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Augusto
coloquial? A) Confere ao texto um tom respeitoso e objetivo,...
coloquial?
A) Confere ao texto um tom respeitoso
e objetivo, típico da narração
jornalística.
B) Diminui a subjetividade da narrativa,
tornando a linguagem narrativa mais
impessoal.
C) Introduz um elemento cômico ao
texto, contrastando com o suspense do
enredo.
D) Retira o foco da temática indígena,
por utilizar uma linguagem urbana e
genérica.
E) Aproxima o leitor da experiência
narrada, reforçando a oralidade e o tom
popular da narrativa.
Questão 07 de 07
coloquial? A) Confere ao texto um tom respeitoso e objetivo, típico da narração jornalística. B) Diminui a subjetividade da narrativa, tornando a linguagem narrativa mais impessoal. C) Introduz um elemento cômico ao texto, contrastando com o suspense do enredo. D) Retira o foco da temática indígena, por utilizar uma linguagem urbana e genérica. E) Aproxima o leitor da experiência narrada, reforçando a oralidade e o tom popular da narrativa. Questão 07 de 07
Leia o texto a seguir para responder às próximas questões:
TEXTO 2
Fogo-fátuo é o nome pelo qual se conhece o Mboi-tatá, que em nhengatu significa “cobra de fogo”. Ele é um ser visajento¹, brilhante, que para os Maraguá, e especialmente para os habitantes do rio Urariá, se apresenta como uma luz que pinga, como se fosse uma vela.
Certa vez, um rapaz de uma aldeia saiu para ir a uma festa na aldeia vizinha. Muito interessado nas moças, ele demorou muito e acabou voltando depois da meia-noite. Como não havia levado lamparina para alumiar o caminho, foi andando aos tropeções pelo cacoal² de uns dois quilômetros que separava as duas aldeias. Sempre é perigoso andar por dentro do cacoal, pois a luz do luar não atravessa as árvores, e muitas vezes há cobras venenosas, como a surukuku, a mais temida da região.
O rapaz vinha o tempo todo olhando para trás, torcendo para que viesse alguém com uma lamparina. Mas não vinha ninguém, e ele continuava andando, sempre com muito medo de ser picado por alguma cobra. De repente ele avistou uma luz muito ao longe e resolveu esperar, achando que fosse alguém da aldeia que vinha na sua direção. Quando a luz se aproximou, ele chamou:
— Olá, amigo, quem é você?
Só que ninguém respondeu. O rapaz recomeçou a andar, bem devagarinho, e meio cismado tornou a falar:
— Olá, amigo, está indo para a aldeia?
Mais uma vez, ninguém respondeu.
Muito desconfiado, o rapaz acelerou o passo. A luz se tornou mais forte e, pingando como uma vela, foi se aproximando mais depressa. O rapaz não quis ver mais nada. Saiu correndo, tropeçando no meio da escuridão, caindo e se levantando, com a luz misteriosa sempre atrás dele, tentando alcançá-lo.
Cansado de tanto correr, quase entregando os pontos, ele acabou deixando a escuridão do cacoal e avistou a aldeia logo à sua frente. Não deu nem para chegar em casa. Passou como um relâmpago pelo meio dos cachorros que latiam e se jogou contra a porta do primeiro tapiry³ que encontrou. Com o tranco, arrebentou a esteira de japá4 e caiu para dentro. O dono da casa acordou assustado, ouviu a história do rapaz e os dois saíram juntos para o terreiro. A luz estranha tinha sido atacada pelos cachorros, e eles ainda a viram se afastando e voltando a entrar no cacoal.
No dia seguinte a aldeia toda ficou sabendo do caso, e nunca mais ninguém teve coragem de passar por aquele cacoal à noite.
¹ ser visajento (ou visagento): ser sobrenatural.
² cacoal: aglomerado de cacaueiros.
³ tapiry: choupana que serve de abrigo.
4japá: esteira de palha para cobrir ou servir de porta.
VUNESP, 2024 - Adaptada) Observa-se o emprego de uma expressão própria da linguagem coloquial no seguinte trecho do conto:
“Cansado de tanto correr, quase entregando os pontos, ele acabou deixando a escuridão do cacoal.”
Considerando o gênero conto, qual é o efeito de sentido gerado a partir do uso de linguagem coloquial?