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Língua Portuguesa e Gramática Histórica Créditos Institucionais Presidente do Conselho de Administração: Janguiê Diniz Diretor-presidente: Jânio Diniz Diretoria Executiva de Ensino: Adriano Azevedo Diretoria Executiva de Serviços Corporativos: Joaldo Diniz Diretoria de Ensino a Distância: Enzo Moreira © 2019 by Telesapiens Todos os direitos reservados SUMÁRIO Conhecendo as características da fase latinista da Língua Portuguesa ................................................... 12 Do galego-português ao português moderno ....................................... 13 O galego português ..................................... 14 Do português médio ao português clássico .................................. 17 Do português clássico ao português moderno ......................... 19 A Língua Portuguesa pelo Mundo ....................................... 20 Compreendendo as particularidades da fase filosófica da Língua Portuguesa........................................ 22 A Língua Portuguesa como objeto da filosofia .................................. 22 As contribuições da literatura para a evolução da língua portuguesa ......................................................... 23 Da literatura latina à literatura portuguesa ....................................... 24 A epopeia Os lusíadas ..................................... 26 Entendendo os processos históricos das reformas da Língua Portuguesa ........................................................ 29 As reformas da nossa língua ........................................... 29 Reconhecendo o desenvolvimento do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ................................ 33 Importância do Acordo Ortográfico para os países lusófonos ..... 33 As regras do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa ............. 35 Língua Portuguesa e Gramática Histórica 7 UNIDADE 03 OBJETIVOS Olá! Seja muito bem-vindo a nossa Unidade 3 - Língua Portuguesa e Gramática Histórica, e o nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de estudos: 1 Conhecer as características da fase latinista da Língua Portuguesa; 2 Compreender as particularidades da fase filosófica da Língua Portuguesa; 3 Entender os processos históricos das reformas ocorridas na Língua Portuguesa; 4 Reconhecer como se deu o desenvolvimento do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. Então? Está preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento? Ao trabalho! Língua Portuguesa e Gramática Histórica Conhecendo as características da fase latinista da Língua Portuguesa Para entendermos a evolução da língua portuguesa é importante compreendermos as suas transformações ao longo do tempo. Como já vimos no decorrer dos nossos estudos, nossa língua materna tem origem do latim, embora tenha recebido a influência de muitas outras línguas até os dias atuais. Afirma-se que o nosso idioma surgiu na parte ocidental da Península Ibérica, por meio do latim, trazido pelos soldados romanos. E a partir de século IX, passou a ser utilizada em documentos. Como os bárbaros não falavam o latim de maneira correta, formaram-se várias línguas diferentes, historicamente conhecidas como galaico-português ou português medieval, espanhol e catalão. Os bárbaros suevos ficaram conhecidos como os responsáveis pela diferença linguística entre o português e o galego em comparação aos castelhanos. Acredita-se que as línguas germânicas foram as grandes influenciadoras para a Língua Portuguesa. Entretanto, cabe destacar que, durante muito tempo, o dialeto latino era utilizado apenas como língua falada, já o latim, era utilizado apenas como língua escrita. Já conhecemos a história de Portugal e retomamos as origens da Língua Portuguesa. A partir daqui, conheceremos alguns aspectos da literatura portuguesa, iniciando nossos estudos por meio das cantigas trovadorescas. Estima-se que os primeiros registros da língua portuguesa tenham sido datados em meados do século XIII, durante o reinado de D. Dinis, quando então, o português foi adotado como língua utilizada na escrita. Para entendermos melhor seu panorama histórico, vamos retomar os períodos pelos quais passou a língua portuguesa? Observe no quadro a seguir: INTRODUÇÃO Ao estudarmos a história da Língua Portuguesa, compreendemos as mudanças linguísticas ocorridas ao longo do tempo, as quais foram responsáveis por lhe dar a forma apresentada atualmente. Por isso, ao analisarmos os aspectos históricos do nosso idioma, torna-se relevante conhecer as características das fases latinista e filosófica da Língua Portuguesa. Neste panorama histórico, sobretudo, é fundamental entendermos as reformas ocorridas na Língua Portuguesa, afinal é evidente que as línguas mudam com o passar do tempo. E isso se comprova diante das dificuldades que podemos enfrentar ao lermos textos escritos no período medieval, por exemplo. Portanto, nesta unidade letiva, após compreendermos esses aspectos, por fim, será possível reconhecermos as razões pelas quais se adotou o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, em vigor no Brasil, desde 2008. