESULTADO NO PEC VOLUME DE VENDAS Qtdes Valor Total Receita Bruta 40001 R 1000 R 40001000 Custos Variáveis 40000 R 600 R 24000600 Margem de Contribuição R 16000400 Custos Fixos R 10000000 Despesas Fixas R 6000000 Lucro R 400 Fonte elaborada pelo autor 146 4 Administração Estratégica de Custos Tabela 06 Tributos s renda sem depreciação Como constatado na Tabela 5 a primeira unidade após o ponto de equilíbrio contábil de 40000 unidades que será a de número 40001 é que proporcionará o primeiro lucro efetivo de R 400 e assim por diante Agora só falta determinarmos o dia do mês em que ocorrerá o ponto de equilíbrio contábil em unidades Isso é importante porque o quanto antes esse equilíbrio ocorrer melhor pois diminui o risco operacional da empresa Considerando que a capacidade total de produção da Cacique seja de 100000 unidades mensais que ela trabalhe 30 dias por mês e que o ponto de equilíbrio contábil em unidades PECq tenha sido de 40000 unidades podemos fazer uma média Dividimos 40000 PECq pela capacidade instalada que é de 100000 unidades e temos 04 então multiplicamos 04 por 30 dias que vai resultar em 12 dias Ou seja com base nessas informações produção e vendas a empresa precisará trabalhar até o décimo segundo dia de cada mês para pagar seus gastos fixos e variáveis e ter lucro zero só empatar Ela terá lucro efetivo a partir da produção do 13º dia do mês 12 PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO PEF Vamos tratar neste momento do ponto de equilíbrio financeiro PEF Partindo de uma visão gerencial o ponto de equilíbrio financeiro PEF é aquele momento em que a empresa paga seus gastos fixos e variáveis e suas despesas financeiras e tem lucro zero Ele também pode ser calculado em quantidades e valores Para o cálculo do ponto de equilíbrio financeiro entram dois elementos importantes as despesas financei ras Tabela 3 linha 5 e a depreciação Tabela 3 linha 6 Antes vamos falar do efeito da depreciação no cálculo do PEF como exposto nas Tabelas 6 e 7 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO Tributos sobre a renda sem depreciação Em Reais Lucro Antes do Imposto de Renda LAIR 10000000 IRPJ 15 1500000 CSSL 9 9000000 Total de tributos sobre a renda 2400000 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO Tributos sobre a renda sem depreciação Em Reais Lucro Antes do Imposto de Renda LAIR 10000000 Depreciação 2000000 Base de cálculo do IR e da CSSL 8000000 IRPJ 15 1200000 CSSL 9 7200000 Total de tributos sobre a renda 1920000 Tabela 07 Tributos s renda com depreciação Fonte elaborada pelo autor 147 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco A depreciação entra como elemento redutor para o cálculo do ponto de equilíbrio finan ceiro porque ela é um benefício fiscal pelo qual as empresas pagam menos tributos so bre a renda IRPJ de 15 e CSSL de 9 Como pode ser observado na Tabela 6 caso a empresa não tivesse depreciação ela pagaria R 2400000 de IRPJ e CSSL para o período Se tivesse como exemplificado na Tabela 7 R 2000000 de depreciação ela pagaria R 1920000 de tributos sobre a renda Entre a segunda situação Tabela 7 e a primeira Tabela 6 a empresa economizaria R 480000 de tributos R 2400000 menos R 1920000 R 48000000 Esse é o motivo de deduzirmos do cálculo do PEF a depreciação o impacto do benefício fiscal Abordaremos primeiramente o ponto de equilíbrio financeiro em quantidades PEFq A seguir a fórmula do PEFq CSSL Contribuição Social sobre o Lucro IR Imposto de Renda IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurídica LAIR Lucro Antes do Imposto de Renda ASSIMILE Ponto de Equilíbrio Financeiro PEFq Gasto fixo Despesa Financeira Depreciação Unidades MC Como você pode observar pela fórmula encontraremos o ponto de equilíbrio financeiro em quantidades PEFq mediante a divisão do gasto fixo de R 16000000 da Tabela 3 que é a soma dos custos fixos despesas fixas mais as despesas financeiras mensais de R 4000000 linha 5 da Tabela 3 menos a depreciação mensal de R 2000000 O resultado é dividido pela margem de contribuição no valor de R 400 estimada na Tabela 2 Vamos ao cálculo Ponto de Equilíbrio Financeiro PEFq R16000000 R4000000 R2000000 45000 unid R 400 Realizado o cálculo obtivemos como resultado do ponto de equilíbrio financeiro em quantidades PEFq 45000 unidades Isso significa que a empresa precisa produzir e vender 45000 unidades para pagar seus gastos fixos e suas despesas financeiras e ter lucro zero só empatar 148 4 Administração Estratégica de Custos Ponto de Equilíbrio Financeiro PEFr Gasto fixo Despesa Financeira Depreciação Em Reais MC Agora vamos calcular o ponto de equilíbrio financeiro na receita PEFr conforme fórmula a seguir A única alternativa que muda para o cálculo do ponto de equilíbrio financeiro na receita PEFr é que utilizaremos a margem de contribuição em percentual de 40 na forma centesimal como disposto na Tabela 2 os demais dados permanecem os mesmos Vamos ao cálculo do PEF na receita Ponto de Equilíbrio Financeiro PEFr R16000000 R4000000 R2000000 450000 unid 040 Realizado o cálculo obtivemos como resultado do ponto de equilíbrio financeiro na receita PEFr o valor de R 45000000 Logo a empresa precisa obter uma receita de R 45000000 para pagar seus gastos fixos de R 16000000 seus custos variáveis de R 27000000 e suas despesas financeiras mensais de R 4000000 com dedução de R 2000000 de depreciação o lucro ainda é zero 13 PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO PEE Trataremos neste momento do ponto de equilíbrio econômico PEE Na visão geren cial o ponto de equilíbrio econômico PEE é aquele momento em que a empresa paga seus gastos fixos e variáveis suas despesas financeiras obtém o retorno do investi mento requerido pelos acionistas e tem lucro zero Ele também pode ser calculado em quantidades e valores Para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico há um elemento importante que é retorno sobre o capital investi do linha 7 da Tabela 3 O Sr Marcelo Cascudo definiu 2 de retorno mensal sobre o capital investido de R 200000000 que será de R 4000000 R 200000000 x 2 R 4000000 ao mês Vamos falar do custo de oportunidade retorno Custo do capital próprio oportunidade as empresas calculam seus custos de ca pital próprio expectativa de retorno desejado pelos proprietários sobre os seus capitais investidos por causa dos seus custos de oportunidades Vamos pensar no caso do Sr Marcelo Cascudo em vez de investir na Cacique ele poderia ter investido em uma aplicação financeira por exemplo um CDB que rendesse por volta de 2 ao mês sobre R 200000000 o que daria R 4000000 de rentabilidade 149 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Assim investindo na fábrica o custo de oportunidade perdido seria a segurança da aplicação financeira Se fosse o contrário e ele investisse na aplicação financeira o custo de oportunida de perdido seria a possibilidade de rentabilizar mais na fábrica No custo de oportunidade uma alternativa exclui a opção da outra e viceversa trade off Então é natural que o investimento além de dar lucro operações precisa remunerar o custo de oportunidade do empresário capital investido e isso deverá ser computado no cálculo do ponto de equilíbrio econômico Vamos ao cálculo do PEEq ponto de equilíbrio econômico em quantidades Ponto de Equilíbrio Econômico PEEq Gastos fixos Despesa Financeira Taxa Sobre Investimento Unidades MC Como você pode observar pela fórmula encontraremos o ponto de equilíbrio econômico em quantidades PEEq mediante a divisão do gasto fixo de R 16000000 da Tabe la 3 que é a soma dos custos fixos despesas fixas mais despesas financeiras de R 4000000 mais a taxa sobre o investimento custo de oportunidade do empresário mensais de R 4000000 linha 5 da Tabela 3 O resultado é dividido pela margem de contribuição no valor de R 400 estimada na Tabela 2 Vamos ao cálculo Ponto de Equilíbrio Econômico PEEr R16000000 R4000000 R4000000 60000 unid R400 Realizado o cálculo do ponto de equilíbrio econômico em quantidades PEEq obti vemos o resultado de 60000 unidades logo a empresa precisa produzir e vender 60000 unidades para pagar seus gastos fixos e suas despesas financeiras remunerar o capital investido e ter lucro zero só empatar Considerando que a capacidade de produção instalada da Cacique é de 100000 unidades por mês se dividirmos o PEEq de 60000 unidades pela capacidade de produção de 100000 unidades veremos que o PEEq consome 60 de toda a produção 60000 100000 060 060 x 100 60 Se for em dias 060 x 30 18 dias o PEEq consome 18 dias Agora vamos calcular o ponto de equilíbrio econômico na receita PEEr conforme fórmula a seguir Ponto de Equilíbrio Econômico PEEq Gastos fixos Despesa Financeira Taxa Sobre Investimento Em Reais MC 150 4 Administração Estratégica de Custos A única alternativa que muda para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico na receita PEEr é que utilizaremos a margem de contribuição em percentual de 40 centesimal como disposto na Tabela 2 os demais dados permanecem os mesmos Vamos ao cálculo do PEE na receita Ponto de Equilíbrio Econômico PEEr R16000000 R4000000 R4000000 60000000 040 Realizado o cálculo obtivemos como resultado do ponto de equilíbrio econômico na receita PEEr o valor de R 60000000 A empresa precisa obter uma receita de R 60000000 para pagar seus gastos fixos de R 16000000 seus custos variáveis de R 36000000 suas despesas financeiras mensais de R 4000000 e remunerar o seu capital investido no mês de R 4000000 nesse momento o lucro ainda é zero 14 PONTO DE EQUILÍBRIO PARA MAIS DE UM PRODUTO Quando a empresa trabalha com uma grande variedade de produtos fica difícil de ope racionalizar o ponto de equilíbrio em unidades da forma que expusemos até agora Ima gine um hipermercado trabalhando com 45000 itens por exemplo Pense no tamanho da complexidade que seria realizar o ponto de equilíbrio em unidades Para o cálculo do ponto de equilíbrio com vários itens o ideal é utilizar sistemas informatizados para o PECr o PEFr o PEEr e o ponto de equilíbrio operacional PEO este último um modelo que sugeriremos adiante Para o ponto de equilíbrio financeiro com vários itens geralmente são utilizadas margens de contribuições ponderada IMCp Utilizamos o Índice de Margem de Contribuição Ponderada IMCp em cenários em que exis tem vários produtos ou serviços com suas respectivas margens de contribuição individuais para o lucro Nessas situações determinamos uma margem de contribuição comum para todos os produtos margem média ponderadaIMCp Tabela 08 Margem de contribuição ponderada IMPORTANTE Receitas líquidas 100000000 100 Gastos Variáveis 60000000 60 Margem de Contribuição Líquida 40000000 40 Margem de Contribuição Ponderada IMCp 040 Fonte elaborada pelo autor Esse índice de margem de contribuição ponderada IMCp será importantíssimo para o cálculo do ponto de equilíbrio na receita devido às dificuldades de cálculo do ponto de equilíbrio em quantidades para empresas que trabalham com grande variedade de produtos ou serviços 151 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Para calcular o ponto de equilíbrio nessas situações infinidades de produtos o ideal é trabalhar com variáveis como as receitas líquidas de vendas diárias sem os impostos sobre produtos os gastos variáveis líquidos de vendas diárias sem os impostos sobre vendas os gastos fixos soma dos custos fixos despesas fixas e as margens de contribuição líquidas diárias sobre o lucro Então a prática é ir acumulando essas variáveis durante o mês e checar em que data efetivamente ocorre o ponto de equilíbrio financeiro Lembrese de que essas variáveis vendas custos não são estáticas e de vem ser objetos de acompanhamento contínuo pelos gestores Vamos exemplificar com mais uma empresa fictícia o hipermercado Marché Tabela 09 Análise do ponto de equilíbrio com milhares de itens para a CIA Marché PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL PECR PARA EMPRESA COMERCIAL COM MÚLTIPLOS PRODUTOS GASTOS FIXOS DE R 3500000 NO MÊS MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO PARA O LUCRO IMCP DE 40 SOBRE VENDAS E CUSTOS VARIÁVEIS 60 DIAS RECEITA LÍQUIDA VENDAS CUSTO LÍQUIDO VENDAS MARGEM DE CON TRIBUIÇÃO DIÁRIA MARGEM DE CON TRIBUIÇÃO ACUMULADA GASTOS FIXOS GASTOS FIXOS DILUÍDOS LUCROS ACUMULADO 1 1000000 600000 400000 400000 3500000 3100000 3100000 2 80000 480000 320000 720000 3100000 2780000 2780000 3 120000 720000 480000 1200000 2780000 2300000 2300000 4 1050000 630000 420000 1620000 2300000 1880000 1880000 5 750000 450000 300000 1920000 1880000 1580000 1580000 6 1400000 840000 560000 2480000 1580000 1020000 1020000 7 1100000 660000 440000 2920000 1020000 580000 580000 8 1450000 870000 580000 3500000 000 000 9 1500000 900000 600000 4100000 600000 10 1200000 720000 480000 4580000 1080000 11 670000 402000 268000 4848000 1348000 12 1150000 690000 460000 5308000 1808000 13 850000 510000 340000 5648000 2148000 152 4 Administração Estratégica de Custos Fonte elaborada pelo autor PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL PECR PARA EMPRESA COMERCIAL COM MÚLTIPLOS PRODUTOS GASTOS FIXOS DE R 3500000 NO MÊS MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO PARA O LUCRO IMCP DE 40 SOBRE VENDAS E CUSTOS VARIÁVEIS 60 DIAS RECEITA LÍQUIDA VENDAS CUSTO LÍQUIDO VENDAS MARGEM DE CON TRIBUIÇÃO DIÁRIA MARGEM DE CON TRIBUIÇÃO ACUMULADA GASTOS FIXOS GASTOS FIXOS DILUÍDOS LUCROS ACUMULADO 14 920000 552000 368000 6016000 2516000 15 1250000 750000 500000 6516000 3016000 16 600000 360000 240000 6756000 3256000 17 1450000 870000 580000 7336000 3836000 18 980000 588000 392000 7728000 4228000 19 1050000 630000 420000 8148000 4648000 20 700000 420000 280000 8428000 4928000 21 990000 594000 396000 8824000 5324000 22 1290000 774000 516000 9340000 5840000 23 1350000 810000 540000 9880000 6380000 24 680000 408000 272000 10152000 6652000 25 588000 352800 235200 10387200 6887200 26 1240000 744000 496000 10883200 7383200 27 1000000 600000 400000 11283200 7783200 28 920000 552000 368000 11651200 8151200 29 690000 414000 276000 11927200 8427200 30 1350000 810000 540000 12467200 8967200 Totais 31168000 18700800 12467200 8967200 153 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Na Tabela 9 estamos considerando que os gastos fixos custos fixos despesas fixas para a CIA Marché são de R 35000000 por mês que o custo variável representa 60 das vendas líquidas e o IMCp é de 40 Observe linha 5 da Tabela 9 que no dia primeiro houve uma venda líquida de R 1000000 que menos R 600000 de custos variáveis líquidos resultou na primeira margem de contribuição diária para o lucro no mês no importe de R 400000 e que acumulamos na mesma linha na coluna 5 Como os gastos fixos no mês são de R 3500000 linha 6 coluna 5 e tivemos a primeira margem de contribuição acumulada de R 400000 linha 5 coluna 5 deduzimos essa parte do lucro para quitar os gastos fixos como feito na linha 5 da coluna 8 Logo R 3500000 de gastos fixos menos R 400000 de margem de lucro acumulada resulta em R 3100000 negativos no dia pri meiro Com relação aos gastos fixos como abateuse R 400000 restam R 3100000 para o segundo dia e assim por diante No segundo dia tivemos a margem de contribuição acumulada de R 720000 resultado de R 400000 do primeiro dia R 320000 do segundo dia linha 6 da coluna 5 Como tínha mos R 350000 de gastos fixos e agora menos R 720000 de margem de contribuição acu mulada temos então linha sexta coluna 8 lucros negativos prejuízos de R 2780000 Ponto de equilíbrio financeiro perceba que as margens de contribuição vão se so mando na coluna 5 linha 12 até chegar a R 3500000 no dia 8 do mês É nessa data que ocorrerá o ponto de equilíbrio ou seja o momento em que a CIA Marché quitará todos os seus gastos fixos linha 12 coluna 7 Veja na coluna 8 linha 12 que nesse momento de equilíbrio o lucro será zero pois a margem de contribuição acumulada de R 3500000 linha 12 coluna 5 foi suficiente para quitar os gastos fixos mensais de R 3500000 que vieram sendo diluídos coluna 7 desde o primeiro dia do mês Então após o ponto de equilíbrio a CIA Marché terá seu primeiro lucro efetivo no dia 9 do mês no valor de R 600000 linha 13 colunas 4 e 8 Esses lucros vão se acumulando na coluna 8 até chegar no dia 30 do mês no importe de R 8967200 Para confirma ção R 31168000 de Receitas líquidas de vendas R 18700800 de Custos líquidos de vendas Margem de contribuição líquida acumulada de R 12467200 Margem de contribuição para o lucro de R 12467200 R 3500000 de gastos fixos do mês será igual ao Lucro Antes do IR e da CSSL no mês no valor de R 8967200 última linha na 8ª coluna da Tabela 3 Agora vamos calcular o PEO para a CIA Marché O Ponto de Equilíbrio Operacional PEO representa o percentual das receitas to tais que precisam ser realizadas para que a empresa neste ponto não tenha lucro nem prejuízo só empate Pode ser obtido pela fórmula gastos fixos receita total menos custos variáveis totais x 100 R 3500000 R 31168000 R 18700800 X 100 2807 154 4 Administração Estratégica de Custos No PEO percentual de 2807 das receitas de vendas líquidas a CIA Marché alcança seu ponto de equilíbrio em que tem lucro zero só empata O ponto de equilíbrio auxilia os gestores em decisões como a na determinação da capacidade instalada seja de produção comercialização ou pres tação de serviço b na projeção de investimentos considerando os recursos financeiros envolvidos mate riais e humanos e os custos envolvidos c na análise do mercado e da concorrência e d na determinação das receitas de vendas dos preços a serem praticados dos custos variáveis e fixos e das despesas do negócio entre outros fatores relevantes IMPORTANTE 2 ANÁLISES DE CUSTOS E RENTABILIDADE Neste tópico abordaremos a análise de custos e rentabilidade Vamos tratar dos instrumentos de apoio para a tomada de decisão gerencial e obtenção dos resultados financeiros Além disso discutiremos sobre a análise da margem de contribuição a análise de rentabilidade a análise de lucratividade e a análise da margem de segurança e abordaremos a alavancagem operacional 21 MARGEM DE SEGURANÇA Como já vimos a relação custos x preços x volumes x lucros o ponto de equilíbrio agora podemos tratar da margem de segurança que é a última parte desse conjunto de análise e por último vamos abordar a alavancagem operacional Antes de vermos a margem de segu rança vamos demonstrar a figura da relação custos x volumes x preços x lucros completa Figura 02 Análise Custo x Volume x Lucros CVL Análise x Custos x Volumes x Lucros Margem de Contribuição Ponto de Equilíbrio Margem de Segurança Fonte elaborada pelo autor 155 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Como já aprendemos para se encontrar a margem de contribuição MCu deduzimos das receitas apenas os gastos variáveis Já para encontrarmos a margem de lucro deduzimos das receitas os custos totais variáveis fixos Para efeito de análise a margem de segurança corresponde ao volume de vendas ou à receita que está sendo realizada acima do ponto de equilíbrio da empresa A margem de segurança pode ser determinada tanto em valor absoluto como em valor relativo Vamos aos dois conceitos Para determinar em valor absoluto a fórmula é Para determinar em valor relativo a fórmula é Margem de Segurança Volume de vendas Quantidade do ponto de equilíbrio Margem de Segurança Volume de Vendas Quantidade do ponto de Equilíbrio Volume de Vendas Para Megliorini 2012 p 159 A margem de segurança representa a parte do faturamento que gera lucro acima do ponto de equilíbrio bem como demonstra o nível de vendas que pode ser reduzido sem que isso venha a gerar prejuízos para a organização Nesse cenário a margem de segurança irá dimensionar o nível de risco em que a empresa deve operar 22 CÁLCULO DA MARGEM DE SEGURANÇA Vamos exemplificar com uma empresa fictícia a Morada dos Sonhos Ela produz um único modelo de casa préfabricada a Comfort Life Veja a seguir os dados da empresa Tabela 10 Dados Financeiros e Operacionais da CIA Morada dos Sonhos DADOS FINANCEIROS DA CIA MORADA DOS SONHOS EM X1 Capacidade de produção unidades de casas Quantidades 25 Receita Total no modelo ideal 25 unidades x R 5000000 R 125000000 Em reais Receita no Ponto de Equilíbrio 12 x R 5000000 R 60000000 Em reais Gastos Fixos Totais no Mês R 24000000 Em reais Preço de Venda unitário R 5000000 10000 Custos Variáveis unitário despesas variáveis R 3000000 6000 Margem de Contribuição para o Lucro unitário R 2000000 4000 Fonte elaborada pelo autor 156 4 Administração Estratégica de Custos Vamos considerar que a CIA Morada dos Sonhos projetou suas receitas para um deter minado período no valor de R 125000000 Com esse faturamento ao subtrair todos os gastos o lucro para empresa seria de R 65000000 Se fizermos uma conta para obter lucro zero e gerar um faturamento para cobrir todos os gastos e não sobrar