A política do café com leite
Muitos governadores tinham o apoio dos grandes proprietários de terras, membros da oligarquia latifundiária. Também conhecidos como "coronéis", esses latifundiários exerciam considerável poder e influência regional.
Durante as eleições, os coronéis manipulavam os resultados praticando o chamado voto de cabresto. Naquela época, o voto não era secreto e, por isso, era comum que os eleitores votassem nos candidatos indicados pelos coronéis para evitar represálias e também em troca de favores pessoais.
A força política dos coronéis garantia a manutenção no poder dos representantes das principais oligarquias brasileiras.
Charge de Alfredo Storni publicada na revista Careta, ironizando o voto de cabresto, Rio de Janeiro, RJ, em 1927.
Os estados de São Paulo e de Minas Gerais eram os mais ricos e populosos do Brasil na época. Os paulistas detinham o centro da produção cafeeira; já os mineiros, além de cafeicultores, eram grandes produtores de leite. Para garantir os interesses das oligarquias, foi estabelecida uma aliança entre o governo federal e os representantes desses dois estados, que ficou conhecida como política do café com leite (café para se referir aos paulistas e leite, aos mineiros). Com essa aliança, políticos mineiros e paulistas sucediam-se na presidência da República até o final da década de 1920.
Charge de Alfredo Storni publicada na revista Careta, representando a política do café com leite, Rio de Janeiro, RJ, em 1925.