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Estudos Gerais11/26/2024

Junta os texto e fazer um resumo separando os( Classicismo ...

Junta os texto e fazer um resumo separando os( Classicismo

O classicismo, movimento artístico surgido no contexto do Renascimento, foi um contraponto à arte produzida na Idade Média. Inspirados nos ideais da cultura greco-romana, os artistas aliados à estética classicista cultivavam o antropocentrismo e o equilíbrio formal. Em Portugal, Luís Vaz de Camões e Sá de Miranda destacaram-se como os principais representantes do classicismo. O primeiro notabilizou-se pelo poema épico Os Lusíadas, e o segundo, por introduzir a técnica de composição de poemas em versos decassílabos.

Leia também: Quinhentismo – movimento literário que ocorria no Brasil durante o classicismo

Contexto histórico do classicismo

Classicismo é o nome atribuído à literatura que foi produzida no contexto de vigência do Renascimento, amplo movimento artístico, cultural e científico que ocorreu no século XVI, inspirado na cultura clássica greco-latina.

O contexto histórico que propiciou o surgimento do Renascimento foi marcado por uma série de acontecimentos, como as navegações e os descobrimentos, no final do século XV; a formação dos Estados modernos; a Reforma Protestante, em 1517; a Revolução Comercial, iniciada no século XV; o fortalecimento da burguesia comercial, entre outros acontecimentos que acentuaram o declínio da Idade Média, dando origem à Era Moderna.

Leonardo da Vinci (1452-1519), um dos principais intelectuais do Renascimento. Leonardo da Vinci (1452-1519), um dos principais intelectuais do Renascimento. O interesse pela cultura clássica já vinha ocorrendo desde o final do século XIII, na Itália, onde escritores e intelectuais, como Dante Alighieri, Petrarca e Boccaccio, chamados humanistas, liam e traduziam autores latinos e gregos.

Dante Alighieri, autor de Divina Comédia, criou a medida nova, modo de se fazer poemas a partir de versos decassílabos, deixando para trás as redondilhas medievais, que passaram a ser categorizadas como “medida velha”. Ainda nesse contexto de surgimento dos ideais humanistas na literatura, teve papel de destaque o poeta italiano Petrarca, que se tornou referência na composição de sonetos ao publicar 350 poemas, a maior parte sonetos, em seu Cancioneiro.

O soneto italiano, difundido por Petrarca, é uma forma fixa que consiste de quatro estrofes, dispostas da seguinte forma: a primeira e a segunda possuem quatro versos; a terceira e a quarta, três versos. Nesses sonetos, Petrarca cantava o amor platônico, restrito ao plano das ideias, por Laura, sua musa. Boccaccio destacou-se pela escrita da obra em prosa intitulada Decameron, conjunto de narrativas curtas e picantes que retratavam criticamente a realidade europeia.

Essas transformações, iniciadas pelos humanistas no século XIII, foram intensificando-se e, gradualmente, propiciando o clima ideal para que, no século XVI, surgisse o classicismo. Esse importante movimento artístico floresceu em um contexto histórico de profundas transformações sociais, econômicas, culturais e religiosas, momento em que a fé medieval foi substituída pela razão; o cristianismo, pela mitologia greco-latina; e o teocentrismo, pelo antropocentrismo.

Diferentemente do homem medieval, que se voltava essencialmente para as coisas do espírito, o homem do século XVI, sob o ideário do classicismo, voltou-se para a realidade concreta e acreditava em sua capacidade de dominar e transformar o mundo que o cercava.

Principais características do classicismo

O classicismo, em relação à temática de suas obras, teve como características principais a idealização amorosa, o que se dava a partir do cultivo do neoplatonismo; o predomínio da razão, como uma inspiração humanista advinda da crença na ciência; o cultivo do paganismo, influência da cultura greco-romana; a valorização do antropocentrismo, conceito em que o homem é visto como o centro do universo, o que se contrapunha à crença teocêntrica que vigorou na Idade Média; o desenvolvimento de uma perspectiva universalista acerca da realidade; a busca pela clareza e pelo equilíbrio de ideias; e o gosto pelo nacionalismo em um contexto de intensas investidas comerciais a outros territórios a partir das navegações.

