Corrija:
— Tenho, mas… — Ethan começou, incapaz de esconder completamente sua inquietação — Você falou sobre ter ouvido Leila conversar com alguém ao pé da sua cama, mas acontece que isso não é prova suficiente para que Kaylus possa prendê-la, até porque ele poderia pensar que é tudo fruto de um delírio.
— Ah, sim, é que eu não te contei tudo — Aaron admitiu suavemente, levantando o rosto para observar o céu, que parecia refletir a gravidade de suas próximas palavras. Embora sereno, ele estava repleto de nuvens cinzentas que prometiam chuva a qualquer momento.
— Então você tem provas? Quais? — Ethan perguntou, ansiedade clara em sua voz.
— Eu vi quando ela moeu umas folhinhas e pôs na comida, mas não sabia dizer o que era, só foi recentemente que voltei a sentir o cheiro, quando eu falei ao Kaylus passei a considerar a possibilidade de se tratar do veneno.
— Fiquei sabendo que fizeram uma busca pelo quarto dela, se a mandaram para a prisão é provável que tenham encontrado algo que a incrimine — Ethan disse desanimado.
— Sim, a essa altura Leila já deve estar sendo interrogada.
— Será que existe alguém por trás dela?
— E você ainda tem dúvidas? — Aaron tocou a maçã do rosto onde um pingo de chuva deslizou e olhou para o céu que estava coberto por nuvens cinzentas — Está chuviscando, é melhor voltarmos.
— Sim, vamos! — Ethan se levantou primeiro e estendeu a mão para ajudar Aaron que a encarou por alguns segundos e depois a agarrou.
Os dois correram por entre as árvores enquanto os pesados pingos de chuva caiam sobre suas cabeças. Ethan apressou o passo quando adentraram o pátio externo que era paralelo ao portão de entrada, no momento havia um grupo de aproximadamente vinte guardas que treinavam, ao vê-los passar, alguns se voltavam e os cumprimentavam, outros não notavam e simplesmente continuavam com o treino.