A Bill Aberdeen
Em 1827, a Inglaterra exigiu do Império brasileiro a extinção do tráfico de africanos no prazo de três anos, como condição para reconhecer a independência do Brasil. Por conta disso, em 1831, uma lei brasileira declarou ilegal o comércio de africanos para o Brasil. Mas como, apesar da lei, esse comércio cresceu em vez de diminuir, em 1844 a Inglaterra exigiu a renovação do acordo de 1827. O governo de D. Pedro II, porém, recusou-se a renová-lo, acusando os ingleses de violarem a soberania nacional ao invadir águas brasileiras para prender navios que traficavam africanos.
Em represália, em 1845, o governo da Inglaterra aprovou a Bill Aberdeen, lei que autorizava os navios ingleses a prender ou afundar os navios negreiros; a lei considerava criminosos o dono do navio, o capitão, o piloto e seus auxiliares. Os traficantes eram julgados na Inglaterra.
A tabela ao lado mostra como os donos de escravizados reagiram à Bill Aberdeen.
Reação dos donos de escravizados à Bill Aberdeen (1845-1850)
Período Número de escravizados entrados no Brasil
1845 19 453
1846 50 325
1847 56 172
1848 60 000
1849 54 000
1850 23 000
Fonte dos dados: COSTA, Emília Viotti da. Da senzala à colônia. São Paulo: Unesp, 1977, p. 71.