Quanto aos aspectos formais, o classicismo teve forte apreço pelo soneto, cultivando-o e difundindo-o como modelo de poema a ser escrito. Além do soneto, os poetas filiados ao classicismo valorizavam a imitação das formas clássicas, visando ao equilíbrio formal, além do emprego da medida nova, como um contraponto à medida velha cultivada na Idade Média.

Veja também: Parnasianismo no Brasil – movimento que resgatou características do classicismo

Classicismo em Portugal

O classicismo em Portugal, assim como o desenvolvido em outros países da Europa, valorizou temáticas neoplatônicas, vinculadas à concepção de amor teorizada por Platão na Grécia Antiga, segundo a qual o amor se concretizaria somente no plano das ideias, e não a partir da matéria carnal. Porém, em razão do forte contexto de navegações e de expansões territoriais vivido por Portugal no período do classicismo, esse movimento artístico no país valorizou, sobretudo, o aspecto nacionalista, já que os grandes feitos nacionais, como as conquistas do povo português, foram exaltados na poesia épica de Luís Vaz de Camões.

Principais autores do classicismo em Portugal

Francisco de Sá de Miranda

Sá de Miranda foi o introdutor do verso decassílabo em Portugal Pioneiro do classicismo em Portugal, Sá de Miranda nasceu em Coimbra, em 1481, e morreu em Amares, interior do território português, em 1558. Fez Direito na Universidade de Lisboa e frequentou a Corte até 1521, data em que partiu para a Itália. Regressou a Portugal em 1526, depois de grande convívio com escritores e artistas italianos.

Foi o responsável por introduzir o verso decassílabo em Portugal, ou seja, o verso constituído por dez sílabas métricas. Além disso, foi pioneiro na composição de sextinas, tercetos e oitavas, influenciando muitos outros poetas. Leia um de seus sonetos:

SONETO 17

Este retrato vosso é o sinal ao longe do que sois, por desamparo destes olhos de cá, porque um tão claro lume não pode ser vista mortal.

Quem tirou nunca o sol por natural? Nem viu, se nuvens não fazem reparo, em noite escura ao longe aceso um faro? Agora se não vê, ora vê mal.

Para uns tais olhos, que ninguém espera de face a face, gram remédio fora acertar o pintor ver-vos sorrindo.

Mas inda assim não sei que ele fizera, que a graça em vós não dorme em nenhuma hora. Falando que fará? Que fará rindo?

Nesse soneto, escrito ao modo petrarquiano, com rimas ABBA nos dois quartetos, o poeta expressa a voz de um eu lírico que, tendo da sua amada apenas um retrato como lembrança, dirige-lhe a interlocução, sem, no entanto, obter resposta. Assim como em outros sonetos do autor sobre temática amorosa, nota-se nesses versos a presença do amor platônico, o qual só tem existência espiritual. Acesse também: 5 de maio – Dia da Língua Portuguesa e da Cultura Lusófona

Luís Vaz de Camões

Considerado o mais importante escritor de língua portuguesa, Camões foi o nome mais expressivo do classicismo português. Por serem muito escassos os documentos referentes à vida de Luís Vaz de Camões, estima-se que ele tenha nascido ou em 1524 ou em 1525, em Lisboa, capital de Portugal. Teria cursado Artes no Mosteiro de Santa Cruz, em Coimbra. Ainda jovem, ingressou na carreira militar, tendo servido em Marrocos, onde perdeu o olho direito. Morreu em 1580, em situação de extrema pobreza. Para saber mais sobre a vida e a obra desse autor português, leia: Luís Vaz de Camões.

Principais obras de Camões

→ Os Lusíadas

Selo português em homenagem à obra Os Lusíadas. Sua obra-prima foi o poema épico Os Lusíadas, publicado em 1572 e estruturado em 10 cantos, nos quais distribuem-se 8.816 versos em oitava rima. Aos moldes das epopeias clássicas, como Odisseia e Ilíada, o poema de Camões contém proposição, invocação, dedicatória, narração e epílogo.

Narram-se, ao longo dos 10 cantos, os feitos heroicos dos portugueses, os quais, em 1498, lançaram-se ao mar em busca de expansão comercial e territorial, liderados por Vasco da Gama, comandante da expedição que descobriu o caminho para as Índias. Leia a estrofe 3 do Canto I:), (O Classicismo foi um movimento cultural que fez parte do Renascimento europeu, durante os séculos XV e XVI. Como o próprio nome aponta, a proposta do Classicismo era um retorno às formas e temas da Antiguidade Clássica, ou seja, Grécia e Roma antigas.

