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Crie uma redação norma nota do Enem com base nesses critérios
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Redação e Leitura - Novo Ensino Médio - 101 e 104 - 50433
Redação e Leitura - Novo Ensino Médio - 101 e 104 - 50433
655:40:52
Redação Enem "Uso crítico da IA" 3EMP2
Proposta de texto dissertativo-argumentativo modelo Enem.
Usuário:
Adriel Luis Camillo da Silva
Autor:
rubendonascim1566310-sp
Redação 01 de 01
10 PONTOS
TEXTO I
Foi sancionada a Lei 14.533, de 2023, que cria a Política Nacional de Educação Digital (Pned), com medidas de estruturação e incentivo ao ensino de computação, programação e robótica nas escolas. A lei teve origem no PL 4.513/2020, aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro com várias contribuições introduzidas pelo Senado.
[...]
A Política Nacional de Educação Digital será regulamentada pelo Poder Executivo federal e deverá estar prevista no plano nacional plurianual e nas leis orçamentárias. A proposta se estrutura em eixos voltados para: a inclusão digital da população brasileira; a educação digital nas escolas; ações de capacitação do mercado de trabalho; e incentivo à inovação, à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D).
SENADO NOTÍCIAS. Política Nacional de Educação Digital é sancionada com vetos, 12 jan. 2023. Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/01/12/politica-nacional-de-educacao-digital-e-sancionada-com-vetos. Acesso em: 13 jan. 2025.
TEXTO II
No Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, os alunos do ensino médio receberam a tarefa de produzir uma redação, nos moldes do Enem, 100% por meio da IA. Os estudantes não poderiam escrever nenhuma palavra autoral. Em seguida, o docente corrigiu as produções em sala de aula, e o resultado foi que a maioria dos alunos obteve nota mediana, pois os textos apresentavam inconsistência de informação e faltava fluidez.
Apenas uma aluna se destacou. “Ela sabia o que queria e orientou bem a IA, e este é o cerne do que a gente acredita. Quando a ferramenta é usada para ajudar o aluno a aprofundar um conhecimento, o resultado é incrível, mas quando se usa para terceirizar um conhecimento, é péssimo. Um bom resultado depende de um bom comando”, afirma o professor Lucas Chao.
Para o professor, é fundamental que esses sistemas sejam incorporados ao ambiente escolar, até para preparar os alunos para as oportunidades do mundo do trabalho. Mas é necessário lembrar que o vestibular, por exemplo, funciona como uma prova clássica. “Hoje trabalhamos com um consenso de que essas ferramentas são importantes e vieram para ficar. Se existe um futuro melhor, é por meio da conscientização, de um uso crítico. Trazemos essas tecnologias para a sala de aula, mas temos os momentos de avaliação tradicional com papel e caneta. São os dois mundos.”
[...]
Verônica Cannatá defende que as discussões em torno do uso da IA se tornem políticas públicas e não fiquem restritas ao universo das redes particulares de ensino. “Ignorar a IA é deixar seu aluno em uma área de analfabetismo tecnológico. [...]”.
FAJARDO, Vanessa. Estadão. 28/08/2024. Essa escola pediu aos alunos uma redação do Enem 100% feita pelo ChatGPT: qual foi o resultado?. Disponível em: https://www.estadao.com.br/educacao/escola-inteligencia-artificial-chatgpt-redacao-enem/?srsltid=AfmBOooeFTYWo9kV7NE5rC56x6JiULr1QWeY1phi-AjV1QEkKUdIZyL1. Acesso em: Acesso em: 13 jan. 2025. Adaptado.
TEXTO III
A síndrome de Frankenstein na era da inteligência artificial
O termo deriva do romance Frankenstein, escrito por Mary Shelley em 1818, que narra a história de um cientista que cria vida artificial, e passa posteriormente a ser assombrado e destruído por sua própria criação. Embora Shelley não tenha usado explicitamente o termo “síndrome de Frankenstein”, a obra tornou-se uma metáfora poderosa para os perigos percebidos do avanço tecnológico sem controle ético ou moral. O conceito ganhou força no século XX, especialmente no contexto do desenvolvimento de novas tecnologias, como a energia nuclear, a biotecnologia, e, mais recentemente, a inteligência artificial (IA). Durante a Guerra Fria, por exemplo, o medo em torno das armas nucleares ecoava esse mesmo temor: o medo de uma tecnologia que pudesse causar destruição em massa, algo fora do controle de uma única pessoa ou nação.
