A poesia de Augusto dos Anjos revela aspectos de uma literatura de transição designada como pré-modernista. Com relação à poética e à abordagem temática presentes no soneto, identificam-se marcas dessa literatura de transição, como
Eu, filho do carbono e do amoniaco, Monstro de escuridão e rutilância, Sofro, desde a epigênese da infância, A influência má dos signos do zodíaco.
Produndissimamente hipocondríaco, Este ambiente me causa repugnância... Sobe-me a boca uma ânsia análoga à ânsia Que se escapa da boca de um cardíaco.
Já o verme -- este operário das ruínas -- Que o sangue podre das carniças Come, e a vida em geral declara guerra,
Anda a espreitar meus olhos para roê-los, E há de deixar-me apenas os cabelos, Na frialdade inorgânica da terra!