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Lara
Leia a seguir o conto "O homem que espalhou o deserto", do e...
Leia a seguir o conto "O homem que espalhou o deserto", do escritor Ignácio de Loyola Brandão.
O homem que espalhou o deserto
Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal, cortando folhas das árvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava o seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a tesoura: tome filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia a dia constante, de manhã à noite. Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. A noite, com uma pedra de amolar, afiava bem os cortes, preparando-as para as tarefas do dia seguinte. As vezes, deixava aberta a janela, para que o luar brilhasse nas tesouras polidas.
A mãe, muito contente, apesar do filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um menino comportado, não saía de casa, não andava em más companhias, não se embriagava aos sábados como os outros meninos do quarteirão, não frequentava ruas suspeitas onde mulheres pintadas exageradamente se postavam às janelas, chamando os incautos. Seu único prazer eram as tesouras e o corte das folhas.
Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma
semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele precisou recomeçar. Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruido ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver. Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um machado.
Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do aba- cateiro. Levou dez dias, porque não estava habituado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado.
Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos, atacava, limpava, deixava os montes de lenha arrumadinhos para quem quisesse se servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em via de vendê-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo.
E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edificios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e Europa. voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar.
E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em tornar fèrteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho sua profissão.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Para gostar de ler. Rio de Janeiro: Ática, 1979. v. 8. p. 42-44.
IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
É um escritor paulista nascido em Araraquara, em 1936, É romancista, contista e jornalista, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Sua produção literária já foi traduzida para diversas línguas.
Recompondo aprendizagens
AMARRANDO IDEIAS
Conto é um gênero literário que apresenta uma narrativa curta, com poucos personagens, espaço limitado e que se desenvolve por meio de um único conflito. No conto, o enredo apre- senta uma sequência de ações até chegar ao momento de maior tensão, chamado clímax, e depois, finalmente, se dá o desfecho.
O conto que você leu apresenta dois personagens: mãe e filho.
a) Por que a mãe încentivava o menino a cortar folhas das árvores?
b) Como o filho reagia a esse incentivo à medida que crescia?
2 Em determinado momento, o personagem principal resolve sair de seu quintal.
a) Por que ele toma essa decisão?
b) Podemos dizer que fora de casa ele também é incentivado a derrubar árvores. Por que as pessoas se interessavam pelo trabalho dele?
Releia a frase do penúltimo parágrafo do conto: "Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar".
Assinale a alternativa que apresenta corretamente a figura de linguagem presente no trecho em destaque.
a) gradação
c) comparação
b) antítese
d) hipérbole
No trecho: "Enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada.", há ideia de:
a) comparação.
c) finalidade.
b) condição.
d) tempo.
No final do último parágrafo, acontece o desfecho do conto. Podemos dizer que ele apresenta uma mudança de rumo em relação aos acontecimentos do enredo? Justifique sua resposta.
6 Releia o primeiro parágrafo do conto.
a) Qual é o foco narrativo?
b) Transcreva um trecho desse parágrafo que apresente uma opinião do narrador.
c) Transcreva um trecho que dê voz à mãe em discurso direto.
7 No primeiro parágrafo, lemos "Quando menino [...]", posicionando o leitor em relação ao tem- po do discurso, trata-se de um marcador temporal. Identifique no texto outros marcadores temporais.
3 Releia o trecho: "A mãe, muito contente, apesar do filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um menino comportado, não saía de casa, não andava em más companhias, não se embriagava aos sábados como os outros meninos do quarteirão, não frequentava ruas [...]".
O segundo período do fragmento é introduzido pela conjunção todavia. Marque a alternativa que expressa o tipo de relação que ela estabelece entre os períodos.
a) Explicação.
c) Oposição.
b) Adição.
d) Consequência.