valor algum as receitas ponto de equilíbrio deveriam ser de R 60000000 PECr Gastos Fixos MC Então PECr R 24000000 R 60000000 040 Dessa forma vamos determinar a margem de segurança em valor absoluto e valor relativo para a CIA Morada dos Sonhos Como o volume de vendas realizado foi de R 125000000 e as quantidades no ponto de equilíbrio foram de R 60000000 basta aplicarmos a fórmula para termos a mar gem de segurança em valor absoluto para a empresa Margem de Segurança R 125000000 R 60000000 R 65000000 Então temos que a margem de segurança em valor absoluto para a CIA Morada dos Sonhos é de R 65000000 Agora vamos à margem em valor relativo Como o volume de vendas foi de R 125000000 e as quantidades no ponto de equilíbrio foram de R 60000000 basta aplicarmos a fórmu la para termos a margem de segurança em valor relativo para a empresa Margem de Segurança em valor relativo R 125000000 R 60000000 52 R 125000000 Margem de Segurança em valor relativo 52 052 x 100 157 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Então temos que a margem de segurança em termos relativos para a CIA Morada dos Sonhos é de 52 A análise demonstra que entre a receita mínima necessária não ganha nem perde e a receita com lucro ganho de R 65000000 há uma margem de segurança de 52 Isso significa para os sócios da empresa que eles não podem conceder descontos aci ma de 52 pois a sua margem de segurança é de apenas 52 caso concedessem descontos acima da margem de segurança teriam prejuízo Dessa forma considerando o exemplo hipotético da CIA Morada dos Sonhos podemos interpretar que quanto mais próximo o ponto de equilíbrio estiver do volume de vendas ou da receita total menor será a margem de segurança e maior será a exposição ao risco operacional E o con trário também é válido quanto mais distante o ponto de equilíbrio estiver do volume de vendas ou da receita maior será a margem de segurança e menor será a exposição ao risco operacional Vamos exemplificar essa situação com o PECq PECq Gastos Fixos PECQ R 24000000 12 unidades MC R 2000000 No nosso caso quando a empresa Morada dos Sonhos atinge seu ponto de equilíbrio contábil na receita R 60000000 ela tem uma margem de segurança absoluta para o lucro de R 65000000 R 125000000 R 60000000 R 65000000 Se con sideramos o ponto de equilíbrio contábil em unidades entendendo que o PECq é de 12 unidades depois do ponto de equilíbrio restam 13 unidades da capacidade de produção da empresa para gerar lucro Se dividirmos as 13 unidades restantes pela capacidade de produção que é de 25 unidades o resultado será de 52 13 25 052 052 x 100 52 então 52 da capacidade produtiva é o que sobra em unidades para gerar lucros efetivos para o empresário antes do imposto de renda IRPJ e CSSL 23 MARGEM DE SEGURANÇA NA RELAÇÃO CUSTO X VOLUME X PREÇOS X LUCROS Vamos simular duas situações hipotéticas para a CIA Morada dos Sonhos conside rando o modelo ideal um aumento de preço de 10 primeiro caso e uma redução de preço de 10 segundo caso para vermos o que acontece com a receita a mar gem de contribuição a rentabilidade a lucratividade o ponto de equilíbrio e a margem de segurança Consideremos um investimento inicial de R 130000000 cuja taxa de retorno é 20 Vamos à Tabela 11 158 4 Administração Estratégica de Custos Tabela 11 Simulação de rentabilidade lucratividade e ponto de equilíbrio em 10 e 10 VARIAÇÃO NOS PREÇOS 10 E MENOS 10 INVESTIMENTO NA PRODUÇÃO RECURSOS 130000000 VARIAÇÕES ITENS IDEAL 10 10 Preço de venda unitário PVu 5000000 5500000 4500000 Quantidade capacidade de produção 25 25 25 Receita Total Quantidades x PVu 125000000 137500000 112500000 Custos Variáveis Totais CVu x Qtdes 75000000 75000000 75000000 Margem de Contribuição para o Lucro 50000000 62500000 37500000 Gastos Fixos 24000000 24000000 24000000 Lucro 26000000 38500000 13500000 Rentabilidade 200 296 104 Lucratividade 208 280 120 Ponto de Equilíbrio Percentual 480 384 640 Ponto de Equilíbrio em Valor 60000000 52800000 72000000 Fonte elaborada pelo autor Como temos abordado quando o mercado permite aumentar os preços aumenta a receita de vendas aumenta a margem de contribuição para o lucro aumenta a rentabi lidade e a lucratividade diminuem o ponto de equilíbrio percentual e em valor o que é extremamente positivo Também é positiva para empresa a redução de custos variáveis e gastos fixos como já vimos na análise custo x volume x preço x lucro Na nossa simulaçãoexemplo com base no modelo ideal coluna 4 da Tabela 11 se a empresa conseguir aumentar os preços em 10 linha 4 da coluna 4 sua re ceita cresce para R 137500000 sua margem de contribuição para o lucro sobe para R 62500000 sua rentabilidade cresce de 20 para 296 sua lucratividade cresce de 208 para 28 seu ponto de equilíbrio operacional cai de 48 para 384 e seu ponto de equilíbrio em valor cai de R 60000000 para R 52800000 Ainda sua margem de segurança em valor absoluto cresce de R 65000000 para R 84700000 R 137500000 menos R 52800000 R 84700000 e sua margem de contribuição relativa cresce de 52 para 616 R 84700000 R 1375000000 0616 0616 x 100 616 Nessa simulação todas essas varia ções são extremamente positivas para a empresa Situação diferente ocorrerá com uma redução do preço de venda em 10 ou com a diminuição das quantidades vendidas ou ainda com um aumento dos gastos fixos e variáveis Todos esses fatores podem contribuir para diminuição da rentabilidade da lucratividade e do ponto de equilíbrio o que é muito negativo No nosso exemplo com a queda de 10 no preço de venda linha 4 da coluna 5 da Tabela 11 a Receita de vendas cai para R 112500000 a margem de contribuição para o lucro cai para R 37500000 e o lucro cai para R 13500000 Como consequ ência a rentabilidade cai de 20 para 104 a lucratividade cai de 208 para 12 159 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco o ponto de equilíbrio percentual sobe de 48 para 64 e o ponto de equilíbrio em valor sobe de R 60000000 para R 72000000 Ainda sua margem de segurança em valor absoluto decresce para R 40500000 R 112500000 menos R 72000000 R 40500000 e sua margem de contribuição relativa decresce de 52 para 36 o que aumentaria o risco operacional da CIA Morada dos Sonhos Todos esses fatores advin dos de uma eventual queda de preços de 10 seriam muito prejudiciais para a empresa e afetaria sua rentabilidade e sua lucratividade seu ponto de equilíbrio operacional diminuiria sua margem de segurança e aumentaria seu risco operacional 24 GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL GAO Vamos abordar o grau de alavancagem operacional GAO Para Cunha 2007 p 112 Grau de Alavancagem Operacional é o índice que relaciona o aumento percentual dos lu cros com o aumento percentual nas quantidades vendidas em determinado nível de ativi dades Com a utilização do grau de alavancagem operacional a empresa poderá calcular o que acontecerá com seus lucros caso haja aumento ou redução das quantidades vendidas Quando tratamos de alavancagem operacional uma variável importante e que afeta as con dições de lucratividade das empresas é a presença de gastos fixos custos fixos despesas fixas nas suas estruturas de capital Isso significa que as organizações precisam aumentar consideravelmente suas vendas e lucratividade para diminuírem seus riscos operacionais devido aos impactos dos gastos fixos presentes em sua estrutura financeira Geralmente elevações no grau de alavancagem operacional resultam em aumento de risco e retorno enquanto reduções no grau de alavancagem operacional resultam em menor risco e retorno Uma vez que a alavancagem afeta o valor da empresa o gestor contador deve saber como medila e avaliála na estrutura de capital A seguir dispomos da fórmula do Grau de Alavancagem Operacional GAO GAO Variação no Lucro Variação na quantidade Vendida Na condição de ser mantido constante a margem de contribuição e os gastos fixos o grau de alavancagem operacional GAO pode ser utilizado para calcular o possível lu cro da empresa A seguir demonstraremos o GAO para a empresa Morada dos Sonhos Os dados estão na Tabela 12 160 4 Administração Estratégica de Custos Tabela 12 Dados Financeiros e Operacionais da CIA Morada dos Sonhos LUCRO DO MÊS DE JANEIRO Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 20 5000000 100000000 Custos Variáveis 20 3000000 60000000 Margem de Contribuição Total 20 2000000 40000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 16000000 LUCRO DO MÊS DE FEVEREIRO Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 22 5000000 110000000 Custos Variáveis 22 3000000 66000000 Margem de Contribuição Total 22 2000000 44000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 20000000 Fonte elaborada pelo autor Dados do mês seguinte O lucro de janeiro era de R 16000000 passando para R 20000000 em fevereiro um aumento de 25 R 20000000 R 16000000 125 125 1 x 100 25 A quan tidade vendida em janeiro foi de 20 unidades passando para 22 em fevereiro aumen tando em 10 22 20 110110 1 x 100 10 De posse da variação percentual no lucro 25 e da variação percentual nas quantidades 10 podemos calcular o GAO GAO 25 25 10 Para a Morada dos Sonhos esse resultado significa que no volume de vendas de 20 uni dades devido à sua estrutura de gastos qualquer que seja o aumento nas quantidades percentuais vendidas ele implicará um lucro proporcional de duas vezes e meio 25 mais O contrário também é verdadeiro qualquer que seja a diminuição percentual das quantida des vendidas implicará em uma redução do lucro de 25 vezes Vamos a análise a seguir Aumento das quantidades vendidas ou seja ao considerar um volume de 20 unidades caso haja um aumento nas unidades vendidas de 20 passando de 20 para 24 unidades o novo lucro aumentaria em 50 20 do aumento das quantidades vendidas x grau de alavancagem de 25 50 Vamos observar na Tabela 13 comparativo entre abril e março 161 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Tabela 13 Dados Financeiros e Operacionais da CIA Morada dos Sonhos LUCRO DO MÊS DE MARÇO VALORES EM REAIS Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 20 5000000 100000000 Custos Variáveis 20 3000000 60000000 Margem de Contribuição Total 20 2000000 40000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 16000000 LUCRO DO MÊS DE ABRIL Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 24 5000000 120000000 Custos Variáveis 24 3000000 72000000 Margem de Contribuição Total 24 2000000 48000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 20000000 Dados do mês seguinte Fonte elaborada pelo autor Tabela 13 R 24000000 R 16000000 150 150 1 x 100 50 de aumento no lucro devido a 20 do aumento nas quantidades vendidas 20 x 25 50 No exemplo a alavancagem operacional é positiva em caso de aumentos das quantidades vendidas pois o lucro cresce 25 vezes mais em relação às quantidades vendidas 20 x 25 50 Diminuição das quantidades vendidas ao considerar um volume de 20 unidades caso haja uma diminuição nas unidades vendidas de 30 passando de 20 para 14 unidades o novo lucro diminuiria em 75 30 da diminuição das quantidades x grau de alavancagem de 25 75 Veja a Tabela 14 comparativo entre junho e maio Tabela 14 Dados Financeiros e Operacionais da CIA Morada dos Sonhos LUCRO DO MÊS DE MAIO Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 20 5000000 100000000 Custos Variáveis 20 3000000 60000000 Margem de Contribuição Total 20 2000000 40000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 16000000 162 4 Administração Estratégica de Custos Fonte elaborada pelo autor LUCRO DO MÊS DE ABRIL Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 14 5000000 70000000 Custos Variáveis 14 3000000 42000000 Margem de Contribuição Total 14 2000000 28000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 4000000 Dados do mês seguinte Tabela 14 R 4000000 R 16000000 025 025 x 100 25 Então 100 25 75 de redução do lucro devido à queda de 30 nas quantidades vendidas 30 x 25 75 Do ponto de vista financeiro como a queda de lucratividade é maior percentualmente do que as quantidades vendidas 75 para 30 devido ao grau de alavancagem operacional de 25 especial atenção deve ser dada pelo gestor a essa situação sob o risco de a empresa correr risco operacional e se tornar insolvente Uma vez identificada a estrutura de gastos e calculado o grau de alavancagem opera cional GAO da empresa como realizamos na Tabela 12 no valor de 25 será possível para a empresa calcular o que acontecerá com seus lucros caso haja aumento ou redu ção nas quantidades vendidas nos períodos subsequentes Como vimos no exemplo da Tabela 13 caso as quantidades vendidas aumentem percentual mente o lucro crescerá 25 mais para a empresa Morada dos Sonhos o que é positivo Caso contrário como vimos na Tabela 14 se as quantidades vendidas caírem percentualmente o lucro cairá 25 vezes mais por causa da alavancagem operacional o que é muito negativo Por isso o gestorcontador deve estar atento pois elevações no grau de alavancagem ope racional resultam em aumento de risco e retorno enquanto reduções no grau de alavanca gem operacional resultam em menor risco e retorno Devido à presença de gastos fixos na estrutura de capital as organizações precisam monitorar suas vendas sua lucratividade e seus graus de alavancagem operacionais para diminuírem seus riscos operacionais 3 ADMINISTRAÇÃO DE GASTOS E A TOMADA DE DECISÕES Neste tópico nosso objetivo é a promoção do conhecimento dos principais conceitos e metodologias de custos para apoio à tomada de decisão Já vimos o ponto de equilíbrio e a análise da rentabilidade agora veremos a importância da administração de gastos para a tomada de decisão Por último abordaremos a análise de desempenho No ambiente empresarial para uma tomada de decisão eficaz a gestão de custos é fun damental Com ela é possível decidirse quantitativa e qualitativamente Vamos iniciar pela administração de gastos no processo decisório 163 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco 31 A ADMINISTRAÇÃO DE GASTOS E O PROCESSO DECISÓRIO Quando falamos da administração dos gastos é importante compreender que os recur sos que circulam nas organizações nem sempre estão disponíveis a toda hora Nesse cenário os administradores são desafiados a buscar os melhores resultados empresa riais e isso implica adotar estratégias que promovam maior eficácia e produtividade nos processos operacionais com menor custo possível Para Paim 2016 p 177 O processo de administrar os gastos implica em realizar cortes nos insumos do processo produtivo que podem se tornar desnecessários motivados pelas inovações que venham a reduzir o custo de se fazer o produto ou realizar um serviço isso sem considerar quando o cliente não deseja pagar por um componente no produto que em sua percep ção não mais o satisfaz em suas necessidades Administrar gastos estabelecer estratégias e inovar são algumas das situações com que o gestor convive no dia a dia empresarial e que são fundamentais para a permanência da orga nização em ambientes de alta competitividade A escassez de recursos obriga as empresas a se preocuparem cada vez mais com seus orçamentos mantêlos enxutos é a ordem do dia Nesse contexto o processo de administração dos gastos envolve uma série de ponde rações com o uso de dados e informações que o gestorcontador utiliza para a toma da de decisão Podem surgir situações como É melhor comprar ou alugar É melhor produzir ou terceirizar É melhor pagar à vista ou a prazo É melhor fazer leasing ou financiamento direto Essas situações entre outras são comuns no ambiente em presarial e demandam respostas para a compreensão dos processos decisórios Paim 2016 p 178 nos dá as diretrizes para o processo decisório segregando em dados classificações projeções avaliações e acompanhamento com seus respectivos desdobramentos Quadro 1 a seguir Quadro 01 Processo de decisão Dados Classificações Projeções Avaliações Acompanha mento Nesta etapa todo e qualquer dado deve ser conside rado para que as alternativas sejam analisadas Nesta etapa os dados devem ser segregados e classificados de acordo com a sua relevância É um processo importante pois é com esse pro cedimento que se desenha os dados futuros seguindo as alternativas levantadas Estabelecem uma relação de custobenefício para escolher a melhor alternativa Implica acompa nhar e avaliar as decisões tomadas É um processo que valida a ação correta ou incorreta do gestor Fonte adaptado de Paim 2016 p 178 164 4 Administração Estratégica de Custos Para a tomada de decisão além de conhecer o contexto da empresa é necessário ter no ções de administração economia e contabilidade para ponderação objetiva das variáveis analisadas e realização dos cálculos inerentes Dentro da linha de raciocínio do processo decisório ao analisarse as situações envolvidas o administrador deverá observar algumas variáveis essenciais para que sua decisão seja mais consistente Para Paim 2016 p 178 no que se refere aos gastos o gestor deve considerar as seguintes variáveis Figura 03 Variáveis importantes para o processo decisório Segregação dos Gastos Relevância dos Gastos Fluxo de Caixa Na segregação dos gastos existindo uma situação de escolha devemos trazer para a nossa análise somente aqueles dados que são de fato relevantes para se analisar O que caracteriza a relevância de um gasto no processo de análise é o fato de considerálo um diferencial ou seja ele tem que ser diferente dentre os parâmetros que estamos analisando que ainda não tenha ocorrido e que poderá ocorrer em uma nova situação Em gestão de custos ao fazer uma análise custobenefício devemos elaborar um fluxo de caixa Fonte adaptado de Paim 2016 p 178 Para a tomada de decisão o que se busca em todo esse processo é a relação custobenefício A relação custobenefício ocorre quando há um investimento valor despendido com o ob jetivo de recebimento de lucros futuros no curto médio ou longo prazo A relação custobe nefício caracterizase como uma relação de troca em que poderá haver uma compensação O investimento estaria representado pelo custo presente e o lucro pelo benefício futuro IMPORTANTE No âmbito interno das organizações os investimentos realizados poderão trazer benefí cios como melhorias dos processos produtivos produção comercialização e prestação de serviços aumento de produtividade redução de desperdícios redução de custos agilidade logística inovação de produtos ou serviços e otimização das vendas entre outros fatores Todas essas situações carecem de perguntas para realização de acordo com Paim 2016 p 179 165 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco A empresa deve ficar ou não com suas atividades suspensas em períodos de sazonalidade Um determinado produtoserviço deve ou não continuar sendo produzido ou comercializado Qual o custobenefício de se terceirizar a produção A empresa deve ou não alterar as políticas de remuneração da sua folha de pagamento Essas e outras situações têm de serem decididas Nesses cenários os processos decisórios de avaliação de investimentos são elaborados considerando o quanto que se precisa gastar versus o quanto se pode ganhar o que se permite decidir qualitativamente e quantitativamente na relação entre custos e be nefícios O uso da relação custobenefício é valiosa pois a referida avaliação pode ser utilizada no campo financeiro ou econômico das empresas e no seu ambiente interno 32 O FLUXO DE CAIXA PARA TOMADA DE DECISÃO Paim 2016 p 179 pondera que no processo de tomada de decisão para realizar com parações e avaliações necessitamos do fluxo de caixa Mas o que é o fluxo de caixa É uma ferramenta que sintetiza dados futuros diante do investimento que será feito no presente e que poderá trazer ganhos benefícios futuros para a empresa Figura 04 Representação do Fluxo de Caixa Processo em que a empresa gera e aplica recursos que estão representados pelos investimentos operação de financiamento de curto ou longo prazo Instrumento financeiro que demonstra as operações financei ras permitindo fazer análises para se tomar decisões Fonte adaptada de Paim 2016 p 179 Nesse contexto podemos inferir que as análises elaboradas a partir dos fluxos de caixa são fundamentais pois evidenciam resultados específicos e temporais em percentuais ou em valores permitindo que o gestor verifique os impactos no curto médio e longo prazo sobre as opções econômicasfinanceiras que poderão trazer maiores benefícios para a empresa 166 4 Administração Estratégica de Custos Para se avaliar os custos x benefícios com base no fluxo de caixa alguns pontos devem ser seguidos pois são parte do processo de construção dos dados e das informações para as análises Vamos aos pontos que consideramos essenciais no fluxo a seguir na forma de indagações Quando vamos decidir considerando a gestão de custos devemos realizar o levantamento dos dados a classificação e separação dos gastos