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Guilherme
1.1 O início da hotelaria mundial O ato da hospedagem está i...
1.1 O início da hotelaria mundial
O ato da hospedagem está intrinsecamente ligado à evolução da humanidade no que diz respeito ao seu ato de deslocar-se e de se relacionar com outros, com a natureza ou ainda por motivos comerciais.
Pode-se considerar que a hotelaria surgiu em paralelo às viagens empreendidas pelo homem obietivando atendê-lo em suas necessidades primordiais de proteção, repouso, segurança, higiene e até alimentação. Desse modo, é evidente a importância das hospedagens para a sociedade, pois de certa forma são a extensão ou o substitutivo da residência que os visitantes deixaram temporariamente e para onde pretendem retornar assim que possível.
Já pensou como seriam as viagens sem os meios de hospedagem?
Precisar exatamente quando se deu o surgimento das hospedagens é tarefa difícil. Entretanto, Andrade (2002) e Ignarra (1999) apresentam os gregos e romanos como os responsáveis pelos registros históricos mais antigos no quesito hospedagem. Aos gregos é atribuída a construção do Ásylon ou
Asilo, que data da época dos Jogos Olímpicos gregos, e tinha por finalidade permitir o repouso, a proteção e a privacidade aos atletas convidados a participar das cerimônias religiosas e das competições esportivas.
Os romanos foram responsáveis pela construção de outros tipos de hospeda-gens, como a estalagem e o estábulo, destinadas a atender os viajantes que transitavam pelas longas estradas de seu território, com a diferença de que a estalagem alojava os nobres e os oficiais superiores das milícias, enquanto o estábulo servia para proteger plebeus, o gado e os animais de montaria e de carga; os romanos construíram também os balneários, e ofereciam hospedaria para abrigar seus visitantes, e as famosas termas romanas, que dispunham de água quente, instalações grandiosas e cômodos para os usuários descansarem.
Contudo, ao longo da história do homem são comuns episódios que demonstram a relação de complementaridade existente entre as hospedagens e o comércio: à medida que o comércio surgia e se consolidava nas cidades, as hospedagens eram instaladas e evoluíam de acordo com as necessidades de sua clientela. Duarte (1999, p.15) ressalta que "no século VI a.C. já existia demanda de hospedagem, em função do intercâmbio comercial entre as cidades europeias da região mediterrânea"
Assim, do ponto de vista da evolução da sociedade, o comércio é o responsável pelas mais antigas formas de hospedagens. Andrade, Brito e Jorge
(2002) afirmam que as rotas comerciais da antiguidade, existentes na Asia, Europa e África, originaram núcleos urbanos e o consequente surgimento de hospedarias para servir os viajantes que por ali passavam.
Nesse período também se registram mosteiros oferecendo hospedagem para os viaiantes como forma de praticar a hospitalidade cristã, ou seja, oferecer acomodação para as pessoas era antes de tudo uma virtude espiritual e moral.
Ao final da Idade Média, em decorrência da Revolução Mercantil e o crescimento das cidades, houve um significativo desenvolvimento dos tipos de hospedagens existentes até então, que passaram a oferecer algumas comodidades aos seus hóspedes além da hospedagem, como refeições, bebidas, cocheiras e alimentação para os cavalos, troca de parelhas e serviços de manutenção e limpeza para charretes.
Posteriormente, com o advento da monarquia em grande parte da Euro-pa, os viajantes simpáticos aos monarcas eram hospedados nos palácios da nobreza, em instalações militares e administrativas, enquanto que aqueles que não caiam nas boas graças da corte ficavam precariamente alojados em estalagens e albergues. Até esse período a hospedagem ainda não possuía o caráter comercial que conhecemos na atualidade, predominando a cortesia no oferecimento desse serviço.
A palavra hotel pode ter tido origem a partir do termo da língua francesa hôtel, que significava residência do rei. Este termo também era utilizado para designar os edifícios suntuosos pertencentes à aristocracia francesa, como por exemplo, o Hôtel dês Invalides, que desde 1670 abrigava oficiais da pátria que estavam inválidos.
O advento da consolidação das diligências, carruagens puxadas por cavalos, a partir do século XVII, proporcionou significativa expansão ao segmento das hospedagens - durante quase 200 anos, esses transportes predominaram nas estradas europeias, gerando fluxo contínuo de hóspedes para os estabelecimentos hoteleiros.
Com a chegada das ferrovias, as diligências praticamente desapareceram, e a rede hoteleira que delas dependia sofreu um duro golpe, pois as ferrovias eram mais rápidas, resultando em viagens de menor duração. Muitos hoteleiros não conseguiram se adaptar aos novos tempos e faliram.
O século XVIll se caracterizou pelo requinte na maneira e no modo de vida pa-laciana, fato que contribuiu bastante para a melhoria dos padrões dos serviços hoteleiros da época. Em contrapartida, as viagens com fins comerciais se tornaram mais frequentes nessa época em função da evolução dos meios de transporte e da expansão das estradas de acesso aos principais centros urbanos.
O final desse século foi marcado pela expansão comercial da hotelaria, ou seja, a partir dessa época, os meios de hospedagens caracterizaram-se como negócios, em que o lucro passou a ser o objetivo maior do serviço oferecido.
Segundo Andrade, Brito e Jorge (2002) a revolução industrial e o capitalismo contribuíram para que a hotelaria passasse a ser uma atividade estritamente econômica e explorada comercialmente.
Em 1794, na cidade de Nova lorque, nos Estados Unidos da América, foi construído um edifício projetado para ser o primeiro hotel do país, com 73 quartos, cujas áreas sociais representavam 70% de sua área total, demonstrando a importância atribuída ao convívio e lazer dos hóspedes.
A partir desse período, e mais acentuadamente no século XIX, por causa dos importantes avanços da humanidade no campo tecnológico, como a eletri-cidade, a máquina a vapor, entre outros, a hotelaria se firmou como uma empresa prestadora de serviços.
alino
cluindi
Davies (2002, p.21) relata que, nessa mesma época, "surgem os Palaces, uma criação e exigência do turismo Belle Époque - com seus salões imensos
e confortáveis reservados a uma clientela rica e difícil". A filosofia desses estabelecimentos era baseada no objetivo de fazer o cliente sentir-se em sua
própria casa.
Na cidade de Boston, nos Estados Unidos da América, em 1829, foi construído o hotel Tremont House, que de imediato passou a ser chamado de Adão e Eva da hotelaria em virtude de suas inovações físicas: quartos com acomodação privada, single e double, até então os quartos eram mobiliados com muitas camas, todos os quartos tinham portas e fechaduras, servidos de bacia e jarro para higiene pessoal, o que era considerado algo luxuoso.
Esse hotel introduziu o conceito de amenidades oferecendo aos hóspedes
sabonete gratuitamente.
o desenvolvimento dos barcos a vapor no século XIX também foi determinante para o incremento da hotelaria, pois impulsionou o aumento das viagens, fato que estimulou o desenvolvimento de alguns dos grandes hotéis de luxo na maioria das capitais do mundo, muitos dos quais ainda estabelecem os padrões de luxo para a atividade hoje, como por exemplo, Waldorf
Astoria, Savoy, Ritz e o Taj Mahal (COOPER et. al., 2001).
Na Suíça, em 1830, foram construídos os primeiros hotéis exclusivos para turistas, atendendo à demanda gerada pelos passeios nos lagos com barcos a vapor (GONÇALVES, 1998).
Em 1870, o suíço César Ritz implementou o conceito de quarto com banheiro privativo nos hotéis e adotou a uniformização dos funcionários. Em 1898, fundou, na cidade de Paris, o primeiro hotel com o seu nome. De modo ge-ral, Ritz deu início a uma nova forma de organização e gestão dos hotéis idealizando um padrão físico e de serviços que originou as cadeias hoteleiras.
Entre os anos de 1900 e 1930, em decorrência da expansão da economia mundial, principalmente nos Estados Unidos, houve um crescimento de viagens por motivo de negócios, bem como das viagens de lazer, tendo em vista a melhoria dos transportes e o menor custo. Por esses motivos, os hoteleiros tiveram que se adequar para atender aos novos mercados de hós-pedes, considerando algumas questões:
a) Que tipo de acomodação seria adequada ao viajante a negócios e por motivo de lazer?
Que tipo de operação hoteleira seria adequada a esses segmentos?
c) Que tipo de diárias atrairiam esses públicos e ainda assim ofereceriam
lucros razoáveis?
Assim, em Janeiro de 1908, foi inaugurado na cidade de Búfalo, nos Estados Unidos, o Statler Hotel, considerado o primeiro hotel comercial moder-no, incorporando todas as técnicas anteriormente conhecidas na hotelaria e introduzindo algumas inovações como portas corta-fogo protegendo as escadarias principais, fechaduras em todas as portas com a maçaneta abaixo do tambor da chave, interruptor de luz ao lado das portas de entrada dos ambientes, água corrente, espelho de corpo inteiro nos quartos e jornal gratuito para os hóspedes. O proprietário desse hotel, Ellsworth Statler, ainda implementou estratégias promocionais para a divulgação de seu empreen-dimento, utilizando o slogan: A room and a bath for a dollar and a half (Um quarto e um banho por um dólar e meio).
A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) afetou negativamente a hotelaria mundial, que passou por um período de estagnação. O crescimento do setor foi retomado durante a Segunda Guerra Mundial.
