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31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 CONTEXTUALIZANDO Paciente, pré-escolar, 2 anos e 10 meses de idade, deu entrada no hospital com quadro de tosse seca há uma semana, prostração, febre baixa há dois dias e perda de apetite há 4 dias. Foi relatado pela mãe episódios de vômitos com eliminação de estruturas cilíndricas e esbranquiçadas de aproximadamente 20cm, presença de sangue na saliva e evacuação de fezes líquidas pela manhã. Paciente morava com a mãe e mais nove irmãos em uma casa de alvenaria com saneamento básico. Os achados clínicos foram ronco difuso na ausculta pulmonar, broncoespasmo, abdome pouco distendido, peristáltico, timpânico e indolor à palpação. No hemograma foi detectado aumento de eosinófilos. ASCARIS SP -nome etiológico é Ascaris lumbricoides, é um tipo de nematelminto que possui corpo cilíndrico; -causa ascaridiose (lombriga); -pode estar na forma de ovo, larva ou em verme adulto, devido a isso não existem vacinas contra a doença, pois o parasita adquire várias morfologias; -crianças em idade escolar apresentam um importante papel epidemiológico na disseminação das geo-helmintíases, pois constituem um grupo altamente suscetível e são responsáveis pela eliminação de grande quantidade de ovos no ambiente por meio das fezes; MORFOLOGIA 1. OVO (microscópico) -é oval, possui cor castanha, tem adesão à superfície propiciando sua disseminação; -os ovos são muito resistentes a desinfetantes e antiparasitários; -ficam no ambiente até que ocorra a infecção do hospedeiro, e permanecem no metabolismo em aeróbiose; 2. LARVA (microscópico) -sofre algumas mudas/ecdises de acordo com o amadurecimento dela, podendo adquirir a forma L1, L2, L3, L4 e L5, após essa L5 a larva evolui para o verme adulto; -em cada muda, a cutícula que reveste a superfície do corpo depende-se e é substituída por outra, e as cutículas são como uma proteção do parasita, exoesqueleto, contra agentes externos, porém quando são descartadas, possuem muitos antígenos parasitários e induzem os sintomas da doença; -a larva é infectante e se desenvolve dentro do ovo até a fase L3, passando disso sai do ovo e se desenvolve no organismo do hospedeiro; -a fase L3 é chamada de infectante, pois no perde a cutícula, não se alimenta, reduz seu É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangiu1 31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 metabolismo e aguarda a oportunidade para entrar em contato com seu hospedeiro; -a larva realiza ciclo pulmonar nas fases de L3 a L5, pois necessitam de O2 (necessidade metabólica); -o áscaris é um verme anaeróbio facultativo, na fase de larva realiza seu metabolismo em aerobiose pelo ciclo pulmonar; 3. VERME ADULTO -é longo,cilíndrico com extremidade afilada de coloração leitosa; -há dimorfismo sexual, sendo a fêmea mais robusta, maior que o macho; -pode durar de 1 a 2 anos; -o tamanho do verme pode variar de acordo com a carga parasitária e estado nutricional do hospedeiro; -como o verme adulto fica mais no intestino seu metabolismo permanece em anaerobiose praticamente, devido à escassez de O2 no intestino delgado; CICLO BIOLÓGICO/TRANSMISSÃO -transmissão ocorre via fecal-oral por meio do consumo de frutas, hortaliças e água contaminada com ovos embrionados, e para que ocorra a infecção a larva deve estar em estágio L3 dentro do ovo; -há alguns vetores mecânicos como moscas e baratas que transportam os ovos; -a forma ativa no homem é a larva, que dá alguns sintomas a partir das fases L1 e L3, e faz reprodução sexuada; -a forma infectante é o ovo com a larva L3, se houver em estágios anteriores como L2, L1, não ocorre infecção; -o homem é o hospedeiro definitivo e a forma de resistência do verme é o ovo; -o parasita é classificado como monoxeno, e pode ser diagnosticado no homem pela forma do ovo ou verme adulto; -é produzido no hospedeiro definitivo, homem, cerca de 1 milhão de ovos por dia; FASES DO CICLO 1. Ovos não embrionados são eliminados, através das fezes, no meio ambiente; 2. Amadurecimento da larva dentro do ovo fértil, mediante condições favoráveis de temperatura, umidade e oxigênio; 3. Amadurecimento da larva dentro do ovo fértil: Larva L1 evolui para L2; 4. Amadurecimento da larva dentro do ovo fértil: L2 evolui para L3 - filarióide (forma infectante). Ovos férteis se tornam embrionados (amadurecimento da larva até chegar na condição de larva L3); 5. Ingestão de ovos com a larva L3; 6. Rompimento dos ovos no intestino delgado e liberação das larvas L3; 7. Larvas L3 invadem parede intestinal (ceco), atingem vasos linfáticos, veia mesentérica superior, fígado, coração e pulmão. No pulmão: L3-L4. Nos alvéolos pulmonares: L4-L5. Migração L5 para brônquia, traqueia e faringe. Expulsão da larva por expectoração ou deglutição da mesma; 8. L5 deglutida atinge o intestino delgado e evolui para forma