Império Muçulmano
Quando Maomé morreu, em 632, Abu Bakr, um de seus primeiros seguidores, declarou à comunidade: "Muhammad morreu, mas Alá e o islã estão vivos". Suas palavras serviram de estímulo aos fiéis, mas também procuraram manter o legado do profeta ao unificar a Arábia em torno do islã. Essa preocupação existiu porque Maomé não havia deixado nenhuma orientação sobre sua sucessão. A ausência de regras para definir a liderança dividiu a comunidade em dois grupos principais. O primeiro grupo defendia que a escolha do sucessor deveria ser feita entre os membros mais velhos da comunidade. Abu Bakr, amigo, conselheiro e pai de Aisha, uma das esposas de Maomé, seria a pessoa ideal. Como defendiam suas posições baseados nas orientações descritas na Sunna, os membros desse grupo ficaram conhecidos como sunitas. O outro grupo, porém, considerava que a sucessão deveria seguir a linhagem da família do profeta, atribuindo um caráter sagrado ao poder. Dessa forma, Ali, primo e genro de Maomé, seria o sucessor mais indicado. Os membros desse grupo ficaram conhecidos como xiitas, do árabe "partidários de Ali". Venceu o grupo de Abu Bakr, que se tornou o primeiro califa (sucessor).
As disputas sucessórias provocaram a cisão do islã entre xiitas e sunitas, e a rivalidade entre eles se mantém ainda hoje. Atualmente, os sunitas são maioria, representando 80% a 90% da população islâmica. Os xiitas, divididos em vários ramos, representam a maioria dos muçulmanos do Irã e do Azerbaijão, além de representarem entre metade e dois terços dos fiéis do islã no Iémen, no Bahrein e no Líbano.