A partir da Segunda Guerra Mundial, o turismo, e consequentemente a ho-telaria, passaram por grandes transformações nos países desenvolvidos, fruto da expansão da economia mundial, como o crescimento da renda familiar e a ampliação e melhoria dos sistemas de comunicação e transporte, principalmente com o uso dos aviões, que diminuiu as distâncias, trouxe mais segurança e comodidade aos passageiros.
Em 1947 surgem nos Estados Unidos os motéis visando oferecer hospedagem à beira das estradas às famílias que viajavam de automóvel. Remonta a essa mesma época a organização dos primeiros hotéis de lazer de alto luxo direcionados para a classe média.
Em 1952 foi inaugurado o hotel Holiday Inn, baseado e desenvolvido sob a noção de padronização de conceitos, para garantir o controle operacional para melhor qualidade dos serviços aos hóspedes. Nesse mesmo peri-odo nascem outras grandes redes como o Hilton, Hyatt, Inter-Continental,
Marriott e Sheraton.
A expansão das redes hoteleiras internacionais ocorreu a partir da década de 1970, quando houve uma fusão de interesses e serviços entre companhias aéreas e hotéis. Dentre estas destacam-se a American Airlines, que fundou a rede American Hotels; a Air France, que fundou os hotéis Meridien; a British
Airways, que se associou a outras companhias e fundaram a cadeia European Hote/ Corporation e a então Viação Aérea Rio Grandense (Varig), empresa brasileira de aviação civil, hoje pertencente a Gol, que na época fundou a
rede Tropical de Hotéis.
A partir desse período, e mais acentuadamente na década de 1980, a hotelaria foi marcada por inúmeros processos de fusões e aquisições entre empresas do setor, que então passaram a buscar maior especificidade em seus produtos visando à otimização de seus empreendimentos, entre os quais se destacam:
a) desenvolvimento de projetos focados em segmentos específicos de deman-das, como por exemplo, de negócios, de lazer, familiar, jovens, entre outros;
b) criação de marcas próprias que visam mercados diferenciados, como por exemplo, a rede francesa Accor, que possui as marcas Sofitel e Mercure, que definem produtos de luxo; a marca Novote/ para nível intermediário; a marca /bis e Formule One para os níveis econômicos, além da marca
Pathernon de administração de flats;
c) automação de processos utilizando sistemas gerenciais e operacionais
para reservas, caixa, entre outros;
d) uso de técnicas de marketing de relacionamento para promoção e fidelização de clientes, como por exemplo, sistema de pontos, milhas, que dão ao cliente fiel descontos nas diárias ou até diárias grátis.
Na atualidade a hospedagem é parte integrante de todo centro urbano, seja uma metrópole ou um pequeno aglomerado. Essa hospedagem pode ser manifesta por meio de um luxuoso hotel ou até mesmo por uma área para camping, pois as hospedagens evoluíram de acordo com as necessidades das diversas demandas e em decorrência da evolução da própria humanidade. Durante séculos as hospedagens permaneceram pequenas, sem conforto.
Hoje essa realidade é bastante diferente, existem hospedagens de todos Os tipos para todos os gostos: o hotel moderno com arquitetura atraente, com um excelente padrão de serviços, tornou-se um destino em si. Há tempos os
donos de casas de viajantes precisavam se instalar nos caminhos conhecidos dos viajantes e esperavam ser chamados para servir.
Desde meados do século passado a estrutura hoteleira se ampliou e se mo-dernizou, mudando inclusive o conceito de que uma hospedagem serve apenas para acomodação e privacidade. Na atualidade os diversos meios de hospedagem existentes podem ser fornecedores tanto de lazer, de instalações esportivas e de entretenimento como de serviços de negócios e conferências.
Neste contexto, a concorrência é acirrada e os clientes estão cada vez mais exigentes diante da qualidade dos serviços, impelindo os hoteleiros a buscarem maior profissionalização.
Resumo
Nesta aula você compreendeu como os meios de hospedagem surgiram e se consolidaram no mundo; além disso, pôde entender a importância desses empreendimentos para o turismo e para a sociedade em geral.
Atividades de aprendizagem
- Reflita a respeito da forma como ocorreu o surgimento e a evolução da hotelaria no mundo e escreva em um texto os fatores que contribuíram para isso. Em seguida, encaminhe pelo AVEA.
- Após pesquisar um pouco mais sobre redes hoteleiras internacionais, relacione quais as principais características desses empreendimentos e os fatores fundamentais para o seu sucesso. Poste o texto no AVEA.
- Faça uma pesquisa sobre as redes hoteleiras existentes em sua cidade e apresente um exemplo de um desses meios de hospedagem, ressaltando os pontos que lhe chamaram a atenção, justificando sua resposta. Em seguida encaminhe pelo AVEA.
2.1 A atividade hoteleira no Brasil
Embora no Brasil o ato de hospedar pessoas remonte aos tempos da colônia, manifestado pela acolhida de viajantes por moradores locais, a prestação do serviço de hospedagem com finalidade comercial demorou bastante para existir.
Andrade, Brito e Jorge (2002) relatam que durante o período colonial os via-iantes se hospedavam nos casarões dos engenhos e fazendas. Nessa época era comum as famílias receberem hóspedes em suas casas, havendo, em muitas, o quarto de hóspede.
Nesse período, também, segundo a tradição cristã, os jesuítas e outras ordens religiosas recebiam pessoas nos conventos e mosteiros. Vale ressaltar que na metade do século XVII, no mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, foi construído um edifício somente para hospedar os visitantes ilustres.
Nesse mesmo século, também na cidade do Rio de Janeiro, começaram a surgir estalagens e casas de pasto que ofereciam refeições a preços fixos e quartos para dormir. Considera-se que esses empreendimentos foram embriões de futuros hotéis.
Em 1808, com a chegada da corte real portuguesa ao Rio de Janeiro e a abertura dos portos às nações amigas, houve um aumento do fluxo de pessoas e da demanda por alojamento, fazendo com que casas de pensão, hospedarias e tavernas abrissem suas portas aos viajantes e passassem a adotar a denominação de hotel.
O termo hotel, no jargão nacional, passou a ser utilizado definitivamente em virtude da necessidade de anunciar o serviço junto aos estrangeiros que visitavam o Brasil. Em 1817, o jornal A Gazeta do Rio de Janeiro trazia anúncio de um mesmo estabelecimento com denominação de Hospedaria do Reino do Brasil e depois Hôtel Royaume Du Brésil.
Nesse mesmo século, a cidade de São Paulo também já apresentava alguns tipos de hospedagens. Segundo Duarte (1999), em 1870 começaram a aparecer na capital paulista alguns empreendimentos dignos de serem chamados de hospedagens: o Hotel Palma, o Hotel Paulistano, o Hotel do Comér-cio, o Hotel Itália e os alloggios - pequenos hotéis italianos onde a comida era farta e o vinho generoso. Observa-se entre os empreendimentos registrados a significativa influência europeia.
No final do século XIX, a circulação dos primeiros trens e a ligação ferroviária entre Santos e a capital serviram de importante impulso para o incremento da hotelaria paulista.
Os marcos da hotelaria paulista ocorreram com a inauguração do Hotel Ter-minus, com mais de 200 quartos, e, posteriormente, em 1923, o Hotel Es-planada, com 250 apartamentos, hall de entrada todo em mármore, três luxuosos salões, que serviam como restaurantes e salões para chá.
Nesse período, a cidade do Rio de Janeiro ainda não apresentava o mesmo vigor que a capital paulista no setor hoteleiro, embora fosse alvo de muitos viajantes. Em meados do século XIX até o início do século XX, o Rio de Janeiro ainda vivenciava muitas dificuldades no setor hoteleiro, não apresentando boas condições de atendimento à demanda crescente de viajantes que lá chegavam.
Por esse motivo, em 23 de dezembro de 1907, o governador do Rio de Janeiro criou o Decreto-Lei n° 1.130, que isentava de impostos municipais, por sete anos, os cinco primeiros hotéis que se instalassem na cidade. Foi assim que, em 1908, foi inaugurado o primeiro grande hotel na cidade: o Hotel
Avenida, com 220 quartos.
Entre as décadas de 1930 e 1940 começaram a ser implantados hotéis de grande porte nas capitais brasileiras e em locais que apresentavam belezas naturais, como estâncias hidrominerais, como o Parque Balneário, Grande
Hotel de Poços de Caldas e o Grande Hotel São Pedro. Em alguns lugares a ocupação dos hotéis era promovida pelos cassinos que funcionavam nas mesmas instalações.
Porém, em 1946, com a proibição dos jogos de azar no Brasil, muitos hotéis tiveram que fechar suas portas. Dentre os hotéis mencionados acima, somente o Grande Hotel São Pedro foi restaurado e hoje abriga uma Escola de Hotelaria administrada pelo Servico Nacional de Aprendizagem Comercial de São Paulo (SENAC/SP) conforme demonstrado na Figura
Com a proibição dos jogos, a hotelaria brasileira somente teve novo incremento a partir da década de 1960 com a destinação de incentivos fiscais para o setor, primeiro promovido pelo Banco Central, em 1963, depois, em 1966, pela EMBRATUR (à época Empresa Brasileira de Turismo e atualmente Instituto Brasileiro de Turismo) por meio do Fundo Geral de Turismo (FUNGETUR), promovendo nova ascensão do ramo.
Os anos 1960 e 1970 foram marcados pela entrada de redes hoteleiras internacionais no mercado local, cujos principais impactos ao setor foram a diversificação e melhoria dos serviços e maior profissionalização no segmento, fatos que promoveram uma nova fase da hotelaria brasileira. As primeiras redes hoteleiras internacionais a ingressarem no mercado nacional foram:
Hilton Corporation, em 1971, Méridien, em 1975, Club Méditerranée, em 1976, e Caesar Park, em 1976, em São Paulo, e 1979, no Rio de Janeiro.
