2. Leia uma descrição feita por Pero de Magalhães Gandavo, um cronista e historiador português. As * foram utilizadas para não identificar a fruta.
Também há uma fruta que lhe chamam *: há na terra muita abundância delas: parecem-se na feição com pepinos, nascem numas árvores muito tenras e não são muito altas, nem têm ramos senão folhas muito compridas e largas. * criam-se em cachos, algum se acha que tem de cento e cinquenta para cima, e muitas vezes é tão grande o peso delas que faz quebrar a árvore pelo meio [...].
GANDAVO, Pero de Magalhães. Tratado da Terra do Brasil. História da Provincia Santa Cruz, a que vulgarmente chamamos Brasil. Brasilia, DF: Secretaria Especial de Editoração e Publicações do Senado Federal, 2008. p. 109.
a) Identifique a comparação que foi feita com um fruto conhecido pelos portugueses. Por que esse fruto foi escolhido?
b) Que fruta o cronista descreve em seu Tratado da Terra do Brasil?
c) Você considera que o texto apresenta uma boa descrição da fruta e de sua árvore? Justifique sua resposta.
84

Question

Accepted Answer

a) A comparação feita pelo cronista Pero de Magalhães Gandavo foi com o pepino, um fruto conhecido pelos portugueses. Esse fruto foi escolhido provavelmente por ser familiar ao público europeu da época, facilitando a compreensão das características físicas da fruta descrita, como o formato. A comparação visava criar uma imagem mental que aproximasse os leitores da realidade da fruta mencionada, mesmo sem tê-la visto antes.

b) O cronista descreve a banana em seu Tratado da Terra do Brasil. As características mencionadas, como a abundância, a forma parecida com pepinos, o crescimento em cachos em árvores de porte não muito alto com folhas longas e largas, e o peso dos cachos capaz de quebrar a árvore, são típicas da bananeira e seus frutos.

c) Sim, o texto apresenta uma boa descrição da fruta e de sua árvore, considerando o contexto histórico e o objetivo do autor. Gandavo procurava informar os leitores europeus sobre as peculiaridades da Terra do Brasil, utilizando comparações com elementos já conhecidos por eles (como o pepino) para descrever algo completamente novo. A descrição é detalhada o suficiente para fornecer uma boa imagem da bananeira e dos cachos de bananas, apesar de não utilizar terminologia botânica específica, o que seria esperado numa obra científica contemporânea. A finalidade era mais exploratória e informativa, adequada ao público-alvo da época.