as projeções futuras as avaliações das melhores alternativas o acompanhamento e monitoramento das decisões tomadas consi derando que na análise custos x benefício devemos tomar decisões em razão de avaliações dos fluxos de caixa que deverão ser gerados seja para o curto médio ou longo prazo ASSIMILE Quais são as principais alternativas para a tomada de decisão 2 3 4 5 1 Quais as informações que serão relevantes para a análise Quais os gastos que devem ser componentes da análise Quais alternativas econômicasfinanceiras são mais viáveis Qual a decisão a ser tomada dentro de um leque de possibilidades 33 TOMADA DE DECISÃO NAS SUBSTITUIÇÕES DE EQUIPAMENTOS Consideramos que a Tecelagem Bright Color empresa fictícia está em um processo de troca de um tear antigo por um tear moderno digital para melhorar sua produtividade e reduzir seus custos Inicialmente é necessário fazer algumas avaliações técnicas e financeiras como as do Quadro 2 a seguir Veja que no tear novo existirá o custo de treinamento e juros a pagar mas também é preciso avaliar benefícios como produtivi dade qualidade e menor consumo de energia elétrica entre outros 167 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Quadro 02 Processo de decisão entre o tear em uso e o novo tear variáveis GASTO ATUAL NOVO AVALIAÇÕES Valor do equipamento X X No tear novo não utilizaríamos o valor de aquisição con tábil mas sim o valor de mercado para poder comparar Energia consumo X X Projetaríamos o gasto do tear em uso e do novo Manutenção X X Projetaríamos o gasto do tear em uso e do novo Treinamento X Só ocorrerá no tear novo Juros X Só ocorrerá no tear novo Fonte elaborado pelo autor Definidos os critérios de qualidade técnica realizados pelo departamento de engenharia e eliminados outros concorrentes o departamento de compras fez o levantamento com dois fornecedores finais para a tomada de decisão quanto aos valores de aquisição e condições para pagamentos O departamento financeiro complementou os dados com as seguintes informações Tabela 15 Proposta Comercial dos Fornecedores 1 e 2 CONDIÇÕES DOS GASTOS PARA A BRIGHT COLOR VALORES REAIS Dados Fornecedor 1 Fornecedor 2 Aquisição 900000 1020000 Manutenção 250000 140000 Juros 180000 90000 Vida útil do tear 10 Anos 10 Anos Fonte elaborada pelo autor Como podemos visualizar na Tabela 15 o valor de aquisição do tear para o fornecedor 1 é de R 900000 e para o fornecedor 2 é de R 1020000 As despesas de manuten ção para o fornecedor 1 durante a vida útil do equipamento são de R 250000 e para o fornecedor 2 de R 140000 Os juros a pagar para o fornecedor 1 são de R 180000 e para o fornecedor 2 de R 90000 Para tomarmos a melhor decisão precisamos a identificar os gastos que são relevan tes b elaborar o fluxo de caixa de acordo com o tempo de vida útil do equipamento con siderando a depreciação Com relação aos gastos relevantes podemos definir que são os valores da aquisição dos bens as taxas de juros os custos de manutenção isso porque ambas as propostas tanto do fornecedor 1 como do fornecedor 2 apresentam valores e condições distintos uma da outra 168 4 Administração Estratégica de Custos Tabela 16 Fluxo de caixa das propostas comerciais dos fornecedores 1 e 2 para Bright Color FORNECEDOR 1 DADOS ANO 1 R ANO 2 R ANO 3 R ANO 4 R ANO 5 R ANO 6 R ANO 7 R ANO 8 R ANO 9 R ANO 10 R TOTAL Deprecia ção ano 90000 90000 90000 90000 90000 90000 90000 90000 90000 90000 900000 Manuten ção ao ano 25000 25000 25000 25000 25000 25000 25000 25000 25000 25000 250000 Juros ao ano 18000 18000 18000 18000 18000 18000 18000 18000 18000 18000 180000 Total 133000 133000 133000 133000 133000 133000 133000 133000 133000 133000 1330000 FORNECEDOR 2 DADOS ANO 1 R ANO 2 R ANO 3 R ANO 4 R ANO 5 R ANO 6 R ANO 7 R ANO 8 R ANO 9 R ANO 10 R TOTAL Deprecia ção ano 102000 102000 102000 102000 102000 102000 102000 102000 102000 102000 1020000 Manuten ção ao ano 14000 14000 14000 14000 14000 14000 14000 14000 14000 14000 140000 Juros ao ano 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 90000 Total 125000 125000 125000 125000 125000 125000 125000 125000 125000 125000 1250000 Fonte elaborada pelo autor Como podemos observar para o fornecedor 1 como o valor do tear é de R 900000 e preci samos depreciar anualmente dividimos por 10 anos e imputamos o valor de R 90000 para cada ano do primeiro ao décimo linha 3 Fazemos o mesmo para a manutenção anual como o valor total é de R 250000 dividimos por 10 anos que resulta em R 25000 por ano e imputamos para todos os anos do primeiro ao décimo linha 4 Com relação aos juros cobrados fazemos o mesmo procedimento dividimos R 180000 por 10 anos que resulta em R 18000 por ano e imputamos do primeiro ao décimo ano linha 5 Por fim chegamos ao custo do tear para o forne cedor 1 no valor de R 1330000 Já para o fornecedor 2 como o valor do tear é de R 1020000 e precisamos depreciar anu almente dividimos por 10 anos e imputamos o valor R 102000 para cada ano do primeiro ao décimo ano linha 3 Fazemos o mesmo para a manutenção anual como o valor total é de R 140000 dividimos por 10 anos que resulta em R 14000 por ano e imputamos para todos os anos do primeiro ao décimo linha 4 Com relação aos juros cobrados fazemos o mesmo procedimento dividimos R 90000 por 10 anos que resulta em R 9000 por ano e imputamos do primeiro ao décimo ano linha 5 Por fim chegamos ao custo do tear para o fornecedor 2 no valor de R 1250000 169 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco 34 TOMADA DE DECISÃO ENTRE COMPRAR OU LOCAR Na fictícia Pousada Paraíso após reformas estruturais os proprietários decidiram que será necessária a aquisição de 50 televisores modernos 4K de 43 polegadas para atenderem seus hóspedes Como esses bens se depreciam em um prazo de 5 anos existe a dúvida entre comprar ou locar esses equipamentos Foi solicitado ao contador um estudo para a tomada de decisão que culminou com a tabela a seguir Tabela 17 Levantamento de gastos para a Pousada Paraíso Como conclusão vimos que embora o preço de aquisição do fornecedor 2 seja maior que o do fornecedor 1 o gasto com manutenção e o gasto com juros se mostrassem menores e o custo anual fosse de R 125000 para o fornecedor 2 e de R 133000 para o fornecedor 1 Diante dos R 133000 anuais do fornecedor 1 no conjunto de gastos em dez anos essa máquina custaria R 1330000 Já no fornecedor 2 R 125000 ao ano custaria ao final dos dez anos R 1250000 O que podemos avaliar com esse exemplo é que nem sempre o maior preço de aquisição necessariamente é a pior opção O administradorcontador deve estar atento aos gastos agregados que podem vir a ocorrer na aquisição de algum bem ou serviço para a melhor tomada de decisão No exemplo a melhor opção de escolha é a do fornecedor 2 que tem menor custo R 1250000 contra R 1330000 do fornecedor 1 MODELO ESCOLHIDO TELEVISOR 4K DE 43 POLEGADAS TOTAL DE 50 UNIDADES Apuração dos Gastos Opção de Compra Opção de Aluguel Custo de Aquisição unitário R 220000 Juros 4 ao ano sobre o valor de compra Manutenção R 2000 por televisor ao ano Locação R 3500 ao mês por unidade Correção Contratual cumulativa Reajustada a cada ano de contrato 5 ao ano a partir do 2º ano Fonte elaborada pelo autor Para o desenvolvimento dessa atividade é preciso a levantar as variáveis envolvidas b elaborar o fluxo de caixa e c determinar a melhor opção Observe que para opção de compra dos televisores o custo unitário será de R 220000 por unidade os juros serão de 4 ao ano sobre o montante de compras de R 11000000 e as despesas com manutenção serão de R 2000 ao ano por televisor 170 4 Administração Estratégica de Custos Já para opção de locação o custo será de R 3500 mensais por televisor com reajus te contratual de 5 ao ano a partir do início do segundo ano Qual é a melhor opção comprar ou locar Com os dados levantados podemos expor nos fluxos de caixa a se guir o resultado dos cálculos Tabela 18 Fluxo de caixa para a Pousada Paraíso para a opção de comprar ou alugar OPÇÃO DE COMPRA DADOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 TOTAL Depreciação anual 2200000 2200000 2200000 2200000 2200000 11000000 Juros anual 440000 440000 440000 440000 440000 2200000 Manutenção anual 100000 100000 100000 100000 100000 500000 Total 2740000 2740000 2740000 2740000 2740000 13700000 OPÇÃO DE COMPRA DADOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 TOTAL Locação anual 2100000 2100000 2205000 2315250 2431013 11151263 Correção do Contrato 5 ao ano 105000 110250 115763 121551 452563 Total 2100000 2205000 2315250 2431013 2552563 11603826 Fonte elaborada pelo autor Como pode ser observado para opção de comprar os televisores os custos anu ais serão de R 2740000 que no final acumulados representarão o valor de R 13700000 Já para a opção de locar os custos anuais serão de R 2100000 no pri meiro ano R 2205000 no segundo ano R 2315250 no terceiro ano R 2431013 no quarto ano e R 2552563 no quinto ano No final o custo acumulado será de R 11603826 Como conclusão podese inferir que a melhor opção então será realizar a locação pois traz melhor custobenefício Enquanto na opção de compra o custo é de R 13700000 na opção de locação é de R 11603826 quantia bem inferior 4 ANÁLISE DE DESEMPENHO No último tópico desta obra abordaremos a análise de desempenho e discutiremos os fundamentos da gestão estratégica de custos considerando a análise tradicional versus análise estratégica Para o administrador avaliar a gestão estratégica de custos possi bilita maior visibilidade em relação aos elementos estratégicos visíveis e formais dentro da organização Esses elementos estratégicos dados gerados são instrumentos que se transformam em estratégias e depois em vantagens competitivas para as organizações 171 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Quando pensamos em elementos estratégicos de custos para que esse processo ocorra e se transforme em vantagens competitivas alguns princípios básicos têm de ser considerados A observância dos princípios elementares como no Quadro 3 a seguir viabilizam o direcionamento das estratégias gerenciais para se garantir maior competitividade empresarial Quadro 03 Princípios fundamentais da gestão estratégica de custos PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS CUSTOS MEDIDAS DE DESEMPENHOS GESTÃO DE INVESTIMENTOS Apropriar diretamente ao objeto de custeio os custos relevantes Identificar bases de locação que reflitam as relações de causa e efeito Estabelecer centros de custos em grupos homogêneos Adotar bases relevantes de mensuração As mensurações devem ser nos campos financeiro e não financeiro Ser consistentes com os objetivos da empresa As mensurações devem promover melhorias nos direcionadores de custos Deve ser consistente com os objetivos da empresa Deve dar suporte para eli minação de atividades que não geram valor Deve considerar dados das atividades desempenhadas Deve monitorar os investimentos realizados Fonte adaptado de Paim 2016 p 258 Uma vez tendo sido considerados esses princípios serão elementos direcionadores para os gestores na condução das atividades empresariais Como resultado tais ele mentos estratégicos mudarão a forma de se operacionalizar a gestão dos gastos nas empresas Esse processo de operacionalização exigirá um conhecimento de toda a cadeia de valor na organização desde a origem dos recursos sejam eles materiais humanos tecnológicos e financeiros até chegar ao consumidor final na ponta na forma de valor qualidade preço e satisfação Do ponto de vista gerencial quando vamos analisar o desempenho operacional e fi nanceiro de uma empresa precisamos de índices específicos Essas referências nos indicarão as características do objeto a ser analisado e com base nelas poderemos tirar conclusões gerenciais Vamos aos índices de desempenho operacional e econômico 172 4 Administração Estratégica de Custos Figura 5 Desempenho Operacional e Econômico OPERACIONAIS Acompanham o desenvolvimento das rotinas Pode ser uma análise pontual por negócio DESEMPENHOS ECONÔMICOS Evidenciam o retorno sobre investimentos Margens de lucro no período Fonte elaborada pelo autor O desempenho operacional é associado ao nível de atividade da organização Ele demonstra a eficiência no uso dos recursos materiais financeiros humanos tecnoló gicos que foram investidos na operação da empresa para viabilização do produto ou serviço ofertados O desempenho econômico procura avaliar a performance que o negócio obteve na relação do investimento realizado versus vendas e lucros Do ponto de vista conceitual e da usabilidade um índice serve para avaliar a relação entre duas ou mais variáveis Eles são utilizados para determinar valores relativos ou absolutos e que serão úteis na gestão das empresas especialmente na condução dos negócios Resumidamente os índices refletem grandezas relativas sobre os desempe nhos financeiros econômicos e operacionais das organizações Segundo Paim 2016 p 260 Para o administrador o fato de se utilizar índices para analisar o desem penho se torna primordial pois é uma ferramenta que pode revelar alguns sintomas de problemas ou de sucesso seja de maneira isolada ou de algo mais estrutural no âmbito da organização o que permite que se agilizem as decisões nos níveis estratégicos táticos ou operacionais na empresa A quantidade de índices necessários para se elaborar uma análise de desempenho de penderá dos critérios e parâmetros adotados pelos analistas O importante a ser consi derado no objeto de análise é que não ocorram distorções no momento de se analisar diagnosticar e tomar decisões para que a empresa não venha a sofrer prejuízos futuros Os índices têm como características fundamentais o fornecimento de uma visão ampla da situação econômica e financeira da empresa o que permite aos gestores um olhar global para todas as operações Entretanto os índices não devem ser vistos como um fim em si mesmos mas como meios de propiciar condições para que se realizem análises funda mentadas para se chegar a um ponto de partida com relação às estratégias adotadas Os índices podem ser distribuídos em dois grandes grupos da seguinte forma 173 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Figura 06 Tipos de Índices OPERACIONAL Mede o grau do uso dos re cursos empregados na or ganização para maximizar o resultado ECONÔMICO Mede o grau de rentabilidade da empresa em razão do de sempenho no mercado Fonte elaborada pelo autor Quando falamos da nomenclatura dos índices é importante considerar que eles não são uniformes Dependendo da atividade da organização eles podem receber nomes diferentes contudo podemos encontrar índices com nomenclatura padrão técnicos e de domínio público e isso independe do porte da empresa ou do segmento de atuação Os índices operacionais mensuram o grau de eficiência das atividades empresariais Quando os gestores utilizam os índices operacionais eles avaliam os resultados dos investimentos feitos em função dos investimentos e das suas operações Do ponto de vista da gestão se for possível gerar lucros com economia de recursos melhor será para a organização daí a importância da utilização de índices para essas mensurações Dos índices operacionais PAIM 2016 p 261 podemos destacar a taxa de uso da capacidade de produção o índice de desempenho e o giro por assento ou rotatividade Abordaremos cada um deles começando pela taxa de uso Em muitas atividades o gestor precisa identificar qual é a taxa de uso da capacidade produtiva Podemos expressar a taxa de uso pela fórmula a seguir Taxa de uso Número de unidades produzidas ou vendidas Capacidade de produção ou elaboração O índice da taxa de uso tem a função de aferir um valor percentual relativo com relação ao que se produz ou se vende dividido pela capacidade de produção ou elaboração de pro dutos e serviços de uma empresa Como exemplo vamos supor que uma indústria tivesse capacidade de produzir 100000 unidades na planta e em um mês tivesse produzido 70000 unidades Qual seria sua taxa de utilização Para se chegar ao resultado dividiríamos 70000 por 100000 e teríamos 70 70000 100000 070 070 x 100 70 174 4 Administração Estratégica de Custos Se fosse para a Pousada Paraíso exemplificada anteriormente atribuiríamos a esse mesmo índice uso o nome de taxa de ocupação em que calcularíamos o número de quartos ocupados dividido pelo número de quartos disponíveis O que precisamos com preender é que o cálculo é o mesmo e só muda a nomenclatura dependendo do ramo de atividade da empresa Vamos ao índice de desempenho O índice de desempenho serve para avaliar o desempenho de uma organização com relação ao seu mercado concorrencial A seguir expomos a fórmula desse índice Índice de Desempenho Demanda Real Demanda Ideal Demanda Ideal de participação no mercado X volume de vendas total do mercado Na fórmula Demanda Real é o volume de vendas ocorrido na empresa objeto da aná lise seja de bens ou serviços Essa empresa poderá ser uma indústria comércio ou prestação de serviços Demanda Ideal é o volume de vendas máximo que a empresa objeto da análise po deria realizar considerando sua participação efetiva no seu mercado de atuação Essa empresa poderá ser uma indústria comércio ou prestação de serviços Para calcularmos a demanda ideal utilizamos a seguinte equação A utilidade do índice de desempenho está associada à maneira como a empresa está atuando com relação aos seus concorrentes do mesmo segmento Quando da realização do cálculo do índice de desempenho se o resultado for menor que 1 demonstra que a organização está atuando abaixo do seu mercado de atuação e está perdendo consumi dores para os seus rivais Se for igual a 1 demonstra que a empresa está operando de acordo com o seu mercado de atuação e na média está mantendo seus consumidores Se o índice de desempenho for maior que 1 demonstra que a empresa está operando acima do seu mercado de atuação e conquistando consumidores dos seus rivais diretos Outro índice enquadrado na categoria de índice operacional é o giro por assento que poderá ser calculado da seguinte forma Giro por Assento Número de Clientes Nº de Assentos no período 175 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Para Paim 2016 p 262 O índice de Giro por Assento mostra como por exemplo a rotatividade do volume de pessoas para cada assento disponível no restaurante cinema te atros estádios ou assemelhados em um determinado período Esse índice pode ser medido de forma global ou por períodos como por exemplo para um restaurante almoço e jantar seja no dia no mês ou no ano Como exemplo para a análise de desempenho com relação aos índices utilizaremos o fictício Hotel Estrela do Pontal Ele foi projetado para 200 unidades habitacionais UHs e o investimento inicial foi de R 2280000000 com custo de capital de 1400 ao ano No último período o número de UHs vendidas foi de 51100 e isso possibilitou ao em preendimento gerar somente com hospedagem a receita de R 736475000 A partici pação do Estrela do Pontal no mercado é de 10 sobre o volume total de vendas que é de 379600 UHs capacidade máxima O restaurante do hotel tem capacidade para atender 233 pessoas ao dia e no último período a quantidade de pessoas atendidas foi de 119000 com uma receita de R 213525000 O hotel funciona todos os dias Com base nos dados do Hotel Estrela do Pontal vamos calcular 1 a taxa de ocupação do hotel 2 o giro por assento no restaurante e 3 o índice de desempenho no mer cado A demanda ideal para as unidades habitacionais UHs é de 10 para o volume máximo do mercado e para o restaurante é de 100 da capacidade total instalada assentos Vamos ao cálculo dos índices operacionais Tabela 19 Dados do Hotel Estrela do Pontal OPÇÃO DE COMPRA MEDIDAS VOLUME MÁXIMO DO MERCADO VOLUME MÁXI MO DE VENDAS DO ESTRELA DO PONTAL DEMANDA IDEAL DEMANDA REAL OCORRIDO Hospedagem UHs¹ 379600 73000 37960 51100 Restaurante Pessoas 85000 85000 119000 Investimento Em Reais R 2280000000 Custo de Capital Taxa ao ano 14 ¹ Unidades Habitacionais Fonte elaborada pelo autor Primeiro calculamos a taxa de ocupação do Estrela do Pontal aqui adequamos a ex pressão da taxa de uso para taxa de ocupação Vamos calcular a taxa para as unida des habitacionais quartos vendidos 176 4 Administração Estratégica de Custos Na Tabela 19 o volume máximo do mercado para unidades habitacionais é de 379600 UHs O volume máximo instalado do Hotel Estrela do Pontal é de 73000 unidades entretanto estudos financeiros realizados indicam que a demanda ideal do Estrela do Portal é de pelo menos 10 da fatia do mercado que representa 37960 UHs 379600 x 10 37960 Como a demanda real foi de 51100 UHs e a capacidade instalada é de 73000 UHs a taxa de ocupação do Estrela do Pontal foi de 70 no período Vamos calcular o giro por assento do restaurante do Hotel Estrela do Pontal Quando calculamos o giro por assento nas quantidades de clientes