A década de 1970 também foi um período de acirrado incremento para muitas redes hoteleiras nacionais, como: Hotéis Reunidos, Rio de Janeiro, a rede
Tropical de Hotéis, rede de Hotéis Othon, rede de Hotéis Eldorado.
Os anos de 1980 marcam o início do desenvolvimento de hotéis de padrão econômico e intermediário, no Brasil, abrindo espaço para a instalação de flats no país, muitos dos quais administrados por operadoras como Accor e Transamérica.
A partir da estabilização da economia nacional, no início dos anos 1990, houve um crescimento da demanda por hospedagens no Brasil, fato que contribuiu para a reestruturação e diversificação do setor. Pode-se dizer que a partir dessa década a hotelaria nacional entrou em um novo ciclo buscando estratégias inovadoras de posicionamento no mercado, mais profissionalização e especialização, modernização das estruturas e instalações existen-tes, além da busca de novas tecnologias para aperfeiçoar seus processos, garantindo maior comodidade e satisfação aos seus hóspedes.
Resumo
Nesta aula você conheceu os fatos marcantes da história da hotelaria no
Brasil. Ademais, pôde compreender as relações entre o desenvolvimento do turismo no Brasil e o estabelecimento dos meios de hospedagem como fator fundamental para a atividade turística.
Atividades de aprendizagem
- Após a leitura do conteúdo que trata sobre a história da hotelaria no mundo e no Brasil, apresente em um quadro um breve resumo cronológico do assunto, destacando os marcos da hotelaria mundial e nacional, e em seguida encaminhe pelo AVEA.
- Compare a evolução da hotelaria internacional com a nacional, identifique semelhanças e diferenças entre ambas e apresente-as em um texto.
Poste o texto no AVEA.
- Reflita a respeito da forma como ocorreu o surgimento e evolução da hotelaria no exterior e no Brasil e escreva os fatores que contribuíram para as diferenças entre eles. Em seguida encaminhe o texto pelo AVEA.
- Pesquise em sua cidade a história da hotelaria local, por exemplo, quais os primeiros meios de hospedagem que surgiram; em seguida apresente o resultado em um texto e poste-o no AVEA.
Mas, afinal, o que são os meios de hospedagem?
O termo meios de hospedagem refere-se ao conjunto de empresas destinadas a prover acomodação em condições de segurança, higiene e satisfa-cão às pessoas que buscam por esses serviços, seja por períodos curtos ou até em longas temporadas.
Pode-se considerar que as expressões meios de hospedagem e hotelaria são sinônimos, pois ambas se referem ao conjunto de edificações que desenvolvem o comércio da recepção e da hospedagem com fins de atendimento aos turistas e visitantes em geral. Além disso, têm como finalidade atuar na área de hospedagem, por vezes oferecendo alimentação, entretenimento e outras atividades relacionadas com o bem-estar dos hóspedes.
Na atualidade os meios de hospedagem são variados e atendem aos interesses de uma demanda cada dia mais exigente e segmentada. Assim, há diversos tipos de meios de hospedagem que buscam atrair e satisfazer uma clientela variada, os quais podem ser representados por um simples albergue ou até por um suntuoso resort.
Ao conjunto de atividades específicas de um meio de hospedagem, que inclui desde o local de acomodação do hóspede até o sorriso e a cordialidade de um recepcionista, atribui-se o nome de hospedagem. Portanto, um meio de hospedagem é uma empresa comercial que vende ao visitante bens e serviços, como quartos, alimentos, bebidas, e outros tipos que podem variar em função dos interesses de sua clientela.
O Decreto n° 5.406, de 30 de março de 2005, considera os meios de hospedagem de turismo aqueles estabelecimentos que possuem licença de funcionamento para prestar serviços de hospedagem expedida por autoridade competente. Ainda segundo esse Decreto, são serviços de hospedagem aqueles prestados por empreendimentos ou estabelecimentos empresariais administrados ou explorados por prestadores de servíços turísticos hoteleiros, que ofertem alojamento temporário para hóspedes, mediante adoção de contrato de hospedagem.
O exemplo mais representativo e conhecido de um meio de hospedagem é o hotel. Segundo Castelli (2001, p.56), "uma empresa hoteleira pode ser entendida como sendo uma organização que mediante o pagamento de diárias, oferece alojamento á clientela indiscriminada".
Assim, uma empresa hoteleira é um estabelecimento comercial de hospe-dagem, que oferece aposentos mobiliados, com banheiro privativo, para ocupação iminente ou temporária, oferecendo serviço completo de alimen-tação, além dos demais serviços inerentes à atividade hoteleira.
Para Andrade (2002) independentemente do nível, gabarito ou classificação, um hotel é o edifício onde se exerce o comércio da recepção e da hospedagem de pessoas em viagem ou não, onde podem ser oferecidos serviços parciais ou completos, de acordo com o tipo de empreendimento e as necessidades de seus clientes.
Em relação às características dos meios de hospedagem, é importante entender que são empreendimentos formados por setores distintos, porém completamente dependentes, onde o trabalho em equipe e a comunicação são determinantes para o resultado final de seus serviços. Todos os setores e serviços oferecidos estão integrados e correlacionados.
Dessa maneira, o sucesso do todo depende de funções distintas: a recepcionista do hotel só fechará corretamente a conta do hóspede se a camareira informar os itens consumidos no quarto. A manutenção só será atuante se a governança desenvolver bem sua função, e assim por diante.
Os tipos de meios de hospedagem são diversos e visam a atender segmentos
específicos de mercado, como por exemplo os albergues, que geralmente oferecem instalações e servicos de baixo custo e têm como público consumidor estudantes ou viajantes aventureiros.
3.2 Tipos de meios de hospedagem
Conforme já foi abordado, em função da diversidade de demandas, assim como a significativa concorrência dos dias atuais, ao longo dos tempos foram surgindo inúmeros tipos de meios de hospedagem com características próprias visando aos mercados específicos.
A sequir apresentam-se basicamente as tipologias mais conhecidas na atu-alidade, conforme o descrito por Oliveira (2001); Vallen e Vallen (2003); e
Andrade; Brito e Jorge (2002):
a) Hotéis de selva ou hotéis de floresta: localizados em áreas florestais. Sua estrutura é direcionada ao turismo de natureza, como o ecoturismo. Seu público-alvo maioritário são turistas de classe alta, principalmente os estran-geiros. São conhecidos também como lodges. No Amazonas tem-se como exemplos o Hotel Ariaú Amazon Towers (Figura 3.1) e o Amazon Village.
b) Lodge: possui forte apelo ecológico no seu estilo de construção e recursos que utiliza. Pode ser composto por chalés, bangalôs, cabanas e similares, destinado ao turismo ecoturismo, turismo de caça, de pesca e de aventura.
c) Hotéis fazenda: geralmente se utilizam das instalações de antigas fazendas e oferecem ao hóspede, além do valioso contato com a natureza, a possibilidade de compartilhar atividades comuns nesse tipo de ambien te: ordenha de gado, passeios a cavalo, charrete, pesca, além de farta alimentação. O estilo de construção, em geral, é pitoresco e rústico, combinando com o ambiente rural.
d) Hotéis para executivos: são hotéis voltados ao turismo de negócios, especializados no atendimento de executivos. Dispõem de serviços especiais para atender esse tipo de cliente, extremamente exigente. Sua estrutura é voltada para as atividades de um executivo e possui algumas características particulares, como várias salas de auditório, salas de reu-nião, business center - salas com computadores, serviço de secretaria (bilíngue), aparelhos de comunicação (telefones, fax, fotocópia, informá-tica), sala para reuniões (fora da suíte) e pessoal de serviço de alto nível.
Os executivos escolhem seus hotéis levando em conta critérios como lo-calização, conforto nas instalações, excelência de serviços, praticidade, recursos tecnológicos, facilidades e preços justos.
e) Hotéis econômicos: oferecem instalações e serviços limitados ao que é essencial à sua demanda, porém, sem prejuízo da qualidade e da eficiência de suas operações. Esse tipo de empreendimento baseia-se no conceito de que determinados serviços e instalações existentes em hotéis tradicionais são desnecessárias, como por exemplo, para os profissionais de vendas em viagens comerciais para visitar seus clientes. Esses profissionais necessitam primordialmente de um bom lugar para dormir. Pis-cinas, restaurantes, serviço 24 horas são dispensáveis. Em função dessa redução de instalações e também de serviços, as tarifas praticadas por estes hotéis são menores, se comparadas aos hotéis tradicionais.
f) Hotéis de montanha: localizados em encostas ou no alto de montanhas.
