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Davi

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Estudos Gerais04/08/2025

FONTES HISTÓRICAS - Fontes históricas, documentos, registros...

FONTES HISTÓRICAS - Fontes históricas, documentos, registros, vestígios são termos usados para definir tudo aquilo que é produzido pela humanidade no tempo e no espaço. São as heranças materiais e imateriais deixadas pelos antepassados que servem de base para a construção do conhecimento histórico. Vestígios é a palavra atualmente usada pela maioria dos historiadores, que defendem que as fontes históricas são mais que documentos oficiais. Os mitos, a fala, o cinema, a literatura, tudo isso enfim, como produtos humanos, tornam-se fontes para o conhecimento da história. - No Ocidente, as primeiras ideias acerca da natureza das fontes históricas surgiram entre os séculos XVIII e XIX com alguns pensadores franceses que começaram a sistematizar a História escrita e assim sendo, valorizar o documento. Foi sobre essa herança, que os historiadores da escola positivista construíram sua concepção de fonte histórica, onde o documento era considerado uma prova que residiria à própria verdade. Para os positivistas, somente era possível compreender e fazer a História através dos documentos escritos, sendo a principal tarefa do historiador recolher-los e submetê-los à crítica interna e externa para comprovar sua autenticidade. Nesse sentido, os documentos transmitem o conhecimento histórico por si só, e o historiador cabia coletá-los e agrupá-los sem questionamentos. Assim, o documento era a prova concreta e verdadeira de um passado nítido que não precisava ser interpretado. - Na primeira metade do século XX, a partir da década de 1930, um grupo de historiadores franceses, Marc Bloch, Lucien Febvre, Fernand Braudel entre outros, à frente da Revista dos Annales (Anais de História Econômica e Social), impulsionaram a crítica à essa concepção de documento. Ainda no século XIX, Karl Marx, pensador alemão, precursor do materialismo histórico dialético já fazia críticas quanto à pretensa objetividade imposta na História. Para Marx, todo historiador estaria ligado à sua classe social, não podendo ser imparcial. Essa premissa, tornou-se pesquisas das suas contradições históricas para o campo da interpretação de análise, mudando o conceito de documento. - A partir de então, a fonte histórica deixou de ser entendido como dado de forma verídica e real pelo documento; ele precisaria ser construído pelo historiador. O documento não era mais o portador da verdade irrefutável sobre o questionamento do conhecimento, já que fonte histórica se ampliou e deixou de ser apenas o registro político e administrativo, uma exclusividade dos poderes com escrita. - Na segunda metade do século XX, o conceito de documento foi modificado qualitativamente pelos historiadores da chamada "Nova História", a segunda geração dos Annales, com temas que abrangiam a imagem, a literatura e a cultura material. Os termos registrados passaram a ser cada vez mais variados, e a nova concepção histórica dominante em pesquisas sobre a cultura, o cotidiano, a alimentação, a saúde e as mentalidades coletivas. - Nessa mesma época, surge uma emergente metodologia histórica, a História Oral, que trouxe ideias inovadoras para a noção de fonte histórica, principalmente por criar seus próprios documentos: as entrevistas. O registro oral é o documento construído pelo pesquisador, tomando por base a memória do entrevistado. - Outro ponto que deve ser considerado tanto na escolha quanto no tratamento das fontes históricas é a questão regional. A África Negra, por exemplo, atualmente constrói sua história baseada em fontes arqueológicas e na elaboração de registros de história Oral das diversas etnias. - A história da América Latina, por sua vez, embora também tenha se voltado para a História Oral, caminha pela valorização de seu passado colonial e, portanto, preocupa-se de maneira mais detida com o tratamento e o questionamento de fontes coloniais, com processos inquisitoriais, registros religiosos e documentos administrativos. Ou seja, diferentes preocupações regionais geram diferentes formas de perceber e de trabalhar as fontes históricas. - Para além das questões teóricas sobre as fontes históricas e o próprio fazer história, fiquemos com um breve pensamento sobre o que é a História através dos escritos de Ferreira Goulart, que diz mais ou menos assim: "A História é, portanto, uma forma de conhecimento que se ocupa da história humana, que não se desenrola apenas nos campos de batalha e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas nos subúrbios, nas casas de jogos, nos colégios, nas usinas, nas fábricas, nos namoros de esquina, etc." - "Fabricador de instrumentos de trabalho, de habitações, de culturas e sociedades, o homem é também o agente transformador da História. Mas qual será o lugar do homem na História e o da História na vida do homem?"