adulta (macho ou fêmea), copulam e fazem a oviposição. Os ovos, ainda não embrionados, serão eliminados pelas fezes; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangiu2 31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 FATORES DE VIRULÊNCIA/RESPOSTA IMUNE -os vermes possuem enzimas, se movem continuamente e possui lábios com dentículos, que permitem a fixação à mucosa intestinal; -ocorre resposta imune significativa contra estágios larvários nos pulmões, as mudas possuem alto poder antigênico e induzem intensa resposta inflamatória nos pulmões; -há evidências de que a resposta imune contra o A. lumbricoides é alérgica e não protetora, pois ativa a reação de hipersensibilidade tipo I, com altas concentrações de IgE, desgranulação de mastócitos, urticária e problemas respiratórios; -componentes imunes que participam: neutrófilo, eosinófilo significativo no sangue e tecido, mastócito, IgA, IgE e secreção de muco; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -em infecções de baixa intensidade os indivíduos são assintomáticos, sem nenhuma alteração; -em infecções intensas pode haver comprometimento do fígado com lesões, focos hemorrágicos e necrose, ou comprometimento dos pulmões com focos hemorrágicos e edema dos alvéolos; -as larvas induzem, em casos mais graves, a síndrome de Loeffler, que é uma manifestação alérgica, febre, bronquite, dispneia e eosinofilia, além de pneumonia eosinofílica; -na tosse com muco o catarro pode ser sanguinolento e apresentar larvas (comum em crianças); -pode atingir o intestino (jejuno e íleo), em baixa intensidade ( de 3 a 4 vermes adultos), não há tantas alterações ou sintomas; -em casos mais graves (30 a 40 vermes adultos), os vermes têm ação espoliativa, consumindo o nutriente do hospedeiro, tem ação tóxica pela reação entre os antígenos parasitários e IgE com edema, urticária e convulsões; -o verme tem ação mecânica com irritação na parede intestinal e obstrução da luz intestinal (bolo de áscaris); -o verme adulto realiza localização ectópica, ou seja, se desloca do intestino delgado, para outras regiões como ductos colédoco e pancreático, boca, narinas, apêndice, etc; -em crianças pode se apresentar o chamado “pano”, que são manchas circulares no rosto, tronco e braços; DIAGNÓSTICO -o diagnóstico clínico tende a ser inconclusivo, devido a isso faz-se exame parasitológico com pesquisa de ovos nas fezes (exame direto), que já podem ser encontrados 40 dias após a contaminação; -exames de imagem para analisar possíveis quadros de pneumonia eosinofílica; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangiu3 31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 TRATAMENTO E PROFILAXIA - é feito com medicamentos como a ivermectina, que agem somente em vermes adultos; - em casos de obstruções intestinal faz-se cirurgia, laparotomia, para retirada; - a profilaxia principal é o saneamento básico, higiene das mãos e de alimentos e consumo de água tratada; ENTEROBÍOSE/OXIUROSE - o agente etiológico é o Enterovírus vermiculares (antes era chamado de Oxyurius vermiculares); - crianças em idade escolar apresentam um importante papel epidemiológico na disseminação das geo-helmintíases, pois constituem um grupo altamente suscetível e são responsáveis pela eliminação de grande quantidade de ovos no ambiente por meio das fezes; MORFOLOGIAS - possui 3 morfologias: ovo, larva e verme adulto; OVO (microscópico) - tem cor castanha, é oval, com aspecto de “D”; - a superfície é extremamente pegajosa e de fácil aderência, ficando preso em qualquer objeto; tem uma alta sobrevivência no ambiente; - possui uma casca quitinosa feita de membrana lisa, dupla e transparente; - é eliminado pela fêmea; LARVA (microscópico) - a larva sofre mudas/ecloses, de acordo com seu crescimento: L1 e L2; - as larvas se desenvolvem no interior dos ovos em anaerobiose; VERME ADULTO (macroscópico) - são esbranquiçados, brilhantes e filiformes com presença de estrias transversais; - apresentam dimorfismo sexual, podendo diferenciar entre macho e fêmea; - o macho é menor, tem de 3 a 5 mm, e a extremidade posterior é fortemente enrolada; os machos possuem testículo único; - a fêmea é maior, com 1 cm, possui orifício anal, vulva, vagina, ovários e 2 úteros; CICLO BIOLÓGICO/TRANSMISSÃO - a transmissão pode ocorrer por consumo de frutas, hortaliças, água e poeira contaminadas com os ovos embrionados; - a forma ativa no homem é o verme adulto e o homem é o hospedeiro definitivo; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangula |4 31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 - a forma infectante é o ovo embrionado e o diagnóstico pode ser feito também com os ovos embrionados ou não; - o ovo é a forma de resistência do helminto no ambiente; é um parasito monoxeno; - a duração do ciclo (fêmea) é de 35 a 50 dias, sendo que a fêmea abriga no útero cerca de 6 a 11 mil ovos férteis; - os