Leia: "Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um ma- chado." Assinale a alternativa em que a conjunção como estabelece a mesma relação de sentido entre as orações.
a) Como eu previa, o exame foi adiado.
b) Como o pai, ele também gostava de praticar atletismo.
c) Como queria muito entrar na universidade, estudou dia e noite,
d) Como eu disse, nada é por acaso.
AMARRANDO IDEIAS
Contos são classificados de acordo com a temática: podem ser de ficção científica, de ter- ror, de suspense, de relações familiares e até fantásticos.
O conto que você leu é um conto fantástico.
a) O que há de fantástico no conto "O homem que espalhou o deserto"?
b) O que há de real nele?
Leia a notícia e responda às questões 11 a 13.
MapBiomas: Desmatamento no Brasil cresceu 22,3% em 2022
O desmatamento no território brasileiro superou 2 milhões de hectares no ano passado. De
acordo com o mais recente Relatório Anual de Desmatamento, produzido pelo MapBiomas e di-
vulgado nesta segunda-feira 12, o desmatamento cresceu 22,3% em 2022, na comparação com o
ano anterior. [. O ano de 2022 teve o maior registro de área devastada desde 2019 (ano do primeiro relatório). Em todos os biomas, mais de 76,1 mil alertas de desmatamento foram registrados em um ano. [...]
Confirmando o que pesquisas anteriores já apontavam, a agropecuária é a principal res- ponsável direta pelo desmatamento no pais. Segundo o relatório, a atividade respondeu por 95,7% de toda a área desmatada em 2022, totalizando 1,9 milhão de hectares. Embora impor- tante para o desmatamento-bastando observar os seus efeitos, por exemplo, na Terra Indige- na Yanomami, o garimpo foi responsável por desmatar 5.965 hectares.
LUCENA, André. MapBiomas: Desmatamento no Brasil cresceu 22,3% em 2022, Carta Capital, 12 jun. 2023. Disponivel em: https://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/mapbiomas-desmatamento-no- brasil-cresceu-223-em-2022/. Acesso em: 26 set. 2023.
11 De acordo com a notícia, de quem é a responsabilidade pelo desmatamento no Brasil?
O que é sustentabilidade?
A notícia é composta de:
⚫ manchete (ou título): uma frase pequena e atraente sobre o assunto principal. Deve despertar a atenção do leitor.
⚫ linha fina: texto complementar à manchete, com informações adicionais.
⚫ lide (do inglês lead): o primeiro parágrafo da notícia. Ele deve situar o leitor sobre o que será noticiado. O lide deve responder de maneira objetiva a perguntas fundamentais que serão explicadas ao longo do texto: O quê? Quem? Onde? Quando? Como? Por quê?
⚫ corpo da notícia: o detalhamento do fato noticiado.
13 Considerando as informações do corpo da notícia, bem como a fonte consultada-MapBiomas-, podemos dizer que o conteúdo é predominantemente composto de fatos ou de opinião? Justifi- que sua resposta.
Embora o conto lido tenha sido publicado na década de 1970 e a notícia seja de 2023, os textos se relacionam. Escolha a alternativa que melhor traduz o tema principal do conto.
a) A desumanização.
b) A influência dos pais na educação dos filhos.
c) A atitude destrutiva do homem em relação ao meio ambiente.
d) A ambição humana..
15 Leia agora um famoso poema de Gonçalves Dias e uma nota sobre ele.
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras;
Onde canta o Sabia.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cả;
Em cismar sozinho à noite-
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabia.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores.
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabia.
"Canção do exílio" é um poema romântico criado em 1843 pelo escritor brasileiro Gonçalves Dias (1823-1864). O texto, que faz parte do primeiro momento do Romantismo no Brasil-época em que se vivia uma forte onda nacionalista no país - é uma declaração patriótica e saudosista do eu lírico. Pode-se notar que ele compara a paisagem portuguesa com a brasileira e com isso faz questão de ressaltar suas preferências em relação ao Brasil.
a) Por que esse poema recebeu o nome de "Canção do exílio"?
b) Compare os dois textos, "O homem que espalhou o deserto" e "Canção do exílio", sob o olhar que se tem da natureza.
