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Estudos Gerais18/06/2024

Leia o texto. Texto III Dois mais dois Luís Fernando Verís...

Leia o texto. Texto III

Dois mais dois

Luís Fernando Veríssimo O Rodrigo não entendia por que precisava apren- der matemática, já que a sua minicalculadora faria todas as contas por ele, pelo resto da vida, e então a professora resolveu contar uma história.

Contou a história do Supercomputador. Um dia disse a professora, todos os computadores do mundo serão unificados num único sistema, e o centro do siste- ma será em alguma cidade do Japão. Todas as casas do mundo, todos os lugares do mundo terão terminais do Supercomputador. As pessoas usarão o Supercomputa- dor para compras, para recados, para reservas de avião, para consultas sentimentais. Para tudo. Ninguém mais precisará de relógios individuais, de livros ou de calcula- doras portáteis. Não precisará mais nem estudar. Tudo que alguém quiser saber sobre qualquer coisa estará na memória do Supercomputador, ao alcance de qualquer um. Em milésimos de segundo a resposta à consulta estará na tela mais próxima. E haverá bilhões de telas espalhadas por onde o homem estiver, desde lavató- rios públicos até estações espaciais. Bastará ao homem apertar um botão para ter a informação que quiser.

Um dia, um garoto perguntará ao pai: - Pai, quanto é dois mais dois?

  • Não pergunte a mim - dirá o pai, pergunte a Ele. E o garoto digitará os botões apropriados e num milésimo de segundo a resposta aparecerá na tela. E

então o garoto dirá:

Como é que sei que a resposta é certa?

  • Porque Ele disse que é certa - responderá o pai.

  • E se Ele estiver errado?

Ele nunca erra.

Mas se estiver?

  • Sempre podemos contar nos dedos.

  • O quê?

  • Contar nos dedos, como faziam os antigos. Levan- te dois dedos. Agora mais dois. Viu? Um, dois, três, qua- tro. O computador está certo.

  • Mas, pai, e 362 vezes 17? Não dá para contar nos dedos. A não ser reunindo muita gente e usando os de- dos das mãos e dos pés. Como saber se a resposta d'Ele

está certa? Aí o pai suspirou e disse:

  • Jamais saberemos...

O Rodrigo gostou da história, mas disse que, quando ninguém mais soubesse matemática e não pudesse pôr o Computador à prova, então não faria diferença se o Computador estava certo ou não, já que a sua resposta seria a única disponível e, portanto, a certa, mesmo que estivesse errada, e... Aí foi a vez da professora suspirar.

  1. A crônica narrativa conta uma história que pode ter acontecido ou não, com personagens, tempo e espaço determinados. Esse estilo de crônica pode ser escrito na 1º ou na 3ª pessoa do singular e pode conter diálogos. Escreva as informações pedidas acerca do texto lido.

Gênero textual:

Título:

Assunto:

Personagens:

Tipo de narrador e pessoa:

Tempo:

Espaço da narrativa:

Autor:

  1. O que indica a última frase do texto "Aí foi a vez da professora suspirar"?

  2. Na crônica é exibida uma situação em que a narrativa é imaginada por uma pessoa adulta, a professora, e usada como recurso pedagógico para "convencer" seu aluno da importância de aprender a fazer contas. Entretanto, a ex- pectativa da professora é frustrada pela fala da criança, que chega a conclusões que fogem do esperado. a) De acordo com o texto lido, a professora esperava que o aluno chegasse a qual conclusão? b) A resposta final do garoto revela que, para ele, os 5- resultados do Supercomputador são incontestáveis, impossíveis, impensadas ou incorretas? Por quê?

  3. Complete corretamente.

a) No trecho "Não pergunte a mim, pergunte a Ele", o pronome "Ele" substitui a palavra para

b) Em "O Rodrigo não entendia por que precisava

aprender matemática, já que a sua minicalculadora fa- ria todas as contas por ele,..." o pronome "ele" substitui a palavra utilizado para e foi

  1. Na crônica" Dois mais dois", podemos afirmar que o/a (A) calculadora não faz parte do cotidiano do estudante.

(B) autor explora a inocência e a sagacidade infantil e sua imprevisibilidade.