Geralmente são dotados de excelente estrutura e serviços especiais: boa comida, apartamentos com amplas janelas e sacadas que proporcionam aos hóspedes a oportunidade de apreciar belas paisagens.
g) Hotéis em terminais de transporte (HTT): meios de hospedagem lo-calizados próximos a aeroportos, portos, rodoviárias, estações ferroviá-rias. Oferecem acomodações para viajantes em trânsito ou aguardando conexões, ou seja, objetivam atender viajantes que perderam uma conexão ou cujo voo só ocorrerá no dia seguinte, ou, mesmo nos casos em que o intervalo entre a chegada e a saída do voo no mesmo dia é demorado, justificando a utilização de um hotel. Alguns desses empreendimentos localizam-se dentro do próprio edifício do aeroporto, como do Rio de Janeiro, por exemplo.
h) Hoteis ecológicos, pousadas ecológicas ou eco-hoteis (EH): meios de hospedagem localizados em florestas tropicais, flutuantes em rios, lagos ou lagoas. Visam proporcionar aos hóspedes o contato com áreas naturais protegidas por lei específica.
i) Resorts: tipos mais recentes e predominantes de hotéis de lazer desde fins do século XX. Geralmente instalam-se em imensas áreas, constituindo-se em verdadeiras ilhas de autossuficiência que dispensam o hóspede da necessidade de sair do hotel em busca de alguma programação, pois atendem a uma variada gama de interesses - lazer, esportes, cultura e até negócios. Estão localizados em áreas de natureza conservada, exóticas ou com atributos naturais exuberantes. Dispõem de variedade de instalações para entretenimento e recreação ampla, em maior quantidade que os demais meios de hospedagem. Possuem inúmeras atividades de recreação com programações ininterruptas, como jogos de salão, esportes ao ar livre, passeios a cavalo, de barco, caminhadas, festas, teatro, competições, entre outros. Os primeiros resorts a se instalarem no Brasil foram o Club Mediterranée, em 1987, na Ilha de Itaparica, em Salvador, e o Hotel Transamérica, em Ilhéus, na Bahia. Na atualidade destaca-se no Brasil o complexo turístico multiresort de Sauípe, na Bahia.
Spas: voltados a hóspedes interessados em benefícios para a saúde fi-sica e mental, além de cuidados com o corpo. Em alguns casos, quando se destinam a atender pacientes em convalescença, são também conhecidos como hotéis de saúde.
k) Hotéis-cassino: são hotéis cuja renda principal é resultado da prática de jogos de azar. Estes hotéis tiveram o seu apogeu no Brasil até 1946, quando houve a proibição desse tipo de jogo. Nos Estados Unidos são famosos e muito frequentados os esplendorosos hotéis-cassino de Las Vegas e Atlantic City.
- Motéis: meios de hospedagem muito comuns nos Estados Unidos e na
Itália. Geralmente estão localizados próximo às rodovias, suas diárias são cobradas por horas. Esse tipo de estabelecimento de hospedagem surgiu nos Estados Unidos para atender à necessidade de descanso dos viajantes de longo percurso. O nome motel foi formado pela contração das palavras da língua inglesa motor e hotel.
m) Pousadas: embora não existam parâmetros predefinidos para classificar as pousadas, pode-se considerar que esse tipo de empreendimento é a versão contemporânea das hospedarias do passado. Representam uma alternativa de hospedagem mais acessível, sem que isso signifique
ausência de conforto. Em sua estrutura possuem unidades habitacionais individualizadas e decoração identificada com a localidade.
n) Apart-hotéis e flats: estabelecimentos comerciais de hospedagem que oferecem uma combinação entre apartamento de residência normal e serviços de hotel. São também conhecidos como hotéis residência. Dispõem de um ou mais dormitórios, sala, banheiro, cozinha, garagem e objetivam atender famílias que, utilizando esse tipo de estabelecimento, pagam o preço da diária mais barato que num hotel tradicional.
0) Albergues: forma econômica de hospedagem, dirigida normalmente para estudantes e pessoas de baixa renda, dispondo de cômodos individuais ou coletivos. Muito utilizados nos Estados Unidos e na Europa.
p) Campings: áreas urbanizadas com infraestrutura para o atendimento de clientela que utiliza barraca ou trailer. Oferecem instalações para higiene, alimentação, energia, água e, em alguns casos, infra-estrutura de lazer.
9) Barcos e navios: em alguns casos estes meios de transporte também se fazem às vezes de hospedagem, como ocorre, por exemplo, nos rios da Amazônia, quando se trata do turismo de pesca. Algumas embarcações são feitas exclusivamente para atender a essa clientela que quer pescar, mas não dispensa o conforto de um bom camarote, além de alimenta-cão farta e amenidades que enriquecem a programação, que em geral dura de três a sete dias.
3.3 Classificação dos meios de hospedagem
A classificação dos meios de hospedagem permite aos clientes maior confiabilidade no produto/serviço adquirido, bem como oportuniza a escolha antecipada da sua hospedagem, pois poderá se basear em uma padronização para orientar sua decisão.
Os meios de hospedagem podem ser classificados de acordo com as características das suas instalações, em função do nível de conforto que oferecem, bem como pela qualidade de serviços e pelos preços cobrados.
De maneira simplificada, a classificação dos meios de hospedagem serve como modelo para a padronização dos produtos e serviços hoteleiros, facilita a sua fiscalização e manutenção do padrão de qualidade.
É importante ressaltar que a classificações dos meios de hospedagem deve corresponder a uma padronização internacional. Assim, um hotel de cate goria cinco estrelas no Brasil deve equiparar-se a um de mesma classificação, por exemplo, nos Estados Unidos. Contudo, nem sempre isso acontece.
Que implicações para a hotelaria nacional podem ocorrer, se a classificação dos meios de hospedagem no Brasil não corresponder a um padrão internacional?
Em resumo, a classificação hoteleira objetiva orientar:
a) a sociedade em geral - em relação aos aspectos físicos e operacionais
que distinguem um meio de hospedagem de outro;
b) aos clientes-hóspedes - para que possam avaliar a compatibilidade entre a qualidade oferecida e os preços cobrados;
c) aos hoteleiros - orientando os padrões que devem seguir os seus projetos para alcançar determinada classificação;
d) aos órgãos ou empresas responsáveis pelo controle e fiscalização dos meios de hospedagem - definindo requisitos e padrões que devem ser observados para manutenção da qualidade.
Em relação aos sistemas de classificação, Castelli (2001) indica que estes podem seguir os seguintes modelos:
a) autoclassificação: cada empreendimento se autoclassifica e ou se autodenomina;
b) classificação privada: é feita por empresas privadas, especialistas no setor, que definem os padrões a serem seguidos;
c) classificação oficial: é de responsabilidade das autoridades governamen-tais, que definem as diretrizes orientadoras para os empreendimentos;
d) classificação por marcas: as marcas referem-se aos mercados alvos do empreendimento. Um exemplo é o grupo Accor com as marcas Sofitel, Novotel, Mercure, entre outros;
e) classificação por preços: em função dos preços praticados, como por exemplo, hotéis econômicos e os de luxo;
f) classificação por função: corresponde à função do empreendimento perante o mercado: convenções, negócios,lazer
- classificação por localização: centrais - localizados em centros urbanos;
aeroportos - localizados nas imediações de aeroportos; industriais - locali-zados em áreas industriais e de trânsito - localizados ao longo das rodovias.
A definição da categoria de um empreendimento hoteleiro também é uma das formas de classificar um meio de hospedagem. Nesse caso a pontuação pode ser predefinida de acordo aspectos construtivos, equipamentos e pela variedade dos serviços oferecidos, ou então, a categoria é definida pelo próprio hoteleiro em função do preço de venda de suas diárias. Esta segunda opção é bastante utilizada no exterior, principalmente na América do Norte.
A forma de identificação da classificação de um meio de hospedagem não possui um único padrão, porém, as mais comuns são:
a) por números: 1ª, 2ª., 3a. classes ou categorias;
b) por letras e símbolos (estrelas): H*****, H****, H***, H**, H*
c) por letras: a, b, c, etc.
No Brasil, a classificação oficial dos meios de hospedagem, atende aos critérios e padróes definidos pela Deliberação Normativa n° 429, de 23 de abril de 2002, que instituiu o Regulamento Geral dos Meios de Hospeda-gem, cujo objetivo é ser um instrumento para a promoção do desenvolvimento da indústria hoteleira, cabendo-lhe classificar, categorizar, qualificar os meios de hospedagem, em território nacional, simbolizados por estrelas, de acordo com as condições de conforto, comodidade, serviços e atendimento que possuam.
Esse Regulamento estabelece também:
a) a forma de gerenciamento do Sistema Oficial de Classificação dos Meios de Hospedagem;
b) o processo e os critérios para avaliação e classificação dos meios de hospedagem;
c) as categorias para a classificação dos meios de hospedagem;
d) os requisitos e padrões comuns e diferenciados de conforto e serviços
para as categorias previstas.
Cabe ressaltar que a adoção e adesão ao sistema de classificação oficial é um ato voluntário dos meios de hospedagem interessados, ou seja, aqueles que porventura não queiram receber a classificação oficial não são obrigados.
Contudo, para estes não será concedida a chancela dos órgãos oficiais, como o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), o Instituto Brasileiro de Hospe dagem (IBH), e dos órgãos de turismo dos estados, no que se refere à promoção de seu empreendimento nos mercados turísticos internos e externos.
Atendidas as disposições desse Regulamento e da matriz de classificação aplicável, os meios de hospedagem serão classificados em categorias
O processo de classificação do meio de hospedagem é realizado por organismos avaliadores, devidamente homologados por um Conselho Técnico Nacional, composto por sete membros, indicados pelo EMBRATUR e pela
Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), ao qual competirá:
a) coordenar, supervisionar, apreciar em grau de recurso e aprimorar a implantação e funcionamento do sistema de classificação dos meios de hospedagem;
b) designar e substituir os membros dos Comitês de Classificação Regionais;
c) conceder a classificação dos meios de hospedagem nas categorias Luxo
e Super Luxo.