atendidos por as sento encontramos a rotatividade no restaurante Taxa de ocupação Nº de UHs Vendidas Taxa de ocupação 51100 Nº de UHs Disponíveis 73000 200 x 365 dias Taxa de ocupação 70 51100 73000 070 070 x 100 70 Giro por Assento Número de Clientes Nº de Assentos no período Giro por Assento 119000 85000 233 x 365 Giro por Assento 140 pessoas por assento 119000 85000 140 177 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Quando analisamos o giro por assento Tabela 19 o volume máximo da capacidade do restaurante é de 85000 pessoas contudo a demanda foi de 119000 maior o que ge rou uma média de 14 pessoas por assento superando a expectativa dos proprietários A seguir vamos calcular o índice de desempenho do Hotel Estrela do Pontal Para che garmos a esse índice precisamos construir essas informações passo a passo Primeiro vamos calcular a demanda ideal Tabela 20 Dados do Hotel Estrela do Pontal DADOS DO HOTEL ESTRELA DO PONTAL MEDIDAS VOLUME MÁXIMO DO MERCADO VOLUME MÁXI MO DE VENDAS DO ESTRELA DO PONTAL DEMANDA IDEAL DEMANDA REAL OCORRIDO Hospedagem UHs 379600 73000 37960 51100 Restaurante Pessoas 85000 85000 119000 Investimento Em Reais R 2280000000 Custo de Capital Taxa ao ano 14 Fonte elaborada pelo autor 1º Passo calcular a demanda ideal Como podemos visualizar nos dados da Tabela 20 Demanda Ideal de participação no mercado x volume de vendas total no mercado Demanda Ideal 10 x 379600 37960 Demanda Ideal 37960 UHs Como o volume máximo do mercado é de 379600 UHs e a deman da ideal da empresa é de 10 sobre o volume máximo de mercado então será de 37960 UHs Demanda Real 51100 UHs Como podemos observar na Tabela 20 na terceira linha sexta coluna a demanda real efetivamente ocorrida foi de 51100 UHs De posse da demanda real e da demanda ideal podemos calcular o índice de desempenho para o Hotel Estrela do Pontal 2º Passo Calcular o índice de desempenho Índice de Desempenho Demanda Real Índice de Desempenho 51100 Índice de Desempenho 135 Demanda Ideal 37960 178 4 Administração Estratégica de Custos Análise dos índices operacionais do Hotel Estrela do Pontal a empresa está utilizando 70 da sua capacidade total ficando a parte ociosa em 30 A taxa de ocupação refle tiu no restaurante onde o nível de atendimento giro por assento ficou acima em 40 da quantidade disponível de assentos 140 1 x 100 40 O nível de ocupação de 70 permitiu que a empresa atingisse um patamar de 35 a mais desempenho do que se esperaria em função de sua participação no mercado concorrente demonstran do um grau eficiente no uso dos recursos Agora vamos analisar os índices econômicos Para Paim 2016 p 264 os índices econômicos são aqueles que têm como função medir o grau de rentabilidade alcançado pela empresa em razão dos resultados obtidos diante dos investimentos realizados para obtenção de benefícios econômicos Entre essas mensurações que podem ser verificadas podemos destacar a margem bruta a margem líquida e o retorno sobre o investimento sendo o retorno sobre o investimento o custo do capital que é igual ao custo de oportunidade A margem bruta é um índice que revela o quanto a empresa obteve de lucro dedu zindo das receitas os custos incidentes para elaboração de um produto ou serviço A equação da margem bruta é Margem Bruta Lucro Bruto Margem Líquida Lucro Líquido Receitas Receitas Nessa equação consideramos que o lucro bruto é o resultado das receitas de vendas menos os custos variáveis incorridos na operação Por exemplo um preço de venda é R 10000 e os custos variáveis R 6000 O lucro bruto para essa operação será de R 4000 Se a análise for em percentual a representatividade será de 40 R 4000 R 10000 040 040 x 100 40 Já na equação da margem líquida podemos encontrar o quanto a empresa obteve de lucro Esse índice demostra que ao deduzirse das receitas os gastos ocorridos pode se encontrar o lucro obtido Exemplo no mês a empresa teve R 10000000 de lucro líquido e a receita líquida foi de R 50000000 Qual é a margem líquida percentual Pela fórmula dividimos o lucro líquido pela receita líquida e multiplicamos por 100 R 10000000 R 50000000 020 020 x 100 20 A margem líquida percen tual será de 20 A equação da margem líquida pode assim ser demonstrada 179 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Lucro líquido são as receitas menos todos os gastos da empresa incluindo os tributos Vamos agora ao retorno sobre investimentos Podemos classificar o retorno sobre o investimento como aquele retorno cujos em presários auferem em função dos investimentos realizados em empreendimentos co merciais industriais ou de prestação de serviços É importante lembrar que nem todo investimento gera lucro ou retorno às vezes dá prejuízo Como exemplo supondo que um empresário investiu R 100000000 e teve de lucro líquido no primeiro ano o valor de R 30000000 qual foi a taxa de retorno percentual auferida no primeiro ano da operação Pela fórmula R 30000000 R 10000000 x 100 030 030 x 100 30 Então o retorno foi de 30 ao ano sobre o valor investido O retorno sobre investimento pode ser calculado pela fórmula a seguir Retorno sobre o Investimento Lucro Líquido Investimentos O investimento é o capital empregado para estruturação da empresa e viabilização do negócio Vamos demonstrar esses índices continuando com a análise do Hotel Estrela do Pontal para o período Tabela 21 Demonstração do Resultado do Hotel Estrela do Pontal Ano XX21 HOTEL ESTRELA DO PONTAL HOSPEDAGEM RESTAURANTE TOTAL SOBRE A RECEITA Receitas 736475000 213525000 950000000 100 Custo Variável 177937500 74733750 252671250 2660 Lucro Bruto 5585 37500 138791250 697328750 7340 Despesas Operacionais 197328750 2077 Lucros antes do IR 500000000 5263 Impostos Sobre a Renda 24 IR 15 e CSSL 9 120000000 1263 Lucro Líquido 380000000 4000 Fonte elaborada pelo autor 180 4 Administração Estratégica de Custos O investimento inicial realizado no empreendimento foi de R 2280000000 e o cus to de capital próprio taxa de retorno dos proprietários é de 1400 ao ano Primeiro vamos calcular a margem bruta Margem Bruta Lucro Bruto Receitas Margem Bruta R 697328750 Margem Bruta 7340 07340 x 100 Pegamos o lucro bruto dividimos pelas receitas e multiplicamos por 100 para chegarmos ao resultado de 7340 Agora vamos calcular a margem líquida Margem Líquida Lucro Líquido Receitas Margem Líquida R 380000000 R 950000000 Margem Líquida 4000 04000 x 100 Dividimos o lucro líquido pelas receitas e multiplicamos por 100 para chegarmos ao resultado de 4000 Agora vamos calcular o retorno sobre o investimento Retorno sobre o Investimento Lucro Líquido Investimentos O investimento inicial realizado no empreendimento foi de R 2280000000 e o custo de capital próprio taxa de retorno dos proprietários é de 1400 ao ano Portanto cal cularemos a taxa de retorno que o empreendimento está dando e confrontaremos com a taxa pretendida pelos proprietários do Hotel Estrela do Pontal 181 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Retorno sobre o Investimento 1667 01667 x 100 Dividimos o lucro líquido pelo investimento e multiplicamos o resultado por 100 o que resulta no valor de 1667 Como a taxa de retorno dos proprietários é de 1400 e na análise encontramos 1667 então está dando acima do previsto pelos empreendedores em 267 1667 1400 267 Análise dos índices econômicos do Hotel Estrela do Pontal com relação à margem bruta podemos verificar que o lucro bruto representa 2660 para a empresa sobrando 7340 para cobrir as despesas operacionais o imposto sobre a renda e gerar lucro líquido Na mar gem líquida após as apurações verificamos que o índice é de 4000 A interpretação para a margem líquida é que a cada R 100 vendido pela empresa ela lucra R 040 Dessa forma a margem bruta de 7340 menos 3340 2077 de despesas operacionais 1263 de imposto de renda será igual à margem líquida de 4000 Quanto ao retorno sobre o inves timento vimos que a empresa alcançou um retorno de 1667 sabendo que para viabilizar o empreendimento existia uma expectativa de retorno de 1400 então o empreendimento gerou resultado superior ao esperado pelos proprietários no período analisado CONCLUSÃO Encerramos esta unidade demonstrando a importância da Administração Estratégica de Custos contemplando o ponto de equilíbrio a análise de custos e rentabilidade a administração de gastos para tomada de decisão e a análise de desempenho Vimos que o ponto de equilíbrio auxilia os gestores em decisões importantes como na determinação da capacidade instalada na projeção de investimentos na análise do mercado e da concorrência na determinação das receitas de vendas dos preços a serem praticados dos custos variáveis e fixos e das despesas do negócio Aprendemos que o ponto de equilíbrio contábil PEC serve para identificar o momento que as quan tidades produzidas e vendidas só são suficientes para quitar os gastos fixos e o lucro é zero Ainda que o ponto de equilíbrio financeiro PEF serve para identificar o momento em que as quantidades produzidas e vendidas só são suficientes para quitar os gastos fixos e financeiros e o lucro é zero Por fim aprendemos que o ponto de equilíbrio econômico PEE serve para identificar o momento em que as quantidades produzidas e vendidas só são suficientes para quitar os gastos fixos e financeiros e remunerar o capital investido dos proprietários sendo o lucro zero Também pudemos compreender a análise de custos e rentabilidade enquanto instru mento de apoio para a tomada de decisão gerencial Verificamos a importância da mar gem de contribuição para o lucro e a margem de segurança Vimos que a margem de segurança pode ser em valores absolutos ou relativos a margem de segurança em valor absoluto mede a quantia monetária após o ponto de equilíbrio da sociedade e a margem de contribuição relativa mensura percentualmente o que sobra depois do Retorno sobre o Investimento R 380000000 R 2280000000 182 4 Administração Estratégica de Custos ponto de equilíbrio Ainda vimos que o Grau de Alavancagem Operacional GAO é o índice que relaciona o aumento percentual dos lucros com o aumento percentual nas quantidades vendidas em determinado nível de atividade E vimos que com a utilização do grau de alavancagem operacional a empresa poderá calcular o que acontecerá com seus lucros caso haja aumento ou redução nas quantidades vendidas Também que os gestores precisam analisar com acurácia as variáveis de margem de segurança e alavancagem por causa do risco operacional que permeia as empresas Quanto à administração dos gastos vimos que é importante compreender que os re cursos que circulam nas organizações nem sempre estão disponíveis a todo momento E que nesses cenários os administradores são desafiados a buscar os melhores resul tados empresariais o que isso implica adotar estratégias que promovam maior eficácia e produtividade nos processos operacionais com o menor desembolso possível de recursos Nesse contexto pudemos compreender que nas tomadas de decisão surgirão perguntas como É melhor comprar ou alugar É melhor produzir ou terceirizar É me lhor pagar à vista ou a prazo É melhor fazer leasing ou financiamento direto E que os administradores nos seus processos decisórios necessitarão da formulação de fluxos de caixa e de cálculos pertinentes a essas operações Observamos na análise de desempenho que o gestor ao avaliar a gestão estratégica de custos tem maior visibilidade sobre os elementos estratégicos visíveis e formais dentro da organização e que esses elementos estratégicos constituemse em instru mentos que se transformam em estratégias e depois em vantagens competitivas para as organizações Estudamos que para realizar a análise do desempenho operacional e financeiro em uma empresa os gestores utilizam índices um índice reflete a relação de valores entre duas variáveis Nesse contexto o desempenho operacional é associado ao nível de atividade da organização e demonstra a eficiência no uso dos recursos en quanto o desempenho econômico procura avaliar a performance que o negócio obteve na relação do investimento realizado versus vendas e lucros Compreendemos que os índices operacionais medem o grau de eficiência das ativida des das empresas e que por meio desses índices é possível avaliar o quanto é gerado de resultado em razão dos investimentos em recursos realizados Também que os ín dices operacionais são divididos em taxa de uso da capacidade de produção índice de desempenho e índice de giro por assento ou rotatividade Ainda vimos que os índices econômicos são aqueles que têm como função medir o grau de rentabilidade alcança do pela empresa em razão dos resultados obtidos diante dos investimentos realizados para obtenção de benefícios econômicos Por último verificamos que os índices econô micos estão divididos em margem bruta margem líquida e retorno sobre o investimento 183 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU Ronald H Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Porto Alegre Bookman 2001 BRUNI Adriano Leal FAMÁ Rubens Gestão de custos e formação de preços com aplicações na calculadora HP 12C e Excel 6 ed São Paulo Atlas 2012 CREPALDI Silvio Aparecido CREPALDI Guilherme Simões Contabilidade de Custos 6 ed São Paulo Grupo GEN 2017 CUNHA Adriano Sérgio Análise de Custos Palhoça Editora Unisul 2007 HANSEN Don R MOWEN Maryanne Gestão de Custos Contabilidade e Controle São Paulo Cengage Learning Editores 2012 LUDÍCIBUS Sérgio Contabilidade Gerencial 6 ed São Paulo Atlas 2006 MARTINS Eliseu Contabilidade de Custos 11 ed São Paulo Atlas 2018 MARTINS Eliseu ROCHA Welington Contabilidade de Custos Livro de Exercícios 11 ed São Paulo Atlas 2015 MEGLIORINI Evandir Custos análise e gestão 3 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2012 PAIM Wilson Moisés Análise de Custos Londrina Editora e Distribuidora Educacional 2016 SANTOS José Luiz dos SCHMIDT Paulo PINHEIRO Paulo Roberto NUNES Marcelo Santos Manual de Contabilidade de Custos Atualizado pela Lei nº 129732014 e pelas Normas do CPC até o Documento de Revisão de Pronunciamentos Técnicos no 032013 São Paulo Atlas 2015 WOMACK James P JONES Daniel T A Mentalidade Enxuta nas Empresas elimine o desperdício e crie riqueza Rio de Janeiro Campus 2004 SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS SEBRAE Causa Mortis o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros 5 anos de vida Sebrae s d 50 slides Disponível em httpswwwsebraecombrSebraePortal20SebraeUFsSPAnexoscausamortis2014pdf Acesso em 18 jul 2021
Envie sua pergunta para a IA e receba a resposta na hora
Recomendado para você
Texto de pré-visualização
6 4 Título Unidade CONTABILIDADE DE CUSTOS 140 4 Administração Estratégica de Custos UNIDADE 4 ADMINISTRAÇÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS INTRODUÇÃO Nesta unidade que trata da Administração Estratégica de Custos trataremos dos se guintes tópicos ponto de equilíbrio contábil financeiro e econômico análise de custos e rentabilidade administração de gastos para tomada de decisão e análise de desem penho Quando se trata do planejamento do negócio da gestão e do comportamento do empreendedor especialmente para os pequenos empreendedores o Serviço Bra sileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas SEBRAE tem realizado um trabalho importante de diagnóstico e capacitação Administrar estrategicamente é a receita para a perpetuidade dos empreendimentos sejam eles pequenos médios ou grandes Conforme dados do Sebrae e da Receita Federal das empresas nascentes que morrem até o quinto ano de atividade no Brasil 29 são microempresas e 216 são empresas de pequeno porte No estado de São Paulo a taxa de mortandade chega a 56 já no terceiro ano de atividade Segundo a pesquisa de causa mortis do SEBRAE 2014 p 150 des tacamse três fatores principais para o insucesso desses empreendimentos falta de pla nejamento prévio deficiência na gestão e comportamento inadequado do empreendedor Com relação à falta de planejamento prévio segundo a pesquisa parte dos empre endedores não levantam informações do mercado de atuação e mais da metade não realizam planejamento dos itens básicos das atividades 61 não procuram ajuda de instituições ou pessoas para abertura dos negócios 46 não sabem dos hábitos de consumo dos seus clientes e 39 não tem ideia do capital de giro necessário para os seus negócios 38 não sabem do número de concorrentes para as suas atividades e 55 não elaboram um plano de negócio Com relação à gestão empresarial foi detectada a falta de experiência na administra ção do negócio falta de conhecimento do mercado e falta de domínio de tecnologias sejam elas da gestão do negócio ou de produtividade Já em relação ao comportamento do empreendedor detectouse carência de inicia tiva na busca de estratégias e plano de ação principalmente falta de interação com os agentes financeiros bancos entidades e governo o que aumentaria as chances de sobrevivência dessas empresas no mercado Como pode se ver a seara é grande o que aumenta a responsabilidade do gestor contador na empreitada de tornar as empresas mais ágeis para a busca da eficácia de gestão e manutenção dos negócios Para isso além das ferramentas que já estudamos 141 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco a administração estratégica de custos é fundamental e é dela que vamos tratar nesta última unidade do curso No primeiro tópico abordaremos o ponto de equilíbrio no processo decisório da em presa Você aprenderá a identificar o ponto de equilíbrio contábil o ponto de equilíbrio financeiro e o ponto de equilíbrio econômico nas sociedades empresariais No segundo tópico vamos tratar da análise de custos e rentabilidade nas organiza ções ocasião em que você vai conhecer mais instrumentos de apoio para a tomada de decisão gerencial e obtenção dos resultados financeiros Discutiremos a respeito da margem de contribuição e rentabilidade falaremos da importância da margem de segurança e abordaremos a alavancagem operacional No terceiro tópico vamos tratar da administração de gastos para tomada de decisão empresarial Trataremos de algumas premissas importantes para tomada de decisão e questões táticas sobre investimentos como é melhor comprar ou alugar fabricar ou terceirizar e como elaborar um fluxo de caixa entre outros elementos importantes No quarto e último tópico vamos abordar a análise de desempenho quando serão tra tados os princípios fundamentais da gestão estratégica de custos Você compreenderá o desempenho operacional econômico e financeiro da organização e aprenderá a cal cular os índices operacionais e econômicos de um empreendimento empresarial para a tomada de decisão gerencial Bons estudos 1 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL FINANCEIRO E ECONÔMICO A construção de um modelo ideal de produção comercialização e de prestação e de serviço vai impactar a forma como a organização determina as quantidades produzidas os insumos utilizados e a tecnologia disponível Obter o menor custo possível para um dado nível de produção e maximizar o lucro operacional é a meta alvo da grande maio ria das empresas independentemente do tamanho delas E como equilibrar essas variáveis de forma que os objetivos sejam atingidos É aí que entra a importância do ponto de equilíbrio contábil econômico e financeiro na consecução das metas empresariais No planejamento essas ferramentas ser vem para identificar as alternativas ope racionaiseconômicasfinanceiras e optar pelas melhores o que permite maximizar o lucro da sociedade No controle elas são úteis para que a empresa saiba exatamen te o que tem em estoque quanto ganha em relação às suas vendas qual é o produto que deve incentivar no momento da ven da etc Para a informação elas são úteis para que a empresa se posicione quanto às decisões estratégicas do tipo quanto investir quanto financiar quanto produzirvender comprar ou fabricar terceirizar etc Figura 01 Ponto de Equilíbrio Fonte 123RF 142 4 Administração Estratégica de Custos 11 PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL PEC Antes de iniciarmos o ponto de equilíbrio contábil é importante recordarmos os conceitos de margem de contribuição e margem de lucro a margem de contribuição para o lucro é obtida pela venda de um produto é o mesmo que o lucro variável unitário do produto deduzido dos gastos variáveis custos variáveis despesas variáveis para produzir e vender o produto A equação da margem de contribuição é MC u Pvu Gvu onde MC u margem de contribuição unitária Pv u preço de venda unitário e Gv u gasto variável unitário Não confunda margem de contribuição com margem de lucro Na margem de contribuição deduzimos das receitas apenas os gastos variáveis Gv enquanto na margem de lucro de duzimos das receitas os custos totais variáveis fixos Tabela 01 Diferença entre margem de contribuição e margem de lucro IMPORTANTE MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Preço de Venda 10000 Menos Gasto Variável 4000 Margem de Contribuição 6000 MARGEM DE LUCRO Preço de Venda 10000 Gasto variável custos variáveis despesas variáveis 4000 Margem de Contribuição 6000 Custos Fixos 1500 Margem de Lucro 4500 Fonte elaborada pelo autor Para efeito de análise do ponto de equilíbrio é importante lembrar que as empre sas têm nas suas composições de gastos custos variáveis e custos fixos despe sas variáveis e despesas fixas e investimentos Consideraremos na nossa análise do ponto de equilíbrio o termo gastos fixos soma dos custos fixos mais despesas fixas para as apurações Na empresa o ponto de equilíbrio contábil PEC é a cobertura dos gastos fixos É quanto a empresa deve gerar de vendas para que não ganhe nem perca apenas em pate É aquele momento em que toda a venda da empresa é suficiente para pagar seus gastos fixos custos fixos despesas em que o lucro é zero O ponto de equilíbrio contábil PEC pode ser mensurado tanto em quantidades como em valores receitas Vamos a ele Para exemplo de determinação do PEC vamos considerar uma empresa hipotética a Torrefação Cacique que produz um único tipo de café o Café Sertanejo pacote de 500 gramas Na Tabela 2 temos a composição do preço de venda unitário do custo variável unitário e da margem de contribuição para o lucro unitária para o produto 143 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Tabela 02 Margem de contribuição para o lucro da Torrefação Cacique MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO Em Reais Percentuais Receita de Venda unitário 1000 10000 Gasto Variável unitário 600 6000 Margem de Contribuição para o Lucro unitário 400 4000 Fonte elaborada pelo autor Como você pode observar foram calculados os valores em reais e em percentuais Precisamos calcular o valor em percentual para depois estimarmos o ponto de equilíbrio contábil na receita para a margem de contribuição percentual R 400 MC u R 1000 preço de venda 040 x 100 40 Então a margem de contribuição em valor é igual a R 400 e em percentual igual a 40 utilizaremos as duas para o cálculo do PEC Para o próximo passo de cálculo do ponto de equilíbrio contábil em quantidades PECq vamos necessitar de mais algumas informações como na Tabela 3 a seguir Observação utilizaremos essas mesmas Tabelas 2 e 3 para o cálculo do ponto de equilíbrio contábil ponto de equilíbrio financeiro e ponto de equilíbrio econômico já que realizaremos para a Torrefação Cacique Tabela 03 Dados financeiros e operacionais da Torrefação Cacique DADOS OPERACIONAIS E FINANCEIROS DA TORREFAÇÃO CACIQUE Capacidade de produção instalada em quantidades unitárias 100000 Custos fixos no mês R 10000000 Despesas fixas no mês R 6000000 Devido a reformas recentes em sua planta a empresa pagará despesas finan ceiras mensais de R 4000000 para os próximos 4 anos 48 meses R 4000000 A depreciação para as máquinas para os próximos 60 meses será de R 120000000 computada em parcelas mensais de R 2000000 R 2000000 O proprietário da Cacique Sr Marcelo Cascudo requer um retorno sobre o capital investido custo de oportunidade de 2 sobre o investimento inicial de R 200000000 calculados ao mês R 4000000 Fonte elaborada pelo autor 144 4 Administração Estratégica de Custos Como você pode observar na Tabela 3 temos a capacidade total de produção da Tor refação Cacique os gastos fixos custos fixos despesas as despesas financeiras e a depreciação para determinado período além do investimento inicial do empreendi mento Elaboraremos o cálculo do ponto de equilíbrio na forma mensal por ser esse o modelo que as empresas utilizam Com os dados operacionais e financeiros das Tabelas 2 e 3 podemos iniciar com o cálculo do ponto de equilíbrio contábil em quantidades PECq A seguir a fórmula do PECq Ponto de Equilíbrio Contábil PECq Gasto fixo Unidades MC Como podemos ver pela fórmula encontraremos o ponto de equilíbrio contábil em quantidades PECq mediante a divisão do gasto fixo de R 16000000 da Tabela 3 que é a soma dos custos fixos despesas fixas dividido pela margem de contribuição em valor de R 400 estimada na Tabela 2 Vamos ao cálculo Ponto de Equilíbrio Contábil PECq R16000000 40000 unidades R 400 Realizado o cálculo obtivemos como resultado do ponto de equilíbrio contábil em quanti dades PECq 40000 unidades ao mês o que significa que a empresa precisa produzir e vender 40000 unidades para pagar seus gastos fixos e ter lucro zero só empatar Agora vamos calcular o ponto de equilíbrio contábil na receita PECr conforme fórmula a seguir Ponto de Equilíbrio Contábil PECr Gasto fixo Em Reais MC A única alternativa que muda para esse cálculo é que utilizaremos a margem de con tribuição em percentual de 40 como disposto na Tabela 2 os demais dados perma necem os mesmos Como ressalva precisamos transformar a margem percentual para centesimal para procedermos ao cálculo então dividimos 40 Tabela 2 por 100 40 100 040 040 será o nosso elemento de cálculo Vamos ao cálculo 145 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Realizado o cálculo obtivemos como resultado do ponto de equilíbrio contábil na receita PECr o resultado de R 40000000 isso significa que a empresa precisa obter uma receita de R 40000000 para pagar seus gastos fixos de R 16000000 custos variáveis de R 24000000 40000 unidades x R 600 totalizando R 40000000 e ter lucro zero só empatar Quanto ao ponto de equilíbrio contábil ainda falta tiramos a prova de quando o lucro será zero nas quantidades e receitas e em que dia do mês ocorrerá o equilíbrio Ponto de Equilíbrio Contábil PECr R16000000 R40000000 040 Tabela 04 Demonstrativo do Resultado no PEC DEMONSTRATIVO DO RESULTADO NO PEC VOLUME DE VENDAS Qtdes Valor Total Receita Bruta 40000 R 1000 R 40000000 Custos Variáveis 40000 R 600 R 24000000 Margem de Contribuição R 16000000 Custos Fixos R 10000000 Despesas Fixas R 6000000 Lucro 000 Fonte elaborada pelo autor Como podemos ver na Tabela 4 quanto ao ponto de equilíbrio contábil quando a Ca cique produz e vende 40000 unidades e tem receita bruta de R 40000000 essa receita é suficiente para cobrir os gastos fixos de R 16000000 os custos variáveis de R 24000000 R 40000000 Assim a empresa tem lucro zero só empata A unidade que proporcionará lucro efetivo será a primeira depois do ponto de equi líbrio contábil a de número 40001 como veremos na Tabela 5 Tabela 05 Demonstrativo do resultado 1ª unidade após o PEC DEMONSTRATIVO DO RESULTADO NO PEC VOLUME DE VENDAS Qtdes Valor Total Receita Bruta 40001 R 1000 R 40001000 Custos Variáveis 40000 R 600 R 24000600 Margem de Contribuição R 16000400 Custos Fixos R 10000000 Despesas Fixas R 6000000 Lucro R 400 Fonte elaborada pelo autor 146 4 Administração Estratégica de Custos Tabela 06 Tributos s renda sem depreciação Como constatado na Tabela 5 a primeira unidade após o ponto de equilíbrio contábil de 40000 unidades que será a de número 40001 é que proporcionará o primeiro lucro efetivo de R 400 e assim por diante Agora só falta determinarmos o dia do mês em que ocorrerá o ponto de equilíbrio contábil em unidades Isso é importante porque o quanto antes esse equilíbrio ocorrer melhor pois diminui o risco operacional da empresa Considerando que a capacidade total de produção da Cacique seja de 100000 unidades mensais que ela trabalhe 30 dias por mês e que o ponto de equilíbrio contábil em unidades PECq tenha sido de 40000 unidades podemos fazer uma média Dividimos 40000 PECq pela capacidade instalada que é de 100000 unidades e temos 04 então multiplicamos 04 por 30 dias que vai resultar em 12 dias Ou seja com base nessas informações produção e vendas a empresa precisará trabalhar até o décimo segundo dia de cada mês para pagar seus gastos fixos e variáveis e ter lucro zero só empatar Ela terá lucro efetivo a partir da produção do 13º dia do mês 12 PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO PEF Vamos tratar neste momento do ponto de equilíbrio financeiro PEF Partindo de uma visão gerencial o ponto de equilíbrio financeiro PEF é aquele momento em que a empresa paga seus gastos fixos e variáveis e suas despesas financeiras e tem lucro zero Ele também pode ser calculado em quantidades e valores Para o cálculo do ponto de equilíbrio financeiro entram dois elementos importantes as despesas financei ras Tabela 3 linha 5 e a depreciação Tabela 3 linha 6 Antes vamos falar do efeito da depreciação no cálculo do PEF como exposto nas Tabelas 6 e 7 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO Tributos sobre a renda sem depreciação Em Reais Lucro Antes do Imposto de Renda LAIR 10000000 IRPJ 15 1500000 CSSL 9 9000000 Total de tributos sobre a renda 2400000 DEMONSTRATIVO DO RESULTADO Tributos sobre a renda sem depreciação Em Reais Lucro Antes do Imposto de Renda LAIR 10000000 Depreciação 2000000 Base de cálculo do IR e da CSSL 8000000 IRPJ 15 1200000 CSSL 9 7200000 Total de tributos sobre a renda 1920000 Tabela 07 Tributos s renda com depreciação Fonte elaborada pelo autor 147 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco A depreciação entra como elemento redutor para o cálculo do ponto de equilíbrio finan ceiro porque ela é um benefício fiscal pelo qual as empresas pagam menos tributos so bre a renda IRPJ de 15 e CSSL de 9 Como pode ser observado na Tabela 6 caso a empresa não tivesse depreciação ela pagaria R 2400000 de IRPJ e CSSL para o período Se tivesse como exemplificado na Tabela 7 R 2000000 de depreciação ela pagaria R 1920000 de tributos sobre a renda Entre a segunda situação Tabela 7 e a primeira Tabela 6 a empresa economizaria R 480000 de tributos R 2400000 menos R 1920000 R 48000000 Esse é o motivo de deduzirmos do cálculo do PEF a depreciação o impacto do benefício fiscal Abordaremos primeiramente o ponto de equilíbrio financeiro em quantidades PEFq A seguir a fórmula do PEFq CSSL Contribuição Social sobre o Lucro IR Imposto de Renda IRPJ Imposto de Renda da Pessoa Jurídica LAIR Lucro Antes do Imposto de Renda ASSIMILE Ponto de Equilíbrio Financeiro PEFq Gasto fixo Despesa Financeira Depreciação Unidades MC Como você pode observar pela fórmula encontraremos o ponto de equilíbrio financeiro em quantidades PEFq mediante a divisão do gasto fixo de R 16000000 da Tabela 3 que é a soma dos custos fixos despesas fixas mais as despesas financeiras mensais de R 4000000 linha 5 da Tabela 3 menos a depreciação mensal de R 2000000 O resultado é dividido pela margem de contribuição no valor de R 400 estimada na Tabela 2 Vamos ao cálculo Ponto de Equilíbrio Financeiro PEFq R16000000 R4000000 R2000000 45000 unid R 400 Realizado o cálculo obtivemos como resultado do ponto de equilíbrio financeiro em quantidades PEFq 45000 unidades Isso significa que a empresa precisa produzir e vender 45000 unidades para pagar seus gastos fixos e suas despesas financeiras e ter lucro zero só empatar 148 4 Administração Estratégica de Custos Ponto de Equilíbrio Financeiro PEFr Gasto fixo Despesa Financeira Depreciação Em Reais MC Agora vamos calcular o ponto de equilíbrio financeiro na receita PEFr conforme fórmula a seguir A única alternativa que muda para o cálculo do ponto de equilíbrio financeiro na receita PEFr é que utilizaremos a margem de contribuição em percentual de 40 na forma centesimal como disposto na Tabela 2 os demais dados permanecem os mesmos Vamos ao cálculo do PEF na receita Ponto de Equilíbrio Financeiro PEFr R16000000 R4000000 R2000000 450000 unid 040 Realizado o cálculo obtivemos como resultado do ponto de equilíbrio financeiro na receita PEFr o valor de R 45000000 Logo a empresa precisa obter uma receita de R 45000000 para pagar seus gastos fixos de R 16000000 seus custos variáveis de R 27000000 e suas despesas financeiras mensais de R 4000000 com dedução de R 2000000 de depreciação o lucro ainda é zero 13 PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO PEE Trataremos neste momento do ponto de equilíbrio econômico PEE Na visão geren cial o ponto de equilíbrio econômico PEE é aquele momento em que a empresa paga seus gastos fixos e variáveis suas despesas financeiras obtém o retorno do investi mento requerido pelos acionistas e tem lucro zero Ele também pode ser calculado em quantidades e valores Para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico há um elemento importante que é retorno sobre o capital investi do linha 7 da Tabela 3 O Sr Marcelo Cascudo definiu 2 de retorno mensal sobre o capital investido de R 200000000 que será de R 4000000 R 200000000 x 2 R 4000000 ao mês Vamos falar do custo de oportunidade retorno Custo do capital próprio oportunidade as empresas calculam seus custos de ca pital próprio expectativa de retorno desejado pelos proprietários sobre os seus capitais investidos por causa dos seus custos de oportunidades Vamos pensar no caso do Sr Marcelo Cascudo em vez de investir na Cacique ele poderia ter investido em uma aplicação financeira por exemplo um CDB que rendesse por volta de 2 ao mês sobre R 200000000 o que daria R 4000000 de rentabilidade 149 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Assim investindo na fábrica o custo de oportunidade perdido seria a segurança da aplicação financeira Se fosse o contrário e ele investisse na aplicação financeira o custo de oportunida de perdido seria a possibilidade de rentabilizar mais na fábrica No custo de oportunidade uma alternativa exclui a opção da outra e viceversa trade off Então é natural que o investimento além de dar lucro operações precisa remunerar o custo de oportunidade do empresário capital investido e isso deverá ser computado no cálculo do ponto de equilíbrio econômico Vamos ao cálculo do PEEq ponto de equilíbrio econômico em quantidades Ponto de Equilíbrio Econômico PEEq Gastos fixos Despesa Financeira Taxa Sobre Investimento Unidades MC Como você pode observar pela fórmula encontraremos o ponto de equilíbrio econômico em quantidades PEEq mediante a divisão do gasto fixo de R 16000000 da Tabe la 3 que é a soma dos custos fixos despesas fixas mais despesas financeiras de R 4000000 mais a taxa sobre o investimento custo de oportunidade do empresário mensais de R 4000000 linha 5 da Tabela 3 O resultado é dividido pela margem de contribuição no valor de R 400 estimada na Tabela 2 Vamos ao cálculo Ponto de Equilíbrio Econômico PEEr R16000000 R4000000 R4000000 60000 unid R400 Realizado o cálculo do ponto de equilíbrio econômico em quantidades PEEq obti vemos o resultado de 60000 unidades logo a empresa precisa produzir e vender 60000 unidades para pagar seus gastos fixos e suas despesas financeiras remunerar o capital investido e ter lucro zero só empatar Considerando que a capacidade de produção instalada da Cacique é de 100000 unidades por mês se dividirmos o PEEq de 60000 unidades pela capacidade de produção de 100000 unidades veremos que o PEEq consome 60 de toda a produção 60000 100000 060 060 x 100 60 Se for em dias 060 x 30 18 dias o PEEq consome 18 dias Agora vamos calcular o ponto de equilíbrio econômico na receita PEEr conforme fórmula a seguir Ponto de Equilíbrio Econômico PEEq Gastos fixos Despesa Financeira Taxa Sobre Investimento Em Reais MC 150 4 Administração Estratégica de Custos A única alternativa que muda para o cálculo do ponto de equilíbrio econômico na receita PEEr é que utilizaremos a margem de contribuição em percentual de 40 centesimal como disposto na Tabela 2 os demais dados permanecem os mesmos Vamos ao cálculo do PEE na receita Ponto de Equilíbrio Econômico PEEr R16000000 R4000000 R4000000 60000000 040 Realizado o cálculo obtivemos como resultado do ponto de equilíbrio econômico na receita PEEr o valor de R 60000000 A empresa precisa obter uma receita de R 60000000 para pagar seus gastos fixos de R 16000000 seus custos variáveis de R 36000000 suas despesas financeiras mensais de R 4000000 e remunerar o seu capital investido no mês de R 4000000 nesse momento o lucro ainda é zero 14 PONTO DE EQUILÍBRIO PARA MAIS DE UM PRODUTO Quando a empresa trabalha com uma grande variedade de produtos fica difícil de ope racionalizar o ponto de equilíbrio em unidades da forma que expusemos até agora Ima gine um hipermercado trabalhando com 45000 itens por exemplo Pense no tamanho da complexidade que seria realizar o ponto de equilíbrio em unidades Para o cálculo do ponto de equilíbrio com vários itens o ideal é utilizar sistemas informatizados para o PECr o PEFr o PEEr e o ponto de equilíbrio operacional PEO este último um modelo que sugeriremos adiante Para o ponto de equilíbrio financeiro com vários itens geralmente são utilizadas margens de contribuições ponderada IMCp Utilizamos o Índice de Margem de Contribuição Ponderada IMCp em cenários em que exis tem vários produtos ou serviços com suas respectivas margens de contribuição individuais para o lucro Nessas situações determinamos uma margem de contribuição comum para todos os produtos margem média ponderadaIMCp Tabela 08 Margem de contribuição ponderada IMPORTANTE Receitas líquidas 100000000 100 Gastos Variáveis 60000000 60 Margem de Contribuição Líquida 40000000 40 Margem de Contribuição Ponderada IMCp 040 Fonte elaborada pelo autor Esse índice de margem de contribuição ponderada IMCp será importantíssimo para o cálculo do ponto de equilíbrio na receita devido às dificuldades de cálculo do ponto de equilíbrio em quantidades para empresas que trabalham com grande variedade de produtos ou serviços 151 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Para calcular o ponto de equilíbrio nessas situações infinidades de produtos o ideal é trabalhar com variáveis como as receitas líquidas de vendas diárias sem os impostos sobre produtos os gastos variáveis líquidos de vendas diárias sem os impostos sobre vendas os gastos fixos soma dos custos fixos despesas fixas e as margens de contribuição líquidas diárias sobre o lucro Então a prática é ir acumulando essas variáveis durante o mês e checar em que data efetivamente ocorre o ponto de equilíbrio financeiro Lembrese de que essas variáveis vendas custos não são estáticas e de vem ser objetos de acompanhamento contínuo pelos gestores Vamos exemplificar com mais uma empresa fictícia o hipermercado Marché Tabela 09 Análise do ponto de equilíbrio com milhares de itens para a CIA Marché PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL PECR PARA EMPRESA COMERCIAL COM MÚLTIPLOS PRODUTOS GASTOS FIXOS DE R 3500000 NO MÊS MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO PARA O LUCRO IMCP DE 40 SOBRE VENDAS E CUSTOS VARIÁVEIS 60 DIAS RECEITA LÍQUIDA VENDAS CUSTO LÍQUIDO VENDAS MARGEM DE CON TRIBUIÇÃO DIÁRIA MARGEM DE CON TRIBUIÇÃO ACUMULADA GASTOS FIXOS GASTOS FIXOS DILUÍDOS LUCROS ACUMULADO 1 1000000 600000 400000 400000 3500000 3100000 3100000 2 80000 480000 320000 720000 3100000 2780000 2780000 3 120000 720000 480000 1200000 2780000 2300000 2300000 4 1050000 630000 420000 1620000 2300000 1880000 1880000 5 750000 450000 300000 1920000 1880000 1580000 1580000 6 1400000 840000 560000 2480000 1580000 1020000 1020000 7 1100000 660000 440000 2920000 1020000 580000 580000 8 1450000 870000 580000 3500000 000 000 9 1500000 900000 600000 4100000 600000 10 1200000 720000 480000 4580000 1080000 11 670000 402000 268000 4848000 1348000 12 1150000 690000 460000 5308000 1808000 13 850000 510000 340000 5648000 2148000 152 4 Administração Estratégica de Custos Fonte elaborada pelo autor PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL PECR PARA EMPRESA COMERCIAL COM MÚLTIPLOS PRODUTOS GASTOS FIXOS DE R 3500000 NO MÊS MARGEM DE CONTRIBUIÇÃO PARA O LUCRO IMCP DE 40 SOBRE VENDAS E CUSTOS VARIÁVEIS 60 DIAS RECEITA LÍQUIDA VENDAS CUSTO LÍQUIDO VENDAS MARGEM DE CON TRIBUIÇÃO DIÁRIA MARGEM DE CON TRIBUIÇÃO ACUMULADA GASTOS FIXOS GASTOS FIXOS DILUÍDOS LUCROS ACUMULADO 14 920000 552000 368000 6016000 2516000 15 1250000 750000 500000 6516000 3016000 16 600000 360000 240000 6756000 3256000 17 1450000 870000 580000 7336000 3836000 18 980000 588000 392000 7728000 4228000 19 1050000 630000 420000 8148000 4648000 20 700000 420000 280000 8428000 4928000 21 990000 594000 396000 8824000 5324000 22 1290000 774000 516000 9340000 5840000 23 1350000 810000 540000 9880000 6380000 24 680000 408000 272000 10152000 6652000 25 588000 352800 235200 10387200 6887200 26 1240000 744000 496000 10883200 7383200 27 1000000 600000 400000 11283200 7783200 28 920000 552000 368000 11651200 8151200 29 690000 414000 276000 11927200 8427200 30 1350000 810000 540000 12467200 8967200 Totais 31168000 18700800 12467200 8967200 153 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Na Tabela 9 estamos considerando que os gastos fixos custos fixos despesas fixas para a CIA Marché são de R 35000000 por mês que o custo variável representa 60 das vendas líquidas e o IMCp é de 40 Observe linha 5 da Tabela 9 que no dia primeiro houve uma venda líquida de R 1000000 que menos R 