COLÉGIO MUNICIPAL ÂNGELO BOSA
DISCIPLINA: __________
PROFESSOR (A): __________
ANO: __________
TURMA: __________
TURNO: __________
DATA: __________
ALUNO (A): __________
Educação Para o Futuro: Uma Visão 360°
1º TEXTO
Meninos Carvoeiros
Os meninos carvoeiros
Passam a caminho da cidade.
— Eh, carvoeiro!
E vão tocando os animais com um relho enorme.
Os burros são magrinhos e velhos.
Cada um leva seis sacos de carvão de lenha.
A aniajem é toda remendada.
Os carvãoes caem.
(Pela boca da noite vem uma velhinha que os recolhe, dobrando-se com um gemido.)
— Eh, carvoeiro!
Só mesmo estas crianças raquiticas
Vão bem com estes burrinhos descadeirados.
A madrugada ingênua parece feita para eles ...
Pequena, ingênua miséria!
Adoráveis carvoeirinhos que trabalhais como se brincásseis!
— Eh, carvoeiro!
Quando voltam, vêm mordendo num pão encaroçado,
Encarapitados nas alminhas,
Apostando corrida,
Dançando, bamboeando nas cangalhas como espantalhos desamparados.
BANDEIRA, Manuel. Meninos Carvoeiros. Petropolis, 1921
INTERPRETANDO O TEXTO
No poema de Manuel Bandeira, há uma crítica:
a) ao abandono infantil, visto que muitos pais se colocam em posição distante na criação dos filhos.
b) à violência contra crianças, que são vulneráveis à exploração de adultos quando não há políticas públicas de proteção.
c) ao trabalho precoco, que degrada a infância de muitas crianças vítimas da pobreza social.
d) à desnutrição infantil, já que a condição de miséria de muitos infantes desencadeia um quadro grave de fome entre uma parcela da população.
e) à perda da infância, substituída pelo trabalho forçado em carvoarias, contrário aos índices ideais de escolarização.