O gerenciamento operacional do processo de classificação oficial dos meios de hospedagem é de responsabilidade do IBH, sociedade civil sem fins lucrativos, instituída e mantida pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), que mantém sistema próprio de controle sobre a eficácia dos serviços do Organismo
Avaliador Credenciado, através da realização de inspeções por amostragem.
Faça um resumo
1.1 O início da hotelaria mundial O ato da hospedagem está intrinsecamente ligado à evolução da humanidade no que diz respeito ao seu ato de deslocar-se e de se relacionar com outros, com a natureza ou ainda por motivos comerciais. Pode-se considerar que a hotelaria surgiu em paralelo às viagens empreendidas pelo homem obietivando atendê-lo em suas necessidades primordiais de proteção, repouso, segurança, higiene e até alimentação. Desse modo, é evidente a importância das hospedagens para a sociedade, pois de certa forma são a extensão ou o substitutivo da residência que os visitantes deixaram temporariamente e para onde pretendem retornar assim que possível. Já pensou como seriam as viagens sem os meios de hospedagem? Precisar exatamente quando se deu o surgimento das hospedagens é tarefa difícil. Entretanto, Andrade (2002) e Ignarra (1999) apresentam os gregos e romanos como os responsáveis pelos registros históricos mais antigos no quesito hospedagem. Aos gregos é atribuída a construção do Ásylon ou Asilo, que data da época dos Jogos Olímpicos gregos, e tinha por finalidade permitir o repouso, a proteção e a privacidade aos atletas convidados a participar das cerimônias religiosas e das competições esportivas.
Os romanos foram responsáveis pela construção de outros tipos de hospeda-gens, como a estalagem e o estábulo, destinadas a atender os viajantes que transitavam pelas longas estradas de seu território, com a diferença de que a estalagem alojava os nobres e os oficiais superiores das milícias, enquanto o estábulo servia para proteger plebeus, o gado e os animais de montaria e de carga; os romanos construíram também os balneários, e ofereciam hospedaria para abrigar seus visitantes, e as famosas termas romanas, que dispunham de água quente, instalações grandiosas e cômodos para os usuários descansarem. Contudo, ao longo da história do homem são comuns episódios que demonstram a relação de complementaridade existente entre as hospedagens e o comércio: à medida que o comércio surgia e se consolidava nas cidades, as hospedagens eram instaladas e evoluíam de acordo com as necessidades de sua clientela. Duarte (1999, p.15) ressalta que "no século VI a.C. já existia demanda de hospedagem, em função do intercâmbio comercial entre as cidades europeias da região mediterrânea" Assim, do ponto de vista da evolução da sociedade, o comércio é o responsável pelas mais antigas formas de hospedagens. Andrade, Brito e Jorge (2002) afirmam que as rotas comerciais da antiguidade, existentes na Asia, Europa e África, originaram núcleos urbanos e o consequente surgimento de hospedarias para servir os viajantes que por ali passavam. Nesse período também se registram mosteiros oferecendo hospedagem para os viaiantes como forma de praticar a hospitalidade cristã, ou seja, oferecer acomodação para as pessoas era antes de tudo uma virtude espiritual e moral. Ao final da Idade Média, em decorrência da Revolução Mercantil e o crescimento das cidades, houve um significativo desenvolvimento dos tipos de hospedagens existentes até então, que passaram a oferecer algumas comodidades aos seus hóspedes além da hospedagem, como refeições, bebidas, cocheiras e alimentação para os cavalos, troca de parelhas e serviços de manutenção e limpeza para charretes. Posteriormente, com o advento da monarquia em grande parte da Euro-pa, os viajantes simpáticos aos monarcas eram hospedados nos palácios da nobreza, em instalações militares e administrativas, enquanto que aqueles que não caiam nas boas graças da corte ficavam precariamente alojados em estalagens e albergues. Até esse período a hospedagem ainda não possuía o caráter comercial que conhecemos na atualidade, predominando a cortesia no oferecimento desse serviço.
A palavra hotel pode ter tido origem a partir do termo da língua francesa hôtel, que significava residência do rei. Este termo também era utilizado para designar os edifícios suntuosos pertencentes à aristocracia francesa, como por exemplo, o Hôtel dês Invalides, que desde 1670 abrigava oficiais da pátria que estavam inválidos. O advento da consolidação das diligências, carruagens puxadas por cavalos, a partir do século XVII, proporcionou significativa expansão ao segmento das hospedagens - durante quase 200 anos, esses transportes predominaram nas estradas europeias, gerando fluxo contínuo de hóspedes para os estabelecimentos hoteleiros. Com a chegada das ferrovias, as diligências praticamente desapareceram, e a rede hoteleira que delas dependia sofreu um duro golpe, pois as ferrovias eram mais rápidas, resultando em viagens de menor duração. Muitos hoteleiros não conseguiram se adaptar aos novos tempos e faliram. O século XVIll se caracterizou pelo requinte na maneira e no modo de vida pa-laciana, fato que contribuiu bastante para a melhoria dos padrões dos serviços hoteleiros da época. Em contrapartida, as viagens com fins comerciais se tornaram mais frequentes nessa época em função da evolução dos meios de transporte e da expansão das estradas de acesso aos principais centros urbanos. O final desse século foi marcado pela expansão comercial da hotelaria, ou seja, a partir dessa época, os meios de hospedagens caracterizaram-se como negócios, em que o lucro passou a ser o objetivo maior do serviço oferecido. Segundo Andrade, Brito e Jorge (2002) a revolução industrial e o capitalismo contribuíram para que a hotelaria passasse a ser uma atividade estritamente econômica e explorada comercialmente. Em 1794, na cidade de Nova lorque, nos Estados Unidos da América, foi construído um edifício projetado para ser o primeiro hotel do país, com 73 quartos, cujas áreas sociais representavam 70% de sua área total, demonstrando a importância atribuída ao convívio e lazer dos hóspedes. A partir desse período, e mais acentuadamente no século XIX, por causa dos importantes avanços da humanidade no campo tecnológico, como a eletri-cidade, a máquina a vapor, entre outros, a hotelaria se firmou como uma empresa prestadora de serviços. alino cluindi Davies (2002, p.21) relata que, nessa mesma época, "surgem os Palaces, uma criação e exigência do turismo Belle Époque - com seus salões imensos
e confortáveis reservados a uma clientela rica e difícil". A filosofia desses estabelecimentos era baseada no objetivo de fazer o cliente sentir-se em sua própria casa. Na cidade de Boston, nos Estados Unidos da América, em 1829, foi construído o hotel Tremont House, que de imediato passou a ser chamado de Adão e Eva da hotelaria em virtude de suas inovações físicas: quartos com acomodação privada, single e double, até então os quartos eram mobiliados com muitas camas, todos os quartos tinham portas e fechaduras, servidos de bacia e jarro para higiene pessoal, o que era considerado algo luxuoso. Esse hotel introduziu o conceito de amenidades oferecendo aos hóspedes sabonete gratuitamente. o desenvolvimento dos barcos a vapor no século XIX também foi determinante para o incremento da hotelaria, pois impulsionou o aumento das viagens, fato que estimulou o desenvolvimento de alguns dos grandes hotéis de luxo na maioria das capitais do mundo, muitos dos quais ainda estabelecem os padrões de luxo para a atividade hoje, como por exemplo, Waldorf Astoria, Savoy, Ritz e o Taj Mahal (COOPER et. al., 2001). Na Suíça, em 1830, foram construídos os primeiros hotéis exclusivos para turistas, atendendo à demanda gerada pelos passeios nos lagos com barcos a vapor (GONÇALVES, 1998). Em 1870, o suíço César Ritz implementou o conceito de quarto com banheiro privativo nos hotéis e adotou a uniformização dos funcionários. Em 1898, fundou, na cidade de Paris, o primeiro hotel com o seu nome. De modo ge-ral, Ritz deu início a uma nova forma de organização e gestão dos hotéis idealizando um padrão físico e de serviços que originou as cadeias hoteleiras. Entre os anos de 1900 e 1930, em decorrência da expansão da economia mundial, principalmente nos Estados Unidos, houve um crescimento de viagens por motivo de negócios, bem como das viagens de lazer, tendo em vista a melhoria dos transportes e o menor custo. Por esses motivos, os hoteleiros tiveram que se adequar para atender aos novos mercados de hós-pedes, considerando algumas questões: a) Que tipo de acomodação seria adequada ao viajante a negócios e por motivo de lazer?
Que tipo de operação hoteleira seria adequada a esses segmentos? c) Que tipo de diárias atrairiam esses públicos e ainda assim ofereceriam lucros razoáveis? Assim, em Janeiro de 1908, foi inaugurado na cidade de Búfalo, nos Estados Unidos, o Statler Hotel, considerado o primeiro hotel comercial moder-no, incorporando todas as técnicas anteriormente conhecidas na hotelaria e introduzindo algumas inovações como portas corta-fogo protegendo as escadarias principais, fechaduras em todas as portas com a maçaneta abaixo do tambor da chave, interruptor de luz ao lado das portas de entrada dos ambientes, água corrente, espelho de corpo inteiro nos quartos e jornal gratuito para os hóspedes. O proprietário desse hotel, Ellsworth Statler, ainda implementou estratégias promocionais para a divulgação de seu empreen-dimento, utilizando o slogan: A room and a bath for a dollar and a half (Um quarto e um banho por um dólar e meio). A Primeira Guerra Mundial (1914-1918) afetou negativamente a hotelaria mundial, que passou por um período de estagnação. O crescimento do setor foi retomado durante a Segunda Guerra Mundial. A partir da Segunda Guerra Mundial, o turismo, e consequentemente a ho-telaria, passaram por grandes transformações nos países desenvolvidos, fruto da expansão da economia mundial, como o crescimento da renda familiar e a ampliação e melhoria dos sistemas de comunicação e transporte, principalmente com o uso dos aviões, que diminuiu as distâncias, trouxe mais segurança e comodidade aos passageiros. Em 1947 surgem nos Estados Unidos os motéis visando oferecer hospedagem à beira das estradas às famílias que viajavam de automóvel. Remonta a essa mesma época a organização dos primeiros hotéis de lazer de alto luxo direcionados para a classe média. Em 1952 foi inaugurado o hotel Holiday Inn, baseado e desenvolvido sob a noção de padronização de conceitos, para garantir o controle operacional para melhor qualidade dos serviços aos hóspedes. Nesse mesmo peri-odo nascem outras grandes redes como o Hilton, Hyatt, Inter-Continental, Marriott e Sheraton.
