Inteligência e testes de QI: Mitos e verdades

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Inteligência é, sem sombra de dúvidas, um dos atributos mais valorizados em nossa cultura. Certamente, habilidades intelectuais são de grande valia em nosso meio seja propriamente no ambiente acadêmico ou mesmo em meios profissionais. Decerto, é em virtude disso que cada vez mais vemos a busca por especializações e maiores graus de formação sendo exigidos por empresas e demais empregadores para determinados cargos. Entretanto, uma questão surge nesse contexto é sobre o que de fato seria essa inteligência que é tão buscada por todos nós?

Nesse sentido, nós da MeuGuru decidimos trazer para vocês um artigo específico sobre o que é a inteligência e como os famosos testes de QI podem mensurar ou não suas capacidades cognitivas. Decerto, há vários aspectos interessantes que circundam esse assunto, em particular, não só mistérios mas sim vários mitos envolvendo crenças sobre a possibilidade e forma de medição de inteligência através de algum quociente. Então gurunauta, vem com a gente que nesse texto iremos mergulhar nesse oceano profundo da inteligência.

O que é inteligência ?

Antes de tudo, cabe a nós entendermos primeiramente o que é inteligência. Certamente, definir inteligência não é uma tarefa simples, na verdade, ela é bem complexa ao passo de que podemos adotar diferentes critérios os quais são capazes de nos guiar a noções completamentes distintas. Entretanto, é razoável que possamos entender que inteligência constitui-se da capacidade mental, de forma geral, que envolve a habilidade de aprender, raciocinar, resolver problemas, compreender conceitos complexos e adptar-se a novas situações com o uso do conhecimento.

Nesse conceito, já temos uma perspectiva ampla e generalista a qual não restringe a mesma a saberes particulares como os da matemática, física, ou ciências exatas. Em verdade, essa consideração é de extrema importância ao passo de que devemos entender que todos os saberes geram e contribuem para nosso desenvolvimento cognitivo e que métricas que se baseiam apenas em conhecimentos particulares não conseguem capturar a totalidade dos saberes de um indivíduo.

Nesse contexto, há uma teoria que ganha enorme destaque: as múltiplas inteligências proposta pelo psicólogo Howard Gardner a qual exploraremos na seção seguinte.

Há mais de uma inteligência: As múltiplas inteligências

Buscando abranger grande parte dos saberes e dos aspectos cognitivos o psicólogo Howard Gardner em 1983, propôs a teoria das múltiplas inteligências. Com efeito, o psicólogo em seu trabalho desafiou as noções tradicionais que apontavam a existência de uma única forma de inteligência e sua possibilidade de mensurada de forma quantitativa por meio de uma generalização desse conceito ao passo que englobou diversas habilidades cognitivas específicas.

Em particular, os 7 grupos de inteligências que Gardner identificou em seu trabalho inicial foram:

  1. Linguística: Refere-se à habilidade de usar a linguagem de forma efetiva, tanto na expressão oral quanto na escrita. Assim, compreendendo o uso preciso da gramática, vocabulário, ritmo e estrutura da linguagem.
  2. Lógico-Matemática: Talvez, a mais conhecida dentre o grupo proposto por Gardner. Com efeito, ela relaciona-se com a capacidade de raciocinar logicamente, calcular, resolver problemas matemáticos e lógicos.
  3. Espacial: Envolve a capacidade de perceber e manipular visualmente objetos no espaço, formar representações mentais precisas e orientar-se em ambientes tridimensionais.
  4. Musical: Refere-se à habilidade de perceber, criar e reproduzir padrões musicais, apreciar a música e compreender seus elementos, como melodia, ritmo e harmonia.
  5. Corporal-Cinestésica: Está relacionada à habilidade de controlar e coordenar os movimentos do corpo, ter destreza física, equilíbrio e consciência corporal.
  6. Interpessoal: envolve a capacidade de entender e interagir efetivamente com outras pessoas, reconhecer suas emoções, motivos e intenções.
  7. Intrapessoal: Associa-se à habilidade de compreender e controlar emoções próprias, ter autoconsciência, autoestima e uma compreensão clara de seus valores e objetivos.

