Agora sem olhar-se, rigidamente presos à tarefa que os esperava, se separaram na porta da cabana. Ela devia seguir pela trilha que ia para o norte. Na trilha oposta ele se virou por um instante para vê-la correr com o cabelo solto. Correu também, parapeitando-se atrás das árvores e das sebes, até distinguir na bruma cor de malva do crepúsculo a alameda que ia até a casa. Os cachorros não deviam latir, e não latiram. O administrador não devia estar àquela hora, e não estava. Subiu os três degraus da varanda e entrou. Através do sangue galopando em seus ouvidos the chegavam as palavras da mulher: primeiro uma sala azul, depois uma varanda, uma escada atapetada. No alto, duas portas. Ninguém no primeiro aposento, ninguém no segundo. A porta do salão, e então o punhal na mão, a luz das vidraças, o encosto alto de uma poltrona de veludo verde, a cabeça do homem na poltrona lendo um romance.
CORTÁZAR, I. Continuidade dos parques. In: CORTÁZAR, I. Final do jogo. Traduçâo de Paulina Wacht e Ari Roitman. Rio de Janeiro: Civilizaçăo Brasileira, 2014. p. 9-11.
8. 0 conto está centrado na figura de um leitor.
a) Considere as informações sobre ele e trace um perfil.
b) Descreva o ambiente onde a personagem se encontra. 0 que ele sugere?
2, 0 espaço está dividido principalmente entre o escritório e o parque dos carvalhos.
a) Que outra divisão a duplicidade do espaço marca?
b) Como essa divisão é quebrada?