CAPPRA, R. Síndrome de Frankenstein na era da inteligência artificial. MIT Technology Review, 13 out. 2024. Disponível em: https://mittechreview.com.br/sindrome-frankenstein-ia/. Acesso em: 13 jan. 2025.
TEXTO IV
LAERTE. Charge de hoje na Folha de S. Paulo. X, 2 mar. 2023.
Disponível em: https://x.com/LaerteCoutinho1/status/1631240935043473410. Acesso em: 13 jan. 2025.
ENUNCIADO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Desafios para o uso crítico da inteligência artificial na educação brasileira, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Gênero Textual:
Texto dissertativo-argumentativo ENEM 3EMP2
Critérios de Avaliação:
Na primeira proposta de redação do bimestre, você já entrou em contato com o texto dissertativo-argumentativo e com as especificidades dele segundo o modelo de redação Enem. Vale, porém, relembrar informações importantes sobre o tipo de texto e o modelo, assim como conferir um exemplo de redação avaliada como nota máxima diferente da que você leu na proposta anterior.
FOCO NO GÊNERO
O que é o texto dissertativo-argumentativo modelo Enem?
Texto dissertativo-argumentativo é um texto em que o autor discorre (disserta) sobre determinado assunto e defende um ponto de vista sobre ele (daí sua dimensão argumentativa). No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), atualmente o maior vestibular do país, a prova de Redação exige a elaboração de um texto dissertativo-argumentativo sobre um tema de interesse nacional.
Não basta, porém, apenas discorrer sobre o tema e construir argumentos em defesa de um ponto de vista. É preciso apresentar uma proposta de intervenção. Isso significa que, nessa prova, é imprescindível, sempre, identificar qual é o problema em discussão. Afinal, só há necessidade de intervir no tema porque existe um problema em pauta.
O problema identificado será discutido ao longo do desenvolvimento do texto e, preferencialmente na conclusão, será apresentada a proposta de intervenção que visa solucioná-lo ou mitigá-lo (torná-lo mais brando).
Além da exigência de uma proposta de intervenção, a prova de Redação do Enem também se diferencia por demandar o uso de um repertório sociocultural externo à coletânea e produtivo para a discussão do tema.
Como repertório, são válidos, entre outros, relatos históricos, referências a livros, pensadores(as), músicas, filmes, séries e outras produções audiovisuais, desde que devidamente explicados e articulados à discussão.
Como escrever o texto dissertativo-argumentativo modelo Enem?
Para escrever seu texto, é muito importante que você:
Leia atentamente o enunciado da proposta e a coletânea, anotando palavras-chave do tema e dados e informações da coletânea que possam compor seu texto;
Elabore um projeto de texto claro. Planeje o ponto de vista a ser defendido, os argumentos que o sustentarão e a proposta de intervenção no problema;
Separe um ou mais elementos de seu repertório sociocultural para compor a discussão;
Em seguida, organize o texto, preferencialmente em quatro parágrafos:
● Introdução: apresentação do tema e do ponto de vista;
● Desenvolvimento 1: argumento 1 que sustenta o ponto de vista;
● Desenvolvimento 2: argumento 2 que sustenta o ponto de vista;
● Conclusão: proposta de intervenção.
Dica adicional: uma boa estratégia é inserir um elemento de seu repertório sociocultural logo no início do texto. Além de capturar a atenção do leitor, é uma ótima forma de começar a redigir as primeiras linhas (consideradas por muitos autores como as mais difíceis).
FOCO NO MODELO
● Confira a seguir um texto nota máxima sobre o tema “A manipulação do usuário pelo controle de dados na internet” (Enem 2018). Veja como o autor inicia o texto com um repertório sociocultural – citação de argumento de autoridade - e, em seguida, relaciona esse repertório ao tema da manipulação do usuário na internet.
● Na conclusão, são propostas medidas de intervenção capazes de mitigar o problema discutido.
Texto originalmente sem título
Para o pensador francês Pierre Bourdieu, “aquilo que foi criado para ser um instrumento de democracia, não deve ser convertido em uma ferramenta de manipulação“. Essa visão, embora correta, não é efetivada no hodierno cenário global, sobretudo no Brasil, posto que se tornou frequente a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet, nas diversas relações cotidianas. Isso ocorre, ora em função do despreparo civil, ora pela inação das esferas governamentais para conter esse dilema. Assim, hão de ser analisados tais fatores, a fim de que se possa liquidá-los de maneira eficaz.