16
Observe como a "Canção do exílio" é retomada pelo cartunista Caulos nos quadrinhos a seguir.
Caulos/Acervo do cartunista
Vida Le CAULOS Passarinho
GONÇALVES DIAS CONGAL NOSSO CEU TEM MAIS ESTRELAS
NOSSAS VÁRZEAS TEM MAIS FLORES
NOSSA VIDA AMORES
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS ONDE CANTA SABIA
OSABIA SOU EU
ESSA A PALMEIRA
CAULOS. Vida de Passarinho. 5. ed. Porto Alegre: L&PM, 2005
Caulos, como é conhecido Luiz Carlos Coutinho, nasceu em Araguari, Minas Gerais, em 1943. É
cartunista, desenhista, pintor e escritor. Para saber mais, acesse o site oficial do artista, disponível em: http://www.caulos.com. Acesso em: 6 dez. 2023.
a) O passarinho inicia sua narrativa, citando explicitamente a "Canção do exílio". Que marcas o texto oferece que confirmam essa afirmação?
AMARRANDO IDEIAS
Um texto pode citar outro com intenções diversas, por exemplo: reafirmar alguns sen- tidos do texto citado, homenageá-lo, contestá-lo, inverter o sentido desse texto ou ainda po- lemizar algum aspecto presente nele.
b) Qual pode ser a intenção de Caulos ao citar a "Canção do exílio"? Justifique sua resposta com ele- mentos dos textos.
c) Considerando o tema da história em quadrinhos, ele se aproxima de que texto lido neste capítulo?
d) Releia a história em quadrinhos e observe que o cartunista retoma o poema "Canção do exílio" para criticar a ação humana contra a natureza e, para isso, utiliza uma figura de linguagem. Esse artifício, nesse caso, se vale da linguagem verbal e da linguagem não verbal. Assinale a alterna- tiva que apresenta essa figura de linguagem.
() Eufemismo.
() Antítese.
() Metáfora.
() Ironia.
L
Leia a seguir o conto "O homem que espalhou o deserto", do escritor Ignácio de Loyola Brandão.
O homem que espalhou o deserto
Quando menino, costumava apanhar a tesoura da mãe e ia para o quintal, cortando folhas das árvores. Havia mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros e até mesmo jabuticabeiras. Um quintal enorme, que parecia uma chácara e onde o menino passava o dia cortando folhas. A mãe gostava, assim ele não ia para a rua, não andava em más companhias. E sempre que o menino apanhava o seu caminhão de madeira (naquele tempo, ainda não havia os caminhões de plástico, felizmente) e cruzava o portão, a mãe corria com a tesoura: tome filhinho, venha brincar com as suas folhas. Ele voltava e cortava. As árvores levavam vantagem, porque eram imensas e o menino pequeno. O seu trabalho rendia pouco, apesar do dia a dia constante, de manhã à noite. Mas o menino cresceu, ganhou tesouras maiores. Parecia determinado, à medida que o tempo passava, a acabar com as folhas todas. Dominado por uma estranha impulsão, ele não queria ir à escola, não queria ir ao cinema, não tinha namoradas ou amigos. Apenas tesouras, das mais diversas qualidades e tipos. Dormia com elas no quarto. A noite, com uma pedra de amolar, afiava bem os cortes, preparando-as para as tarefas do dia seguinte. As vezes, deixava aberta a janela, para que o luar brilhasse nas tesouras polidas.
A mãe, muito contente, apesar do filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um menino comportado, não saía de casa, não andava em más companhias, não se embriagava aos sábados como os outros meninos do quarteirão, não frequentava ruas suspeitas onde mulheres pintadas exageradamente se postavam às janelas, chamando os incautos. Seu único prazer eram as tesouras e o corte das folhas.