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo! Assim, surgem as cantigas trovadorescas, com diferentes abordagens, de acordo com as temáticas que apresentavam. Dentre as inúmeras inovações fonológicas ocorridas no galego-português, destacam-se três (TEYSSIER, 2007). Vejamos: 1. Grupos iniciais pl-, cl- e fl- → ch [ʃ]: Em galego-português, a consoante inicial seguida de l palatal deu origem à fricativa [ʃ], transcrita por ch. Vejamos alguns exemplos: plaga > chaga plicare > chegar plumbeum > chumbo clave > chave clamare > chamar flamma > chama flagrare > cheirar Em outra categoria de palavras, os grupos iniciais pl-, cl- e fl- deram origem aos grupos pr-, cr- e fr-. Ocorreu o mesmo com o grupo bl-. Por exemplo: placere > prazer clavu > cravo flaccu > fraco blandu > brando Quadro 1: A periodização da língua portuguesa Época Leite de Vasconcelos S. Silva Neto Pilar Vasquez Cuesta Lindley Cintra Até século IX (882) Pré-histórico Pré-histórico Pré-literário Pré-literário Até 1200 (1214-16) Proto-histórico Proto-histórico Trovadoresco Galego português Até 1536/1550 Português arcaico Português comum Português pré-clássico Português clássico Até século XVIII Português moderno Português moderno Português clássico Até século XIX/XX Fonte: MATOS e SILVA, 1991 Nesse estudo, contudo, iniciaremos a contextualização histórica da língua portuguesa pelo galego-português, considerada a forma mais próxima do idioma a que se tem conhecimento. Ainda, analisaremos as características do português médio ao português clássico, bem como do português clássico ao moderno. Acompanhe a seguir. Do galego-português ao português moderno Com a chegada dos muçulmanos na Península Ibérica, por volta do ano de 711, muitos avanços em relação às ciências, à agricultura, ao comércio à indústria, entre outras áreas, também desembarcaram na região. Por isso, muitas expressões precisaram ser criadas, a fim de denominar tais atividades. Contudo, foi também durante este período que ocorreu o isolamento da região da Galiza, surgindo, então, o galego-português. Como não é possível afirmar com precisão, estudiosos acreditam que o galego-português possa ter existido a partir do século VI, cujos primeiros documentos a que se tem conhecimento foram escritos através dessa unidade linguística, a qual manteve suas características até o século XVI. O galego português De acordo com Basso e Gonçalves (2014), o galego-português pode ser considerado como um estágio muito antigo da língua portuguesa. Durante o período em que se utilizou o galego-português, a grafia obedecia exclusivamente à fonética. Por essa razão, o alfabeto da língua portuguesa era considerado simples, uma vez que a língua era escrita especialmente para ser ouvida. As cantigas trovadorescas, por exemplo, eram escritas para serem contadas e recitadas. Em eventos religiosos, a leitura era realizada de maneira oral. Já as obras literárias, eram ditadas para serem copiadas. Em relação aos aspectos sintáticos e morfológicos, é possível afirmar que o processo de evolução do latim ao galego-português é semelhante ao de outras línguas românicas, como por exemplo, o castelhano. Os textos escritos neste período caracterizavam-se pela tendência teocentrista, a qual acreditava que Deus está no centro de tudo. As obras literárias, sobretudo, buscavam abordar as artes, a descrição de um universo espiritual, redigidos em latim, as quais retratavam a vida dos santos e os rituais cristãos. O povo, por sua vez, conhecia estes textos, através das apresentações em praça pública, cantados e acompanhados de instrumentos musicais, como violas, liras, harpas e cítaras, cuja temática das obras ficou conhecida como “amor cortês”. Compreende-se por amor cortês o desejo de retratar a perfeição da mulher amada, a ideia de que o amor vence todas as barreiras, o domínio do homem frentes aos seus desejos e as atitudes em servir às mulheres. 14 Língua Portuguesa e Gramática Histórica Apesar disso, há, no português moderno, um vasto número de palavras em que os grupos iniciais pl-, cl-, fl- e bl- foram conservados. Exemplos: pleno, clima, flauta, bloco. 2. Queda de -l- intervocálico: Este fenômeno afetou grande número de palavras do galego-português e originou uma série de grupos de vogais em hiato. Exemplos: salire > sair palatiu > paaço > paço calente > caente > quente dolore > door > dor colore > coor > cor colubra > coobra > cobra voluntade > voontade > vontade filu > fio candela > candea > candeia populu > poboo > povo periculu > perigoo > perigo diabolu > diaboo > diabo nebula > névoa A queda do -l- intervocálico explica a forma que as palavras terminadas em -l- no singular possuem no plural. Exemplo: soles > soes > sóis Em muitos vocábulos, o -l- intervocálico foi conservado. Exemplos: escola, astrologia, palácio, calor, alimento, cálice, guloso, volume, violento, entre outras.