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Clara
Leia a charge e o texto a seguir. Disponível em <https://um...
Leia a charge e o texto a seguir.
Disponível em https://umbrasil.com/charges/charge-25-01-2021/. Acesso em 17 fev. 2023.
Um artigo publicado recentemente na revista 9ª Arte tem como tema a baixa participação da população negra na arte
do Brasil, mais especificamente nos quadrinhos, apesar de serem a maioria da população. No trabalho intitulado “A
maioria da população brasileira é minoria nos quadrinhos”, Roberto Elísio dos Santos, livre-docente em Ciências da
Comunicação na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, tomou como inspiração os estudos do pesquisador
Nobu Chinen sobre a quase inexistência do negro como personagem da chamada 9ª arte, as histórias em quadrinhos
(HQs). Visto que a maioria da população brasileira é negra, não faz sentido tão poucos personagens negros nas
histórias em quadrinhos.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento populacional,
43,1% dos brasileiros entrevistados se declaram brancos, 9,3% pretos e 46,5% pardos.
A situação de preconceito, nos meios artísticos, vem mudando aos poucos, “mas a presença de personagens negros
nos produtos midiáticos não reflete os dados sociais do país. Se somos, então, um país negro, onde estão os pretos e
pardos nos meios de comunicação?”, questiona Chinen. A história brasileira mostra 400 anos de escravidão, ao longo
dos quais a exclusão, a discriminação e o racismo determinaram as condições econômicas precárias, desumanas,
acompanhadas pelo difícil acesso dos afrodescendentes à educação e ao digno convívio social de igualdade.
A arte, em particular as histórias em quadrinhos, reflete as condições preconceituosas enfrentadas pela população
negra, expressas graficamente com a imagem negativa do negro nesse tipo de publicação artística. Os padrões
europeus dos corpos conceituados como “normais e perfeitos” sempre colocaram à margem etnias diferentes. Santos
cita a revista Gibi, lançada em 1939 e publicada até os anos 1990, em que o personagem Pererê, historicamente o
mais bem-sucedido personagem negro das histórias em quadrinhos, não é baseado em um ser real, é um ser
mitológico do folclore brasileiro. Na revista O Tico-Tico (de 1905 a 1962), o garoto negro Giby era empregado da
família.
O artista J. Carlos, em 1924, apresenta sua personagem Lamparina, uma menina negra, como alguém “que ostenta
um aspecto de animal […], com os braços nas proporções de um chimpanzé”. Destaca-se que, segundo o pesquisador
Chinen, esse “talvez seja o caso mais notório de uma representação negativa do negro nos quadrinhos brasileiros”. As
precárias condições de vida dos afrodescendentes brasileiros foram retratadas de maneira crítica, em nossa história
mais recente, por cartunistas engajados socialmente como Novaes, Henfil e, mais notadamente Edgar Vasques. Nobu
Chinen, afirma Santos, “faz um inventário dos personagens negros infantis”, pondo em cena “personagens pouco
conhecidos ou esquecidos que formaram, por meio dos quadrinhos, uma visão dos afrodescendentes brasileiros, mais
próximos ou distantes da grande parcela da população do Brasil”.
Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/qual-o-papel-dos-personagens-negros-nas-historias-em-quadrinhos-brasileiras/. Acesso em: 7 mar.
2023 (com adaptações).
Com base na leitura, avalie as afirmativas.
I. O texto afirma que a população negra é sub-representada nas histórias em quadrinhos como consequência do fato
de uma minoria dos brasileiros (9,3% do total) considerar-se preta.
II. A charge mostra que muitos negros conseguiram ser reconhecidos pelos seus feitos, o que refuta as informações
presentes no texto.
III. O fato de o Pererê ser o personagem negro mais bem-sucedido na história dos quadrinhos brasileiros deve-se ao
fato de ele representar um homem do campo.
Assinale a alternativa correta.
A) Todas as afirmativas são corretas.
B) Nenhuma afirmativa é correta.
C) Apenas as afirmativas II e III são corretas.
D) Apenas as afirmativas I e III são corretas.
