Byung-Chul Han, filósofo sul-coreano radicado na Alemanha, é conhecido por suas críticas à sociedade contemporânea, especialmente no contexto do capitalismo neoliberal e da digitalização· Han argumenta que a pandemia de COVID-19 intensificou a crise social e a solidão, agravando a perda do "outro", o que se reflete em mudanças nos hábitos de interação, como o abandono de gestos físicos de afeto, visto como algo contaminante· Ele lamenta a crescente incapacidade de tocar outras pessoas, o que considera destrutivo para as relações humanas e um fator agravante da solidão moderna·
Em suas reflexões, Han critica o papel central que o smartphone assumiu na vida das pessoas, transformando-se de uma ferramenta de comunicação em um dispositivo de subjugação· Para ele, o celular funciona como um "rosário digital", onde o ato de dar "likes" é comparado a um "amém" contemporâneo· Essa dependência do aparelho reflete uma nova forma de autoexploração, na qual o indivíduo acredita estar se realizando, quando na verdade está se alienando·
A digitalização, segundo Han, empobrece a experiência humana e intensifica a dor crônica, que ele associa à depressão e ao isolamento· Ele observa que o contato físico, muitas vezes substituído pelo uso do celular, poderia aliviar esse sofrimento· Além disso, Han aponta que a digitalização reduz a capacidade de concentração e leitura, substituindo práticas culturais mais profundas, como a leitura de poesia, por um consumo rápido de séries e entretenimento digital· Ele finaliza com um alerta sobre os perigos da digitalização para a sociedade, enfatizando que, se essa tendência continuar, poderemos nunca mais ver o surgimento de grandes obras literárias como as de Cervantes·
Faça uma resenha