Só que, agora, ele era maior e as árvores começaram a perder. Ele demorou apenas uma
semana para limpar a jabuticabeira. Quinze dias para a mangueira menor e vinte e cinco para a maior. Quarenta dias para o abacateiro que era imenso, tinha mais de cinquenta anos. E seis meses depois, quando concluiu, já a jabuticabeira tinha novas folhas e ele precisou recomeçar. Certa noite, regressando do quintal agora silencioso, porque o desbastamento das árvores tinha afugentado pássaros e destruido ninhos, ele concluiu que de nada adiantaria podar as folhas. Elas se recomporiam sempre. É uma capacidade da natureza, morrer e reviver. Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um machado.
Numa terça-feira, bem cedo, que não era de perder tempo, começou a derrubada do aba- cateiro. Levou dez dias, porque não estava habituado a manejar machados, as mãos calejaram, sangraram. Adquirida a prática, limpou o quintal e descansou aliviado.
Mas insatisfeito, porque agora passava os dias a olhar aquela desolação, ele saiu de machado em punho, para os arredores da cidade. Onde encontrava árvore, capões, matos, atacava, limpava, deixava os montes de lenha arrumadinhos para quem quisesse se servir. Os donos dos terrenos não se importavam, estavam em via de vendê-los para fábricas ou imobiliárias e precisavam de tudo limpo mesmo.
E o homem do machado descobriu que podia ganhar a vida com o seu instrumento. Onde quer que precisassem derrubar árvores, ele era chamado. Não parava. Contratou uma secretária para organizar uma agenda. Depois, auxiliares. Montou uma companhia, construiu edificios para guardar machados, abrigar seus operários devastadores. Importou tratores e máquinas especializadas do estrangeiro. Mandou assistentes fazerem cursos nos Estados Unidos e Europa. voltaram peritos de primeira linha. E trabalhavam, derrubavam. Foram do sul ao norte, não deixando nada em pé. Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar.
E enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada. E então, o governo, para remediar, mandou buscar em Israel técnicos especializados em tornar fèrteis as terras do deserto. E os homens mandaram plantar árvores. E enquanto as árvores eram plantadas, o homem do machado ensinava ao filho sua profissão.
BRANDÃO, Ignácio de Loyola. Para gostar de ler. Rio de Janeiro: Ática, 1979. v. 8. p. 42-44.
IGNÁCIO DE LOYOLA BRANDÃO
É um escritor paulista nascido em Araraquara, em 1936, É romancista, contista e jornalista, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL). Sua produção literária já foi traduzida para diversas línguas.
Recompondo aprendizagens
AMARRANDO IDEIAS
Conto é um gênero literário que apresenta uma narrativa curta, com poucos personagens, espaço limitado e que se desenvolve por meio de um único conflito. No conto, o enredo apre- senta uma sequência de ações até chegar ao momento de maior tensão, chamado clímax, e depois, finalmente, se dá o desfecho.
O conto que você leu apresenta dois personagens: mãe e filho.
a) Por que a mãe încentivava o menino a cortar folhas das árvores?
b) Como o filho reagia a esse incentivo à medida que crescia?
2 Em determinado momento, o personagem principal resolve sair de seu quintal.
a) Por que ele toma essa decisão?
b) Podemos dizer que fora de casa ele também é incentivado a derrubar árvores. Por que as pessoas se interessavam pelo trabalho dele?
Releia a frase do penúltimo parágrafo do conto: "Onde quer que houvesse uma folha verde, lá estava uma tesoura, um machado, um aparelho eletrônico para arrasar".
Assinale a alternativa que apresenta corretamente a figura de linguagem presente no trecho em destaque.
a) gradação
c) comparação
b) antítese
d) hipérbole
No trecho: "Enquanto ele ficava milionário, o país se transformava num deserto, terra calcinada.", há ideia de:
a) comparação.
c) finalidade.
b) condição.
d) tempo.