(C) autor explora a inocência e a sagacidade infantil porque já é previsível suas respostas e atitudes.

(D) calculadora do Supercomputador ao ser posta a prova, não faria diferença, já que a resposta seria única.

(E) autor explora um assunto debatido na mídia, mas que os estudantes não têm acesso a aparelho celular, nem a máquinas calculadoras.

  1. Agora que você já leu três crônicas narrativas/lite- rárias, que tal pesquisar sobre os autores destas crô- nicas? Mergulhe neste mundo literário. Pesquise tam- bém outras crônicas e apresente-as aos colegas. Boa pesquisa e ótima leitura.

Texto I

Tecnologia

Luis Fernando Veríssimo Para começar, ele nos olha na cara. Não é como a máquina de escrever, que a gente olha de cima, com su- perioridade. Com ele é olho no olho ou tela no olho. Ele nos desafia. Parece estar dizendo: vamos lá, seu des- prezível pré-eletrônico, mostre o que você sabe fazer. A máquina de escrever faz tudo que você manda, mes- mo que seja a tapa. Com o computador é diferente. Você faz tudo que ele manda. Ou precisa fazer tudo ao modo dele, senão ele não aceita. Simplesmente igno- ra você. Mas se apenas ignorasse ainda seria suportá- vel. Ele responde. Repreende. Corrige. Uma tela vazia, muda, nenhuma reação aos nossos comandos digitais, tudo bem. Quer dizer, você se sente como aquele cara que cantou a secretária eletrônica. É um vexame pri- vado. Mas quando você o manda fazer alguma coisa, mas manda errado, ele diz "Errado". Não diz "Burro", mas está implícito. É pior, muito pior. Às vezes, quando a gente erra, ele faz "bip". Assim, para todo mundo ou- vir. Comecei a usar o computador na redação do jornal e volta e meia errava. E lá vinha ele: "Bip!" "Olha aqui, pessoal: ele errou." "O burro errou!"

Outra coisa: ele é mais inteligente que você. Sabe muito mais coisa e não tem nenhum pudor em dizer que sabe. Esse negócio de que qualquer máquina só é tão in- teligente quanto quem a usa não vale com ele. Está su- bentendido, nas suas relações com o computador, que você jamais aproveitará metade das coisas que ele tem para oferecer. Que ele só desenvolverá todo o seu poten- cial quando outro igual a ele o estiver programando. A máquina de escrever podia ter recursos que você nunca usaria, mas não tinha a mesma empáfia, o mesmo ar de quem só aguentava os humanos por falta de coisa melhor, no momento. E a máquina, mesmo nos seus instantes de maior impaciência conosco, jamais faria "bip" em público.

Dito isto, é preciso dizer também que quem provou pela primeira vez suas letrinhas dificilmente voltará à máquina de escrever sem a sensação de que está de- sembarcando de uma Mercedes e voltando à carroça. Está certo, jamais teremos com ele a mesma confortá- vel cumplicidade que tínhamos com a velha máquina. É outro tipo de relacionamento, mais formal e exigente. Mas é fascinante. Agora compreendo o entusiasmo de gente como Millôr Fernandes e Fernando Sabino, que dividem a sua vida profissional em antes dele e depois dele. Sinto falta do papel e da fiel Bic, sempre pronta a inserir entre uma linha e outra a palavra que faltou na hora, e que nele foi substituída por um botão, que, além de mais rápido, jamais nos sujará os dedos, mas acho que estou sucumbindo. Sei que nunca seremos intimos, mesmo porque ele não ia querer se rebaixar a ser meu amigo, mas retiro tudo o que pensei sobre ele. Claro que você pode concluir que eu só estou queren- do agradá-lo, precavidamente, mas juro que é sincero. Quando saí da redação do jornal depois de usar o computador pela primeira vez, cheguei em casa e bati na minha máquina. Sabendo que ela aguentaria sem re- clamar, como sempre, a pobrezinha.