E) Apenas as afirmativas I e II são corretas.
Leia a charge e o texto a seguir. Disponível em https://umbrasil.com/charges/charge-25-01-2021/. Acesso em 17 fev. 2023. Um artigo publicado recentemente na revista 9ª Arte tem como tema a baixa participação da população negra na arte do Brasil, mais especificamente nos quadrinhos, apesar de serem a maioria da população. No trabalho intitulado “A maioria da população brasileira é minoria nos quadrinhos”, Roberto Elísio dos Santos, livre-docente em Ciências da Comunicação na Escola de Comunicações e Artes (ECA) da USP, tomou como inspiração os estudos do pesquisador Nobu Chinen sobre a quase inexistência do negro como personagem da chamada 9ª arte, as histórias em quadrinhos (HQs). Visto que a maioria da população brasileira é negra, não faz sentido tão poucos personagens negros nas histórias em quadrinhos. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), responsável pelo levantamento populacional, 43,1% dos brasileiros entrevistados se declaram brancos, 9,3% pretos e 46,5% pardos. A situação de preconceito, nos meios artísticos, vem mudando aos poucos, “mas a presença de personagens negros nos produtos midiáticos não reflete os dados sociais do país. Se somos, então, um país negro, onde estão os pretos e pardos nos meios de comunicação?”, questiona Chinen. A história brasileira mostra 400 anos de escravidão, ao longo dos quais a exclusão, a discriminação e o racismo determinaram as condições econômicas precárias, desumanas, acompanhadas pelo difícil acesso dos afrodescendentes à educação e ao digno convívio social de igualdade. A arte, em particular as histórias em quadrinhos, reflete as condições preconceituosas enfrentadas pela população negra, expressas graficamente com a imagem negativa do negro nesse tipo de publicação artística. Os padrões europeus dos corpos conceituados como “normais e perfeitos” sempre colocaram à margem etnias diferentes. Santos cita a revista Gibi, lançada em 1939 e publicada até os anos 1990, em que o personagem Pererê, historicamente o mais bem-sucedido personagem negro das histórias em quadrinhos, não é baseado em um ser real, é um ser mitológico do folclore brasileiro. Na revista O Tico-Tico (de 1905 a 1962), o garoto negro Giby era empregado da família. O artista J. Carlos, em 1924, apresenta sua personagem Lamparina, uma menina negra, como alguém “que ostenta um aspecto de animal […], com os braços nas proporções de um chimpanzé”. Destaca-se que, segundo o pesquisador Chinen, esse “talvez seja o caso mais notório de uma representação negativa do negro nos quadrinhos brasileiros”. As precárias condições de vida dos afrodescendentes brasileiros foram retratadas de maneira crítica, em nossa história mais recente, por cartunistas engajados socialmente como Novaes, Henfil e, mais notadamente Edgar Vasques. Nobu Chinen, afirma Santos, “faz um inventário dos personagens negros infantis”, pondo em cena “personagens pouco conhecidos ou esquecidos que formaram, por meio dos quadrinhos, uma visão dos afrodescendentes brasileiros, mais próximos ou distantes da grande parcela da população do Brasil”. Disponível em: https://jornal.usp.br/ciencias/qual-o-papel-dos-personagens-negros-nas-historias-em-quadrinhos-brasileiras/. Acesso em: 7 mar. 2023 (com adaptações). Com base na leitura, avalie as afirmativas. I. O texto afirma que a população negra é sub-representada nas histórias em quadrinhos como consequência do fato de uma minoria dos brasileiros (9,3% do total) considerar-se preta. II. A charge mostra que muitos negros conseguiram ser reconhecidos pelos seus feitos, o que refuta as informações presentes no texto. III. O fato de o Pererê ser o personagem negro mais bem-sucedido na história dos quadrinhos brasileiros deve-se ao fato de ele representar um homem do campo. Assinale a alternativa correta. A) Todas as afirmativas são corretas. B) Nenhuma afirmativa é correta. C) Apenas as afirmativas II e III são corretas. D) Apenas as afirmativas I e III são corretas. E) Apenas as afirmativas I e II são corretas.