De acordo com o poeta Ferreira Gullar, a crase não foi feita para humilhar ninguém, todavia, esse sinalzinho parece ser o calcanhar de Aquiles de muita gente. Evidentemente há regras necessárias para estabelecer sentido. Pode parecer repetitivo, mas a gramática e suas infindáveis regras estão a serviço da língua para isso mesmo, organizar nossos textos e construir sentidos.
Nesse contexto, analise:
I) a crase significa a fusão da preposição feminina a com o artigo a, ou pronomes demonstrativos aquele(a)(s), aquilo e com o a do pronome relativo a(s) qual(is). Para usá-la, precisamos verificar a ocorrência desses elementos em que a fusão seja possível. E, como nem tudo na gramática está interligado, as regras da crase estão ligadas aos conhecimentos somente de regência nominal.
II) o emprego do sinal indicativo de crase estabelece a relação de sentido. Note que, como por exemplo, por mais que a regra diga que o verbo chegar exige a preposição a para indicação de destino (quem chega, chega a algum lugar), o uso ou não da crase altera o sentido da oração.
III) segundo consta nos mais variados manuais de gramática, a crase tem duas aplicações distintas: a. sinalizar a fusão; b. evitar a ambiguidade. A crase, antes de qualquer regra, pode ser vista como imperativo de clareza. Certamente o contexto pode dirimir muitos casos ambíguos, mas quando compreendemos sua função podemos deixar claro para o leitor o sentido da oração.
Está correto:
a) I e II incorretas.
b) II e III incorretas.
c) I e II corretas.
d) II e III corretas.
e) I e III corretas.