ovos no meio externo tornam-se infectantes de 4 a 6 horas; - a via é fecal-oral, as mãos contaminadas com os ovos são levadas até a boca; as larvas eclodem na região perianal causando coceira; 1. Ovos são liberados pela fêmea, tornam-se infectantes – embrionados; 2. São ingeridos pelo consumo ou contato com objetos contaminados, e sofrem ação do suco gástrico (eclodem e liberam as larvas); 3. As larvas sofrerão duas mudas (L1-L2) no intestino até atingir o estágio adulto na região cecal no intestino grosso; - não há tanta ativação do sistema imune; - os machos e fêmeas vivem livres ou aderidos à mucosa intestinal, absorvendo nutrientes solúveis, onde se acasalam e a fêmea armazena em si os ovos fecundados; - o macho morre após a cópula, e é eliminado nas fezes; - a fêmea migra para o cólon distal e para o reto, e durante a noite a fêmea repleta de ovos se desprende do ceco e migra para o esfíncter procurando oxigênio de baixa temperatura; - se fixam no esfíncter e depositam grande quantidade de ovos. A fêmea encerra o ciclo de vida e posteriormente morre; - os ovos ficam agarrados à roupa íntima, ou caem na cama ou são levados com a poeira doméstica; FATORES DE VIRULÊNCIA IMUNIDADE - o helminto possui enzimas de digestão de proteínas, lipídeos e carboidratos, que agem nos alimentos consumidos pelo hospedeiro; - possuem atividade contrátil, movendo-se contra o peristaltismo, evadindo a ação do sistema imune; - possui lábios com dentículas que aumentam a fixação no intestino; - há resposta imune significativa contra os estágios larvários no intestino, causando resposta inflamatória no intestino; - conforme a fêmea se move para o reto há liberação de enzimas e eclosão dos ovos, que É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangula |5 31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 causa inflamação local, ativação de mastócitos com formação de prurido anal que causa coceira e eritema; - há ativação de neutrófilos, eosinófilos e Th2 de forma significativa no sangue e tecidos, além dos mastócitos, formação de IgA, IgE e secreção de muco com ativação da hipersensibilidade do tipo I; - após a fragmentação do helminto é possível a fagocitose pelos macrófagos; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - as principais manifestações se dão no intestino e reto pela ação do verme adulto; - em infecções de baixa intensidade o paciente é assintomático; - em infecções intensas no intestino os sintomas são: náuseas, vômitos, cólica, tenesmo, irritabilidade, nervosismo, coceira (o ato de coçar lesiona mais a pele e promove rompimento da fêmea grávida e liberação dos ovos); - o prurido anal é característico com formação de urticárias locais, que se exacerba à noite devido ao calor do local onde o parasita se movimenta; - em mulheres pode haver presença do verme na região genital feminina com prurido vulvar, vaginites e ovarite em mulheres; - em infecções mais intensas com mais parasitos pode haver enterite à colite crônica com produção de fezes diarreicas, perde de apetite e emagrecimento; - em casos mais graves há formação de granulomas hepáticos; DIAGNÓSTICO - o exame clínico é inconclusivo, devido a isso faz-se o exame parasitológico para pesquisar a presença de ovos e verme adulto nas fezes (exame direto), deve fazer 3 amostras pelo menos; - pode ser feito swab anal para pesquisa do verme adulto (fêmea) e ovos na região perianal; deve ser feito durante o dia, antes do banho; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangula |6 31/05/2021 MAD 2 Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 TRATAMENTO E PROFILAXIA -o tratamento é feito com medicamentos específicos (albendazol, mebendazol), repetindo a dose; usa-se anti-inflamatórios e anti-histamínicos para tratar o prurido; -como profilaxia: saneamento básico, tratamento do indivíduo contaminado para evitar mais contaminação, higienização das mãos, consumo de alimento e água tratada; ANCILOSTOMÍASE/AMARELÃO -o agente etiológico é o Ancylostoma duodenale ou Necator americanus; -é um quadro de anemia característico; MORFOLOGIA -possui 3 formas: ovo, larva e verme adulto; OVO (microscópico) -tem cor castanha, oval, e se desenvolve no solo, eclodindo de 24 a 48h, no meio externo favorável; LARVA (microscópico) -pode ser chamada de rabditóide e filarioide de acordo com o grau de desenvolvimento que se encontra; LARVA RABDITÓIDE: é mais achatada em forma de bastão, sem capacidade de penetração; é oriunda da eclosão do ovo no ambiente sendo chamada de L2, se alimenta de bactérias e matéria orgânica, sofrendo uma muda para a forma filarioide LARVA FILARIÓIDE: é a infectante, forma L3, vivem cerca de 2 semanas no ambiente externo se não conseguirem um hospedeiro definitivo; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL 31/05/2021 MAD 2 Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 VERME ADULTO ANCYLOSTOMA