Ler só por prazer
Ler só pode ser um prazer. [...]
O meu pai lia muito e lia todos os livros até ao fim, mesmo os que ele achava — ou eram mesmo — maus. Gostava de enchê-los de correções e de contra-argumentos. Quanto melhor a reputação do livro mais prazer tinha ele em apanhá-lo em falso.
Divertia-se assim. [...]
As pessoas acumulam culpas por não terem lido livros. Esses livros que nem sequer foram lidos acusam, assim, um verdadeiro desprazer. [...]
A leitura e os livros são apresentados como a nutrição e os alimentos: é esse o grande erro. Desencoraja-se a leitura quando se cria uma obrigação de ler. Ler é um prazer. Livros diferentes merecem diferentes ler de — do prazer a desprazeres diferentes.
Ler só pode ser um prazer. Se não dá prazer ler, deve-se fazer outra coisa. Que dê prazer.
CARDOSO, Miguel Esteves. Ler só por prazer. Culturgest-palestras, 2016. Disponível em: http://medium/tk8uByjW6GdgJyJC. Acesso em: 4 abr. 2024. Adaptado para fins didáticos. Fragmento. (P000639856_SUP)
- (P000639859) Nesse texto, qual trecho apresenta a ideia defendida pelo autor?
A) “O meu pai lia muito e lia todos os livros até ao fim...” (2° parágrafo)
B) “As pessoas acumulam culpas por não terem lido...” (3° parágrafo)
C) “A leitura e os livros são apresentados como a nutrição e...” (4° parágrafo)
D) “Desencoraja-se a leitura quando se cria uma obrigação de ler.” (5° parágrafo)