A expansão das redes hoteleiras internacionais ocorreu a partir da década de 1970, quando houve uma fusão de interesses e serviços entre companhias aéreas e hotéis. Dentre estas destacam-se a American Airlines, que fundou a rede American Hotels; a Air France, que fundou os hotéis Meridien; a British Airways, que se associou a outras companhias e fundaram a cadeia European Hote/ Corporation e a então Viação Aérea Rio Grandense (Varig), empresa brasileira de aviação civil, hoje pertencente a Gol, que na época fundou a rede Tropical de Hotéis. A partir desse período, e mais acentuadamente na década de 1980, a hotelaria foi marcada por inúmeros processos de fusões e aquisições entre empresas do setor, que então passaram a buscar maior especificidade em seus produtos visando à otimização de seus empreendimentos, entre os quais se destacam: a) desenvolvimento de projetos focados em segmentos específicos de deman-das, como por exemplo, de negócios, de lazer, familiar, jovens, entre outros; b) criação de marcas próprias que visam mercados diferenciados, como por exemplo, a rede francesa Accor, que possui as marcas Sofitel e Mercure, que definem produtos de luxo; a marca Novote/ para nível intermediário; a marca /bis e Formule One para os níveis econômicos, além da marca Pathernon de administração de flats; c) automação de processos utilizando sistemas gerenciais e operacionais para reservas, caixa, entre outros; d) uso de técnicas de marketing de relacionamento para promoção e fidelização de clientes, como por exemplo, sistema de pontos, milhas, que dão ao cliente fiel descontos nas diárias ou até diárias grátis. Na atualidade a hospedagem é parte integrante de todo centro urbano, seja uma metrópole ou um pequeno aglomerado. Essa hospedagem pode ser manifesta por meio de um luxuoso hotel ou até mesmo por uma área para camping, pois as hospedagens evoluíram de acordo com as necessidades das diversas demandas e em decorrência da evolução da própria humanidade. Durante séculos as hospedagens permaneceram pequenas, sem conforto. Hoje essa realidade é bastante diferente, existem hospedagens de todos Os tipos para todos os gostos: o hotel moderno com arquitetura atraente, com um excelente padrão de serviços, tornou-se um destino em si. Há tempos os
donos de casas de viajantes precisavam se instalar nos caminhos conhecidos dos viajantes e esperavam ser chamados para servir. Desde meados do século passado a estrutura hoteleira se ampliou e se mo-dernizou, mudando inclusive o conceito de que uma hospedagem serve apenas para acomodação e privacidade. Na atualidade os diversos meios de hospedagem existentes podem ser fornecedores tanto de lazer, de instalações esportivas e de entretenimento como de serviços de negócios e conferências. Neste contexto, a concorrência é acirrada e os clientes estão cada vez mais exigentes diante da qualidade dos serviços, impelindo os hoteleiros a buscarem maior profissionalização. Resumo Nesta aula você compreendeu como os meios de hospedagem surgiram e se consolidaram no mundo; além disso, pôde entender a importância desses empreendimentos para o turismo e para a sociedade em geral. Atividades de aprendizagem
- Reflita a respeito da forma como ocorreu o surgimento e a evolução da hotelaria no mundo e escreva em um texto os fatores que contribuíram para isso. Em seguida, encaminhe pelo AVEA.
- Após pesquisar um pouco mais sobre redes hoteleiras internacionais, relacione quais as principais características desses empreendimentos e os fatores fundamentais para o seu sucesso. Poste o texto no AVEA.
- Faça uma pesquisa sobre as redes hoteleiras existentes em sua cidade e apresente um exemplo de um desses meios de hospedagem, ressaltando os pontos que lhe chamaram a atenção, justificando sua resposta. Em seguida encaminhe pelo AVEA.
2.1 A atividade hoteleira no Brasil Embora no Brasil o ato de hospedar pessoas remonte aos tempos da colônia, manifestado pela acolhida de viajantes por moradores locais, a prestação do serviço de hospedagem com finalidade comercial demorou bastante para existir. Andrade, Brito e Jorge (2002) relatam que durante o período colonial os via-iantes se hospedavam nos casarões dos engenhos e fazendas. Nessa época era comum as famílias receberem hóspedes em suas casas, havendo, em muitas, o quarto de hóspede. Nesse período, também, segundo a tradição cristã, os jesuítas e outras ordens religiosas recebiam pessoas nos conventos e mosteiros. Vale ressaltar que na metade do século XVII, no mosteiro de São Bento, no Rio de Janeiro, foi construído um edifício somente para hospedar os visitantes ilustres. Nesse mesmo século, também na cidade do Rio de Janeiro, começaram a surgir estalagens e casas de pasto que ofereciam refeições a preços fixos e quartos para dormir. Considera-se que esses empreendimentos foram embriões de futuros hotéis. Em 1808, com a chegada da corte real portuguesa ao Rio de Janeiro e a abertura dos portos às nações amigas, houve um aumento do fluxo de pessoas e da demanda por alojamento, fazendo com que casas de pensão, hospedarias e tavernas abrissem suas portas aos viajantes e passassem a adotar a denominação de hotel.
O termo hotel, no jargão nacional, passou a ser utilizado definitivamente em virtude da necessidade de anunciar o serviço junto aos estrangeiros que visitavam o Brasil. Em 1817, o jornal A Gazeta do Rio de Janeiro trazia anúncio de um mesmo estabelecimento com denominação de Hospedaria do Reino do Brasil e depois Hôtel Royaume Du Brésil. Nesse mesmo século, a cidade de São Paulo também já apresentava alguns tipos de hospedagens. Segundo Duarte (1999), em 1870 começaram a aparecer na capital paulista alguns empreendimentos dignos de serem chamados de hospedagens: o Hotel Palma, o Hotel Paulistano, o Hotel do Comér-cio, o Hotel Itália e os alloggios - pequenos hotéis italianos onde a comida era farta e o vinho generoso. Observa-se entre os empreendimentos registrados a significativa influência europeia. No final do século XIX, a circulação dos primeiros trens e a ligação ferroviária entre Santos e a capital serviram de importante impulso para o incremento da hotelaria paulista. Os marcos da hotelaria paulista ocorreram com a inauguração do Hotel Ter-minus, com mais de 200 quartos, e, posteriormente, em 1923, o Hotel Es-planada, com 250 apartamentos, hall de entrada todo em mármore, três luxuosos salões, que serviam como restaurantes e salões para chá. Nesse período, a cidade do Rio de Janeiro ainda não apresentava o mesmo vigor que a capital paulista no setor hoteleiro, embora fosse alvo de muitos viajantes. Em meados do século XIX até o início do século XX, o Rio de Janeiro ainda vivenciava muitas dificuldades no setor hoteleiro, não apresentando boas condições de atendimento à demanda crescente de viajantes que lá chegavam. Por esse motivo, em 23 de dezembro de 1907, o governador do Rio de Janeiro criou o Decreto-Lei n° 1.130, que isentava de impostos municipais, por sete anos, os cinco primeiros hotéis que se instalassem na cidade. Foi assim que, em 1908, foi inaugurado o primeiro grande hotel na cidade: o Hotel Avenida, com 220 quartos. Entre as décadas de 1930 e 1940 começaram a ser implantados hotéis de grande porte nas capitais brasileiras e em locais que apresentavam belezas naturais, como estâncias hidrominerais, como o Parque Balneário, Grande Hotel de Poços de Caldas e o Grande Hotel São Pedro. Em alguns lugares a ocupação dos hotéis era promovida pelos cassinos que funcionavam nas mesmas instalações.
Porém, em 1946, com a proibição dos jogos de azar no Brasil, muitos hotéis tiveram que fechar suas portas. Dentre os hotéis mencionados acima, somente o Grande Hotel São Pedro foi restaurado e hoje abriga uma Escola de Hotelaria administrada pelo Servico Nacional de Aprendizagem Comercial de São Paulo (SENAC/SP) conforme demonstrado na Figura
Com a proibição dos jogos, a hotelaria brasileira somente teve novo incremento a partir da década de 1960 com a destinação de incentivos fiscais para o setor, primeiro promovido pelo Banco Central, em 1963, depois, em 1966, pela EMBRATUR (à época Empresa Brasileira de Turismo e atualmente Instituto Brasileiro de Turismo) por meio do Fundo Geral de Turismo (FUNGETUR), promovendo nova ascensão do ramo. Os anos 1960 e 1970 foram marcados pela entrada de redes hoteleiras internacionais no mercado local, cujos principais impactos ao setor foram a diversificação e melhoria dos serviços e maior profissionalização no segmento, fatos que promoveram uma nova fase da hotelaria brasileira. As primeiras redes hoteleiras internacionais a ingressarem no mercado nacional foram: Hilton Corporation, em 1971, Méridien, em 1975, Club Méditerranée, em 1976, e Caesar Park, em 1976, em São Paulo, e 1979, no Rio de Janeiro. A década de 1970 também foi um período de acirrado incremento para muitas redes hoteleiras nacionais, como: Hotéis Reunidos, Rio de Janeiro, a rede Tropical de Hotéis, rede de Hotéis Othon, rede de Hotéis Eldorado.
