Download the Guru IA app
Android and iOS

beatriz
8)(Enem-2011) Abatidos pelo fadhino harmonioso e nostálgico ...
8)(Enem-2011) Abatidos pelo fadhino harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfirio, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outra notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em festa de amor: música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, fazia gosto estalar de gozo. AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento). No romance O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois a) destaca a ação de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas. b) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo. c) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português. d) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses. e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais. 9)(Enem) O mulato Ana Rosa cresceu; aprendeu a cor a gramática do Soteros Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma garagantazinha de controle que fazia gosto obter. Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: "Mulato". E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias. — Mulato! Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ela. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue. (AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996.) O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois a) relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça. b) apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX. c) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres. d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente. e) critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros. 10)(PUC) A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixo, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem lágrimas poucas e caladas... As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as desesperadamente, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis vê-la; mas o cadáver parecia de nada também. Menciono houve em que olhos de Capitu fitavam o defunto, quase os de viúva, sem o pranto nas palavras dessas, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã. O trecho acima, do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, autoriza o narrador a caracterizar os olhos da personagem, do ponto de vista metafórico, como a) olhos de viúva oblíqua e dissimulada, apaixonados pelo nadador da manhã.
8)(Enem-2011) Abatidos pelo fadhino harmonioso e nostálgico dos desterrados, iam todos, até mesmo os brasileiros, se concentrando e caindo em tristeza; mas, de repente, o cavaquinho de Porfirio, acompanhado pelo violão do Firmo, romperam vibrantemente com um chorado baiano. Nada mais que os primeiros acordes da música crioula para que o sangue de toda aquela gente despertasse logo, como se alguém lhe fustigasse o corpo com urtigas bravas. E seguiram-se outra notas, e outras, cada vez mais ardentes e mais delirantes. Já não eram dois instrumentos que soavam, eram lúbricos gemidos e suspiros soltos em torrente, a correrem serpenteando, como cobras numa floresta incendiada; eram ais convulsos, chorados em festa de amor: música feita de beijos e soluços gostosos; carícia de fera, fazia gosto estalar de gozo. AZEVEDO, A. O Cortiço. São Paulo: Ática, 1983 (fragmento). No romance O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, as personagens são observadas como elementos coletivos caracterizados por condicionantes de origem social, sexo e etnia. Na passagem transcrita, o confronto entre brasileiros e portugueses revela prevalência do elemento brasileiro, pois a) destaca a ação de personagens brasileiras e omite o de personagens portuguesas. b) exalta a força do cenário natural brasileiro e considera o do português inexpressivo. c) mostra o poder envolvente da música brasileira, que cala o fado português. d) destaca o sentimentalismo brasileiro, contrário à tristeza dos portugueses. e) atribui aos brasileiros uma habilidade maior com instrumentos musicais. 9)(Enem) O mulato Ana Rosa cresceu; aprendeu a cor a gramática do Soteros Reis; lera alguma coisa; sabia rudimentos de francês e tocava modinhas sentimentais ao violão e ao piano. Não era estúpida; tinha a intuição perfeita da virtude, um modo bonito, e por vezes lamentara não ser mais instruída. Conhecia muitos trabalhos de agulha; bordava como poucas, e dispunha de uma garagantazinha de controle que fazia gosto obter. Uma só palavra boiava à superfície dos seus pensamentos: "Mulato". E crescia, crescia, transformando-se em tenebrosa nuvem, que escondia todo o seu passado. Ideia parasita, que estrangulava todas as outras ideias. — Mulato! Esta só palavra explicava-lhe agora todos os mesquinhos escrúpulos, que a sociedade do Maranhão usara para com ela. Explicava tudo: a frieza de certas famílias a quem visitara; as reticências dos que lhe falavam de seus antepassados; a reserva e a cautela dos que, em sua presença, discutiam questões de raça e de sangue. (AZEVEDO, A. O Mulato. São Paulo: Ática, 1996.) O texto de Aluísio Azevedo é representativo do Naturalismo, vigente no final do século XIX. Nesse fragmento, o narrador expressa fidelidade ao discurso naturalista, pois a) relaciona a posição social a padrões de comportamento e à condição de raça. b) apresenta os homens e as mulheres melhores do que eram no século XIX. c) mostra a pouca cultura feminina e a distribuição de saberes entre homens e mulheres. d) ilustra os diferentes modos que um indivíduo tinha de ascender socialmente. e) critica a educação oferecida às mulheres e os maus-tratos dispensados aos negros. 10)(PUC) A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixo, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem lágrimas poucas e caladas... As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as desesperadamente, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis vê-la; mas o cadáver parecia de nada também. Menciono houve em que olhos de Capitu fitavam o defunto, quase os de viúva, sem o pranto nas palavras dessas, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã. O trecho acima, do romance Dom Casmurro, de Machado de Assis, autoriza o narrador a caracterizar os olhos da personagem, do ponto de vista metafórico, como a) olhos de viúva oblíqua e dissimulada, apaixonados pelo nadador da manhã.