600000 de custos variáveis líquidos resultou na primeira margem de contribuição diária para o lucro no mês no importe de R 400000 e que acumulamos na mesma linha na coluna 5 Como os gastos fixos no mês são de R 3500000 linha 6 coluna 5 e tivemos a primeira margem de contribuição acumulada de R 400000 linha 5 coluna 5 deduzimos essa parte do lucro para quitar os gastos fixos como feito na linha 5 da coluna 8 Logo R 3500000 de gastos fixos menos R 400000 de margem de lucro acumulada resulta em R 3100000 negativos no dia pri meiro Com relação aos gastos fixos como abateuse R 400000 restam R 3100000 para o segundo dia e assim por diante No segundo dia tivemos a margem de contribuição acumulada de R 720000 resultado de R 400000 do primeiro dia R 320000 do segundo dia linha 6 da coluna 5 Como tínha mos R 350000 de gastos fixos e agora menos R 720000 de margem de contribuição acu mulada temos então linha sexta coluna 8 lucros negativos prejuízos de R 2780000 Ponto de equilíbrio financeiro perceba que as margens de contribuição vão se so mando na coluna 5 linha 12 até chegar a R 3500000 no dia 8 do mês É nessa data que ocorrerá o ponto de equilíbrio ou seja o momento em que a CIA Marché quitará todos os seus gastos fixos linha 12 coluna 7 Veja na coluna 8 linha 12 que nesse momento de equilíbrio o lucro será zero pois a margem de contribuição acumulada de R 3500000 linha 12 coluna 5 foi suficiente para quitar os gastos fixos mensais de R 3500000 que vieram sendo diluídos coluna 7 desde o primeiro dia do mês Então após o ponto de equilíbrio a CIA Marché terá seu primeiro lucro efetivo no dia 9 do mês no valor de R 600000 linha 13 colunas 4 e 8 Esses lucros vão se acumulando na coluna 8 até chegar no dia 30 do mês no importe de R 8967200 Para confirma ção R 31168000 de Receitas líquidas de vendas R 18700800 de Custos líquidos de vendas Margem de contribuição líquida acumulada de R 12467200 Margem de contribuição para o lucro de R 12467200 R 3500000 de gastos fixos do mês será igual ao Lucro Antes do IR e da CSSL no mês no valor de R 8967200 última linha na 8ª coluna da Tabela 3 Agora vamos calcular o PEO para a CIA Marché O Ponto de Equilíbrio Operacional PEO representa o percentual das receitas to tais que precisam ser realizadas para que a empresa neste ponto não tenha lucro nem prejuízo só empate Pode ser obtido pela fórmula gastos fixos receita total menos custos variáveis totais x 100 R 3500000 R 31168000 R 18700800 X 100 2807 154 4 Administração Estratégica de Custos No PEO percentual de 2807 das receitas de vendas líquidas a CIA Marché alcança seu ponto de equilíbrio em que tem lucro zero só empata O ponto de equilíbrio auxilia os gestores em decisões como a na determinação da capacidade instalada seja de produção comercialização ou pres tação de serviço b na projeção de investimentos considerando os recursos financeiros envolvidos mate riais e humanos e os custos envolvidos c na análise do mercado e da concorrência e d na determinação das receitas de vendas dos preços a serem praticados dos custos variáveis e fixos e das despesas do negócio entre outros fatores relevantes IMPORTANTE 2 ANÁLISES DE CUSTOS E RENTABILIDADE Neste tópico abordaremos a análise de custos e rentabilidade Vamos tratar dos instrumentos de apoio para a tomada de decisão gerencial e obtenção dos resultados financeiros Além disso discutiremos sobre a análise da margem de contribuição a análise de rentabilidade a análise de lucratividade e a análise da margem de segurança e abordaremos a alavancagem operacional 21 MARGEM DE SEGURANÇA Como já vimos a relação custos x preços x volumes x lucros o ponto de equilíbrio agora podemos tratar da margem de segurança que é a última parte desse conjunto de análise e por último vamos abordar a alavancagem operacional Antes de vermos a margem de segu rança vamos demonstrar a figura da relação custos x volumes x preços x lucros completa Figura 02 Análise Custo x Volume x Lucros CVL Análise x Custos x Volumes x Lucros Margem de Contribuição Ponto de Equilíbrio Margem de Segurança Fonte elaborada pelo autor 155 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Como já aprendemos para se encontrar a margem de contribuição MCu deduzimos das receitas apenas os gastos variáveis Já para encontrarmos a margem de lucro deduzimos das receitas os custos totais variáveis fixos Para efeito de análise a margem de segurança corresponde ao volume de vendas ou à receita que está sendo realizada acima do ponto de equilíbrio da empresa A margem de segurança pode ser determinada tanto em valor absoluto como em valor relativo Vamos aos dois conceitos Para determinar em valor absoluto a fórmula é Para determinar em valor relativo a fórmula é Margem de Segurança Volume de vendas Quantidade do ponto de equilíbrio Margem de Segurança Volume de Vendas Quantidade do ponto de Equilíbrio Volume de Vendas Para Megliorini 2012 p 159 A margem de segurança representa a parte do faturamento que gera lucro acima do ponto de equilíbrio bem como demonstra o nível de vendas que pode ser reduzido sem que isso venha a gerar prejuízos para a organização Nesse cenário a margem de segurança irá dimensionar o nível de risco em que a empresa deve operar 22 CÁLCULO DA MARGEM DE SEGURANÇA Vamos exemplificar com uma empresa fictícia a Morada dos Sonhos Ela produz um único modelo de casa préfabricada a Comfort Life Veja a seguir os dados da empresa Tabela 10 Dados Financeiros e Operacionais da CIA Morada dos Sonhos DADOS FINANCEIROS DA CIA MORADA DOS SONHOS EM X1 Capacidade de produção unidades de casas Quantidades 25 Receita Total no modelo ideal 25 unidades x R 5000000 R 125000000 Em reais Receita no Ponto de Equilíbrio 12 x R 5000000 R 60000000 Em reais Gastos Fixos Totais no Mês R 24000000 Em reais Preço de Venda unitário R 5000000 10000 Custos Variáveis unitário despesas variáveis R 3000000 6000 Margem de Contribuição para o Lucro unitário R 2000000 4000 Fonte elaborada pelo autor 156 4 Administração Estratégica de Custos Vamos considerar que a CIA Morada dos Sonhos projetou suas receitas para um deter minado período no valor de R 125000000 Com esse faturamento ao subtrair todos os gastos o lucro para empresa seria de R 65000000 Se fizermos uma conta para obter lucro zero e gerar um faturamento para cobrir todos os gastos e não sobrar valor algum as receitas ponto de equilíbrio deveriam ser de R 60000000 PECr Gastos Fixos MC Então PECr R 24000000 R 60000000 040 Dessa forma vamos determinar a margem de segurança em valor absoluto e valor relativo para a CIA Morada dos Sonhos Como o volume de vendas realizado foi de R 125000000 e as quantidades no ponto de equilíbrio foram de R 60000000 basta aplicarmos a fórmula para termos a mar gem de segurança em valor absoluto para a empresa Margem de Segurança R 125000000 R 60000000 R 65000000 Então temos que a margem de segurança em valor absoluto para a CIA Morada dos Sonhos é de R 65000000 Agora vamos à margem em valor relativo Como o volume de vendas foi de R 125000000 e as quantidades no ponto de equilíbrio foram de R 60000000 basta aplicarmos a fórmu la para termos a margem de segurança em valor relativo para a empresa Margem de Segurança em valor relativo R 125000000 R 60000000 52 R 125000000 Margem de Segurança em valor relativo 52 052 x 100 157 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Então temos que a margem de segurança em termos relativos para a CIA Morada dos Sonhos é de 52 A análise demonstra que entre a receita mínima necessária não ganha nem perde e a receita com lucro ganho de R 65000000 há uma margem de segurança de 52 Isso significa para os sócios da empresa que eles não podem conceder descontos aci ma de 52 pois a sua margem de segurança é de apenas 52 caso concedessem descontos acima da margem de segurança teriam prejuízo Dessa forma considerando o exemplo hipotético da CIA Morada dos Sonhos podemos interpretar que quanto mais próximo o ponto de equilíbrio estiver do volume de vendas ou da receita total menor será a margem de segurança e maior será a exposição ao risco operacional E o con trário também é válido quanto mais distante o ponto de equilíbrio estiver do volume de vendas ou da receita maior será a margem de segurança e menor será a exposição ao risco operacional Vamos exemplificar essa situação com o PECq PECq Gastos Fixos PECQ R 24000000 12 unidades MC R 2000000 No nosso caso quando a empresa Morada dos Sonhos atinge seu ponto de equilíbrio contábil na receita R 60000000 ela tem uma margem de segurança absoluta para o lucro de R 65000000 R 125000000 R 60000000 R 65000000 Se con sideramos o ponto de equilíbrio contábil em unidades entendendo que o PECq é de 12 unidades depois do ponto de equilíbrio restam 13 unidades da capacidade de produção da empresa para gerar lucro Se dividirmos as 13 unidades restantes pela capacidade de produção que é de 25 unidades o resultado será de 52 13 25 052 052 x 100 52 então 52 da capacidade produtiva é o que sobra em unidades para gerar lucros efetivos para o empresário antes do imposto de renda IRPJ e CSSL 23 MARGEM DE SEGURANÇA NA RELAÇÃO CUSTO X VOLUME X PREÇOS X LUCROS Vamos simular duas situações hipotéticas para a CIA Morada dos Sonhos conside rando o modelo ideal um aumento de preço de 10 primeiro caso e uma redução de preço de 10 segundo caso para vermos o que acontece com a receita a mar gem de contribuição a rentabilidade a lucratividade o ponto de equilíbrio e a margem de segurança Consideremos um investimento inicial de R 130000000 cuja taxa de retorno é 20 Vamos à Tabela 11 158 4 Administração Estratégica de Custos Tabela 11 Simulação de rentabilidade lucratividade e ponto de equilíbrio em 10 e 10 VARIAÇÃO NOS PREÇOS 10 E MENOS 10 INVESTIMENTO NA PRODUÇÃO RECURSOS 130000000 VARIAÇÕES ITENS IDEAL 10 10 Preço de venda unitário PVu 5000000 5500000 4500000 Quantidade capacidade de produção 25 25 25 Receita Total Quantidades x PVu 125000000 137500000 112500000 Custos Variáveis Totais CVu x Qtdes 75000000 75000000 75000000 Margem de Contribuição para o Lucro 50000000 62500000 37500000 Gastos Fixos 24000000 24000000 24000000 Lucro 26000000 38500000 13500000 Rentabilidade 200 296 104 Lucratividade 208 280 120 Ponto de Equilíbrio Percentual 480 384 640 Ponto de Equilíbrio em Valor 60000000 52800000 72000000 Fonte elaborada pelo autor Como temos abordado quando o mercado permite aumentar os preços aumenta a receita de vendas aumenta a margem de contribuição para o lucro aumenta a rentabi lidade e a lucratividade diminuem o ponto de equilíbrio percentual e em valor o que é extremamente positivo Também é positiva para empresa a redução de custos variáveis e gastos fixos como já vimos na análise custo x volume x preço x lucro Na nossa simulaçãoexemplo com base no modelo ideal coluna 4 da Tabela 11 se a empresa conseguir aumentar os preços em 10 linha 4 da coluna 4 sua re ceita cresce para R 137500000 sua margem de contribuição para o lucro sobe para R 62500000 sua rentabilidade cresce de 20 para 296 sua lucratividade cresce de 208 para 28 seu ponto de equilíbrio operacional cai de 48 para 384 e seu ponto de equilíbrio em valor cai de R 60000000 para R 52800000 Ainda sua margem de segurança em valor absoluto cresce de R 65000000 para R 84700000 R 137500000 menos R 52800000 R 84700000 e sua margem de contribuição relativa cresce de 52 para 616 R 84700000 R 1375000000 0616 0616 x 100 616 Nessa simulação todas essas varia ções são extremamente positivas para a empresa Situação diferente ocorrerá com uma redução do preço de venda em 10 ou com a diminuição das quantidades vendidas ou ainda com um aumento dos gastos fixos e variáveis Todos esses fatores podem contribuir para diminuição da rentabilidade da lucratividade e do ponto de equilíbrio o que é muito negativo No nosso exemplo com a queda de 10 no preço de venda linha 4 da coluna 5 da Tabela 11 a Receita de vendas cai para R 112500000 a margem de contribuição para o lucro cai para R 37500000 e o lucro cai para R 13500000 Como consequ ência a rentabilidade cai de 20 para 104 a lucratividade cai de 208 para 12 159 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco o ponto de equilíbrio percentual sobe de 48 para 64 e o ponto de equilíbrio em valor sobe de R 60000000 para R 72000000 Ainda sua margem de segurança em valor absoluto decresce para R 40500000 R 112500000 menos R 72000000 R 40500000 e sua margem de contribuição relativa decresce de 52 para 36 o que aumentaria o risco operacional da CIA Morada dos Sonhos Todos esses fatores advin dos de uma eventual queda de preços de 10 seriam muito prejudiciais para a empresa e afetaria sua rentabilidade e sua lucratividade seu ponto de equilíbrio operacional diminuiria sua margem de segurança e aumentaria seu risco operacional 24 GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL GAO Vamos abordar o grau de alavancagem operacional GAO Para Cunha 2007 p 112 Grau de Alavancagem Operacional é o índice que relaciona o aumento percentual dos lu cros com o aumento percentual nas quantidades vendidas em determinado nível de ativi dades Com a utilização do grau de alavancagem operacional a empresa poderá calcular o que acontecerá com seus lucros caso haja aumento ou redução das quantidades vendidas Quando tratamos de alavancagem operacional uma variável importante e que afeta as con dições de lucratividade das empresas é a presença de gastos fixos custos fixos despesas fixas nas suas estruturas de capital Isso significa que as organizações precisam aumentar consideravelmente suas vendas e lucratividade para diminuírem seus riscos operacionais devido aos impactos dos gastos fixos presentes em sua estrutura financeira Geralmente elevações no grau de alavancagem operacional resultam em aumento de risco e retorno enquanto reduções no grau de alavancagem operacional resultam em menor risco e retorno Uma vez que a alavancagem afeta o valor da empresa o gestor contador deve saber como medila e avaliála na estrutura de capital A seguir dispomos da fórmula do Grau de Alavancagem Operacional GAO GAO Variação no Lucro Variação na quantidade Vendida Na condição de ser mantido constante a margem de contribuição e os gastos fixos o grau de alavancagem operacional GAO pode ser utilizado para calcular o possível lu cro da empresa A seguir demonstraremos o GAO para a empresa Morada dos Sonhos Os dados estão na Tabela 12 160 4 Administração Estratégica de Custos Tabela 12 Dados Financeiros e Operacionais da CIA Morada dos Sonhos LUCRO DO MÊS DE JANEIRO Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 20 5000000 100000000 Custos Variáveis 20 3000000 60000000 Margem de Contribuição Total 20 2000000 40000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 16000000 LUCRO DO MÊS DE FEVEREIRO Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 22 5000000 110000000 Custos Variáveis 22 3000000 66000000 Margem de Contribuição Total 22 2000000 44000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 20000000 Fonte elaborada pelo autor Dados do mês seguinte O lucro de janeiro era de R 16000000 passando para R 20000000 em fevereiro um aumento de 25 R 20000000 R 16000000 125 125 1 x 100 25 A quan tidade vendida em janeiro foi de 20 unidades passando para 22 em fevereiro aumen tando em 10 22 20 110110 1 x 100 10 De posse da variação percentual no lucro 25 e da variação percentual nas quantidades 10 podemos calcular o GAO GAO 25 25 10 Para a Morada dos Sonhos esse resultado significa que no volume de vendas de 20 uni dades devido à sua estrutura de gastos qualquer que seja o aumento nas quantidades percentuais vendidas ele implicará um lucro proporcional de duas vezes e meio 25 mais O contrário também é verdadeiro qualquer que seja a diminuição percentual das quantida des vendidas implicará em uma redução do lucro de 25 vezes Vamos a análise a seguir Aumento das quantidades vendidas ou seja ao considerar um volume de 20 unidades caso haja um aumento nas unidades vendidas de 20 passando de 20 para 24 unidades o novo lucro aumentaria em 50 20 do aumento das quantidades vendidas x grau de alavancagem de 25 50 Vamos observar na Tabela 13 comparativo entre abril e março 161 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Tabela 13 Dados Financeiros e Operacionais da CIA Morada dos Sonhos LUCRO DO MÊS DE MARÇO VALORES EM REAIS Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 20 5000000 100000000 Custos Variáveis 20 3000000 60000000 Margem de Contribuição Total 20 2000000 40000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 16000000 LUCRO DO MÊS DE ABRIL Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 24 5000000 120000000 Custos Variáveis 24 3000000 72000000 Margem de Contribuição Total 24 2000000 48000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 20000000 Dados do mês seguinte Fonte elaborada pelo autor Tabela 13 R 24000000 R 16000000 150 150 1 x 100 50 de aumento no lucro devido a 20 do aumento nas quantidades vendidas 20 x 25 50 No exemplo a alavancagem operacional é positiva em caso de aumentos das quantidades vendidas pois o lucro cresce 25 vezes mais em relação às quantidades vendidas 20 x 25 50 Diminuição das quantidades vendidas ao considerar um volume de 20 unidades caso haja uma diminuição nas unidades vendidas de 30 passando de 20 para 14 unidades o novo lucro diminuiria em 75 30 da diminuição das quantidades x grau de alavancagem de 25 75 Veja a Tabela 14 comparativo entre junho e maio Tabela 14 Dados Financeiros e Operacionais da CIA Morada dos Sonhos LUCRO DO MÊS DE MAIO Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 20 5000000 100000000 Custos Variáveis 20 3000000 60000000 Margem de Contribuição Total 20 2000000 40000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 16000000 162 4 Administração Estratégica de Custos Fonte elaborada pelo autor LUCRO DO MÊS DE ABRIL Qtdes Valor Em reais Receita de Vendas 14 5000000 70000000 Custos Variáveis 14 3000000 42000000 Margem de Contribuição Total 14 2000000 28000000 Gastos Fixos 24000000 Lucro Antes do IR e da CSSL 4000000 Dados do mês seguinte Tabela 14 R 4000000 R 16000000 025 025 x 100 25 Então 100 25 75 de redução do lucro devido à queda de 30 nas quantidades vendidas 30 x 25 75 Do ponto de vista financeiro como a queda de lucratividade é maior percentualmente do que as quantidades vendidas 75 para 30 devido ao grau de alavancagem operacional de 25 especial atenção deve ser dada pelo gestor a essa situação sob o risco de a empresa correr risco operacional e se tornar insolvente Uma vez identificada a estrutura de gastos e calculado o grau de alavancagem opera cional GAO da empresa como realizamos na Tabela 12 no valor de 25 será possível para a empresa calcular o que acontecerá com seus lucros caso haja aumento ou redu ção nas quantidades vendidas nos períodos subsequentes Como vimos no exemplo da Tabela 13 caso as quantidades vendidas aumentem percentual mente o lucro crescerá 25 mais para a empresa Morada dos Sonhos o que é positivo Caso contrário como vimos na Tabela 14 se as quantidades vendidas caírem percentualmente o lucro cairá 25 vezes mais por causa da alavancagem operacional o que é muito negativo Por isso o gestorcontador deve estar atento pois elevações no grau de alavancagem ope racional resultam em aumento de risco e retorno enquanto reduções no grau de alavanca gem operacional resultam em menor risco e retorno Devido à presença de gastos fixos na estrutura de capital as organizações precisam monitorar suas vendas sua lucratividade e seus graus de alavancagem operacionais para diminuírem seus riscos operacionais 3 ADMINISTRAÇÃO DE GASTOS E A TOMADA DE DECISÕES Neste tópico nosso objetivo é a promoção do conhecimento dos principais conceitos e metodologias de custos para apoio à tomada de decisão Já vimos o ponto de equilíbrio e a análise da rentabilidade agora veremos a importância da administração de gastos para a tomada de decisão Por último abordaremos a análise de desempenho No ambiente empresarial para uma tomada de decisão eficaz a gestão de custos é fun damental Com ela é possível decidirse quantitativa e qualitativamente Vamos iniciar pela administração de gastos no processo decisório 163 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco 31 A ADMINISTRAÇÃO DE GASTOS E O PROCESSO DECISÓRIO Quando falamos da administração dos gastos é importante compreender que os recur sos que circulam nas organizações nem sempre estão disponíveis a toda hora Nesse cenário os administradores são desafiados a buscar os melhores resultados empresa riais e isso implica adotar estratégias que promovam maior eficácia e produtividade nos processos operacionais com menor custo possível Para Paim 2016 p 177 O processo de administrar os gastos implica em realizar cortes nos insumos do processo produtivo que podem se tornar