Extensões e críticas ao trabalho de Howard Gardner

Após seu trabalho inicial, o psicólogo ainda continuou a dedicar-se ao estudo das inteligências contribuindo para o entendimento do assunto e ainda propondo a inclusão de outras formas de inteligência como naturalista e existêncial.

Ademais, como todo trabalho científico, vemos também que a Teoria de Gardner está sujeita a diversas críticas e questionamentos que visam desafiar sua concepção de inteligência. Em particular, podemos citar a falta de base científica sólida na determinação dos grupos de inteligência visto que sequer há um consenso sobre quais habilidades cognitivas deveriam se associar a isso. Ademais, a interpendência de alguns grupos como o caso das inteligências espacial e lógico-matemática que se associam-se em certos assuntos trazem, por exemplo, desafios ao entendimento da inteligência.

Não obstante, outro critério que é imprescendível a destacarmos como crítica ao trabalho de Gardner é justamente um dos pontos que faz sucesso em sua teoria. Com efeito, ao passo que o psicólogo diversifica bastante os aspectos cognitivos para os quais considera como inteligência segue que tal diversidade pode levar à fragmentação e à falta de foco no desenvolvimento de habilidades específicas.

Como medir inteligência ?

Então, uma vez que temos noções da possibilidade de existência de várias inteligências convêm a nós nos questionarmos sobre métodos e/ou processos que dizem ser capazes de mensurar de forma precisa e quantitativa a inteligência de um indivíduo. Nesse cenário, os famosos testes de QI tomam destaque e se tornam as mais famosas opções. Todavia, é importante entendermos no que de fato esses testes se baseiam.

Classificações dos testes de QI

Decerto, os testes de QI constituem-se de avaliações, em geral num formato de exames/provas que objetificam mensurar quantitativamente a inteligência de um indivíduo. Consequentemente, o indivíduo após o teste recebe um valor numérico que identifica seu coeficiente de Inteligência (QI) sendo esses classificados como:

  • a) Q.I. superior a 140 significa inteligência genial;
  • b) Q.I. entre 120 e 140 representa inteligência muito superior;
  • c) Q.I. entre 110 e 120 indica inteligência superior;
  • d) Q.I. entre 90 e 110 exprime inteligência normal ou média;
  • e) Q.I. entre 80 a 90 manifesta torpeza, raramente qualificada como debilidade mental;
  • f) Q.I. entre 70 e 80 denota debilidade mental fronteiriça;
  • g) Q.I. abaixo de 70 revela debilidade mental definida.

os quais seguem da referência de Terman. Entretanto, essa classificação bem como a mensuração do QI de um indivíduo não tem influência dominante em sua vida. De fato, ter habilidades ou algum tipo de pré-disposição em algum tipo de atividade é natural de todos nós em virtude da herança genética carregada em nossos genes. Assim, embora um QI alto possa indicar possíveis bons rendimentos em tarefas cognitivas específicas isso não é garantia de sucesso ou realização pessoal/profissional.

Ademais, diversas habilidades como lógico-matemáticas e afins podem ser aprendidas por quaisquer indivíduos. Consequentemente, mesmo que você faça algum teste de QI e não tenha uma pontuação alta isso não implica necessariamente que há um fator limitante biológico em você. Em verdade, vemos que isso nos leva a exatamente as críticas que circundam tais testes.

Os problemas dos testes de QI

Há vários testes de QI que foram desenvolvidos desde sua origem ao fim do século XIX. Entretanto, até os dias de hoje vemos que tais testes continuam a se manter presentes em meios corporativos e educacionais apesar de diversos fatores que os colocam em cheque. Nesse âmbito, vejamos alguns elementos que colocam os testes de QI em cheque e desafiam sua validade.