  1. A crônica argumentativa é um tipo de texto que funde aspectos da crônica narrativa e dos textos argu- mentativos, aproximando-se do artigo de opinião.

a) Qual fato motivou o cronista a escrever essa crônica?

  1. A crônica argumentativa é um texto híbrido que busca apresentar reflexões e pontos de vista pessoais a respei- to de temas ou situações cotidianas. Transcreva do texto exemplos de reflexões e/ou pontos de vista do autor.

  2. Essa crônica apresenta estrutura narrativa? Expli- que sua resposta.

  3. Marque certo.

a) Que tipo de narrador aparece nessa crônica?

() É um narrador em primeira pessoa e podemos classificá-lo como narrador-personagem protagonis- ta, porque ele participa como uma personagem prin- cipal da história.

() tilde E um narrador em terceira pessoa e podemos clas- sificá-lo como narrador observador, porque ele parti- cipa como uma personagem principal da história.

b) O que o narrador faz no texto?

() Narra uma série de acontecimentos sobre a evo- lução da tecnologia.

() Argumenta a favor de um problema que é apre- sentado pela máquina de escrever.

() Faz uma reflexão argumentativa sobre a substi- tuição da máquina de escrever pelo computador.

  1. O narrador personagem, além de não descartar a possibilidade de vir a ser usuário do dispositivo tecno- lógico, reconhece-se rendido a ele. O trecho em que isso se confirma é

retiro tudo o que pensei sobre ele."

() "Está certo, jamais teremos com ele a mesma confor- tável cumplicidade que tínhamos com a velha máquina." () "E a máquina, mesmo nos seus instantes de maior impaciência conosco, jamais faria "bip" em público." ele não ia querer se rebaixar a ser meu amigo, mas partial S_{n} () que nunca seremos íntimos, mesmo porque

  1. "Quando saí da redação do jornal depois de usar o computador pela primeira vez, cheguei em casa e bati na minha máquina." Na crônica, a palavra em destaque assume duplo sentido. As duas formas diferentes de in- terpretação são:

(A) sovar e chutar.

(B) chocar e surrar.

(C) compor e esbarrar.

(D) acertar e polemizar. (E) escrever e esmurrar.

  1. Sobre as ocorrências da palavra "ele" que aparecem no primeiro período do primeiro parágrafo - "Para começar, ele nos olha na cara" e no segundo período do quarto parágrafo - "Está certo, jamais teremos com ele a mesma confortável cumplicidade que tínhamos com a velha má- quina-respectivamente, é correto afirmar que:

() Ambas as ocorrências são anáforas e se referem à figura do computador.

() Ambas as ocorrências se referem ao computador, sendo a primeira catafórica e a segunda anafórica.

  1. O texto cita outros dois escritores - Millor Fernan-

des e Fernando Sabino - contemporâneos. Como o au- tor Veríssimo se posiciona em relação a eles? 10. A crônica pode ser predominantemente narrativa

ou predominantemente argumentativa. O texto de Ve- ríssimo, porém, apresenta características diferentes. Sob esse aspecto, como é a crônica de Veríssimo? Jus- tifique sua resposta com trechos do texto.

11 Assinale a alternativa em que a relação de sentido, estabelecida pela palavra ou expressão grifada, está corretamente indicada entre parenteses. (

A) "Com ele é olho no olho ou tela no olho "(adição) (B) "A máquina de escrever faz tudo que você manda, mesmo que seja a tapa" (concessão)

(C) "Mas se apenas ignorasse ainda seria suportável." (condição)

(D) "Não diz "Burro", mas está implícito." (afirmação) (E) "Sei que nunca seremos intimos, mesmo porque ele não ia querer se rebaixar a ser meu amigo" (conclusão)

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