Contexto histórico do Classicismo

O período da Idade Média durou cerca de 10 séculos na Europa (século V – século XV). Durante esse longo período de tempo, o desenvolvimento científico e cultural dependia do aval ou do aceite da Igreja Católica, que exercia influência política e socioeconômica em toda a Europa.

Enquanto a riqueza na Idade Média estava relacionada à posse da terra e à tradição, as trocas comerciais que se estabeleceram com o mercantilismo tornaram o dinheiro a grande fonte de poder. O intercâmbio com civilizações da Ásia e da África, sobretudo com povos de origem árabe, abriu para os europeus novos horizontes, como o desenvolvimento da matemática e os instrumentos de navegação, como o astrolábio.

Os espaços geográficos abriam-se, com a descoberta de novas rotas pelo mar, levando até a chegada aos territórios do grande continente americano: eram as Grandes Navegações.

Tudo isso foi possível graças ao Renascimento, movimento científico e cultural que tomou conta da Europa no século XV. Esquivando-se da censura ideológica da Igreja, pensadores e cientistas elaboraram novas teorias e invenções: Nicolau Copérnico propõe o modelo heliocêntrico do Universo, Galileu Galilei descobre as leis que regem a queda dos corpos, Johann Gutemberg inventa os tipos móveis para imprimir os livros, tarefa antes delegada aos monges copistas.

O horizonte cultural do Renascimento era a Antiguidade Clássica. A Grécia Antiga é considerada o berço do pensamento ocidental (tendo influenciado diretamente a cultura dos romanos), por isso o retorno às formas clássicas foi o propósito estético dos renascentistas. O Classicismo tem sua gênese na Itália, ao final do século XIII, com o surgimento do pensamento humanista.

Veja também: Humanismo: a estética da transição entre o medievo e o Renascimento

Principais características do Classicismo

Busca pelo equilíbrio, pela proporção, pela objetividade e pela transparência.

Obra mimética como reflexão de uma natureza que segue leis universais, ou seja, a obra como concerto harmônico.

Contenção da subjetividade, dos ímpetos da interioridade: o que vale é a obra, não o que sente ou pensa o autor. O autor deve desaparecer perante a obra.

Rigor formal: cada forma utilizada no texto clássico deve seguir um conjunto de regras próprio.

Separação das artes: os gêneros textuais não se misturam. A poesia lírica tem seu próprio método e características que não devem ser confundidos com aqueles da poesia épica, ou da dramaturgia, por exemplo.

Noção do ideal de beleza grego, também norteado pela proporção e pelo equilíbrio das formas.

Neoplatonismo.

Temas da mitologia greco-romana.

Valorização da racionalidade em oposição à sentimentalidade e do universal em detrimento do particular.

Antropocentrismo, a centralidade da existência humana em relação ao Universo e àquilo que o compõe.

Obra como veiculadora de verdades e ensinamentos que permitam aperfeiçoar a alma humana.

Adoção de formas textuais da Antiguidade Clássica, predominantemente a dramaturgia e os gêneros da tragédia e da comédia, e a poesia, nos gêneros lírico e épico.

Saiba mais: A arte na Grécia Antiga: inspiração para o Ocidente

Classicismo em Portugal

Embora na Itália o Classicismo tenha se insinuado em meados do século XIII, é apenas em 1527, com Sá de Miranda, que o movimento tem início em Portugal. Influenciado pelo dolce stil nuovo, “doce estilo novo”, em tradução livre, que aprendera na Itália, Sá de Miranda introduz à literatura o gênero do soneto decassílabo, que ficaria conhecido como “medida nova”, em oposição à “medida velha”, a das redondilhas (cinco ou sete sílabas métricas).

Arco da rua Augusta, na Praça do Comércio, em Lisboa: exemplo da arquitetura classicista em Portugal. Foi predominante no Classicismo português a temática do neoplatonismo, escola filosófica que retomava a filosofia amorosa de Platão, tratando o amor não a partir da sensualidade, mas por seu viés filosófico e religioso. Além disso, os poetas do período valorizaram sobretudo os grandes feitos nacionais, as conquistas do povo português, assunto da poesia épica. Pode-se entender, portanto, que o Classicismo em Portugal voltou-se para dois principais temas: amor e bravura.