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FONTES HISTÓRICAS - Fontes históricas, documentos, registros, vestígios são termos usados para definir tudo aquilo que é produzido pela humanidade no tempo e no espaço. São as heranças materiais e imateriais deixadas pelos antepassados que servem de base para a construção do conhecimento histórico. Vestígios é a palavra atualmente usada pela maioria dos historiadores, que defendem que as fontes históricas são mais que documentos oficiais. Os mitos, a fala, o cinema, a literatura, tudo isso enfim, como produtos humanos, tornam-se fontes para o conhecimento da história. - No Ocidente, as primeiras ideias acerca da natureza das fontes históricas surgiram entre os séculos XVIII e XIX com alguns pensadores franceses que começaram a sistematizar a História escrita e assim sendo, valorizar o documento. Foi sobre essa herança, que os historiadores da escola positivista construíram sua concepção de fonte histórica, onde o documento era considerado uma prova que residiria à própria verdade. Para os positivistas, somente era possível compreender e fazer a História através dos documentos escritos, sendo a principal tarefa do historiador recolher-los e submetê-los à crítica interna e externa para comprovar sua autenticidade. Nesse sentido, os documentos transmitem o conhecimento histórico por si só, e o historiador cabia coletá-los e agrupá-los sem questionamentos. Assim, o documento era a prova concreta e verdadeira de um passado nítido que não precisava ser interpretado. - Na primeira metade do século XX, a partir da década de 1930, um grupo de historiadores franceses, Marc Bloch, Lucien Febvre, Fernand Braudel entre outros, à frente da Revista dos Annales (Anais de História Econômica e Social), impulsionaram a crítica à essa concepção de documento. Ainda no século XIX, Karl Marx, pensador alemão, precursor do materialismo histórico dialético já fazia críticas quanto à pretensa objetividade imposta na História. Para Marx, todo historiador estaria ligado à sua classe social, não podendo ser imparcial. Essa premissa, tornou-se pesquisas das suas contradições históricas para o campo da interpretação de análise, mudando o conceito de documento. - A partir de então, a fonte histórica deixou de ser entendido como dado de forma verídica e real pelo documento; ele precisaria ser construído pelo historiador. O documento não era mais o portador da verdade irrefutável sobre o questionamento do conhecimento, já que fonte histórica se ampliou e deixou de ser apenas o registro político e administrativo, uma exclusividade dos poderes com escrita. - Na segunda metade do século XX, o conceito de documento foi modificado qualitativamente pelos historiadores da chamada "Nova História", a segunda geração dos Annales, com temas que abrangiam a imagem, a literatura e a cultura material. Os termos registrados passaram a ser cada vez mais variados, e a nova concepção histórica dominante em pesquisas sobre a cultura, o cotidiano, a alimentação, a saúde e as mentalidades coletivas. - Nessa mesma época, surge uma emergente metodologia histórica, a História Oral, que trouxe ideias inovadoras para a noção de fonte histórica, principalmente por criar seus próprios documentos: as entrevistas. O registro oral é o documento construído pelo pesquisador, tomando por base a memória do entrevistado. - Outro ponto que deve ser considerado tanto na escolha quanto no tratamento das fontes históricas é a questão regional. A África Negra, por exemplo, atualmente constrói sua história baseada em fontes arqueológicas e na elaboração de registros de história Oral das diversas etnias. - A história da América Latina, por sua vez, embora também tenha se voltado para a História Oral, caminha pela valorização de seu passado colonial e, portanto, preocupa-se de maneira mais detida com o tratamento e o questionamento de fontes coloniais, com processos inquisitoriais, registros religiosos e documentos administrativos. Ou seja, diferentes preocupações regionais geram diferentes formas de perceber e de trabalhar as fontes históricas. - Para além das questões teóricas sobre as fontes históricas e o próprio fazer história, fiquemos com um breve pensamento sobre o que é a História através dos escritos de Ferreira Goulart, que diz mais ou menos assim: "A História é, portanto, uma forma de conhecimento que se ocupa da história humana, que não se desenrola apenas nos campos de batalha e nos gabinetes presidenciais. Ela se desenrola também nos quintais, entre plantas e galinhas, nas ruas nos subúrbios, nas casas de jogos, nos colégios, nas usinas, nas fábricas, nos namoros de esquina, etc." - "Fabricador de instrumentos de trabalho, de habitações, de culturas e sociedades, o homem é também o agente transformador da História. Mas qual será o lugar do homem na História e o da História na vida do homem?"
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