DUODENALE: são cilíndricos, em forma de gancho na extremidade; possuem cápsula bucal, dois pares de dentes e possuem bolsa copuladora; -os machos são menores (8-11 mm) e as fêmeas maiores (10-18 mm) e ovíparas (ovos se desenvolvem fora do corpo); NECATOR AMERICANUS: são cilíndricos, com cápsula bucal profunda, duas lâminas cortantes na parte interna da boca; a cabeça em formato de gancho, com bolsa copuladora; -os machos são menores (5-9mm) e a fêmea são maiores (9-11mm); CICLO BIOLÓGICO/TRANSMISSÃO -a transmissão é percutânea, com penetração ativa das larvas filarioides (L3) infectantes através da pele, conjuntiva e mucosa; -pode haver contaminação via oral pela penetração passiva com a ingestão de alimentos e água contaminada com a larva infectante L3; -pode haver transmissão transplacentária e transmamaría durante a amamentação; -a forma ativa no homem é o verme adulto, e a forma infectante no homem é a larva filarioide (L3); -a forma diagnóstica pode ser pelos ovos que são também a forma de resistência do helminto no ambiente; -o homem é o hospedeiro definitivo; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL 31/05/2021 MAD 2 Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 FASE I (meio externo): o ovo é eliminado pelo hospedeiro contaminado e no ambiente o ovo fica embrionado se tornando a larva (L1), posteriormente pelas mudas vira a: 1. Larva rabditóide e por último a: 2. Larva infectante filarioide (L3); 3. FASE II, ocorre no hospedeiro definitivo, por meio da penetração percutânea de L3; -atingem a corrente sanguínea ou linfática, infectando coração, artérias pulmonares e podem fazer: migração traqueal ou somática; -na região traqueal, migração traqueal, há contaminação dos capilares pulmonares, alvéolos, e podem, por meio do escarro, chegar até a boca; -são expelidas ou deglutidas, e chegando no intestino ocorre o desenvolvimento das larvas, tornam-se vermes adultos, e ficam na microbiota parasitando, realizam cópula e postura dos ovos; -podem cair na circulação arterial, chama-se migração somática, sendo distribuídas para diversos órgãos onde permanecerão em estado latente (dormente); -para que ocorra a eclosão do ovo é necessário que haja O2, 28ºC e umidade; FATORES DE VIRULÊNCIA/IMUNIDADE -a larva filarioide possui enzimas semelhantes a colagenases, além de possuir intensa atividade mecânica com movimentação e perfuração com os dentes/lâminas; -as lâminas e dentes atuam aumentando a fixação dos helmintos nas vísceras; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL 31/05/2021 MAD 2 | Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 - possui proteínas anticoagulantes que facilitam o consumo de componentes sanguíneos, mantendo o verme vivo; - a atividade enzimática feita pelo verme desencadeia resposta inflamatória tecidual cutânea e visceral; - a ativação e inflamação causa ativação de mastócitos, eosinófilos e neutrófilos, com liberação de histamina, formação de edema, eritema e dor (cólicas); além de formação de IgA, IgE e secreção de muco, com ativação de hipersensibilidade de tipo I COMO sinais pulmonares há tosse produtiva e pneumonite alérgica devido ao ciclo pulmonar (L4-L5); - como sinal em exames laboratoriais há eosinofilia, anemia ferropriva, palidez, indisposição e fraqueza; - pode haver em casos mais graves as enterorragias, causando perda de sangue, redução da concentração de hemácias, aumento de reticulócitos e leucocitose; FIGURA 20-11 Ativação dos eosinófilos para matar helmintos. IL-5 secretada pelas células Th-2 aumenta a capacidade dos eosinófilos para matar os helmintos. A ligação cruzada do FcεRI em eosinófilos por IgE ligadas a antígenos de helmintos pode também induzir a degranulação de eosinófilos, liberando enzimas tóxicas para os parasitas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - as manifestações clínicas se deve à ação da larva e do verme adulto no intestino, pulmão e sangue; - há um período pré-patente (PPP), que dura de 40 a 60 dias, que é o tempo de infecção e detecção do parasita; - a penetração da larva causa a formação de prurido intenso, erupções pápulo-eritematosas e dermatite alérgica; - no intestino há sinais como cólicas, náuseas, vômito, perda de apetite e febre; DIAGNÓSTICO - o exame clínico é inconclusivo com necessidade de parasitológico, por meio da pesquisa de ovos e verme adulto nas fezes (exame direto); deve ser feito hemograma; TRATAMENTO E PROFLAXIA - faz-se o tratamento com medicamentos específicos (albendazol, mebendazol), e uso de anti-inflamatórios e anti-histamínicos; - como profilaxia: educação sanitária, saneamento básico, tratamento do indivíduo contaminado, uso de calçados e higienização das mãos; DERMATITE SERPIGINOSA/ BICHO GEOGRÁFICO - ocorre infecção pelas larvas de helmintos provenientes de ANIMAIS DOMÉSTICOS OU SILVESTRES no homem; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangiulo
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31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 CONTEXTUALIZANDO Paciente, pré-escolar, 2 anos e 10 meses de idade, deu entrada no hospital com quadro de tosse seca há uma semana, prostração, febre baixa há dois dias e perda de apetite há 4 dias. Foi relatado pela mãe episódios de vômitos com eliminação de estruturas cilíndricas e esbranquiçadas de aproximadamente 20cm, presença de sangue na saliva e evacuação de fezes líquidas pela manhã. Paciente morava com a mãe e mais nove irmãos em uma casa de alvenaria com saneamento básico. Os achados clínicos foram ronco difuso na ausculta pulmonar, broncoespasmo, abdome pouco distendido, peristáltico, timpânico e indolor à palpação. No hemograma foi detectado aumento de eosinófilos. ASCARIS SP -nome etiológico é Ascaris lumbricoides, é um tipo de nematelminto que possui corpo cilíndrico; -causa ascaridiose (lombriga); -pode estar na forma de ovo, larva ou em verme adulto, devido a isso não existem vacinas contra a doença, pois o parasita adquire várias morfologias; -crianças em idade escolar apresentam um importante papel epidemiológico na disseminação das geo-helmintíases, pois constituem um grupo altamente suscetível e são responsáveis pela eliminação de grande quantidade de ovos no ambiente por meio das fezes; MORFOLOGIA 1. OVO (microscópico) -é oval, possui cor castanha, tem adesão à superfície propiciando sua disseminação; -os ovos são muito resistentes a desinfetantes e antiparasitários; -ficam no ambiente até que ocorra a infecção do hospedeiro, e permanecem no metabolismo em aeróbiose; 2. LARVA (microscópico) -sofre algumas mudas/ecdises de acordo com o amadurecimento dela, podendo adquirir a forma L1, L2, L3, L4 e L5, após essa L5 a larva evolui para o verme adulto; -em cada muda, a cutícula que reveste a superfície do corpo depende-se e é substituída por outra, e as cutículas são como uma proteção do parasita, exoesqueleto, contra agentes externos, porém quando são descartadas, possuem muitos antígenos parasitários e induzem os sintomas da doença; -a larva é infectante e se desenvolve dentro do ovo até a fase L3, passando disso sai do ovo e se desenvolve no organismo do hospedeiro; -a fase L3 é chamada de infectante, pois no perde a cutícula, não se alimenta, reduz seu É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangiu1 31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 metabolismo e aguarda a oportunidade para entrar em contato com seu hospedeiro; -a larva realiza ciclo pulmonar nas fases de L3 a L5, pois necessitam de O2 (necessidade metabólica); -o áscaris é um verme anaeróbio facultativo, na fase de larva realiza seu metabolismo em aerobiose pelo ciclo pulmonar; 3. VERME ADULTO -é longo,cilíndrico com extremidade afilada de coloração leitosa; -há dimorfismo sexual, sendo a fêmea mais robusta, maior que o macho; -pode durar de 1 a 2 anos; -o tamanho do verme pode variar de acordo com a carga parasitária e estado nutricional do hospedeiro; -como o verme adulto fica mais no intestino seu metabolismo permanece em anaerobiose praticamente, devido à escassez de O2 no intestino delgado; CICLO BIOLÓGICO/TRANSMISSÃO -transmissão ocorre via fecal-oral por meio do consumo de frutas, hortaliças e água contaminada com ovos embrionados, e para que ocorra a infecção a larva deve estar em estágio L3 dentro do ovo; -há alguns vetores mecânicos como moscas e baratas que transportam os ovos; -a forma ativa no homem é a larva, que dá alguns sintomas a partir das fases L1 e L3, e faz reprodução sexuada; -a forma infectante é o ovo com a larva L3, se houver em estágios anteriores como L2, L1, não ocorre infecção; -o homem é o hospedeiro definitivo e a forma de resistência do verme é o ovo; -o parasita é classificado como monoxeno, e pode ser diagnosticado no homem pela forma do ovo ou verme adulto; -é produzido no hospedeiro definitivo, homem, cerca de 1 milhão de ovos por dia; FASES DO CICLO 1. Ovos não embrionados são eliminados, através das fezes, no meio ambiente; 2. Amadurecimento da larva dentro do ovo fértil, mediante condições favoráveis de temperatura, umidade e oxigênio; 3. Amadurecimento da larva dentro do ovo fértil: Larva L1 evolui para L2; 4. Amadurecimento da larva dentro do ovo fértil: L2 evolui para L3 - filarióide (forma infectante). Ovos férteis se tornam embrionados (amadurecimento da larva até chegar na condição de larva L3); 5. Ingestão de ovos com a larva L3; 6. Rompimento dos ovos no intestino delgado e liberação das larvas L3; 7. Larvas L3 invadem parede intestinal (ceco), atingem vasos linfáticos, veia mesentérica superior, fígado, coração e pulmão. No pulmão: L3-L4. Nos alvéolos pulmonares: L4-L5. Migração L5 para brônquia, traqueia e faringe. Expulsão da larva por expectoração ou deglutição da mesma; 8. L5 deglutida atinge o intestino delgado e evolui para forma adulta (macho ou fêmea), copulam e fazem a oviposição. Os ovos, ainda não embrionados, serão eliminados pelas fezes; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangiu2 31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 FATORES DE VIRULÊNCIA/RESPOSTA IMUNE -os vermes possuem enzimas, se movem continuamente e possui lábios com dentículos, que permitem a fixação à mucosa intestinal; -ocorre resposta imune significativa contra estágios larvários nos pulmões, as mudas possuem alto poder antigênico e induzem intensa resposta inflamatória nos pulmões; -há evidências de que a resposta imune contra o A. lumbricoides é alérgica e não protetora, pois ativa a reação de hipersensibilidade tipo I, com altas concentrações de IgE, desgranulação de mastócitos, urticária e problemas respiratórios; -componentes imunes que participam: neutrófilo, eosinófilo significativo no sangue e tecido, mastócito, IgA, IgE e secreção de muco; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS -em infecções de baixa intensidade os indivíduos são assintomáticos, sem nenhuma alteração; -em infecções intensas pode haver comprometimento do fígado com lesões, focos hemorrágicos e necrose, ou comprometimento dos pulmões com focos hemorrágicos e edema dos alvéolos; -as larvas induzem, em casos mais graves, a síndrome de Loeffler, que é uma manifestação alérgica, febre, bronquite, dispneia e eosinofilia, além de pneumonia eosinofílica; -na tosse com muco o catarro pode ser sanguinolento e apresentar larvas (comum em crianças); -pode atingir o intestino (jejuno e íleo), em baixa intensidade ( de 3 a 4 vermes adultos), não há tantas alterações ou sintomas; -em casos mais graves (30 a 40 vermes adultos), os vermes têm ação espoliativa, consumindo o nutriente do hospedeiro, tem ação tóxica pela reação entre os antígenos parasitários e IgE com edema, urticária e convulsões; -o verme tem ação mecânica com irritação na parede intestinal e obstrução da luz intestinal (bolo de áscaris); -o verme adulto realiza localização ectópica, ou seja, se desloca do intestino delgado, para outras regiões como ductos colédoco e pancreático, boca, narinas, apêndice, etc; -em crianças pode se apresentar o chamado “pano”, que são manchas circulares no rosto, tronco e braços; DIAGNÓSTICO -o diagnóstico clínico tende a ser inconclusivo, devido a isso faz-se exame parasitológico com pesquisa de ovos nas fezes (exame direto), que já podem ser encontrados 40 dias após a contaminação; -exames de imagem para analisar possíveis quadros de pneumonia eosinofílica; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangiu3 31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 TRATAMENTO E PROFILAXIA - é feito com medicamentos como a ivermectina, que agem somente em vermes adultos; - em casos de obstruções intestinal faz-se cirurgia, laparotomia, para retirada; - a profilaxia principal é o saneamento básico, higiene das mãos e de alimentos e consumo de água tratada; ENTEROBÍOSE/OXIUROSE - o agente etiológico é o Enterovírus vermiculares (antes era chamado de Oxyurius vermiculares); - crianças em idade escolar apresentam um importante papel epidemiológico na disseminação das geo-helmintíases, pois constituem um grupo altamente suscetível e são responsáveis pela eliminação de grande quantidade de ovos no ambiente por meio das fezes; MORFOLOGIAS - possui 3 morfologias: ovo, larva e verme adulto; OVO (microscópico) - tem cor castanha, é oval, com aspecto de “D”; - a superfície é extremamente pegajosa e de fácil aderência, ficando preso em qualquer objeto; tem uma alta sobrevivência no ambiente; - possui uma casca quitinosa feita de membrana lisa, dupla e transparente; - é eliminado pela fêmea; LARVA (microscópico) - a larva sofre mudas/ecloses, de acordo com seu crescimento: L1 e L2; - as larvas se desenvolvem no interior dos ovos em anaerobiose; VERME ADULTO (macroscópico) - são esbranquiçados, brilhantes e filiformes com presença de estrias transversais; - apresentam dimorfismo sexual, podendo diferenciar entre macho e fêmea; - o macho é menor, tem de 3 a 5 mm, e a extremidade posterior é fortemente enrolada; os machos possuem testículo único; - a fêmea é maior, com 1 cm, possui orifício anal, vulva, vagina, ovários e 2 úteros; CICLO BIOLÓGICO/TRANSMISSÃO - a transmissão pode ocorrer por consumo de frutas, hortaliças, água e poeira contaminadas com os ovos embrionados; - a forma ativa no homem é o verme adulto e o homem é o hospedeiro definitivo; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangula |4 31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 - a forma infectante é o ovo embrionado e o diagnóstico pode ser feito também com os ovos embrionados ou não; - o ovo é a forma de resistência do helminto no ambiente; é um parasito monoxeno; - a duração do ciclo (fêmea) é de 35 a 50 dias, sendo que a fêmea abriga no útero cerca de 6 a 11 mil ovos férteis; - os