Os anos de 1980 marcam o início do desenvolvimento de hotéis de padrão econômico e intermediário, no Brasil, abrindo espaço para a instalação de flats no país, muitos dos quais administrados por operadoras como Accor e Transamérica. A partir da estabilização da economia nacional, no início dos anos 1990, houve um crescimento da demanda por hospedagens no Brasil, fato que contribuiu para a reestruturação e diversificação do setor. Pode-se dizer que a partir dessa década a hotelaria nacional entrou em um novo ciclo buscando estratégias inovadoras de posicionamento no mercado, mais profissionalização e especialização, modernização das estruturas e instalações existen-tes, além da busca de novas tecnologias para aperfeiçoar seus processos, garantindo maior comodidade e satisfação aos seus hóspedes. Resumo Nesta aula você conheceu os fatos marcantes da história da hotelaria no Brasil. Ademais, pôde compreender as relações entre o desenvolvimento do turismo no Brasil e o estabelecimento dos meios de hospedagem como fator fundamental para a atividade turística. Atividades de aprendizagem
- Após a leitura do conteúdo que trata sobre a história da hotelaria no mundo e no Brasil, apresente em um quadro um breve resumo cronológico do assunto, destacando os marcos da hotelaria mundial e nacional, e em seguida encaminhe pelo AVEA.
- Compare a evolução da hotelaria internacional com a nacional, identifique semelhanças e diferenças entre ambas e apresente-as em um texto. Poste o texto no AVEA.
- Reflita a respeito da forma como ocorreu o surgimento e evolução da hotelaria no exterior e no Brasil e escreva os fatores que contribuíram para as diferenças entre eles. Em seguida encaminhe o texto pelo AVEA.
- Pesquise em sua cidade a história da hotelaria local, por exemplo, quais os primeiros meios de hospedagem que surgiram; em seguida apresente o resultado em um texto e poste-o no AVEA.
Mas, afinal, o que são os meios de hospedagem? O termo meios de hospedagem refere-se ao conjunto de empresas destinadas a prover acomodação em condições de segurança, higiene e satisfa-cão às pessoas que buscam por esses serviços, seja por períodos curtos ou até em longas temporadas. Pode-se considerar que as expressões meios de hospedagem e hotelaria são sinônimos, pois ambas se referem ao conjunto de edificações que desenvolvem o comércio da recepção e da hospedagem com fins de atendimento aos turistas e visitantes em geral. Além disso, têm como finalidade atuar na área de hospedagem, por vezes oferecendo alimentação, entretenimento e outras atividades relacionadas com o bem-estar dos hóspedes. Na atualidade os meios de hospedagem são variados e atendem aos interesses de uma demanda cada dia mais exigente e segmentada. Assim, há diversos tipos de meios de hospedagem que buscam atrair e satisfazer uma clientela variada, os quais podem ser representados por um simples albergue ou até por um suntuoso resort. Ao conjunto de atividades específicas de um meio de hospedagem, que inclui desde o local de acomodação do hóspede até o sorriso e a cordialidade de um recepcionista, atribui-se o nome de hospedagem. Portanto, um meio de hospedagem é uma empresa comercial que vende ao visitante bens e serviços, como quartos, alimentos, bebidas, e outros tipos que podem variar em função dos interesses de sua clientela. O Decreto n° 5.406, de 30 de março de 2005, considera os meios de hospedagem de turismo aqueles estabelecimentos que possuem licença de funcionamento para prestar serviços de hospedagem expedida por autoridade competente. Ainda segundo esse Decreto, são serviços de hospedagem aqueles prestados por empreendimentos ou estabelecimentos empresariais administrados ou explorados por prestadores de servíços turísticos hoteleiros, que ofertem alojamento temporário para hóspedes, mediante adoção de contrato de hospedagem. O exemplo mais representativo e conhecido de um meio de hospedagem é o hotel. Segundo Castelli (2001, p.56), "uma empresa hoteleira pode ser entendida como sendo uma organização que mediante o pagamento de diárias, oferece alojamento á clientela indiscriminada". Assim, uma empresa hoteleira é um estabelecimento comercial de hospe-dagem, que oferece aposentos mobiliados, com banheiro privativo, para ocupação iminente ou temporária, oferecendo serviço completo de alimen-tação, além dos demais serviços inerentes à atividade hoteleira. Para Andrade (2002) independentemente do nível, gabarito ou classificação, um hotel é o edifício onde se exerce o comércio da recepção e da hospedagem de pessoas em viagem ou não, onde podem ser oferecidos serviços parciais ou completos, de acordo com o tipo de empreendimento e as necessidades de seus clientes. Em relação às características dos meios de hospedagem, é importante entender que são empreendimentos formados por setores distintos, porém completamente dependentes, onde o trabalho em equipe e a comunicação são determinantes para o resultado final de seus serviços. Todos os setores e serviços oferecidos estão integrados e correlacionados. Dessa maneira, o sucesso do todo depende de funções distintas: a recepcionista do hotel só fechará corretamente a conta do hóspede se a camareira informar os itens consumidos no quarto. A manutenção só será atuante se a governança desenvolver bem sua função, e assim por diante. Os tipos de meios de hospedagem são diversos e visam a atender segmentos
específicos de mercado, como por exemplo os albergues, que geralmente oferecem instalações e servicos de baixo custo e têm como público consumidor estudantes ou viajantes aventureiros. 3.2 Tipos de meios de hospedagem Conforme já foi abordado, em função da diversidade de demandas, assim como a significativa concorrência dos dias atuais, ao longo dos tempos foram surgindo inúmeros tipos de meios de hospedagem com características próprias visando aos mercados específicos. A sequir apresentam-se basicamente as tipologias mais conhecidas na atu-alidade, conforme o descrito por Oliveira (2001); Vallen e Vallen (2003); e Andrade; Brito e Jorge (2002): a) Hotéis de selva ou hotéis de floresta: localizados em áreas florestais. Sua estrutura é direcionada ao turismo de natureza, como o ecoturismo. Seu público-alvo maioritário são turistas de classe alta, principalmente os estran-geiros. São conhecidos também como lodges. No Amazonas tem-se como exemplos o Hotel Ariaú Amazon Towers (Figura 3.1) e o Amazon Village.
b) Lodge: possui forte apelo ecológico no seu estilo de construção e recursos que utiliza. Pode ser composto por chalés, bangalôs, cabanas e similares, destinado ao turismo ecoturismo, turismo de caça, de pesca e de aventura. c) Hotéis fazenda: geralmente se utilizam das instalações de antigas fazendas e oferecem ao hóspede, além do valioso contato com a natureza, a possibilidade de compartilhar atividades comuns nesse tipo de ambien te: ordenha de gado, passeios a cavalo, charrete, pesca, além de farta alimentação. O estilo de construção, em geral, é pitoresco e rústico, combinando com o ambiente rural. d) Hotéis para executivos: são hotéis voltados ao turismo de negócios, especializados no atendimento de executivos. Dispõem de serviços especiais para atender esse tipo de cliente, extremamente exigente. Sua estrutura é voltada para as atividades de um executivo e possui algumas características particulares, como várias salas de auditório, salas de reu-nião, business center - salas com computadores, serviço de secretaria (bilíngue), aparelhos de comunicação (telefones, fax, fotocópia, informá-tica), sala para reuniões (fora da suíte) e pessoal de serviço de alto nível. Os executivos escolhem seus hotéis levando em conta critérios como lo-calização, conforto nas instalações, excelência de serviços, praticidade, recursos tecnológicos, facilidades e preços justos. e) Hotéis econômicos: oferecem instalações e serviços limitados ao que é essencial à sua demanda, porém, sem prejuízo da qualidade e da eficiência de suas operações. Esse tipo de empreendimento baseia-se no conceito de que determinados serviços e instalações existentes em hotéis tradicionais são desnecessárias, como por exemplo, para os profissionais de vendas em viagens comerciais para visitar seus clientes. Esses profissionais necessitam primordialmente de um bom lugar para dormir. Pis-cinas, restaurantes, serviço 24 horas são dispensáveis. Em função dessa redução de instalações e também de serviços, as tarifas praticadas por estes hotéis são menores, se comparadas aos hotéis tradicionais. f) Hotéis de montanha: localizados em encostas ou no alto de montanhas. Geralmente são dotados de excelente estrutura e serviços especiais: boa comida, apartamentos com amplas janelas e sacadas que proporcionam aos hóspedes a oportunidade de apreciar belas paisagens. g) Hotéis em terminais de transporte (HTT): meios de hospedagem lo-calizados próximos a aeroportos, portos, rodoviárias, estações ferroviá-rias. Oferecem acomodações para viajantes em trânsito ou aguardando conexões, ou seja, objetivam atender viajantes que perderam uma conexão ou cujo voo só ocorrerá no dia seguinte, ou, mesmo nos casos em que o intervalo entre a chegada e a saída do voo no mesmo dia é demorado, justificando a utilização de um hotel. Alguns desses empreendimentos localizam-se dentro do próprio edifício do aeroporto, como do Rio de Janeiro, por exemplo.