No final do último parágrafo, acontece o desfecho do conto. Podemos dizer que ele apresenta uma mudança de rumo em relação aos acontecimentos do enredo? Justifique sua resposta.
6 Releia o primeiro parágrafo do conto.
a) Qual é o foco narrativo?
b) Transcreva um trecho desse parágrafo que apresente uma opinião do narrador.
c) Transcreva um trecho que dê voz à mãe em discurso direto.
7 No primeiro parágrafo, lemos "Quando menino [...]", posicionando o leitor em relação ao tem- po do discurso, trata-se de um marcador temporal. Identifique no texto outros marcadores temporais.
3 Releia o trecho: "A mãe, muito contente, apesar do filho detestar a escola e ir mal nas letras. Todavia, era um menino comportado, não saía de casa, não andava em más companhias, não se embriagava aos sábados como os outros meninos do quarteirão, não frequentava ruas [...]".
O segundo período do fragmento é introduzido pela conjunção todavia. Marque a alternativa que expressa o tipo de relação que ela estabelece entre os períodos.
a) Explicação.
c) Oposição.
b) Adição.
d) Consequência.
Leia: "Como o seu cérebro era diminuto, ele demorou meses para encontrar a solução: um ma- chado." Assinale a alternativa em que a conjunção como estabelece a mesma relação de sentido entre as orações.
a) Como eu previa, o exame foi adiado.
b) Como o pai, ele também gostava de praticar atletismo.
c) Como queria muito entrar na universidade, estudou dia e noite,
d) Como eu disse, nada é por acaso.
AMARRANDO IDEIAS
Contos são classificados de acordo com a temática: podem ser de ficção científica, de ter- ror, de suspense, de relações familiares e até fantásticos.
O conto que você leu é um conto fantástico.
a) O que há de fantástico no conto "O homem que espalhou o deserto"?
b) O que há de real nele?
Leia a notícia e responda às questões 11 a 13.
MapBiomas: Desmatamento no Brasil cresceu 22,3% em 2022
O desmatamento no território brasileiro superou 2 milhões de hectares no ano passado. De
acordo com o mais recente Relatório Anual de Desmatamento, produzido pelo MapBiomas e di-
vulgado nesta segunda-feira 12, o desmatamento cresceu 22,3% em 2022, na comparação com o
ano anterior. [. O ano de 2022 teve o maior registro de área devastada desde 2019 (ano do primeiro relatório). Em todos os biomas, mais de 76,1 mil alertas de desmatamento foram registrados em um ano. [...]
Confirmando o que pesquisas anteriores já apontavam, a agropecuária é a principal res- ponsável direta pelo desmatamento no pais. Segundo o relatório, a atividade respondeu por 95,7% de toda a área desmatada em 2022, totalizando 1,9 milhão de hectares. Embora impor- tante para o desmatamento-bastando observar os seus efeitos, por exemplo, na Terra Indige- na Yanomami, o garimpo foi responsável por desmatar 5.965 hectares.
LUCENA, André. MapBiomas: Desmatamento no Brasil cresceu 22,3% em 2022, Carta Capital, 12 jun. 2023. Disponivel em: https://www.cartacapital.com.br/sustentabilidade/mapbiomas-desmatamento-no- brasil-cresceu-223-em-2022/. Acesso em: 26 set. 2023.
11 De acordo com a notícia, de quem é a responsabilidade pelo desmatamento no Brasil?
O que é sustentabilidade?
A notícia é composta de:
⚫ manchete (ou título): uma frase pequena e atraente sobre o assunto principal. Deve despertar a atenção do leitor.
⚫ linha fina: texto complementar à manchete, com informações adicionais.
⚫ lide (do inglês lead): o primeiro parágrafo da notícia. Ele deve situar o leitor sobre o que será noticiado. O lide deve responder de maneira objetiva a perguntas fundamentais que serão explicadas ao longo do texto: O quê? Quem? Onde? Quando? Como? Por quê?
