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NAUANNY

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Estudos Gerais03/26/2025

Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas averm...

Era um sonho dantesco... O tombadilho Que das luzernas avermelha o brilho, Em sangue a se banhar. Tinir de ferros... estalar do açoite... Legiões de homens negros como a noite, Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas Magras crianças, cujas bocas pretas Rega o sangue das mães: Outras, moças... mas nuas, espantadas, No turbilhão de espectros arrastadas, Em ânsia e mágoa vãs.

E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da roda fantástica a serpente Faz douda espirais... Se o velho arqueja... se no chão resvala, Ouvem-se gritos... o chicote estala. E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia, a multidão faminta cambaleia, E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece... Outro, que de mártires embrutece, Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra E após, fitando o céu que se desdobra, Tão puro sobre o mar, Diz do fumo entre os densos nevoeiros: "Vibrai rijo o chicote, marinheiros! Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente... E da roda fantástica a serpente Faz douda espirais! Qual um sonho dantesco as sombras voam... Gritos, ais, maldições, preces ressoam! E ri-se Satanás!

ALVES, Castro. In: GOMES, Eugênio (org.). Castro Alves: obra completa. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1997.

O poema que você leu é construído a partir de uma imagem: a do navio negreiro apresentado como uma “orquestra irônica, estridente”.

a) Explique a metáfora do navio negreiro como uma orquestra.

b) Por que no poema a orquestra é caracterizada como “irônica” e “estridente”?

Era um sonho dantesco... O tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho,
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros... estalar do açoite...
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar...

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras, moças... mas nuas, espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs.

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da roda fantástica a serpente
Faz douda espirais...
Se o velho arqueja... se no chão resvala,
Ouvem-se gritos... o chicote estala.
E voam mais e mais...

Presa nos elos de uma só cadeia,
a multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!

Um de raiva delira, outro enlouquece...
Outro, que de mártires embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra
E após, fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
"Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!..."

E ri-se a orquestra irônica, estridente...
E da roda fantástica a serpente
Faz douda espirais!
Qual um sonho dantesco as sombras voam...
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!

ALVES, Castro. In: GOMES, Eugênio (org.).
Castro Alves: obra completa. Rio de Janeiro:
Nova Aguilar, 1997.
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