desnecessários motivados pelas inovações que venham a reduzir o custo de se fazer o produto ou realizar um serviço isso sem considerar quando o cliente não deseja pagar por um componente no produto que em sua percep ção não mais o satisfaz em suas necessidades Administrar gastos estabelecer estratégias e inovar são algumas das situações com que o gestor convive no dia a dia empresarial e que são fundamentais para a permanência da orga nização em ambientes de alta competitividade A escassez de recursos obriga as empresas a se preocuparem cada vez mais com seus orçamentos mantêlos enxutos é a ordem do dia Nesse contexto o processo de administração dos gastos envolve uma série de ponde rações com o uso de dados e informações que o gestorcontador utiliza para a toma da de decisão Podem surgir situações como É melhor comprar ou alugar É melhor produzir ou terceirizar É melhor pagar à vista ou a prazo É melhor fazer leasing ou financiamento direto Essas situações entre outras são comuns no ambiente em presarial e demandam respostas para a compreensão dos processos decisórios Paim 2016 p 178 nos dá as diretrizes para o processo decisório segregando em dados classificações projeções avaliações e acompanhamento com seus respectivos desdobramentos Quadro 1 a seguir Quadro 01 Processo de decisão Dados Classificações Projeções Avaliações Acompanha mento Nesta etapa todo e qualquer dado deve ser conside rado para que as alternativas sejam analisadas Nesta etapa os dados devem ser segregados e classificados de acordo com a sua relevância É um processo importante pois é com esse pro cedimento que se desenha os dados futuros seguindo as alternativas levantadas Estabelecem uma relação de custobenefício para escolher a melhor alternativa Implica acompa nhar e avaliar as decisões tomadas É um processo que valida a ação correta ou incorreta do gestor Fonte adaptado de Paim 2016 p 178 164 4 Administração Estratégica de Custos Para a tomada de decisão além de conhecer o contexto da empresa é necessário ter no ções de administração economia e contabilidade para ponderação objetiva das variáveis analisadas e realização dos cálculos inerentes Dentro da linha de raciocínio do processo decisório ao analisarse as situações envolvidas o administrador deverá observar algumas variáveis essenciais para que sua decisão seja mais consistente Para Paim 2016 p 178 no que se refere aos gastos o gestor deve considerar as seguintes variáveis Figura 03 Variáveis importantes para o processo decisório Segregação dos Gastos Relevância dos Gastos Fluxo de Caixa Na segregação dos gastos existindo uma situação de escolha devemos trazer para a nossa análise somente aqueles dados que são de fato relevantes para se analisar O que caracteriza a relevância de um gasto no processo de análise é o fato de considerálo um diferencial ou seja ele tem que ser diferente dentre os parâmetros que estamos analisando que ainda não tenha ocorrido e que poderá ocorrer em uma nova situação Em gestão de custos ao fazer uma análise custobenefício devemos elaborar um fluxo de caixa Fonte adaptado de Paim 2016 p 178 Para a tomada de decisão o que se busca em todo esse processo é a relação custobenefício A relação custobenefício ocorre quando há um investimento valor despendido com o ob jetivo de recebimento de lucros futuros no curto médio ou longo prazo A relação custobe nefício caracterizase como uma relação de troca em que poderá haver uma compensação O investimento estaria representado pelo custo presente e o lucro pelo benefício futuro IMPORTANTE No âmbito interno das organizações os investimentos realizados poderão trazer benefí cios como melhorias dos processos produtivos produção comercialização e prestação de serviços aumento de produtividade redução de desperdícios redução de custos agilidade logística inovação de produtos ou serviços e otimização das vendas entre outros fatores Todas essas situações carecem de perguntas para realização de acordo com Paim 2016 p 179 165 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco A empresa deve ficar ou não com suas atividades suspensas em períodos de sazonalidade Um determinado produtoserviço deve ou não continuar sendo produzido ou comercializado Qual o custobenefício de se terceirizar a produção A empresa deve ou não alterar as políticas de remuneração da sua folha de pagamento Essas e outras situações têm de serem decididas Nesses cenários os processos decisórios de avaliação de investimentos são elaborados considerando o quanto que se precisa gastar versus o quanto se pode ganhar o que se permite decidir qualitativamente e quantitativamente na relação entre custos e be nefícios O uso da relação custobenefício é valiosa pois a referida avaliação pode ser utilizada no campo financeiro ou econômico das empresas e no seu ambiente interno 32 O FLUXO DE CAIXA PARA TOMADA DE DECISÃO Paim 2016 p 179 pondera que no processo de tomada de decisão para realizar com parações e avaliações necessitamos do fluxo de caixa Mas o que é o fluxo de caixa É uma ferramenta que sintetiza dados futuros diante do investimento que será feito no presente e que poderá trazer ganhos benefícios futuros para a empresa Figura 04 Representação do Fluxo de Caixa Processo em que a empresa gera e aplica recursos que estão representados pelos investimentos operação de financiamento de curto ou longo prazo Instrumento financeiro que demonstra as operações financei ras permitindo fazer análises para se tomar decisões Fonte adaptada de Paim 2016 p 179 Nesse contexto podemos inferir que as análises elaboradas a partir dos fluxos de caixa são fundamentais pois evidenciam resultados específicos e temporais em percentuais ou em valores permitindo que o gestor verifique os impactos no curto médio e longo prazo sobre as opções econômicasfinanceiras que poderão trazer maiores benefícios para a empresa 166 4 Administração Estratégica de Custos Para se avaliar os custos x benefícios com base no fluxo de caixa alguns pontos devem ser seguidos pois são parte do processo de construção dos dados e das informações para as análises Vamos aos pontos que consideramos essenciais no fluxo a seguir na forma de indagações Quando vamos decidir considerando a gestão de custos devemos realizar o levantamento dos dados a classificação e separação dos gastos as projeções futuras as avaliações das melhores alternativas o acompanhamento e monitoramento das decisões tomadas consi derando que na análise custos x benefício devemos tomar decisões em razão de avaliações dos fluxos de caixa que deverão ser gerados seja para o curto médio ou longo prazo ASSIMILE Quais são as principais alternativas para a tomada de decisão 2 3 4 5 1 Quais as informações que serão relevantes para a análise Quais os gastos que devem ser componentes da análise Quais alternativas econômicasfinanceiras são mais viáveis Qual a decisão a ser tomada dentro de um leque de possibilidades 33 TOMADA DE DECISÃO NAS SUBSTITUIÇÕES DE EQUIPAMENTOS Consideramos que a Tecelagem Bright Color empresa fictícia está em um processo de troca de um tear antigo por um tear moderno digital para melhorar sua produtividade e reduzir seus custos Inicialmente é necessário fazer algumas avaliações técnicas e financeiras como as do Quadro 2 a seguir Veja que no tear novo existirá o custo de treinamento e juros a pagar mas também é preciso avaliar benefícios como produtivi dade qualidade e menor consumo de energia elétrica entre outros 167 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Quadro 02 Processo de decisão entre o tear em uso e o novo tear variáveis GASTO ATUAL NOVO AVALIAÇÕES Valor do equipamento X X No tear novo não utilizaríamos o valor de aquisição con tábil mas sim o valor de mercado para poder comparar Energia consumo X X Projetaríamos o gasto do tear em uso e do novo Manutenção X X Projetaríamos o gasto do tear em uso e do novo Treinamento X Só ocorrerá no tear novo Juros X Só ocorrerá no tear novo Fonte elaborado pelo autor Definidos os critérios de qualidade técnica realizados pelo departamento de engenharia e eliminados outros concorrentes o departamento de compras fez o levantamento com dois fornecedores finais para a tomada de decisão quanto aos valores de aquisição e condições para pagamentos O departamento financeiro complementou os dados com as seguintes informações Tabela 15 Proposta Comercial dos Fornecedores 1 e 2 CONDIÇÕES DOS GASTOS PARA A BRIGHT COLOR VALORES REAIS Dados Fornecedor 1 Fornecedor 2 Aquisição 900000 1020000 Manutenção 250000 140000 Juros 180000 90000 Vida útil do tear 10 Anos 10 Anos Fonte elaborada pelo autor Como podemos visualizar na Tabela 15 o valor de aquisição do tear para o fornecedor 1 é de R 900000 e para o fornecedor 2 é de R 1020000 As despesas de manuten ção para o fornecedor 1 durante a vida útil do equipamento são de R 250000 e para o fornecedor 2 de R 140000 Os juros a pagar para o fornecedor 1 são de R 180000 e para o fornecedor 2 de R 90000 Para tomarmos a melhor decisão precisamos a identificar os gastos que são relevan tes b elaborar o fluxo de caixa de acordo com o tempo de vida útil do equipamento con siderando a depreciação Com relação aos gastos relevantes podemos definir que são os valores da aquisição dos bens as taxas de juros os custos de manutenção isso porque ambas as propostas tanto do fornecedor 1 como do fornecedor 2 apresentam valores e condições distintos uma da outra 168 4 Administração Estratégica de Custos Tabela 16 Fluxo de caixa das propostas comerciais dos fornecedores 1 e 2 para Bright Color FORNECEDOR 1 DADOS ANO 1 R ANO 2 R ANO 3 R ANO 4 R ANO 5 R ANO 6 R ANO 7 R ANO 8 R ANO 9 R ANO 10 R TOTAL Deprecia ção ano 90000 90000 90000 90000 90000 90000 90000 90000 90000 90000 900000 Manuten ção ao ano 25000 25000 25000 25000 25000 25000 25000 25000 25000 25000 250000 Juros ao ano 18000 18000 18000 18000 18000 18000 18000 18000 18000 18000 180000 Total 133000 133000 133000 133000 133000 133000 133000 133000 133000 133000 1330000 FORNECEDOR 2 DADOS ANO 1 R ANO 2 R ANO 3 R ANO 4 R ANO 5 R ANO 6 R ANO 7 R ANO 8 R ANO 9 R ANO 10 R TOTAL Deprecia ção ano 102000 102000 102000 102000 102000 102000 102000 102000 102000 102000 1020000 Manuten ção ao ano 14000 14000 14000 14000 14000 14000 14000 14000 14000 14000 140000 Juros ao ano 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 9000 90000 Total 125000 125000 125000 125000 125000 125000 125000 125000 125000 125000 1250000 Fonte elaborada pelo autor Como podemos observar para o fornecedor 1 como o valor do tear é de R 900000 e preci samos depreciar anualmente dividimos por 10 anos e imputamos o valor de R 90000 para cada ano do primeiro ao décimo linha 3 Fazemos o mesmo para a manutenção anual como o valor total é de R 250000 dividimos por 10 anos que resulta em R 25000 por ano e imputamos para todos os anos do primeiro ao décimo linha 4 Com relação aos juros cobrados fazemos o mesmo procedimento dividimos R 180000 por 10 anos que resulta em R 18000 por ano e imputamos do primeiro ao décimo ano linha 5 Por fim chegamos ao custo do tear para o forne cedor 1 no valor de R 1330000 Já para o fornecedor 2 como o valor do tear é de R 1020000 e precisamos depreciar anu almente dividimos por 10 anos e imputamos o valor R 102000 para cada ano do primeiro ao décimo ano linha 3 Fazemos o mesmo para a manutenção anual como o valor total é de R 140000 dividimos por 10 anos que resulta em R 14000 por ano e imputamos para todos os anos do primeiro ao décimo linha 4 Com relação aos juros cobrados fazemos o mesmo procedimento dividimos R 90000 por 10 anos que resulta em R 9000 por ano e imputamos do primeiro ao décimo ano linha 5 Por fim chegamos ao custo do tear para o fornecedor 2 no valor de R 1250000 169 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco 34 TOMADA DE DECISÃO ENTRE COMPRAR OU LOCAR Na fictícia Pousada Paraíso após reformas estruturais os proprietários decidiram que será necessária a aquisição de 50 televisores modernos 4K de 43 polegadas para atenderem seus hóspedes Como esses bens se depreciam em um prazo de 5 anos existe a dúvida entre comprar ou locar esses equipamentos Foi solicitado ao contador um estudo para a tomada de decisão que culminou com a tabela a seguir Tabela 17 Levantamento de gastos para a Pousada Paraíso Como conclusão vimos que embora o preço de aquisição do fornecedor 2 seja maior que o do fornecedor 1 o gasto com manutenção e o gasto com juros se mostrassem menores e o custo anual fosse de R 125000 para o fornecedor 2 e de R 133000 para o fornecedor 1 Diante dos R 133000 anuais do fornecedor 1 no conjunto de gastos em dez anos essa máquina custaria R 1330000 Já no fornecedor 2 R 125000 ao ano custaria ao final dos dez anos R 1250000 O que podemos avaliar com esse exemplo é que nem sempre o maior preço de aquisição necessariamente é a pior opção O administradorcontador deve estar atento aos gastos agregados que podem vir a ocorrer na aquisição de algum bem ou serviço para a melhor tomada de decisão No exemplo a melhor opção de escolha é a do fornecedor 2 que tem menor custo R 1250000 contra R 1330000 do fornecedor 1 MODELO ESCOLHIDO TELEVISOR 4K DE 43 POLEGADAS TOTAL DE 50 UNIDADES Apuração dos Gastos Opção de Compra Opção de Aluguel Custo de Aquisição unitário R 220000 Juros 4 ao ano sobre o valor de compra Manutenção R 2000 por televisor ao ano Locação R 3500 ao mês por unidade Correção Contratual cumulativa Reajustada a cada ano de contrato 5 ao ano a partir do 2º ano Fonte elaborada pelo autor Para o desenvolvimento dessa atividade é preciso a levantar as variáveis envolvidas b elaborar o fluxo de caixa e c determinar a melhor opção Observe que para opção de compra dos televisores o custo unitário será de R 220000 por unidade os juros serão de 4 ao ano sobre o montante de compras de R 11000000 e as despesas com manutenção serão de R 2000 ao ano por televisor 170 4 Administração Estratégica de Custos Já para opção de locação o custo será de R 3500 mensais por televisor com reajus te contratual de 5 ao ano a partir do início do segundo ano Qual é a melhor opção comprar ou locar Com os dados levantados podemos expor nos fluxos de caixa a se guir o resultado dos cálculos Tabela 18 Fluxo de caixa para a Pousada Paraíso para a opção de comprar ou alugar OPÇÃO DE COMPRA DADOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 TOTAL Depreciação anual 2200000 2200000 2200000 2200000 2200000 11000000 Juros anual 440000 440000 440000 440000 440000 2200000 Manutenção anual 100000 100000 100000 100000 100000 500000 Total 2740000 2740000 2740000 2740000 2740000 13700000 OPÇÃO DE COMPRA DADOS ANO 1 ANO 2 ANO 3 ANO 4 ANO 5 TOTAL Locação anual 2100000 2100000 2205000 2315250 2431013 11151263 Correção do Contrato 5 ao ano 105000 110250 115763 121551 452563 Total 2100000 2205000 2315250 2431013 2552563 11603826 Fonte elaborada pelo autor Como pode ser observado para opção de comprar os televisores os custos anu ais serão de R 2740000 que no final acumulados representarão o valor de R 13700000 Já para a opção de locar os custos anuais serão de R 2100000 no pri meiro ano R 2205000 no segundo ano R 2315250 no terceiro ano R 2431013 no quarto ano e R 2552563 no quinto ano No final o custo acumulado será de R 11603826 Como conclusão podese inferir que a melhor opção então será realizar a locação pois traz melhor custobenefício Enquanto na opção de compra o custo é de R 13700000 na opção de locação é de R 11603826 quantia bem inferior 4 ANÁLISE DE DESEMPENHO No último tópico desta obra abordaremos a análise de desempenho e discutiremos os fundamentos da gestão estratégica de custos considerando a análise tradicional versus análise estratégica Para o administrador avaliar a gestão estratégica de custos possi bilita maior visibilidade em relação aos elementos estratégicos visíveis e formais dentro da organização Esses elementos estratégicos dados gerados são instrumentos que se transformam em estratégias e depois em vantagens competitivas para as organizações 171 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Quando pensamos em elementos estratégicos de custos para que esse processo ocorra e se transforme em vantagens competitivas alguns princípios básicos têm de ser considerados A observância dos princípios elementares como no Quadro 3 a seguir viabilizam o direcionamento das estratégias gerenciais para se garantir maior competitividade empresarial Quadro 03 Princípios fundamentais da gestão estratégica de custos PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DA GESTÃO ESTRATÉGICA DE CUSTOS CUSTOS MEDIDAS DE DESEMPENHOS GESTÃO DE INVESTIMENTOS Apropriar diretamente ao objeto de custeio os custos relevantes Identificar bases de locação que reflitam as relações de causa e efeito Estabelecer centros de custos em grupos homogêneos Adotar bases relevantes de mensuração As mensurações devem ser nos campos financeiro e não financeiro Ser consistentes com os objetivos da empresa As mensurações devem promover melhorias nos direcionadores de custos Deve ser consistente com os objetivos da empresa Deve dar suporte para eli minação de atividades que não geram valor Deve considerar dados das atividades desempenhadas Deve monitorar os investimentos realizados Fonte adaptado de Paim 2016 p 258 Uma vez tendo sido considerados esses princípios serão elementos direcionadores para os gestores na condução das atividades empresariais Como resultado tais ele mentos estratégicos mudarão a forma de se operacionalizar a gestão dos gastos nas empresas Esse processo de operacionalização exigirá um conhecimento de toda a cadeia de valor na organização desde a origem dos recursos sejam eles materiais humanos tecnológicos e financeiros até chegar ao consumidor final na ponta na forma de valor qualidade preço e satisfação Do ponto de vista gerencial quando vamos analisar o desempenho operacional e fi nanceiro de uma empresa precisamos de índices específicos Essas referências nos indicarão as características do objeto a ser analisado e com base nelas poderemos tirar conclusões gerenciais Vamos aos índices de desempenho operacional e econômico 172 4 Administração Estratégica de Custos Figura 5 Desempenho Operacional e Econômico OPERACIONAIS Acompanham o desenvolvimento das rotinas Pode ser uma análise pontual por negócio DESEMPENHOS ECONÔMICOS Evidenciam o retorno sobre investimentos Margens de lucro no período Fonte elaborada pelo autor O desempenho operacional é associado ao nível de atividade da organização Ele demonstra a eficiência no uso dos recursos materiais financeiros humanos tecnoló gicos que foram investidos na operação da empresa para viabilização do produto ou serviço ofertados O desempenho econômico procura avaliar a performance que o negócio obteve na relação do investimento realizado versus vendas e lucros Do ponto de vista conceitual e da usabilidade um índice serve para avaliar a relação entre duas ou mais variáveis Eles são utilizados para determinar valores relativos ou absolutos e que serão úteis na gestão das empresas especialmente na condução dos negócios Resumidamente os índices refletem grandezas relativas sobre os desempe nhos financeiros econômicos e operacionais das organizações Segundo Paim 2016 p 260 Para o administrador o fato de se utilizar índices para analisar o desem penho se torna primordial pois é uma ferramenta que pode revelar alguns sintomas de problemas ou de sucesso seja de maneira isolada ou de algo mais estrutural no âmbito da organização o que permite que se agilizem as decisões nos níveis estratégicos táticos ou operacionais na empresa A quantidade de índices necessários para se elaborar uma análise de desempenho de penderá dos critérios e parâmetros adotados pelos analistas O importante a ser consi derado no objeto de análise é que não ocorram distorções no momento de se analisar diagnosticar e tomar decisões para que a empresa não venha a sofrer prejuízos futuros Os índices têm como características fundamentais o fornecimento de uma visão ampla da situação econômica e financeira da empresa o que permite aos gestores um olhar global para todas as operações Entretanto os índices não devem ser vistos como um fim em si mesmos mas como meios de propiciar condições para que se realizem análises funda mentadas para se chegar a um ponto de partida com relação às estratégias adotadas Os índices podem ser distribuídos em dois grandes grupos da seguinte forma 173 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Figura 06 Tipos de Índices OPERACIONAL Mede o grau do uso dos re cursos empregados na or ganização para maximizar o resultado ECONÔMICO Mede o grau de rentabilidade da empresa em razão do de sempenho no mercado Fonte elaborada pelo autor Quando falamos da nomenclatura dos índices é importante considerar que eles não são uniformes