"A ação é apenas o resultado da luta entre as vontades de um corpo. O que vemos por fim é resultado do combate e, por isto, nos aparenta uma unidade. Ao nos identificarmos com a ação, acreditamos também sermos responsáveis por tais ações. É muito comum o recurso retórico aos motivos que impulsionaram ações, deliberando-se uma ação foi tomada devido a um determinado motivo. Mas está própria luta dos motivos traduz apenas o jogo impulso subterrâneo ao qual quase não temos acesso, e caso o motivo exista, será ‘algo para nós completamente invisível e inconsciente’ (Nietzsche, Aurora). O que se tem sempre é o conhecimento do resultado da luta dos motivos, mas ‘a luta mesma se acha oculta em mim, e igualmente a vitória, como vitória; pois venho a saber o que foi – mas não o motivo que propriamente venceu.’