Há um cavalo em minha chaminé.
Ele relincha e faz alguns barulhos por causa da chuva e dos trovões.
Ele me causa pavor, às vezes medo.
Sua simples presença é criativa e sombria.
Há um cavalo no canto de minha casa.
Quando trovoa escuto ele relinchando e no fim sei que me culpa por não tirá-lo desse buraco escuro.
Quando tento fazer carícias ele desaparece na escuridão; como se fosse meu segredo, ele só aparece à noite.
Há um cavalo nos recantos de minha alma.
Ele tem pensamentos maldosos e parece sombrio,
Mas não é maligno,
É só que ele vive tanto na escuridão que se deixou levar pela maldição.
É só que ele vive tanto na maldição que foi persuadido pela solidão.
É que ele rasteja tanto pelo chão da chaminé
Que desaprendeu a ficar de pé.
Assinado: cavalo da chaminé.