- (ENEM/DIGITAL-2020) Carlos è hoje um homem dividido, Mário. B isso graças as suas cartas. Ás vezes ele torce pelas palmeiras paródicas do Oswald de Andrade (a ninguém cá da terra passou desperceloido o título que quer dar ao seu primeiro livro de poemas - Minha terra tem palmeiras). Às vezes năo quer esquecer o gélido cinzel de Billac e a prosa clássica dos decadentistas franceses, e à noite, ao ouvir o chamado da moçafantasma, fica cismando ismálias em decessllabos rimados. Às vezes sucumbe ao trato oristão da condição numana e, a sombra dos rodapés de Tristäo de Ataide, tem uma recraida jacksoniana. Ảs vezes não sabe se prefere o barulho do motor do carro em disparada, ou se fica contemplando o sinal vermelho que impöe stop ao trânsito e silêncio ao cidadão. Às vezes entoa loas à vida besta, que devia jazer para sempre abandonada em Itabira. Mas na maioria das vezes sai saracoteando ironicamente pela rua macadamizada da poesia, que nem um penósício maianúro escondido por detràs dos óculos e dos bigodes, ou melhor, que nem a foliona negra que você tanto admirou no Rio de Janeiro por ocasiano das bacanais de Momo.
SANTAGO, S. Contos antológicos de Silviano Santiago. Sāo Paulo: Nova Alexandria, 2006.
Inspirado nas cartas de Mário de Andrade para Carlos Drummond de Andrade, o autor dá a esse material uma relipitura criativa, atribuindo Ihe um remetente ficcional. O resultado e^um texto de expressividade centrada na
A) hesitaçäo na escolha de um modelo itterário ideal.
B) colagem de estilos e estéticas na formação do escritor.
c) confluência de vozes narrativas e de referéncias biográficas.
D) fragmentaçăo do discurso na origem da representação poética.
E) corraçäo antro elemertos úa cutura popuiar e de origem erudita.