ovos no meio externo tornam-se infectantes de 4 a 6 horas; - a via é fecal-oral, as mãos contaminadas com os ovos são levadas até a boca; as larvas eclodem na região perianal causando coceira; 1. Ovos são liberados pela fêmea, tornam-se infectantes – embrionados; 2. São ingeridos pelo consumo ou contato com objetos contaminados, e sofrem ação do suco gástrico (eclodem e liberam as larvas); 3. As larvas sofrerão duas mudas (L1-L2) no intestino até atingir o estágio adulto na região cecal no intestino grosso; - não há tanta ativação do sistema imune; - os machos e fêmeas vivem livres ou aderidos à mucosa intestinal, absorvendo nutrientes solúveis, onde se acasalam e a fêmea armazena em si os ovos fecundados; - o macho morre após a cópula, e é eliminado nas fezes; - a fêmea migra para o cólon distal e para o reto, e durante a noite a fêmea repleta de ovos se desprende do ceco e migra para o esfíncter procurando oxigênio de baixa temperatura; - se fixam no esfíncter e depositam grande quantidade de ovos. A fêmea encerra o ciclo de vida e posteriormente morre; - os ovos ficam agarrados à roupa íntima, ou caem na cama ou são levados com a poeira doméstica; FATORES DE VIRULÊNCIA IMUNIDADE - o helminto possui enzimas de digestão de proteínas, lipídeos e carboidratos, que agem nos alimentos consumidos pelo hospedeiro; - possuem atividade contrátil, movendo-se contra o peristaltismo, evadindo a ação do sistema imune; - possui lábios com dentículas que aumentam a fixação no intestino; - há resposta imune significativa contra os estágios larvários no intestino, causando resposta inflamatória no intestino; - conforme a fêmea se move para o reto há liberação de enzimas e eclosão dos ovos, que É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangula |5 31/05/2021| MAD 2| Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 causa inflamação local, ativação de mastócitos com formação de prurido anal que causa coceira e eritema; - há ativação de neutrófilos, eosinófilos e Th2 de forma significativa no sangue e tecidos, além dos mastócitos, formação de IgA, IgE e secreção de muco com ativação da hipersensibilidade do tipo I; - após a fragmentação do helminto é possível a fagocitose pelos macrófagos; MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - as principais manifestações se dão no intestino e reto pela ação do verme adulto; - em infecções de baixa intensidade o paciente é assintomático; - em infecções intensas no intestino os sintomas são: náuseas, vômitos, cólica, tenesmo, irritabilidade, nervosismo, coceira (o ato de coçar lesiona mais a pele e promove rompimento da fêmea grávida e liberação dos ovos); - o prurido anal é característico com formação de urticárias locais, que se exacerba à noite devido ao calor do local onde o parasita se movimenta; - em mulheres pode haver presença do verme na região genital feminina com prurido vulvar, vaginites e ovarite em mulheres; - em infecções mais intensas com mais parasitos pode haver enterite à colite crônica com produção de fezes diarreicas, perde de apetite e emagrecimento; - em casos mais graves há formação de granulomas hepáticos; DIAGNÓSTICO - o exame clínico é inconclusivo, devido a isso faz-se o exame parasitológico para pesquisar a presença de ovos e verme adulto nas fezes (exame direto), deve fazer 3 amostras pelo menos; - pode ser feito swab anal para pesquisa do verme adulto (fêmea) e ovos na região perianal; deve ser feito durante o dia, antes do banho; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangula |6 31/05/2021 MAD 2 Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 TRATAMENTO E PROFILAXIA -o tratamento é feito com medicamentos específicos (albendazol, mebendazol), repetindo a dose; usa-se anti-inflamatórios e anti-histamínicos para tratar o prurido; -como profilaxia: saneamento básico, tratamento do indivíduo contaminado para evitar mais contaminação, higienização das mãos, consumo de alimento e água tratada; ANCILOSTOMÍASE/AMARELÃO -o agente etiológico é o Ancylostoma duodenale ou Necator americanus; -é um quadro de anemia característico; MORFOLOGIA -possui 3 formas: ovo, larva e verme adulto; OVO (microscópico) -tem cor castanha, oval, e se desenvolve no solo, eclodindo de 24 a 48h, no meio externo favorável; LARVA (microscópico) -pode ser chamada de rabditóide e filarioide de acordo com o grau de desenvolvimento que se encontra; LARVA RABDITÓIDE: é mais achatada em forma de bastão, sem capacidade de penetração; é oriunda da eclosão do ovo no ambiente sendo chamada de L2, se alimenta de bactérias e matéria orgânica, sofrendo uma muda para a forma filarioide LARVA FILARIÓIDE: é a infectante, forma L3, vivem cerca de 2 semanas no ambiente externo se não conseguirem um hospedeiro definitivo; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL 31/05/2021 MAD 2 Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 VERME ADULTO