A priori, é imperioso destacar que a manipulação da conduta dos usuários, pelo controle dos seus dados nas plataformas virtuais, é fruto do despreparo civil para lidar com a influência das tecnologias. Isso porque, mediante a ausência de uma orientação adequada, os indivíduos são expostos, cotidianamente, a conteúdos selecionados por algoritmos que direcionam os materiais, segundo os gostos pessoais. Esse panorama se evidencia, por exemplo, quando se observa a elaboração superficial de um “ranking“ diário de informações em plataformas digitais como “Twitter”, em que o grau de relevância da disposição de conteúdos já é pré-determinado. Logo, é substancial a alteração desse quadro que vai de encontro à possibilidade de escolha inerente ao homem.
Outrossim, é imperativo pontuar que a manipulação dos atos de usuários da internet, devido ao controle de dados desse público, deriva, ainda, da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Isso se torna mais claro, por exemplo, ao se observar o recente cenário das eleições ocorridas em países da América Latina, como Colômbia, México e Brasil, em que a difusão desordenada de informações equivocadas, sem efetivas intervenções do Estado, induziram o comportamento do eleitor. Ora, se um governo se omite diante uma questão tão importante, entende-se, assim, o porquê de sua continuação. Desse modo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater a manipulação do comportamento dos usuários pelo controle de dados na internet. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação — ramo do Estado responsável pela formação civil — inserir, nas escolas, desde a tenra idade, a disciplina de Educação Digital, de cunho obrigatório em função da sua necessidade, além de difundir campanhas instrucionais, por meio das mídias de grande alcance, para que o sujeito aja corretamente segundo as próprias necessidades e escolhas. Ademais, o Governo Central deve impor sanções a empresas, em especial as virtuais, que criam perfis de usuários para influenciar suas condutas, por via da instauração de Secretarias planejadas para a atuação no ambiente digital, uma vez que tais plataformas padecem de fiscalizações efetivas, com o fito de minorar o controle de comportamentos por particulares. Quiçá, assim, tal hiato reverter-se-á, sobretudo na perspectiva tupiniquim, fazendo “jus”, deveras, àquilo que fora apregoado pelo pensador francês Bourdieu
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Autor:
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10 PONTOS
TEXTO I
Foi sancionada a Lei 14.533, de 2023, que cria a Política Nacional de Educação Digital (Pned), com medidas de estruturação e incentivo ao ensino de computação, programação e robótica nas escolas. A lei teve origem no PL 4.513/2020, aprovado pelo Congresso Nacional em dezembro com várias contribuições introduzidas pelo Senado.
[...]
A Política Nacional de Educação Digital será regulamentada pelo Poder Executivo federal e deverá estar prevista no plano nacional plurianual e nas leis orçamentárias. A proposta se estrutura em eixos voltados para: a inclusão digital da população brasileira; a educação digital nas escolas; ações de capacitação do mercado de trabalho; e incentivo à inovação, à pesquisa e ao desenvolvimento (P&D).
SENADO NOTÍCIAS. Política Nacional de Educação Digital é sancionada com vetos, 12 jan. 2023. Disponível em:
https://www12.senado.leg.br/noticias/materias/2023/01/12/politica-nacional-de-educacao-digital-e-sancionada-com-vetos. Acesso em: 13 jan. 2025.
TEXTO II
No Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo, os alunos do ensino médio receberam a tarefa de produzir uma redação, nos moldes do Enem, 100% por meio da IA. Os estudantes não poderiam escrever nenhuma palavra autoral. Em seguida, o docente corrigiu as produções em sala de aula, e o resultado foi que a maioria dos alunos obteve nota mediana, pois os textos apresentavam inconsistência de informação e faltava fluidez.
Apenas uma aluna se destacou. “Ela sabia o que queria e orientou bem a IA, e este é o cerne do que a gente acredita. Quando a ferramenta é usada para ajudar o aluno a aprofundar um conhecimento, o resultado é incrível, mas quando se usa para terceirizar um conhecimento, é péssimo. Um bom resultado depende de um bom comando”, afirma o professor Lucas Chao.
Para o professor, é fundamental que esses sistemas sejam incorporados ao ambiente escolar, até para preparar os alunos para as oportunidades do mundo do trabalho. Mas é necessário lembrar que o vestibular, por exemplo, funciona como uma prova clássica. “Hoje trabalhamos com um consenso de que essas ferramentas são importantes e vieram para ficar. Se existe um futuro melhor, é por meio da conscientização, de um uso crítico. Trazemos essas tecnologias para a sala de aula, mas temos os momentos de avaliação tradicional com papel e caneta. São os dois mundos.”