h) Hoteis ecológicos, pousadas ecológicas ou eco-hoteis (EH): meios de hospedagem localizados em florestas tropicais, flutuantes em rios, lagos ou lagoas. Visam proporcionar aos hóspedes o contato com áreas naturais protegidas por lei específica. i) Resorts: tipos mais recentes e predominantes de hotéis de lazer desde fins do século XX. Geralmente instalam-se em imensas áreas, constituindo-se em verdadeiras ilhas de autossuficiência que dispensam o hóspede da necessidade de sair do hotel em busca de alguma programação, pois atendem a uma variada gama de interesses - lazer, esportes, cultura e até negócios. Estão localizados em áreas de natureza conservada, exóticas ou com atributos naturais exuberantes. Dispõem de variedade de instalações para entretenimento e recreação ampla, em maior quantidade que os demais meios de hospedagem. Possuem inúmeras atividades de recreação com programações ininterruptas, como jogos de salão, esportes ao ar livre, passeios a cavalo, de barco, caminhadas, festas, teatro, competições, entre outros. Os primeiros resorts a se instalarem no Brasil foram o Club Mediterranée, em 1987, na Ilha de Itaparica, em Salvador, e o Hotel Transamérica, em Ilhéus, na Bahia. Na atualidade destaca-se no Brasil o complexo turístico multiresort de Sauípe, na Bahia. Spas: voltados a hóspedes interessados em benefícios para a saúde fi-sica e mental, além de cuidados com o corpo. Em alguns casos, quando se destinam a atender pacientes em convalescença, são também conhecidos como hotéis de saúde. k) Hotéis-cassino: são hotéis cuja renda principal é resultado da prática de jogos de azar. Estes hotéis tiveram o seu apogeu no Brasil até 1946, quando houve a proibição desse tipo de jogo. Nos Estados Unidos são famosos e muito frequentados os esplendorosos hotéis-cassino de Las Vegas e Atlantic City.
- Motéis: meios de hospedagem muito comuns nos Estados Unidos e na Itália. Geralmente estão localizados próximo às rodovias, suas diárias são cobradas por horas. Esse tipo de estabelecimento de hospedagem surgiu nos Estados Unidos para atender à necessidade de descanso dos viajantes de longo percurso. O nome motel foi formado pela contração das palavras da língua inglesa motor e hotel. m) Pousadas: embora não existam parâmetros predefinidos para classificar as pousadas, pode-se considerar que esse tipo de empreendimento é a versão contemporânea das hospedarias do passado. Representam uma alternativa de hospedagem mais acessível, sem que isso signifique
ausência de conforto. Em sua estrutura possuem unidades habitacionais individualizadas e decoração identificada com a localidade. n) Apart-hotéis e flats: estabelecimentos comerciais de hospedagem que oferecem uma combinação entre apartamento de residência normal e serviços de hotel. São também conhecidos como hotéis residência. Dispõem de um ou mais dormitórios, sala, banheiro, cozinha, garagem e objetivam atender famílias que, utilizando esse tipo de estabelecimento, pagam o preço da diária mais barato que num hotel tradicional. 0) Albergues: forma econômica de hospedagem, dirigida normalmente para estudantes e pessoas de baixa renda, dispondo de cômodos individuais ou coletivos. Muito utilizados nos Estados Unidos e na Europa. p) Campings: áreas urbanizadas com infraestrutura para o atendimento de clientela que utiliza barraca ou trailer. Oferecem instalações para higiene, alimentação, energia, água e, em alguns casos, infra-estrutura de lazer. 9) Barcos e navios: em alguns casos estes meios de transporte também se fazem às vezes de hospedagem, como ocorre, por exemplo, nos rios da Amazônia, quando se trata do turismo de pesca. Algumas embarcações são feitas exclusivamente para atender a essa clientela que quer pescar, mas não dispensa o conforto de um bom camarote, além de alimenta-cão farta e amenidades que enriquecem a programação, que em geral dura de três a sete dias. 3.3 Classificação dos meios de hospedagem A classificação dos meios de hospedagem permite aos clientes maior confiabilidade no produto/serviço adquirido, bem como oportuniza a escolha antecipada da sua hospedagem, pois poderá se basear em uma padronização para orientar sua decisão.
Os meios de hospedagem podem ser classificados de acordo com as características das suas instalações, em função do nível de conforto que oferecem, bem como pela qualidade de serviços e pelos preços cobrados. De maneira simplificada, a classificação dos meios de hospedagem serve como modelo para a padronização dos produtos e serviços hoteleiros, facilita a sua fiscalização e manutenção do padrão de qualidade. É importante ressaltar que a classificações dos meios de hospedagem deve corresponder a uma padronização internacional. Assim, um hotel de cate goria cinco estrelas no Brasil deve equiparar-se a um de mesma classificação, por exemplo, nos Estados Unidos. Contudo, nem sempre isso acontece. Que implicações para a hotelaria nacional podem ocorrer, se a classificação dos meios de hospedagem no Brasil não corresponder a um padrão internacional? Em resumo, a classificação hoteleira objetiva orientar: a) a sociedade em geral - em relação aos aspectos físicos e operacionais que distinguem um meio de hospedagem de outro; b) aos clientes-hóspedes - para que possam avaliar a compatibilidade entre a qualidade oferecida e os preços cobrados; c) aos hoteleiros - orientando os padrões que devem seguir os seus projetos para alcançar determinada classificação; d) aos órgãos ou empresas responsáveis pelo controle e fiscalização dos meios de hospedagem - definindo requisitos e padrões que devem ser observados para manutenção da qualidade. Em relação aos sistemas de classificação, Castelli (2001) indica que estes podem seguir os seguintes modelos: a) autoclassificação: cada empreendimento se autoclassifica e ou se autodenomina; b) classificação privada: é feita por empresas privadas, especialistas no setor, que definem os padrões a serem seguidos; c) classificação oficial: é de responsabilidade das autoridades governamen-tais, que definem as diretrizes orientadoras para os empreendimentos; d) classificação por marcas: as marcas referem-se aos mercados alvos do empreendimento. Um exemplo é o grupo Accor com as marcas Sofitel, Novotel, Mercure, entre outros; e) classificação por preços: em função dos preços praticados, como por exemplo, hotéis econômicos e os de luxo; f) classificação por função: corresponde à função do empreendimento perante o mercado: convenções, negócios,lazer
- classificação por localização: centrais - localizados em centros urbanos; aeroportos - localizados nas imediações de aeroportos; industriais - locali-zados em áreas industriais e de trânsito - localizados ao longo das rodovias. A definição da categoria de um empreendimento hoteleiro também é uma das formas de classificar um meio de hospedagem. Nesse caso a pontuação pode ser predefinida de acordo aspectos construtivos, equipamentos e pela variedade dos serviços oferecidos, ou então, a categoria é definida pelo próprio hoteleiro em função do preço de venda de suas diárias. Esta segunda opção é bastante utilizada no exterior, principalmente na América do Norte. A forma de identificação da classificação de um meio de hospedagem não possui um único padrão, porém, as mais comuns são: a) por números: 1ª, 2ª., 3a. classes ou categorias; b) por letras e símbolos (estrelas): H*****, H****, H***, H**, H* c) por letras: a, b, c, etc. No Brasil, a classificação oficial dos meios de hospedagem, atende aos critérios e padróes definidos pela Deliberação Normativa n° 429, de 23 de abril de 2002, que instituiu o Regulamento Geral dos Meios de Hospeda-gem, cujo objetivo é ser um instrumento para a promoção do desenvolvimento da indústria hoteleira, cabendo-lhe classificar, categorizar, qualificar os meios de hospedagem, em território nacional, simbolizados por estrelas, de acordo com as condições de conforto, comodidade, serviços e atendimento que possuam. Esse Regulamento estabelece também: a) a forma de gerenciamento do Sistema Oficial de Classificação dos Meios de Hospedagem; b) o processo e os critérios para avaliação e classificação dos meios de hospedagem; c) as categorias para a classificação dos meios de hospedagem; d) os requisitos e padrões comuns e diferenciados de conforto e serviços para as categorias previstas.
Cabe ressaltar que a adoção e adesão ao sistema de classificação oficial é um ato voluntário dos meios de hospedagem interessados, ou seja, aqueles que porventura não queiram receber a classificação oficial não são obrigados. Contudo, para estes não será concedida a chancela dos órgãos oficiais, como o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), o Instituto Brasileiro de Hospe dagem (IBH), e dos órgãos de turismo dos estados, no que se refere à promoção de seu empreendimento nos mercados turísticos internos e externos. Atendidas as disposições desse Regulamento e da matriz de classificação aplicável, os meios de hospedagem serão classificados em categorias
O processo de classificação do meio de hospedagem é realizado por organismos avaliadores, devidamente homologados por um Conselho Técnico Nacional, composto por sete membros, indicados pelo EMBRATUR e pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), ao qual competirá:
a) coordenar, supervisionar, apreciar em grau de recurso e aprimorar a implantação e funcionamento do sistema de classificação dos meios de hospedagem; b) designar e substituir os membros dos Comitês de Classificação Regionais; c) conceder a classificação dos meios de hospedagem nas categorias Luxo e Super Luxo. O gerenciamento operacional do processo de classificação oficial dos meios de hospedagem é de responsabilidade do IBH, sociedade civil sem fins lucrativos, instituída e mantida pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), que mantém sistema próprio de controle sobre a eficácia dos serviços do Organismo Avaliador Credenciado, através da realização de inspeções por amostragem. Faça um resumo