Principais autores e obras do Classicismo

Francisco de Sá de Miranda (Coimbra, 1481 – Amares, 1558)

Precursor do Classicismo português, foi o responsável pela introdução do verso decassílabo em Portugal. Teve algumas poesias publicadas no Cancioneiro geral (1516), compilado antológico da poesia humanista.

Introduziu também, em língua portuguesa, as formas da canção da sextina e as produções em tercetos e em oitavas, sendo responsável pela formação dos poetas portugueses, tendo grande influência na literatura que se desenvolveu no período.

Eram parte de suas temáticas a reflexão moral, filosófica e política, além do lirismo amoroso. Escreveu também textos dramatúrgicos e cartas em forma de verso.

Francisco de Sá de Miranda foi o precursor do Classicismo português. Exemplo de soneto de Sá de Miranda

Comigo me desavim, Sou posto em todo perigo; Não posso viver comigo Nem posso fugir de mim.

Com dor da gente fugia, Antes que esta assi crecesse: Agora já fugiria De mim, se de mim pudesse. Que meo espero ou que fim Do vão trabalho que sigo, Pois que trago a mim comigo Tamanho imigo de mim?

(Sá de Miranda)

Luís Vaz de Camões (1524/1525-1580)

O berço de nascimento de Camões é incerto: provavelmente Lisboa, provavelmente em 1524 ou 1525, mas as cidades de Coimbra, Santarém e Alenquer também reivindicam ser o local onde o poeta nasceu.

De origem fidalga, Camões teve uma educação sólida e era conhecedor de história, geografia e literatura. Deu início ao curso de Teologia na Universidade de Coimbra, que abandonou por levar uma vida incompatível com os preceitos religiosos. Conquistador, Camões teve muitas paixões e seus versos eram muito prestigiados pelas damas da corte.

Retrato de Camões em cédula de 50 escudos angolanos. Envolveu-se em duelos e fez inimizades, o que o levou a alistar-se e embarcar, como soldado, para Ceuta, lutando contra os mouros e perdendo o olho direito em combate. Já em liberdade, embarcou para a Índia, em 1554, e viveu também em Macau. Salvou-se de um naufrágio em 1556, levando consigo os originais de sua mais célebre obra, o poema épico Os Lusíadas. Morreu em Portugal, em 1580.

Camões é considerado o mais importante poeta de língua portuguesa e um dos maiores da literatura universal. Sua produção literária é múltipla e contempla tanto as formas eruditas quanto as formas populares, de trovas, inspiradas em velhas cantigas medievais. A obra de Camões pode ser dividida em dois eixos principais: a poesia lírica e a épica.

A lírica camoniana é composta principalmente de temas amorosos, bastante influenciada pelo neoplatonismo, que convive com os temas sensuais, estabelecendo quase sempre uma contradição. As antíteses da presença-ausência, amor espiritual-amor carnal, vida-morte, sonho-realidade são muito presentes em seus poemas, o que o torna um antecipador do movimento maneirista.

Além disso, Camões compôs na chamada “medida velha”, as redondilhas, ligadas à tradição popular, e na “medida nova”, o poema decassílabo, forma preferida para a exposição de temas e sentimentos complexos.

Veja também: A literatura cheia de antíteses e paradoxos do Barroco

Exemplo da poesia de Camões

Alma minha gentil, que te partiste

Tão cedo desta vida, descontente,

Repousa lá no Céu eternamente

E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,

Memória desta vida se consente,

Não te esqueças daquele amor ardente

Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te

Algua cousa a dor que me ficou

Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,

Que tão cedo de cá me leve a ver-te,

Quão cedo de meus olhos te levou.

(Camões)

Os Lusíadas

Camões ficou muito conhecido por seu trabalho como sonetista, mas sua grande obra foi Os Lusíadas, poema épico de cunho nacionalista que exalta o período das Grandes Navegações portuguesas. Inspirado em Virgílio e Homero pela forma e pelo tema, Camões utiliza-se também da mitologia greco-romana para tecer a epopeia: Baco teria se voltado contra os portugueses, por ser dono dos territórios indianos, e Vênus, por gostar do povo lusitano, estaria a seu favor.