ANCYLOSTOMA DUODENALE: são cilíndricos, em forma de gancho na extremidade; possuem cápsula bucal, dois pares de dentes e possuem bolsa copuladora; -os machos são menores (8-11 mm) e as fêmeas maiores (10-18 mm) e ovíparas (ovos se desenvolvem fora do corpo); NECATOR AMERICANUS: são cilíndricos, com cápsula bucal profunda, duas lâminas cortantes na parte interna da boca; a cabeça em formato de gancho, com bolsa copuladora; -os machos são menores (5-9mm) e a fêmea são maiores (9-11mm); CICLO BIOLÓGICO/TRANSMISSÃO -a transmissão é percutânea, com penetração ativa das larvas filarioides (L3) infectantes através da pele, conjuntiva e mucosa; -pode haver contaminação via oral pela penetração passiva com a ingestão de alimentos e água contaminada com a larva infectante L3; -pode haver transmissão transplacentária e transmamaría durante a amamentação; -a forma ativa no homem é o verme adulto, e a forma infectante no homem é a larva filarioide (L3); -a forma diagnóstica pode ser pelos ovos que são também a forma de resistência do helminto no ambiente; -o homem é o hospedeiro definitivo; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL 31/05/2021 MAD 2 Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 FASE I (meio externo): o ovo é eliminado pelo hospedeiro contaminado e no ambiente o ovo fica embrionado se tornando a larva (L1), posteriormente pelas mudas vira a: 1. Larva rabditóide e por último a: 2. Larva infectante filarioide (L3); 3. FASE II, ocorre no hospedeiro definitivo, por meio da penetração percutânea de L3; -atingem a corrente sanguínea ou linfática, infectando coração, artérias pulmonares e podem fazer: migração traqueal ou somática; -na região traqueal, migração traqueal, há contaminação dos capilares pulmonares, alvéolos, e podem, por meio do escarro, chegar até a boca; -são expelidas ou deglutidas, e chegando no intestino ocorre o desenvolvimento das larvas, tornam-se vermes adultos, e ficam na microbiota parasitando, realizam cópula e postura dos ovos; -podem cair na circulação arterial, chama-se migração somática, sendo distribuídas para diversos órgãos onde permanecerão em estado latente (dormente); -para que ocorra a eclosão do ovo é necessário que haja O2, 28ºC e umidade; FATORES DE VIRULÊNCIA/IMUNIDADE -a larva filarioide possui enzimas semelhantes a colagenases, além de possuir intensa atividade mecânica com movimentação e perfuração com os dentes/lâminas; -as lâminas e dentes atuam aumentando a fixação dos helmintos nas vísceras; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL 31/05/2021 MAD 2 | Microbiologia Médica, 6ª edição, capítulo 83 - possui proteínas anticoagulantes que facilitam o consumo de componentes sanguíneos, mantendo o verme vivo; - a atividade enzimática feita pelo verme desencadeia resposta inflamatória tecidual cutânea e visceral; - a ativação e inflamação causa ativação de mastócitos, eosinófilos e neutrófilos, com liberação de histamina, formação de edema, eritema e dor (cólicas); além de formação de IgA, IgE e secreção de muco, com ativação de hipersensibilidade de tipo I COMO sinais pulmonares há tosse produtiva e pneumonite alérgica devido ao ciclo pulmonar (L4-L5); - como sinal em exames laboratoriais há eosinofilia, anemia ferropriva, palidez, indisposição e fraqueza; - pode haver em casos mais graves as enterorragias, causando perda de sangue, redução da concentração de hemácias, aumento de reticulócitos e leucocitose; FIGURA 20-11 Ativação dos eosinófilos para matar helmintos. IL-5 secretada pelas células Th-2 aumenta a capacidade dos eosinófilos para matar os helmintos. A ligação cruzada do FcεRI em eosinófilos por IgE ligadas a antígenos de helmintos pode também induzir a degranulação de eosinófilos, liberando enzimas tóxicas para os parasitas. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS - as manifestações clínicas se deve à ação da larva e do verme adulto no intestino, pulmão e sangue; - há um período pré-patente (PPP), que dura de 40 a 60 dias, que é o tempo de infecção e detecção do parasita; - a penetração da larva causa a formação de prurido intenso, erupções pápulo-eritematosas e dermatite alérgica; - no intestino há sinais como cólicas, náuseas, vômito, perda de apetite e febre; DIAGNÓSTICO - o exame clínico é inconclusivo com necessidade de parasitológico, por meio da pesquisa de ovos e verme adulto nas fezes (exame direto); deve ser feito hemograma; TRATAMENTO E PROFLAXIA - faz-se o tratamento com medicamentos específicos (albendazol, mebendazol), e uso de anti-inflamatórios e anti-histamínicos; - como profilaxia: educação sanitária, saneamento básico, tratamento do indivíduo contaminado, uso de calçados e higienização das mãos; DERMATITE SERPIGINOSA/ BICHO GEOGRÁFICO - ocorre infecção pelas larvas de helmintos provenientes de ANIMAIS DOMÉSTICOS OU SILVESTRES no homem; É VEDADO O COMPARTILHAMENTO DESSE MATERIAL @larissangiulo