Congresso internacional do medo
Provisoriamente não cantaremos o amor,
que se refugiou mais abaixo dos subterrâneos,
Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,
não cantaremos o ódio porque esse não existe,
existe apenas o medo, nosso pai e nosso
companheiro, o medo grande dos sertões, dos
mares, dos desertos,
o medo dos soldados, o medo das mães, [...]
cantaremos o medo da morte e o medo de
morte,
Depois morreremos de medo
E sobre nossos túmulos nascerão flores
amarelas e medrosas.
ANDRADE, Carlos Drummond de
1 (SAEGO). Nesse texto, há presença de ironia no
verso:
a) "Provisoriamente não cantaremos o amor,"
b) "Cantaremos o medo, que esteriliza os abraços,"
c) "cantaremos o medo da morte e o medo de
depois da morte,"
d) "e sobre nossos túmulos nascerão flores
amarelas e medrosas."