Assim, a viagem real de Vasco da Gama mistura-se a essa narrativa mitológica. Escritos em 10 cantos com oito estrofes cada um, Os Lusíadas é obra de linguagem culta e elevada, conforme a característica da poesia épica, e canta heroicamente os reis e os fidalgos portugueses a partir da conquista dos novos territórios, adicionando também outros episódios gloriosos da história de Portugal.

Canto I

As armas e os barões assinalados Que, da Ocidental praia Lusitana, Por mares nunca dantes navegados, Passaram ainda além da Taprobana, Em perigos e guerras esforçados Mais do que prometia a força humana, E entre gente remota edificaram Novo reino, que tanto sublimaram;

E também as memórias gloriosas Daqueles Reis que foram dilatando A Fé, o Império, e as terras viciosas De África e de Ásia andaram devastando, E aqueles que por obras valerosas Se vão da lei da Morte libertando: Cantando espalharei por toda a parte, Se a tanto me ajudar o engenho e a arte.

[...]

(Camões, Os Lusíadas.)

Exercícios resolvidos sobre Classicismo

  1. (Enem 2012)

LXXVIII (Camões, 1525?-1580)

Leda serenidade deleitosa, Que representa em terra um paraíso; Entre rubis e perlas doce riso; Debaixo de ouro e neve cor-de-rosa;

Presença moderada e graciosa, Onde ensinando estão despejo e siso Que se pode por arte e por aviso, Como por natureza, ser fermosa;

Fala de quem a morte e a vida pende, Rara, suave; enfim, Senhora, vossa; Repouso nela alegre e comedido:

Estas as armas são com que me rende E me cativa Amor; mas não que possa Despojar-me da glória de rendido.

CAMÕES, L. Obra completa. Rio de janeiro: Nova Aguilar, 2008.

SANZIO, R. (1483-1520) A mulher com o unicórnio. Roma, Galleria Borghese. Disponível em: www.arquipelagos.pt. Acesso em: 29 fev. 2012. (Foto: Reprodução/Enem) A pintura e o poema, embora sendo produtos de duas linguagens artísticas diferentes, participaram do mesmo contexto social e cultural de produção pelo fato de ambos

apresentarem um retrato realista, evidenciado pelo unicórnio presente na pintura e pelos adjetivos usados no poema.

valorizarem o excesso de enfeites na apresentação pessoal e na variação de atitudes da mulher, evidenciadas pelos adjetivos do poema.

apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela sobriedade e o equilíbrio, evidenciados pela postura, expressão e vestimenta da moça e os adjetivos usados no poema.

desprezarem o conceito medieval da idealização da mulher como base da produção artística, evidenciado pelos adjetivos usados no poema.

apresentarem um retrato ideal de mulher marcado pela emotividade e o conflito interior, evidenciados pela expressão da moça e pelos adjetivos do poema.

Resolução

Alternativa C. Tanto os adjetivos do poema (“serenidade deleitosa”, “moderada e graciosa” etc.) como a postura e vestimentas da mulher retratada na pintura indicam os ideais classicistas da sobriedade e do equilíbrio.

  1. (UFSCar, 2003) A questão seguinte baseia-se no poema épico Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões, do qual se reproduzem, a seguir, três estrofes.

Mas um velho, de aspeito venerando, (= aspecto) Que ficava nas praias, entre a gente, Postos em nós os olhos, meneando Três vezes a cabeça, descontente, A voz pesada um pouco alevantando, Que nós no mar ouvimos claramente, C’um saber só de experiências feito, Tais palavras tirou do experto peito:

“Ó glória de mandar, ó vã cobiça Desta vaidade a quem chamamos Fama! Ó fraudulento gosto, que se atiça C’uma aura popular, que honra se chama! Que castigo tamanho e que justiça Fazes no peito vão que muito te ama! Que mortes, que perigos, que tormentas, Que crueldades neles experimentas!

Dura inquietação d’alma e da vida Fonte de desamparos e adultérios, Sagaz consumidora conhecida De fazendas, de reinos e de impérios! Chamam-te ilustre, chamam-te subida, Sendo digna de infames vitupérios; Chamam-te Fama e Glória soberana, Nomes com quem se o povo néscio engana.”