  1. Limitação da medição da inteligência: Os testes de QI tendem a medir principalmente habilidades cognitivas específicas, como raciocínio lógico, memória e habilidades verbais, deixando de fora outras formas de inteligência, como habilidades criativas, emocionais, sociais e práticas.
  2. Os testes de QI podem sofrer influências de fatores socioeconômicos e culturais. Decerto, maiores rendas e acompanhamento parental permite que crianças desenvolvam-se com maior suporte para o desenvolvimento de suas habilidades cognitivas propiciando, consequentemente, resultados melhores em testes de QI.
  3. Embora os testes de QI possam fornecer uma medida da capacidade cognitiva em um determinado momento, eles podem não ser altamente preditivos em relação a resultados de vida mais amplos, como sucesso acadêmico, desempenho profissional ou felicidade. Ademais, outros fatores, principalmente ligados a aspectos emocionais podem contribuir grandiosamente para o desenvolvimento do indivíduo frente a confrontar-se com resultados de QI que possam indicar possíveis limitações.
  4. A pontuação de QI é um valor fixo e imutável. Porém, o cérebro humano é adpatativo e está frequentemente a desenvolver-se, logo, tais testes não refletem adequadamente a plasticidade e a capacidade de desenvolvimento do cérebro humano.

A Inteligência Emocional

Em suma, com esse artigo nós trazemos reflexões sobre a perspectivas de inteligências e dos testes de QI. Assim, perpassando as concepções de múltiplas inteligências, tanto pelos seus aspectos positivos quanto críticos devemos aqui fazer uma ressalva a um dado tipo de inteligência. Com efeito, estamos nos referindo a chamada inteligência emocional a qual, talvez sequer seja uma inteligência propriamente dita, mas configua-se como uma importante habilidade cognitiva que vem cada vez mais fazendo diferença em nossa sociedade.

De fato, essa habilidade está ligada a sua capacidade de gerir suas emoções e sentimentos sob situações de calmaria e stresse de forma eficaz. Em verdade, foi o psicólogo Daniel Goleman em seu livro “Inteligência Emocional”, publicado em 1995 que introduz tal concepção, a qual teria como compentências de autocosciência, autoregulação, automotivação, empatia e habilidades sociais que destacamos, em respectiva ordem a seguir.

  1. A capacidade de reconhecer e compreender as próprias emoções, identificando os sentimentos e pensamentos associados a elas.
  2. A habilidade de controlar as próprias emoções e impulsos de forma adequada. Envolve o gerenciamento do estresse, a capacidade de lidar com a frustração, controlar impulsos negativos e adaptar-se às mudanças.
  3. A capacidade de direcionar as emoções de maneira positiva, mantendo-se motivado(a), persistente e otimista diante dos desafios. Envolve estabelecer metas, ter iniciativa e buscar o autodesenvolvimento.
  4. Trata-se da capacidade de compreender as emoções e perspectivas dos outros, colocando-se no lugar deles e demonstrando interesse genuíno por suas experiências. Envolve a escuta ativa, a sensibilidade interpessoal e a capacidade de se relacionar de forma empática.
  5. Refere-se à capacidade de se relacionar efetivamente com os outros, construindo relacionamentos saudáveis e gratificantes. Envolve habilidades de comunicação, resolução de conflitos, colaboração, liderança e influência positiva.

Uma última reflexão

Essas habilidades são incrivelmente importante, uma vez que elas podem fornecer a você meios para superar dificuldades e persistir em seu caminho. Caro gurunauta, nessa jornada em torno do ambiente acadêmico muitas vezes você deve ter tido momentos de questionar-se e de não enxergar valor em suas conquistas, auto desvalorizar-se e pensar que tudo que conseguiste até o momento seja uma nota em uma prova ou aprovação em algum curso/concurso foi sorte.

Decerto, saiba que esse sentimento de sentir-se incapaz pode ser superado com um domínio forte da inteligência emocional. Logo, desenvolver tal inteligência é imprescindível para que você continue, persistindo e se automotivando, entendendo suas dificuldades e pontos de grandezas!. Então caro gurunauta, não se apegue a possíveis resultados de um exame de QI ou mesmo de alguma nota em uma prova, faça você mesmo seu caminho e busque persistir em sua jornada e claro, conte sempre com a MeuGuru para te ajudar nessa jornada.

Referências

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