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Estudos Gerais05/05/2024

A bomba suja Introduzo na poesia a palavra diarreia. Não pe...

A bomba suja

Introduzo na poesia a palavra diarreia. Não pela palavra fria mas pelo que ela semeia.

Quem fala em flor não diz tudo. Quem me fala em dor diz demais. O poeta se torna mudo sem as palavras reais.

No dicionário a palavra é mera ideia abstrata. Mais que palavra, diarreia é arma que fere e mata.

Que mata mais do que faca, mais que bala de fuzil, homem, mulher e criança no interior do Brasil.

Por exemplo, a diarreia, no Rio Grande do Norte, de cem crianças que nascem, setenta e seis leva à morte. É como uma bomba D que explode dentro do homem quando se dispara, lenta, a espoleta da fome.

É uma bomba-relógio (o relógio é o coração) que enquanto o homem trabalha vai preparando a explosão.

Bomba colocada nele muito antes dele nascer; que quando a vida desperta nele, começa a bater.

Bomba colocada nele pelos séculos de fome e que explode em diarreia no corpo de quem não come.

Não é uma bomba limpa: é uma bomba suja e mansa que elimina sem barulho vários milhões de crianças.

Sobretudo no nordeste mas não apenas ali, que a fome do Piauí se espalha de leste a oeste.

GULLAR г

Cabe agora perguntar quem é que faz essa fome, quem foi que ligou a bomba ao coração desse homem.

Quem é que rouba a esse homem o cereal que ele planta, quem come o arroz que ele colhe se ele o colhe e não janta.

Quem faz café virar dólar e faz arroz virar fome é o mesmo que põe a bomba suja no corpo do homem.

Mas precisamos agora desarmar com nossas mãos a espoleta da fome que mata nossos irmãos.

Mas precisamos agora deter o sabotador que instala a bomba da fome dentro do trabalhador.

E sobretudo é preciso trabalhar com segurança pra dentro de cada homem trocar a arma de fome pela arma da esperança. 3. Releia a terceira estrofe.

a) Quais hipônimos de arma são citados na continuidade do poema?

b) Qual deles é a imagem central para a representação dos efeitos da diarreia?

  1. Releia o título do poema e a décima estrofe. Quais são os sentidos da palavra suja?

  2. O poema desenvolve um raciocínio.

a) Quais dados provam os terríveis efeitos da diarreia?

b) Quais versos revelam que esse problema de saúde é antigo?

c) O que é abordado na estrofe 11?

d) Segundo o poema, qual é a causa da diarreia?

COMO FUNCIONA UM POEMA-PROTESTO?

Como você percebeu, o poema lido discute um problema social: a fome e suas consequências. Para aprofundar suas observações, responda também às seguintes questões.

  1. O poema aponta dois grupos sociais relacionados à fome.

a) Qual grupo social sofre as consequências da fome?

b) Segundo o eu lírico, qual grupo social é responsável por causar

a fome?

c) Na quarta estrofe, citam-se homens, mulheres e crianças atingidos pela doença. Que palavras se referem a eles nas três estrofes finais?

d) Na penúltima estrofe, que palavra identifica os responsáveis pela doença?

e) A forma de nomear as pessoas que compõem os dois grupos sociais aproxima o eu lírico de qual deles?

  1. Que função o eu lírico acredita ter no contexto que descreve?

  2. Nas estrofes finais, o eu lírico inclui o leitor no poema.

a) Que recurso gramatical evidencia essa inclusão?

b) Que papel teria o leitor?

  1. Na sua opinião, o eu lírico apresenta um discurso agressivo? Por quê?

  2. Embora não se possa confundir o eu lírico com a figura real do poeta, nota-se que os poemas-protestos correspondem, em geral, a um instrumento do poeta para se manifestar diante dos fatos do mundo e interferir na sociedade. Contra o que o poeta protesta em "A bomba suja"? Com qual objetivo?

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