Os versos de Camões foram retirados da passagem conhecida como O Velho do Restelo. Nela, o velho

abençoa os marinheiros portugueses que vão atravessar os mares à procura de uma vida melhor.

critica as navegações portuguesas por considerar que elas se baseiam na cobiça e busca de fama.

emociona-se com a saída dos portugueses que vão atravessar os mares até chegar às Índias.

destrata os marinheiros por não o terem convidado a participar de tão importante empresa.

adverte os marinheiros portugueses dos perigos que eles podem encontrar para buscar fama em outras terras.

Resolução

Alternativa B. Logo na primeira estrofe, o velho, ao olhar para os marinheiros portugueses, balança três vezes a cabeça, em sinal de descontentamento, e põe-se a dizer que é a fama e a vontade de poder que movem os homens.) e (O Classicismo corresponde a um movimento artístico cultural que ocorreu durante o período do Renascimento (a partir do século XV) na Europa.

O nome do movimento que marca o fim da Idade Média e o início da Idade Moderna, faz referência aos modelos clássicos (greco-romano).

No campo da literatura, Classicismo é o nome dado aos estilos literários que vigoravam no século XVI, na época do Renascimento. Por isso, a produção desse período também é chamada de Literatura Renascentista.

O nascimento de Vênus O Nascimento de Vênus (1484-1486), de Sandro Botticelli é umas das obras mais emblemáticas do Renascimento italiano Contexto Histórico Na idade Média, período que durou dez séculos (V ao XV), o principal atributo da sociedade era a religião.

Esse momento esteve marcado pelo teocentrismo, cujo lema eram os dogmas e preceitos da Igreja Católica, que cada vez mais adquiria fiéis.

Assim, pessoas que estivessem contra ou questionassem esses dogmas, eram excomungados, além de sofrer alijamento da sociedade, ou em último caso, a morte.

O humanismo, que surgiu a partir do século XV na Europa, começou a questionar diversas questões uma vez que o cientificismo despontava.

Homem Virtuviano Homem Vitruviano (1590) de Leonardo da Vinci é o símbolo do antropocentrismo humanista Muitos estudiosos foram capazes de propor novas formas de análise do mundo e da vida, que estivessem além do divino. Ou seja, apresentavam questões baseadas na racionalidade humana e no antropocentrismo (homem no centro do mundo).

Esse momento esteve marcado por grandes transformações e descobertas históricas:

as Grandes Navegações; a Reforma Protestante (que levou a uma crise religiosa) encabeçada por Martinho Lutero; a invenção da Imprensa pelo alemão Gutenberg; o fim do sistema feudal (início do capitalismo); o cientificismo de Copérnico e Galileu. Foi nesse contexto que as pessoas buscavam novas expressões artísticas pautadas no equilíbrio clássico.

Assim, surgiu o renascimento cultural, período de grandes transformações artísticas, culturais, políticas e que se espalhou por todo o continente europeu.

Classicismo em Portugal Em Portugal, o Classicismo compreende o período literário do século XVI (entre 1537 e 1580). O marco inicial do movimento foi a chegada do poeta Francisco Sá de Miranda a Portugal.

Ali, ele se inspirou no humanismo italiano, trazendo uma nova forma de poesia: o “dolce stil nuevo” (Doce estilo novo).

Esse novo modelo estava baseado na forma fixa do soneto (2 quartetos e 2 tercetos), nos versos decassílabos e na oitava rima.

Além de Sá de Miranda merecem destaque os escritores portugueses classicistas:

Bernardim Ribeiro (1482-1552), com sua novela “Menina e Moça” (1554); António Ferreira (1528-1569), com sua tragédia “A Castro” (1587). No entanto, foi a partir de Luís de Camões, um dos maiores poetas portugueses e da literatura mundial, que a literatura portuguesa ganha notoriedade.

Luís de Camões Luís de Camões (1524-1580) foi o maior destaque da literatura classicista em Portugal Sua grande obra, "Os Lusíadas” (1572), é uma epopeia classicista onde ele narra a viagem de Vasco da Gama às Índias. Ela foi escrita em 10 cantos e está composta de 8816 versos decassílabos em oitava rima distribuídos em 1120 estrofes.

O Classicismo em Portugal permaneceu até 1580. Esse é o ano da morte de Camões e também da União das Coroas Ibéricas, aliança estabelecida até 1640 entre Espanha e Portugal.)

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