[...]
Verônica Cannatá defende que as discussões em torno do uso da IA se tornem políticas públicas e não fiquem restritas ao universo das redes particulares de ensino. “Ignorar a IA é deixar seu aluno em uma área de analfabetismo tecnológico. [...]”.
FAJARDO, Vanessa. Estadão. 28/08/2024. Essa escola pediu aos alunos uma redação do Enem 100% feita pelo ChatGPT: qual foi o resultado?. Disponível em: https://www.estadao.com.br/educacao/escola-inteligencia-artificial-chatgpt-redacao-enem/?srsltid=AfmBOooeFTYWo9kV7NE5rC56x6JiULr1QWeY1phi-AjV1QEkKUdIZyL1. Acesso em: Acesso em: 13 jan. 2025. Adaptado.
TEXTO III
A síndrome de Frankenstein na era da inteligência artificial
O termo deriva do romance Frankenstein, escrito por Mary Shelley em 1818, que narra a história de um cientista que cria vida artificial, e passa posteriormente a ser assombrado e destruído por sua própria criação. Embora Shelley não tenha usado explicitamente o termo “síndrome de Frankenstein”, a obra tornou-se uma metáfora poderosa para os perigos percebidos do avanço tecnológico sem controle ético ou moral. O conceito ganhou força no século XX, especialmente no contexto do desenvolvimento de novas tecnologias, como a energia nuclear, a biotecnologia, e, mais recentemente, a inteligência artificial (IA). Durante a Guerra Fria, por exemplo, o medo em torno das armas nucleares ecoava esse mesmo temor: o medo de uma tecnologia que pudesse causar destruição em massa, algo fora do controle de uma única pessoa ou nação.
CAPPRA, R. Síndrome de Frankenstein na era da inteligência artificial. MIT Technology Review, 13 out. 2024. Disponível em: https://mittechreview.com.br/sindrome-frankenstein-ia/. Acesso em: 13 jan. 2025.
TEXTO IV
LAERTE. Charge de hoje na Folha de S. Paulo. X, 2 mar. 2023.
Disponível em: https://x.com/LaerteCoutinho1/status/1631240935043473410. Acesso em: 13 jan. 2025.
ENUNCIADO
A partir da leitura dos textos motivadores e com base nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija texto dissertativo-argumentativo em modalidade escrita formal da língua portuguesa sobre o tema Desafios para o uso crítico da inteligência artificial na educação brasileira, apresentando proposta de intervenção que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma coerente e coesa, argumentos e fatos para a defesa de seu ponto de vista.
Gênero Textual: Texto dissertativo-argumentativo ENEM 3EMP2 Critérios de Avaliação: Na primeira proposta de redação do bimestre, você já entrou em contato com o texto dissertativo-argumentativo e com as especificidades dele segundo o modelo de redação Enem. Vale, porém, relembrar informações importantes sobre o tipo de texto e o modelo, assim como conferir um exemplo de redação avaliada como nota máxima diferente da que você leu na proposta anterior.
FOCO NO GÊNERO
O que é o texto dissertativo-argumentativo modelo Enem?
Texto dissertativo-argumentativo é um texto em que o autor discorre (disserta) sobre determinado assunto e defende um ponto de vista sobre ele (daí sua dimensão argumentativa). No Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), atualmente o maior vestibular do país, a prova de Redação exige a elaboração de um texto dissertativo-argumentativo sobre um tema de interesse nacional.
Não basta, porém, apenas discorrer sobre o tema e construir argumentos em defesa de um ponto de vista. É preciso apresentar uma proposta de intervenção. Isso significa que, nessa prova, é imprescindível, sempre, identificar qual é o problema em discussão. Afinal, só há necessidade de intervir no tema porque existe um problema em pauta.
O problema identificado será discutido ao longo do desenvolvimento do texto e, preferencialmente na conclusão, será apresentada a proposta de intervenção que visa solucioná-lo ou mitigá-lo (torná-lo mais brando).
Além da exigência de uma proposta de intervenção, a prova de Redação do Enem também se diferencia por demandar o uso de um repertório sociocultural externo à coletânea e produtivo para a discussão do tema.
Como repertório, são válidos, entre outros, relatos históricos, referências a livros, pensadores(as), músicas, filmes, séries e outras produções audiovisuais, desde que devidamente explicados e articulados à discussão.