⚫ corpo da notícia: o detalhamento do fato noticiado.
13 Considerando as informações do corpo da notícia, bem como a fonte consultada-MapBiomas-, podemos dizer que o conteúdo é predominantemente composto de fatos ou de opinião? Justifi- que sua resposta.
Embora o conto lido tenha sido publicado na década de 1970 e a notícia seja de 2023, os textos se relacionam. Escolha a alternativa que melhor traduz o tema principal do conto.
a) A desumanização.
b) A influência dos pais na educação dos filhos.
c) A atitude destrutiva do homem em relação ao meio ambiente.
d) A ambição humana..
15 Leia agora um famoso poema de Gonçalves Dias e uma nota sobre ele.
Canção do exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.
Nosso céu tem mais estrelas,
Nossas várzeas têm mais flores, Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.
Em cismar, sozinho, à noite,
Mais prazer encontro eu lá; Minha terra tem palmeiras;
Onde canta o Sabia.
Minha terra tem primores,
Que tais não encontro eu cả;
Em cismar sozinho à noite-
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabia.
Não permita Deus que eu morra,
Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores.
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabia.
"Canção do exílio" é um poema romântico criado em 1843 pelo escritor brasileiro Gonçalves Dias (1823-1864). O texto, que faz parte do primeiro momento do Romantismo no Brasil-época em que se vivia uma forte onda nacionalista no país - é uma declaração patriótica e saudosista do eu lírico. Pode-se notar que ele compara a paisagem portuguesa com a brasileira e com isso faz questão de ressaltar suas preferências em relação ao Brasil.
a) Por que esse poema recebeu o nome de "Canção do exílio"?
b) Compare os dois textos, "O homem que espalhou o deserto" e "Canção do exílio", sob o olhar que se tem da natureza.
16
Observe como a "Canção do exílio" é retomada pelo cartunista Caulos nos quadrinhos a seguir.
Caulos/Acervo do cartunista
Vida Le CAULOS Passarinho
GONÇALVES DIAS CONGAL NOSSO CEU TEM MAIS ESTRELAS
NOSSAS VÁRZEAS TEM MAIS FLORES
NOSSA VIDA AMORES
MINHA TERRA TEM PALMEIRAS ONDE CANTA SABIA
OSABIA SOU EU
ESSA A PALMEIRA
CAULOS. Vida de Passarinho. 5. ed. Porto Alegre: L&PM, 2005
Caulos, como é conhecido Luiz Carlos Coutinho, nasceu em Araguari, Minas Gerais, em 1943. É
cartunista, desenhista, pintor e escritor. Para saber mais, acesse o site oficial do artista, disponível em: http://www.caulos.com. Acesso em: 6 dez. 2023.
a) O passarinho inicia sua narrativa, citando explicitamente a "Canção do exílio". Que marcas o texto oferece que confirmam essa afirmação?
AMARRANDO IDEIAS
Um texto pode citar outro com intenções diversas, por exemplo: reafirmar alguns sen- tidos do texto citado, homenageá-lo, contestá-lo, inverter o sentido desse texto ou ainda po- lemizar algum aspecto presente nele.
b) Qual pode ser a intenção de Caulos ao citar a "Canção do exílio"? Justifique sua resposta com ele- mentos dos textos.
c) Considerando o tema da história em quadrinhos, ele se aproxima de que texto lido neste capítulo?
d) Releia a história em quadrinhos e observe que o cartunista retoma o poema "Canção do exílio" para criticar a ação humana contra a natureza e, para isso, utiliza uma figura de linguagem. Esse artifício, nesse caso, se vale da linguagem verbal e da linguagem não verbal. Assinale a alterna- tiva que apresenta essa figura de linguagem.
() Eufemismo.
() Antítese.
() Metáfora.
() Ironia.
L