Balaiaada (1838-1841): Maranhão e Piauí
A Balaia foi uma revolta popular ocorrida no Maranhão e no Piauí entre 1838 e 1841. O nome da revolta se deveu ao fato de que um de seus líderes, o artesão Manoel Francisco dos Anjos Ferreira, fazia balaiós para vender.
Seus principais motivos foram: os altos impostos cobrados pelo governo regencial; a luta por autonomia em relação ao Império; a luta entre os grupos políticos liberais e conservadores para controlar a província; a crise econômica vivida pelos habitantes da região e suas consequências para a população pobre.
Na década de 1830, a situação no Maranhão era tensa:
a) o algodão maranhense, a principal riqueza da província, vinha perdendo mercado, pois os ingleses estavam preferindo comprar o algodão norte-americano, mais barato e de melhor qualidade;
b) os maranhenses tinham de pagar altos preços por roupas e alimentos vendidos pelos comerciantes (portugueses em sua maioria);
c) os pequenos proprietários vinham perdendo terras para os grandes fazendeiros e sendo forçados a mudar para o sertão ou para a cidade em busca de sobrevivência;
d) os escravizados – cerca de metade da população na época – reagiam à opressão formando quilombos.
Nesse contexto, bandos formados por desempregados, vaqueiros, quilombolas e indígenas passaram a atacar as fazendas, atemorizando seus proprietários. Em dezembro de 1838, um desses bandos, chefiado pelo vaqueiro Raimundo Gomes, o “Cara Preta”, tomou uma pequena cidade do interior e divulgou um documento exigindo a substituição do presidente da província, a expulsão dos comerciantes portugueses e o fim da escravidão. Depois, os balaiós conquistaram Caxias, a segunda maior cidade do Maranhão na época, e avançaram em direção ao Piauí, onde, com a ajuda dos rebeldes locais, venceram as tropas oficiais enviadas para combater-los (1839).
Naquele mesmo ano, cerca de 3 mil quilombolas, liderados por Cosme Bento das Chagas, aderiram à luta dos balaiós.