Como escrever o texto dissertativo-argumentativo modelo Enem?
Para escrever seu texto, é muito importante que você:
Leia atentamente o enunciado da proposta e a coletânea, anotando palavras-chave do tema e dados e informações da coletânea que possam compor seu texto; Elabore um projeto de texto claro. Planeje o ponto de vista a ser defendido, os argumentos que o sustentarão e a proposta de intervenção no problema; Separe um ou mais elementos de seu repertório sociocultural para compor a discussão; Em seguida, organize o texto, preferencialmente em quatro parágrafos:
● Introdução: apresentação do tema e do ponto de vista;
● Desenvolvimento 1: argumento 1 que sustenta o ponto de vista;
● Desenvolvimento 2: argumento 2 que sustenta o ponto de vista;
● Conclusão: proposta de intervenção.
Dica adicional: uma boa estratégia é inserir um elemento de seu repertório sociocultural logo no início do texto. Além de capturar a atenção do leitor, é uma ótima forma de começar a redigir as primeiras linhas (consideradas por muitos autores como as mais difíceis).
FOCO NO MODELO
● Confira a seguir um texto nota máxima sobre o tema “A manipulação do usuário pelo controle de dados na internet” (Enem 2018). Veja como o autor inicia o texto com um repertório sociocultural – citação de argumento de autoridade - e, em seguida, relaciona esse repertório ao tema da manipulação do usuário na internet.
● Na conclusão, são propostas medidas de intervenção capazes de mitigar o problema discutido.
Texto originalmente sem título
Para o pensador francês Pierre Bourdieu, “aquilo que foi criado para ser um instrumento de democracia, não deve ser convertido em uma ferramenta de manipulação“. Essa visão, embora correta, não é efetivada no hodierno cenário global, sobretudo no Brasil, posto que se tornou frequente a manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet, nas diversas relações cotidianas. Isso ocorre, ora em função do despreparo civil, ora pela inação das esferas governamentais para conter esse dilema. Assim, hão de ser analisados tais fatores, a fim de que se possa liquidá-los de maneira eficaz.
A priori, é imperioso destacar que a manipulação da conduta dos usuários, pelo controle dos seus dados nas plataformas virtuais, é fruto do despreparo civil para lidar com a influência das tecnologias. Isso porque, mediante a ausência de uma orientação adequada, os indivíduos são expostos, cotidianamente, a conteúdos selecionados por algoritmos que direcionam os materiais, segundo os gostos pessoais. Esse panorama se evidencia, por exemplo, quando se observa a elaboração superficial de um “ranking“ diário de informações em plataformas digitais como “Twitter”, em que o grau de relevância da disposição de conteúdos já é pré-determinado. Logo, é substancial a alteração desse quadro que vai de encontro à possibilidade de escolha inerente ao homem.
Outrossim, é imperativo pontuar que a manipulação dos atos de usuários da internet, devido ao controle de dados desse público, deriva, ainda, da baixa atuação dos setores governamentais, no que concerne à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Isso se torna mais claro, por exemplo, ao se observar o recente cenário das eleições ocorridas em países da América Latina, como Colômbia, México e Brasil, em que a difusão desordenada de informações equivocadas, sem efetivas intervenções do Estado, induziram o comportamento do eleitor. Ora, se um governo se omite diante uma questão tão importante, entende-se, assim, o porquê de sua continuação. Desse modo, faz-se mister a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.
Depreende-se, portanto, a necessidade de se combater a manipulação do comportamento dos usuários pelo controle de dados na internet. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação — ramo do Estado responsável pela formação civil — inserir, nas escolas, desde a tenra idade, a disciplina de Educação Digital, de cunho obrigatório em função da sua necessidade, além de difundir campanhas instrucionais, por meio das mídias de grande alcance, para que o sujeito aja corretamente segundo as próprias necessidades e escolhas. Ademais, o Governo Central deve impor sanções a empresas, em especial as virtuais, que criam perfis de usuários para influenciar suas condutas, por via da instauração de Secretarias planejadas para a atuação no ambiente digital, uma vez que tais plataformas padecem de fiscalizações efetivas, com o fito de minorar o controle de comportamentos por particulares. Quiçá, assim, tal hiato reverter-se-á, sobretudo na perspectiva tupiniquim, fazendo “jus”, deveras, àquilo que fora apregoado pelo pensador francês Bourdieu