Dependendo da atividade da organização eles podem receber nomes diferentes contudo podemos encontrar índices com nomenclatura padrão técnicos e de domínio público e isso independe do porte da empresa ou do segmento de atuação Os índices operacionais mensuram o grau de eficiência das atividades empresariais Quando os gestores utilizam os índices operacionais eles avaliam os resultados dos investimentos feitos em função dos investimentos e das suas operações Do ponto de vista da gestão se for possível gerar lucros com economia de recursos melhor será para a organização daí a importância da utilização de índices para essas mensurações Dos índices operacionais PAIM 2016 p 261 podemos destacar a taxa de uso da capacidade de produção o índice de desempenho e o giro por assento ou rotatividade Abordaremos cada um deles começando pela taxa de uso Em muitas atividades o gestor precisa identificar qual é a taxa de uso da capacidade produtiva Podemos expressar a taxa de uso pela fórmula a seguir Taxa de uso Número de unidades produzidas ou vendidas Capacidade de produção ou elaboração O índice da taxa de uso tem a função de aferir um valor percentual relativo com relação ao que se produz ou se vende dividido pela capacidade de produção ou elaboração de pro dutos e serviços de uma empresa Como exemplo vamos supor que uma indústria tivesse capacidade de produzir 100000 unidades na planta e em um mês tivesse produzido 70000 unidades Qual seria sua taxa de utilização Para se chegar ao resultado dividiríamos 70000 por 100000 e teríamos 70 70000 100000 070 070 x 100 70 174 4 Administração Estratégica de Custos Se fosse para a Pousada Paraíso exemplificada anteriormente atribuiríamos a esse mesmo índice uso o nome de taxa de ocupação em que calcularíamos o número de quartos ocupados dividido pelo número de quartos disponíveis O que precisamos com preender é que o cálculo é o mesmo e só muda a nomenclatura dependendo do ramo de atividade da empresa Vamos ao índice de desempenho O índice de desempenho serve para avaliar o desempenho de uma organização com relação ao seu mercado concorrencial A seguir expomos a fórmula desse índice Índice de Desempenho Demanda Real Demanda Ideal Demanda Ideal de participação no mercado X volume de vendas total do mercado Na fórmula Demanda Real é o volume de vendas ocorrido na empresa objeto da aná lise seja de bens ou serviços Essa empresa poderá ser uma indústria comércio ou prestação de serviços Demanda Ideal é o volume de vendas máximo que a empresa objeto da análise po deria realizar considerando sua participação efetiva no seu mercado de atuação Essa empresa poderá ser uma indústria comércio ou prestação de serviços Para calcularmos a demanda ideal utilizamos a seguinte equação A utilidade do índice de desempenho está associada à maneira como a empresa está atuando com relação aos seus concorrentes do mesmo segmento Quando da realização do cálculo do índice de desempenho se o resultado for menor que 1 demonstra que a organização está atuando abaixo do seu mercado de atuação e está perdendo consumi dores para os seus rivais Se for igual a 1 demonstra que a empresa está operando de acordo com o seu mercado de atuação e na média está mantendo seus consumidores Se o índice de desempenho for maior que 1 demonstra que a empresa está operando acima do seu mercado de atuação e conquistando consumidores dos seus rivais diretos Outro índice enquadrado na categoria de índice operacional é o giro por assento que poderá ser calculado da seguinte forma Giro por Assento Número de Clientes Nº de Assentos no período 175 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Para Paim 2016 p 262 O índice de Giro por Assento mostra como por exemplo a rotatividade do volume de pessoas para cada assento disponível no restaurante cinema te atros estádios ou assemelhados em um determinado período Esse índice pode ser medido de forma global ou por períodos como por exemplo para um restaurante almoço e jantar seja no dia no mês ou no ano Como exemplo para a análise de desempenho com relação aos índices utilizaremos o fictício Hotel Estrela do Pontal Ele foi projetado para 200 unidades habitacionais UHs e o investimento inicial foi de R 2280000000 com custo de capital de 1400 ao ano No último período o número de UHs vendidas foi de 51100 e isso possibilitou ao em preendimento gerar somente com hospedagem a receita de R 736475000 A partici pação do Estrela do Pontal no mercado é de 10 sobre o volume total de vendas que é de 379600 UHs capacidade máxima O restaurante do hotel tem capacidade para atender 233 pessoas ao dia e no último período a quantidade de pessoas atendidas foi de 119000 com uma receita de R 213525000 O hotel funciona todos os dias Com base nos dados do Hotel Estrela do Pontal vamos calcular 1 a taxa de ocupação do hotel 2 o giro por assento no restaurante e 3 o índice de desempenho no mer cado A demanda ideal para as unidades habitacionais UHs é de 10 para o volume máximo do mercado e para o restaurante é de 100 da capacidade total instalada assentos Vamos ao cálculo dos índices operacionais Tabela 19 Dados do Hotel Estrela do Pontal OPÇÃO DE COMPRA MEDIDAS VOLUME MÁXIMO DO MERCADO VOLUME MÁXI MO DE VENDAS DO ESTRELA DO PONTAL DEMANDA IDEAL DEMANDA REAL OCORRIDO Hospedagem UHs¹ 379600 73000 37960 51100 Restaurante Pessoas 85000 85000 119000 Investimento Em Reais R 2280000000 Custo de Capital Taxa ao ano 14 ¹ Unidades Habitacionais Fonte elaborada pelo autor Primeiro calculamos a taxa de ocupação do Estrela do Pontal aqui adequamos a ex pressão da taxa de uso para taxa de ocupação Vamos calcular a taxa para as unida des habitacionais quartos vendidos 176 4 Administração Estratégica de Custos Na Tabela 19 o volume máximo do mercado para unidades habitacionais é de 379600 UHs O volume máximo instalado do Hotel Estrela do Pontal é de 73000 unidades entretanto estudos financeiros realizados indicam que a demanda ideal do Estrela do Portal é de pelo menos 10 da fatia do mercado que representa 37960 UHs 379600 x 10 37960 Como a demanda real foi de 51100 UHs e a capacidade instalada é de 73000 UHs a taxa de ocupação do Estrela do Pontal foi de 70 no período Vamos calcular o giro por assento do restaurante do Hotel Estrela do Pontal Quando calculamos o giro por assento nas quantidades de clientes atendidos por as sento encontramos a rotatividade no restaurante Taxa de ocupação Nº de UHs Vendidas Taxa de ocupação 51100 Nº de UHs Disponíveis 73000 200 x 365 dias Taxa de ocupação 70 51100 73000 070 070 x 100 70 Giro por Assento Número de Clientes Nº de Assentos no período Giro por Assento 119000 85000 233 x 365 Giro por Assento 140 pessoas por assento 119000 85000 140 177 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Quando analisamos o giro por assento Tabela 19 o volume máximo da capacidade do restaurante é de 85000 pessoas contudo a demanda foi de 119000 maior o que ge rou uma média de 14 pessoas por assento superando a expectativa dos proprietários A seguir vamos calcular o índice de desempenho do Hotel Estrela do Pontal Para che garmos a esse índice precisamos construir essas informações passo a passo Primeiro vamos calcular a demanda ideal Tabela 20 Dados do Hotel Estrela do Pontal DADOS DO HOTEL ESTRELA DO PONTAL MEDIDAS VOLUME MÁXIMO DO MERCADO VOLUME MÁXI MO DE VENDAS DO ESTRELA DO PONTAL DEMANDA IDEAL DEMANDA REAL OCORRIDO Hospedagem UHs 379600 73000 37960 51100 Restaurante Pessoas 85000 85000 119000 Investimento Em Reais R 2280000000 Custo de Capital Taxa ao ano 14 Fonte elaborada pelo autor 1º Passo calcular a demanda ideal Como podemos visualizar nos dados da Tabela 20 Demanda Ideal de participação no mercado x volume de vendas total no mercado Demanda Ideal 10 x 379600 37960 Demanda Ideal 37960 UHs Como o volume máximo do mercado é de 379600 UHs e a deman da ideal da empresa é de 10 sobre o volume máximo de mercado então será de 37960 UHs Demanda Real 51100 UHs Como podemos observar na Tabela 20 na terceira linha sexta coluna a demanda real efetivamente ocorrida foi de 51100 UHs De posse da demanda real e da demanda ideal podemos calcular o índice de desempenho para o Hotel Estrela do Pontal 2º Passo Calcular o índice de desempenho Índice de Desempenho Demanda Real Índice de Desempenho 51100 Índice de Desempenho 135 Demanda Ideal 37960 178 4 Administração Estratégica de Custos Análise dos índices operacionais do Hotel Estrela do Pontal a empresa está utilizando 70 da sua capacidade total ficando a parte ociosa em 30 A taxa de ocupação refle tiu no restaurante onde o nível de atendimento giro por assento ficou acima em 40 da quantidade disponível de assentos 140 1 x 100 40 O nível de ocupação de 70 permitiu que a empresa atingisse um patamar de 35 a mais desempenho do que se esperaria em função de sua participação no mercado concorrente demonstran do um grau eficiente no uso dos recursos Agora vamos analisar os índices econômicos Para Paim 2016 p 264 os índices econômicos são aqueles que têm como função medir o grau de rentabilidade alcançado pela empresa em razão dos resultados obtidos diante dos investimentos realizados para obtenção de benefícios econômicos Entre essas mensurações que podem ser verificadas podemos destacar a margem bruta a margem líquida e o retorno sobre o investimento sendo o retorno sobre o investimento o custo do capital que é igual ao custo de oportunidade A margem bruta é um índice que revela o quanto a empresa obteve de lucro dedu zindo das receitas os custos incidentes para elaboração de um produto ou serviço A equação da margem bruta é Margem Bruta Lucro Bruto Margem Líquida Lucro Líquido Receitas Receitas Nessa equação consideramos que o lucro bruto é o resultado das receitas de vendas menos os custos variáveis incorridos na operação Por exemplo um preço de venda é R 10000 e os custos variáveis R 6000 O lucro bruto para essa operação será de R 4000 Se a análise for em percentual a representatividade será de 40 R 4000 R 10000 040 040 x 100 40 Já na equação da margem líquida podemos encontrar o quanto a empresa obteve de lucro Esse índice demostra que ao deduzirse das receitas os gastos ocorridos pode se encontrar o lucro obtido Exemplo no mês a empresa teve R 10000000 de lucro líquido e a receita líquida foi de R 50000000 Qual é a margem líquida percentual Pela fórmula dividimos o lucro líquido pela receita líquida e multiplicamos por 100 R 10000000 R 50000000 020 020 x 100 20 A margem líquida percen tual será de 20 A equação da margem líquida pode assim ser demonstrada 179 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Lucro líquido são as receitas menos todos os gastos da empresa incluindo os tributos Vamos agora ao retorno sobre investimentos Podemos classificar o retorno sobre o investimento como aquele retorno cujos em presários auferem em função dos investimentos realizados em empreendimentos co merciais industriais ou de prestação de serviços É importante lembrar que nem todo investimento gera lucro ou retorno às vezes dá prejuízo Como exemplo supondo que um empresário investiu R 100000000 e teve de lucro líquido no primeiro ano o valor de R 30000000 qual foi a taxa de retorno percentual auferida no primeiro ano da operação Pela fórmula R 30000000 R 10000000 x 100 030 030 x 100 30 Então o retorno foi de 30 ao ano sobre o valor investido O retorno sobre investimento pode ser calculado pela fórmula a seguir Retorno sobre o Investimento Lucro Líquido Investimentos O investimento é o capital empregado para estruturação da empresa e viabilização do negócio Vamos demonstrar esses índices continuando com a análise do Hotel Estrela do Pontal para o período Tabela 21 Demonstração do Resultado do Hotel Estrela do Pontal Ano XX21 HOTEL ESTRELA DO PONTAL HOSPEDAGEM RESTAURANTE TOTAL SOBRE A RECEITA Receitas 736475000 213525000 950000000 100 Custo Variável 177937500 74733750 252671250 2660 Lucro Bruto 5585 37500 138791250 697328750 7340 Despesas Operacionais 197328750 2077 Lucros antes do IR 500000000 5263 Impostos Sobre a Renda 24 IR 15 e CSSL 9 120000000 1263 Lucro Líquido 380000000 4000 Fonte elaborada pelo autor 180 4 Administração Estratégica de Custos O investimento inicial realizado no empreendimento foi de R 2280000000 e o cus to de capital próprio taxa de retorno dos proprietários é de 1400 ao ano Primeiro vamos calcular a margem bruta Margem Bruta Lucro Bruto Receitas Margem Bruta R 697328750 Margem Bruta 7340 07340 x 100 Pegamos o lucro bruto dividimos pelas receitas e multiplicamos por 100 para chegarmos ao resultado de 7340 Agora vamos calcular a margem líquida Margem Líquida Lucro Líquido Receitas Margem Líquida R 380000000 R 950000000 Margem Líquida 4000 04000 x 100 Dividimos o lucro líquido pelas receitas e multiplicamos por 100 para chegarmos ao resultado de 4000 Agora vamos calcular o retorno sobre o investimento Retorno sobre o Investimento Lucro Líquido Investimentos O investimento inicial realizado no empreendimento foi de R 2280000000 e o custo de capital próprio taxa de retorno dos proprietários é de 1400 ao ano Portanto cal cularemos a taxa de retorno que o empreendimento está dando e confrontaremos com a taxa pretendida pelos proprietários do Hotel Estrela do Pontal 181 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco Retorno sobre o Investimento 1667 01667 x 100 Dividimos o lucro líquido pelo investimento e multiplicamos o resultado por 100 o que resulta no valor de 1667 Como a taxa de retorno dos proprietários é de 1400 e na análise encontramos 1667 então está dando acima do previsto pelos empreendedores em 267 1667 1400 267 Análise dos índices econômicos do Hotel Estrela do Pontal com relação à margem bruta podemos verificar que o lucro bruto representa 2660 para a empresa sobrando 7340 para cobrir as despesas operacionais o imposto sobre a renda e gerar lucro líquido Na mar gem líquida após as apurações verificamos que o índice é de 4000 A interpretação para a margem líquida é que a cada R 100 vendido pela empresa ela lucra R 040 Dessa forma a margem bruta de 7340 menos 3340 2077 de despesas operacionais 1263 de imposto de renda será igual à margem líquida de 4000 Quanto ao retorno sobre o inves timento vimos que a empresa alcançou um retorno de 1667 sabendo que para viabilizar o empreendimento existia uma expectativa de retorno de 1400 então o empreendimento gerou resultado superior ao esperado pelos proprietários no período analisado CONCLUSÃO Encerramos esta unidade demonstrando a importância da Administração Estratégica de Custos contemplando o ponto de equilíbrio a análise de custos e rentabilidade a administração de gastos para tomada de decisão e a análise de desempenho Vimos que o ponto de equilíbrio auxilia os gestores em decisões importantes como na determinação da capacidade instalada na projeção de investimentos na análise do mercado e da concorrência na determinação das receitas de vendas dos preços a serem praticados dos custos variáveis e fixos e das despesas do negócio Aprendemos que o ponto de equilíbrio contábil PEC serve para identificar o momento que as quan tidades produzidas e vendidas só são suficientes para quitar os gastos fixos e o lucro é zero Ainda que o ponto de equilíbrio financeiro PEF serve para identificar o momento em que as quantidades produzidas e vendidas só são suficientes para quitar os gastos fixos e financeiros e o lucro é zero Por fim aprendemos que o ponto de equilíbrio econômico PEE serve para identificar o momento em que as quantidades produzidas e vendidas só são suficientes para quitar os gastos fixos e financeiros e remunerar o capital investido dos proprietários sendo o lucro zero Também pudemos compreender a análise de custos e rentabilidade enquanto instru mento de apoio para a tomada de decisão gerencial Verificamos a importância da mar gem de contribuição para o lucro e a margem de segurança Vimos que a margem de segurança pode ser em valores absolutos ou relativos a margem de segurança em valor absoluto mede a quantia monetária após o ponto de equilíbrio da sociedade e a margem de contribuição relativa mensura percentualmente o que sobra depois do Retorno sobre o Investimento R 380000000 R 2280000000 182 4 Administração Estratégica de Custos ponto de equilíbrio Ainda vimos que o Grau de Alavancagem Operacional GAO é o índice que relaciona o aumento percentual dos lucros com o aumento percentual nas quantidades vendidas em determinado nível de atividade E vimos que com a utilização do grau de alavancagem operacional a empresa poderá calcular o que acontecerá com seus lucros caso haja aumento ou redução nas quantidades vendidas Também que os gestores precisam analisar com acurácia as variáveis de margem de segurança e alavancagem por causa do risco operacional que permeia as empresas Quanto à administração dos gastos vimos que é importante compreender que os re cursos que circulam nas organizações nem sempre estão disponíveis a todo momento E que nesses cenários os administradores são desafiados a buscar os melhores resul tados empresariais o que isso implica adotar estratégias que promovam maior eficácia e produtividade nos processos operacionais com o menor desembolso possível de recursos Nesse contexto pudemos compreender que nas tomadas de decisão surgirão perguntas como É melhor comprar ou alugar É melhor produzir ou terceirizar É me lhor pagar à vista ou a prazo É melhor fazer leasing ou financiamento direto E que os administradores nos seus processos decisórios necessitarão da formulação de fluxos de caixa e de cálculos pertinentes a essas operações Observamos na análise de desempenho que o gestor ao avaliar a gestão estratégica de custos tem maior visibilidade sobre os elementos estratégicos visíveis e formais dentro da organização e que esses elementos estratégicos constituemse em instru mentos que se transformam em estratégias e depois em vantagens competitivas para as organizações Estudamos que para realizar a análise do desempenho operacional e financeiro em uma empresa os gestores utilizam índices um índice reflete a relação de valores entre duas variáveis Nesse contexto o desempenho operacional é associado ao nível de atividade da organização e demonstra a eficiência no uso dos recursos en quanto o desempenho econômico procura avaliar a performance que o negócio obteve na relação do investimento realizado versus vendas e lucros Compreendemos que os índices operacionais medem o grau de eficiência das ativida des das empresas e que por meio desses índices é possível avaliar o quanto é gerado de resultado em razão dos investimentos em recursos realizados Também que os ín dices operacionais são divididos em taxa de uso da capacidade de produção índice de desempenho e índice de giro por assento ou rotatividade Ainda vimos que os índices econômicos são aqueles que têm como função medir o grau de rentabilidade alcança do pela empresa em razão dos resultados obtidos diante dos investimentos realizados para obtenção de benefícios econômicos Por último verificamos que os índices econô micos estão divididos em margem bruta margem líquida e retorno sobre o investimento 183 4 Contabilidade de Custos Universidade São Francisco REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BALLOU Ronald H Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos Porto Alegre Bookman 2001 BRUNI Adriano Leal FAMÁ Rubens Gestão de custos e formação de preços com aplicações na calculadora HP 12C e Excel 6 ed São Paulo Atlas 2012 CREPALDI Silvio Aparecido CREPALDI Guilherme Simões Contabilidade de Custos 6 ed São Paulo Grupo GEN 2017 CUNHA Adriano Sérgio Análise de Custos Palhoça Editora Unisul 2007 HANSEN Don R MOWEN Maryanne Gestão de Custos Contabilidade e Controle São Paulo Cengage Learning Editores 2012 LUDÍCIBUS Sérgio Contabilidade Gerencial 6 ed São Paulo Atlas 2006 MARTINS Eliseu Contabilidade de Custos 11 ed São Paulo Atlas 2018 MARTINS Eliseu ROCHA Welington Contabilidade de Custos Livro de Exercícios 11 ed São Paulo Atlas 2015 MEGLIORINI Evandir Custos análise e gestão 3 ed São Paulo Pearson Prentice Hall 2012 PAIM Wilson Moisés Análise de Custos Londrina Editora e Distribuidora Educacional 2016 SANTOS José Luiz dos SCHMIDT Paulo PINHEIRO Paulo Roberto NUNES Marcelo Santos Manual de Contabilidade de Custos Atualizado pela Lei nº 129732014 e pelas Normas do CPC até o Documento de Revisão de Pronunciamentos Técnicos no 032013 São Paulo Atlas 2015 WOMACK James P JONES Daniel T A Mentalidade Enxuta nas Empresas elimine o desperdício e crie riqueza Rio de Janeiro Campus 2004 SERVIÇO BRASILEIRO DE APOIO A MICRO E PEQUENAS EMPRESAS SEBRAE Causa Mortis o sucesso e o fracasso das empresas nos primeiros 5 anos de vida Sebrae s d 50 slides Disponível em httpswwwsebraecombrSebraePortal20SebraeUFsSPAnexoscausamortis2014pdf Acesso em 18 jul 2021