Características do Antigo Regime
Durante o Antigo Regime, a população era, em sua maioria, rural. Em regiões como a França, o Estado mais identificado com esse sistema, que tinha cerca de 80% de sua população vivendo no campo, onde era submetida a duras condições de vida e obrigações da servidão, como o sistema de corveia.
Mas isso não significava que todos os moradores das zonas rurais trabalhassem necessariamente com a agricultura. Não eram poucos os trabalhadores que exerciam profissões como carpinteiros, ferreiros, tecelões, ceramistas, comerciantes, construtores, dentre outras ocupações.
Muitas das oficinas que produziam bens consumidos pelas cidades estavam localizadas no campo, perto de recursos naturais como rios e florestas. As cidades eram sustentadas pelo que o campo produzia.
Nos centros urbanos, a maior parte da população era formada pela burguesia. Essa classe se voltava sobretudo para o comércio. Sua composição ia dos grandes mercadores, cujos negócios alcançavam regiões distantes do mundo, aos pequenos comerciantes, de alcance localizado.
A divisão em classes sociais com baixa mobilidade era parte integrante da sociedade europeia durante o Antigo Regime, com o nascimento determinado, em grande medida, o papel do indivíduo em sua comunidade.
Essa estrutura de baixa mobilidade já vinha desde a Antiguidade. Uma pessoa que não pertencesse à nobreza poderia até enriquecer, porém dificilmente teria os mesmos privilégios que as abastadas de nascimento.
Em outras palavras, os indivíduos ainda estavam distribuídos em ordens sociais, chamadas estamentos, por isso a sociedade europeia do século XVIII pode ser definida como uma sociedade estamental.
Na França anterior a 1789, a sociedade era dividida em três grandes estamentos, ou estados. Cada estado tinha seus próprios estatutos jurídicos. O primeiro estado era constituído pelo clero, ou seja, pelos membros da hierarquia católica, como bispos, padres, abades e cardeais.